Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Roteiro de aula da Disciplina: FUNDAMENTOS DE DIREITO EMPRESARIAL 2011 1 Correspondência no material didático/Estácio: “Manual de Direito Comercial-parte 1” pg. 110 a 128; “Curso Avançado de Direito Comercial” pg. 53 a 70. DIREITO EMPRESARIAL E A TEORIA DA EMPRESA Comerciante x Empresário x Empresa “Comerciante”: aquele que exerce ato de comércio (p/ a circulação de bens) com intuito de lucro (na posição intermediária entre produtor e consumidor): - pessoa física (autônomo); - pessoa jurídica (sociedade comercial). Obs: Para se configurar “Ato de comércio” exige-se a intermediação do bem. Assim, quando o comerciante compra bem para uso próprio, não se caracteriza “ato de comércio” (ainda que ele se utilize da qualidade de comerciante). “Empresário”: “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços.” (salvo, profissão intelectual, científica, literária ou artística, desde que o exercício da profissão não constitua elemento da empresa) (C.C./art.966); é o sujeito de direito; tem personalidade jurídica; é a própria PF (empresário individual) ou a própria PJ (sociedade empresária); “Empresa”: é a própria atividade explorada pelo empresário; é o objeto de direito; não tem personalidade jurídica; CLASSIFICAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS Quanto à atividade explorada: empresários comerciais; empresários industriais; empresários prestadores de serviços; empresários agropecuários. Quanto à qualidade de seus sócios: - Empresas públicas (de dto privado): capital público; -Empresas privadas: capital privado; - Sociedade de economia mista : capital público e privado. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO C.C. art. 44 Fundações (finalidade cultural e assistencial)= NÃO empresarial 2 Associações (fim filantrópico, cultural, desportivo)= NÃO empresarial Organizações religiosas = NÃO empresarial Partidos políticos = NÃO empresarial Sociedades: empresarial (soc. empresária) e NÃO empresarial (soc. simples) → ambas visam lucro (Direito das empresas) Sociedade Empresária X Sociedade Simples (distinguem-se pela forma de explorar seu objeto) * art. 966 NCC; • Atividade econômica; • Lucro; * Forma organizada; • Objeto: produção e circulação de bens e serviços; engloba atividades próprias de simples quando for elemento da empresa (ex. clínica médica); Por lei: todas as S/A. • Exige e basta o efetivo exercício da atividade; • Registro: Junta Comercial; • Admite falência; • art.982 NCC; • Atividade econômica; • Lucro; * Forma: em regra, não organizada; • Objeto: definido por lei: ativde. intelectual, artística, científica, literária, desde que não constitua elemento da empresa (ex.: médico); Por lei: advogados, cooperativas e atividade agrícola (salvo rural quando optarem por soc. empresária) • Registro: RCPJ; • Não admite falência; Conclusão: sociedade empresária é a pessoa jurídica de direito privado que explora objeto social, para a exploração e circulação de bens e serviços, de forma organizada (e todas as S/As). Caracteriza-se por: -Exercício de atividade repetida no tempo; -Ativde de natureza econômica; -Explorada de forma organizada; -Exercida com profissionalidade (habitualidade e lucro); -Produção e circulação de bens p/ o mercado (não p/ próprio consumo). Estabelecimento empresarial: (art. 1.142/1.143, CC) “todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.” “Pode (...) ser objeto unitário de dtos e negócios (...)”; por isto, constitui uma UNIVERSALIDADE de BENS materiais ou imaterias. 3 PERSONALIDADE JURÍDICA SOCIETÁRIA Brasil - Inicia com o C. Co de 1917 A Personalidade Jurídica é uma ficção legal, cuja existência decorre da lei, tendo como elemento instituidor o registro dos atos constitutivos na repartição competente. Sua função é criar um centro de interesses autônomo em relação às pessoas que lhe deram origem. efeitos da personificação: • Distinção entre os sócios e a sociedade; • Separação de responsabilidades; • Titularidade patrimonial, processual, de direitos e obrigações; • Perpetuidade flexibilidade orgânica ( fusões, incorporações). PERSONALIDADE JURÍDICA DA PESSOA JURÍDICA: será adquirida (art. 985, C.C.) e produzirá seus efeitos (art. 45 e 1.150, C.C.) após a inscrição e respectivo registro dos seus atos constitutivos (contrato social ou estatutos) no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial), independente de seu objeto social (art. 2o., L. 8.8934/94), desde que se trate de sociedade empresária (art. 982). SUJEITOS DE DIREITO PERSONALIZADAS E DESPERSONALIZADAS: Sujeitos Despersonalizadas: aqueles que embora não sejam pessoas jurídicas, tem autorização legal (atribuídos por lei de forma específica) para certos atos civis, inclusive para adquirir direitos e contrair obrigações. Só podem praticar atos nos limites expressamente previstos em lei: condomínio; massa falida; espólio... Sujeitos Personalizados: pessoas jurídicas que possuem aptidão plena para todos os atos , direitos e obrigações da vida civil, que não lhes sejam proibidos. Ex.: sociedade empresária. FIM DA PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA: dissolução, liquidação e partilha. 