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ALUNOS FUNDAMENTOS DIREITO EMPRESARIAL 2011 2

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1 
 
Roteiro de aula da Disciplina: FUNDAMENTOS DE DIREITO EMPRESARIAL 
2011 1 
Correspondência no material didático/Estácio: 
 “Manual de Direito Comercial-parte 1” pg. 110 a 128; 
 “Curso Avançado de Direito Comercial” pg. 53 a 70. 
 
DIREITO EMPRESARIAL E A TEORIA DA EMPRESA 
 
Comerciante x Empresário x Empresa 
“Comerciante”: aquele que exerce ato de comércio (p/ a circulação de bens) com 
intuito de lucro (na posição intermediária entre produtor e consumidor): - pessoa física 
(autônomo); - pessoa jurídica (sociedade comercial). Obs: Para se configurar “Ato de 
comércio” exige-se a intermediação do bem. Assim, quando o comerciante compra bem 
para uso próprio, não se caracteriza “ato de comércio” (ainda que ele se utilize da 
qualidade de comerciante). 
“Empresário”: “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou circulação de bens ou serviços.” (salvo, profissão intelectual, científica, 
literária ou artística, desde que o exercício da profissão não constitua elemento da 
empresa) (C.C./art.966); é o sujeito de direito; tem personalidade jurídica; é a própria 
PF (empresário individual) ou a própria PJ (sociedade empresária); 
“Empresa”: é a própria atividade explorada pelo empresário; é o objeto de direito; não 
tem personalidade jurídica; 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS 
Quanto à atividade explorada: empresários comerciais; empresários industriais; 
empresários prestadores de serviços; empresários agropecuários. 
Quanto à qualidade de seus sócios: 
- Empresas públicas (de dto privado): capital público; 
-Empresas privadas: capital privado; 
- Sociedade de economia mista : capital público e privado. 
 
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO C.C. art. 44 
Fundações (finalidade cultural e assistencial)= NÃO empresarial 
2 
 
Associações (fim filantrópico, cultural, desportivo)= NÃO empresarial 
Organizações religiosas = NÃO empresarial 
Partidos políticos = NÃO empresarial 
Sociedades: empresarial (soc. empresária) e NÃO empresarial (soc. simples) → ambas 
visam lucro (Direito das empresas) 
 
Sociedade Empresária X Sociedade Simples
(distinguem-se pela forma de explorar seu objeto) 
* art. 966 NCC;
• Atividade econômica;
• Lucro;
* Forma organizada;
• Objeto: produção e
circulação de bens e
serviços; engloba
atividades próprias de
simples quando for
elemento da empresa (ex.
clínica médica); Por lei:
todas as S/A.
• Exige e basta o efetivo
exercício da atividade;
• Registro: Junta Comercial;
• Admite falência;
• art.982 NCC;
• Atividade econômica;
• Lucro;
* Forma: em regra, não organizada;
• Objeto: definido por lei: ativde.
intelectual, artística, científica,
literária, desde que não constitua
elemento da empresa (ex.:
médico); Por lei: advogados,
cooperativas e atividade agrícola
(salvo rural quando optarem por
soc. empresária)
• Registro: RCPJ;
• Não admite falência;
 
Conclusão: sociedade empresária é a pessoa jurídica de
direito privado que explora objeto social, para a exploração e
circulação de bens e serviços, de forma organizada (e todas as
S/As). Caracteriza-se por:
-Exercício de atividade repetida no tempo;
-Ativde de natureza econômica;
-Explorada de forma organizada;
-Exercida com profissionalidade (habitualidade e lucro);
-Produção e circulação de bens p/ o mercado (não p/ próprio
consumo).
Estabelecimento empresarial: (art. 1.142/1.143, CC) “todo
complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por
empresário, ou por sociedade empresária.” “Pode (...) ser
objeto unitário de dtos e negócios (...)”; por isto, constitui
uma UNIVERSALIDADE de BENS materiais ou imaterias. 
3 
 
 
 
PERSONALIDADE JURÍDICA SOCIETÁRIA 
Brasil - Inicia com o C. Co de 1917 
A Personalidade Jurídica é uma ficção legal, cuja existência decorre da lei, tendo como 
elemento instituidor o registro dos atos constitutivos na repartição competente. Sua 
função é criar um centro de interesses autônomo em relação às pessoas que lhe deram 
origem. 
efeitos da personificação: 
 • Distinção entre os sócios e a sociedade; 
 • Separação de responsabilidades; 
 • Titularidade patrimonial, processual, de direitos e obrigações; 
 • Perpetuidade flexibilidade orgânica ( fusões, incorporações). 
 
 
PERSONALIDADE JURÍDICA DA PESSOA JURÍDICA: será adquirida (art.
985, C.C.) e produzirá seus efeitos (art. 45 e 1.150, C.C.) após a inscrição
e respectivo registro dos seus atos constitutivos (contrato social ou
estatutos) no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial),
independente de seu objeto social (art. 2o., L. 8.8934/94), desde que se
trate de sociedade empresária (art. 982).
SUJEITOS DE DIREITO PERSONALIZADAS E DESPERSONALIZADAS:
Sujeitos Despersonalizadas: aqueles que embora não sejam pessoas
jurídicas, tem autorização legal (atribuídos por lei de forma específica)
para certos atos civis, inclusive para adquirir direitos e contrair
obrigações. Só podem praticar atos nos limites expressamente previstos
em lei: condomínio; massa falida; espólio...
Sujeitos Personalizados: pessoas jurídicas que possuem aptidão plena
para todos os atos , direitos e obrigações da vida civil, que não lhes
sejam proibidos. Ex.: sociedade empresária.
FIM DA PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA: dissolução,
liquidação e partilha.
 
4 
 
Título de Participação Social:
Cota e ACota e Aççãoão
COTA: Trata-se do fracionamento do capital social de uma 
sociedade empresarial (exceto das sociedades por ações), 
onde via de regra, conferirá aos seus titulares os mesmos 
direitos e deveres.
AÇÃO: Trata-se do fracionamento do capital social das 
sociedades por ações, possuindo espécies distintas (com 
direitas e deveres distintos), cuja característica principal é
a sua negociabilidade.
A Lei não proíbe que nas Ltdas as cotas sejam de natureza diferente, 
tal qual são na S/A.
 
