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Semiologia do Sistema Genital Feminino

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Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA: 
Introdução: 
 Genitália externa ou vulva: 
 
Inclui: 
- Monte de Vênus; 
- Grandes e pequenos lábios; 
Vestíbulo (meato uretral, introito vaginal, hímen, glândulas 
parauretrais ou vestibulares menores ou de Skene e 
glândulas maiores ou Bartholin); 
- Órgão erétil principal ou clitóris. 
 
 Períneo: 
Conjunto de músculos e de fáscias que “fecham” a 
pelve. É atravessado pelo, pela vagina e pela uretra. 
Para fins clínicos, é dividido em períneo anterior 
(genital) e em períneo posterior (retal) por uma linha 
traçada entre os ísquios e pelos músculos transversos do 
períneo. 
Os músculos do períneo constituem o diafragma pélvico 
(levantador do ânus), o diafragma urogenital (músculos 
transverso superficial do períneo, transverso profundo do 
períneo, bulbocavernoso e isquiocavernoso) e as estruturas 
esfincterianas (esfíncter externo do ânus e esfíncter 
externo da uretra). 
 
 Genitália interna: Compreende a vagina, o útero, as tubas e 
os ovários. 
O útero tem três camadas: a serosa, o miométrio 
(espessa porção de músculo liso) e o endométrio (estrutura 
interna, que forra a cavidade uterina). 
O endométrio tem duas camadas: a basal e a funcional. 
Na primeira são encontradas as principais estruturas 
vasculares, as quais não se destacam na menstruação. A 
segunda subdivide-se em compacta e em esponjosa, sendo 
que ambas se desprendem com a menstruação e após o 
parto. 
 
 
 
Ciclo menstrual: 
 
 
 
Semiologia do Sistema Genital Feminino 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
EXAME CLÍNICO: 
Anamnese: 
 Antecedentes pessoais fisiológicos: 
 Ciclo menstrual: ritmo e duração das menstruações; 
 Menarca; 
 Pubarca e telarca; 
 DUM; 
 Sexarca; 
 G-P-A;  tipos de parto 
 Evolução da gestação; 
 Evolução do puerpério e da lactação; 
 Uso de anticoncepcionais. 
 
 Antecedentes pessoais patológicos: 
 Moléstias infectocontagiosas; 
 Diabetes melito; 
 Doenças ginecológicas anteriores; 
 Tratamentos especializados (radioterapia, hormonioterapia, 
cauterizações, curetagens e antibioticoterapia). 
 
 História familiar: 
 Ocorrência de tuberculose; 
 Diabetes melito; 
 Neoplasias; 
 Endocrinopatias; 
 Anomalias genéticas; 
 Moléstias hereditárias ou de ocorrência familiar. 
 
Sinais e sintomas: 
 Recebem essa denominação quaisquer sangramentos, sem 
as características da menstruação normal. Sendo elas 
classificadas em hemorragia uterina orgânica e hemorragia 
uterina funcional ou disfuncional; 
 Hemorragia uterina orgânica: 
- Ocorre em inflamações, neoplasias benignas e 
malignas, afecções não ginecológicas como hepatopatias, 
coagulopatias, entre outras; 
- Metrorragia: quando a hemorragia não é um 
sangramento cíclico, inexistindo, portanto, ritmo ou 
periodicidade. Pode ser confundida com as hemorragias de 
origem vaginal ou vulvar decorrentes de traumatismos, de 
ulcerações ou de neoplasias. 
 
