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08 - 205329-Aula202008-LIMPAJcurso-29280-aula-08-v1 - compreensão e interpretação de textos

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Português para TJ AL 
 Teoria e questões comentadas 
Prof. Décio Terror ʹ Aula 8 
 
Prof. Décio Terror www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 71 
Depreende-se das informações do texto que, nos crimes cibernéticos 
chamados impuros ou impróprios¹, o resultado extrapola o universo virtual² e 
atinge bens materiais alheios à informática³. 
Os impuros ou impróprios¹ são aqueles em que o agente se vale do 
computador como meio para produzir resultado que ameaça ou lesa outros 
bens², diferentes daqueles da informática³. 
Gabarito: C 
 
Questão 2: Infere-se dos fatos apresentados no texto que a consideração de 
crime para os delitos cibernéticos foi determinada há várias décadas, desde o 
surgimento da Internet. 
Comentário: A questão aponta como inferência, isto é, interpretação 
implícita, mas ela é literal. 
 Fica claro no segundo parágrafo que a consideração de crime para os 
delitos cibernéticos é algo novo (datado de 2012��� ³É importante destacar 
que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o 
ordenamento jurídico o crime novo GH�µLQYDVmR�GH�GLVSRVLWLYR�LQIRUPiWLFR¶´. 
 Assim, não é uma consideração de várias décadas, mesmo porque a 
internet não tem muitas décadas de vida. 
Gabarito: E 
 
Questão 3: Anatel 2014 Analista (banca CESPE) 
 
A mensagem veiculada nesse texto centra-se no descompasso existente entre 
a alta tecnologia empregada nos aparelhos celulares e a baixa qualidade dos 
serviços oferecidos pelas operadoras de telefonia celular. 
Comentário: A interpretação é literal, concorda?! No primeiro quadrinho, 
fala-se da quantidade de aplicativos, das várias opções do aparelho, observa-
se a imagem feliz do usuário. No segundo, vê-se uma imagem de um homem 
das cavernas indicando um serviço ultrapassado, antigo, sem recursos. O 
FRQHFWLYR�GH�FRQWUDVWH�³-i´�PDUFD�DLQGD�PDLV�D�LGHLD�FRQWUDVWDQWH�Do avanço 
da tecnologia marcado no quadrinho anterior. 
 Assim, realmente a afirmativa está correta. 
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 Teoria e questões comentadas 
Prof. Décio Terror ʹ Aula 8 
 
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7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. 
 
Vamos às respostas com base nos vestígios! 
 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. (C) 
(Inferência certa, pois o vestígio é ³e�SUHFLVR´� 
2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C) 
(Inferência certa, pois o vestígio é a oração subordinada adverbial de 
ILQDOLGDGH�³para defender o Ocidente de um ataque soviético´�� 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 
(E) (Inferência errada, pois não há evidência no texto de que já havia mísseis 
anteriormente) 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os 
extremistas. (E) 
(Inferência errada, pois a expressãR� ³GHVWUXLU� R� PXQGR� LQWHLUR´� p� XPD�
suposição com base em expressão categórica. Não há certeza de que os 
mísseis destruirão por completo o mundo, mas é certo que vão abalar o mundo 
inteiro.) 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de 
dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica, pois pode haver 
outros meios, outras negociações, não só pelos diplomatas.) 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Não se sabe se 
todo o Oriente está contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas) 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. (E) 
�,QIHUrQFLD�HUUDGD��SRLV�QRYDPHQWH�Ki�H[SUHVVmR�FDWHJyULFD�� ³VHPSUH´��$OpP�
dLVVR�� KRXYH� XPD� SDODYUD� TXH� H[WUDSRORX� R� WH[WR�� ³LQYDV}HV´�� 1DGD� IRL�
afirmado sobre invasão no texto.) 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. (E) 
(Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.) 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. (C) 
(Inferência possível, pois é vista a preocupação de possível ataque.) 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. (E) 
(Consideração sem fundamento no texto.) 
Assim, quando você for realizar as questões de interpretação, verá 
muitas dessas expressões categóricas ou palavras que extrapolam o conteúdo 
do texto. Normalmente, já consideramos as questões erradas já na primeira 
leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, sempre devemos 
YROWDU�DR�WH[WR�SDUD�FRQILUPDU��$t�YHP�R�³EXULODPHQWR´��'HYH-se ter paciência 
para encontrar os vestígios que comprovem sua resposta como a correta. 
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MPU 2015 Analista (banca CESPE) 
 Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição 
iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de 
maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco 
da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um 
poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a 
distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que 
assegurem o controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de 
equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do poder em 
um só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício da liberdade. 
e� TXH�� FRPR� REVHUYRX� 0RQWHVTXLHX�� ³WRGR� KRPHP� TXH� WHP� SRGHU� WHQGH� D�
abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar 
do poder, é preciso qXH��SHOD�GLVSRVLomR�GDV�FRLVDV��R�SRGHU�OLPLWH�R�SRGHU´� 
 Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de 
DEUDQJrQFLD�GRV�SRGHUHV�SROtWLFRV��³Vy�VH�FRQFHELD�VXD�XQLmR�QDV�PmRV�GH�XP�
só ou, então, sua separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma 
GH� VLVWHPD� FRHUHQWH�� DV� FRQVHTXrQFLDV� GH� FRQFHLWRV� GLYHUVRV´� Pensador 
francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o racionalismo cartesiano 
e o empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das certezas 
matemáticas em suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações 
metafísicas que, no plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto social 
para a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil, ele 
procurou ingressar no terreno dos fatos. 
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em 
função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 
2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações). 
Questão 7: Montesquieu busca a explicação dos fundamentos do Estado ou 
da sociedade civil de forma análoga à dos metafísicos. 
Comentário: Basta lermos o último parágrafo, especificamente na expressão 
³refugindo às especulações metafísicas´�� DOpP� GD� GXDOLGDGH� ³plano da 
idealidade´�;�³terreno dos fatos´� 
 2�YHUER�³refugindo´�VLJQLILFD�³GLVWDQFLDQGR��UHFXDQGR´, sentido contrário 
DR� DGMHWLYR� ³DQiORJD´� GR� SHGLGR� GD� TXHVWmR�� FXMD� DILUPDomR� HVWi� HUUDGD� 
Assim, percebemos que Montesquieu procurou o terreno dos fatos, diferente 
das especulações metafísicas, que serviram aos filósofos do pacto social no 
plano da idealidade. 
Gabarito: E 
 
Questão 8: No Estado moderno, cabe ao Ministério Público a função da 
preservação da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da 
dominação dos mais fortes. 
Comentário: 1R�SULPHLUR�SHUtRGR�GR�WH[WR��p�DILUPDGR�TXH�³Na organização 
do poder político no Estado moderno, à luz da tradiçãoiluminista, o direito 
tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a 
desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos 
mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional.´ 
 Já a questão afirma que cabe ao Ministério Público a função da 
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preservação da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da 
dominação dos mais fortes. 
 Assim, a questão quis induzir o candidato a pensar que esse ³poder 
institucional´ pudesse ser unicamente o ³Ministério Público´, mas sabemos que 
não é só ele que age em função da liberdade humana. Assim, a afirmação está 
errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 9: A conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do 
poder em ramos diversos. 
Comentário: A questão trabalha a interpretação com base no sentido dos 
YRFiEXORV�³UHFODPD´�H�³SUHVVXS}H´�� 
 NR� WH[WR� IRL� DILUPDGR� TXH� ³a conquista da liberdade humana também 
reclama a distribuição do poder em ramos diversos´� 
 2�YHUER�³UHFODPD´, neste contexto, significa necessita, precisa, depende. 
Assim, para haver conquista da liberdade humana, deve-se lutar, exigir a 
distribuição do poder em ramos diversos. 
 3RUpP�� FRP� D� WURFD� GR� YRFiEXOR� ³UHFODPD´�� TXH� WUDGX]� XP� YDORU� GH�
H[LJrQFLD�� SHOR� YRFiEXOR� ³SUHVVXS}H´�� R� TXDO� WUDGX]� XPD� LGHLD� GH� VLPSOHV�
suposição, subentendimento, há uma divergência de sentido. É como se não 
precisasse lutar por essa distribuição do poder em ramos diversos, é como se 
isso fosse algo intrínseco e naturalmente parte da conquista da liberdade 
humana, pois se diz que simplesmente a conquista da liberdade humana 
pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos. 
 Esta questão causou muita polêmica, pois, numa leitura rápida, sem o 
devido aprofundamento, parece realmente que as duas ideias são análogas, 
mas a original traduz uma exigência e a segunda, uma simples suposição, 
algo como se já fizesse parte intrinsecamente, o que não é verdade. 
Gabarito: E 
 
Questão 10: Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o 
exercício do poder que detém tende a agir de forma abusiva. 
Comentário: A questão aborda diretamente a observação de Montesquieu: 
³todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra 
limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição 
das coisas, o poder limite o poder´� 
 Assim, na visão dele, se não há limites, é natural o homem agir de 
forma abusiva. Portanto, a afirmação está correta. 
Gabarito: C 
 
