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GESTÃO DA SAÚDE Joana Áurea Cordeiro Barbosa Artigo científico GESTÃO DA SAÚDE Joana Áurea Cordeiro Barbosa* RESUMO A Gestão em Saúde é responsável por cuidar para que todos os recursos e bens estejam ajustados e integrados ao bom desempenho de atividade e andamento das instituições de saúde, seja esta instituição do setor privado ou do setor público. Dessa forma, qualquer organização que esteja relacionada à área de saúde é resultado da junção de uma equipe multiprofissional, de tecnologia e recursos. Sendo assim, é preciso que exista uma forma ou método de realizar esse gerenciamento, para que os atendimentos sejam feitos e entregues de maneira que satisfaça as necessidades da instituição hospitalar. A efetividade das instituições de saúde também vai se submeter às relações que constituem pessoas, métodos, tecnologia, bens e gerenciamento, para executar as atividades organizacionais de prestação de serviços de atenção e cuidado à saúde. É de fundamental importância entender como é feita a gestão dos recursos e como eles serão disponibilizados para todos os indivíduos que fazem parte do corpo da instituição, pois afeta diretamente a todos, inclusive o bom desempenho do centro de saúde. Existem algumas normas e princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS), por isso compete aos poderes que fazem parte do governo, de maneira concomitante, estabelecerem instrumentos de manejo e análise dos negócios de saúde. Palavras-chave: Gestão em saúde. Sistema Único de Saúde. Gestão Hospitalar. Promoção da saúde. SUS. Gestão em Saúde. INTRODUÇÃO A saúde pode ser definida como o estado de inalterabilidade entre o organismo e o ambiente em que o indivíduo está presente, portanto deve existir uma organização por parte dos encarregados, para o gerenciamento do centro hospitalar. Para uma melhor compreensão é necessário termos conhecimento de que, no início, o Estado cuidava da saúde pública apenas de modo superficial e em momentos específicos, como em epidemias ou surtos de doenças. Alguns anos depois, investimentos foram designados para a construção de hospitais e unidades básicas de atendimento que prestavam serviços na área de saúde, mas que eram desfrutados apenas por pessoas detentoras de planos de saúde – serviço considerado como particular. Assim, tornou-se indispensável que fosse desenvolvido um método capaz de melhorar esse quadro da saúde, foi quando nasceu o Movimento da Reforma Sanitária, e com ele a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). * Possui graduação em Licenciatura em Psicologia pela Universidade Regional do Nordeste (1981), graduação em Formação de Psicólogo pela Universidade Regional do Nordeste (1982) e mestrado em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (2003). Doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Coimbra - Portugal (2018). Além disso, o ambiente em que os usuários devem ser consultados, utilizando dos serviços, passou a ter necessidade de seguir uma série de normas e regras que possam transformar e deixar o atendimento mais aconchegante, possibilitando a sensação de segurança para os pacientes. 1. O SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL Inicialmente, é fundamental que exista conhecimento a respeito de como funciona o sistema de saúde no Brasil e seu curso. Entre os anos 1922 até 1987, o Brasil passava por um período de inconsistência e insegurança no processo de evolução da saúde, uma vez que, nos primórdios, as responsabilidades do Estado estavam concentradas em esclarecer casos particulares, como epidemias grandes, e em campanhas que incentivavam a vacinação. Por volta de 1980, o Brasil enfrenta um período no qual surgem mudanças de extrema importância e que fizeram com que o sistema de saúde do Brasil sofresse uma reconfiguração e remodelação, sendo incorporado à Constituição Federal de 1988 um artigo que evidencia bem a iniciativa de mudança que seria realizada (CARVALHO, 2013). Ficou claro que, após algumas alterações e novas alternativas, o sistema de saúde passou a ter uma dimensão maior, uma vez que, com o novo conceito de saúde, tornou-se concreto o direito de todos os cidadãos terem acesso íntegro ao sistema de saúde e seus serviços oferecidos. É possível observar que a performance se modificaria, para maior e melhor, quando relacionada às mudanças que foram citadas; outras áreas de atuação foram agregadas aos princípios sociais e econômicos, conquistando, assim, um modelo de Sistema Único de Saúde, conhecido como SUS, que possui a finalidade de atender a todos igualmente. O Sistema Público de Saúde resultou de décadas de luta, de um movimento que se denominou Movimento da Reforma Sanitária e foi instituído pela Constituição Federal (CF) de 1988, consolidado pelas Leis n° 8.080 e n° 8.142. Esse sistema foi denominado Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Mattos (2009), a Saúde Pública que concorreu para o movimento sanitário trazia consigo os ventos do desenvolvimentismo. Essa vertente enfatizava a necessidade de se compreender as relações entre a saúde e o desenvolvimento econômico e social; defendia o planejamento como central, na atuação do Estado na saúde, e abria-se para as teses que buscavam a articulação entre a Saúde Pública e a assistência médica. A saúde pública do Brasil funciona com a participação do Sistema Único de Saúde (SUS), que além de ser um avanço importante para todos os cidadãos e para a história da saúde no Brasil, na situação atual, ainda tenta afrontar e vencer inúmeros obstáculos que são decorrentes, na maioria dos casos, da ausência de coerência na gestão de ambientes que contribuem para os serviços na área de saúde. Dessa forma, a decadência e a insuficiência na qualidade revelam a grande importância de um gerenciamento contemporâneo, que seja capaz de atender as necessidades dos pacientes e dos ambientes hospitalares e clínicos. No Sistema Único de Saúde, as ações de saúde são formadas por complexas redes de níveis de poderes, que respeitam a complexidade de atenção, fundamentada nos princípios da universalidade, integridade e equidade. Esse Sistema objetiva uma transformação acentuada no modelo de programar, sistematizar e conduzir as ações e serviços de saúde (ALMEIDA, 2013). Os três princípios ideológicos que são aplicados no Sistema Único de Saúde no Brasil são: equidade, integralidade e universalidade. A integralidade refere-se ao direito que todos os cidadãos brasileiros têm de acesso à saúde e serviços, sem qualquer tipo de distinção, seja racial, econômica ou social. Equidade é a iniciativa de diminuir desigualdades, pois todos têm, igualmente, direito aos serviços oferecidos, entretanto possuem necessidades diferentes que devem ser enfrentadas. E a universalidade leva em consideração os indivíduos como um todo, dessa forma, refere-se à condição integral de compreender com clareza o ser humano na sua universalidade. Como forma de embasamento para conseguir atingir objetivos e tomar rumos de como levar o sistema à frente, as diretrizes organizativas têm como finalidade assegurar o bom desempenho do sistema, que pode acontecer por meio da: Descentralização e Comando Único, Regionalização e Hierarquização e Participação Popular. Essas diretrizes giram em torno de manter o ideal de dividir e distribuir os poderes entre os três níveis de governo, com propósito de atender as necessidades e oferecer serviços de alta qualidade, assim como sustentam a ideia de manter a participação popular por meio de conferências ou campanhas, para que, assim, todos possam contribuir com suas opiniões e ideias na melhora e inovação dos serviços de atenção e cuidado à saúde. 1.1 Serviços hospitalares e a Gestão De acordo com Borba (2006), o setor de saúde brasileiro está passando, nas últimas décadas, por uma constante transformação, buscando maneiras diferentes de alcançara descentralização das políticas de saúde proposta pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os hospitais são ambientes que devem ser observados por diversos aspectos, sejam eles estruturais, econômicos ou gerenciais, e que possuem certo grau de complexidade e relevância, uma vez que um gerenciamento relevante é resultado da união que existe entre esses aspectos. Uma das maiores fontes de preocupação é o impacto ambiental causado pelo gerenciamento desses ambientes. A grande parcela de resíduos sólidos que são gerados diariamente é resultado da quantia exorbitante de recursos usufruídos por profissionais e pacientes na esfera hospitalar. Essa adversidade na organização dos hospitais vem se tornando cada vez mais um aspecto que influencia de forma direta todas as realidades dos que frequentam esses locais. O lixo hospitalar é uma mistura de vários restos contaminados e o contato deve ser evitado ao máximo, devido aos riscos de infecção e, por esse motivo, a maneira como o lixo é descartado deve ser apropriada, com o intuito de reduzir os impactos ambientais causados por esses resíduos e promover uma melhoria na qualidade dos serviços oferecidos aos usuários nessas unidades hospitalares. No Brasil, pode-se dizer que cerca de 2000 mil toneladas de lixo hospitalar são produzidas por dia, entretanto uma pequena porção desse lixo recebe o tratamento adequado e chega ao seu destino final. Desse modo, boa parte desse lixo acaba indo para um destino diferente do que é permitido e apropriado para o lixo hospitalar. A remoção dos resíduos sólidos, hospitalares ou residenciais, é muito mais uma agressão sensorial à visão e ao olfato do que um risco infeccioso. Essa constatação não diminui a importância da coleta e do tratamento adequado desses resíduos, apenas situa o problema, racionalmente, no cenário epidemiológico atual, e evita o desperdício de recursos na prevenção de perigos inexistentes (ZANON, 1990). Tendo conhecimento que o lixo hospitalar