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Bovinocultura de Leite INSTALAÇÕES PARA BOVINOS DE LEITE Maria Eduarda Rocha / Geovana Fernandes / Mateus Queiroz - Na criação de bovinos de leite, há uma grande diversidade de sistemas e uma série de opções de estratégias e modelos de criação, ou seja, não é padronizado como suinocultura e avicultura. Esse fato é visto como um desafio, pois a falta de padronização atrapalha a eficiência produtiva. - O Brasil apresenta condições climáticas, socioeconômicas e culturais diversas em suas regiões, que demandam soluções distintas e construções zootécnicas adequadas a todos os sistemas de produção. - “Cada um faz do jeito que quer.” - Nas atividades de exploração leiteira, as construções para os animais são fundamentais e de suma importância no processo de produção. Sendo assim, suas concepções devem basear-se em soluções técnicas e econômicas, que ofereçam condições eficientes e funcionais. - Instalações mal elaboradas são um grande problema, pois depende de investimento e reformar/melhorar é um desafio, pois estarão em funcionamento. - Muito difícil reformar uma sala de ordenha, sendo que os animais passam nela 2 vezes ao dia. Fazendo uma analogia, é o mesmo que “trocar o pneu do carro quando ele está em movimento”. As instalações necessárias dependem do sistema de produção adotado, mas existem estruturas que são necessárias independente do sistema de produção, como exemplo a sala de ordenha. Algumas instalações são regra (ex: sala de ordenha) e outras são particularidades (ex: instalações de confinamento). - Pasto - Semi-confinamento - Confinamento ▪ Piquetes ▪ Tie stall; Free stall ▪ Compost barn · Objetivos das instalações · Ao serem construídas, deve-se pensar primeiramente nos animais e nos funcionários · Proporcionar conforto aos animais · Otimizar a utilização de implementos e equipamentos · Aumentar a eficiência de mão de obra · Permitir adequado manejo dos dejetos · Possibilitar uma futura expansão · Importante permitir sombreamento para os animais em momentos que o animal não pode procurar sombra (exemplo: momento da ordenha) · Construção de sala de ordenha e barracão em sentido leste-oeste, para que o animal tenha acesso à sombra por mais tempo no dia. · OBS: se a sala de ordenha e barracão forem construídos em sentido norte-sul, vai bater sol durante o dia inteiro (manhã e tarde). → Construir Leste – Oeste: quando o animal não pode procurar sombra. Ex: barracão, ou numa ordenha, barracão de suíno ou frangos. → Construir Norte – Sul: quando o animal pode procurar sombra. Ex: bezerreiro, onde o animal fica amarrado pelo pescoço. · Instalações x Conforto · O conforto e bem-estar animal comprovadamente proporcionam o aumento da produção. · Dar mais atenção para o conforto das vacas garante o aumento da produção leiteira. · Já é constatado que vacas que produzem muito, possuem mais conforto e descansam mais. · Construções zootécnicas apropriadas, que garantam condições necessárias de conforto, contribuem com o aumento da produtividade e permitem ao animal condições para expressar o seu potencial genético. Devemos observar como as vacas que produzem mais leite se comportam: Na tabela, observa-se que a vaca que fica mais deitada produz mais leite. Importância de garantir que as vacas passem muito tempo deitadas: ▪ Quando a vaca deita, há aumento do fluxo de sangue na glândula mamária, o que interfere positivamente na produção de leite. ▪ 500 litros de sangue precisam passar pela glândula mamária para que ela sintetize 1 litro de leite, por isso o fluxo sanguíneo da glândula deve ser alto. ▪ Proporcionar muito conforto para que a vaca produza mais leite → a vaca tem que deitar! ▪ Um bom dimensionamento das instalações é necessário, para garantir que as vacas passem mais tempo deitadas. A parte cinza do gráfico demonstra o momento em que a vaca está deitada. Podemos observar que nesse ponto do gráfico o fluxo sanguíneo da glândula mamária aumenta, significando o aumento da produção leiteira também. · Sobrecarregar a lotação do barracão para conseguir lucrar