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Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Propedêutica neurológica – coma e morte cerebral Propedêutica neurológica – coma e morte cerebral Estado de consciência — Estado de alerta → indica a capacidade do indivíduo reconhecer a si próprio e o meio, bem como interagir com este; — Dois aspectos fundamentais: Despertar da consciência: acordado ou não → avalia o nível de despertar: Glasgow → permite avaliar a porção rostral do tronco cerebral (sistema reticular ativador ascendente*). Conteúdo da consciência: lucidez → avaliado pelo MEEM → atividades psíquicas do córtex cerebral. Conteúdo da consciência Atenção Orientação Sensopercepção Pensamento Humor Vontade Obs: para se estar consciente é necessário estar acordado. Porém, nem todo mundo acordado está consciente; • Coma — Estado de rebaixamento do nível de consciência em que o indivíduo não estabelece o contato com o meio → não atende comandos, não abre os olhos e não pronuncia palavras. Corresponde a um escore na Escala de Coma de Glasgow menor ou igual a 8 pontos. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB • Delirium ou estado confusional — Estado de rebaixamento leve do nível de consciência caracterizado por alterações da atenção, orientação, sensopercepção e psicomotricidade. Avaliação do paciente em coma Degeneração rostro-caudal — Nível de consciência; — Sinais indicativos de lesão de estruturas específicas através da exploração da resposta motora, reação e tamanho da pupila, movimentos oculares e funções vegetativas, especialmente o ritmo respiratório. • Escala de COMA de Glasgow Abertura ocular + Resposta verbal + Resposta motora — Seu escore pode ser quantificado de 3 – 15. Resposta ocular: — Abertura ocular espontânea → 04 pontos; — Abertura ocular ao comando → 03 pontos; — Abertura ocular ao estímulo doloroso → 02 pontos; — Ausência de abertura ocular → 01. Resposta verbal — Paciente orientado no tempo e no espaço → 05 pontos; — Paciente confuso → 04 pontos; — Paciente pronunciando palavras inapropriadas → 03 pontos; — Paciente pronunciando sons incompreensíveis → 02 pontos; — Ausência de resposta verbal → 01 ponto; Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Resposta motora — Paciente obedece aos comandos → 06 pontos; — Paciente localiza estímulos → 05 pontos (comum em pacientes que estão acordando de anestesia geral e quer tirar o tubo orotraqueal); — Paciente retira de maneira inespecífica (flexão inespecífica) → 04 pontos; — Flexão anormal (decorticação) – flexão dos MMSS e extensão dos MMII → 03 pontos; — Extensão (descerebração) – extensão e rotação interna dos MMSS e extensão dos MMII → 02 pontos; — Ausência de resposta motora → 01 pontos. • Motricidade ocular intrínseca — Observamos o diâmetro da pupila e pesquisamos o reflexo fotomotor; — Pupilas normais → isocóricas e foto-reagentes. • Motricidade extrínseca dos olhos — Posição primária dos globos oculares; — Reflexo oculocefálico; — Reflexo oculo-vestibular → desencadeado pela estimulação do aparelho vestibular. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB Lesão irritativa do córtex → desvio do olhar para o lado oposto; Lesão destrutiva do córtex → desvio do olhar para o mesmo lado da lesão; Lesão destrutiva do tronco cerebral → desvio do olhar para o lado oposto. • Funções vegetativas — Ritmo respiratório; Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — Ritmo cardíaco; — Pressão arterial; — Temperatura. Obs: como o paciente geralmente está sedado, o que a gente mais avalia é o Glasgow e o estado pupilar. Morte cerebral Definição de morte → parada circulatória e respiratória irreversível / parada irreversível de todas as funções cerebrais e do tronco cerebral. • Morte encefálica — Causa da morte tem que ser conhecida e irreversível; — COMA aperceptivo (Glasgow 3) com ausência de reflexos de tronco encefálico; — Apneia. Obs: Resolução do CFM/97 → parada total e irreversível das funções encefálicas de causa conhecida e constatada de modo indiscutível, caracterizada por coma aperceptivo, com ausência de resposta motora supra-espinhal e apneia. No Brasil, são necessários 2 exames clínicos e um complementar para confirmar. PIC = PAM → parada circulatória encefálica Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — O diagnóstico da morte encefálica independe da possibilidade de doação de órgãos. Além disso, a notificação da suspeita de morte encefálica é obrigatória; • Etapas diagnósticas — Identificar a causa da morte encefálica → causas vasculares (AVEI e H), TCE, tumores intracranianos, encefalopatia anóxica (pós-parada cardíaca), etc; — Afastar causas reversíveis → drogas depressoras do SNC, hipotermia, etc; — Exame clínico → dois exames que devem ser feitos por médicos diferentes. Há um tempo que deve ser respeitado entre um exame e o outro. ❖ Deve-se constatar a presença do coma aperceptivo (Glasgow 3); ❖ Reflexo oculo-motor → mesencéfalo NC II (aferente) NC III (eferente) → pupila média ou midriática e fixa :. Ausência dos reflexos pupilares; ❖ Reflexo coreno-palpebral → ponte via aferente (NC V) – sensibilidade da córnea; via eferente (NC VII) – piscar o olho como reflexo :. Ausência de reflexo de piscar ao estímulo da córnea; ❖ Reflexo oculo-cefálico → mesencéfalo e ponte NC VIII (aferente) NC III, IV, VI (eferente) – o normal é o olho apresentar desvio para o lado oposto do movimento da cabeça :. Ausência desse reflexo são os “olhos de boneca”; ❖ Reflexo oculo-vesticular → mesencéfalo e ponte NC VIII (aferente) NC III e VI (eferente) – espera-se o desvio para o lado do estímulo em indivíduos normais. (negativo p/ morte) ❖ Reflexo da tosse → bulbo NC IX (aferente) e NC X (eferente) – deve-se estimular a carina traqueal para estimular a tosse ou movimentos torácios/ reflexo de vômito com estímulo da faringe posterior :. Ausência desses reflexos indica que não há funcionamento bulbar. Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB ❖ Teste da apneia → colocar oxigênio no paciente 100% por 10 min. Após isso, coletar gasometria arterial e retirar o paciente do respirador. Colocar o cateter na sonda orotraqueal O2 deixando o paciente em apneia por 10 min continuando o monitoramento da saturação e frequência cardíaca. Depois desses 10 min de apneia, deve-se fazer outra gasometria arterial e comparar os dois resultados. — Positivo: Caso após esses 10 min o paciente não apresentar movimentos respiratórios efetivos. Além disso, observa-se na segunda gasometria aumento de 20 pontos na PCO2 em relação à primeira gasometria ou PCO2 > 65 mmHg. — Negativo: inconclusivo se o paciente desenvolve arritmias, queda da saturação, hipotensão ou valores da PCO2 não alcançarem o previsto. ❖ Reatividade infra-espinhal (medular) Ausência de movimentos rítmicos dos músculos da face; Pode haver presença de → babinski, reflexo de lázaro (flexão do cotovelo, do quadril e dos joelhos) – reflexos medulares. — Exame complementar ❖ Eletroencefalograma → mostrar ausência de atividade elétrica; ❖ Angiografia cerebral ❖ Doppler transcraniano Pedro Macedo – Turma 09 – Medicina UFOB — Hora da morte: horário do último exame (quando o protocolo de morte encefálica for fechado).
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