precisa de um descarte correto, para que não cause prejuízos, existem alguns tipos de descarte eficientes, sendo eles: A autoclavagem: que é um método bastante utilizado no Brasil, em que o equipamento (Autoclave) recebe o lixo em sacos plásticos que, em seguida, são colocados em uma máquina responsável por esterilizar, a vapor, os resíduos oriundos dos serviços de saúde. A incineração: um dos métodos mais utilizados, pois é um tratamento que queima todos os restos do lixo (por meio de usinas), de modo que as cinzas que restam, após a realização do processo, geralmente são enterradas em aterros e monitoradas. Ambos os métodos possuem riscos e desvantagens, entretanto é necessário que seja utilizado o que cabe dentro das recomendações que são permitidas e adequadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O impacto ambiental resultante da elevada produção de resíduos hospitalares não contribui negativamente somente com o meio ambiente, mas também se pode dizer que se torna um elemento de impacto econômico na gestão dos hospitais. Nesse caso, os gestores possuem uma responsabilidade de empenho para alcançar uma combinação que beneficie o meio ambiente, juntamente com a logística do local. Muitas técnicas podem ser postas em prática para que possa ser observada uma melhora no descarte desses resíduos e como podem ser entendidos. Uma forma de aplicar isso, na prática, é a educação ambiental. A educação ambiental é indispensável para que a evolução das propostas de saneamento básico e saúde coletiva sejam definitivamente uma realidade, uma vez que é de conhecimento de grande parte da população que a ausência de saneamento e uma falta de qualidade de saúde coletiva promovem riscos à saúde, em vários ambientes, para todos aqueles que têm contato direto ou indireto com resíduos. Se a gestão do hospital não está suficientemente apta, isso pode ocorrer devido à falta de gerenciamento, quando instituições não colocam em primeiro plano contar com profissionais responsáveis nessa área. Os impactos ambientais acarretados pelo gerenciamento ineficaz dos resíduos hospitalares podem alcançar proporções inesperadas, com as contaminações e os índices de infecção hospitalar, chegando a gerar epidemias devido a contaminações que são causadas no lençol freático. Dessa maneira, é evidente que a gestão em saúde deve encontrar um método que seja seguido e que mantenha a harmonia entre as funcionalidades e gerenciamento de instituições hospitalares. Garantindo, assim, que as relações entre os aspectos que formam os atendimentos de cuidado à saúde e como esse serviço é oferecido estejam de acordo com as necessidades e normas dos centros hospitalares. O hospital é uma instituição que é composta por um sistema de extrema complexidade (organizacional). Apesar disso, tem o dever de possuir um caráter humanitário e hierarquizado que solicita uma divisão de trabalho operativo e capacitado, em que sua finalidade é viabilizar atenção em conformidade com as necessidades dos pacientes, sempre fazendo uso dos seus melhores equipamentos, serviços e recursos disponibilizados pelos profissionais. A autoridade hospitalar é dividida em setores, e estes em funções e ações : direção superior, corpo clínico, corpo profissional e diretoria. Concomitantemente agregados ao desempenho das atividades dos hospitais, existem profissionais, como os nutricionistas, que acompanham de perto a dieta alimentar dos pacientes; os psicólogos; os farmacêuticos; serviço social e fisioterapeutas, de modo que se faz necessária uma equipe multiprofissional. Essa concepção de saúde, baseada numa perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar, pretende a superação do modelo centrado na doença e o desenvolvimento de estratégias que abordem a complexidade inerente à saúde. Agregando conceitos de qualidade de vida, cidadania e inclusão social ao seu campo de ação, busca superar o reducionismo, apoiando-se no princípio da integralidade da atenção (FERIOTTI, 2009). É fundamental mencionar que, além dos serviços realizados pela equipe multiprofissional, é vital que exista suporte jurídico, profissionais que são especializados na área de sistemas de informação e outros, para que possam fazer parte do conjunto das pessoas que compõem o quadro de uma instituição. Esses alicerces têm indispensável participação no gerenciamento dos hospitais, visto que oferecem conhecimento e materiais aos técnicos, obtendo resultados mais eficazes nas atividades realizadas. As atribuições dos hospitais progrediram com o passar do tempo, de modo que o hospital deixou de ser um local com poucas funcionalidades, e passou a ser um centro que acolhe e cuida de várias pessoas que apresentam diferentes problemas de saúde. O hospital pode ser classificado a partir de uma série de condições que têm como finalidade avaliar o funcionamento relacionado aos serviços oferecidos, com suporte em alguns critérios exigidos e predeterminados, os quais têm em vista aumentar a qualidade da instituição. Existem alguns critérios que devem ser analisados para que seja definida a classificação dos hospitais: o nível de competência, por exemplo, verifica o grau dos serviços médicos, podendo ser dividido em hospital primário, hospital secundário e hospital terciário, de modo que cada um deles possua uma especialidade diferente. Um critério que pode ser considerado para analisar a classificação de hospitais é quando se refere ao regime de propriedade, isto é, existem hospitais privados, públicos e filantrópicos. O hospital particular é sustentado por instituições privadas e os lucros dessa empresa podem ter fins diferentes, sejam eles destinados à instituição que a mantém ou apenas utilizados para suprir as necessidades da própria empresa. Os hospitais filantrópicos são particulares e não têm fins lucrativos, porém são também contratados para servirem ao Sistema Único de Saúde (SUS). Jáos hospitais públicos sãodirigidos por uma corporação do governo, seja ela municipal, estadual ou federal. É possível apontar o que é chamado de “Hospital Beneficente”, que tem um conceito bastante parecido com o hospital filantrópico – já que se trata de uma instituição particular sem fins lucrativos – entretanto seu propósito é conceder auxílio à saúde para um conjunto de pessoas que necessitam, tendo seu lucro voltado totalmente para a ajuda daqueles que precisam. Inspirada no modelo da Casa-mãe de Lisboa, fundada em 1498, por iniciativa real, a Irmandade de Misericórdia chega ao Brasil em 1543, com a fundação da Santa Casa de Santos, por Braz Cubas (FIGUEIREDO, 2000). Em seguida, espalhou-se, criando vários hospitais e se constituindo na base assistencial hospitalar da colônia, além de servir, mais tarde, como espaço de treinamento para a formação dos primeiros médicos brasileiros (FERIOTTI, 2009). As Santas Casas são conhecidas como ambientes de auxílio ao cuidado e atenção à saúde, atuando juntamente com os hospitais filantrópicos. Essas unidades atendem a população de forma gratuita, de maneira que são consideradas, atualmente, um dos grandes aliados e parceiros do Sistema Único de Saúde (SUS), quando falamos em tentar garantir o atendimento e qualidade de serviços oferecidos. Dessa forma, resta claro que os hospitais são divididos conforme vários critérios e atendem as diversas necessidades que são apresentadas. Os hospitais ainda podem ser classificados pelo critério de quantidade de leitos que possuem, e esse fator, com certeza, está relacionado à especialidade e ao objetivo que esses centros hospitalares colocam como prioridade. Por exemplo, os hospitais que dispõem de uma quantidade acima de 500 leitos podem ser conhecidos como capacidade extra. Esses locais de assistência à saúde, mesmo que com dimensões diferentes, conservam o mesmo objetivo de proporcionar uma boa qualidade nos serviços concedidos. Sendo assim, é preciso que haja uma divisão de tipos de assistências, para que os indivíduos possam ser encaminhados a centros específicos e que sejam compatíveis com a emergência de cada um. O Hospital Geral oferece ao paciente atendimento tanto em especialidades básicas quanto em outras mais específicas, além disso se coloca à disposição para serviços de urgência e emergência. As diversas classificações que são aplicadas para determinar a divisão a respeito dos hospitais são pontos de fundamental importância, uma vez que contribuem também para melhorar o processo de avaliação de qualidade dos serviços que são realizados. Tendo em vista que muitos aspectos influenciam no processo de avaliação de qualidade de serviços, pode-se dizer que a comunicação é uma boa ferramenta de melhora. No ambiente hospitalar, a comunicação minimiza os episódios em que os erros são identificados, além de que é comprovado que há uma melhora na sensação de segurança transmitida ao paciente. É conhecida por ser uma das estratégias que funciona e que, se bem empregada pelos gestores, pode aprimorar o desempenho e a qualidade dos atendimentos de cuidado à saúde, restabelecendo a sensação de conforto dos pacientes que recebem esse cuidado. Em ambiente hospitalar, a possibilidade de esquiva e fuga de situações estressantes diminui, pois muitas vezes essas situações fazem parte do dia a dia da instituição. Diante dessa realidade, os profissionais utilizam estratégias para enfrentar situações que causam estresse e desconforto físico e emocional – as chamadas estratégias de enfrentamento (MATURANA, 2014). O profissional da saúde, ao refletir sobre as condições e relações de trabalho e o seu modo de agir, pode se inserir na realidade de uma maneira mais crítica e consciente. Problematizar e concretizar a humanização do ambiente, mais especificamente a partir do trabalhador, implica uma reflexão crítica e dialógica dos princípios e valores que norteiam a prática dos profissionais, de modo a assumirem sua condição de sujeitos e agentes de