4 Título de Participação Social: Cota e ACota e Aççãoão COTA: Trata-se do fracionamento do capital social de uma sociedade empresarial (exceto das sociedades por ações), onde via de regra, conferirá aos seus titulares os mesmos direitos e deveres. AÇÃO: Trata-se do fracionamento do capital social das sociedades por ações, possuindo espécies distintas (com direitas e deveres distintos), cuja característica principal é a sua negociabilidade. A Lei não proíbe que nas Ltdas as cotas sejam de natureza diferente, tal qual são na S/A. CAPITAL SOCIAL: Será fracionado em Cotas ou Ações, conforme o tipo societário adotado; INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL: Cada tipo societário prevê a responsabilização dos sócios (solidária ou individual) pela parcela faltante na integralização do capital social; - Tanto as Cotas quanto as Ações podem representar direitos financeiros e políticos, plenos ou limitados, tudo conforme estabelecido em contrato social ou estatuto (art. 1.055, CC; art. 15, LSA); - É livre o fracionamento quantitativo do capital social em cotas nas Sociedades Limitadas. Já nas Sociedades por Ações o fracionamento é limitado: 50% em ações ordinárias e 50% em ações preferenciais (no regime anterior, o limite era de 1/3 mínimo e 2/3 máximo, respectivamente - dilui o poder através da maior participação no poder de votos. - Os Sócios Cotistas, respondem solidariamente pela integralização do capital social (art. 1.52, CC.) enquanto que os Sócios Acionistas respondem individualmente ao preço de emissão da ação (art. 1o., LSA). 5 RESPONSABILIDADE SOCIETÁRIA DA SOCIEDADE – PESSOA JURÍDICA Qualquer pessoa, física ou jurídica, responde sempre de forma ilimitada, com a totalidade de seus bens, presentes e futuros, pelas obrigações assumidas em seu próprio nome. Responsabilidade Primária – é sempre da sociedade desde que por atos regulares da sociedade (art. 591, CPC, art. 47 e 1.024, C.C.) Responsabilidade Secundária - dos sócios (art. 592 e 596 do CPC) Responsabilidade societária dos modelos de Organização de Sociedade: (Obs.: Natureza das sociedades: Simples e empresária.) Simples – responsabilidade ilimitada (art., 1.023) – inviabilização do modelo. Tem estrutura mais complexa que as Ltda. Sociedade em Nome Coletivo (art. 1.039 a 1.044) – Só de Pessoa Física responsabilidade ilimitada (art. 1.039) – inviabiliza modelo. Sociedade em Comandita Simples (1.045 a 1.055) – sociedade de pessoas Físicas (Comanditados – com responsabilidade ilimitada; comanditários – com responsabilidade só por suas cotas – art. 1.045) – inviabiliza modelo. Sociedade em Comanditapor Ações (arts. 1.090 a 1.092): Capital dividido em ações (C/A) – acionista diretor, responsabilidade ilimitada (art. 1.091) inviabiliza modelo. De Capital e Indústria – revogadas. 6 ÚNICAS MODALIDADES SOCIETÁRIAS que protegem o sócio: responsabilidade dos sócios limitada às suas ações/cotas: S/A – Responsabilidade dos sócios é limitada ao valor das ações - Regidas por lei especial, salvo casos omissos. Ex.: art.977 NCC ; - marido e mulher (comunhão universal e separação legal de bens) não podem ser sócios; - natureza estatutária (Estatutos) LTDA. – responsabilidade dos sócios é limitada a suas cotas - natureza contratual (Contrato Social); A Desconsideração da Pessoa Jurídica A autonomia patrimonial da PJ, ao dar margem à fraude (por um de seus sócios), autoriza o P. Jud. a desconsiderar a autonomia patrimonial da PJ e alcançar o patrimônio do sócio. FUNDAMENTOS - Art. 50 CC: fraude mediante: - desvio do fim social; - confusão patrimonial. - A RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL É DIRETA DO SÓCIO (AGENTE). - A SOCDE É PRESERVADA (válida e atuante). - PJ DESCONSIDERADA SÓ PARA O CASO EM CONCRETO. A Desconsideração da personalidade jurídica tem o fim exclusivo de atingir o patrimônio pessoal dos sócios envolvidos na administração da sociedade, que a utilizam como instrumento para fraudar a lei ou o contrato, com abuso de direito, causando danos a terceiros. 7 NATUREZA: Poderá ter natureza de pessoas ou de capitais, conforme o tipo societário adotado e as limitações estabelecidas contratualmente à circulação das cotas ou ações ,assim como a influência que os sócios terão na realização do seu objeto social, conforme os respectivos atributos e capacidades pessoais. Tal definição implica na determinação do regime da sucessão, cessão e penhora das cotas ou ações. Sociedades de Pessoas ou Contratuais (ato constitutivo é o contrato social); em regra (pois o C.S. pode prever de forma diversa), a pessoa do sócio importa para o sucesso do empreendimento, o que justifica o direito dos sócios minoritários manterem a sociedade (impedindo a sua dissolução pela maioria) e de vetarem a alienação de cotas para (e o ingresso de) novo sócio; em caso de morte de um dos sócios, pode dar-se a dissolução parcial, se os sobreviventes não aceitarem os sócios sucessores; cotas penhoráveis por dívida particular do sócio (Jurisprudência: REsp: 172.612-SP; 34.692-SP; 138.990-MG) = exercício dos dtos patrimoniais e não políticos; são regidas pelo C.C.. Sociedades de Capital ou Institucionais (ato constitutivo é o estatuto social); a figura do sócio não é relevante para o empreendimento , o que justifica só serem dissolvidas por vontade da maioria; nestas, há a livre disponibilidade (por cada sócio) para a alienação de ações para novo sócio; não há dissolução parcial da sociedade pela morte de um dos seus sócios; ações penhoráveis por dívida particular do sócio; são regidas pela Lei das S/A’s. SOCIEDADE IRREGULAR E SOCIEDADE DE FATO (ambas são “Sociedades em Comum” = socdes despersonificadas) Premissa: qualquer sociedade só se constitui após o registro do seu ato constitutivo (contrato social ou estatuto social) no órgão competente! SOCIEDADE IRREGULAR: possui ato constitutivo, mas não registrado. -Admite ação entre os sócios para a declaração da existência do vínculo societário; -Todos os sócios respondem ilimitadamente e solidariamente, com seus próprios bens, pelas obrigações sociais (após exauridos os bens da sociedade); mas o sócio que efetivamente contratou em nome da sociedade responderá independentemente de, antes, exaurir os bens da sociedade. SOCIEDADE DE FATO: não possui ato constitutivo. -Não admite ação entre os sócios para a declaração da existência do vínculo societário; -Todos os sócios respondem ilimitadamente e solidariamente, com seus próprios bens, pelas obrigações sociais (independentemente de antes exaurir os bens da sociedade). * ambas: não admitem falência, nem recuperação judicial; seus livros comerciais não têm eficácia probatória. 