mais é um grande erro, pois a falta de espaço irá estressar os animais (descansarão menos, surgimento de doenças, etc) e a produção leiteira será reduzida. · O ambiente térmico é o fator que mais afeta negativamente a produção leiteira, em especial quando se utilizam animais de grande mérito genético. · A combinação de altas temperaturas e elevada umidade do ar causam perdas significativas na produção e deprimem o desempenho das vacas leiteiras. · Sombra, ventiladores, exaustores e aspersores de água são opções para melhorar o conforto térmico de vacas. · O objetivo de molhar uma vaca com aspersor (gotícula de água maior) é que a água tenha contato com a pele, absorva e dissipa o calor (troca de calor). · O uso de nebulizadores não é efetivo para vacas, pois ejetam gotículas de água pequenas. · A vaca é molhada quando está na pista de alimentação, no curral de espera ou na sala de banho. · Não se deve molhar a cama! · Posicionamento “perching in stalls”: · É incômodo para a vaca ficar levantando e deitando toda hora, então ela fica nessa posição (“acomodada”). · Analisar esse posicionamento é uma forma de avaliar o funcionamento de um free stall. SISTEMA DE PRODUÇÃO DE LEITE: · Setor administrativo · Setor de dejetos · Setor de produção · Setor de alimentação · Setor dos animais → SETOR DE PRODUÇÃO · Sala de ordenha · Alto investimento (mesmo em sistemas simples) → não fazer investimento equivocado! · Envolve estrutura, construção e equipamentos · Classificação: A ordenha mecânica é subdividida em dois tipos: balde ao pé e canalizada · Ordenha balde ao pé · Não possui tubulação. · Mais simples. · As vacas são ordenhadas individualmente. · O leite ordenhado vai para um latão através de um sistema de vácuo e mangueira, sendo que quando o latão enche, o leite deve ser despejado no tanque de expansão. · Ordenhas canalizadas · O leite sai do animal e vai direto para o tanque de expansão. · Podem ser linha alta, linha média ou linha baixa. · O leite é retirado e depositado diretamente no tanque de refrigeração, por meio do sistema de canais. O leite, portanto, não tem contato com o meio externo e é menos manipulado. · Altura da linha do leite: · Linha alta (acima da vaca) · Geralmente encontrado em salas de ordenha onde não tem fosso · Linha média (próxima à altura da garupa do animal) · Linha baixa (abaixo da linha do animal) · Sala de ordenha sem fosso · Ala simples; ala dupla · Sala de ordenha com fosso · Passagem · O corpo do animal fica paralelo ao eixo do fosso. · Mais encontrado em propriedades menores, mais antigas e que trabalham com ordenha de vacas com bezerro ao pé (coloca o bezerro ao lado da vaca, abre a “janelinha” para que ele tenha acesso ao úbere da vaca). · Entra o grupo inteiro e sai o grupo inteiro (ex: se estão 4 vacas na mesma linha, a 3ª vaca já foi ordenhada, mas a 2ª ainda não, e devido ao modelo da ordenha, mesmo já tendo sido ordenhada, as vacas saem juntas quando todas terminarem). · Tandem · Os animais são dispostos um à frente do outro, paralelamente ao fosso. As vacas são manejadas individualmente, sem interferência no tráfego das demais. · A ordenha de um animal independe da outra (se um animal acaba de ser ordenhado, ele sai por uma “portinha” e já pode entrar a outra). · Operacionalmente não é eficiente (há necessidade de muitos funcionários para controlar a entrada e saída dos animais). · Estruturalmente, a diferença entre o modelo “Passagem” e “Tandem” é que na sala de ordenha “Tandem” possui passagem individual para que as vacas entram e saiam da ordenha independente das outras. · Espinha de peixe (mais comum) · As vacas ficam posicionadas em um ângulo de 30° ou mais, em relação ao fosso de ordenha (em diagonal). Isso favorece a visualização do úbere e dos tetos, fazendo com que os animais ocupem menos espaço na lateral do fosso. · Cada vaca utiliza 1m de comprimento do fosso. · Entra o grupo inteiro e sai ogrupo inteiro (ex: se estão 4 vacas na mesma linha, a 3ª vaca já foi ordenhada, mas a 2ª ainda não, e devido ao modelo da ordenha, mesmo já tendo sido ordenhada, as