transformação (BACKES, 2006). Essa particularidade nos serviços de saúde exige que o gerenciamento do local seja estudado com bastante cautela, uma vez que são necessários cuidados extras ao implantar alguma mudança. Hospitais e centros especializados em atendimentos à saúde são redes compostas por diversos setores, profissionais, pacientes que interagem uns com os outros, diariamente, encarando eventos que abalam diretamente o emocional por razões diferentes. Assim, torna-se substancial que seja realizado o acompanhamento de todas as pessoas que frequentam esses locais, sem exceções, com um atendimento humanizado, que compreende uma explanação diferente quando se fala da assistência a ser oferecida, seja ao paciente, gestor, funcionários, proporcionando um trabalho de qualidade elevada. Dessa maneira, fica bastante evidente a necessidade de que a instituição da área de saúde possua uma boa equipe de profissionais e gestores, colocando em prática os planos e metas do hospital. É perceptível que ao longo dos anos existe uma busca por um enraizamento de técnicas que visam à qualidade do processo de organização hospitalar, influenciando, automaticamente, de modo positivo na gestão dos serviços. Muitos critérios são levados em consideração quanto à classificação dos hospitais no Brasil, sendo eles utilizados para avaliar instituições hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) e também hospitais, que buscam se certificar que estão aptos a atender as exigências para manter a qualidade de serviços aos pacientes. Um dos benefícios que incentivam os hospitais a procurarem e introduzirem novos projetos de qualidade na assistência à saúde é a diminuição de gastos. Nessa perspectiva, muitos países impulsionam essa concepção e tentam levar em frente, buscando gerar nos gestores uma inquietação que faça com que eles desenvolvam meios e artifícios competentes e capazes de suprir as necessidades, no entanto mantendo o cuidado para obter o resultado esperado: a redução dos custos. As maiores causas que levam à existência de problemáticas no estabelecimento desses métodos de qualidades são os contratempos organizacionais e econômicos. Métodos esses que podem ser: a utilização de softwares, profissionais treinados para avaliação de qualidade, entre outros. O serviço oferecido deve ter estabilidade e segurança na qualidade concedida ao paciente, uma vez que as pessoas que estão sujeitas a fazer uso são, em sua maioria, leigas, e não conseguem avaliar imediatamente como está sendo realizado o serviço e a sua qualidade – e esse é um fator complexo na avaliação. Devem existir graus de fiscalização de qualidade, pois há uma diversidade grande de tipos de serviços no ambiente hospitalar. Assim, faz-se necessário ter conhecimento a respeito do serviço para entender e supervisionar de acordo com o padrão. Existem muitos hospitais e instituições que optam por não adotar programas que regularizam e priorizam a qualidade. Por outro lado, há diversos argumentos que comprovam que apenas o gerenciamento hospitalar, equipe de multiprofissionais e colaboradores não são suficientes para garantir a fiscalização de qualidade. A atitude que leva a iniciativa da interferência desses programas não se faz de forma direta à equipe médica, mas sim na configuração da administração hospitalar. No entanto, a ideia de qualidade surgiu no período do pós-guerra - Segunda Guerra Mundial – com o advento da modernização industrial por intermédio da administração científica. O conceito “Qualidade” tem destaque nas décadas de 80 e 90, através dos meios de comunicação, fazendo com que as empresas tenham vistas ao futuro, pela necessidade de sustentabilidade. No fim do século XIX e início do século XX, ocorre uma revolução no papel e nas funções do hospital, por conta dos avanços tecnológicos e do aparecimento da medicina científica (PEREIRA, G. S.; PEREIRA, S. S, 2015).O planejamento, a revisão de processos e o acompanhamento de performance, assim como melhorias constantes, passaram a ser vitais para o posicionamento das organizações no mercado. Sistemas de Qualidade foram adotados na busca de competitividade, de eficiência e eficácia dos processos e dos altos índices de desempenho com resultados de sucesso (BONATO, 2011). Dentre as mudanças requeridas, destacam-se: a visão sistêmica da organização dos seus processos institucionais; a transformação dos indivíduos, com ações dirigidas por novos paradigmas, buscando autorrealização e inovação; e estímulo ao desenvolvimento de novas capacidades, da criatividade e alta produtividade, mobilizando sujeitos mais capazes, criativos e produtivos (BONATO, 2011). O serviço de saúde e sua administração, no âmbito hospitalar, sempre apresentaram controvérsias nesse mercado, uma vez que sua matéria-prima é o doente em busca de cura ou solução para o seu problema, e o produto final é o resultado da saúde de seu cliente, o que dificulta mensurá-los no mercado hospitalar. São aspectos que independem apenas de um bom material para conseguirmos chegar a um possível resultado final de excelência. Quando se trata de administração hospitalar, vivenciamos diferentes situações que nos levam a questionar o que queremos da nossa empresa no nível de satisfação do cliente, e até que ponto se pode custear essa satisfação para obtermos retorno na receita (PEREIRA, G. S.; PEREIRA, S. S., 2015). Faz-se necessário lembrar que, ao longo da história da administração hospitalar, paradigmas foram encontrados nesse mercado, por existirem categorias médicas que administram as redes hospitalares com visões diferenciadas do administrador, prevalecendo o regime tecnicista no seu gerenciamento em busca de resultado do diagnóstico e da cura do cliente. Observa-se a falta de uma visão mais ampla do contexto situacional que o mercado experimenta, sem um retorno desse custo e a manutenção desse gerenciamento. Assim, o que se encontra é a dificuldade no gerenciamento na administração hospitalar. Desse modo, podemos concluir que a administração hospitalar nada mais é que uma constante busca de convivência harmoniosa entre a equipe multidisciplinar de saúde, que se preocupa em salvar a vida do seu cliente, e o administrador, que precisa oferecer os recursos materiais e tecnológicos de custos caros, mas em busca de manter a saúde financeira da instituição (PEREIRA, G. S.; PEREIRA, S. S., 2015). Considera-se como um dos fatores primordiais para a melhoria da qualidade de atendimento a compreensão do processo de aprendizagem existente na organização, sobretudo na geração de ferramentas e metodologias que apoiem o processo de tomada de decisão. Nesse sentido, é necessário reconhecer formas de identificação dos princípios de aprendizagem existentes, em especial na área hospitalar. Observa-se uma cultura na área médica de discussão e compartilhamento dos modelos. Isso ocorre por meio de diferentes processos, como a discussão de casos clínicos ou a criação de protocolos de atendimento. A capacidade de aprender coletivamente é reforçada pelo compartilhamento dos modelos mentais, fator bastante presente na área assistencial, mas ainda incipiente na área gerencial da organização (BORBA, 2009). A área hospitalar está passando por uma transformação de paradigma, que desconsidera uma visão associada ao atendimento padronizado, – que compreendia a qualidade como custo, destacava a gestão como controle e diferenciava a delegação de poder como contrariedade – para uma visão que procura o melhoramento de modo contínuo, com os recursos direcionados a conquistar qualidade, melhorias entre departamentos, trabalhando com o conceito de gerenciamento baseado em evidência, levando em conta o gestor colaborador e os empregados que vão solucionar os problemas. Nesse novo exemplo, torna-se imprescindível o ato de tomar decisões estratégicas nas organizações de saúde. A saúde é um direito fundamental do indivíduo, sendo assim prover ferramentas que auxiliem a tomada de decisões estratégicas para a melhor gestão hospitalar contribui para assegurar esse direito. Os hospitais necessitam de gestão de recursos escassos, que devem ser utilizados da melhor forma possível para que possam auxiliar o maior número de pacientes possível. Esses hospitais podem melhorar consideravelmente seus processos por meio da adequada implementação de um sistema de ERP (Enterprise Resource Planning – , Sistema de Gestão Integrado) e outros sistemas integrados. Um ERP é o alicerce do fluxo de informações. Ele fornece planejamento avançado, sincronização e colaboração entre fabricantes e distribuidores. Essas características dificilmente são encontradas em hospitais, de forma que sua implantação representa uma grande contribuição, não sendo um diferencial competitivo, mas sim uma necessidade. Os maiores desafios enfrentados nas implantações dos sistemas informatizados estão relacionados à motivação para sua adoção tais como: necessidade de conectar e substituir diferentes sistemas legados; baixa qualidade de dados, processos de negócio específicos; exigências de infraestrutura e necessidade de customizações (PEREIRA, S. R; PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012). Um fator que contribui para a complexidade da rastreabilidade da informação nos hospitais é a falta de padronização de medicamentos e a ausência de protocolos que possam relacionar tipo de doença com recursos necessários para seu respectivo tratamento, prejudicando assim o planejamento de compras (o que, quanto e quando). Quanto maior a padronização, melhor será a funcionalidade do sistema de rastreabilidade de materiais. É necessária também uma análise para se determinar quais os materiais que deverão ser rastreados, a fim de buscar um equilíbrio entre os custos gerados pelo sistema de rastreabilidade e os benefícios obtidos (PEREIRA, S. R; PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012). Vale ressaltar a necessidade de se garantir a integridade das informações disponibilizadas de modo correto, atualizadas e em tempo hábil para a tomada de decisões. Para tal, é fundamental a importância de uma política de valorização da qualidade e segurança no sistema (pelos desenvolvedores e stakeholders), senão facilmente o engenheiro de software irá esquecê-la ou ignorá-la. Infelizmente, as drásticas consequências não serão identificadas de momento (PEREIRA, S. R; PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012).Hospitais estão investindo fortemente em sistemas de gestão com diversos objetivos, entre eles o de administrar a cadeia de suprimentos. Com um sistema completo de administração hospitalar, devidamente definido e implantado, é possível um efetivo gerenciamento de todo o processo de tratamento dos pacientes, auxiliando na tomada de decisão dos gestores e, consequentemente, na excelência em qualidade. Uma das formas de um hospital otimizar seus recursos é por meio do redesenho de sua cadeia de suprimentos e da utilização da TI (Tecnologia da Informação) (PEREIRA, S. R; PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012). 2. RELAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE SAÚDE A conjuntura nacional expõe o modelo que trata do relacionamento público- privado no sistema de saúde, mostrando que existem obstáculos a serem enfrentados, e que é preciso, inevitavelmente, olhar para essas problemáticas a longo prazo. Há uma necessidade de procurar uma diminuição de custos, elevar a qualidade dos serviços de assistência à saúde, a utilização de informações, tecnologia e descobertas a favor do gerenciamento, qualificar e aprimorar os setores de atendimento primários e secundários, que diminuíram a taxa de entrada de paciente, com casos mais específicos e complexos no atendimento terciário. Dessa forma, esse aprimoramento revela uma melhora na taxa de entrada de usuários. A assistência hospitalar pode ser consideradauma questão que muda constantemente seus questionamentos e certezas. Sabemos que hospitais dependem de vários setores e elementos para que possam funcionar e receber seus pacientes, então é nesse momento que muitos questionamentos surgem, principalmente para os gestores, já que eles têm a responsabilidade de lidar com essas circunstâncias e administrar cada uma da forma mais eficiente possível. O envelhecimento da população se tornou um dos debates principais quando o assunto é a demografia, uma vez que a população envelhece e junto desse fator a procura pelos serviços de saúde também aumentam. Os recursos humanos e a incorporação de diversos profissionais ao ambiente hospitalar geraram o que chamamos de equipe multiprofissional, entretanto a disputa por cargos e poderes torna o ambiente uma área de conflitos em alguns casos. Por sua vez, a tecnologia é um fator que se desenvolve cada dia mais, e em alguns hospitais e centros médicos, sejam eles públicos ou privados, há uma dificuldade na implantação e na elevada taxa para adoção dessas novas tecnologias nos setores. O custo em setores hospitalares se resume a uma incerteza, visto que a procura por serviços e materiais hospitalares é muito alta. Perdura o conflito sobre o que deve ou não ser levado em consideração, como despesas com saúde, e torna-se perceptível a transformação no padrão de financiamento, que tem o objetivo de trazer a estabilidade para os hospitais. O setor de saúde privada sofreu algumas consequências quando se refere à Assistência Médica Supletiva (AMS), uma vez que os altos custos, despesas, imposição de colaboradores e compradores influenciaram para que houvesse uma busca por alternativas de assistência à saúde e que se reorganizem de forma diferente, atendendo às novas perspectivas. A AMS tem como principal objetivo proporcionar aos colaboradores o ingresso a um plano de saúde que certifique qualidade de atendimento em serviços diversos e que, de preferência, tenha um custo acessível para os cidadãos que fazem a adesão. No Brasil, os hospitais escolas ou hospitais universitários são encarregados por fazerem uso de leitos. Além disso é neles que é desempenhada uma boa parte dos procedimentos e mecanismos, com centralização na realização de procedimentos de alta dificuldade. Eles são um constituinte privativo e relevante da rede pública, à procura de novos tipos de financiamento para complementar a escassez de recursos públicos e estabeleceram negociações por meio de venda de serviços e atendimentos com a AMS. Essa aplicação também tem sido bastante considerada e utilizada para atingir a melhoria e eficácia, de modo que os hospitais preservem seu corpo clínico e equipe multiprofissional, elevando a parcela de circunstâncias a serem ponderadas na pesquisa de indagação e no direcionamento de prováveis resultados. Uma das consequências desse contexto é o desmembramento do procedimento de atenção e cuidado à saúde, que se torna mais claro no campo de atuação pública, onde espelha mais evidentemente o debate relacionado à saúde pública. Uma problemática bem presente na atualidade é a caracterização de técnicas que regularizam a integração da rede de assistência à saúde. No setor privado, a totalidade de problemas é antiga e demonstrou consequências relacionadas à elevada taxa de competência e domínio de acesso à assistência. Ainda que se faça relação com a integralidade e seus frutos positivos e negativos, é possível afirmar que ainda estamos muito distantes de atingir o que é desejado. Tal temática está voltada para várias concepções e sentidos, porém seu alicerce está na qualidade do atendimento prestado ao usuário, envolvendo questões como cuidado, acolhimento, visão ampliada, entre outros. Sabe-se que a integralidade é de grande relevância nas políticas de saúde, como uma das diretrizes mestras da reforma do Sistema de Saúde Brasileiro (FONTOURA; MAYER, 2006). O conceito de integralidade é um dos pilares a sustentar a criação do Sistema Único de Saúde. Princípio consagrado pela Constituição de 1988, seu cumprimento pode contribuir muito para garantir a qualidade da atenção à saúde. Em primeiro lugar, é previsto nesse conceito que, de forma articulada, sejam ofertadas ações de promoção da saúde, prevenção dos fatores de risco, assistência aos danos e reabilitação – segundo a dinâmica do processo saúde-doença (CAMPOS, 2003). É imprescindível destacar a importância que deve existir a respeito de uma visão geral da situação, para que haja uma identificação de todos os contratempos e situações que possam acarretar a essa perda de estabilidade em relação aos altos custos e limitada remuneração, desse modo, fazendo retornar ao conjunto de problemas que são considerados os elementos de impacto ao hospital, mantendo, assim, a integralidade. A tendência é desenvolver formas e métodos econômicos de mais fácil compreensão, que sejam apropriados para atividades e atendimentos de maior complexidade, voltando a atenção não só para tecnologia em equipamentos, mas também em procedimentos e processos realizados por esses recursos. Indicando, também, a oportunidade do fim dos pequenos centros de atendimento ou hospitais, com exceção para aqueles que possuem especialidades ou que tratam com primazia os casos admitidos, obviamente, respeitando a capacidade que possui. A busca por maneiras variadas de financiamentos tem se tornado cada vez mais frequente e solicitada, em virtude da ausência de satisfação e contentamento com o modelo atual utilizado, já que o mesmo possui nível elevado e dificulta a estabilização de um padrão no gerenciamento, nos métodos utilizados, procedimentos, materiais, recursos humanos, equipamentos de alta tecnologia e qualidade oferecida pelo atendimento. No Brasil, já é um debate entre os temas de relação e colaboração entre o setor privado e o setor público, quando se trata de serviços de assistência hospitalar. É possível observar alguns modelos e programas de gerenciamento que têm em vista perpetuar uma gestão no setor público, com a finalidade e intenção de possibilitar a elaboração de serviços públicos sem fins lucrativos – as Organizações Sociais da Saúde (OSS). As OSS começaram a surgir no Brasil na esteira das possibilidades abertas para a gestão pública, após a Reforma do Estado, desencadeada nos anos 1994/1995. Portanto, são consideradas como um dos padrões de apresentação do denominado “terceiro setor”, e emergem como nova modalidade voltada à função social de gestão e provisão de serviços de saúde, vinculadas ao modelo das parcerias público-privadas (MORAIS, 2018). Ainda que com muitos problemas e empecilhos, a escolha pela adoção desse modelo das OSS começou a acontecer, entretanto, apenas em hospitais que se encaixavam nos critérios e padrões que eram exigidos, alguns deles: recém- construídos, atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem problemas de manutenção e voltados a atingir metas estabelecidas pela Secretária do Estado da Saúde. Dando visibilidade à quantidade de obstáculos que existia, a dificuldade de comprometimento e admissão, causada pela limitação de despesas públicas, impasses considerados para a continuidade e boa manutenção dos hospitais, que estavam sob o comando da Administração Pública e o ordenamento de algumas instituições privadas, de se manterem mais próximas do governo, passaram a procurar rendimentos de atividades coexistentes entre o privado e o público. Não existia o auxílio de todos os lados para que fosse posicionado e posto em prática esse modelo, a Secretaria Municipal de São Paulo, por exemplo, não compactuava com a ideia de gestão proposta pelas Organizações Sociais de Saúde, que propagandeava o ideal de unir e manter as organizações privadas parceiras com os Hospitais Municipais e, consequentemente, não foi aceita e aprovada, muito menos considerada eficiente o suficiente para solucionar ou satisfazer as necessidades.2.1 Modelos