 
 Hemorragia uterina funcional ou disfuncional: 
- É uma hemorragia que não se relaciona com neoplasias, 
doenças inflamatórias ou gravidez; 
- Geralmente, é causada por disfunção ovariana e por 
ausência de ovulação, acompanhada de irregularidades 
do ciclo menstrual. 
 Menstruação: sangramento cíclico que ocorre cada 21 a 35 
dias, durando de 2 a 8 dias, com perda sanguínea de 50 a 
200 ml; 
 Polimenorreia: quando a menstruação ocorre com 
intervalo menores que 21 dias; 
 Oligomenorreia: quando a menstruação ocorre com 
intervalos maiores que 35 dias; 
 Amenorreia: falta de menstruação por um período de 
tempo maior do que três ciclos prévios; 
 Hipermenorreia: quando a menstruação dura mais de 8 
dias; 
 Hipomenorreia: quando dura menos de 2 dias; 
 Menorragia: quando há excessiva perda de sangue 
durante o fluxo menstrual. Às vezes, confunde-se com 
hipermenorreia; 
 Metrorragia: quando a perda de sangue não obedece ao 
ritmo do ciclo menstrual; 
 Dismenorreia: conjunto de sintomas que podem 
acompanhar a menstruação. Esse termo significa 
menstruação dolorosa. Lombalgia com irradiação para 
baixo ventre e para as pernas, náuseas e cefaleia. Pode ser: 
- Primária: Ou intrínseca, essencial ou idiopática, quando 
ocorre em pcts sem nenhuma causa orgânica. 
Acompanha os primeiros ciclos menstruais; 
- Secundária: quando relacionada com qualquer doença 
pélvica orgânica como endometriose, mioma submucoso, 
doença inflamatória ou presença de DIU. Após vários ciclos 
menstruais, instala-se tal cortejo sintomático. 
Obs.: Síndrome da Dismenorreia: Dor na região hipogástrica, 
como cólica, durante a menstruação (algomenorreia) + lombalgia 
com irradiação para o baixo ventre e para as pernas + náuseas 
+ cefaleia. 
Obs.: Síndrome pré-menstrual (SPM)/Tensão pré-
menstrual: conjunto de sintomas que surgem na segunda 
metade do ciclo menstrual e desaparecem com a ocorrência da 
menstruação. Os principais são: cefaleia, mastalgia, peso no 
baixo ventre e nas pernas, irritação, nervosismo e insônia. Seu 
mecanismo fisiopatológico básico é a retenção de sódio e de 
água. 
Hemorragias 
Distúrbios Menstruais 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
 A localização habitual é a região pélvica. Sendo, às vezes, 
abdominopélvica ou lombossacra; 
 Pode ser espontânea ou provocada pelo coito, por 
deambulação, por ortostatismo ou por palpação; 
 Pode ser contínua, paroxística ou relacionada com o ciclo 
menstrual; 
 Diagnóstico diferencial: causas psíquicas, afecções dos 
órgãos do sistema urinário, digestivo e osteoarticular; 
 As principais causas de dor pélvica são os processos 
inflamatórios, as distopias genitais, as neoplasias anexiais, 
a prenhez ectópica e a endometriose; 
 Nos processos inflamatórios agudos, a dor é de localização 
pélvica, aguda, contínua, espontânea, podendo, com a 
expansão do processo, alcançar outras regiões; 
 Dispareunia: dor durante o ato sexual. É a regra tanto nas 
infecções pélvicas como nas da vulva e da vagina; 
 As distopias genitais só provocam dor em casos 
excepcionais. 
- Prolapso genital: dor lombossacra por estiramento dos 
ligamentos cardinais e uterossacros; 
- Retroversões fixas (sequelas de ginecopatias anteriores): 
algumas determinam dor pélvica e lombar, descontínua, 
crônica, que se acentua com o esforço e durante o coito; 
 As neoplasias anexiais habitualmente não acompanham dor; 
 Aderências, compressões de órgãos vizinhos e torção dos 
pedículos tumorais podem desencadear sintomatologia 
dolorosa, de localização geralmente pélvica, contínua, 
espontânea ou provocada, podendo irradiar-se para o 
abdome superior e/ou para os MMII. Nos traumatismos que 
acompanham torção de pedículo, surge dor intensa, 
espontânea e aguda; 
 Prenhez ectópica: Enquanto estiver íntegra, determina a dor 
pélvica, sem irradiação, surda, principalmente após esforço. 
Sua ruptura modifica totalmente o quadro, aparecendo, 
então, dor aguda, espontânea, acompanhada de sinais de 
irritação peritoneal, lembrando o quadro de apendicite ou de 
diverticulite aguda; 
 Endometriose: Quando as lesões são mínimas, não há dor. A 
extensão do processo provoca a sintomatologia clássica: 
dor periódica (dismenorreia), paroxística e progressiva. A 
localização geralmente é pélvica, mas pode ser também 
lombar ou perineal (retal), com agravamento durante a 
evacuação. 
 Deve-se esclarecer a época de seu aparecimento, sua 
localização, a velocidade de crescimento, bem como a 
presença de outros sintomas originados de eventual 
compressão de órgãos vizinhos; 
 Podem ser abdominopélvicas, vaginais e vulvares; 
 Podem ser classificadas em falsas (distensão vesical ou 
intestinal e pseudociese) e verdadeiras (miomas, neoplasias 
ovarianas e tubárias), firmes (miomas), císticas e sólido-
císticas (neoplasias do ovário), malignas (carcinomas), 
benignas (miomas, cistos ovarianos) e inflamatórias 
(piossalpinge). A genitália da mulher na menacme é úmida, tendo a vagina 
um pH de 4 a 4,5 devido ao desdobramento do glicogênio do 
epitélio vaginal em ácido láctico, sob a ação dos bacilos de 
Doderlein, na presença dos estrogênios. Essas condições 
constituem o chamado mecanismo de autodepuração e de 
defesa da vagina; 
 Corrimento ou leucorreia: alteração das 
características da secreção normal, que o aspecto de” 
catarro fluido” ou de “clara de ovo”; 
- Fisiológico (estímulo estrogênico): 
 Secreção das glândulas endocervicais 
 Descamação vaginal 
- Patológico: 
 Flora mista (germes “sépticos” ou “inespecíficos”) 
 Germes específicos 
 A secreção aumenta sob ação estrogênica (pico ovulatório 
e terapêutica hormonal); 
 Hidrorreia: corrimento aquoso, abundante, como se 
fosse o descrito como normal, mas em grande 
quantidade, pode significar varicocele pélvica, 
retroversão uterina fixa ou uso de pílulas 
anticoncepcionais; 
 Tricomonas e/ou gonococos: amarelo, espesso, fétido e 
espumoso; 
 Candida: branco, em grumos, como nata de leite ou coco 
ralado; 
 Neoplasias e inflamações mais graves: aspecto de água 
de carne; 
 O prurido, a ardência e o odor fétido sempre 
acompanham o corrimento patológico. 
 Como sintoma isolado é pouco frequente. Porém, pode ser 
muito intenso e penoso para a pct; Tumoração 
Corrimento 
Prurido vulvar 
Dor 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
 Costuma surgir nas lesões distróficas da vulva 
(principalmente em pcts idosas) e nas vulvites 
micóticas e alérgicas; 
 O prurido vulvar é um sintoma frequente no diabetes; 
 O CA da vulva está quase sempre associado a prurido. 
 
