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O PSICOLÓGO NO HOSPITAL A psicologia hospitalar é um campo de atuação do psicólogo onde se trabalha os aspectos psicológicos do adoecimento, englobando a tríade paciente, família e equipe médica. O objetivo do psicólogo hospitalar não está na causa do adoecimento, mas sim nos aspectos que norteiam essa patologia. Os aspectos psicológicos do adoecimento são muito subjetivos e estarão presentes nos pensamentos, crenças, desejos, comportamentos, conflitos e/ou angustias dos pacientes. DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS Na sua prática, a psicologia hospitalar utiliza-se de áreas como a psicossomática para estudos. Doenças psicossomáticas é quando o paciente apresenta sintomas físicos, o médico identifica a presença da patologia e percebe que a causa dessa doença é psicológica, emocional. Isso não significa que o psicólogo hospitalar trabalhe apenas com doenças psicossomáticas, mas também com qualquer patologia, já que toda e qualquer patologia está permeada de subjetividade. Ou seja, os aspectos psicológicos que o sujeito tem do seu processo de adoecimento podem constituir a causa dessa doença, assim como também pode ser o motivo da manutenção do adoecimento, o agravamento do caso ou até mesmo ser consequências dessa patologia. A doença é um fenômeno complexo com dimensões biológica, psicológica, cultural, e a psicologia hospitalar tem seu foco no funcionamento psíquico, embora isso não significa que a parte orgânica do adoecimento seja excluída. Pelo contrário, interessa ao psicólogo hospitalar, por exemplo, as consequências desse adoecimento físico, orgânico no aspecto psíquico do sujeito e de que forma esse adoecimento físico impacta no seu psicológico e qual a posição do sujeito diante esse processo de adoecimento. A TRÍADE DE CUIDADO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR O processo de adoecimento do indivíduo desencadeia inúmeras perdas, tendo como principal a perda da saúde, mas também a perda da autonomia, do controle, e em muitos casos a própria vida. No entanto, também é um processo de ganhos, a patologia abre as portas para o autoconhecimento, a autodescoberta desse indivíduo das suas potencialidades e fraquezas, a ressignificação, a resiliência. Muitas dessas características podem permear o processo de adoecimento do indivíduo. E o olhar do psicólogo hospitalar estará centrado nos aspectos psicológicos do adoecimento, com foco não apenas na angustia do paciente, mas também na angustia da família e da equipe, servindo como mediador e potencializador desses relacionamentos. Ao adentrar em um hospital, os objetivos da tríade família, equipe medica e paciente podem ser diferentes. O foco do paciente estará no sintoma, naquilo que ele está sentido no momento. Já o foco da família está no prognostico, qual será o desenvolvimento desse adoecimento. Já o médico estará interessado em descobrir o diagnóstico, pois a partir do diagnostico ele poderá traçar uma linha de tratamento pro paciente. Dessa forma, um dos papeis do psicólogo hospitalar é justamente auxiliar e mediar o relacionamento dessa tríade e os objetivos que podem estar em conflitos durante o processo. FA MI LIA PACIENTE EQUIPE MÉDICA Larissa Santos Almeida - Graduanda do 8° Período de Psicologia CURAR OU NÃO CURAR? Através da escuta, o psicólogo ouve o paciente falar sobre suas angustias, medos e anseios, e quando o paciente adoece isso gera um impacto na sua subjetividade, sendo o objetivo da psicologia hospitalar a subjetividade desse paciente e da sua relação com o processo de adoecimento. Não existem metas a se alcançar no trabalho do psicólogo, mas sim o paciente estabelecer um processo simbólico dessa patologia. O objetivo do psicólogo não é a cura da doença, mas sim ser mediador dessa relação entre paciente e sintoma. Mesmo alcançando a cura, muitos pacientes se veem diante de marcas dessa doença, traumas que permanecem consigo e o papel do psicólogo hospitalar é trabalhar essas marcas. A medicina trabalha com a cura, com a eliminação do adoecimento, e muitas vezes, existe uma certa mecânica nessa relação, excluindo os sentimentos, emoções, a subjetividade do paciente e do médico. É nesse contexto que a psicologia hospitalar se insere, resgatando a subjetividade do adoecimento para esse paciente, equipe medica e familiares. E o principal método de trabalho do psicólogo hospitalar será a escuta, essa escuta não será apenas através de palavras, mas também de gestos, olhares, escrita e até mesmo o silencio. Através da linguagem, o paciente pode construir sentido e significado pra sua doença. A psicologia hospitalar não trabalha com as causas psicológicas do adoecimento, mas sim com os aspectos psicológicas do adoecimento. Essa abordagem e acolhimento com o paciente pode ser realizada de várias formas: através da escuta, da fala, gestos, olhares, escrita ou até mesmo o silencio. O trabalho do psicólogo hospitalar é muito importante porque ele não trabalha apenas o paciente, ele tem um olhar sistêmico, abrangendo os familiares e a equipe médica. Por isso, muitas vezes o psicólogo age como um “condutor”, compreendendo o processo de adoecimento do paciente e traduzindo toda a dor, sofrimento e angustia do paciente para a família e a equipe médica, além de auxiliar nos relacionamentos dessa tríade. Em um hospital, é comum chegarem demandas de pacientes que permanecem no hospital por dois dias ou até meses, então o psicólogo não constrói objetivos a serem alcançados, não elabora uma intervenção longa porque em um dia ele pode estar atendendo àquele paciente e no próximo ele ter recebido alta, por isso se faz importante uma intervenção onde exista um processo de elaboração simbólica do adoecimento.
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