contemporâneos que tentam encaixar o setor público e privado e suas necessidades As normas que são colocadas na mesa para conduzir o setor público fazem com que se torne mais claro o quanto é preciso ser feita uma reavaliação do gerenciamento, uma vez que, quando colocada em prática, a gestão visa avaliar como funcionam os meios e as ações. Não existindo preocupação com os resultados, é o fator que esclarece e mostra como está o andamento e qualidade dos atendimentos oferecidos em ambientes hospitalares. Quando a temática é o setor privado, todos os que fazem parte do corpo da instituição experimentam a sensação de competitividade entre os que ali estão, mesmo que cada um execute uma atividade ou cargos distintos na assistência de serviços de saúde; não se pode comparar com ter que responsabilizar-se com planos de saúde ou outros tipos de seguros. O compromisso na procura por alguma forma de competividade – tais como a contratualização entre componentes e colaboradores – são pontos que devem estar presentes quando se trata desse aspecto. O modelo que está em vigor traz a constatação da supressão de uma visão do todo, seja pelo ato momentâneo da gestão, pela falta de entendimento (ou ausência de compreensão da situação) das despesas do setor. O gestor do setor tem uma conduta relativa, com disposição muito baixa para construir novos movimentos. A intranquilidade com a competência chega ao ponto de ser repreendida, como um incentivo ao uso de raciocínio lógico de serviços, mas quando a competência é um enfoque que passa por análise durante o processo de gerenciamento tem total lógica buscar por processos e projetos gerenciais capazes e habilitados a suprir as necessidades. O apuramento dos custos e despesas não é uma problemática insuperável, porém sua introdução vai depender da política institucional, e se explica quando passa a servir para a tomada de decisões. Conclui-se por ser um fundamento para processos pontuais de redução de custos, instigados por agentes externos ao setor, com pouca bagagem de conhecimento a respeito das partes especificas de seus processos, podendo auxiliar ou não no processo de redução de custos. Existem inúmeras ferramentas, projetos, métodos e programas que têm como finalidade tentar garantir o aperfeiçoamento no setor de qualidade e gerenciamento para inúmeras empresas e instituições, cabendo, então, ao hospital, independentemente de compatibilizar-se ao setor público ou privado, encontrar um método que se encaixe com suas respectivas necessidades, ou ainda, tentar fortalecer e amplificar métodos que sejam desenvolvidos de acordo com os objetivos do hospital. Tudo isso com o único intuito de melhorar o desempenho e o nível de qualidade dos serviços de assistência à saúde, que são realizados por centros e hospitais. A assistência de serviços hospitalares realizada no Sistema Único de Saúde (SUS) – setor público – é desenvolvida e apoiada nas necessidades de todos aqueles da população, com o intuito de comprometer-se com o atendimento e serviços oferecidos aos pacientes, com a contribuição de um conjunto de profissionais, que constituem uma equipe multiprofissional; de forma integrada aos outros aspectos de cuidado, exercidos pela Rede de Atenção à Saúde (RAS) e com diversas outras políticas que atuem em uma ou mais regiões. A Rede de Atenção à Saúde (RAS) pode ser tratada como o conjunto de ações e atos, com o objetivo de prestar assistência à saúde. Esse auxílio requer um funcionamento complexo e habilidoso, com o propósito de comprovar, de manter a integralidade da assistência de serviços de apoio à saúde do cidadão, obviamente, entendendo as normas de cada região onde são desenvolvidas as atividades. O auxílio tem como objetivo garantir a resolução do cuidado e continuidade do cuidado, demonstrando certeza em honrar a equidade e a transparência (princípios), sempre coerente com os acordos estipulados com o Sistema Único de Saúde (SUS). A Atenção Hospitalar compreende vários outros aspectos que devem ser discutidos e compreendidos, para que haja um fácil entendimento de associar os fatos que fazem ligação, e deixam, diretamente, um lugar ligado ao outro. Perpetuado por uma conjunção de instabilidades relativas às finanças e ao dinheiro nos hospitais, o Ministério da Saúde (MS) recomenda a reestruturação do sistema que constitui a assistência hospitalar, compreendendo as incompatibilidades e a transformação do padrão empregue na assistência à saúde, não devendo ser esquecida a participação da assistência hospitalar. O modelo que era aplicado na realidade brasileira conta com o Programa de Saúde da Família (PSF), que representa tanto uma estratégia para reverter a forma atual de prestação de assistência à saúde, como uma proposta de reorganização da atenção básica, como eixo de reorientação do modelo assistencial, respondendo a uma nova concepção de saúde, não mais centrada somente na assistência à doença, mas, sobretudo, na promoção da qualidade de vida e intervenção nos fatores que a colocam em risco ¾, pela incorporação das ações programáticas de uma forma mais abrangente e do desenvolvimento de ações intersetoriais (Programa Saúde da Família, 2000). Seus princípios, o Programa Saúde da Família, é, nos últimos anos, a mais importante mudança estrutural já realizada na saúde pública no Brasil. Junto ao Programa dos Agentes Comunitários de Saúde, com o qual se identifica cada vez mais, permite a inversão da lógica anterior, que sempre privilegiou o tratamento da doença nos hospitais (Programa Saúde da Família, 2000). O novo modelo em vigência estende sua atenção para diversos âmbitos, e a educação é um deles. Temos conhecimento de que o ambiente hospitalar possui uma grande capacidade de transmitir conhecimento e assim influencia diretamente na formação/graduação daqueles que serão futuros profissionais de saúde. É importante ressaltar que a atenção e o cuidado devem ser estendidos para além do ato de receber os atendimentos, deve existir a preocupação em manter a educação dentro dos planos, uma vez que os futuros profissionais, dispõem de uma ótima fonte de experiência e conhecimento nos hospitais de ensino/universitários. Os Hospitais de Ensino são instituições de saúde que interessam e possuem convênio, pois dispõem de uma gama de oportunidades a uma Instituição de Ensino Superior (IES), seja ela de setor privado ou público. Esses Hospitais de Ensino prestam auxílio ao setor para a execução de práticas e atividades de ensino, aplicadas na área da saúde, conforme o determinado na legislação do Programa de Certificação de Hospitais de Ensino. As instituições hospitalares têm, claramente, duas finalidades bem definidas: a primeira delas, e bem essencial é manter a qualidade dos serviços e garantir que os pacientes tenham melhoras nas suas condições de saúde. Os hospitais universitários são reconhecidos pela sua fama como unidades de referência em processos de maior complexidade tecnológica, e são ambientes de formação de ensino e atividade de significativos tipos de especialidades na área de saúde, dando ênfase especial aos profissionais que são médicos especialistas e contribuem nos métodos de engrandecimento e esclarecimento de assistência e integração tecnológica na saúde. Essas instituições de ensino, conhecidas como Hospitais Universitários, possuem seus objetivos bem definidos e claros, a fim de que seja seguida uma linha de boa organização, influenciando diretamente na qualidade dos serviços oferecidos nesses centros, podendo citar: garantir, gradativamente e de maneira íntegra, o aperfeiçoamento da qualidade da atenção e cuidado à saúde com os estudos; entusiasmar a integração da instituição na pesquisa, no progresso e no gerenciamento de novas tecnologias na área de saúde, de maneira que esteja conforme as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS); estimular a participaçãoe presença dos Hospitais de Ensino nos conteúdos e projetos que têm como objetivo o alargamento na oferta de profissionais médicos no Sistema Único de Saúde (SUS). Os objetivos e princípios que são seguidos pelos Hospitais de Ensino (HE) buscam garantir que o futuro profissional de saúde tenha acesso a todos os recursos que são oferecidos dentro dessas instituições, além de desenvolver diversos programas e projetos que têm finalidade de ampliar as especialidades e experiências daqueles que irão fazer parte dos ambientes e centros hospitalares. Mesmo quando forem atingidas as diversas metas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a aplicação dos seus princípios (e diretrizes) não pode ser considerada como algo que foi alcançado de maneira completa e total, pois existem muitos aspectos que ainda necessitam ganhar uma maior visibilidade e um lugar de prioridade. Assim, a integralidade e a reestruturação da tecnologia, partindo das formas mais simplificadas de tecnologia e dos locais de tratamento ampliados, devem ser entendidas, não só como diretrizes e princípios, mas também de uma maneira dinâmica e diferente de implantar a saúde. É importante compreender que uma grande porção dos obstáculos que dificulta a melhor forma de realização dos serviços executados em ambientes de atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) refere-se à predominância do projeto médico de assistência no ato de refletir a saúde dos profissionais que atuam nessa área. Posicionando contra esse raciocínio, o princípio da integralidade da atenção e a reorganização tecnológica argumentam e preservam a atitude de afinidade e maior contato entre profissionais e usuários, tendo em vista que essas atitudes sejam então guiadas pelas imprescindibilidades dos pacientes e do coletivo, no geral. Logo, torna-se óbvio que é necessário, cada vez mais, no âmbito hospitalar, a implantação de outros vários recursos que tenham impacto positivo na atuação daqueles profissionais. Entretanto, não se faz