 Dispareunia: compreende os distúrbios dolorosos do coito. 
- Vaginismo e a contratura dolorosa da musculatura 
vaginal, podendo inclusive impossibilitar a penetração do 
pênis. Esta é a chamada dispareunia inicial ou externa, 
referida pelas pcts como a dor “por fora”. Costuma ser um 
espasmo reflexo de lesões dolorosas de localização vulvar, 
tais como ulcerações, vulvites micóticas e herpéticas, 
estenoses, malformações, distrofias e cicatrizes dolorosas 
ou vaginais, tais como colpites intensas, atrofias e 
cicatrizes; 
- Dispareunia terminal ou interna: é referida como a dor 
“por dentro”. Ambas podem ser relativas ou absolutas, 
conforme impossibilitem ou apenas dificultem o coito. Tem 
como causas principais: lesões traumáticas (coito abrupto, 
lacerações da vagina), afecções inflamatórias (colpites, 
parametrites) e as lesões tróficas (atrofia vaginal); 
- A dispareunia pode ser orgânica, decorrente de lesões do 
canal vaginal, ou ser a somatização de problemas 
emocionais. 
 Disfunção sexual ou frigidez: é a impossibilidade de 
alcançar o orgasmo durante o coito ou, em sentido mais 
amplo, durante qualquer tipo de atividade sexual. Pode 
ser primária ou secundária, obrigatória ou circunstancial. 
Obrigatória é quando há incapacidade absoluta para o 
orgasmo e circunstancial quando for seletiva com 
referência ao parceiro. Muitas vezes, a dor não impossibilita 
o coito, mas impossibilita o orgasmo. 
 Alterações na distribuição dos pelos podem acompanhar 
certos desequilíbrios hormonais; 
 A produção aumentada de androgênios pelas suprarrenais 
ou pelos ovários, como nos casos dos ovários policísticos, 
pode provocar crescimento excessivo de pelos no buço, na 
face, nos lobos das orelhas, no triângulo púbico superior, no 
tronco ou nos membros; 
 Cumpre assinalar que alguns medicamentos podem causar 
hirsutismo, incluindo ciclosporina, minoxidil, diazóxido, 
corticoides e penicilinamina; 
 Rarefação ou ausência de pelos: 
- Mulheres pós-menopausadas; 
- Síndrome de Morris: condição caracterizada pela 
incapacidade parcial ou total da célula para responder 
aos andrógenos como a testosterona. 
Obs.: Climatério x Menopausa 
O climatério é a fase de transição entre menacme 
(período reprodutivo) e a senectude (período não 
reprodutivo). Inicia-se com a queda da capacidade reprodutiva 
ao redor dos 40 anos. Esse período é subdividido em pré, peri e 
pós-menopausa. 
A menopausa é a data do último fluxo menstrual; só 
pode ser datada após 1 ano sem menstruações e representa 
a falta da ovulação e a falência ovariana. A idade média em 
que ocorre é entre 48 e 52 anos; quando ocorre antes dos 40 
anos é chamada de precoce e após os 52 anos é chamada de 
tardia. 
 
EXAME FÍSICO: 
 Exame físico geral: avaliação do estado geral, dos linfonodos 
e do estado de nutrição, caracterização do biotipo e 
determinação do peso e da altura; 
 Exame ginecológico: exame das mamas, do abdome e da 
genitália. 
 A pct deve ser colocada na posição “ginecológica”, de modo 
a expor mais facilmente a genitália externa. Na maioria dos 
caos, essa posição é suficiente. Porém, quando é preciso 
analisar melhor a parede anterior da vagina, no seu terço 
superior, torna-se necessária a posição genupeitoral ou de 
“prece maometana”; 
 Nos casos de prolapso e de incontinência urinária de 
esforço, a pct deve também ser examinada de pé; 
Obs.: Em qualquer das posições, é necessário que a pct se 
encontre o mais cômoda possível, bem apoiada, de modo a não 
contrair a musculatura. 
Inspeção estática: 
 Avaliação da pilificação: 
- Monte de Vênus, região perineal, raiz das coxas e região 
anorretal; 
- Rarefação ou ausência de pelos: pode ocorrer nas pcts em 
pós-menopausa ou com síndrome associadas á 
insensibilidade aos androgênios, como a síndrome de Morris 
Distúrbios sexuais 
Alteração dos pelos 
Exame da genitália 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
(pseudo-hermafrodita masculino – ausência de pelos 
pubianos); 
- Aumento dos pelos: denominado hirsutismo, que pode ser 
constitucional ou representar aumento de androgênio 
decorrente de distúrbios dos ovários ou das suprarrenais; 
- Deve-se descrever os pelos como adequados para etnia, 
idade e sexo ou inadequados. 
 