MPU 2015 Analista (banca CESPE) 
 A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase 
administrativa, de inquérito policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal. 
Assim, nada mais é o inquérito policial que um procedimento administrativo 
destinado a reunir elementos necessários à apuração da prática de uma 
infração penal e de sua autoria. Em outras palavras, o inquérito policial é um 
procedimento policial que tem por finalidade construir um lastro probatório 
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mínimo, ensejando justa causa para que o titular da ação penal possa formar 
seu convencimento, a opinio delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível. 
Nessa linha, percebe-se que o destinatário imediato do inquérito policial é o 
Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos casos de 
ação penal privada. 
 De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação 
penal possa, enfim, ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa 
causa, identificada por parte da doutrina como uma condição da ação 
autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da 
materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir 
fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa 
forma, é imprescindível que haja provas acerca da possível existência de um 
fato criminoso e indicações razoáveis do sujeito que tenha sido o autor desse 
fato. 
 Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial 
que serão coletadas as informações e as provas que irão formar o 
convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti. É com base 
nos elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido 
da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, 
encerrando a fase administrativa da persecução penal. 
Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do 
Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio 
de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. 
Internet : <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações) . 
Questão 11: A fase do inquérito policial em que são coletadas as informações 
e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal é 
denominada opinio delecti. 
Comentário: Pela própria análise sintática, podemos perceber o erro na 
DILUPDomR�GD�TXHVWmR��SRLV� ³opinio delecti´ é o aposto explicativo, o qual se 
refere ao convencimento do titular da ação penal. Isso é confirmado no último 
parágrafo, quando se afirma o seguinte: 
³���o convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti´ 
 Já a questão afirma que ³opinio delecti´�é a denominação de uma fase 
do inquérito policial. 
Gabarito: E 
 
Questão 12: A fase jurisdicional da persecução penal tem início após o 
oferecimento da denúncia pelo promotor de justiça. 
Comentário: Realizando a questão com cunho puramente interpretativo, sem 
os conhecimentos prévios do direito, o que certamente já ajuda bastante 
nesta questão, devemos observar uma sequência de informações do texto: 
 3ULPHLUR��IRL�DILUPDGR�TXH�D�³persecução penal se desenvolve em duas 
fases: uma fase administrativa, de inquérito policial, e uma fase jurisdicional, 
de ação penal.´� 
 Em seguida, afirma-VH�TXH�³o destinatário imediato do inquérito policial 
é o Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos 
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casos de ação penal privada.´�� 
 ,VVR� p� FRQILUPDGR� QR� ~OWLPR� SHUtRGR� GR� WH[WR�� ³É com base nos 
elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido da 
existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a 
fase administrativa da persecução penal.´��$VVLP��DR�WpUPLQR�GD�SULPHLUD�IDVH�
�³fase administrativa da persecução penal´��� DSyV� R� FRQYHQFLPHQWR� GR�
promotor de justiça, entra-VH� LPHGLDWDPHQWH� QD� SUy[LPD� �³fase jurisdicional 
da persecução penal´�� 
 Por tudo isso, confirmamos que a afirmação está correta, pois realmente 
a fase jurisdicional da persecução penal tem início após o oferecimento da 
denúncia pelo promotor de justiça. 
Gabarito: C 
 
Questão 13: A existência de prova da materialidade delitiva é suficiente para 
que se considere a existência de indícios de autoria. 
Comentário: Fica fácil observar que a afirmativa está errada, pois o segundo 
parágrafo nos informa que a ³justa causa...consiste na obrigatoriedade de que 
existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de 
autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prática de um fato de 
natureza penal�´��$VVLP��HVVHV�GRLV�HOHPHQWRV�JULIDGRV�DFLPD�VmR�paralelos e 
substanciais para confirmar a justa causa. 
 Já a questão afirma que a prova acerca da materialidade delitiva 
indicaria a existênciade indícios de autoria, relação esta que não se encontra 
no texto. 
Gabarito: E 
 
Questão 14: Anatel 2014 Técnico (banca CESPE) 
 No começo dos tempos, as pessoas precisavam aproveitar o período em 
que o Sol estava radiante para praticar suas atividades diárias. Com o passar 
dos anos, essa diferenciação entre dia para agir e noite para dormir foi ficando 
menos evidente. Isso porque o advento da iluminação e, mais precisamente, 
da iluminação pública, permitiu que as pessoas desfrutassem mais da noite e 
deixou as cidades mais seguras e bonitas. Dos lampiões a querosene aos leds, 
a evolução da iluminação contribuiu para a transformação das cidades e dos 
hábitos das pessoas. 
 Desde a Idade Média, os seres humanos vinham tentando resolver o 
problema da escuridão com velas e outros artefatos. Nesse período, eram 
usadas tochas com fibras torcidas e impregnadas com material inflamável. Foi, 
sobretudo, no século XV que a iluminação pública se tornou uma preocupação 
nas cidades. A história indica que, em 1415, na Inglaterra, a iluminação surgiu 
como uma solução para amenizar a violência e, principalmente, os roubos a 
comerciantes, que aconteciam com frequência na região. 
 Não é à toa que especialistas consideram a iluminação como uma 
grande aliada das cidades na luta contra a violência urbana, já que é uma 
grande inibidora de atos de vandalismo, roubo e agressões. 
Internet: <http://www.osetoreletrico.com.br> (com adaptações). 
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O texto estabelece uma relação paradoxal entre iluminação 
pública e aumento de segurança urbana. 
Comentário: Paradoxal se configura como duas características antagônicas, 
isto é, opostas entre si. O texto não marcou oposição, contraste entre 
iluminação pública e segurança urbana. Na realidade, a iluminação pública 
ajudou na segurança urbana. 
 $� LQWHUSUHWDomR�QmR�p� OLWHUDO��PDV�R� WUHFKR� ILQDO�GR� WH[WR� ³especialistas 
consideram a iluminação como uma grande aliada das cidades na luta contra a 
violência urbana, já que é uma grande inibidora de atos de vandalismo, roubo 
e agressões´�QRV�LQGLFD�TXH�QmR�Ki�UHODomR�SDUDGR[DO� 
 Assim, a afirmativa da questão está errada. 
Gabarito: E 
 
 
Anatel 2014 Técnico (banca CESPE) 
 As cidades foram criadas para a segurança de seus habitantes. Foram 
elas que propiciaram, segundo autores clássicos e contemporâneos, o 
desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de 
leis válidas para todos e de novas formas de associação entre indivíduos, fora 
dos laços de parentesco e de servidão. Desde o clássico de Weber (1958) até 
as obras mais recentes de Godbout (1997) e Jacobs (1993), a liberdade é 
apresentada como uma conquista urbana. Essas novas formas de liberdade 
foram saudadas porque dissolviam laços de domínio dos poderes familiares e 
feudais que impediam o aparecimento de um poder público voltado para o 
povo (Habermas, 1994). Mas, simultaneamente, por atraírem pessoas vindas 
de diferentes lugares, com diferentes culturas, religiões, compromissos 
políticos e identificações, que apenas se esbarrariam nos novos espaços, as 
cidades teriam, então, comprometido o estabelecimento de relações 
duradouras entre seus habitantes. 
Alba Zaluar. A abordagem ecológica e os paradoxos da cidade. Revista de 
Antropologia, São Paulo: USP, 2010, v. 53, n.º 2, p. 613 (com adaptações). 
Questão 15: Infere-se da leitura do texto que as cidades propiciaram, além 
do fortalecimento dos laços de parentesco entre os indivíduos, 
desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de 
leis válidas para todos e de novas formas de associação pessoal. 
Comentário: Note que a questão recortou literalmente expressões dos 
SULPHLURV�SHUtRGRV�GR� WH[WR��SRUpP�R�DGYpUELR� ³IRUD´�p�XP�YHVWtJLR�TXH�QRV�
traz a informação de que as cidades não propiciaram fortalecimento dos laços 
de parentesco entre os indivíduos. Houve a afirmação, no segundo período do 
texto, de que houve novas formas de associação entre indivíduos, fora dos 
laços de parentesco e de servidão. 
 Isso é confirmado nos períodos seguintes, em que se afirma que as 
novas liberdades promovidas pela conquista urbana dissolviam laços de 
domínio dos poderes familiares e feudais. 
 Confirme isso com os elementos grifados no texto e na afirmativa: 
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Texto: 
As cidades foram criadas para a segurança de seus habitantes. Foram elas 
que propiciaram, segundo autores clássicos e contemporâneos, o 
desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de 
leis válidas para todos e de novas formas de associação entre indivíduos, fora 
dos laços de parentesco e de servidão. Desde o clássico de Weber (1958) 
até as obras mais recentes de Godbout (1997) e Jacobs (1993), a liberdade é 
apresentada como uma conquista urbana. Essas novas formas de liberdade 
foram saudadas porque dissolviam laços de domínio dos poderes 
familiares e feudais que impediam o aparecimento de um poder público 
voltado para o povo (Habermas, 1994). 
Afirmativa da questão: 
Infere-se da leitura do texto que as cidades propiciaram, além do 
fortalecimento dos laços de parentesco entre os indivíduos, 
desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de 
leis válidas para todos e de novas formas de associação pessoal. 
 Assim, a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 16: De acordo com o texto, as cidades, por congregarem pessoas 
de diferentes classes sociais, não contribuem para a manutenção de relações 
duradouras entre os habitantes. 
Comentário: O último período do texto localiza a afirmação da questão. Este 
~OWLPR� SHUtRGR� UHDOPHQWH� DILUPD� TXH� ³as cidades teriam comprometido o 
estabelecimento de relações duradouras entre seus habitantes´. Porém, a 
questão afirma que o motivo é apenas a diferença de classes sociais, mas o 
texto não mostra essa simples diferença de classes sociais. A causa, segundo 
R�WH[WR��p�D�DWUDomR�GH�³pessoas vindas de diferentes lugares, com diferentes 
culturas, religiões, compromissos políticos e identificações, que apenas se 
esbarrariam nos novos espaços´. Definitivamente, isso não tem relação com a 
diferença de classe social. 
Gabarito: E 
 
