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Aula 4 - TEA

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Aula 4 
Transtornos Psiquiátricos: Espectro Autista 
Transtornos Globais de Desenvolvimento 
(TGD): 
1943: Dr. Leo Kanner estudou um grupo de 
crianças que apresentavam isolamento 
social, alterações da fala e necessidade 
extrema de manutenção de rotina. 
2009: Classificações diferentes para 
Autismo: 
1. Autismo Clássico; 
2. Autismo Grave; 
3. Síndrome de Relt; 
4. Síndrome de Asperger. 
2013: Nova classificação de acordo com o 
DSM-5, no qual as classificações passadas 
deixaram de existir. A nova classificação 
se chama: Transtorno do Espectro Autista. 
TEA 
Definição: Distúrbio complexo do 
neurodesenvolvimento, com amplo 
espectro de manifestações clínicas, 
caracterizado por prejuízos na interação 
social, na comunicação verbal e não-
verbal e por apresentar padrões restritos, 
repetitivos e estereotipados do 
comportamento, interesses e atividades. 
Divisões por grau: 
1. Grau leve: Necessidade de pouco 
apoio; 
2. Grau moderado: Déficit notável nas 
habilidades de comunicação tanto 
verbais como não-verbais; Estressa-
se com facilidade e tem dificuldade 
de modificar o foco e a atividade. 
3. Grau severo: Apresenta grande 
limitação em iniciar uma interação 
com novas pessoas e quase nenhuma 
resposta as tentativas dos outros; 
▪ Alto nível de estresse e resistência 
para mudar de foco ou atividade; 
▪ Geralmente, na odontologia, se 
faz necessário a submissão a 
anestesia geral. 
OBS: O paciente pode mudar de grau ao 
longo da vida. 
CARACTERÍSTICAS DO TEA 
Pouco interage socialmente e raramente 
realiza contato olho a olho; 
Falha na interação com seus semelhantes; 
Falta de reciprocidade social ou emotiva 
(é comum as mães dos pacientes se 
sentirem tristes devido a falta de 
reciprocidade emotiva); 
Apresenta retardo ou falta de linguagem, 
linguagem repetitiva ou desajuste para 
manter uma conversação; 
Possui falta ou falhas de imaginação e 
imitação espontânea; 
Preocupa-se com algumas rotinas e rituais 
não funcionais. 
Preocupa-se de maneira repetitiva e 
estereotipada com partes de objetos; 
Realiza movimentos estranhos e bizarros, 
alguns muito sutis (ex: bater palmas, dar 
gritinhos); 
Age, às vezes, como surdo ou como tendo 
hipersensibilidade auditiva; 
Chora, grita ou ri sem motivo aparente; 
Não possui noção de alguns perigos reais; 
Desenvolvimento anormal ou desajustado 
antes do terceiro ano de vida em algumas 
áreas (geralmente quando o diagnóstico é 
dado). 
AUTISMO REGRESSIVO 
A criança se desenvolve normalmente e ao 
longo do tempo vai regredindo, ou seja, 
parando de falar, rejeitando o carinho dos 
responsáveis e se isolando socialmente. 
EPIDEMIOLOGIA 
▪ Afeta mais o gênero masculino (3-4); 
▪ Quando o gênero feminino é 
afetado a doença é mais severa. 
Prevalência: 
▪ Década de 50-70: 0,4/10.000 
▪ A partir de 1987: 7/10.000 
▪ Após ano 2000: 2,1/1000 
▪ 2020 no EUA: 1/54 
▪ 2020 em Okaya no Japão: 1/32 
A prevalência aumentou devido ao número 
de estudos que intensificaram, ao melhor 
acesso a profissionais de saúde e mais 
informações na sociedade. 
ETIOLOGIA 
Fatores genéticos: Transmissão genética 
complexa e multifatorial; É considerada a 
principal causa (80% dos casos); 
Fatores pré-natais: Infecção durante a 
gestação (rubéola, caxumba, 
citomegalovírus, toxoplasmose, sífilis e 
varicela) e exposição química; 
Fatores perinatais: Prematuridade, baixo 
peso ao nascer, infecções graves 
neonatais, traumatismo de parte; 
Fatores neurológicos: Tamanhos anormais 
das amígdalas, hipocampos e corpo 
caloso, maturação atrasada do córtex 
frontal. 
Fatores ambientais: Exposição das 
crianças a agrotóxicos/pesticidas. 
SÍNDROMES QUE PODEM ESTAR 
ASSOCIADA AO TEA 
Angelman, X-Frágil, Noonan, Cohen, 
Prader-Willi, Cornelia De Lange, Sotos, 
Joubert, Down, etc. 
COMORBIDADES FREQUENTES NO 
AUTISMO 
 