necessário apenas recursos tecnológicos ou materiais, é imprescindível novas atitudes e formas de pensar, para que possamos conseguir alcançar um melhor entendimento na relação entre os profissionais, e também não menos importante, entre pacientes e profissionais, ou seja, deve haver uma reformulação e adoção de novos métodos e propostas para a harmonia do ambiente hospitalar, auxiliando com a experiência de inovação na prática da conformação da tecnologia no ambiente hospitalar, no ponto de vista de suspender com o raciocínio que impõe barreiras no desempenho da instituição em questão, já que é um ambiente com benefícios de configuração. A aplicação no prosseguimento de novas tecnologias e medicamentos, os quais possuem habilidades e capacidades de solução diagnóstica e terapêutica, representam impacto maior pelos setores industriais comprometidos com a saúde, que têm se destacado, particularmente, nas sociedades mais desenvolvidas, onde a compressão dos usuários a respeito do sistema, traz a indispensabilidade de novas maneiras de atuação e verificação da origem de produção de serviços médicos e de assistência à saúde. A concorrência da produção de serviços realizados a respeito do hospital se torna algo a ser interrogado, dentro de um ponto de vista de transformação social a ser considero, em um contexto de estratégia, quanto aos principais fatores determinantes relacionados à continuidade da sobrevivência e das circunstâncias de produção e de consumo. A questão da decisão de aquisição de novas tecnologias médicas assume importância crucial por parte dos gestores de organizações de saúde, posto que é preciso considerar informações que possibilitem uma melhor utilização dos recursos disponíveis. Atributos relacionados aos vários agentes envolvidos, à capacidade resolutiva, ao potencial de redução de custos e à cultura e formação dos envolvidos com a produção passam a fazer parte do processo decisório, e não apenas os aspectos financeiros, vinculados à opção de compra ou financiamento de determinada incorporação. Em consequência, selecionar opções que propiciem as melhores relações custo-benefício e os melhores desempenhos operacionais, que abram novas possibilidades de desenvolvimento de conhecimentos, pode vir a demandar novos modelos de avaliação, em que esses fatores estejam contemplados (QUEIROZ; BARBOSA, 2003). Para que sejam feitos esses investimentos na indústria da assistência médica, é necessário que exista um financiamento capaz de suprir as necessidades e empurrar o gerenciamento hospitalar para frente. No Brasil, é possível identificar três formas de financiamento do sistema de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS), financiado pelo Estado, o Sistema Supletivo de Assistência, financiado pelo recolhimento de contribuições contratadas, e o autofinanciamento, previsto na Constituição Federal, 1988. A presença concomitante desses modelos, em um mesmo mercado de assistência, é responsável por uma série de desvios de função. No fundo, pode-se inferir que o Estado tem uma capacidade limitada de inversão de recursos no sistema, em razão das suas opções econômicas. O que se pode observar é uma tendência de privatização das ações de saúde a alavancar o sistema supletivo, que está mais diretamente vinculado ao ambiente da produção (cerca de 70% dos planos de saúde estão relacionados a empresas e trabalhadores da economia formal) (QUEIROZ; BARBOSA, 2003). Um dos setores em que ocorrem os maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento no mundo é o setor químico-farmacêutico. Simultaneamente, a dominação do setor é exercida por poucos grupos multinacionais, predominantemente de origem europeia e americana, e o volume de lançamentos de novos produtos é regulado, nestes países, por agências controladoras da eficácia e efetividade que seus produtos apresentam. As sociedades em que se localizam as matrizes desses grupos conseguiram chegar a um estado de regulação da atividade bastante rigoroso na validação e aceitação dos fármacos. Outro dado importante é que, nesses países, as leis de patente e propriedade industrial acabam por limitar o tempo de exclusividade a 15 anos de registro. Com a média de tempo de liberação dos medicamentos sendo bastante longa, na prática, essas indústrias usufruem disso e de preços elevados por um período relativamente curto, após o qual passam a sofrer concorrência de laboratórios especializados na produção de genéricos de equivalente eficácia (QUEIROZ; BARBOSA, 2003). Logo, com o grande investimento em indústria farmacêutica e tecnológica voltada para a saúde, deixa evidente o quanto essa área está em crescimento e com um bom gerenciamento, envolvida com as descobertas, ampliando cada vez mais a gama de possibilidades. Semelhante ao que ocorre na indústria farmacêutica, a área de tecnologia médica também apresenta uma forte concentração de empresas multinacionais. A diferença é que, nessa área, as empresas mais importantes são da área eletro/eletrônicas e a saúde não constitui seu principal negócio. O investimento em pesquisa e desenvolvimento, no entanto, é também elevado, e um dos objetivos estratégicos dessas empresas, ao investirem nessas áreas, é a melhoria de sua imagem. Logo, as margens de comercialização dos seus produtos médicos, não são, em essência, diferentes dos outros produtos que compõem seu portfólio (QUEIROZ; BARBOSA, 2003). A veiculação pela mídia das novidades em tecnologias imprime uma demanda por novos métodos, por parte dos consumidores, que acaba por encarecer a assistência. Por outro lado, a tecnologia também tem propiciado, especialmente nos últimos anos, uma mudança acentuada no modelo de atendimento com redução da permanência em hospitais, com o crescimento do atendimento ambulatorial mais complexo e com a introdução de novas formas de atendimento. Como agente regulador, o poder público tem se pautado,desde a última década, na criação da legislação, modeladora e balizadora do comportamento dos demais agentes. Isso pode ser notado, por exemplo, com a reforma legal do sistema supletivo de saúde e com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), com poder fiscalizatório sobre a produção de produtos usados em saúde (QUEIROZ; BARBOSA, 2003). Logo, depois de obter as informações, torna-se possível entender a classificação com base em critérios de segurança, essencialidade que dará sentido às tecnologias no meio da área de saúde. Investimentos Classe I, cujo caráter principal é a criação de melhores condições de segurança ao paciente, ao trabalhador e ao ambiente físico, constituem-se em elemento fundamental ao processo assistencial. São exemplos: as tecnologias de monitoração e controle de outras tecnologias médicas, de prevenção e combate a incêndios e de garantia de suprimentos de energia, água e de manutenção de equipamentos ligados a funções vitais (QUEIROZ; BARBOSA, 2003). Investimentos Classe II são caracterizados pela sua essencialidade, quer esteja vinculada a um processo intermediário, quer final da assistência. São exemplos desse grupo: as tecnologias de diagnóstico por imagem; os sistemas de suporte ventilatório; os equipamentos utilizados em procedimentos terapêuticos e intervencionistas e aqueles que direta ou indiretamente sejam responsáveis pela produção assistencial. Nesse grupo, é possível ainda uma subclassificação em função do caráter de rentabilidade que a tecnologia propicia. Investimentos Classe III são caracterizados pela sua não essencialidade ao processo de assistência, sendo necessário um pareamento de suas incorporações com as vocações assistenciais da organização. Investimentos Classe IV são caracterizados pela sua aplicação em pesquisa médica e desenvolvimento de novos serviços e produtos, e que apresentam um grau de maior de dificuldade de análise, uma vez que se referem aos procedimentos ainda não bem estabelecidos no ambiente assistencial (QUEIROZ; BARBOSA, 2003). As organizações de saúde têm se defrontado com crescentes desafios e dificuldades, em um ambiente de restrições, cujas pressões dos vários agentes envolvidos com o sistema se estabelecem em regimes permanentes, e a questão da incorporação de novas tecnologias demanda novos posicionamentos e a administração de um volume muito maior de informações que subsidiem o processo decisório. Entre estas, é possível selecionar dados relativos à evolução epidemiológica e demográfica da população, aos padrões de remuneração praticados pelo mercado comprador de serviços e à capacidade de absorção e aprendizagem disponíveis nos grupos profissionais do hospital, no sentido de compor um modelo de análise que estabeleça a utilidade e aplicação das novas tecnologias. Da mesma forma, o monitoramento das tendências de inserção de novas tecnologias, especialmente as que demandem mudanças de comportamento médico e que necessitem de sua participação na implementação de novos processos assistenciais, deve se constituir em item de preocupação permanente dos planejadores e gestores de organizações de assistência médico-hospitalar (QUEIROZ; BARBOSA, 2003). 