Questão 17: Anatel 2014 Técnico (banca CESPE) 
 A palavra comunicação significa normalmente o ato de tornar comum a 
muitos. A partir do século XVII (até o século XIX), ganhou projeção a 
expressão meio ou linhas de comunicação, designando as facilidades trazidas 
pelo desenvolvimento das ferrovias, canais e rodovias no deslocamento de 
pessoas e objetos. Do século XIX ao século XX, o sentido da palavra se 
aproximou cada vez mais daquilo que hoje pode ser chamado de mídia (meios 
pelos quais se passa informação e se mantém o contato mediado, indireto). 
Foi a partir desse momento que a indústria da comunicação (transporte de 
bens simbólicos) separou-se semanticamente da indústria de transportes 
(transporte de bens físicos e pessoas). 
 É importante ressaltar que o termo comunicação carrega, no mundo 
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moderno, as marcas de sua ambiguidade original (tornar comum a muitos, 
partilhar, trocar). Nesse sentido, quando se fala em comunicação face a face 
ou interativa, pode-se dizer que se trata de troca e partilha, mas quando se 
fala de comunicação mediada, como rádio e TV, destaca-se consideravelmente 
a suafunção de tornar comum a muitos. 
Pierre Bordieu. Questões de sociologia e comunicação. 
FAPESP, ANABLUME, 2007, p. 42-3 (com adaptações). 
Infere-VH�GR� WH[WR�TXH�R� WHUPR�³FRPXQLFDomR´�DGTXLUH��QR mundo moderno, 
interpretações distintas. 
Comentário: Nota-se que o último parágrafo refere-se ao mundo moderno. A 
questão trabalha a inferência por meio da estrutura comparativa e 
FRQWUDVWDQWH�³quando se fala em comunicação face a face ou interativa, pode-
se dizer que se trata de troca e partilha, mas quando se fala de comunicação 
mediada, como rádio e TV, destaca-se consideravelmente a sua função de 
tornar comum a muitos´. 
 Dessa forma, realmente, R� WHUPR� ³FRPXQLFDomR´� DGTXLUH�� QR mundo 
moderno, interpretações distintas. 
Gabarito: C 
 
Anatel 2014 Técnico (banca CESPE) 
 As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me 
refiro a locuções, expressões idiomáticas, gírias, flexões verbais, declinações e 
coisas assim. Isso pode ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem 
que, muitas vezes, à custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. 
Refiro-me à impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras 
aparentemente sinônimas, unívocas e univalentes. Por exemplo, um alemão 
que saiba português responderá sem hesitação que a palavra da língua 
portuguesa ³DPDQKm´� TXHU� GL]HU� ³PRUJHQ´�� 0DV� FRLWDGR� GR� DOHPmR� TXH� Yi�
para R� %UDVLO� DFUHGLWDQGR� TXH�� TXDQGR� XP� EUDVLOHLUR� GL]� ³DPDQKm´�� HVWi 
realmente queUHQGR� GL]HU� ³PRUJHQ´�� 5DUDPHQWH� HVWi�� ³$PDQKm´� p uma 
palavra riquíssima e tenho certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, 
pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da 
mesma condição. 
 ³$PDQKm´�VLJQLILFD��HQWUH�RXWUDV�FRLVDV��³QXQFD´��³WDOYH]´� ³YRX�SHQVDU´��
³YRX� GHVDSDUHFHU´�� ³SURFXUH� RXWUR´�� ³QmR� TXHUR´�� ³QR� SUy[LPR� DQR´�� ³DVVLP�
que eu preFLVDU´�� ³XP� GLD� GHVWHV´�� ³YDPRV� PXGDU� GH� DVVXQWR´� HWF�� H�� HP�
casRV�H[FHSFLRQDOtVVLPRV��³DPDQKm´�mesmo. Qualquer estrangeiro que tenha 
vivido no Brasil sabe que são necessários vários anos de treinamento para 
distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele 
responde, com a habitual cordialidade, que fará tal ou qual coisa amanhã. O 
caso dos alemães é, seguramente, o mais grave. Não disponho de estatísticas 
confiáveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemães que 
procuram ajuda médica no Brasil o fazem por causa de ³DPDQKmV´� FDVXDLV�
que os levam, no mínimo, a um colapso nervoso, para grande espanto de seus 
amigos brasileiros. 
João Ubaldo Ribeiro. A vida é um eterno amanhã. 
In: Um brasileiro em Berlim. 1993 (com adaptações). 
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Questão 18: Infere-se da leitura do texto que os brasileiros, na maioria das 
vezes, XVDP� D� SDODYUD� ³DPDQKm´� HP� VHQWLGR� metafórico, e os alemães, em 
sentido literal. 
Comentário: O sentido metafórico é o da linguagem abstrata, uma 
comparação ideológica, o sentido é estendido, ampliado. Já o sentido literal é 
o sentido real da palavra, sentido original. 
 A segunda parte do primeiro parágrafo abarca essa interpretação, pois o 
autor começa falando que o alemão entende literalmente amanhã como 
³PRUJHQ´�� LVWR� p�� GLD� SRVWHULRU� DR� GH� KRMH�� -i� RV� EUDVLOHLURV� HVWHQGHP� HVWH�
sentido a tantos outros, figurativos, com várias aplicações diferentes. 
Confirme isso: 
Por exemplo, um alemão que saiba português responderá sem hesitação que 
D�SDODYUD�GD�OtQJXD�SRUWXJXHVD�³DPDQKm´�TXHU�GL]HU�³PRUJHQ´. Mas coitado do 
alemão que vá para o Brasil acreditando que, quando um brasileiro diz 
³DPDQKm´�� HVWi� UHDOPHQWH� TXHUHQGR� GL]HU� ³PRUJHQ´�� 5DUDPHQWH� HVWi. 
³$PDQKm´� p� XPD� SDODYUD� ULTXtVVLPD� H� WHQKR� FHUWH]D� GH� TXH�� VH� R� *UDQGH�
Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e a 
outras que partilham da mesma condição. 
Gabarito: C 
 
Questão 19: Depreende-se da leitura do texto que, apesar de não se basear 
em estatísticas, o autor constrói sua argumentação com dados advindos do 
sistema de saúde brasileiro. 
Comentário: O autor faz uma brincadeira a respeito do uso da palavra 
³DPDQKm´�� (OH� QmR� TXLV� XVDU� GDGRV� GR� VLVWHPD� GH� VD~GH� EUDVLOHLUR�� $SHQDV�
situou em sua brincadeira uma estatística inventada, numa suposta consulta a 
um médico brasileiro. Confirme: 
Não disponho de estatísticas confiáveis, mas tenho certeza de que nove em 
cada dez alemães que procuram ajuda médica no Brasil o fazem por causa de 
³DPDQKmV´� FDVXDLV� TXH� RV� OHYDP�� QR� PtQLPR�� D� XP� FRODSVR� QHUYRVR�� SDUD�
grande espanto de seus amigos brasileiros. 
Gabarito: E 
 
