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C u s t o s d e P r o d u ç ã o 1 INTRODUÇÃO Como já observamos, a teoria da produção, vista anteriormente, prende-se exclusivamente a questões tecnológicas, físicas, entre insumos e produtos. Veja- mos agora o lado dos custos de produção, que determinarão a chamada curva de oferta da firma. Neste capítulo, procuraremos mostrar como a visão do economista difere daquela do contador, em particular no que se refere aos custos de oportunidade e custos sociais, incorporados pelos economistas em suas curvas de custos. 2 CUSTOS DE OPORTUNIDADE x CUSTOS CONTÁBEIS Já tivemos oportunidade de apresentar o conceito de custo de oportunida- de no capítulo introdutório. Vimos, numa abordagem mais genérica, que os custos de oportunidade representam o sacrifício que se faz, em termos do que se deixa de produzir, ao optarmos por uma dada produção. Dada a escassez de recursos e supondo que todos estejam empregados, a escolha da sociedade de produzir, num exemplo clássico, mais manteiga sacrifica a produção de canhões. No nível microeconômico, a diferença entre custos contábeis e custos de oportunidade pode ser apresentada como se segue: • custos contábeis: envolvem dispêndio monetário. É o custo explí- cito, considerado na contabilidade privada. Chamados também de custos históricos; • custos de oportunidade: são custos implícitos, que não envol- vem desembolso. Os custos de oportunidade privados são os valo- Custos dc Produção 1 2 3 res dos insumos que pertencem à empresa e são usados no proces- so produtivo, e que são estimados a partir do que poderia ser ga- nho, no melhor uso alternativo (por isso, também são chamados de custos alternativos). Exemplos: a) capital mantido em caixa na empresa: o custo de oportunida- de é o que a empresa poderia estar ganhando, aplicando, por exemplo, no mercado financeiro; b) quando a empresa tem prédio próprio, ela deve imputar um custo de oportunidade, correspondente ao que ela receberia se alugasse o prédio; c) estudante: o custo de oportunidade de estar estudando é repre- sentado pelo que ele está deixando de ganhar, se trabalhasse. Portanto, para o economista, as curvas de custos das firmas consideram, além dos custos contábeis, os custos de oportunidade, pois, assim, estaria sendo captada a verdadeira escassez relativa (o custo para a sociedade) dos recursos utilizados. As empresas públicas procuram utilizar o enfoque do economista para o cálculo das tarifas e dos preços públicos. As empresas privadas, na quase totali- dade, adotam o enfoque contábil, já que seus balanços e demonstrações finan- ceiras utilizam valores efetivamente desembolsados e recebidos. O conceito de custo de oportunidade é utilizado em algumas empresas privadas apenas no planejamento orçamentário (por exemplo, ao imputar o valor de aluguel de mercado do prédio de sua propriedade ao comparar quanto poderia ganhar no mercado financeiro, ao investir na ampliação da empresa etc.). 3 AVALIAÇÃO PRIVADA E AVALIAÇÃO SOCIAL Como uma extensão da diferença entre o enfoque contábil e o enfoque econômico, há uma clara distinção entre a avaliação privada e a avaliação social de projetos de investimento. Resumidamente: • avaliação privada: avaliação financeira, específica da empresa; • avaliação social: custos (e benefícios) para toda a sociedade, de- rivados da atividade produtiva. Por exemplo, quando aumenta a produção automobilística, além dos cus- tos financeiros dessa indústria, devemos considerar também o aumento dos custos sociais, derivados do aumento da poluição sonora e ambiental, além do desgas- te das ruas e estradas. Quando aumenta a produção da indústria extrativa de madeira, há perdas ecológicas derivadas do desmatamento. A diferença entre a ótica privada e a social é dada pelas externalidades ou economias externas, que vimos no Capítulo 4. No contexto da Teoria da Firma, as externalidades representam as alterações de custos e benefícios para a socie- dade, derivadas da produção da empresa, ou então como as alterações de custos e receitas da empresa, devidas a fatores externos à empresa. Nessa linha, por exemplo, os comerciantes de