CAPITAL SOCIAL: Será fracionado em Cotas ou Ações, conforme o tipo 
societário adotado;
INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL: Cada tipo societário prevê a 
responsabilização dos sócios (solidária ou individual) pela parcela 
faltante na integralização do capital social; 
- Tanto as Cotas quanto as Ações podem representar direitos financeiros 
e políticos, plenos ou limitados, tudo conforme estabelecido em contrato 
social ou estatuto (art. 1.055, CC; art. 15, LSA);
- É livre o fracionamento quantitativo do capital social em cotas nas 
Sociedades Limitadas. Já nas Sociedades por Ações o fracionamento é
limitado: 50% em ações ordinárias e 50% em ações preferenciais (no 
regime anterior, o limite era de 1/3 mínimo e 2/3 máximo, 
respectivamente - dilui o poder através da maior participação no poder 
de votos. 
- Os Sócios Cotistas, respondem solidariamente pela integralização do 
capital social (art. 1.52, CC.) enquanto que os Sócios Acionistas 
respondem individualmente ao preço de emissão da ação (art. 1o., LSA).
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
RESPONSABILIDADE SOCIETÁRIA DA 
SOCIEDADE – PESSOA JURÍDICA
Qualquer pessoa, física ou jurídica, responde sempre
de forma ilimitada, com a totalidade de seus bens, presentes e
futuros, pelas obrigações assumidas em seu próprio nome.
 Responsabilidade Primária – é sempre da sociedade desde
que por atos regulares da sociedade (art. 591, CPC, art. 47 e
1.024, C.C.)
 Responsabilidade Secundária - dos sócios (art. 592 e 596
do CPC)
 
Responsabilidade societária dos modelos de Organização de 
Sociedade:
(Obs.: Natureza das sociedades: Simples e empresária.)
Simples – responsabilidade ilimitada (art., 1.023) – inviabilização do 
modelo.
Tem estrutura mais complexa que as Ltda.
Sociedade em Nome Coletivo (art. 1.039 a 1.044) – Só de Pessoa Física 
responsabilidade ilimitada (art. 1.039) – inviabiliza modelo.
Sociedade em Comandita Simples (1.045 a 1.055) – sociedade de 
pessoas Físicas (Comanditados – com responsabilidade ilimitada; 
comanditários – com responsabilidade só por suas cotas – art. 1.045) –
inviabiliza modelo.
Sociedade em Comanditapor Ações (arts. 1.090 a 1.092): Capital 
dividido em ações (C/A) – acionista diretor, responsabilidade ilimitada 
(art. 1.091) inviabiliza modelo.
De Capital e Indústria – revogadas.
 
 
6 
 
ÚNICAS MODALIDADES SOCIETÁRIAS que protegem o sócio:
responsabilidade dos sócios limitada às suas ações/cotas:
S/A – Responsabilidade dos sócios é limitada ao valor das
ações - Regidas por lei especial, salvo casos omissos. Ex.:
art.977 NCC ; - marido e mulher (comunhão universal e
separação legal de bens) não podem ser sócios; - natureza
estatutária (Estatutos)
LTDA. – responsabilidade dos sócios é limitada a suas cotas -
natureza contratual (Contrato Social);
 
 
A Desconsideração da Pessoa Jurídica
A autonomia patrimonial da PJ, ao dar margem à fraude (por um de seus
sócios), autoriza o P. Jud. a desconsiderar a autonomia patrimonial da PJ
e alcançar o patrimônio do sócio.
FUNDAMENTOS - Art. 50 CC: fraude mediante:
- desvio do fim social;
- confusão patrimonial.
- A RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL É DIRETA DO SÓCIO (AGENTE).
- A SOCDE É PRESERVADA (válida e atuante).
- PJ DESCONSIDERADA SÓ PARA O CASO EM CONCRETO.
A Desconsideração da personalidade jurídica tem o fim exclusivo de
atingir o patrimônio pessoal dos sócios envolvidos na administração da
sociedade, que a utilizam como instrumento para fraudar a lei ou o
contrato, com abuso de direito, causando danos a terceiros.
 
7 
 
NATUREZA: Poderá ter natureza de pessoas ou de capitais, conforme o tipo 
societário adotado e as limitações estabelecidas contratualmente à circulação das 
cotas ou ações ,assim como a influência que os sócios terão na realização do seu 
objeto social, conforme os respectivos atributos e capacidades pessoais. Tal 
definição implica na determinação do regime da sucessão, cessão e penhora das 
cotas ou ações.
Sociedades de Pessoas ou Contratuais (ato constitutivo é o contrato social); em 
regra (pois o C.S. pode prever de forma diversa), a pessoa do sócio importa para o 
sucesso do empreendimento, o que justifica o direito dos sócios minoritários 
manterem a sociedade (impedindo a sua dissolução pela maioria) e de vetarem a 
alienação de cotas para (e o ingresso de) novo sócio; em caso de morte de um dos 
sócios, pode dar-se a dissolução parcial, se os sobreviventes não aceitarem os sócios 
sucessores; cotas penhoráveis por dívida particular do sócio (Jurisprudência: REsp: 
172.612-SP; 34.692-SP; 138.990-MG) = exercício dos dtos patrimoniais e não 
políticos; são regidas pelo C.C..
Sociedades de Capital ou Institucionais (ato constitutivo é o estatuto social); a figura 
do sócio não é relevante para o empreendimento , o que justifica só serem 
dissolvidas por vontade da maioria; nestas, há a livre disponibilidade (por cada sócio) 
para a alienação de ações para novo sócio; não há dissolução parcial da sociedade 
pela morte de um dos seus sócios; ações penhoráveis por dívida particular do sócio; 
são regidas pela Lei das S/A’s.
 