Questão 20: Antaq 2014 Técnico (banca CESPE) 
 Hidrovia é uma rota predeterminada para o tráfego aquático. Há muito 
tempo, o homem utiliza a água como estrada, e a Amazônia é o maior 
exemplo disso. O transporte por hidrovias apresenta grande capacidade de 
movimentação de cargas a grandes distâncias com baixo consumo de 
combustível, além de propiciar uma oferta de produtos a preços competitivos. 
A ampliação do uso da hidrovia é uma tendência mundial por uma questão 
ambiental. 
 A viabilização de uma navegação segura no rio Madeira, por exemplo, 
permite o escoamento da produção de grãos de Rondônia e Mato Grosso para 
o Amazonas e daí para o Atlântico. Isso cria um corredor de desenvolvimento 
integrado, com transporte de alta capacidade e baixo custo para grandes 
distâncias, elimina um grave problema estrutural do setor primário, com a 
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redução significativa da dependência do modal rodoviário até os portos do 
Sudeste, e representa mais uma opção de integração nacional, com a redução 
de trânsito pesado nas rodovias da região Centro-Sul. 
Idem (com adaptações). 
Infere-se das informações do texto que o transporte por hidrovia ajuda a 
preservar o meio ambiente, dado o baixo consumo de combustível, e reduz a 
dependência do transporte rodoviário. 
Comentário: O texto confirma cada expressão utilizada na afirmativa, pois 
realmente se pode entender do texto que o transporte por hidrovia ajuda a 
preservar o meio ambiente �FRQIRUPH� VH� Yr� QR� WUHFKR� ³por uma questão 
ambiental´�, dado o baixo consumo de combustível (conforme se vê no trecho 
³movimentação de cargas a grandes distâncias com baixo consumo de 
combustível´, e reduz a dependência do transporte rodoviário (como se vê no 
WUHFKR� ³redução significativa da dependência do modal rodoviário até os 
portos do Sudeste... com a redução de trânsito pesado nas rodovias da região 
Centro-Sul´�. 
Gabarito: C 
 
Questão 21: Antaq 2014 Técnico (banca CESPE) 
 As obras de dragagem objetivam remover os sedimentos que se 
encontram no fundo do corpo d'água para permitir a passagem das 
embarcações, garantindo o acesso ao porto. Na maioria das vezes, a 
dragagem é necessária quando da implantação do porto, para o aumento da 
profundidade natural no canal de navegação, no cais de atracação e na bacia 
de evolução. Também é necessária sua realização periódica para o alcance das 
profundidades que atendam o calado das embarcações. 
Internet: <www.antaq.gov.br> (com adaptações). 
Depreende-se das informações do texto que a dragagem realizada na 
implantação do porto para garantir o acesso das embarcações é definitiva, não 
havendo necessidade de ser refeita. 
Comentário: A afirmativa está errada, pois a dragagem realizada na 
implantação do porto para garantir o acesso das embarcações não é definitiva, 
e há necessidade de ser refeita, conforme se observa no último período do 
WH[WR��³Também é necessária sua realização periódica para o alcance das 
profundidades que atendam o calado das embarcações´. 
Gabarito: E 
 
 
 Todo texto é veiculado com base em três tipos básicos: descritivo, 
narrativo e dissertativo. A banca CESPE cobra a diferença entre os tipos de 
texto. 
Tipologia textual. 
Veremos apenas o essencial da tipologia, noções que são cobradas nas 
provas da banca CESPE. 
 
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Descritivo 
O texto descritivo enfatiza o estático, é um retrato, um recorte de uma 
paisagem, uma ação, um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a 
imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto é, tudo que ambienta a história, a 
informação. 
³/X]HV� GH� WRQV� SiOLGRV� LQFLGHP� VREUH� R� FLQ]D� GRV� SUpGLRV�� 1RV� EDUHV��
bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas 
ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e 
QHUYRVR��(LV�6mR�3DXOR�jV�VHWH�GD�QRLWH�´� 
(em Platão e Fiorin) 
Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumeração 
de substantivos e verbos. Não há interpretação de movimento neste texto. 
Tudo é recorte de instantes, por isso poderíamos pintar um quadro com base 
na imagem que ele nos sugere. 
Assim, descrever é enumerar características, ações e elementos que 
SURGX]HP�XPD�LPDJHP�³FRQJHODGD´�GR�LQVWDQWH�RX�GD�URWLQD. 
 Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos 
instrucionais, injuntivos. Veja um exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Este texto é uma capa da prova de concurso. Nele se observa uma 
ordenação lógica, uma interlocução direta com o leitor (o candidato ao cargo). 
Assim, a característica fundamental do texto instrucional é levar o receptor a 
modificar comportamento, a agir de acordo com os preceitos emanados do 
texto, seguir a sequência. Este tipo de texto é também chamado de injuntivo 
ou prescritivo. Apresenta em sua estrutura procedimentos a serem seguidos. 
O texto descritivo pode se manifestar por meio de vários gêneros 
textuais, como manual de instrução, bula, capa de uma prova de concurso, os 
fragmentos enumerativos de um edital, receita etc. 
 
 
INSTRUÇÕES 
Verifique se este caderno: 
- corresponde a sua opção de cargo. 
- contém 70 questões, numeradas de 1 a 70. 
- contém a proposta e o espaço para o rascunho da Prova Discursiva. 
Caso contrário, reclame ao fiscal da sala outro caderno. 
Não serão aceitas reclamações posteriores. 
- Para cada questão existe apenas UMA resposta certa. 
- Leia cuidadosamente cada uma das questões e escolha a resposta 
certa. 
- Essa resposta deve ser marcada na FOLHADE RESPOSTAS que você 
recebeu. 
Capa de uma prova de concurso 
 
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Narrativo 
Diferentemente do texto descritivo, o narrativo é aquele que trabalha o 
movimento, as ações se prolongam no tempo, sendo esta a característica 
principal. Narrar é contar uma história, baseando-se na ótica do narrador 
(aquele que conta), sobre uma ou mais ações de um personagem(ns), numa 
sequência temporal, em determinado lugar. A história pode ser imaginária 
(ficção) ou real (fato). Pode ser contada por alguém que é o pivô da história 
(narrador-personagem), ou por alguém que está testemunhando as ações 
(narrador-observador). Quando há o narrador-personagem, há verbos ou 
pronomes em primeira pessoa do singular. Quando há narrador-observador, há 
verbos e pronomes em terceira pessoa. 
Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema 
relevante na sociedade, parte de um fato (narra uma pequena história real) e 
a partir dela tece suas considerações. Assim, pode-se dizer que a primeira 
parte do texto é narrativa e a segunda é dissertativa, a qual será vista adiante. 
 O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vários gêneros 
textuais, como piada, fábula, parábola, conto, novela, crônica, romance, 
entrevista etc. 
 Eis um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova do CESPE 
(médico perito INSS -2009), em que os elementos da narrativa se fazem 
presentes. 
A Revolta da Vacina 
 
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma 
cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre 
amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de 
anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da 
Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. 
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves 
instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da 
República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para 
o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho 
para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues 
Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. 
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de 
casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou 
R� PRYLPHQWR� GH� R� ³ERWD-DEDL[R´�� 2� REMHWLYR� HUD� D� DEHUWXUD� GH� JUDQGHV� EXOHYDUHV��
largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. 
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. 
Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade 
espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo 
foram os mosquitos transmissores da febre amarela. 
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de 
vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e 
violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a 
exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. 
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente 
LQVDWLVIHLWR� FRP� R� ³ERWD-DEDL[R´� H� LQVXIODGR� SHOD� LPSUHQVD�� VH� UHYROWDVVH�� 'XUDQWH�
uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com 
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violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a 
recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram 
erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. 
Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações). 
 Observe os traços temporais que marcam a evolução dos 
acontecimentos, ao mesmo tempo em que as ações vão sendo desenvolvidas 
num cenário (Rio de Janeiro). Veja os elementos temporais: ³QD�SDVVDJHP�GR�
VpFXOR�;,;� SDUD�R� VpFXOR�;;´�� ³$R� DVVXPLU� D� SUHVLGrQFLD� GD�5HS~EOLFD´�� ³$R�
PHVPR� WHPSR´�� ³(P� VHJXLGD´�� ³)LQDOPHQWH´�� ³'XUDQWH� XPD� VHPDQD´�� ³QR�
SHUtRGR�GH����D����GH�QRYHPEUR�GH�����´. 
 Com isso, observa-se que há uma história sendo contada por alguém que 
não participou dela (narrador-observador). Ele não tem necessidade de se 
posicionar diante de alguma situação, o que se pretende com o texto é narrar 
um fato que ocorreu no Rio de Janeiro. Como o texto se fundamenta na 
informação, diz-se que há um ponto de vista objetivo. 
 Com base no texto acima, resolva as questões a seguir: 
 
Questão 22: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior (banca CESPE) 
O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro,mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema. 
Comentário: Realmente houve um histórico sobre a Revolta Vacina, pois 
foram narrados os fatos que a cercaram. Mas o erro está em dizer que houve 
ponto de vista explícito do autor acerca do tema. Houve apenas a narrativa do 
fato, o narrador não faz considerações, por isso não toma nenhum ponto de 
vista explicitamente. 
Gabarito: E 
 
Questão 23: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior (banca CESPE) 
O texto apresenta marcadores que evidenciam a progressão da narrativa, tais 
FRPR�³Ao mesmo tempo´�H�³Finalmente´� 
Comentário: Estas são algumas das expressões que marcam a evolução do 
tempo, típica estrutura de texto narrativo. 
Gabarito: C 
 
