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ARTIGO NEUROCIENCIA E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

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Neurociência e transtornos de aprendizagem
Joice Vieira Camargo[footnoteRef:1] [1: Graduação em Pedagogia, especialização em Neuropsicopedagogia. E-mail do autor: joicevcamargo@hotmail.com] 
Resumo
As descobertas da Neurociência vêm em ascensão. Aprender é um bem para o ser humano para garantir sua sobrevivência nas mais variadas condições da vida. Este processo depende do comportamento que ocorre no cérebro. O objetivo geral é conhecer a contribuição da neurociência para compreender o funcionamento do cérebro. Há necessidade que os educadores compreendam o funcionamento intelectual da criança, os possíveis transtornos e o processo de aprendizagem. A interação entre neurociência cognitiva, pedagogia e prática docente dará novo foco nos problemas, tentando minimizar dificuldades e acompanhando resultados.
Palavras-chave: Neurociência. Transtorno. Aprendizagem. 
1. Introdução
Os ganhos que a Neurociência traz por meio de pesquisas, têm chegado a um avanço significativo aplicado especialmente na educação, contribuindo para grandes descobertas de novas práticas pedagógicas que reconhecem a importância do estudo do cérebro, como órgão responsável pela aprendizagem. 
Esta pesquisa complementa a concepção da neurociência dando uma contribuição significativa à aprendizagem. Para fins pedagógicos, cognitivos, são apontados conceitos e funções dentro do processo de aprendizagem. A pergunta orientadora do estudo pode ser assim contextualizada: qual é a importância da neurociência na educação infantil? 
O objetivo geral é conhecer a contribuição da neurociência para compreender o funcionamento do cérebro. Os objetivos específicos são: compreender as construções do saber humano; apontar como os estímulos influenciam os processos de aprendizagem; relacionar a neurociência com a aprendizagem.
É uma pesquisa bibliográfica assim estruturada: introdução, desenvolvimento e conclusão.
2. Neurociência e Aprendizagem
Ao longo dos anos o ser humano vem sendo estudado como uma fonte de complexidade, abrangência e como fonte de descoberta para ciência. Principalmente o cérebro e suas funções, trazendo um estudo mais aprontando aos neurônios e suas complexidades. 
Com os grandes avanços que os estudos científicos foram tendo, outras considerações sobre a neurociência emergiram, o que possibilita a interface com a educação. Ultimamente houve um avanço significativo na neurociência logo após 1980, dando partida ao desenvolvimento da tomografia por emissão do pósitrons, e a descoberta da estrutura funcional do cérebro humano. Em 1990, houve a organização modular com sinal de Bold, ele oferece à ressonância magnética uma funcionalidade: a compreensão dos mecanismos bioquímicos e as atividades fisiológicas no sistema nervoso.
Segundo Alvos R (2009, p. 129), recentemente, atividades ou inibição de neurônios pela modulação com luz dos canais iônicos vem se modificando e ativando o sistema neural assim proporcionando a condução ultrarrápida dos impulsos nervosos, dando um dinamismo neural, com possibilidades de desenvolvimentos nas novas áreas da aprendizagem e do comportamento.
Dentro do processo de aprendizagem humana auxiliada pela neurociência, não podemos deixar de ressaltar a função da psicologia cognitiva e neuropsicologia que integram, investigam e agregam valores transdisciplinares sobre a cognição dentro da construção do pensamento.
Moura (2004) define o processo de aprendizagem como uma virtude na qual se associam a eventos do mundo qual adquirimos novos conhecimentos. Dentro deste processo precisamos ter conhecimento que o sistema nervoso se modifica durante a vida, dês da concepção até o fim da mesma. Podemos destacar dois momentos fundamentais para o desenvolvimento que é o nascimento e a adolescência. 
Para Relvas (2010) “a aprendizagem é uma mistura de memória, atenção, concentração, interesses, desejos, estímulos intrínsecos e extrínsecos que tomam conta do cérebro humano”. O estudo cérebro e da neurociência foi o responsável pela descoberta da plasticidade neural, que permite aprendizagem continua.
A atenção é a habilidade neurológica que permite aumentar a percepção e a memorização. Dentro da aprendizagem humana auxiliada pela neurociência, a psicologia cognitiva e neuropsicologia que integram, investigam e agregam valores transdisciplinares sobre a cognição dentro da construção do pensamento.