vacas saem juntas quando todas terminarem). · Paralela ou “side by side” (lado a lado) · São encontrados em fazendas intensivas onde a produção de leite é muito alta. · As vacas ficam perpendiculares ao fosso (90°), uma ao lado da outra. · Acesso para colocar a teteira pela parte traseira do animal (entre as duas pernas traseiras). · Há a possibilidade de colocar muitas vacas. · Aglomeração de muitos animais no momento da ordenha (potencial para estresse das vacas). · Necessidade de preocupação com o conforto térmico (instalação de ventiladores na sala de ordenha). · Carrossel ou rotatória · São encontrados em fazendas intensivas onde a produção de leite é muito alta. · Proporciona maior velocidade de ordenha e mão de obra reduzida. · Investimento muito alto. · Permite que poucos funcionários ordenhem muitas vacas. · Acesso para colocar a teteira pela parte traseira do animal (entre as duas pernas traseiras). · Os fossos de trabalho são fixos, ou seja, o colaborador não precisa se deslocar até a vaca, quem desloca é o animal. · Modelo muito utilizado na Nova Zelândia, pelo fato da mão de obra ser escassa. · Ordenha robótica · Não há necessidade de manejadores para buscar os animais e realizar a ordenha. · O próprio animal vai sozinho e a ordenha é feita pelo robô. · Um robô é capaz de ordenhar até 60 vacas por dia. · A ordenha robótica pode ser utilizada em qualquer tipo de sistema de produção (pasto, semi-confinamento, confinamento), porém é mais comum encontrar em sistemas de confinamento. · Em torno de 500 a 600 mil reais cada robô (preço de 2 anos atrás). · Fluxo livre: a vaca escolhe quando visitar o robô e acessar áreas de alimentação e descanso. · Fluxo guiado: as instalações contam com portões de sentido único, bloqueando a rota entre as áreas de descanso e alimentação. Quando as vacas saem da área de repouso, precisam passar obrigatoriamente pelo robô, que verifica se a vaca deve ou não ser ordenhada de acordo com o intervalo da última ordenha. Depois de passar pela ordenha, a vaca é liberada para a área de alimentação e tem acesso à sala de descanso por outro portão. Ou seja, é estipulado um intervalo de ordenha, e se não tiver dado o tempo de intervalo a vaca irá passar direto e não será ordenhada. · Sala de leite · Sala onde se acondiciona o tanque de expansão até que o laticínio capte o leite. · O dimensionamento da sala depende dos equipamentos (tanque). · Deve estar em ótimas condições de higiene. · Fácil limpeza. · Parede de azulejo: não é lei, mas facilita. · Deve ser ventilada. · Curral de espera · Curral onde as vacas irão aguardar para serem ordenhadas · Se localiza ao lado da sala de ordenha · Espaço muito pequeno e de muita aglomeração (muito estressante) · O ideal é que os animais não passem muito tempo no curral de espera, mas enquanto estiverem lá deve-se procurar dar o maior conforto possível nesse momento (ventilação e aspersão, por exemplo) · Cada lote deve ficar 1 hora ou menos no curral de espera · 1,8 a 2,8 m² por vaca · O dimensionamento deve ser feito de acordo com o tamanho médio dos lotes a serem trabalhados. Então se for trabalhar com rebanho de 100 vacas, com 4 lotes, deve-se dimensionar o curral de espera para 25 vacas (100 / 4). · Outro ponto a ser avaliado é a capacidade de vacas possíveis de serem ordenhadas por hora pela ordenha · Deverá ter a mesma largura da sala de ordenha · Geralmente o comprimento do curral será maior que a largura · O piso de concreto deve ter friso · Friso: paralelos a cada 8 cm; 1,5 cm de largura x 1,5 cm de profundidade · A presença de um aclive (subida) no sentido da ordenha serve de estímulo para que os animais entrem na ordenha · Lava-pés · Apenas água · Lavar os pés · Colocar antes do pedilúvio (antes de entrar no curral de espera e depois de sair da sala de ordenha) · Quando a vaca pisa na água, terá um estímulo para defecar, então para evitar a deposição de matéria orgânica e contaminação do pedilúvio, deve-se manter uma distância entre lava-pés e pedilúvio · Pedilúvio · Água e produtos (sulfato de cobre ou formol) · Prevenção de