Questão 24: MPU 2015 Técnico (banca CESPE) 
 A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal 
Regional Federal da 2ª Região (TRF2) determinou que a Google Brasil 
retirasse, em até 72 horas, 15 vídeos do YouTube que disseminam o 
preconceito, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz africana, e 
fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da ordem 
judicial. Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão 
(PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a 
obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação de 
zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações 
recíprocas. 
Predomina no texto em apreço o tipo textual narrativo. 
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Comentário: O texto realmente é narrativo, pois conta um fato passado. Isso 
é confirmado por meio de verbos no tempo pretérito perfeito do indicativo, 
FRPR� ³GHWHUPLQRX´�� ³IL[RX´�� ³DOHJRX´�� $OpP� GLVVR�� FRQVHJXLPRV� SHUFHEHU� RV�
SHUVRQDJHQV�GDV�Do}HV��FRPR�³Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2)´�
H�³Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ)´� 
 Assim, conseguimos entender uma evolução temporal, ações, 
personagens e lugar (Brasil), elementos importantes para observarmos o 
predomínio do texto narrativo. 
Gabarito: C 
 
 Veja outro exemplo de narrativa, agora com o ponto de vista 
subjetivo, pois o narrador se coloca na história: 
 
 
"O pungente amor" 
 
A descoberta da poesia de Carlos Drummond de Andrade, em 1949, atingiu-me 
de maneira contraditória: chocou-me e obrigou-me a mudar de rumo. 
Para que se entenda melhor o que ocorreu, devo esclarecer que a poesia que 
fazia até ali nascera da leitura dos parnasianos, com os quais aprendera a compor 
sonetos rigorosamente rimados e metrificados. Ignorava a poesia moderna. Alguns 
"sonetos brancos" de Murilo Mendes publicados num jornal da cidade impressionaram-
me, mas não me ganharam. Foi a leitura de Poesia até agora, de Drummond, que 
provocou o choque. Havia no livro um poema intitulado "Lua diurética". Fiquei 
perplexo: aquilo não podia ser poesia, disse-me, pois poesia para mim era, por 
exemplo, "Ora direis, ouvir estrelas, certo/ perdeste o senso..." ou "Hão de chorar por 
ela os cinamomos...". Lua diurética não tinha nada a ver... 
Mas não conseguia largar o livro de Drummond. Lia e relia alguns dos poemas 
que mais me perturbavam. E terminei tomando uma decisão: ler os críticos modernos 
para entender o que era de fato aquela poesia antipoética. 
E assim, na Biblioteca Pública, descobri O empalhador de passarinhos, de Mário 
de Andrade, As cinzas do purgatório, de Otto Maria Carpeaux. Não sei se entendi 
direito o que diziam, não me lembro. Mas terminei por admitir que havia uma nova 
poesia, distinta da que conhecia, cujo mérito era exatamente estar ligada ao 
cotidiano. Em breve rendia-me ao fascínio de poemas como "Onde há pouco 
falávamos" e "Viagem na família" ("Fala fala fala fala/ Puxava pelo casaco/ que se 
desfazia em barro"). Uma outra dimensão da realidade se revelava a meus sentidos. 
É verdade que passei a ler ao mesmo tempo todos os poetas modernos que me 
caíam nas mãos: Bandeira, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Mário de Andrade. E poetas 
estrangeiros, como Rilke, Eliot e, mais tarde, Rimbaud, Lautréamont, Mallarmé e 
Artaud... O que bebi neles amontoou-se dentro de mim, fundiu-se, virou sangue, fala, 
fogo - um magma que me temperou e me fez nascer de novo. 
A verdade é que, agora, quando releio alguns dos poemas de Drummond 
daquela época, me reconheço neles, percebo que sua fala está entranhada na minha, 
que aprendi com ele o "o pungente amor" da vida. 
 Ferreira Gullar. In: http://revistacult.uol.com.br/website/dossie 
 
 
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Dissertativo 
Dissertar é um processo em que o emissor transmite conhecimento, 
relata, expõe ideias, discorre sobre determinado assunto, argumenta. De certa 
maneira, o texto mostra o ponto de vista que o autor tem de determinado 
assunto, fundamentado em argumentos e raciocínios baseados em sua 
vivência, conhecimento, posturas. 
É certo dizer que ele engloba um conjunto de juízos. É próprio de temas 
abstratos e usado em textos críticos, teses, exposição, explanação e 
argumentação. 
 Dependendo do ponto de vista, da organização e do conteúdo, a 
dissertação pode simplesmente relatar saberes científicos, dados estatísticos, 
etc ou pode também buscar defender um princípio, uma visão parcial ou não 
de um assunto, apresentando argumentos precisos, exemplos, contradições, 
comparações, causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura 
normalmente é a seguinte: 
 1) Introdução: é o parágrafo que abre a discussão ou simplesmente 
expõe a informação principal, da qual se partirá nos próximos parágrafos à 
exemplificação, explicação, etc. Neste parágrafo normalmente se encontra o 
tópico frasal, o qual também é entendido como tese, cuja função é transmitir 
a opinião do autor, o centro da informação. 
 2) Desenvolvimento: pode ser composto de um ou mais parágrafos, os 
quais servem para ampliar e analisar o conteúdo informado na introdução. 
Nele, encontramos os procedimentos argumentativos, que podem conter a 
relação de causa e consequência, exemplificações, contrastes, citações de 
autoridades no assunto. Enfim, é o debate ou simplesmente o mergulho nas 
implicações do tema. 
 3) Conclusão: é o fechamento da informação, seja ela crítica ou não. 
0XLWDV� YH]HV� LQLFLDGDV� SRU� HOHPHQWRV� FRPR� ³3RUWDQWR´�� ³(P� VXPD´�� ³(QILP´��
etc. Nela há normalmente a ratificação, confirmação da tese, tomando por 
base os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento. 
 O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vários gêneros 
textuais, como editorial, artigo de opinião, carta de leitor, os diversos 
discursos políticos, de defesa, de acusação, resenhas, relatórios, textos 
publicitários etc. 
Com base nisso, a dissertação se divide em dois tipos: 
 a) Dissertativo-expositivo: quando o autor apenas transmite os 
saberes de uma comunidade (como em livros didáticos, enciclopédias etc), não 
colocando sua opinião sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos. 
Veja alguns exemplos de texto dissertativo-expositivo: 
Ferramenta que devolve spam ao emissor já é realidade 
 Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente 
desenvolvida. O sistema é capaz de devolver os e-mails inconvenientes às 
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pessoas que os enviaram, e está estruturado em torno de uma grande base de 
dados que contém os números de identificaçãodos computadores que enviam 
spam. Depois de identificar os endereços de onde procedem, o sistema reenvia 
o e-mail ao remetente. 
 A empresa que desenvolveu o sistema assinalou que essa ferramenta 
minimiza o risco de ataques de phishing, a prática que se refere ao envio 
maciço de e-mails que fingem ser oficiais, normalmente de uma entidade 
bancária, e que buscam roubar informação como dados relativos a cartões de 
crédito ou senhas. 
Internet: <http://informatica.terra.com.br>. Acesso em mar./2005 (com adaptações). 
(Prova: ANS / 2005 / superior/ CESPE) 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
(Excerto da CF/88. In: http://www.planalto.gov.br) 
 