SOCIEDADE IRREGULAR E SOCIEDADE DE FATO
(ambas são “Sociedades em Comum” = socdes despersonificadas)
Premissa: qualquer sociedade só se constitui após o registro do seu ato
constitutivo (contrato social ou estatuto social) no órgão competente!
SOCIEDADE IRREGULAR: possui ato constitutivo, mas não registrado.
-Admite ação entre os sócios para a declaração da existência do vínculo
societário;
-Todos os sócios respondem ilimitadamente e solidariamente, com seus
próprios bens, pelas obrigações sociais (após exauridos os bens da
sociedade); mas o sócio que efetivamente contratou em nome da
sociedade responderá independentemente de, antes, exaurir os bens da
sociedade.
SOCIEDADE DE FATO: não possui ato constitutivo.
-Não admite ação entre os sócios para a declaração da existência do
vínculo societário;
-Todos os sócios respondem ilimitadamente e solidariamente, com seus
próprios bens, pelas obrigações sociais (independentemente de antes
exaurir os bens da sociedade).
* ambas: não admitem falência, nem recuperação judicial; seus livros
comerciais não têm eficácia probatória. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
C.C Art. 972: “Podem exercer a atividade de empresário os que (i) estiverem em pleno 
gozo da capacidade civil e (ii) não forem legalmente impedidos”. 
Capacidade civil: aptidão para exercer os direitos e obrigações na vida civil (C.C Art 
1º) + Incapacidade Superveniente: aplicam-se art. 3º e 4º do CC, mediante ordem 
judicial. 
- Incapacidade absoluta (C.C Art 3º) = são representados; 
- Incapacidade relativa (C.C. art. 4º.) = são assistidos; 
- Maioridade – Capacidade plena (C.C Art. 5º) = agem por si. 
Emancipação (parg. 1º, art. 5º, CC) e o Menor Empresário: admite a emancipação 
do maior de 16 anos “pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de 
relação de emprego, desde que, em função deles, ...tenha economia própria.” * Todas as 
hipóteses de emancipação permitem aos emancipados exercer atvde empresarial! 
Impedidos por Lei (mas admite sua falência): funcionários públicos (perdem o cargo), 
militares da ativa da armada e civis (embora possam ser acionistas e/ou quotistas); 
magistrados; o falido (até a sentença que encerra suas obrigações); os auxiliares do 
empresário; PJ: exploração de recursos minerais, energia elétrica, saúde, emp. 
Jornalística, radiofusão e de sons e imagens (70% capital br.); etc. *ATOS 
VÁLIDOS/TERCEIROS 
 
Correspondência no material didático/Estácio: 
 “Curso Avançado de Direito Comercial” pg. 190 a 232. 
 
SOCIEDADE LIMITADA 
 
1) Responsabilidade dos sócios (pg. 190/191): 
- solidária (perante os demais sócios pela integralização do capital) 
- subsidiária (em relação à socde. até que haja a integralização capital) 
- limitada às suas cotas integralizadas do capital (após a total integralização do capital), 
salvo: se o sócio deliberar/decidir contra o contrato social ou a lei; por dívidas fiscais e 
previdenciárias; por dívidas trabalhistas; por abuso de personalidade jurídica, desvio de 
finalidade ou confusão patrimonial = resp. ilimitada (pessoal) 
 
9 
 
2) Sócios remisso (pg.192): aquele que não integraliza suas cotas: pode ser executado 
(p/ integralizar cotas) ou excluído da sociedade; 
 
3) Aumento do capital social (pg.192/193): por entrada de novos fundos; por 
subscrição de novas cotas; por incorporação de lucros; 
 Diminuição do capital social (pg.192/193): por perdas irreparáveis; por excesso de 
capital. 
 
4) Constituição da sociedade (pg.194/195): contrato escrito público ou particular = 
Contrato Social. Cláusulas obrigatórias: adoção pelo tipo Ltda.; o objeto social; 
qualificação dos sócios e administradores (estes se nomeados no contato); capital social, 
sua divisão, prazo da socide.; valor das cotas; a denominação da socde. 
 
5) Administração da sociedade (pg.195/196): por sócio ou não-sócio; PJ ou PF; sujeita 
à registro na Junta Comercial (sem o que responderá pessoal e solidariamente por seus 
atos); CC prevê diversos quoruns diferentes para sua nomeação e destituição. 
 
6) Conselho Fiscal (pg.198): obrigatória só se acima de 10 sócios; funções de: exame e 
pareceres de contas e negócios sociais; denúncia de erros, fraudes e crimes; Convocar a 
Assembléia Geral (se a diretoria não convocar). 
SOCIEDADE ANÔNIMA (S/A) 
1) Características: (pg.219/220): capital social fracionado em ações; é socde de capital 
(ações transferíveis livremente); responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de sua 
ação; é sempre empresarial (qq que seja seu objeto social); suas ações podem ser 
subscritas por “apelo público” (captação de recursos perante o público em geral como 
forma de investimento: acionista poupador; exige o prévio registro da companhia na 
CVM). 
2) Denominação: (pg.220/221): nome com características de novidade (inédito) e de 
veracidade (indicativo da atividade ou de pessoa homenageada); sempre acrescida de 
“S/A” (ao final) ou “Cia.” (no início). 
 
ESPÉCIESDE S/A (pg.225/231): 
Cia. FECHADA: aquelas sem títulos mobiliários na bolsa de valores. 
10 
 
Cia. ABERTA: aquelas com títulos mobiliários na bolsa de valores; controlada e 
fiscalizada pela CVM e com responsabilidades e obrigações especiais impostas por lei. 
Cia. FECHADA de Pequeno Porte: aquelas com menos de 20 acionistas + patrimônio 
líquido inferior a R$1.000.000,00 + não integrar grupo de sociedades = isentas de 
diversas obrigações próprias das S/As. 
Sociedade de Economia Mista: aquelas de capital público e privado; integram a 
administração pública indireta; exploração direta de atividade econômica pelo Poder 
Público, de forma subsidiária, ou seja, apenas em caso de “imperativos da segurança 
nacional” (setores estratégicos) ou de “relevante interesse coletivo” (atividades onde o 
particular não quer explorar) e, ainda, na hipótese de monopólio legal do Poder Público; 
sua criação autorizada por lei, mas regulada por regime jurídico de direito privado. 
 
Comissão de Valores Imobiliários: (pg.227) 
Autarquia federal que protege e serve como banco de registro de S/As (abertas) e emite 
normas para regular o mercado mobiliário. 
* Bolsa de Valores: instituição civil, sem fim lucrativo, com o objetivo de manter local 
e estrutura para negociação dos títulos mobiliários das S/As., além de fiscalizar o 
cumprimento das leis. É formada por sociedades corretoras-membros (que realizam as 
transações mobiliárias em nome de seus clientes). Realiza apenas operações do 
“mercado secundário” (aquele de títulos mobiliários já lançados/emitidos). Diz-se 
“mercado primário” aquele que se destina, em especial, ao lançamento/emissão de 
novas ações. 
 