 Grandes e pequenos lábios: 
- Avaliar a morfologia e o trofismo, que podem estar 
alterados na dependência do nível de estrogênio endógeno 
ou exógeno presente; 
- Infância: grandes lábios mais evidentes do que os 
pequenos, em virtude da não estimulação estrogênica; 
- Adolescência: após a menarca e com a puberdade, ocorre 
aumento da produção de hormônios sexuais, propiciando a 
maturação da genitália feminina;  Escala de Tanner 
- Pós-menopausa: os grandes lábios se atrofiam novamente, 
dando a impressão de que os pequenos lábios são maiores. 
 
 Glândulas de Bartholin: são responsáveis pela lubrificação 
vaginal. Em condições normais, não são palpáveis. Porém, 
quando inflamadas, é possível que cresçam formando uma 
tumoração no introito vulvar indicativa de bartholinite; 
 
 Hímen: Observa-se integridade e morfologia. A membrana 
himenal se apresenta em várias configurações, como 
anular, fimbriada, cribriforme e imperfurada; 
 
 Períneo ou corpo perineal: espaço entre a fúrcula vaginal e 
o ânus. Em sua avaliação, deve-se descrever a presença de 
rupturas advindas de partos, lesões da pele e de processos 
infecciosos ou inflamatórios. 
 
Inspeção dinâmica: 
 Solicita-se à pct que realiza movimentos que aumentem a 
pressão abdominal, tornando evidentes as distopias 
genitais, que são reflexos do enfraquecimento das 
estruturas que forma o assoalho pélvico; 
 
 Manobra de Valsalva: 
- Prolapso (procidência) do útero; 
- Abaulamento das paredes vaginais; 
- Perda de urina. 
 
 Procidência da parede vaginal anterior: cistocele; 
 
 Procidência da parede posterior: retocele. 
 
 
Obs.: Teste de Collins: É a embrocação da vulva com o azul de 
toluidina. Neste exame, as lesões coradas em azul serão 
consideradas suspeitas, sendo necessária a realização de 
biopsia. O ácido cético também é utilizado para investigar lesões 
suspeitas na vulva; neste caso, as lesões ficam coradas de 
branco, sendo chamadas de acetobrancas. 
 
Exame especular: 
Obs.:Não deve ser feito em mulheres virgens. Para avaliação 
dessas mulheres, utiliza-se o colpovirgoscópio. 
 Utiliza-se o espéculo de Collins, que deve ser introduzido 
com uma angulação de 45o para se desviar do meato uretral. 
Posteriormente, é colocado de tal forma que as paredes 
anterior e posterior sejam deslocadas; 
 
 Tem como finalidade inicial a coleta de material para exame 
citológico, bacteriológico, cristalização e filância 
(capacidade dos fluídos formarem fios quando esticados, 
posteriormente retornando a sua forma original) do muco 
cervical; 
 
 Inicia-se com a inspeção de secreções vaginais: 
- Trofismo: reflete a ação do estrogênio sobre este tecido; 
- Menacme: paredes vaginais rugosas e úmidas; 
- Pós-menopausa: lisas e secas. 
 
 Secreções: 
- Secreção clara, cristalina e límpida é considerada 
fisiológica; 
- pH da secreção normal: inferior a 4,5; 
- pH elevado pode ser atribuído a infecção ou substâncias 
exógenas; 
- Se houver secreção anormal, esta deve se avaliada quanto 
ao volume, cor, consistência e odor. 
 
 Fundos de saco vaginais: 
- Abaulamentos podem indicar a presença de tumoração 
pélvica; 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
- Coleção intra-abdominal, como sangue ou pus. 
 Colo do útero: 
- Localização; 
- Morfologia; 
- Tamanho; 
- Aspecto do orifício. 
Obs.: O colo do útero, por exemplo, pode estar desviado para um 
dos lados, em razão da presença de um tumor ovariano ou 
mesmo de um grande mioma que esteja desviando o corpo do 
útero. 
 
Toque vaginal: pode ser unidigital, bidigital e combinado. Nele 
são avaliados a vagina, o colo do útero, os anexos e o fundo de 
saco posterior (saco de Douglas). 
Obs.: Não fazer em pcts com hímen íntegro. As informações da 
genitália interna deverão ser obtidas pelo toque retal. 
 Toque unidigital: 
- Por ser bem tolerado, deve ser o inicial, pois propicia a 
indispensável colaboração da pct; 
- Manobras realizadas: 
 Expressão da uretra; 
 Palpação das glândulas vestibulares; 
 Palpação das paredes vaginais. 
 