3. INSTITUIÇÃO HOSPITALAR E CONTRATUALIZAÇÃO Os arranjos contratuais, necessariamente, envolvem duas partes – o ente contratante/financiador e o(s) ente(s) contratado(s)/prestador(es). Constituem-se em mecanismos de coordenação nos sistemas de saúde públicos, que separaram as funções de financiamento/compra e de regulação da função de prestação de serviços e naqueles em que a referida separação não ocorreu (LIMA; RIVERA, 2012). A contratualização é um procedimento em que os componentes – o administrador do Município ou do Estado, do Sistema Único de Saúde (SUS) e representativo oficial da instituição hospitalar – constituem objetivos que indicam quantidade e qualidade de atenção e cuidado à saúde, referente ao gerenciamento hospitalar, formalizados e certificados por meio de um acordo contratual. A vivência do Ministério da Saúde (MS) com a metodologia de contratualização teve seu início em 2004, com a introdução dos princípios e políticas de reorganização dos hospitais de ensino e também dos hospitais filantrópicos. Com a priorização dessas políticas e princípios, o Ministério da Saúde (MS) estabeleceu uma referência inovadora de financiamento para os ambientes hospitalares, fundamentado no regresso de incentivos e financiamento, calculados com base na ordem histórica da formação hospitalar de cada estabelecimento ou instituição. O Incentivo de Adesão à Contratualização (IAC) se estabeleceu criando a possibilidade do regresso de recursos, fundos e materiais aos estabelecimentos e instituições hospitalares, por intermédio de lançamento de portarias. Atualmente, há cerca de 1.030 hospitais que recebem e utilizam o Incentivo de Adesão à Contratualização (IAC). Existem diversos aspectos positivos com o fato de optar por seguir o método de contratualização, são eles: facilitação dos processos de avaliação; controle, regulação dos serviços ofertados; programação orçamentária e financeira; possibilidade de investimento na gestão hospitalar; adequação dos serviços conforme a demanda e necessidades do gestor local de saúde; maior transparência na relação com o gestor local do SUS; melhor inserção institucional na rede de serviços de saúde; valorização dos aspectos referentes ao ensino, pesquisa e produção de conhecimento; integração ensino-serviço; indução de um maior comprometimento do corpo de colaboradores da unidade hospitalar (contrato interno); melhor alocação e gestão dos recursos públicos, por meio da racionalização do gasto e da qualidade do serviço prestado e fortalecimento da relação entre o gestor e o prestador de serviço, uma vez que as metas passam a ser formuladas em parceria. No Brasil, os arranjos contratuais estão no cerne das discussões sobre alternativas para a Administração Pública, tendo em vista a melhoria do desempenho e da prestação de contas dos prestadores de serviços de saúde. Além disso, estão sendo propostos e/ou utilizados como instrumentos de coordenação e ligação do núcleo central da Administração Pública, com seus próprios entes internos já existentes e/ou com novas modalidades jurídico-administrativas, público ou privadas, prestadores de serviços de saúde. No Brasil, desde o final de 1990, os arranjos contratuais entre hospitais e unidades de atenção básica, com secretarias de saúde estaduais ou municipais, vêm sendo estabelecidos. É fundamental entender que o processo de contratualização está sujeito a modificações, uma vez que é necessário que todos os aspectos que compõem um hospital mantenham a ordem e conexão, para que, assim, possa ser observado um bom funcionamento, quando nos referimos aos serviços e ao gerenciamento do ambiente. Existem diretrizes e princípios que são estabelecidos com a finalidade de deixar claro e evidente como funciona esse processo, de modo que podemos observar as diretrizes para a contratualização de hospitais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) – Portaria da Consolidação nº 2, que estabeleceu a Consolidação das regras e normas a respeito das políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). O comprometimento de cada responsável pelo gerenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), a sua cooperação, na constituição das linhas de atenção e cuidado e da rede de assistência de serviços à saúde pode ser relevante. De maneira a certificar que os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), habitantes em sua zona, tenham acesso ao atendimento e serviços de qualidade, dentro, mas também fora do seu território, precisando verificar-se pactuações, promovendo os fluxos, referências e informações. Antes de acontecer a contratualização, existe e deve ser realizada uma consulta a assessoria/assistência jurídica do Município ou áreaem questão. Em seguida, deve ser pesquisada a oportunidade de existir uma resolução em conjunto, para os Municípios e Estados, o que pode ser realizado via Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS). Na terceirização, a autoridade pública entrega a uma entidade do setor privado, com ou sem fins lucrativos, (como acontece em situações de empresas de telefonia e serviços de outras atividades) a execução do serviço, ao mesmo tempo em que a publicitação e a contribuição do serviço público é trasladada para uma estruturação de ordem privada, reconhecida pelo poder público, como sistema privado de interesse público, não podendo ter fins lucrativos. A vasta discussão sobre as terceirizações transcorre sobre autenticidade e originalidade de contratualização de serviços, para progredir as atividades em meio ao gerenciamento público. A Justiça do Trabalho é responsável por afirmar os critérios e princípios para o processo de terceirização. A princípio, a terceirização é determinada para o trabalho momentâneo e prestação de serviço de vigilância. E, ainda, hábitos lícitos quando se procedessem de atividades meio, mas sempre acompanhados de debate, pontuados os limites que são definidos e diferenciados dessas atividades como fim ou meio. É analisado um número crescente no processo de terceirizações, que aumenta o sentido das consideradas atividades meio no gerenciamento hospitalar. Os serviços prestados como lavanderia, higienização, segurança, esterilização, laboratorial e assistência nutricional são exemplos claros e evidentes de assinalar o quanto as prestações de serviços têm, cada vez mais, tornado-se instrumentos com finalidades contratuais, que acomodam o elevado nível de complexidade de gerenciamento dessas organizações hospitalares, uma vez que deve existir uma comunicação e uma gestão boa o suficiente para manter em harmonia. Existem indicações de que este método de terceirização tem se representado no Sistema Único de Saúde (SUS) como amplificação dos mercados, quando se refere à prestação de serviços públicos, tais como os serviços dos laboratórios de análises clínicas. Na história prefacial, com relação a quando se encontrava da relação entre o setor público e o setor privado na área de saúde, a característica complementar foi explanada pelo ato de entender que, com o desenvolvimento e progresso do financiamento da assistência à saúde, a contribuição e participação do setor privado diminuiria em desvantagem à ampliação da rede pública. Há de se observar que o setor privado se desenvolveu e fundamentou uma transformação em que o setor público parece se juntar para complementá-lo, reivindicando precaução ao aprimoramento dos instrumentos e recursos de natureza contratuais de prestação de serviços e, consequentemente, de regulamentação, estabelecendo-se numa transformação do setor privado sobre o setor público, em que o direito privado desempenha grandes impactos e intervenções sobre o direito público. Essa conjunção é evidenciada quando conhecidas as atenções e cuidados ambulatorial especialista e hospitalar, em razão à baixa capacidade/competência estabelecida, acarretando a imprescindibilidade de contratação de serviços complementares para proposta aos pacientes. Isso se deve à solicitação de melhorias da clareza no relacionamento contratual, com objetivos ao interesse público, especialmente quando se reconhece a circunstância do público ser preso à condição da prestação de serviços de natureza privada, com realidade de baixa legalização do relacionamento contratual. A contratualização não alterou a disponibilização de leitos, exames e consultas para a secretaria, e também não influenciou a inserção dos serviços de urgência/emergência na rede, o que era desejado pelo Programa. São condições obrigatórias para o ingresso no Programa a certificação e a contratualização (LIMA; RIVERA, 2012). No método utilizado de contratualização, faz-se necessário que exista o processo avaliativo de qualidade, para que, como os outros serviços, esse também tenha uma análise. Na Saúde Coletiva e na área de saúde como um todo – Planejamento e Gerenciamento – são beneficiadas implantações com vasta produção científica, sabendo que a consideração é um dos seus aspectos fortes, sendo analisado o tema que possui uma orientação oblíqua, frequente na produção científica dessa determinada área. A administração do setor público tem beneficiado tomada de resolução, e privilegiado a sociedade e instituições com seus procedimentos de autocrítica e avaliação. No Brasil, tem sido fundamental o instrumento de gerenciamento hospitalar associado aos gestores e administradores dos sistemas e serviços à saúde, igualmente ao de políticas e programas de promoção à saúde. Para tanto, evidencia- se a indispensabilidade do desenvolvimento de avaliadores com fundamento teórico- científico, multiplicidade metodológica às complicações, intrínsecos à saúde e recursos institucionais, que visam regulamentar a pesquisa que realiza a avaliação. O método normativo de institucionalização na saúde no Brasil surgiu a partir da implantação do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares (PNASH) e de outros programas, que também foram desenvolvidos e implantados com finalidades parecidas com PNASH. Na atualidade, podemos dizer que pertence à Portaria nº 8 reestruturar o sistema de saúde por meio do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde (PNASS), concedendo à avaliação um passo de extrema relevância para orientar, de forma consciente, a realização de ações e serviços de saúde quando falamos de eficácia, segurança e efetividade. Esse programa tem como finalidade geral e especifica de analisar a completude dos estabelecimentos e instituições de atenção e cuidado em atendimento, saúde, ambulatórios e centros hospitalares, beneficiados com recursos financeiros de origem de programas implantados pelo Ministério da Saúde (MS). O incentivo à qualificação da gestão hospitalar (IQGH) estabelece