O EMPRESÁRIO E OS DIREITOS DO CONSUMIDOR 
Correspondência no material didático/Estácio: 
 “Manual de Direito Comercial” Parte 1 (pg. 93/105) 
Tema abordado segundo os artigos do CDC a seguir: 
 
CONSUMIDOR E FORNECEDOR (pg.93/94) 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. Obs: “Relação de consumo” = é aquela em que de um lado está o fornecedor e de 
outro está o consumidor final. 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem 
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, 
Daniela
11 
 
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista. 
 
QUALIDADE DO PRODUTO OU SERVIÇO 
E AS RESPONSABILIDADES DELES DECORRENTES (pg. 94/99) 
 
1) FORNECIMENTO PERIGOSO (pg. 94/96) 
Conceito: 
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde 
ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de 
sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as 
informações necessárias e adequadas a seu respeito. 
 Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou 
segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou 
periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. 
 
2) FORNECIMENTO DEFEITUOSO (pg. 96/97) 
Conceito: 
Art. 12. § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se 
espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua 
apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi 
colocado em circulação. 
 
Responsabilidades pelo fornecimento perigoso ou defeituoso: (pg. 95 fim/97) 
 
Responsabilidade Objetiva: 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador 
respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, 
manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações 
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, 
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: I - o 
fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for 
12 
 
fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - não 
conservar adequadamente os produtos perecíveis. 
OBS: todo “empresário” é “fornecedor”, daí identificando-se suas responsabilidades consumiristas 
com aquelas do fornecedor. (pg.94) 
 
Responsabilidade subjetiva: (pg. 97) 
Art. 14, § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a 
verificação de culpa. 
 
Excludentes de Responsabilidade: (pg. 97) 
Art. 12, § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando 
provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no 
mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 
Prescrição: (pg. 97) 
 Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do 
produto ou do serviço (...), iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de 
sua autoria. 
 
3) FORNECIMENTO VICIADO (pg.97) 
Conceito: 
Art. 18. Os fornecedores de PRODUTOS de consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de (i) qualidade ou (ii) quantidade que os tornem (a) impróprios ou 
inadequados ao consumo a que se destinam ou (b) lhes diminuam o valor, assim como por (c) 
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, 
rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, (...). 
 Art. 18. § 6° São impróprios ao uso e consumo: 
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; 
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, 
nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas 
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; 
 III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. 
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre 
que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às 
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, 
(...). 
 
Responsabilidades pelo fornecimento viciado do produto: (pg. 98/99) 
 
a) Decorrente da qualidade do produto: Art. 18: 
13 
 
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em 
perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, 
sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. 
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo 
anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de 
adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação 
expressa do consumidor. 
§ 3° O consumidor poderá fazeruso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em 
razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou 
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. 
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível 
a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, 
mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto 
nos incisos II e III do § 1° deste artigo. 
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o 
fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor. 
 
b) Decorrente da quantidade do produto: 
Art. 19. (...), podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - o abatimento 
proporcional do preço; II - complementação do peso ou medida; III - a substituição do produto por 
outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; IV - a restituição imediata da 
quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. 
 
4) VÍCIO DO SERVIÇO: (pg.98/99) 
Conceito: 
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao 
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as 
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: 
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente 
deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de 
prestabilidade. 
 
Responsabilidades pelo vício do serviço: (pg. 98/99) 
Art. 20. (...), podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos 
serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional 
do preço. 
 
14 
 
 
 
PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR (pg. 99/102) 
 
Das Cláusulas Abusivas: Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas 
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: 
 
IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS: (pg.100) ART. 51, I - impossibilitem, exonerem ou 
atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e 
serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos; II - subtraiam ao consumidor a opção 
de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram 
responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que 
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
eqüidade; VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - 
determinem a utilização compulsória de arbitragem; XV - estejam em desacordo com o sistema 
de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias 
necessárias 
 
EQUILÍBRIO CONTRATUAL: (pg.100/101) ART. 51, VIII - imponham representante para concluir ou 
realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, 
variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato 
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a 
ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o 
fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do 
contrato, após sua celebração; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, 
embora obrigando o consumidor; 
 
INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR: (pg.101) Art. 47. As cláusulas contratuais 
serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. 
 
EXECUÇÃO ESPECÍFICA DOS CONTRATOS DE CONSUMO: (pg.102) 
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz 
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o 
resultado prático equivalente ao do adimplemento. Art. 48. As declarações de vontade constantes de 
escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, 
ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. 
 
OBS: CONTRATO DE ADESÃO: (pg. 102) Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas 
tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo 
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar 
15 
 
substancialmente seu conteúdo. = admitem execução específica; são interpretados 
favoravelmente ao aderente; obrigam à parte que o apresentou. 
 
OUTRAS MEDIDAS PROTETIVAS: (pg. 104/105) 
- estabelece os crimes contra as relações de consumo (art. 61 a 80); 
- prevê a desconsideração da personalidade jurídica (art. 28); 
- ações coletivas (art. 91 a 100); propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus 
sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos. 
 
- bancos de dados e cadastros de consumidores: 
Art. 43. § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em 
linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período 
superior a cinco anos. § 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, 
não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que 
possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações 
fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e 
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor. 
 
PUBLICIDADES ILÍCITAS: SIMULADA, ENGANOSA E ABUSIVA (p.102/104) 
 
PUBLICIDADE SIMULADA: aquela que ocultar a sua condição de propaganda. Art. 36. A publicidade 
deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. 
PUBLICIDADE ENGANOSA: Art. 37, § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou 
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, 
mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, 
características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre 
produtos e serviços. 
PUBLICIDADE ABUSIVA: Art. 37, § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de 
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da 
deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja 
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou 
segurança. 
 
Responsabilidades: penal (detenção), civil (reparação moral e material ao consumidor) e 
administrativa (multa e veicular contrapropaganda) 
 
 
 
 
 
16 
 
TEORIA GERAL DO DIREITO CAMBIÁRIO 
Correspondência no material didático/Estácio: 
 “Manual de Direito Comercial” Parte 1 (pg. 231/238) 
 
Conceito: C.C. Art. 887. “O título de crédito, documento necessário ao 
exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito 
quando preencha os requisitos da lei.” 
 