problemas de casco e cura de lesões menos graves · Corredores · Galpão/piquete → sala de ordenha · Ficam entre os galpões/confinamentos/piquetes e a sala de ordenha · Distância de ida · 2 ordenhas: 365 metros · 3 ordenhas: 275 metros · 4 ordenhas: 185 metros · Quanto menor a distância entre sala de ordenha e piquetes/galpão, melhor será · Quanto maior o deslocamento da vaca, pior será · Quanto mais ordenhas se fizer durante o dia, menor deve ser a distância, pois o número de idas será maior · Se a fazenda tiver desníveis e optar por colocar degraus, lembrar que o bovino sobe degraus de base larga · Vestiários · Sala de máquinas · Anexos (curral de manejo, contenção de apalpação, casqueamento, exame, farmácia) · Não há necessidade de fazer altos investimentos em currais e bretes de contenção para trabalhar com bovinos de leite · Existem estruturas mais simples e eficazes para manejar gado de leite, como os troncos coletivos para reprodução das vacas, que é uma estrutura semelhante a espinha de peixe → SETOR DE ALIMENTAÇÃO · Piquetes para pastejo (lotação contínua x rotativa) · Lotação x pastejo · Métodos mais comuns para produção de leite: · Lotação contínua · Lotação alternada · Lotação ponta-repasse (desponte-rapador) · Lotação rotativa · Lotação fixa x variável · Dimensionamento de piquetes · Definir se irá trabalhar com lotação contínua ou lotação rotativa · Período de pastejo (ocupação) · Período de descanso (intervalo de desfolha) · Variável (clima, espécie/cultivar, época do ano, fertilização) · Número de piquetes = (período de descanso / período de pastejo) + número de lotes · Ciclo de pastejo · Eficiência de pastejo; taxa de lotação; oferta de forragem · Pista de alimentação · 50 cm x 100 cm · 60% mais espaço entre os animais · 57% menos agressividade durante a alimentação · Acessos ao cocho após 90 minutos do fornecimento de alimento: ↑24% · Acessos ao cocho: ↑14% · Tempo total de alimentação: ↑10% · Aumento da densidade animal → redução das distâncias interindividuais → aumento do comportamento agressivo · Sem limitação de alimento disponível x Acesso limitado ao alimento (induz todos os animais ao cocho de uma vez só) · Espaço mínimo de espaço de cocho por vaca · 75 cm → pré-parto e pós-parto (espaço maior) · 60 cm → vacas em lactação · Onde será disponibilizada a alimentação dos animais · Quanto maior for a quantidade de alimentos, maior deve ser o espaço de cocho para cada animal, pois senão haverá muita competição e prejudicará o consumo · Após um tempo de ter disponibilizado a dieta, deve-se empurrar o alimento para perto da vaca de novo, porque conforme ela vai comendo, vai empurrando para frente e dificulta sua alimentação · Silos para grãos · Silos para volumoso · Silo para grão úmido de milho · Fábrica de ração → SETOR DE DEJETOS · Unidade de separação (líquido, sólido, areia) · Processamento (lagoas de fermentação) · Armazenagem → SETOR DE ALOJAMENTO DOS ANIMAIS · Vacas em lactação · Pasto · Semi-confinamento · Confinamento (piquete ou galpão) PIQUETE: · Confinar animais em piquetes é um grande desafio e geralmente não é uma produção eficiente (barro, estresse térmico, etc) · Muito importante garantir sombra para os animais (árvores e sombrites) · Sombrites demandam manutenção · Sombra em sentido norte-sul, com árvores altas e de copa estreita · Necessário fazer faixa de sombra no sentido correto · Solos com drenagem fácil -> 40 m²/vaca · Solos de difícil drenagem -> 60 a 80 m²/vaca · Solos argilosos -> 300 m²/vaca ??? · Corredores de terra · Menos que 35 vacas: 4 metros ou mais · Mais que 35 vacas: 6 metros · Corredores principais: 8 metros · Se não quiser ter problemas com barro, o mais idealé confinar as vacas em barracão/galpão GALPÃO: Loosing house; tie stall; free stall; compost barn CAMA COLETIVA (loose housing; compost barn) · A vaca se deita da forma e onde ela quiser · Área de cama livre (maior espaço de cama por vaca) LOOSING HOUSE · Área de cama coletiva sem delimitação com corredor para alimentação · Adotado por poucas fazendas · A diferença entre o loosing house e o compost