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Laura Ramires T6 1 BBPM IV - André INTRODUÇÃO • A medula espinal é uma massa cilindroide, de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral, sem entretanto ocupa-lo completamente MORFOLOGIA EXTERNA • Massa cilindróide de 45 cm (homem adulto) • Cranialmentente, (limite superior), a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital • O limite caudal da medula tem importância clínica e, no adulto, situa-se geralmente na segunda vértebra lombar L2 (Limite inferior) • Termina afilando-se para formar o Cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal • Filamento terminal: prende a ME na segunda vértebra sacral • Pio-gliar • Forma: Apresenta forma ligeiramente cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no sentido antero-posterior • Seu calibre não é uniforme → Dilatações vistas macroscopicamente: intumescências cervical e lombar - formação dos plexos • Plexos: braquial e lombossacral - maior quantidade de enurôios e, portanto, de fibras nervosas que entram e saem destas áreas e que sào necessárias para a inervação dos membros • A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem toda a extensão: - sulco mediano posterior - fissura mediana anterior - sulco lateral anterior → raízes ventrais dos nervos espinais - sulco lateral posterior → raízes dorsais dos nervos espinais Laura Ramires T6 2 BBPM IV - André - na medula cervical ainda existe o sulco intermédio posterior • Segmentos medulares variam sua citoarquitetura • A substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta. Nela distinguimos, de cada lado, três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral - a coluna lateral, entretanto, só aparece na medula torácica e parte da medula lombar • No centro da substância cinzenta, localiza-se o canal central da medula ou canal do epêndima → resquício da luz do tubo neural • A substância branca é formada por fibras, a maior parte delas mielínicas, que sobem e descem na medula e podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: 1. Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior 2. Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior 3. Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e sulco mediano posterior CONEXÕES COM NERVOS ESPINHAIS – SEGMENTOS MEDULARES • Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, fazem conexão pequenos filamentos nervosos denominados filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinais • As duas raízes, por sua vez, se unem para formar os nervos espinais, ocorrendo essa união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinal que existe na raiz dorsal • A conexão com os nervos espiais marca a segmentação da medula • Segmento medular: parte da medula onde fazem conexão os filamentos radiculares que entram na composição deste nervo • O que demarca: formação de um nervo espinal • Conexão com os nervos marca a segmentação da medula 31 PARES DE NERVOS ESPINAIS: • 8 segmentos cervicais • 12 segmentos torácicos • 5 segmentos lombares • 5 segmentos sacrais • 1 segmento coccígeo • Existe um crescimento em ritmos diferentes: coluna vertebral x medula espinal → estica os axônios • No adulto, a medula não ocupa todo o canal vertebral, uma vez que termina no nível da segunda vértebra lombar • Abaixo desse nível, o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinais → junto com o cone medular e o filamento terminal constituem a cauda equina Laura Ramires T6 3 BBPM IV - André ENVOLTÓRIOS DA MEDULA • Dura-máter (paquimeninge): - fibras colágenas - saco dural → envolve como o dedo de uma luva - contínua com a craniana - fundo de saco ao nível de S2 - prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes dos nervos espinais, continuando com o tecido conjuntivo → epineuro • Aracnoide (leptomeninge) - entre a dura-máter e a pia-máter - membrana translúcida - emaranhado de trabéculas • Pia-máter (leptomeninge) - membrana vascular - fissura mediana anterior - a pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado que se dispõe em um plano frontal de toda a extensão da medula - lig. Denticulado: limite entre os segmentos importante para o neurocirurgião - quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal - forma o ligamento coccígeo ao se juntar com prolongamento da dura-máter e se inserir no periósteo da superfície dorsal do cóccix ESPAÇOS ENTRE AS MENINGES • Epidural (extradural): - localização: entre dura-máter e periósteo do canal vertebral - conteúdo: tecido adiposo e plexo venoso vertebral - veias da pelve, abdome e tórax • Subdural - localização: entre dura-máter e aracnóide - conteúdo: pequena quantidade de líquido - fenda estreita contendo uma pequena quantidade de líquido para evitar aderência • Subaracnóideo - localização: entre a aracnoide e a pia-máter - conteúdo: contém muito líquido cerebroespinal/ liquor A EXPLORAÇÃO CLÍNICA DO ESPAÇO SUBARACNOIDEO • O espaço subaracnóideo no nível da medula lombar pode ser explorado clinicamente Laura Ramires T6 4 BBPM IV - André • O saco dural e a aracnodie que o acompanha terminam em S2, enquanto que a medula termina em L2 → entre esses dois níveis o espaço subaracnóideo é maior → maior quantidade de liquor → nele se encontram apenas o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina → menor risco de lesão medular • Constitui o local ideal para introdução de uma agulha no espaço subaracnóideo a) retira de liquor para fins terapêuticos ou de diagnóstico nas punções lombares (ou raquidianas) b) medida da pressão do liquor c) introdução de substância que aumentam o contraste em exames de imagem, visando o diagnóstico de processos patológicos da medula na técnica denominada mielografia d) introdução de anestésicos nas chamadas anestesias raquidianas, como será visto no próximo item e) administração de medicamentos ANESTÉSICOS NOS ESPAÇOS MENÍNGEOS Anestesias raquidianas: o anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo por meio de uma agulha que penetra no espaço entre as vértebras L2-L3, L3-L4 ou L4-L5 • Em seu trajeto, a agulha perfura sucessivamente a pele e a tela subcutânea, o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo, a dura-máter e a aracnoide • Certifica-se que a agulha atingiu o espaço subaracnóideo pela presença do liquor que goteja de sua extremidade Anestesias epidurais (ou peridurais): são feitas geralmente na região lombar, introduz o anestésico no espaço epidural onde ele se difunde e atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as raízes dos nervos espinhais • Confirma-se que a ponta da agulha atingiu o espaço epidural quando se observa súbita baixa de resistência, indicando que ela acabou de perfurar o ligamento amarelo VASCULARIZAÇÃO Laura Ramires T6 5 BBPM IV - André CASO CLÍNICO • Viúvo de 53 anos de idade foi hospitalizado com queiza de dor em queimação na região do ombrodireito e parte superior do braço direito. A dor começada há 3 semanas e, desde então, piorou progressivamente. A dor se intensificava quando o paciente movia o pescoço ou tossia, Dois anos antes, ele fora tratado de osteoartrite da coluna vertebral. O paciente afirmou que foi jogador de futebol americano na universidade e depois continuou a praticar o esporte até a idade de 42 anos. O exame físico revelou fraqueza,emaciação e fasciculação dos músculos deltoide e bíceps braquial direitos. O reflexo tendíneo bicipital direito estava ausente. O exame radiológico revelou extensa formação de esporões nos corpos da quarta, quinta e sexta vértebras cervicais. O paciente demonstrou hiperestesia e analgesia parcial na e pele desde a parte inferior do deltoide direito até a face lateral do braço a) Qual o diagnóstico? Esporões = protuberâncias ósseas que se desenvolvem ao longo das bordas das vértebras, costumam se formar nas articulações O envelhecimento pode aumentar o atrito entre as vértebras, gerando inflamação e causando mudanças estruturais em nossas articulações. Geralmente, os esporões cervicais resultam de doenças degenerativas como a osteoartrite. Além disso, a lesão induz a regeneração óssea, causando depósitos de cálcio e anormalidade ósseas. Músculo deltoide → inervação → nervo axilar (C6) Músculo bíceps braquial → inervação → músculo cutâneo (C5-C6) b) Como a dor é produzida? A dor é causada porque esses esporões podem comprimir raízes nervosas c) Por que piora durante a tosse? Porque aumenta a compressão entre as vértebras.
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