 Não se nota em nenhum dos dois textos a intervenção do autor, 
sinalizando sua opinião. Houve apenas a exposição de fato (no primeiro) e de 
dado conceitual (no segundo). 
 Note que nesses dois textos não houve a opinião do autor. A base deles 
foi a transmissão do saber, a informação. Por isso são textos dissertativo-
expositivos. 
 b) Dissertativo-argumentativo ou opinativo: quando o autor 
transmite sua opinião dentro do texto. Geralmente é o que a banca CESPE 
cobra nos concursos, tanto em interpretação de textos quanto na elaboração 
de redações. 
Veja alguns exemplos de texto dissertativo-argumentativo: 
Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmovisão 
dos médicos em geral (fundada em sua leitura dos fenômenos biológicos) e as 
concepções de vida da vasta maioria da população. Salta à vista, na 
abordagem do assunto (a ética e a verdade do paciente), que se fica, mais 
uma vez, diante da pergunta feita por Pôncio Pilatos a Jesus Cristo, encarando, 
FRPR� HVWDYD�� XP� KRPHP� SOHQR� GH� VXD� YHUGDGH�� ³2� TXH� p� D� YHUGDGH"´� (� p�
evidente que um e outro se cingiam a verdades díspares. 
Dalgimar Beserra de Menezes. A ética médica e a verdade 
do paciente. In: Desafios éticos, p. 212-5 (com adaptações). 
(Prova: ANS / 2005 / superior) 
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Com pouco mais de meio século de atividade da indústria automobilística 
no Brasil, de acordo com registros, foram vendidos 2,5 milhões de carros. 
Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes 
cidades brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um modelo de 
desenvolvimento e urbanização que privilegia o transporte motorizado 
individual, prejudica a mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, 
no entanto, não é o único vilão. A solução para o problema da mobilidade 
passa pela criação de alternativas ao uso do transporte individual. 
 ³&RPR� DV� RSo}HV� DOWHUQDWLYDV� DR� WUDQVSRUWH� LQGLYLGXDO� VmR� SRXFR�
eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam 
optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que 
SHUPDQHoDP� SUHVDV� QR� WUkQVLWR´�� DILUPD� 6�� *��� SURILVVLRQDO� GD� iUHD� GH�
desenvolvimento sustentável. Contudo, restringir o uso do carro não resolve o 
problema. De acordo com consultores em transportes, a tecnologia é uma das 
ferramentas para equacionar o problema do trânsito, desde que escolhida e 
implementada com competência. 
Enfrentamento do problema da mobilidade determinará futuro das 
grandes metrópoles. In: Revista Ideia Socioambiental. São Paulo. 
Internet: <www.ideiasocioambiental.com.br>. (com adaptações). 
(Prova: DETRAN 2010 Médio) 
 Ponto de vista: 
 Os diversos tipos de texto são expressos por um emissor, que orienta o 
leitor sobre o que se quer defender, criticar, contrastar. Esse ponto de vista 
pode ser objetivo ou subjetivo. 
 Texto subjetivo: 
 É subjetivo (intimista) o texto em que a impressão do autor extrapola a 
razão, a informação do texto. Logicamente todo texto possui de alguma forma 
a opinião do autor, aquilo em que ele acredita. Mas isso pode se dar de forma 
velada (mascarada) ou enfática. No texto subjetivo, o autor se mostra pelo uso 
de verbos e pronomes em primeira pessoa, com vocabulário depreciativo ou 
demasiado valorativo. A intenção é mostrar sua insatisfação, supervalorização, 
baseado na emoção, no sentimento. 
 Como a linguagem é dinâmica e é por meio dela que o texto se veicula, 
não se pode ser categórico ao se analisar o tipo de texto, nem mesmo seu 
ponto de vista; pois tudo depende da intenção do autor. Um texto pode ser 
objetivo, mas com alguns traços de subjetividade, assim como um texto 
altamente subjetivo pode possuir traços de objetividade. Leia o texto a seguir, 
extraído do blog de Diogo Mainard, colunista da Revista Veja. Perceba nele os 
verbos e pronomes em primeira pessoa, certos vocábulos que mostram a 
liberdade expressiva de sua opinião altamente pessoal. Isso caracteriza o texto 
dissertativo-argumentativo, com ponto de vista subjetivo: 
 O leitor de VEJA já sabe o que esperar de mim: em matéria de 
prognósticos eleitorais, eu erro fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro 
rumorosamente. Nos primeiros meses de 2008, prognostiquei que a candidata 
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petista chegaria em quinto lugar. Dois anos e meio depois, estou aqui 
reivindicando meu erro. Errei, errei, errei. 
É bom errar. É bom repetir que errei. Só há um aspecto de meu trabalho 
de que realmente me orgulho: eu nunca tentei compreender a mente ou o 
comportamento de meus compatriotas. Eu me atormentaria se um dia, mesmo 
que por engano, acabasse acertando um resultado eleitoral. Os valores aos 
quais sou mais apegado ruiriam. Quem compreende a mente e o 
comportamento dos brasileiros é Valdemar Costa Neto. Quem compreende a 
mente e o comportamento dos brasileiros é a Mulher Melancia. Quem 
compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Chico Buarque. Eles 
sabem o que os brasileiros querem. Eu só sei o que os brasileiros repelem. 
Eles repelem Antonello da Messina e Memling. Eles repelem Pitágoras e 
Empédocles. 
De todos os nossos escritores, o único que conseguiu compreender a 
mente e o comportamento dos brasileiros foi Euclides da Cunha. Eu sempre 
recorro a ele quando tenho de tratar do assunto. Ele é meu Valdemar Costa 
Neto particular. Euclides da Cunha podia interpretar o caráter de uma pessoa a 
partir do formato e da medida de suas orelhas ou de sua testa. Eu me 
pergunto como ele teria interpretado o formato e a medida das orelhas de um 
eleitor do PT, como Chico Buarque. 
http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/ 
 
Texto objetivo: 
 O ponto de vista objetivo procura basear-se em fatos, argumentos, 
informações, evitando transparecer a opinião pessoal do autor. O texto 
continua sendo opinativo, mas o autor mascara sua opinião para ganhar 
credibilidade. Para isso se baseia em argumentos de autoridade (especialistas 
entendidos no assunto, leis, regulamentos), pensamentos filosóficos, máximas, 
HWF�� 7XGR� SDUD� IXJLU� GD� LPSUHVVmR�� GR� ³HX� DFKR´�� 4XDQWR� PDLV� GDGRV� SDUD�
FRQVXEVWDQFLDU� D� RSLQLmR� ³YHODGD´� GR� DXWRU�� PHOKRU� SDUD� D� VXVWHQWDomR� GRV�
argumentos, tornando o texto objetivo, com verbos e pronomes normalmente 
em terceira pessoa. 
 Veja um exemplo de trechodissertativo-argumentativo, com ponto de 
vista objetivo. 
O homem e a natureza 
 A idéia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas 
ingênua, se não fosse perigosamente pretensiosa. 
 Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por 
doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da 
evolução, mas incidem no equívoco de fazer dele uma espécie de finalidade da 
criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi feito para 
alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilíbrio entre seres e coisas. 
A aquisição de características muito específicas como a linguagem, raciocínio 
lógico, memória pragmática, noção de tempo e capacidade de acumular não 
fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas mais bem 
dotado para determinados fins. 
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 Isso não lhe confere autoridade para pretender que todo o resto do 
universo conhecido deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende 
a maioria das pessoas com poder decisório no mundo. 
Lisboa, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro, Difel, 1977. 
 Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (a natureza não existe 
para servir o homem) que será desenvolvida em seguida. Há várias inserções 
do autor, que provam sua opinião, em terceira pessoa: 
Pode-se dizer com segurança... 
pode-se crer em permuta e equilíbrio... 
Isso não lhe confere autoridade... 
...como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no 
mundo... 
 É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas vezes 
terá as três num só texto, mas vale o que predomina, aquele que transmite a 
ideia central, o objetivo. 
Questão 25: Antaq 2014 Técnico (banca CESPE) 
 Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua 
vocação eminentemente hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade 
do deslocamento de seus habitantes através dos rios. Muito antes da chegada 
dos colonizadores na Amazônia, os nativos já utilizavam canoas. Ainda hoje, 
grande parte da população amazônica vive da pesca. Além disso, o 
deslocamento do ribeirinho se faz através da infinidade de rios que retalham a 
grandeza territorial. 
 Mas para conhecer a Amazônia de verdade é preciso entender sua 
posição estratégica para o país. Os rios são a chave para esse conhecimento. 
São as estradas que a natureza construiu e em cujas margens se 
desenvolveram inúmeras povoações. Portanto, é impossível pensar em 
Amazônia sem associar a importância que os rios têm para o desenvolvimento 
econômico e social. Eles devem ser vistos como os grandes propulsores do 
desenvolvimento sustentável da região. 
Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: 
<www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações). 
Predomina no texto a narração, já que nele se identificam um cenário e uma 
ação. 
Comentário: É fácil perceber que o texto não é narrativo. Ele é dissertativo. 
Note que o DXWRU� ODQoD�XPD�WHVH�³Um dos principais desafios para o Brasil é 
conhecer a Amazônia.´��(P�VHJXLGD��GLVFRUUH�VREUH�DOJXPDV�FRQVLGHUDo}HV�D�
respeito da Amazônia. 
 Para confirmar que o texto é dissertativo, veja os tempos verbais: os 
verbos estão predominanWHPHQWH� QR� SUHVHQWH� �³é´�� ³impõe´�� ³vive´�� ³faz´��
³são´���R�TXH�FRQILUPD�DOJXPDV�FRQVLGHUDo}HV�GR�DXWRU�D�UHVSHLWR�GR�WHPD��-i�
a narrativa se baseia em contar uma história. Assim, deve-se utilizar de 
verbos no passado, o que pouco ocorreu neste texto. Com isso, notamos que 
a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
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Questão 26: Antaq 2014 Técnico (banca CESPE) 
 Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura 
mundial no período do século III a.C. ao século IV d.C. Sua famosa Biblioteca 
continha praticamente todo o saber da Antiguidade em cerca de 700.000 rolos 
de papiro e pergaminho e era frequentada pelos mais conspícuos 
sábios, poetas e matemáticos. 
 A Biblioteca de Alexandria estava muito próxima do que se entende hoje 
por Universidade. E faz-se apropriado o depoimento do insigne Carl B. Boyer, 
em A História da 0DWHPiWLFD�� ³$�8QLYHUVLGDGH�GH�$OH[DQGULD� HYLGHQWHPHQWH 
não diferia muito de instituições modernas de cultura superior. Parte dos 
professores provavelmente se notabilizou na pesquisa, outros eram melhores 
como administradores e outros ainda eram conhecidos pela sua capacidade de 
HQVLQDU�´ 
 Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e 
seu irmão, o imperador Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia 
ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou até as dependências da 
Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. 
 Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os 
livros da Biblioteca, utilizando o seguinte o DUJXPHQWR��³RX�RV�OLYURV�FRQWrP�R�
que está no Alcorão e são desnecessários ou contêm o oposto e não devemos 
lê-ORV�´ 
 A destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o 
maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. 
 Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em 
ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente 
de transformação do nosso modus vivendi et operandi. 
 É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e 
uma das mais democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. Mas, 
como toda inovação, a Internet tem potencial cuja dimensão não deve ser 
superdimensionada. Seu conteúdo é fragmentado, desordenado e, além disso, 
cerca de metade de seus bites é descartável. 
Jacir J. Venturi. Internet: <www.geometriaanalitica.com.br> (com adaptações). 
Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinião, identificam-se 
trechos narrativos e dissertativos. 
Comentário: Esta questão abordou o gênero textual, conforme previa o edital 
deste concurso. O artigo de opinião se baseia, como o próprio nome sugere, 
na expressão da opinião livre de seu autor. Com base em alguns fundamentos 
(legais, de especialistas, ou dados técnicos), o autor fica livre para dar sua 
opinião, às vezes, recomendando ações, chamando a atenção do leitor a 
determinada situação etc. 
 Bom, importa observar que a questão também se baseou na tipologia 
textual, pois podemos verificar no texto um histórico, passagens como o 
terceiro e quarto parágrafos, em que os verbos aparecem no passado, 
marcando ações, movimentos. Além disso, fica fácil perceber os elementos da 
narrativa, como tempo, cenário, personagens, falas, isto é, tudo que 
percebemos numa história. Veja: 
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 Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e 
seu irmão, o imperador Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia 
ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou até as dependências da 
Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. 
 Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os 
livros da Biblioteca��XWLOL]DQGR�R�VHJXLQWH�R�DUJXPHQWR��³RX�RV�OLYURV�FRQWrP�R�
que está no Alcorão e são desnecessários ou contêm o oposto e não devemos 
lê-los�´ 
 Resta claro perceber os trechos dissertativos, como os dois parágrafos 
seguintes à narrativa acima. Veja: 
 A destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o 
maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. 
 Se vivemos hoje a era do conhecimentoé porque nos alçamos em 
ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente 
de transformação do nosso modus vivendi et operandi. 
 É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e 
uma das mais democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. 
 O quinto parágrafo já se inicia com uma consideração do autor, ao 
afirmar que a destruição de tal biblioteca representaria, segundo ele, o maior 
crime contra o saber em toda a história da humanidade. Isso é uma opinião. 
Pode haver gente que concorde, pode haver gente que discorde. Perceba os 
verbos no presente, o que reforça o discurso argumentativo. 
 Dessa forma, realmente, o texto possui passagens narrativas e 
dissertativas. 
Gabarito: C 
 