 
SINAIS PRECOCES DO TEA 
1. Mau contato visual (ex: não olham 
pra foto); 
2. Indiferença ao colo 
(hipersensibilidade ao toque); 
3. Pobres gestos sociais; 
80%
Distúrbio 
do sono
70% 
Problemas 
motores
44%
TDAH
10%
Distúrbios 
gastrointes
tinais
30%
Epilepsia
45%
Deficiência 
intelectual
4. Ato de brincar “pobre” (brincar 
somente cum uma parte do 
brinquedo); 
5. Andar na ponta do pé; 
6. Crianças que gostam muito de rodar. 
CONDIÇÕES ODONTOLÓGICAS NO TEA 
O paciente autista apresenta dificuldade 
na vida diária como: 
1. Alta prevalência de cárie 
2. Dieta rica em carboidratos 
Por isso, possuem alta prevalência de cárie 
e doença periodontal devido aos dois 
fatores citados acima. Vale lembrar, que 
isso NÃO é uma característica do TEA, mas 
dos hábitos que o paciente possui. 
Portanto, se os hábitos bucais destes 
pacientes forem iguais aos pacientes 
neurotípicos não haverá probabilidade 
maior das doenças bucais. 
Além disso, se o paciente também tiver 
epilepsia ele fará uso de medicamentos 
xerostômicos no qual favorece um quadro 
de saúde bucal pior. 
TRATAMENTO ODONTOLÓGICO 
Abaixo estão algumas condições 
características do tratamento odontológico 
e relação entre dentista e paciente: 
▪ Dificuldade de relacionamento; 
▪ Ações do profissional consideradas 
invasivas; 
▪ Sensibilidade aumentada a estímulos 
externos; 
▪ Procura atendimento odontológico 
tardia (quando o paciente não foi 
condicionado quando criança); 
▪ Tratamento comprometido. 
 
TÉCNICAS DE CONDICIONAMENTO 
Eliminação de estímulos sensoriais 
estressantes; 
Ordens claras e objetivas; 
Estabelecer uma rotina de atendimento; 
Paciente deve ser atendido pelo mesmo 
profissional e no mesmo lugar; 
Ambiente tranquilo e sessões curtas; 
Contenção física, em alguns casos, como 
controle de comportamento. Lembrando 
que o objetivo da contenção é proteger o 
paciente dos materiais cortantes que 
podem causar injurias em caso de 
movimentos rápidos e inesperados. É 
importante os pais assinarem o termo de 
contenção física; 
Sedação ou Anestesia Geral é realizada 
quando não é possível realizar a 
contenção física, no qual é necessário 
realizar tratamento mais invasivos em 
paciente com grandes necessidades 
curativas. 
▪ Sedação Medicamentosa: Pode ser 
usado o Midazolam via oral ou 
intranasal 
▪ Sedação inalatória: Oxido nitroso é 
o mais usado. Porém, durante a 
pandemia é inadequado devido a 
aerossolização de gases. 
PAPEL DO CD EM TEMPOS DE COVID 
Novo desafio: Condicionamento 
odontológico durante a pandemia. Por 
isso, a educação em saúde deve ser feita 
da seguinte forma: 
 
1. Metodologias à distância; 
2. Telemonitoramento; 
3. Orientações por escrito ou vídeos 
curtos; 
4. Imagens ou vídeos curtos sobre 
paramentação; 
5. Ebooks 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Proporcionar uma abordagem 
odontológica especifica. É importante que 
o CD reconheça o desvio de 
comportamento de cada paciente; 
Aderir a correta abordagem de 
tratamento para o paciente autista, 
individualizando cada procedimento e 
utilizando recursos lúdicos, técnicas 
convencionais, paciência e muito amor; 
Valorizar o vinculo entre CD, paciente e 
família, pois é fundamental para o sucesso 
do tratamento.

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