As obrigações representadas pelos Títulos de Crédito podem decorrer: 
- de um contrato: do qual se emita um título de crédito representativo das 
obrigações pecuniárias ali pactuadas. 
- cambial: quando a obrigação decorre do quanto contém o próprio título de 
crédito.- extracambial: aquele cuja obrigação decorre de ato ilícito extracontratual. 
 
Atributos dos Títulos de Crédito (benefícios decorrentes do T.C.): 
- Negociabilidade: negociabilidade do crédito é facilitada pela aptidão jurídica 
de circularizaçãodo T.C.; 
- Executoriedade: cobrança judicial mais célere e eficiente (já que os títulos de 
crédito constituem títulos executivo extrajudiciais). 
 
Princípios gerais: 
- Cartularidade: exige a efetiva posse do documento creditício; 
- Literalidade: só produze efeito o quanto expressamente consignado no T.C. 
- Autonomia: C.C., Art. 888.: “A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao 
escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do 
negócio jurídico que lhe deu origem.” 
Sub-princípios da autonomia: 
* abstração: consiste na autonomia existente entre o título de 
crédito e a obrigação que lhe deu origem (cf. art. 888, C.C.); 
*inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé: 
aspecto meramente processual: matérias que podem ser arguídas 
em defesa do devedor. 
Classificação: 
- Quanto ao modelo do T.C.: de “modelo livre” (os que a lei não prescreve 
forma específica, mas apenas requisitos que os caracterizem como T.C.) e de 
“modelo vinculado” (tem forma e requisitos prescritos em lei). 
- Quanto à estrutura dos T.Cs.: poderão ser “ordem de pagamento” (onde o 
devedor, o credor e aquele que deve desembolsar o montante devido estão 
obrigados em decorrência do T.C.) ou “promessa de pagamento” (só estão 
obrigados pelo T.C. o devedor e o credor). 
- Quanto às hipóteses de emissão: poderão ser “causais” (aqueles em que a lei 
determina as causas que podem lhe dar origem) ou “não-causais” (aqueles que 
podem surgir de qualquer causa não vedada por lei). 
- Quanto à circularização dos T.Cs.: poderão ser “ao portador” (transmitem-se 
pela tradição, já que não identificam o seu credor) ou “nominativos” (por 
identificarem seu credor, requerem um ato jurídico para perfazer a sua 
tradição) e que podem ser “à ordem” (admitem endosso) ou “não à ordem” (sua 
circularização se faz mediante contrato de “cessão civil”) . 
17 
 
FALÊNCIA E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS 
(observações da profa. Andréa Boisson para leitura dos alunos) 
 
LEI 6.024, 13/03/1974: dispõe sobre a intervenção e a liquidação extrajudicial 
de instituições financeiras: 
Art.1º As instituições financeiras privadas e as públicas não federais, assim 
como as cooperativas de crédito, estão sujeitas, nos termos desta Lei, à 
intervenção ou à liquidação extrajudicial, em ambos os casos efetuada e 
decretada pelo Banco Central do Brasil, (...) ou à falência, nos termos da 
legislação vigente. 
 
Legislação vigente: LEI 11.101, 09/02/2005 (Regula a recuperação judicial, a 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária): 
Art. 2o Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia 
mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, 
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de 
plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de 
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
 
Hipóteses em que o Banco Central poderá requerer a falência das 
instituições financeiras privadas (Lei 6.024/1974): “quando o seu ativo não 
for suficiente para cobrir sequer metade do valor dos créditos quirografários, ou 
quando julgada inconveniente a liquidação extrajudicial, ou quando a 
complexidade dos negócios da instituição ou, a gravidade dos fatos apurados 
aconselharem a medida” (art. 12) “ou quando houver fundados indícios de 
crimes falimentares” (art. 21). 
 
CLASSIFICAÇÃO RESUMIDA DOS CRÉDITOS NA FALÊNCIA de acordo 
com a Lei de Falência (art. 83 e 84): créditos extraconcursais (todos aqueles 
referentes ao processo ou processamento da falência); trabalhistas e de 
acidentes de trabalho; créditos com garantia real (ex.: hipoteca em bem 
imóvel); tributários (salvo as multas tributárias); créditos com privilégio especial 
segundo a legislação vigente; créditos com privilégio geral segundo a 
legislação vigente; créditos quirografários (os não englobados anteriormente); 
multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou 
administrativas, inclusive as multas tributárias; créditos subordinados (previstos 
em lei ou em contrato; créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo 
empregatício). 
 
HIPÓTESES PARA A DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA de acordo com a Lei de 
Falência (art. 94): Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante 
razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em 
título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 
(quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; II – executado por 
qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens 
suficientes dentro do prazo legal; III – pratica qualquer dos seguintes atos, 
exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação 
precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para 
realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o 
18 
 
objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou 
alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) 
transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de 
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) 
simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de 
burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça 
garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres 
e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem 
deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os 
credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do 
local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no 
prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
 
 
PROCESSO FALIMENTAR 
 Correspondência no material didático/Estácio: 
 “Manual de Direito Comercial” Parte 2 (pg. 318/340) 
 
Etapas do processo falimentar: 
a) o pedido de falência (pré-falencial; inicia-se com a petição de pedido de 
falência e termina com a declaração judicial de falência); 
b) o transcurso do processo de falência (inicia-se com a declaração judicial de 
falência e termina com a sentença de encerramento da falência). 
c) a reabilitação (é a declaração da extinção das responsabilidades civis do 
falido). 
 
Fôro competente para o processo falimentar: principal estabelecimento do 
devedor. 
 
Juízo falimentar: UNIVERSAL = competência p/ julgar todas ações e 
execuções judiciais patrimoniais, salvo: causas trabalhistas, fiscais e aquelas 
não reguladas na Lei de Falência em que o falido figurar como autor ou 
litisconsorte ativo (art. 76); créditos previdenciários; ação de conhecimento de 
obrigação ilíquida em que a UF, a qualquer título, seja parte ou tenha interesse; 
ação que demandar quantia ilíquida (§ 1º, art.6º). 
 