- Observando-se: 
 Elasticidade; 
 Capacidade; 
 Extensão; 
 Superfície; 
 Irregularidades; 
 Sensibilidade; 
 Temperatura. 
 
- Obtêm-se também uma primeira impressão sobre os 
fundos de saco e o colo do útero. 
 
 Toque digital: 
- Analisam-se o colo do útero e os fundos de saco vaginais; 
- Colo de útero: 
 Orientação; 
 Forma; 
 Volume; 
 Superfície; 
 Consistência; 
 Comprimento; 
 Sensibilidade; 
 Mobilidade; 
 Orifício externo (puntiforme, entreaberto, 
permeável à polpa digital); 
 Lacerações. 
 
- Fundos de saco ou fórnices: 
 Distensibilidade; 
 Profundidade; 
 Sensibilidade; 
 Se estão livres ou ocupados, rasos ou bombeados. 
Obs.: Quando ocupados, definir se trata-se de 
tumoração sólida ou cística, se dolorosa ou indolor, se 
fixa ou não. 
 Toque combinado ou bimanual: 
- É realizado da seguinte maneira: enquanto uma das mãos 
palpa o hipogástrio e as fossas ilíacas, a outra realiza o 
toque vaginal, retal ou o combinado (retovaginal); 
- É a melhor maneira de obter uma ideia tridimensional da 
pelve da mulher; confirma e complementa os dados obtidos 
com as técnicas anteriores; 
- Realiza-se a introdução dos dedos indicador e médio da 
mão dominante. Deve-se lembrar de utilizar lubrificantes na 
luva para facilitar o exame. Com a mão abdominal, auxilia-se 
a varredura dos órgãos pélvicos comprimindo a parede 
abdominal com o intuito de aproximá-los do toque vaginal; 
- Colo e corpo do útero: 
Analisam-se: 
 Posição;  anteroversofletido, retroversofletido, 
medianizado ou lateralizado. 
 Simetria; 
 Forma; 
 Tamanho;  anotado em cm, em relação à cicatriz 
umbilical ou em comparação às semanas de 
gestação, no caso das grávidas. 
 Consistência;  pode ser normal, amolecida, 
dura, lenhosa ou pétrea. 
 Superfície;  pode ser lisa, regular, nodular ou 
lobulada. 
 Mobilidade; 
 Sensibilidade. 
 
As retroversões podem ser de primeiro, segundo ou 
terceiro graus, fixas ou móveis (apenas as fixas têm expressão 
clínica). 
- Anexos: 
 Se são palpáveis ou não; 
 Dolorosos ou indolores; 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
 De volume normal ou aumentado, com presença ou não 
de tumor; 
 Se tiverem aspecto tumoral, verificam-se: 
o Forma; 
o Volume; 
o Consistência; 
o Superfície; 
o Mobilidade; 
o Sensibilidade. 
Fazendo-se o diagnóstico diferencial com as neoplasias do 
corpo uterino, principalmente as pediculadas, e com as 
neoplasias extragenitais. 
- As manobras de mobilização do corpo uterino, 
instrumentais ou não, são de grande utilidade; 
- Os ovários são palpáveis em mulheres na menacme, 
magras e que auxiliam no exame. Na pós-menopausa, os 
ovários são palpáveis em apenas 30% das pacientes, sendo 
que estas requerem uma investigação mais detalhada, 
embora na maioria dos casos haja uma doença benigna; 
- As trompas não são palpáveis no exame normal, mas 
podem ser encontradas, quando acometidas por processos 
inflamatórios ou neoplásicos. 
Obs.: Para a diferenciação de massas pélvicas uterinas e anexiais 
são utilizadas duas manobras: 
Manobra de Weibel: consiste em observar a mobilidade do colo do 
útero ao se movimentar o tumor através do abdome. Se o colo se 
mover, suspeita-se de patologia uterina 
Manobra de Hega: nesta manobra mobiliza-se a tumoração após 
a colocação de uma pinça de Pozzi no colo, cuja movimentação 
permite suspeitar da origem da massa pélvica. 
 