Para Consensa e Guerra (2011), fatores ligados à família, à escola, à comunidade, ao meio da criança e à sua história de vida, interferem na aprendizagem, pois para seu desenvolvimento ser realizado com sucesso a neurociência vem com o seu estudo oferecendo mais uma contribuição. É como se o sistema nervoso parasse de processar esses conhecimentos para não se expandir.
A aprendizagem é definida por Santos (1999, p. 85) como o processo neural pelo qual a experiência modifica o comportamento centralmente regulado. É um processo contínuo dependente da memória e da atenção, os resultados dependem também da capacidade cerebral e armazenar essas informações. 
A aprendizagem resulta da recepção e da troca de informações entre o meio ambiente e os diferentes centros nervosos (ROMANELLI, 2003). A descoberta da neurociência pode influenciar de forma positiva a educação da seguinte forma: os professores cientes da plasticidade cerebral entendem que seus alunos podem, por meio dos estímulos certos, mudarem seus cérebros para melhor, e buscam caminhos para auxiliá-los de forma mais efetiva em suas dificuldades. 
2.1 As dificuldades e transtornos de aprendizagem 
Para algumas pessoas a tarefa de aprender representa um grande obstáculo, cheio de dificuldades. Algumas não conseguem compreender as tarefas e nem corresponder às exigências que a escola faz em termos de aprendizagem. É importante compreender de forma contextualizada o que são dificuldades ou problemas de aprendizagem para rompermos com abordagens que culpam exclusivamente a criança por suas dificuldades. 
A aprendizagem está relacionada com o pensar, sentir, falar e agir (WEISS apud LOUREIRO, 2008), sendo que, rupturas ou inibições neste processo implicam em dificuldades. Como consequência destas, temos, por exemplo, o atraso escolar e o baixo rendimento, que envolvem ainda uma complexidade de fatores.
A aprendizagem escolar é considerada natural e é resultado de uma complexa atividade mental. O pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deve sentir o prazer em aprender (FONSECA, 2008, p. 13). 
A aprendizagem é uma função do cérebro. Não há uma região específica do cérebro que seja responsável pelo aprendizado. O cérebro é no seu todo funcional e estrutural responsável pela aprendizagem, que é uma resultante de complexas operações neurofisiológicas. Tais operações associam, combinam e organizam estímulos com respostas, assimilações com acomodações, situações com ações, etc. (FONSECA, 1995, p.128)
No passado, crianças que apresentavam problemas de aprendizagem iam para classes ou escolas especiais para receber um atendimento diferenciado das outras (FONSECA, 2008). 
O termo possui um sentido mais abrangente, que envolvem hábitos, vida afetiva e valor cultural. Para José e Coelho (2006, p. 11), “a aprendizagem se refere a aspectos funcionais e resulta de toda estimulação ambiental recebida pelo indivíduo no decorrer da vida”. 
Para Amaral (2011), o termo dificuldade de aprendizagem é confundido pelos pais e pelos professores, como desatenção em sala ou desobediência. 
Para Paín (1985, p. 13), “as dificuldades de aprendizagem, qualquer que seja o nível cognitivo, atentam contra a normalidade”, não permitindo o aproveitamento das possibilidades do sujeito. 
As dificuldades de aprendizagem são problemas que interferem no domínio de habilidades escolares básicas (SMITH e STRICK, 2001, p. 63), geralmente são identificadas a partir do momento em que a criança começa a apresentar os “sintomas”. 
Não é possível trabalhar as dificuldades sem observar as questões referentes ao contexto social,histórico, cultural e o processo de ensino. Para Moojen (2004), a dificuldade de aprendizagem nos remete ao ato de aprender, que é uma ação dificultosa por si só. 
Os transtornos de aprendizagem, também denominados distúrbios de aprendizagem, consistem em uma variada gama de sintomas, como transtornos de audição, fala, leitura, escrita e matemática, sendo o tipo mais prevalente dos diagnósticos de aprendizagem. 