8 REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL C.C Art. 972: “Podem exercer a atividade de empresário os que (i) estiverem em pleno gozo da capacidade civil e (ii) não forem legalmente impedidos”. Capacidade civil: aptidão para exercer os direitos e obrigações na vida civil (C.C Art 1º) + Incapacidade Superveniente: aplicam-se art. 3º e 4º do CC, mediante ordem judicial. - Incapacidade absoluta (C.C Art 3º) = são representados; - Incapacidade relativa (C.C. art. 4º.) = são assistidos; - Maioridade – Capacidade plena (C.C Art. 5º) = agem por si. Emancipação (parg. 1º, art. 5º, CC) e o Menor Empresário: admite a emancipação do maior de 16 anos “pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, ...tenha economia própria.” * Todas as hipóteses de emancipação permitem aos emancipados exercer atvde empresarial! Impedidos por Lei (mas admite sua falência): funcionários públicos (perdem o cargo), militares da ativa da armada e civis (embora possam ser acionistas e/ou quotistas); magistrados; o falido (até a sentença que encerra suas obrigações); os auxiliares do empresário; PJ: exploração de recursos minerais, energia elétrica, saúde, emp. Jornalística, radiofusão e de sons e imagens (70% capital br.); etc. *ATOS VÁLIDOS/TERCEIROS Correspondência no material didático/Estácio: “Curso Avançado de Direito Comercial” pg. 190 a 232. SOCIEDADE LIMITADA 1) Responsabilidade dos sócios (pg. 190/191): - solidária (perante os demais sócios pela integralização do capital) - subsidiária (em relação à socde. até que haja a integralização capital) - limitada às suas cotas integralizadas do capital (após a total integralização do capital), salvo: se o sócio deliberar/decidir contra o contrato social ou a lei; por dívidas fiscais e previdenciárias; por dívidas trabalhistas; por abuso de personalidade jurídica, desvio de finalidade ou confusão patrimonial = resp. ilimitada (pessoal) 9 2) Sócios remisso (pg.192): aquele que não integraliza suas cotas: pode ser executado (p/ integralizar cotas) ou excluído da sociedade; 3) Aumento do capital social (pg.192/193): por entrada de novos fundos; por subscrição de novas cotas; por incorporação de lucros; Diminuição do capital social (pg.192/193): por perdas irreparáveis; por excesso de capital. 4) Constituição da sociedade (pg.194/195): contrato escrito público ou particular = Contrato Social. Cláusulas obrigatórias: adoção pelo tipo Ltda.; o objeto social; qualificação dos sócios e administradores (estes se nomeados no contato); capital social, sua divisão, prazo da socide.; valor das cotas; a denominação da socde. 5) Administração da sociedade (pg.195/196): por sócio ou não-sócio; PJ ou PF; sujeita à registro na Junta Comercial (sem o que responderá pessoal e solidariamente por seus atos); CC prevê diversos quoruns diferentes para sua nomeação e destituição. 6) Conselho Fiscal (pg.198): obrigatória só se acima de 10 sócios; funções de: exame e pareceres de contas e negócios sociais; denúncia de erros, fraudes e crimes; Convocar a Assembléia Geral (se a diretoria não convocar). SOCIEDADE ANÔNIMA (S/A) 1) Características: (pg.219/220): capital social fracionado em ações; é socde de capital (ações transferíveis livremente); responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de sua ação; é sempre empresarial (qq que seja seu objeto social); suas ações podem ser subscritas por “apelo público” (captação de recursos perante o público em geral como forma de investimento: acionista poupador; exige o prévio registro da companhia na CVM). 2) Denominação: (pg.220/221): nome com características de novidade (inédito) e de veracidade (indicativo da atividade ou de pessoa homenageada); sempre acrescida de “S/A” (ao final) ou “Cia.” (no início). ESPÉCIESDE S/A (pg.225/231): Cia. FECHADA: aquelas sem títulos mobiliários na bolsa de valores. 10 Cia. ABERTA: aquelas com títulos mobiliários na bolsa de valores; controlada e fiscalizada pela CVM e com responsabilidades e obrigações especiais impostas por lei. Cia. FECHADA de Pequeno Porte: aquelas com menos de 20 acionistas + patrimônio líquido inferior a R$1.000.000,00 + não integrar grupo de sociedades = isentas de diversas obrigações próprias das S/As. Sociedade de Economia Mista: aquelas de capital público e privado; integram a administração pública indireta; exploração direta de atividade econômica pelo Poder Público, de forma subsidiária, ou seja, apenas em caso de “imperativos da segurança nacional” (setores estratégicos) ou de “relevante interesse coletivo” (atividades onde o particular não quer explorar) e, ainda, na hipótese de monopólio legal do Poder Público; sua criação autorizada por lei, mas regulada por regime jurídico de direito privado. Comissão de Valores Imobiliários: (pg.227) Autarquia federal que protege e serve como banco de registro de S/As (abertas) e emite normas para regular o mercado mobiliário. * Bolsa de Valores: instituição civil, sem fim lucrativo, com o objetivo de manter local e estrutura para negociação dos títulos mobiliários das S/As., além de fiscalizar o cumprimento das leis. É formada por sociedades corretoras-membros (que realizam as transações mobiliárias em nome de seus clientes). Realiza apenas operações do “mercado secundário” (aquele de títulos mobiliários já lançados/emitidos). Diz-se “mercado primário” aquele que se destina, em especial, ao lançamento/emissão de novas ações. O EMPRESÁRIO E OS DIREITOS DO CONSUMIDOR Correspondência no material didático/Estácio: “Manual de Direito Comercial” Parte 1 (pg. 93/105) Tema abordado segundo os artigos do CDC a seguir: CONSUMIDOR E FORNECEDOR (pg.93/94) Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Obs: “Relação de consumo” = é aquela em que de um lado está o fornecedor e de outro está o consumidor final. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, Daniela 11 construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. QUALIDADE DO PRODUTO OU SERVIÇO E AS RESPONSABILIDADES DELES DECORRENTES (pg. 94/99) 1) FORNECIMENTO PERIGOSO (pg. 94/96) Conceito: Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. 2) FORNECIMENTO DEFEITUOSO (pg. 96/97) Conceito: Art. 12. § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação. Responsabilidades pelo fornecimento perigoso ou defeituoso: (pg. 95 fim/97) Responsabilidade Objetiva: Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for 12 fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. OBS: todo “empresário” é “fornecedor”, daí identificando-se suas responsabilidades consumiristas com aquelas do fornecedor. (pg.94) Responsabilidade subjetiva: (pg. 97) Art. 14, § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. Excludentes de Responsabilidade: (pg. 97) Art. 12, § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Prescrição: (pg. 97) Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço (...), iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. 3) FORNECIMENTO VICIADO (pg.97) Conceito: Art. 18. Os fornecedores de PRODUTOS de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de (i) qualidade ou (ii) quantidade que os tornem (a) impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou (b) lhes diminuam o valor, assim como por (c) aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, (...). Art. 18. § 6° São impróprios ao uso e consumo: I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, (...). Responsabilidades pelo fornecimento viciado do produto: (pg. 98/99) a) Decorrente da qualidade do produto: Art. 18: 13 § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor. § 3° O consumidor poderá fazeruso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo. § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor. b) Decorrente da quantidade do produto: Art. 19. (...), podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - o abatimento proporcional do preço; II - complementação do peso ou medida; III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. 4) VÍCIO DO SERVIÇO: (pg.98/99) Conceito: Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. Responsabilidades pelo vício do serviço: (pg. 98/99) Art. 20. (...), podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço. 14 PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR (pg. 99/102) Das Cláusulas Abusivas: Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS: (pg.100) ART. 51, I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias EQUILÍBRIO CONTRATUAL: (pg.100/101) ART. 51, VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR: (pg.101) Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. EXECUÇÃO ESPECÍFICA DOS CONTRATOS DE CONSUMO: (pg.102) Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. OBS: CONTRATO DE ADESÃO: (pg. 102) Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar 15 substancialmente seu conteúdo. = admitem execução específica; são interpretados favoravelmente ao aderente; obrigam à parte que o apresentou. OUTRAS MEDIDAS PROTETIVAS: (pg. 104/105) - estabelece os crimes contra as relações de consumo (art. 61 a 80); - prevê a desconsideração da personalidade jurídica (art. 28); - ações coletivas (art. 91 a 100); propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos. - bancos de dados e cadastros de consumidores: Art. 43. § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos. § 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor. PUBLICIDADES ILÍCITAS: SIMULADA, ENGANOSA E ABUSIVA (p.102/104) PUBLICIDADE SIMULADA: aquela que ocultar a sua condição de propaganda. Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. PUBLICIDADE ENGANOSA: Art. 37, § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. PUBLICIDADE ABUSIVA: Art. 37, § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. Responsabilidades: penal (detenção), civil (reparação moral e material ao consumidor) e administrativa (multa e veicular contrapropaganda) 16 TEORIA GERAL DO DIREITO CAMBIÁRIO Correspondência no material didático/Estácio: “Manual de Direito Comercial” Parte 1 (pg. 231/238) Conceito: C.C. Art. 887. “O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.” As obrigações representadas pelos Títulos de Crédito podem decorrer: - de um contrato: do qual se emita um título de crédito representativo das obrigações pecuniárias ali pactuadas. - cambial: quando a obrigação decorre do quanto contém o próprio título de crédito.