Toque retal: 
 É um exame indispensável na avaliação dos órgãos genitais 
internos, pois é a única maneira de avaliar corretamente as 
condições dos paramétrios;  paramétrios e massas 
pélvicas 
 Verificar a presença de afecções do canal anal ou do reto; 
 Mulheres virgens; 
 As principais indicações são tumorações pélvicas e CA do 
colo do útero. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
 Histerometria: tem por objetivo medir o comprimento do 
canal cervical e a profundidade da cavidade uterina; 
 Colpocitologia: compreende a citologia oncoparasitária, a 
citologia a fresco e a citologia hormonal; 
 Colposcopia: é o estudo do colo do útero com o uso de um 
aparelho chamado colposcópio. É importante para a 
detecção de lesões pré-cancerosas e malignas do colo do 
útero, possibilitando a realização de biopsias guiadas. 
Realiza-se o teste de Schiller, do ácido acético e de Collins 
(vulvoscopia); 
 Biopsia: diagnóstico histopatológico de lesões suspeitas de 
malignidade; 
 Exame bacteriológico das secreções vaginais; 
 Culdocentese: consiste na punção do fundo de saco 
posterior (Douglas) com uma agulha fina. É utilizado para 
diferenciar patologias que provocam abdome agudo; 
 Histerossalpingografia: consiste na radiografia do útero e 
das tubas após introdução de contraste através do orifício 
do colo. Tem por objetivo a visualização do canal cervical, da 
cavidade uterina, bem como avaliar a permeabilidade das 
tubas; 
 Laparoscopia: principais indicações: propedêutica da 
esterilidade, principalmente nos casos sem causa aparente; 
dor pélvica cuja causa permanecer inexplicada após a 
investigação básica; suspeita clínica de endometriose; 
suspeita de prenhez ectópica; suspeita de malformação do 
trato genital feminino (ausência de útero e da vagina); 
suspeita de tuberculose genital; para realizar a esterilização 
tubária; 
 Histeroscopia: deve ser indicada sempre que houver 
necessidade de avaliação da cavidade uterina e do canal 
cervical, substituindo, com vantagens, procedimentos mais 
invasivos e dispendiosos; 
 USG; 
 Dosagens hormonais. 
 
DOENÇAS DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS: 
Afecções Vulvares: 
 Lesões ulceradas: 
- O herpes genital é uma DST causada por um vírus (herpes-
vírus humano). Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões 
vesiculares que, em pouco dias, se transformam em 
pequenas úlceras, precedidas de ardência, prurido e dor; 
- Outras lesõesulceradas: sífilis primária, cancro mole, 
linfogranuloma venéreo, donovanose e erosões traumáticas 
infectadas. 
 
 Neoplasia de vulva: 
- 65 a 75 anos; 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
- Principal sintoma: prurido;  geralmente está presente 
há meses ou anos antes de a pct procurar o médico. 
- Dor, ardor e sangramentos; 
- Diagnóstico: inspeção e realização de biopsia da área 
suspeita. 
 
 Uretrite gonocócica: 
- DST; 
- Período de incubação: 2-5 dias; 
- Sintoma precoce: sensação de prurido na fossa navicular 
que vai se estendendo para toda a uretra; 
- Após 1-3 dias: Prurido + disúria + corrimento mucoide que 
evolui para corrimento purulento e abundante; 
- Em algumas pacientes, pode haver febre e outras 
manifestações de infecção aguda. 
 
 Uretrite não gonocócica (UNG): 
- DST; 
- Principal agente: : C.thachomates;  uretrite subaguda 
em cerca de 50% das pcts 
- Corrimento mucoide e discreto; 
- Disúria leve e intermitente. 
 
Afecções vaginais: 
 Vulvovaginites (leucorreias): É toda manifestação 
inflamatória e/ou infecciosa da vulva, vagina e ectocérvice. 
Muitas vezes é assintomática. 
 
 Vaginose bacteriana: 
- Corrimento vaginal branco-acinzentado de aspecto fluido 
ou cremoso, algumas vezes bolhoso; 
- Odor fétido, mais acentuado após o coito e durante a 
menstruação; 
- 50% das mulheres são assintomáticas. 
 
 Candidíase vulvovaginal: 
- Principal sintoma: prurido vulvovaginal de intensidade 
varivável; 
- Ardor ou dor à micção; 
- Corrimento esbranquiçado, grumoso, inodoro e com 
aspecto caseoso; 
- Edema vulvar; 
- Fissuras e maceração da vulva; 
- Dispareunia; 
- Fissuras e macerações da pele e vagina; 
- Colo recoberto por placas brancas ou branco-
acinzentadas, aderidas à mucosa; 
- Coloração vermelha na vagina, hiperemia. 
 Tricomoníase: 
- DST; 
- Corrimento abundante, amarelo ou amarelo-esverdeado, 
bolhoso; 
- Prurido; 
- Irritação vulvar; 
- Dor pélvica (ocasional); 
- Disúria e polaciúria; 
- Hiperemia da mucosa e com placas avermelhadas (colpite 
difusa e/ou focal). 
 
 Bartholinite: 
- O diagnóstico de infecção da glândula de Bartholin é 
geralmente clínico; 
- O quadro é típico com massa amolecida uni ou bilateral no 
terço inferior do introito vaginal, entre o vestíbulo e o 
grande lábio. A flora é geralmente mista, mas alguns 
patógenos específicos, como o gonococo, podem ser 
encontrados. 
Obs.: Não se deve confundir com o cisto de Bartholin, que também 
é massa cística na mesma topografia, mas não apresenta sinais 
inflamatórios. 
 