- Legitimados ao pedido de falência e requisitos para pedido de falência: 
 
a) autofalência: requerida pelo próprio devedor: empresário individual ou 
sociedade empresária; 
Requisitos: apresentação de balanço patrimonial; relação de credores; dos atos 
constitutivos ou relação dos sócios; depositar em juízo os livros comerciais; 
Rito: é proferida sentença declaratória da falência sem ouvir o Ministério 
Público e sem qualquer outro ato jurídico. 
 
b) por terceiros: requerida pelo credor, por sócio do devedor ou, em caso de 
morte do devedor, por seu cônjuge sobrevivente, seus herdeiros ou 
inventariante. 
19 
 
Requisitos: exibir o título de crédito vencido (ou mesmo o não-vencido, desde 
que tenha outro anteriormente pago impontualmente);- pelo credor empresário: apresentar inscrição individual de empresário 
ou registro dos atos constitutivos da sociedade empresarial); 
 - pelo credor não domiciliado no Brasil: deve prestar caução; 
 
Rito: é determinada a citação do devedor para contestar o pedido de falência 
ou depositar o valor devido (no caso de falência por impontualidade 
injustificada do pagamento ou de execução frustrada). 
Hipóteses de atos do devedor/requerido: 
a) Devedor só contesta: juiz = sentença denegatória ou declaratória de 
falência. 
b) Devedor contesta e deposita: 
juiz = b1) acolhe a razões de defesa e profere sentença denegatória de falência 
(c/ condenação do requerente em sucumbência e/ou perdas e danos em caso 
de dolo; autoriza levantamento do depósito pelo devedor); 
b2) desacolhe a razões de defesa e profere sentença denegatória de 
falência (c/ condenação do requerido/devedor em sucumbência; autoriza 
levantamento do depósito pelo credor). 
c) Devedor só deposita: juiz = sentença denegatória de falência (c/ condenação 
do requerido/devedor em sucumbência; autoriza levantamento do depósito pelo 
credor). 
d) Devedor não contesta e nem deposita: juiz = sentença declaratória da 
falência iniciando-se o processo falimentar e colocando o falido (e seus bens) 
e seus credores sob o regime jurídico falimentar. 
 
Conteúdo específico da sentença declaratória da falência: identificar o 
devedor; seu estabelecimento principal; seus administradores; eventuais sócios 
de respde ilimitada; determinação ao falido para apresentação de lista de 
credores; determinação à Junta Comercial p/ anotação da falência; suspensão 
de execuções contra o devedor; prazo para habilitação dos credores; termo 
legal da falência (período - de até 90 dias contados do pedido de falência, do 
pedido de recuperação judicial ou do 1o protesto por falta de pagamento– em 
que os atos por ele praticados não produzirão efeitos contra a massa-falida); 
etc. 
 
Administração da falência: 
a) Juiz: presidente da administração da falência, autoriza venda de bens, 
pagamentos aos auxiliares da falência, aprova contas, etc. 
b) Ministério Público: atua como fiscal da lei e pode intervir no processo. 
c) Órgãos da Falência: 
- assembléia de credores: órgão integrado pelos credores; aprova e elege a 
comissão de credores; delibera questões de interesse geral dos credores; etc. 
- comitê de credores: eleitos pela assembléia geral, é órgão integrado por um 
credor trabalhista, um credor de privilégios especiais e outro por um 
representante dos demais credores; função fiscalizatória sobre o administrador 
judicial. 
- administrador judicial: nomeado pelo juiz (PF ou PJ); auxiliar do juiz com 
funções indelegáveis (age em nome próprio c/ responsabilidade pessoal); pode 
contratar auxiliares mediante a autorização do juiz; é representante dos 
20 
 
interesses dos credores; é equiparado ao funcionário público para efeitos 
penais; juiz pode substituí-lo (morte, incapacidade, etc.) ou destituí-lo (esta é 
sanção por descumprimento adequado de suas funções ou por interesses 
conflitantes com a massa falida; afastado por 5 anos da função); responde 
civilmente - perante a massa falida - por má-administração ou por infração à lei, 
podendo qualquer credor responsabilizá-lo, desde que tenha requerido a sua 
destituição; 
Funções processuais de responsabilidade do administrado judicial: objetivo 
fundamental do processo de falência: - definir o ativo do devedor (arrecadação 
dos bens do falido); - definir o passivo do devedor (lista de credores, habilitação 
dos credores e impugnações aos créditos). A apuração do ativo, portanto, se 
faz por meio da “verificação do crédito”, ato de competência do administrador 
judicial. 
- verificação dos créditos (elaboração da lista de credores, se não foi 
apresentada pelo devedor; sua publicação no D.O.; recebimento das 
habilitações de crédito; recebimento de divergências apontadas à lista de 
credores; análise dos créditos; elaboração e publicação de nova lista de 
credores; recebimento de impugnações ao quadro de credores; recebimento 
das contestações dos credores impugnados e das provas a serem produzidas; 
abertura de prazo para manifestações das matérias litigiosas; elaboração de 
parecer ao juiz sobre o quadro de credores e as impugnações que decide 
sobre elas e formula quadro final de credores); 
- relatório inicial (apurar as causas e analisar a falência e o falido, além de 
apurar crime falimentar); 
- contas (mensais c/ receitas e despesas da massa falida; conta final e conta 
extraordinária se sair da função = todas julgadas pelo juiz, após ouvir MP e 
credores; pode ter seus bens indisponibilizados diante de má prestação de 
contas); 
- relatório final (c/ ativo, passivo, pagamentos e saldo para cada credor em 
rateio, obrigações pendentes do falido, de onde se extraem as “Certidões 
Judiciais de Crédito” perante o empresário falido - para o caso do credor querer 
cobrar futuramente se o falido recompor seu patrimônio). 
 
ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA: sentença judicial proferindo o 
encerramento da falência, mediante sua publicação no D.O. e sujeita à recurso 
às instâncias superiores. 
REABILITAÇÃO DO FALIDO 
É a declaração judicial necessária para o falido (PF e o sócio de 
responsabilidade ilimitada) voltar a exercer atividade empresarial, com a 
declaração de extinção de responsabilidades civis e penais do falido, nas 
seguintes hipóteses (art. 158 e 160): - pagamento (extinção) ou novação dos 
créditos; rateio de mais de 50% do passivo, após a realização do ativo (obs: o 
rateio é a única causa de reabilitação que ocorre antes do encerramento da 
falência); decurso de 5 anos do encerramento da falência (salvo se falido 
condenado por crime falimentar, hipótese que se exige o decurso de 10 anos); 
prescrição das anteriores obrigações antes do prazo de 5 (ou 10 anos) 
contados do transito em julgado da sentença de encerramento da falência; 
- o juiz profere sentença de reabilitação do falido e, se o requerimento de 
reabilitação for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as 
obrigações na própria sentença de encerramento. 
21 
 
- se condenado por crime falimentar, deverá, também, requerer e obter 
sentença declaratória de reabilitação penal (após 2 anos do cumprimento da 
pena), sem o que não poderá voltar a explorar atividade empresarial. 
- se não requerer a reabilitação penal, sua inabilitação limita-se a 5 anos após a 
extinção da punibilidade. 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL e RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
Correspondência no material didático/Estácio: 
 “Manual de Direito Comercial” Parte 2 (pg. 369/370) 
A recuperação extrajudicial e a recuperação judicial, ambos previstos e 
regulados pela lei de Falências (Lei 11.101/2005), consistem em métodos, 
mediante uma intervenção mínima do Poder Público, que permitem ao devedor 
empresário individual ou sociedade empresária, por meio de acordo nos termos 
da lei, renegociar seus débitos perante seus credores, com aumento ou 
prorrogação do prazo para pagamento de suas dívidas. 
OBJETIVOS: objetivam a recuperação do empresário que se encontre em crise 
econômico-financeira e se encontre em condições de superá-la. Pautam-se 
pelos princípios constantes do art. 47, da Lei de Falência: “A recuperação 
judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise 
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte 
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, 
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo 
à atividade econômica.” 
 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 Correspondência no material didático/Estácio: 
 “Manual de Direito Comercial” Parte 2 (pg. 370/387) 
 
MEIOS DE RECUPERAÇÃO DA EMPRESA: (art.50) (meios devem ser viáveis 
à recuperar o empresário): 
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das 
obrigações vencidas ou vincendas; II – cisão, incorporação, fusão ou 
transformação de sociedade, constituição desubsidiária integral, ou cessão de 
cotas ou ações; III – alteração do controle societário; IV – substituição total ou 
parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos 
administrativos; V – concessão aos credores de direitos societários 
extrapatrimoniais (poder de veto = golden share); VI – aumento de capital 
social; VII – trespasse (transferência) ou arrendamento de estabelecimento; 
VIII– redução salarial, compensação de horários e redução da jornada; IX–
dação em pagamento ou novação de dívidas; X – constituição de sociedade de 
credores; XI – venda parcial dos bens; XII – equalização de encargos 
financeiros; XIII – usufruto da empresa; XIV – administração compartilhada; 
XV– emissão de valores mobiliários; XVI – adjudicar bens aos credores para 
diminuir o passivo. 
ÓRGÃOS ESPECÍFICOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL: 
A) ASSEMBLÉIA GERAL DOS CREDORES: 
- composição: por credores que representam os interesses dos credores da 
sociedade; 
22 
 
- convocação: pelo juiz por edital publicado no D.O. e em jornais de grande 
circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 
dias ou pelos credores que representem no mínimo 25% do valor total dos 
créditos de uma determinada classe (art. 36). 
- instalação: em 1a convocação, com a presença de credores titulares de mais 
da metade dos créditos de cada classe e, em 2a convocação, com qualquer 
número (art. 37). 
- competências: aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação 
judicial apresentado pelo devedor; constituição do Comitê de Credores, a 
escolha de seus membros e sua substituição; opinar sobre pedido de 
desistência da recuperação judicial pelo devedor; eleger o gestor judicial, 
quando do afastamento dos diretores do devedor empresarial; opinar sobre 
qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores (art. 36). 
- direito de voto: os arrolados no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na 
relação de credores apresentada pelo administrador judicial ou, na falta desta, 
na relação apresentada pelo próprio devedor; aquelas habilitadas na data da 
realização da assembléia ou que tenham créditos admitidos ou alterados por 
decisão judicial (art. 39). O voto do credor será proporcional ao valor de seu 
crédito (art. 38). Quorum geral de deliberação é o da maioria (dos presentes - 
contados pelo valor dos créditos representados em assembléia), salvo para 
aprovação do plano de recuperação (quorum de mais da metade dos presentes 
- contados por cabeça). 
 
B) ADMINISTRADOR JUDICIAL: se houver instituído “comitê” terá as funções 
de verificação dos créditos, de presidência da A.G.C.e de fiscalizar a empresa 
devedora; se não houver instituído “comitê” terá também as funções deste 
(desde que compatíveis); função de administrar e representar a sociedade 
empresária (só no caso de afastamento de sua diretoria pelo juiz e só até a 
A.G.C. nomear um gestor). 
 
C) COMITÊ: é órgão facultativo, criado (ou não) pela A.G.C.; funções: de 
fiscalização do administrador judicial e da sociedade empresária, com 
requerimento ao juiz se apurar irregularidades; elaborar plano de recuperação 
(alternativo ao apresentado pela sociedade); 
 
PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL: 
A) FASE POSTULATÓRIA: 
Legitimados: só pode ser requerida pelo empresário ou pela sociedade 
empresária em crise econômico-financeira; aqueles que não podem ter falência 
estão excluídos da recuperação judicial (ex.: cooperativas, S.E.M, sociedade 
simples). Também estão excluídos da recuperação judicial as instituições 
financeiras, integrantes de distribuição de títulos ou valores mobiliários 
no mercado de capitais, corretoras de câmbio, seguradoras e operadoras 
de planos privados de assistência á saúde. 
Requisitos do pedido de recuperação judicial: da sociedade empresária: não 
estar falida (embora possa ser requerida no prazo de contestação em processo 
de falência); existência regular por 2 anos; não ter usufruído da recuperação 
judicial nos últimos 5 anos; sócios ou administradores não condenados 
anteriormente por crime falimentar; do empresário individual: admite aquele 
que já tiver declaração judicial de extinção de suas obrigações (embora falido); 
23 
 