- extracambial: aquele cuja obrigação decorre de ato ilícito extracontratual. Atributos dos Títulos de Crédito (benefícios decorrentes do T.C.): - Negociabilidade: negociabilidade do crédito é facilitada pela aptidão jurídica de circularizaçãodo T.C.; - Executoriedade: cobrança judicial mais célere e eficiente (já que os títulos de crédito constituem títulos executivo extrajudiciais). Princípios gerais: - Cartularidade: exige a efetiva posse do documento creditício; - Literalidade: só produze efeito o quanto expressamente consignado no T.C. - Autonomia: C.C., Art. 888.: “A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.” Sub-princípios da autonomia: * abstração: consiste na autonomia existente entre o título de crédito e a obrigação que lhe deu origem (cf. art. 888, C.C.); *inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé: aspecto meramente processual: matérias que podem ser arguídas em defesa do devedor. Classificação: - Quanto ao modelo do T.C.: de “modelo livre” (os que a lei não prescreve forma específica, mas apenas requisitos que os caracterizem como T.C.) e de “modelo vinculado” (tem forma e requisitos prescritos em lei). - Quanto à estrutura dos T.Cs.: poderão ser “ordem de pagamento” (onde o devedor, o credor e aquele que deve desembolsar o montante devido estão obrigados em decorrência do T.C.) ou “promessa de pagamento” (só estão obrigados pelo T.C. o devedor e o credor). - Quanto às hipóteses de emissão: poderão ser “causais” (aqueles em que a lei determina as causas que podem lhe dar origem) ou “não-causais” (aqueles que podem surgir de qualquer causa não vedada por lei). - Quanto à circularização dos T.Cs.: poderão ser “ao portador” (transmitem-se pela tradição, já que não identificam o seu credor) ou “nominativos” (por identificarem seu credor, requerem um ato jurídico para perfazer a sua tradição) e que podem ser “à ordem” (admitem endosso) ou “não à ordem” (sua circularização se faz mediante contrato de “cessão civil”) . 17 FALÊNCIA E AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS (observações da profa. Andréa Boisson para leitura dos alunos) LEI 6.024, 13/03/1974: dispõe sobre a intervenção e a liquidação extrajudicial de instituições financeiras: Art.1º As instituições financeiras privadas e as públicas não federais, assim como as cooperativas de crédito, estão sujeitas, nos termos desta Lei, à intervenção ou à liquidação extrajudicial, em ambos os casos efetuada e decretada pelo Banco Central do Brasil, (...) ou à falência, nos termos da legislação vigente. Legislação vigente: LEI 11.101, 09/02/2005 (Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária): Art. 2o Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista; II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. Hipóteses em que o Banco Central poderá requerer a falência das instituições financeiras privadas (Lei 6.024/1974): “quando o seu ativo não for suficiente para cobrir sequer metade do valor dos créditos quirografários, ou quando julgada inconveniente a liquidação extrajudicial, ou quando a complexidade dos negócios da instituição ou, a gravidade dos fatos apurados aconselharem a medida” (art. 12) “ou quando houver fundados indícios de crimes falimentares” (art. 21). CLASSIFICAÇÃO RESUMIDA DOS CRÉDITOS NA FALÊNCIA de acordo com a Lei de Falência (art. 83 e 84): créditos extraconcursais (todos aqueles referentes ao processo ou processamento da falência); trabalhistas e de acidentes de trabalho; créditos com garantia real (ex.: hipoteca em bem imóvel); tributários (salvo as multas tributárias); créditos com privilégio especial segundo a legislação vigente; créditos com privilégio geral segundo a legislação vigente; créditos quirografários (os não englobados anteriormente); multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; créditos subordinados (previstos em lei ou em contrato; créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício). HIPÓTESES PARA A DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA de acordo com a Lei de Falência (art. 94): Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o 18 objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. PROCESSO FALIMENTAR Correspondência no material didático/Estácio: “Manual de Direito Comercial” Parte 2 (pg. 318/340) Etapas do processo falimentar: a) o pedido de falência (pré-falencial; inicia-se com a petição de pedido de falência e termina com a declaração judicial de falência); b) o transcurso do processo de falência (inicia-se com a declaração judicial de falência e termina com a sentença de encerramento da falência). c) a reabilitação (é a declaração da extinção das responsabilidades civis do falido). Fôro competente para o processo falimentar: principal estabelecimento do devedor. Juízo falimentar: UNIVERSAL = competência p/ julgar todas ações e execuções judiciais patrimoniais, salvo: causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas na Lei de Falência em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo (art. 76); créditos previdenciários; ação de conhecimento de obrigação ilíquida em que a UF, a qualquer título, seja parte ou tenha interesse; ação que demandar quantia ilíquida (§ 1º, art.6º). - Legitimados ao pedido de falência e requisitos para pedido de falência: a) autofalência: requerida pelo próprio devedor: empresário individual ou sociedade empresária; Requisitos: apresentação de balanço patrimonial; relação de credores; dos atos constitutivos ou relação dos sócios; depositar em juízo os livros comerciais; Rito: é proferida sentença declaratória da falência sem ouvir o Ministério Público e sem qualquer outro ato jurídico. b) por terceiros: requerida pelo credor, por sócio do devedor ou, em caso de morte do devedor, por seu cônjuge sobrevivente, seus herdeiros ou inventariante. 