lustres têm externalidades positivas por se loca- lizarem próximos um do outro; uma indústria química poluidora dos rios im- põe externalidades negativas à indústria pesqueira etc. Essa ótica é muito utilizada em avaliação de projetos de investimento, princi- palmente no setor público. Tomemos como exemplo um projeto de construção de uma hidroelétrica. Pela óptica privada (da empresa construtora), o custo a ser considerado é seu desembolso financeiro no projeto. Isso inclui os gastos com im- postos e encargos trabalhistas. Sob a óptica social, impostos e encargos trabalhistas não são custo para a sociedade em sua totalidade, e sim uma transferência de re- cursos da empresa para o governo. Deve ainda ser considerado o impacto negativo da obra sobre o meio ambiente. Comparando-se o custo social com o benefício ou retomo social do projeto (geração de empregos, abastecimento de água), decide-se se o mesmo deve ou não ser implementado. 124 Economia M icro e Macro • Vasconcellos .......................................................... ............................................................. — 4 CUSTOS A CURTO PRAZO Como vimos anteriormente, a curto prazo, alguns fatores são fixos, qual- quer que seja o nível de produção. Normalmente, consideramos como fator fixo a planta da empresa e os equipamentos de capital. Assim, os fatores fixos geram custos fixos, enquanto os fatores variáveis geram custos variáveis. 4.1 CONCEITOS DE CUSTO TOTAL, CUSTO VARIÁVEL TOTAL E CUSTO FIXO TOTAL Custo Variável Total (CVT): parcela do custo que varia, quando a produção varia. E a parcela dos custos da empresa que depende da quantidade produzida. CVT=/(q) Ou seja, são os gastos com fatores variáveis de produção, como folha de pagamentos, despesas com matérias-primas etc. Custo Fixo Total (CFT): parcela do custo que se mantém fixa, quando a produção varia, ou seja, são os gastos com fatores fixos de produção, como aluguéis, depreciação etc.1 1 Os economistas não costumam ter o mesmo grau de especificidade dos contadores no tocante aos conceitos de custos e despesas. Na Contabilidade, os custos (variáveis e fixos, também chamados diretos e indiretos) estão associados ao processo operacional (dependem da quantidade produzida), enquanto as despesas são associadas ao resultado geral do exercício (despesas financeiras, comerciais, administrativas). Para o economista, essas despesas costumam também ser consideradas como custos fixos. Custos de Produção 125 Figura 6.1 Custo Total (CT): é a soma do custo variável total com o custo fixo total: C T = CV T + C F T Graficamente (Figura 6.1): produzida) Custos totais. O custo total CT só varia com o custo variável total CVT, que depende da quantidade produzida. Notamos que, até certo ponto, as curvas CT e CVT crescem, mas a taxas decrescentes, para depois crescer a taxas crescentes. Significa que, dada certa instalação fixa, no início, o aumento de produção dá-se a custos declinantes. Contudo, um aumento maior de produção começa a “saturar” o equipamento de capital (suposto fixo a curto prazo) e os custos crescem a taxas crescentes. No fundo, é a lei dos rendimentos decrescentes do lado dos custos (aqui, mais apropriadamente chamada de lei dos custos crescentes). Isso ocorre, justamente, pelo fato de os custos serem um “reflexo no espe- lho” da produção. Assim, produtividades crescentes estão associadas com custos decrescentes, e vice-versa. 4.2 CONCEITOS DE CUSTO TOTAL MÉDIO, CUSTO VARIÁVEL MÉDIO E CUSTO FIXO MÉDIO São conceitos de custos por unidade de produção: , x custos totais _ CT Custo Medio (CAÍe ou CTJVfe) - qUantidade produzida q (ou Custo Unitário) CVT Custo Variável Médio (CVMe) = Custo Fixo Médio (CFM e) = q CFT <? 1 2 6 Economia M icro e Macro • Vasconccllos atfcfiCTM e = CVM e + CFM e Graficamente (Figura 6.2): O formato em U das curvas de CTMe e CVMe a curto prazo também se deve à lei dos rendimentos decrescentes, ou lei dos custos crescentes. Inicialmente, os custos médios são declinantes, pois tem-se pouca mão-de-obra para um relati- vamente grande equipamento de capital. Até certo ponto, é vantajoso absorver mais trabalhadores e aumentar a produção, pois o custo médio cai. No entanto, chega-se a certo ponto em que satura a utilização de capital (que está fixado) e a admissão de mais trabalhadores não trará aumentos proporcionais de produ- ção (ou seja, os custos médios ou unitários começam a elevar-se). 