admite aquele que já usufruiu do benefício nos últimos cinco anos (salvo se 
deixou de cumprir a recuperação judicial e teve sua falência decretada); pode 
ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiro ou inventariante (na morte do 
empresário); em ambos os casos: situação patrimonial do devedor e razões da 
crise econômico-financeira; demonstrações contábeis dos 3 últimos exercícios 
sociais (balanço patrimonial; etc.); relação dos credores; relação dos 
empregados e os valores pendentes de pagamento; certidão de regularidade 
do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as 
atas de nomeação dos atuais administradores; relação dos bens particulares 
dos sócios controladores e dos administradores do devedor; extratos das 
contas bancárias e aplicações financeiras; certidões de protestos; relação das 
ações judiciais em que é parte com os valores demandados (art. 51). 
B) FASE DELIBERATIVA: inicia-se com o despacho determinando o 
processamento da recuperação judicial: juiz nomeia administrador judicial; a 
intimação do MP; oficia todas as Fazendas públicas correlatas ao devedor; 
publica edital para convocação da A.G.C.; determina a suspensão temporária 
de todas as ações e execuções contra o devedor, salvo ações de quantia 
ilíquida, trabalhistas, execuções fiscais sem parcelamento, execuções de 
créditos não sujeitos à recuperação judicial (ex.: créditos bancários de 
antecipação para os exportadores); determina a votação, pela A.G.C., do 
“plano de recuperação” (objetiva a preservação da atividade econômica e o 
cumprimento da função social da empresa; os direitos trabalhistas vencidos 
devem ser pagos em 1 ano, salvo os salários vencidos que devem ser pagos 
em 30 dias; os créditos fiscais devem ser parcelados; eventual alienação de 
bens hipotecados, deve submeter-se à aprovação do credor hipotecário; os 
créditos em moeda estrangeira, devem submeter-se á aprovação do credor 
para conversão em moeda nacional; os demais créditos podem ser 
renegociados); aprovado o plano pela A.G.C. o juiz o homologará; rejeitado, o 
juiz decretará a falência da sociedade); cessam os efeitos da suspensão das 
ações no ato de aprovação judicial do plano de recuperação ou após 180 dias 
do despacho que autoriza o processamento da recuperação. 
C) FASE DE EXECUÇÃO: período de cumprimento do plano de recuperação 
judicial (plano pode ser modificado com a aprovação da A.G.C.; a sociedade 
continua com sua capacidade e personalidade jurídica (única restrição: a 
alienação ou oneração do patrimônio do ativo permanente que já não conste do 
plano de recuperação, submete-se à aprovação judicial após autorização da 
A.G.C. e oitiva do Comitê); o nome da sociedade incluirá a expressão “em 
recuperação judicial” registrado na Junta (a omissão implica em 
responsabilidade civil direta e pessoal do administrador); encerra-se a 
execução com o cumprimento do plano em até 2 anos OU com pedido de 
desistência dos credores (sujeito à concordância da A.G.C.). 
 
CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA: 
Hipóteses: por decisão da A.G.C. (reconhecida a inviabilidade da recuperação 
diante da gravidade da crise do devedor); não apresentação do Plano pelo 
devedor no prazo legal; rejeição do plano pela A.G.C.; descumprimento do 
plano. 
 
REGIME ESPECIAL DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE MICROEMPRESAS 
E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
24 
 
Devedor apresenta pedido de recuperação judicial (só dos créditos 
quirografários, excluídos créditos fiscais e trabalhistas) com Plano Especial de 
Recuperação (onde conste proposta de pagamento do passivo quirografário 
em até 36 parcelas mensais, que será homologado ou decretada a falência 
diretamente pelo juiz). Se algum credor apresentar objeção e não houver 
acordo com o devedor, caberá diretamente ao juiz determinaro aditamento do 
Plano Especial ou confirmar a sua homologação. Com a homologação 
suspendem-se as ações e execuções das obrigações constantes do Plano 
Especial. 
 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 Correspondência no material didático/Estácio: 
 “Manual de Direito Comercial” Parte 2 (pg. 388/394) 
Consiste na renegociação amigável das dívidas entre o devedor empresário e 
os credores, consubstanciado em acordo de Plano de Recuperação assinado 
pelo devedor e por todos os seus credores admitidos por lei na recuperação. 
Se assinado por todos os credores, o Plano poderá, facultativamente, ser 
levado à homologação pelo Poder Judiciário, para dar-lhe maior solenidade 
e possibilitar, quando previsto no Plano, a alienação em hasta pública judicial 
de unidades produtivas em separado. Após a convocação judicial de todos os 
credores, o juiz simplesmente homologa (ou não) o plano. 
O plano de recuperação extrajudicial pode ser imposto à minoria resistente, 
mediante a assinatura de mais de 3/5 dos demais credores da mesma espécie 
ou grupo que manifestem sua concordância com o Plano, hipótese em que 
será obrigatória a homologação do Plano pelo Poder Judiciário, que 
deverá ser requerido judicialmente atendendo aos seguintes requisitos: 
preencher as mesmas condições exigidas para a recuperação judicial; não 
haver pedido de recuperação judicial em curso; não ter sido recuperação 
judicial ou extrajudicial nos últimos 2 anos; não haver previsão de pagamentos 
antecipados; haver tratamento igualitário para todos os credores; abranger 
apenas os créditos existentes até a data do pedido; eventual alienação de bens 
gravados (hipotecados), deve submeter-se à aprovação do credor hipotecário; 
os créditos em moeda estrangeira, só não se sujeitam à variação cambial com 
a aprovação do credor. A petição de homologação deve ser instruída com: 
justificativa e o documento do Plano, assinado pelos credores aderentes; 
exposição da situação patrimonial; demonstrações contábeis do último 
exercício social e aquelas até a data do pedido de recuperação; documentos 
atribuindo poderes aos subscritores do Plano para fazer o acordo; relação 
nominal dos credores, com a indicação de seus dados e dos dados do seu 
crédito. Estão excluídos da recuperação extrajudicial os créditos: trabalhistas, 
tributários, quaisquer ações relativas à bem imóvel; créditos financeiros de 
antecipação para os exportadores. Os credores que aderiram voluntariamente 
ao Plano não poderão desistir, salvo com a concordância do devedor e dos 
demais credores. Após a homologação judicial, os efeitos do Plano são 
estendidos compulsoriamente aos demais credores resistentes.

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