19 Requisitos: exibir o título de crédito vencido (ou mesmo o não-vencido, desde que tenha outro anteriormente pago impontualmente);- pelo credor empresário: apresentar inscrição individual de empresário ou registro dos atos constitutivos da sociedade empresarial); - pelo credor não domiciliado no Brasil: deve prestar caução; Rito: é determinada a citação do devedor para contestar o pedido de falência ou depositar o valor devido (no caso de falência por impontualidade injustificada do pagamento ou de execução frustrada). Hipóteses de atos do devedor/requerido: a) Devedor só contesta: juiz = sentença denegatória ou declaratória de falência. b) Devedor contesta e deposita: juiz = b1) acolhe a razões de defesa e profere sentença denegatória de falência (c/ condenação do requerente em sucumbência e/ou perdas e danos em caso de dolo; autoriza levantamento do depósito pelo devedor); b2) desacolhe a razões de defesa e profere sentença denegatória de falência (c/ condenação do requerido/devedor em sucumbência; autoriza levantamento do depósito pelo credor). c) Devedor só deposita: juiz = sentença denegatória de falência (c/ condenação do requerido/devedor em sucumbência; autoriza levantamento do depósito pelo credor). d) Devedor não contesta e nem deposita: juiz = sentença declaratória da falência iniciando-se o processo falimentar e colocando o falido (e seus bens) e seus credores sob o regime jurídico falimentar. Conteúdo específico da sentença declaratória da falência: identificar o devedor; seu estabelecimento principal; seus administradores; eventuais sócios de respde ilimitada; determinação ao falido para apresentação de lista de credores; determinação à Junta Comercial p/ anotação da falência; suspensão de execuções contra o devedor; prazo para habilitação dos credores; termo legal da falência (período - de até 90 dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o protesto por falta de pagamento– em que os atos por ele praticados não produzirão efeitos contra a massa-falida); etc. Administração da falência: a) Juiz: presidente da administração da falência, autoriza venda de bens, pagamentos aos auxiliares da falência, aprova contas, etc. b) Ministério Público: atua como fiscal da lei e pode intervir no processo. c) Órgãos da Falência: - assembléia de credores: órgão integrado pelos credores; aprova e elege a comissão de credores; delibera questões de interesse geral dos credores; etc. - comitê de credores: eleitos pela assembléia geral, é órgão integrado por um credor trabalhista, um credor de privilégios especiais e outro por um representante dos demais credores; função fiscalizatória sobre o administrador judicial. - administrador judicial: nomeado pelo juiz (PF ou PJ); auxiliar do juiz com funções indelegáveis (age em nome próprio c/ responsabilidade pessoal); pode contratar auxiliares mediante a autorização do juiz; é representante dos 20 interesses dos credores; é equiparado ao funcionário público para efeitos penais; juiz pode substituí-lo (morte, incapacidade, etc.) ou destituí-lo (esta é sanção por descumprimento adequado de suas funções ou por interesses conflitantes com a massa falida; afastado por 5 anos da função); responde civilmente - perante a massa falida - por má-administração ou por infração à lei, podendo qualquer credor responsabilizá-lo, desde que tenha requerido a sua destituição; Funções processuais de responsabilidade do administrado judicial: objetivo fundamental do processo de falência: - definir o ativo do devedor (arrecadação dos bens do falido); - definir o passivo do devedor (lista de credores, habilitação dos credores e impugnações aos créditos). A apuração do ativo, portanto, se faz por meio da “verificação do crédito”, ato de competência do administrador judicial. - verificação dos créditos (elaboração da lista de credores, se não foi apresentada pelo devedor; sua publicação no D.O.; recebimento das habilitações de crédito; recebimento de divergências apontadas à lista de credores; análise dos créditos; elaboração e publicação de nova lista de credores; recebimento de impugnações ao quadro de credores; recebimento das contestações dos credores impugnados e das provas a serem produzidas; abertura de prazo para manifestações das matérias litigiosas; elaboração de parecer ao juiz sobre o quadro de credores e as impugnações que decide sobre elas e formula quadro final de credores); - relatório inicial (apurar as causas e analisar a falência e o falido, além de apurar crime falimentar); - contas (mensais c/ receitas e despesas da massa falida; conta final e conta extraordinária se sair da função = todas julgadas pelo juiz, após ouvir MP e credores; pode ter seus bens indisponibilizados diante de má prestação de contas); - relatório final (c/ ativo, passivo, pagamentos e saldo para cada credor em rateio, obrigações pendentes do falido, de onde se extraem as “Certidões Judiciais de Crédito” perante o empresário falido - para o caso do credor querer cobrar futuramente se o falido recompor seu patrimônio). ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA: sentença judicial proferindo o encerramento da falência, mediante sua publicação no D.O. e sujeita à recurso às instâncias superiores. REABILITAÇÃO DO FALIDO É a declaração judicial necessária para o falido (PF e o sócio de responsabilidade ilimitada) voltar a exercer atividade empresarial, com a declaração de extinção de responsabilidades civis e penais do falido, nas seguintes hipóteses (art. 158 e 160): - pagamento (extinção) ou novação dos créditos; rateio de mais de 50% do passivo, após a realização do ativo (obs: o rateio é a única causa de reabilitação que ocorre antes do encerramento da falência); decurso de 5 anos do encerramento da falência (salvo se falido condenado por crime falimentar, hipótese que se exige o decurso de 10 anos); prescrição das anteriores obrigações antes do prazo de 5 (ou 10 anos) contados do transito em julgado da sentença de encerramento da falência; - o juiz profere sentença de reabilitação do falido e, se o requerimento de reabilitação for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as obrigações na própria sentença de encerramento. 21 - se condenado por crime falimentar, deverá, também, requerer e obter sentença declaratória de reabilitação penal (após 2 anos do cumprimento da pena), sem o que não poderá voltar a explorar atividade empresarial. - se não requerer a reabilitação penal, sua inabilitação limita-se a 5 anos após a extinção da punibilidade. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL e RECUPERAÇÃO JUDICIAL Correspondência no material didático/Estácio: “Manual de Direito Comercial” Parte 2 (pg. 369/370) A recuperação extrajudicial e a recuperação judicial, ambos previstos e regulados pela lei de Falências (Lei 11.101/2005), consistem em métodos, mediante uma intervenção mínima do Poder Público, que permitem ao devedor empresário individual ou sociedade empresária, por meio de acordo nos termos da lei, renegociar seus débitos perante seus credores, com aumento ou prorrogação do prazo para pagamento de suas dívidas. OBJETIVOS: objetivam a recuperação do empresário que se encontre em crise econômico-financeira e se encontre em condições de superá-la. Pautam-se pelos princípios constantes do art. 47, da Lei de Falência: “A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.” RECUPERAÇÃO JUDICIAL Correspondência no material didático/Estácio: “Manual de Direito Comercial” Parte 2 (pg. 370/387) MEIOS DE RECUPERAÇÃO DA EMPRESA: (art.50) (meios devem ser viáveis à recuperar o empresário): I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição desubsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações; III – alteração do controle societário; IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V – concessão aos credores de direitos societários extrapatrimoniais (poder de veto = golden share); VI – aumento de capital social; VII – trespasse (transferência) ou arrendamento de estabelecimento; VIII– redução salarial, compensação de horários e redução da jornada; IX– dação em pagamento ou novação de dívidas; X – constituição de sociedade de credores; XI – venda parcial dos bens; XII – equalização de encargos financeiros; XIII – usufruto da empresa; XIV – administração compartilhada; XV– emissão de valores mobiliários; XVI – adjudicar bens aos credores para diminuir o passivo. ÓRGÃOS ESPECÍFICOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL: A) ASSEMBLÉIA GERAL DOS CREDORES: - composição: por credores que representam os interesses dos credores da sociedade; 22 - convocação: pelo juiz por edital publicado no D.O. e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 dias ou pelos credores que representem no mínimo 25% do valor total dos créditos de uma determinada classe (art. 36). - instalação: em 1a convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe e, em 2a convocação, com qualquer número (art. 37). - competências: aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor; constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; opinar sobre pedido de desistência da recuperação judicial pelo devedor; eleger o gestor judicial, quando do afastamento dos diretores do devedor empresarial; opinar sobre qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores (art. 36). - direito de voto: os arrolados no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo administrador judicial ou, na falta desta, na relação apresentada pelo próprio devedor; aquelas habilitadas na data da realização da assembléia ou que tenham créditos admitidos ou alterados por decisão judicial (art. 39). O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito (art. 38). Quorum geral de deliberação é o da maioria (dos presentes - contados pelo valor dos créditos representados em assembléia), salvo para aprovação do plano de recuperação (quorum de mais da metade dos presentes - contados por cabeça). B) ADMINISTRADOR JUDICIAL: se houver instituído “comitê” terá as funções de verificação dos créditos, de presidência da A.G.C.e de fiscalizar a empresa devedora; se não houver instituído “comitê” terá também as funções deste (desde que compatíveis); função de administrar e representar a sociedade empresária (só no caso de afastamento de sua diretoria pelo juiz e só até a A.G.C. nomear um gestor). C) COMITÊ: é órgão facultativo, criado (ou não) pela A.G.C.; funções: de fiscalização do administrador judicial e da sociedade empresária, com requerimento ao juiz se apurar irregularidades; elaborar plano de recuperação (alternativo ao apresentado pela sociedade); PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL: A) FASE POSTULATÓRIA: Legitimados: só pode ser requerida pelo empresário ou pela sociedade empresária em crise econômico-financeira; aqueles que não podem ter falência estão excluídos da recuperação judicial (ex.: cooperativas, S.E.M, sociedade simples). Também estão excluídos da recuperação judicial as instituições financeiras, integrantes de distribuição de títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais, corretoras de câmbio, seguradoras e operadoras de planos privados de assistência á saúde. Requisitos do pedido de recuperação judicial: da sociedade empresária: não estar falida (embora possa ser requerida no prazo de contestação em processo de falência); existência regular por 2 anos; não ter usufruído da recuperação judicial nos últimos 5 anos; sócios ou administradores não condenados anteriormente por crime falimentar; do empresário individual: admite aquele que já tiver declaração judicial de extinção de suas obrigações (embora falido); 23 admite aquele que já usufruiu do benefício nos últimos cinco anos (salvo se deixou de cumprir a recuperação judicial e teve sua falência decretada); pode ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiro ou inventariante (na morte do empresário); em ambos os casos: situação patrimonial do devedor e razões da crise econômico-financeira; demonstrações contábeis dos 3 últimos exercícios sociais (balanço patrimonial; etc.); relação dos credores; relação dos empregados e os valores pendentes de