barn, é que no loosing house não há manejo de cama COMPOST BARN · Compost bedded pack barn (estábulo com compostagem) · Área de cama coletiva livre · Material orgânico + dejetos dos animais · Compostagem aeróbica: CO2 + H2O + calor · Material da cama: · Boa relação carbono nitrogênio (C:N) (> 30:1) · Tamanho médio (3-5 cm comprimento x 2-3 mm espessura) · Boa capacidade de absorção de água · Liberação fácil de calor · Disponibilidade na região · Não adianta querer usar casca de café numa região onde não tem muita plantação de café · Obrigatoriamente a cama deve ser feita de material orgânico para fazer a compostagem · Nem tudo que é orgânico irá ter uma boa compostagem, então o mais recomendado são os resíduos de madeira · O material não pode ser nem de partículas grandes (dificuldade de absorção de umidade) e nem de partículas muito pequenas (alto risco de compactação) · Resíduos de madeira (serragem, maravalha, pó de serra, cavaco) · Pó de serra e cavaco são menos eficientes · Casca de amendoim · Casca de café · Resíduos de cultura (palha de trigo, palha de soja) · Cuidado com bagaço de cana, pois pode acontecer fermentação ao invés de compostagem, e é prejudicial · Manejo de cama: · Consiste em revirar a cama · Feito enquanto os animais estão na ordenha · Revirar a camada decomposta todos os dias · Revolvimento → incorporar dejetos, aerar, secar · No mínimo 1 vez ao dia · Idealmente pelo menos 2 vezes ao dia · O objetivo é incorporar os dejetos dos animais no material da cama · Implementos que podem ser usados para revolver a cama: · Escarificador, enxada rotativa ou implemento específico para isso · Início da cama: 30 a 45 cm · Reposição da cama: 5 a 10 cm; 2 a 5 semanas · Deve acrescentar mais material na cama quando ver que está chegando na fase final de decomposição · A fase final de decomposição é analisada através da temperatura e umidade · Temperatura: · 43,3 a 65,0°C · Ótimo: 45,0 a 55,0°C · Umidade: · 40 a 60% · A temperatura deve ser medida em áreas mais internas da cama, e não na superfície, pois a superfície possui a mesma temperatura do ambiente · Se a temperatura está baixa significa que a cama não está se decompondo, e isso pode ser por diversos motivos (problemas na umidade ou porque a cama já chegou na fase final de decomposição) · Se a cama já tiver chegado na fase final de decomposição, haverá necessidade de acrescentar uma camada nova de cama · Na época do frio, a temperatura é baixa e falta umidade, então a decomposição da cama é muito lenta · Na época quente, a temperatura e a umidade são altas, então a decomposição é rápida e precisa adicionar camada de cama com maior frequência · O ideal é colocar os bebedouros fora da cama, para que não fique molhada quando os animais forem beber água · Os ventiladores servem tanto para garantir conforto para as vacas, quanto para secar a cama quando a umidade estiver muito alta · Independentemente do tipo de galpão, podem ter sistemas de ventilação por pressão positiva ou pressão negativa · Pressão positiva · O ar é forçado por meio de ventiladores de fora para dentro. · O gradiente de pressão do ar é de fora para dentro da instalação, de forma que o ar entra por meio de aberturas · Pressão negativa · Neste processo o ar é forçado por meio de ventiladores (exaustores) de dentro para fora, criando um vácuo parcial dentro da instalação. · Cria uma diferença de pressão do ar do lado de dentro e do lado de fora e o ar sai por meio de aberturas. · Num sistema de pressão negativa, deve-se deixar os animais pré-parto, pós-parto e alta produção perto das placas evaporativas, ou seja, os lotes mais propensos a sofrerem estresse térmico devem ficar mais próximos das placas evaporativas · O sistema de pressão negativa faz muita diferença na ambiência do galpão, mas a localização das placas evaporativas e exaustores também fazem diferença, sendo que a temperatura será menor nas regiões onde estarão as placas evaporativas CAMAS INDIVIDUAIS (tie stall; free stall) · Depende do tamanho do animal, da raça e ordem de parto · Medidas de fácil mensuração · Altura