Afecções do colo uterino: 
 HPV: 
- Assintomáticas; 
- Condilomas acuminados: podem ser únicos ou múltiplos, 
restritos ou difusos e de tamanho variável. São altamente 
contagiosos. 
 
 Neoplasia de colo uterino: 
- Sangramento: espontâneo ou provocado por atividade 
sexual; 
- Principal fator de risco: infecção pelo HPV; 
- Exames diagnósticos: citologia, colposcopia e biopsia. 
 
 Pólipo cervical: 
- Proeminência hiperplásica focal da mucosa endocervical, 
incluindo epitélio e estroma, séssil ou pediculada que se 
exterioriza pelo orifício cervical externo; 
- Hemorragia durante atividade sexual; 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
- Corrimento de odor fétido; 
- Sangramento espontâneo. 
 
 Cervicite: 
- Cervicite mucopurulenta ou endocervicite é a inflamação 
da mucosa endocervical. A etiologia está relacionada com 
Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis; 
- É assintomática em 70 a 80% dos casos, mas a portadora 
poderá apresentar graves complicações se não for tratada; 
- Podem ocorrer corrimento vaginal, dispareunia ou disúria; 
- No exame, o colo uterino pode tornar-se edemaciado e 
sangrar facilmente ao toque da espátula. Pode ser 
verificada a presença de secreção mucosa ou purulenta no 
orifício externo do colo. 
 
Afecções do corpo do útero: 
 Benignas: 
 Mioma: 
- Cerca de 80% dos miomas são assintomáticos. As 
manifestações clínicas dependem da localização e do volume 
do tumor; 
- Sintoma mais frequente: sangramento menstrual 
excessivo, em geral seguido de aumento das cólicas 
mentruais. Os miomas mais associados a esse sintoma são 
os submucosos; 
- Dor pélvica tambpem é frequente, ocorrendo por aumento 
excessivo do útero e consequente compressão de 
estruturas vizinhas como bexiga e reto; 
- O aumento do útero pode causar ainda aumento da 
frequência urinária com menor volume ou alterações das 
fezes; 
- Algumas pacientes relatam apenas aumento do volume 
abdominal, geralmente em miomas subserosos, que atingem 
maiores volumes e causam sintomas mais tardiamente; 
- Diagnóstico: anamnese e exame ginecológico, 
complementado por exames de imagem. 
 
 Pólipo endometrial: 
- Neoformação da mucosa endometrial que se origina como 
hiperplasia focal da camada basal, revestida de epitélio e 
contendo quantidade variável de glândulas, estroma e vaso 
sanguíneo; 
- Podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas como 
irregularidade menstrual, dismenorreia e infertilidade. 
 
 Neoplasia de endométrio: 
- Sangramento. 
 
 Endometriose: 
- Presença ectópica de endométrio dentro do útero – no 
interior do miométrio distando 3mm da camada basal – 
(adenomiose) ou fora do útero; 
- Dismenorreia + dor pélvica crônica + infertilidade + 
irregularidade menstrual + dispareunia. 
 
 Malignas: 
 Limiossarcoma: 
- Tumor uterino maligno e raro. O quadro clínico desta 
neoplasia tem semelhança com o do mioma uterino; 
- Menacme:, os principais sintomas são hipermenorragia e 
metrorragia que, por vezes, associam-se a dor pélvica 
decorrente da compressão de estruturas vizinhas. Nos 
casos mais avançados, observa-se eliminação de material 
líquido fétido e variados graus de caquexia; 
- Crescimento rápido do volume uterino na pós-menopausa 
é manifestação clínica que leva à suspeita de 
liomiossarcoma, principalmente se houver história 
pregressa de mioma uterino. 
 
 CA do endométrio: 
- Sangramento por via vaginal; 
- Os sangramentos são geralmente intermitentes e de 
pequena a moderada quantidade; 
- Na maioria das vezes, as perdas sanguíneas ocorrem após 
a menopausa, uma vez que, em cerca de 80% dos casos, o 
adenocarcinoma surge após a cessação das menstruações; 
- Às vezes, as manifestações clínicas na pós-menopausa são 
de descargas aquosas ou corrimento purulento. As 
pacientes na menacme geralmente se queixam de 
sangramentos intermenstruais; 
- Nos estágios avançados, com invasão da bexiga, do reto ou 
de órgãos distantes, os sintomas são específicos. 
 