pagamento; certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; extratos das contas bancárias e aplicações financeiras; certidões de protestos; relação das ações judiciais em que é parte com os valores demandados (art. 51). B) FASE DELIBERATIVA: inicia-se com o despacho determinando o processamento da recuperação judicial: juiz nomeia administrador judicial; a intimação do MP; oficia todas as Fazendas públicas correlatas ao devedor; publica edital para convocação da A.G.C.; determina a suspensão temporária de todas as ações e execuções contra o devedor, salvo ações de quantia ilíquida, trabalhistas, execuções fiscais sem parcelamento, execuções de créditos não sujeitos à recuperação judicial (ex.: créditos bancários de antecipação para os exportadores); determina a votação, pela A.G.C., do “plano de recuperação” (objetiva a preservação da atividade econômica e o cumprimento da função social da empresa; os direitos trabalhistas vencidos devem ser pagos em 1 ano, salvo os salários vencidos que devem ser pagos em 30 dias; os créditos fiscais devem ser parcelados; eventual alienação de bens hipotecados, deve submeter-se à aprovação do credor hipotecário; os créditos em moeda estrangeira, devem submeter-se á aprovação do credor para conversão em moeda nacional; os demais créditos podem ser renegociados); aprovado o plano pela A.G.C. o juiz o homologará; rejeitado, o juiz decretará a falência da sociedade); cessam os efeitos da suspensão das ações no ato de aprovação judicial do plano de recuperação ou após 180 dias do despacho que autoriza o processamento da recuperação. C) FASE DE EXECUÇÃO: período de cumprimento do plano de recuperação judicial (plano pode ser modificado com a aprovação da A.G.C.; a sociedade continua com sua capacidade e personalidade jurídica (única restrição: a alienação ou oneração do patrimônio do ativo permanente que já não conste do plano de recuperação, submete-se à aprovação judicial após autorização da A.G.C. e oitiva do Comitê); o nome da sociedade incluirá a expressão “em recuperação judicial” registrado na Junta (a omissão implica em responsabilidade civil direta e pessoal do administrador); encerra-se a execução com o cumprimento do plano em até 2 anos OU com pedido de desistência dos credores (sujeito à concordância da A.G.C.). CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA: Hipóteses: por decisão da A.G.C. (reconhecida a inviabilidade da recuperação diante da gravidade da crise do devedor); não apresentação do Plano pelo devedor no prazo legal; rejeição do plano pela A.G.C.; descumprimento do plano. REGIME ESPECIAL DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 24 Devedor apresenta pedido de recuperação judicial (só dos créditos quirografários, excluídos créditos fiscais e trabalhistas) com Plano Especial de Recuperação (onde conste proposta de pagamento do passivo quirografário em até 36 parcelas mensais, que será homologado ou decretada a falência diretamente pelo juiz). Se algum credor apresentar objeção e não houver acordo com o devedor, caberá diretamente ao juiz determinaro aditamento do Plano Especial ou confirmar a sua homologação. Com a homologação suspendem-se as ações e execuções das obrigações constantes do Plano Especial. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL Correspondência no material didático/Estácio: “Manual de Direito Comercial” Parte 2 (pg. 388/394) Consiste na renegociação amigável das dívidas entre o devedor empresário e os credores, consubstanciado em acordo de Plano de Recuperação assinado pelo devedor e por todos os seus credores admitidos por lei na recuperação. Se assinado por todos os credores, o Plano poderá, facultativamente, ser levado à homologação pelo Poder Judiciário, para dar-lhe maior solenidade e possibilitar, quando previsto no Plano, a alienação em hasta pública judicial de unidades produtivas em separado. Após a convocação judicial de todos os credores, o juiz simplesmente homologa (ou não) o plano. O plano de recuperação extrajudicial pode ser imposto à minoria resistente, mediante a assinatura de mais de 3/5 dos demais credores da mesma espécie ou grupo que manifestem sua concordância com o Plano, hipótese em que será obrigatória a homologação do Plano pelo Poder Judiciário, que deverá ser requerido judicialmente atendendo aos seguintes requisitos: preencher as mesmas condições exigidas para a recuperação judicial; não haver pedido de recuperação judicial em curso; não ter sido recuperação judicial ou extrajudicial nos últimos 2 anos; não haver previsão de pagamentos antecipados; haver tratamento igualitário para todos os credores; abranger apenas os créditos existentes até a data do pedido; eventual alienação de bens gravados (hipotecados), deve submeter-se à aprovação do credor hipotecário; os créditos em moeda estrangeira, só não se sujeitam à variação cambial com a aprovação do credor. A petição de homologação deve ser instruída com: justificativa e o documento do Plano, assinado pelos credores aderentes; exposição da situação patrimonial; demonstrações contábeis do último exercício social e aquelas até a data do pedido de recuperação; documentos atribuindo poderes aos subscritores do Plano para fazer o acordo; relação nominal dos credores, com a indicação de seus dados e dos dados do seu crédito. Estão excluídos da recuperação extrajudicial os créditos: trabalhistas, tributários, quaisquer ações relativas à bem imóvel; créditos financeiros de antecipação para os exportadores. Os credores que aderiram voluntariamente ao Plano não poderão desistir, salvo com a concordância do devedor e dos demais credores. Após a homologação judicial, os efeitos do Plano são estendidos compulsoriamente aos demais credores resistentes.
Compartilhar