algumas diretrizes para que possa ser realizado o processo de contratualização em hospitais, quando nos referimos ao Sistema Único de Saúde (SUS). Existem algumas diretrizes que regem esse incentivo e são as mesmas que a da Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP). A atenção hospitalar é temática importante na análise de políticas públicas de saúde e objeto de constante preocupação por parte dos gestores, tendo em vista a complexidade e os desafios existentes na área. Seu fomento é histórico no Brasil, desde o período colonial, e fortaleceu o modelo assistencial médico- hospitalocêntrico e liberal nas Repúblicas e Ditaduras dos séculos seguintes (SANTOS; PINTO, 2017). Três eixos estruturantes da política se destacam: a gestão hospitalar, que versa sobre qualidade da assistência, cumprimento de metas contratualizadas, eficiência e transparência, planejamento participativo, papel na RAS, fluxos regulatórios e critérios de monitoramento e avaliação; o financiamento tripartite e os instrumentos formais de contratualização que regularizam a relação entre o gestor e os hospitais públicos e privados, por meio de critérios regionais, orçamentários, de monitoramento e cumprimento das metas, aprimoramento assistencial e efetivação do controle social e transparência e, por fim; a responsabilidade das esferas de gestão que especifica competências das Secretarias Estaduais de Saúde frente a metas e prioridades para atenção hospitalar, cofinanciamento, contratualização e monitoramento ou avaliação (SANTOS; PINTO, 2017). Assim, é válido entender quais as principais ideias das diretrizes, sendo elas: garantia de universalidade de acesso, equidade e integralidade na atenção hospitalar; regionalização da atenção hospitalar, com abrangência territorial e populacional, em consonância com as pactuações regionais; modelo de atenção centrado no cuidado ao usuário, de forma multiprofissional e interdisciplinar;acesso regulado de acordo com o estabelecido na Política Nacional de Regulação do SUS; atenção humanizada em consonância com a Política Nacional de Humanização; garantia da qualidade da atenção hospitalar e segurança do paciente; garantia da atenção à saúde indígena, organizada de acordo com as necessidades regionais, respeitando-se as especificidades socioculturais e direitos estabelecidos na legislação, com correspondentes alternativas de financiamento específico, de acordo com pactuação com subsistema de saúde indígena. Os serviços de atendimentos de assistência à saúde são estruturados e sustentados nas carências e necessidades de todos aqueles que fazem parte população, com a intenção de envolver-se com o atendimento e serviços oferecidos aos pacientes, com contribuição de um conjunto de profissionais, mais conhecidos como Equipe de Multiprofissionais - responsáveis por colocarem em prática todos os objetivos e propostas que são desenvolvidas e pensadas pelos programas de assistência e acesso à saúde. Esses profissionais desempenham seus trabalhos baseados nos princípios fundamentais de manter em primeiro lugar a preocupação, cuidado e atenção ao paciente, sempre habituados com as normas e instruções instituídas pelo RAS (Rede de Atenção à Saúde). E, claro, sem esquecer de ter em vista que o trabalho não acaba após o fim do atendimento em alguma das unidades de saúde, por isso é de suma importância que exista a continuidade do cuidado e atenção do tratamento com o usuário, para que ele venha a ter uma boa melhora no seu quadro de saúde. Aperfeiçoar a qualidade da atenção e cuidado do atendimento e serviços hospitalares, sustentar o enrobustecimento do gerenciamento dos hospitais, impulsionar a ampliação do ingresso às ações e serviços de saúde na atenção hospitalar são objetivos diretos e específicos, que giram em torno do que esse programa procura botar em prática. Os objetivos estabelecidos pelo Incentivo à Qualificação da Gestão Hospitalar (IQGH) estão voltados à melhoria na qualidade, que deve existir na prestação de serviços, quando nos referimos à atenção e cuidado (fator de extrema importância), visto que o atendimento é a porta de entrada para que depois sejam realizados os outros serviços e, principalmente, é o aspecto que revela qual o nível de eficácia dos serviços oferecidos pelo Centro hospitalar em questão. Toda organização hospitalar deve possuir profissionais que sejam responsáveis pelo quesito gestão e desenvolva um método que consiga atender as necessidades do hospital e manter a harmonia em todos os setores que compõem o ambiente hospitalar. Assim, é imprescindível que esse setor receba incentivos para continuar sempre em progresso. Impulsionar as ações e atendimentos de assistência à saúde para que sejam cada vez mais presentes e efetivos vai refletir em um resultado satisfatório, uma vez que a atenção hospitalar necessita que os atendimentos sejam mais inovadores e capazes de suprir a demanda de pacientes e a gravidade que os casos possuem. A execução malfeita desse gerenciamento pode provocar uma reflexão em como vão ser desempenhados esses serviços, além de ser esse o principal, e um dos mais fundamentais, princípios/objetivos quando se trata do atendimento e serviços de saúde na atenção hospitalar. O investimento financeiro no quesito hospitalar torna-se cada vez mais necessário e fundamental, visto que a atenção hospitalar faz referência a uma diversidade de serviços e aspectos que, sem dúvidas, estão diariamente em evolução. Com o advento da tecnologia, muitas descobertas são feitas e, com isso, nasce a necessidade de inovação e implantação de novos métodos, recursos, equipamentos, profissionais, formações e informações, tudo isso com a finalidade de progredir em questões de atenção, cuidado e qualidade do serviço oferecido ao usuário que vai precisar de atendimento. Para que centros e instituições hospitalares possam ter ligação ou participar do Incentivo à Qualificação da Gestão Hospitalar (IQGH), são estabelecidos alguns critérios que vão definir se aquele hospital se enquadra no padrão definido e, na maioria das vezes, esses critérios estão ligados ao tamanho, porte ou capacidade que o centro hospitalar pode alcançar. Os hospitais públicos elegíveis ao recebimento do IQGH, os estabelecimentos certificados como Hospital de Ensino, deverão ser priorizados no processo de aditamento ou celebração do instrumento de contratualização. Os critérios de priorização dos demais hospitais públicos, elegíveis ao recebimento do IQGH, serão estabelecidos pela Comissão de Intergestores Bipartite (CIB) e além dos Hospitais que já recebem o IAC (Incentivo de Adesão à Contratualização), inclui outros aspectos, destacando: hospitais que não conseguiram aderir ao IAC, por não conformidade momentânea; percentual de atendimento de usuários de outros municípios; possuir especialidade além das quatro básicas; habilitações, ser certificado como Hospital de Ensino 50% do valor da série histórica da produção do nível médio de complexidade ambulatorial e hospitalar; 60% do valor da série histórica para os hospitais de setores públicos ou privados, que não possuem fins lucrativos com constatação como Hospital de Ensino (HE); 70% do valor da série histórica para os hospitais de setores privados que não possuem fins lucrativos, capazes de manter Hospital 100% do Sistema Único de Saúde (SUS); 80% do valor da série histórica para os hospitais de setor privados, que não possuem fins lucrativos, certificados como Hospital de Ensino (HE) capazes de manter e Hospital 100% Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa maneira, fica evidente que os hospitais passam por diversos tipos de classificações, para que, então, possam ser encaixados numa especialidade. Os Hospitais de Ensino (HE) são grandes exemplos de centros de atendimento à saúde que possuem muitos pontos positivos, mas, para prosperarem e se devolverem para os indivíduos, devem enfrentar muitos desafios. Da mesma forma, o monitoramento das tendências de inserção de novas tecnologias, especialmente as que demandam mudanças de comportamento médico e que necessitam de sua participação na implementação de novos processos assistenciais, deve se constituir em um item de preocupação permanente dos planejadores e gestores de organizações de assistência médico-hospitalar. Ainda que limitado ao escopo dessa análise, aos Hospitais Universitários (HU) públicos federais cabe enfatizar que há substantiva heterogeneidade entre essas instituições. Essa heterogeneidade envolve desde a existência de instituições com diferentes naturezas jurídico-legais, perfis assistenciais, níveis de complexidade, porte, modelos de gestão, até a vinculação com as Universidades e com o Sistema Único de Saúde (SUS). No Brasil, a quase totalidade dos profissionais de saúde tem nas instituições hospitalares um campo prioritário de formação acadêmica (MACHADO; KUCHENBECKER, 2007). No contexto dos desafios e perspectivas vivenciadas pelos HU, talvez o mais importante passo a ser dado seja o fortalecimento da sua sustentabilidade organizacional. Concebida como o resultado de práticas efetivas de gestão e planejamento, equilíbrio financeiro, orçamentação, preservação da capacidade de investimento e de gestão de pessoas, a sustentabilidade organizacional dos HU é conceito-chave no exercício de sua missão e compromisso social. Há inúmeros desdobramentos inerentes ao conceito de sustentabilidade organizacional, que incluem a capacidade de implantação de mecanismos de saneamento financeiro dos HU, o desenvolvimento de sistemas de indicadores de avaliação e gestão, a incorporação das questões afetas à qualidade dos serviços prestados, a transparência e a responsabilidade social, entre outros (MACHADO; KUCHENBECKER, 2007). Nos últimos anos, várias iniciativas foram propostas com o intuito de promover mudanças no modelo
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