 Distopias genitais: 
- A maioria das pacientes com prolapso genital inicial é 
assintomática, e as queixas estão diretamente relacionadas 
com a evolução da distopia; 
- No início, há sensação de peso que surge ou se acentua 
durante esforço físico. Os sintomas costumam piorar 
durante o dia e melhorar com o repouso. Com a piora do 
prolapso, pode surgir dor no hipogástrio, de intensidade 
variável, com irradiação para a região lombar; 
- Quando o prolapso uterino é de longa duração, pode surgir 
lesão ulcerada no colo, em geral de origem traumática, que 
facilmente sangra e se infecta; 
- Sintomas urinários: disúria, polaciúria, urgência, 
incontinência, retenção urinária, infecção urinária de 
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Semiologia 2 
repetição. Quanto maior o prolapso, menor a frequência de 
perda urinária ao esforço, provavelmente pela angulação ou 
compressão uretral pelo prolapso acentuado; 
- Sintomas intestinais: constipação intestinal crônica e 
dificuldade para a exoneração fecal na vigência de retocele 
acentuada, ruptura perineal ou enterocele. Podem coexistir 
graus variáveis de incompetência do esfíncter externo do 
ânus, que se manifesta por incontinência fecal ou de gases; 
- As pacientes relatam ainda disfunção sexual; 
- Na inspeção dos genitais externos, podem-se observar 
pela fenda vulvar entreaberta as paredes vaginaise, em 
alguns casos, o colo uterino; 
- Compartimento anterior: 
 Uretrocele: prolapso de uretra; 
 Cistocele: prolapso de bexiga; 
 Uretroceistocele: prolapso de ambos. 
- Compartimento médio: 
 Prolapso uterino; 
 Eritrocele: prolapso da cúpula vaginal 
 Enterocele: prolapso do intestino delgado. 
- Compartimento posterior: 
 Retocele: prolapso do reto. 
Obs.: 
Estágio I: o ponto mais distal do prolapso está, no máximo, a 1cm 
acima do hímen, ou seja, não ultrapassa esse nível; 
Estágio II: o ponto de referência mais distal do prolapso está 
entre 1 cm acima ou 1 cm abaixo do hímen; 
Estágio III: a porção mais distal do prolapso está a mais de 1 cm 
abaixo do plano do hímen, porém o comprimento vaginal total é 
menor que 2 cm; 
Estágio IV: em essência, seria uma completa eversão. 
 
 Doença inflamatória pélvica aguda: 
- Síndrome clínica atribuída à ascensão de microrganismos 
do trato genital inferior, comprometendo desde o 
endométrio (endometrite) até a cavidade peritoneal 
(pelviperitonite). São infecções frequentemente 
polimicrobianas. Os agentes mais comuns são Neisseria 
gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis; 
- Ao exame físico, pode ocorrer dor no abdome inferior, dor 
à palpação dos anexos, dor à mobilização do colo uterino; 
- Febre; 
- Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal; 
- Presença de massa pélvica. 
 
Afecções anexiais: 
 Gestação ectópica: 
- Dor abdominal; 
- Atraso menstrual; 
- Sangramento vaginal; 
- Massa anexial dolorosa; 
- Dor à mobilização do colo uterino. 
Obs.: Outras patologias anexiais que podem causar dor pélvica 
aguda são a ruptura ou torção de cisto de ovário, o sangramento 
de corpo lúteo e a dor do meio do ciclo menstrual, entre outras. 
 Cisto ovariano: 
- Tipos mais encontrados: cistos foliculares, cisto de corpo 
lúteo, cisto dermoides ou teratomas, endometriomas e 
cistadenomas serosos; 
- Na maioria das vezes, não causam sintomas. mas, quando 
presentes, podem surgir: dor na região inferior do abdome, 
dor durante a relação sexual, sensação de plenitude no 
abdome; irregularidade menstrual e/ou dor durante a 
menstruação; 
- Pode-se perceber, ao toque vaginal, aumento de um ou 
ambos os ovários. 
 
 Síndrome de ovários policísticos: 
- Ovários aumentados com múltiplos cistos ovarianos 
bilaterais; 
- Obesidade central; 
- Ciclos menstruais anovulatórios irregulares. A anovulação 
hiperandrogênica é a causa mais comum de infertilidade de 
causa endócrina e caracteriza-se por ciclos anovulatórios, 
irregulares e graus variados de hiperandrogenismo; 
- Cisto do ovário sem alterações hormonais. Cerca de 20 a 
30% das mulheres podem desenvolver cistos ovarianos 
sem alterações hormonais, sendo assintomáticas. 
 
 CA de ovário: 
- Neoplasia mais letal em mulheres; 
- Carcinoma de diagnóstico mais tardio; 
- Dor abdominal; 
- Aumento do volume abdominal a ascite ou crescimento 
tumoral; 
- Distúrbios do TGI; 
- Perda de peso; 
- Sangramentos por via vaginal e sintomas urinários; 
- Elementos que levantam fortes suspeitas do câncer do 
ovário são o derrame peritoneal, observado pela palpação e 
pela percussão, e a associação de emagrecimento com 
aumento do volume abdominal. 
 
Maria Beatriz Valença 
Semiologia 2 
 Piossalpinge e hidrossalpinge: 
- Piossalpinge: quando uma ou ambas tubas uterinas se 
encontram cheias de pus. Quase sempre está associada aos 
sintomas de inflamação; 
- Hidrossalpinge: ocorre com uma terapia tardia ou 
incompleta, sendo o resultado do fechamento da 
extremidade fimbriada da tuba uterina; 
- Pode existir sem sintomas por anos. Como resultado de 
destruição da mucosa e oclusão tubária, a infertilidade é 
uma sequela comum da salpingite.

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