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 O monitor ² também chamado, em algumas instituições, de inspetor e 
bedel ² é um dos profissionais mais atuantes na esfera educacional. Ele 
transita por toda a escola, em geral conhece os alunos pelo nome e é um dos 
primeiros a ser procurado quando há algum problema que precisa ser 
solucionado rapidamente. Contudo, ele nem sempre é valorizado como 
deveria. Infelizmente, muitos diretores entendem que quem atua nessa 
função deve apenas controlar os espaços coletivos para impedir a ocorrência 
de agressões, depredações e furtos, vigiar grupos de alunos, observar 
comportamentos suspeitos e até mesmo revistar armários e mochilas. 
 Esse tipo de controle, além de perigoso ² pois os conflitos abafados por 
ações repressoras acabam se manifestando com mais violência ², contribui 
para reforçar a desconfiança entre a instituição e os estudantes. E uma 
relação fundada na insegurança fragiliza a construção de valores 
democráticos, que deveria ser um dos objetivos de todas as escolas. 
 Como qualquer profissional do ambiente escolar, os monitores também 
são educadores, e cabe à equipe gestora realizar ações formativas para que 
eles saibam como interagir com as crianças e os jovens nos diversos espaços 
(como o pátio, os corredores, as quadras, a cantina, o banheiro etc.). Com 
uma boa formação, eles serão capazes de trazer informações importantes 
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sobre a convivência entre os alunos e que poderão ser objeto de análise para 
que o orientador educacional, juntamente com o diretor e a equipe docente, 
planeje e execute intervenções. 
O papel do monitor na formação dos alunos. 
Internet: <http://gestaoescolar.org.br> (com adaptações). 
Questão 27: $� IRUPD� YHUEDO� ³WUDQVLWD´� �linha 3) foi empregada para 
transmitir a ideia de que o monitor muda constantemente de função na 
escola. 
Comentário: A afirmação está errada, pois tal verbo transmite a ideia de que 
o monitor interage bem nos diversos espaços da escola. Como ele é um dos 
primeiros contatos do aluno no dia a dia, a sua presença pode ligar o discente 
aos diversos setores necessários à resolução de problemas. Assim, 
definitivamente, o verbo não significa que o monitor tem mudança constante 
de função. 
Gabarito: E 
 
Questão 28: Infere-se que, para o autor do texto, muitos diretores de 
escolas possuem uma visão restrita sobre a função do monitor. 
Comentário: A afirmação está correta e se refere ao seguinte fragmento do 
texto: 
³Infelizmente, muitos diretores entendem que quem atua nessa função deve 
apenas controlar os espaços coletivos para impedir a ocorrência de agressões, 
depredações e furtos, vigiar grupos de alunos, observar comportamentos 
suspeitos e até mesmo revistar armários e mochilas�´ 
 Assim, realmente, para o autor do texto, muitos diretores de escolas 
possuem uma visão restrita sobre a função do monitor. 
Gabarito: C 
 
Questão 29: 2�YRFiEXOR�³VXVSHLWRV´��linha 9) foi empregado, no texto, como 
substantivo, no sentido de aqueles sobre os quais recaem suspeitas. 
Comentário: O sentido do vocábulo está correto, conforme o contexto. 
3RUpP�� R� YRFiEXOR� ³VXVSHLWRV´�� QD� OLQKD� ��� p� XP� DGMHWLYR� TXH� FDUDFWHUL]D� R�
VXEVWDQWLYR�³FRPSRUWDPHQWRV´��³observar comportamentos suspeitos´��(�QmR�
um substantivo. Por isso a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 30: De acordo com o terceiro parágrafo do texto, os monitores têm 
formação profissional na área de educação. 
Comentário: O terceiro parágrafo faz entender que os monitores são 
educadores e que por isso mesmo devem receber formação na área da 
educação. Isso fica patente nos seguintes trechos que dão a noção de futuro: 
³���� H� cabe à equipe gestora realizar ações formativas para que eles saibam 
como interagir com as crianças e os jovens nos diversos espaços (como o 
pátio, os corredores, as quadras, a cantina, o banheiro etc.). 
(...) 
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³Com uma boa formação, eles serão capazes de trazer informações 
importantes sobre a convivência entre os alunos e que poderão ser objeto de 
análise para que o orientador educacional, juntamente com o diretor e a 
equipe docente, planeje e execute intervenções�´ 
 Dessa forma, não se pode afirmar que os monitores têm formação 
profissional na área de educação. Portanto, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
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 Rubião tinha vexame, por causa de Sofia; não sabia haver-se com 
senhoras. Felizmente, lembrou-se da promessa que a si mesmo fizera de ser 
forte e implacável. Foi jantar. Abençoada resolução! Onde acharia iguais 
horas? Sofia era, em casa, muito melhor que no trem de ferro. Lá vestia a 
capa, embora tivesse os olhos descobertos; cá trazia à vista os olhos e o 
corpo, elegantemente apertado em um vestido de cambraia, mostrando as 
mãos, que eram bonitas, e um princípio de braço. Demais, aqui era a dona da 
casa, falava mais, desfazia-se em obséquios; Rubião desceu meio tonto. 
Machado de Assis. Quincas Borba. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com 
adaptações). 
Questão 31: As informações do fragmento de texto em questão são 
insuficientes para se inferir de onde ou para onde Rubião teria descido ² 
³5XELmR�GHVFHX�PHLR�WRQWR´��linha 8). 
Comentário: Note que realmente o texto não se refere a lugar de onde ou 
para onde supostamente Rubião teria descido. Assim, as informações 
constantes do fragmento do texto são insuficientes, por isso a afirmação está 
correta. 
Gabarito: C 
 