O termo transtorno é usado para se referir a condições neurológicas que afetam a aprendizagem e o processamento de informações. As habilidades acadêmicas estão relacionadas a diferentes competências dos indivíduos. É preciso conhecer quais são as intercorrências que podem ocorrer em cada uma das habilidades que correspondem à capacidade de leitura, escrita, fala, coordenação motora e raciocínio matemático. Por essa razão, os Transtornos de Aprendizagem são divididos de acordo com a habilidade afetada. 
Descreve dificuldades específicas para adquirir habilidades acadêmicas básicas. Segundo Snowling (2004, p. 62), as dificuldades de aprendizagem mais comuns são: a dislexia, a disortografia, a discalculia e déficits de atenção, como o TDAH, considerados transtornos de atenção e de conduta que geram dificuldades de aprendizagem no aluno.
2.2. A Neurociência e sua colaboração na educação
A neurociência sozinha não responde a demanda da aprendizagem. Necessita do olhar da equipe escolar, que reconhece os potenciais, as dificuldades e as necessidades dos alunos. A interação entre neurociência cognitiva, pedagogia e prática docente dará novo foco nos problemas, tentando minimizar dificuldades e acompanhando resultados.
O conhecimento, por parte do educador, dentro dos princípios neuro desenvolvidos, permite a utilização das teorias e das práticas pedagógicas e, com base dos mecanismos neuro funcionais, aperfeiçoam a aprendizagem do aluno. 
As implicações da neurociência na educação e no processo de aprendizagem são inevitáveis para aqueles que se dedicam em fundamentar o conhecimento. Na vivência e nas atividades, relacionam-se, utilizando a racionalidade, o intelecto, as emoções e sentimentos. A neurociência esclarece o funcionamento do cérebro humano e a capacidade que este desenvolve em relação a aprendizagem. 
3. Conclusão
É preciso entender como os estímulos emocionais podem afetar a aprendizagem, contribuindo para um trabalho preventivo. É fundamental que os estados emocionais sejam compreendidos na sua relação com a aprendizagem, a partir da contribuição da neurociência. Deve-se conhecer para saber aplicar, o histórico da neurociência, o desenvolvimento do cérebro e seus aspectos, memória, atenção e o significado no desenvolvimento da aprendizagem, importante para a atuação em meio a escolarização e no caso de transtornos de aprendizagem. 
A investigação do cérebro humano é uma das tarefas que exige a contribuição dos saberes em diversas áreas. Ler, escrever e pesquisar sobre a neurociência e a caminhada da sua evolução em meio a escolarização possibilita um olhar para abrangente sobre o cérebro humano, órgão este responsável pelas operações e ações das mais simples as mais complexas. 
Referências
ALVOS, S. A. T. Dificuldades de aprendizagem: uma realidade no contexto escolar. 2011. 
CONSENZA, Ramon; GUERRA, Leoner. Neurociência e educação. Como o cérebro aprende, Porto Alegre: Art med; 2011.
FONSECA, V. Visão Integrada da aprendizagem. In:______. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. cap. 5, p. 127-147. 
JOSÉ, E. A.; COELHO, M. T. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática. 2006. 
LOUREIRO, S.R. Desenvolvimento afetivo - o processo de aprendizagem e o atraso escolar. Paidéia (Ribeirão Preto) :1996. 
MOOJEN, S. Dificuldades ou transtornos de aprendizagem. In: Rubisntein E. Psicopedagogia; uma prática, diferentes estilos. São Paulo:Casa do Psicólogo;2004
MOURA, C. A. R. (Org.). Problemas de aprendizagem: enfoque multidisciplinar. 3. ed. Campinas, São Paulo: Alínea. 2008. 
PAÍN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artmed. 1985. 
RELVAS, Marta Pires. Neurociência e Educação, gêneros e potencialidades na sala de aula. Rio de Janeiro, 2ª ed. WAK Editora, 2010.
SANTOS, Sandra Carvalho dos. O processo de ensino-aprendizagem e a relação professor-aluno: aplicação dos “setes princípios para a boa prática na educação de ensino superior”. São Paulo: 1999
SMITH, Corinne & STRICK, Lisa. Dificuldades de aprendizagem de A a Z: um guia completo para pais e educadores. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre. Artmed, 2001.
SNOWLING, Margaret J. Dislexia. Trad. Maria de Lourdes Giannini. 2º ed. São Paulo: Livraria Santos Ed., 2004

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