de garupa · Distância entre íleos · Um grande problema é a falta de padrão nas construções, então a maioria dos projetos são mal planejados · A dimensão da cama deve ter uma largura e comprimento adequados, além de um espaço na frente para que o animal coloque a cabeça · Deve-se levar em consideração o espaço que o animal precisa para se levantar da cama TIE STALL · Instalações de confinamento individualizadas · Baias individualizadas providas de bebedouro (taças de água) e cocho para alimentação · Rebanhos pequenos ou rebanhos de pesquisa · Pouco encontrado nas fazendas · Encontrado em fazendas pequenas ou mais antigas · Fazendas de genética e fazendas de pesquisas experimentais · As vacas ficam presas por um colar, mas não são privadas de movimento, apenas não conseguem sair de suas determinadas camas e irem para outras camas ou para o lado externo · Presença de barras divisórias entre as camas · Muito manejo · Operacional muito difícil · Para ir para a ordenha, deve soltar uma por uma · O material usado na cama pode ser palha, areia, colchões próprios · O tipo de cama mais confortável é a areia · A areia é mais confortável que o colchão, porém o colchão é mais simples de manejar (lavar, etc) · Deve ter uma mureta para delimitar a cama da área de pista de alimentação, evitando assim a entrada de alimento na cama · Pista de alimentação · 10 cm em relação à cama · 60 cm de largura (largura da cama) · Colocar barras de choque de baixa intensidade acima do animal, para evitar que ele chegue muito para frente, pois se ele chegar muito pra frente vai urinar e defecar na cama · Treinamento: barra de choque 5 cm acima do animal · Rotina: barra de choque 10 cm acima do animal · Existem canaletas para cair a urina e as fezes · O ideal é não deixar que a vaca urine e defeque na cama · Declividade da cama · Inclinação de 2 a 3% do comprimento da baia · Largura da cama · 127 a 152 cm · Um pouco acima do mínimo (2 x distância entre íleos) FREE STALL · A diferença entre o tie stall e o free stall, é que no free stall o animal não é fixado em determinada cama, então ficando livre se deitar em qualquer cama · Meta → alta densidade em ambiente confortável · Mais condizente com grandes rebanhos (> 60 vacas) · Alta produção · Observar facilidade de trabalho de limpeza e distribuição de alimento · Elevado custo · Mais encontrado que o tie stall · Presença de barras divisórias entre as camas · O corredor de alimentação deve ser mais largo para não interromper o fluxo de animais enquanto tem vaca comendo · Necessário ter uma “descaída” · Uma parte do galpão deve ser mais baixa que outra, para que os dejetos desçam por baixo da estrutura e caiam nas caixas coletoras · Linha de cama simples · Linha de cama dupla · Geralmente o mais encontrado é a linha de cama dupla, em que uma vaca se deita de frente para outra · Linha de cama tripla · Linha dupla + linha simples no fundo · Declividade da cama · Cabeça em direção a cauda · 1 a 4% · A barra de contenção do pescoço deve ser bem colocada, senão a vaca terá dificuldade para entrar e sair na cama, podendo inclusive se machucar · Analisar o comportamento das vacas 40 a 60 minutos após saírem da ordenha: · Fazer avaliação de todas que não estiverem bebendo água ou comendo · Exemplo: num barracão com 100 animais, tem 3 bebendo água e 2 comendo, então avalia-se 95 animais · O ideal é que pelo menos 85% dosanimais avaliados estejam deitados na cama · Então dos 95 animais avaliados, pelo menos 85% devem estar deitados na cama · O que não é ideal? · Vacas batendo nas divisórias ou contenção de pescoço quando deitam ou levantam, fazendo esforço para levantar · Vacas metade dentro e metade fora das baias · Vacas ou baias sujas · Vacas deitadas nos corredores, preferindo a sujeira · OBS: logicamente num barracão com 100 camas, cabem 100 vacas · Muitas vezes se depara com fazendas que tem 100 camas, mas colocam 120 ou 140 vacas, ou seja, causam a superlotação do galpão · Vaca seca · Maternidade · Piquete, baia · Recria · Bezerreiro, piquetes
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