Questão 32: 2� WUHFKR� ³6RILD� ������ HP� REVpTXLRV´� �linhas 4 a 8) é 
predominantemente narrativo, o que se comprova pelas formas verbais 
flexionadas no pretérito imperfeito, empregadas pelo narrador para apresentar 
ações rotineiras de Sofia. 
Comentário: A comprovação de ser um texto narrativo normalmente ocorre 
com verbos no pretérito perfeito do indicativo, em que os personagens agem 
dentro de um determinado tempo, num cenário, havendo, portanto, uma 
sequência de ações. 
 Já no trecho abaixo ocorrem verbos no pretérito imperfeito do indicativo, 
os quais demonstram a rotina, ambientam o leitor sobre como se apresentava 
o personagem, o ambiente. Tal trecho é visto como uma ambientação ao 
leitor, o que normalmente se dá para que em seguida haja a narrativa. Veja: 
³Sofia era, em casa, muito melhor que no trem de ferro. Lá vestia a capa, 
embora tivesse os olhos descobertos; cá trazia à vista os olhos e o corpo, 
elegantemente apertado em um vestido de cambraia, mostrando as mãos, 
que eram bonitas, e um princípio de braço. Demais, aqui era a dona da casa, 
falava mais, desfazia-se em obséquios�´ 
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 Como a questão especificou o trecho acima, observamos que ele é 
descritivo, pois a intenção não é contar uma ocorrência, uma situação, mas 
caracterizá-la, ambientá-la para o leitor. 
 Portanto, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
 
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 É preciso considerar a relação entre universidade e cultura. Quais são as 
condições de preservação, de apropriação da cultura, e de reflexão crítica 
sobre ela? Mesmo um diagnóstico superficial da época em que vivemos é 
suficiente para mostrar a precariedade dessas condições. O ritmo do tempo 
histórico é marcado pelo círculo produção e consumo, até mesmo daquilo que 
HQWUDULD�QD�FDWHJRULD�GRV�³EHQV�FXOWXUDLV´��2V�IDWRUHV�GH�GHVDJUHJDomR�FXOWXUDO�
incluem o imediatismo e o caráter efêmero e disperso dos interesses que os 
indivíduos são encorajados a cultivar, a fragmentação e a distorção da 
informação, a mercantilização extremada dos meios de comunicação. 
 Os acessos ao mundo da cultura são cada vez mais intensamente 
submetidos a mecanismos industriais, sem que se assuma qualquer medida 
no sentido de garantir acesso efetivamente democrático. A universidade 
pública é uma instância em que se pode resistir, de alguma maneira e por 
algum tempo, a esse processo, sendo a instituição em que a cultura pode ser 
considerada sem as regras do mercado e sem os critérios de utilidade e 
oportunidade socialmente introjetados a partir da mídia. 
 Para que a disseminação pública da cultura fuja a determinações 
pragmáticas e economicistas, é necessário um espaço público de preservação, 
de apropriação e de reflexão. 
 As atividades que aí se desenvolvam não se podem subordinar a 
critérios da expectativa de retorno de investimento. Por isso, a universidade, 
como instituição pública, pode assumir a função de garantir o efetivo caráter 
público de que, em princípio, se revestem os bens de cultura historicamente 
legados ao presente. 
 Faz parte da autonomia da universidade pública essa relação intrínseca 
com a cultura, que permite que o acesso não seja filtrado por mecanismos de 
outras instâncias da vida social. É essa publicidade desinteressada da cultura 
² que só na instituição pública pode-se articular em algum grau ² que 
garante o conhecimento, a apropriação intelectual, a reflexão, a crítica e o 
debate. 
Franklin Leopoldo e Silva. Universidade pública e cultura. In: Estudos 
Avançados, v. 15, n.º 42, São Paulo (com adaptações). 
Questão 33: De acordo com as ideias do texto, o acesso ao mundo da cultura 
realiza-se majoritariamente mediante a ação do Estado. 
Comentário: A questão se refere ao seguinte trecho do texto: 
Os acessos ao mundo da cultura são cada vez mais intensamente 
submetidos a mecanismos industriais, sem que se assuma qualquer 
medida no sentido de garantir acesso efetivamente democrático. 
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 Assim, com base na literalidade do fragmento acima, certamente você 
percebeu que o acesso ao mundo da cultura não é realizado majoritariamente 
pelo Estado. Dessa forma, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 34: De acordo com as ideias do texto, a produção de cultura no 
ambiente universitário garante rentabilidade em relação aos investimentos 
feitos. 
Comentário: O texto se refere ao ambiente universitário das instituições 
públicas. No segundo parágrafo do texto, observa-se que esse ambiente 
universitário pode resistir aos mecanismos industriais, pois nessa instituição a 
cultura pode ser considerada sem as regras do mercado e sem os critérios de 
utilidade e oportunidade socialmente introjetados a partir da mídia. Em 
seguida, é afirPDGR� FDWHJRULFDPHQWH� QR� WH[WR� TXH� ³$V� DWLYLGDGHV� TXH� Dt� VH�
desenvolvam não se podem subordinar a critérios da expectativa de retorno 
GH�LQYHVWLPHQWR�´ 
 Assim, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
 
Questão 35: De acordo com as ideias do texto, a relação entre mercado e 
cultura é benéfica para a sociedade. 
Comentário: O texto nega veementemente a afirmação da questão, pois, no 
quarto parágrafo, é afirmado que ³$V�DWLYLGDGHV�TXH�Dt�VH�GHVHQYROYDP�não 
se podem subordinar a critérios da expectativa de retorno de 
investimento�´� 
 Assim, notamos que a relação entre mercado e cultura, na visão do 
texto, não é benéfica para a sociedade. 
Gabarito: E 
 
Prefeitura São Luís - MA 2017 Professor (banca CESPE) 
 Vez por outra, Damião deixava-se ficar, madrugada adentro, na Casa-
Grande das Minas, vendo as danças, ouvindo as cantigas, atraído pelo bater 
dos tambores. A sensação íntima de derrota pessoal, que sentia aprofundar-se 
na sua consciência, levava-o a isolar-se num canto do terreiro, metido 
consigo. Com a morte recente do Dr. Sotero dos Reis, tinha tido a esperança 
de que viriam chamá-lo para ocupar-lhe o lugar no Liceu. Esperara em vão: já 
outro professor fora nomeado. Agora, nem sequer com o apoio do velho 
mestre, que ainda lhe tinha um pouco de amizade, podia mais contar. Por 
outro lado, continuava a ver os negros maltratados, sem que nada pudesse 
fazer em seu favor. Não fazia duas semanas tinha ouvido na rua um tilintar de 
correntes, à altura do Largo do Quartel, e vira uma fila de pretos, uns 
amarrados aos outros, submissos, descendo a Rua do Sol. Nas conversas do 
Largo do Carmo, perto da coluna do Pelourinho, contavam-se novos casos de 
mortes violentas de escravos, ali mesmo em São Luís. A Lei do Ventre Livre, 
que a imprensa da Corte havia recebido com muita festa, não merecera o 
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mais breve registro da imprensa de São Luís. No fundo, pensando bem, que 
era essa lei senão uma burla? Os negros nasceriam e cresceriam nas senzalas, 
debaixo do chicote dos senhores, e só aos vinte e um anos seriam livres. Ao 
fim de tanto tempo de sujeição, que iriam fazer cá fora, sem saber em que se 
ocupar? E Damião sentia renascer no seu espírito o impulso da revolta, 
querendo denunciar a burla e protestar contra o novo engodo à liberdade dos 
negros. Mas vinha-lhe o desânimo. De que adiantava o seu protesto, se não 
dispunha de um jornal, se não tinha uma tribuna? Ao mesmo tempo arriava os 
ombros, curvando a espinha, esmagado pela convicção de sua inutilidade e de 
sua derrota. Se protestasse, como ia fazer depois para educar os filhos e 
sustentar a família? Além do mais, embora desempregado havia muito tempo, 
não perdera a esperança de colocar-se a qualquer momento, quer de novo no 
Liceu, quer no Seminário de Santo Antônio. 
Josué Montello. Os tambores de São Luís. 5.ª ed. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 374-5 (com adaptações). 
Questão 36: Depreende-VH� GR� WH[WR� &%�$�$$$�TXH� D� ³VHQVDomR� tQWLPD� GH�
GHUURWD� SHVVRDO´� �OLQKD� ��� TXH� OHYDYD� 'DPLmR� D� ³LVRODU-se num canto do 
terreiro��PHWLGR�FRQVLJR´��OLQKD����VH�GHYLD�DR�IDWR�GH 
(A) a Lei do Ventre Livre ter sido promulgada. 
(B) o Dr. Sotero dos Reis, seu mestre e amigo, ter morrido. 
(C) ele não ser dono de jornal ou político. 
(D) ele ter perdido a esperança de ser professor do Liceu ou do Seminário de 
Santo Antônio. 
(E) ele estar desempregado e não ter meios para lutar contra a escravidão. 
Comentário: A causa do sentimento de derrota está no fato de ele não poder 
denunciar a escravidão e estar desempregado. Veja isso nos trechos abaixo: 
³Com a morte recente do Dr. Sotero dos Reis, tinha tido a esperança de que 
viriam chamá-lo para ocupar-lhe o lugar no Liceu. Esperara em vão: já outro 
professor fora nomeado�´ 
(...) 
³E Damião sentia renascer no seu espírito o impulso da revolta, querendo 
denunciar a burla

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