4.3 CONCEITO DE CUSTO MARGINAL Diferentemente dos custos médios, os custos marginais referem-se às va- riações de custo, quando se altera a produção. Como veremos mais adiante, a regra de maximização de lucro de uma empresa dependerá mais dos custos (e receitas) marginais do que dos custos (e receitas) médios. Custo Marginal (CMg) = variação do CT variação em q _ A CT £qu dCT_ em termos A q dq de derivada) é o custo de se produzir uma unidade extra do produto. Em termos matemáti- cos, é também definido como a primeira derivada da curva de custo total. Fi{ Figur Custos dc Produção 1 2 7 Custos Médios e Marginais ($) CTMe Figura 6.3 Custo marginal. Como ACFT = 0, segue que ACVT + ACFT _ ACVT CM« -----------Ã~q---------------------Ãq~ ou seja, os custos marginais não são influenciados pelos custos fixos, que são invariáveis a curto prazo. 4.4 RELAÇÕES GRÁFICAS ENTRE O CUSTO MARGINAL E OS CUSTOS MÉDIOS TOTAL E VARIÁVEL No diagrama da Figura 6.4, observamos que a curva de custo marginal corta as curvas de custo total médio e custo variável médio no ponto de mínimo destas. Figura 6.4 Relação entre os custos médios e o custo marginal. Intuitivamente, se o custo marginal (ou seja, o custo adicional) supera o mé- dio, é evidente que o custo médio crescerá: assim, quando o custo marginal supera o custo médio (total ou variável), significa que o custo médio estará crescendo. Analogamente, se o custo marginal for inferior ao médio, o médio só poderá cair. 1 2 8 Economia Micro e Macro • Vasconccllos Condui-se que, quando o custo marginal for igual ao custo médio (total ou variá- vel), o marginal estará cortando o médio no ponto de mínimo do custo médio. Exemplo: Suponhamos que, com 10 unidades produzidas, o custo total seja de $ 5.000,00; portanto, o custo médio de se produzirem 10 unidades será de $ 500,00. Se, ao produzirmos a 1 I a unidade, o custo adicional (marginal) for de $ 400,00, o custo total passa para $ 5.400,00, e o custo médio de 11 unidades cairá para aproximadamente $ 490,91. Analogamente, se o custo marginal da 11a unidade fosse de $ 600,00, o custo médio da 11a unidade seria de aproxima- damente $ 509,09. Fica então claro que, enquanto o custo marginal for inferior ao custo médio, o médio estará caindo e, quando o marginal superar o médio, o custo médio estará crescendo. 5 CUSTOS A LONGO PRAZO Como foi visto, o longo prazo é um período de tempo no qual todos os insumos são variáveis. Não existem custos fixos: todos os custos são variáveis. Deve ser observado que o longo prazo é um horizonte de planejamento e não o que está sendo efetivamente realizado. Na verdade, é uma seqüência de situações prováveis de curtos prazos: os empresários têm um elenco de possibili- dades de produção de curto prazo, com diferentes escalas de produção (tama- nhos), que eles podem escolher. Por exemplo, antes de fazer um investimento, a empresa está numa situação de longo prazo: o empresário pode selecionar qual- quer uma das alternativas. Depois do investimento realizado, os recursos são con- vertidos em equipamentos (capital fixo) e a empresa opera em condições de curto prazo. Portanto, um agente econômico opera a curto prazo e planeja a longo prazo. Curva de Custo Médio de Longo Prazo (CM eL) Suponhamos três tamanhos ou escalas de produção: 10,15 ou 20 máquinas e as seguintes curvas de custo médio de curto prazo (CMeÇ), como mostra a Figura 6.5. Figura 6.5 Custo médio de longo prazo. Custos de Produção 12>9 A empresa defronta-se com as seguintes situações hipotéticas, em seu pla- nejamento de longo prazo: • se a empresa planeja produzir no nível de produção q r não há dúvidas: escolhe a estrutura dada pelos custos CMeC, (10 máqui- nas); pois os custos médios serão menores do que na estrutura dada por CMeC2 (15 máquinas); • se planeja produzir q3, a melhor instalação é dada por CMeCv pois gastaria menos. Ela pode, se quiser, produzir com CMeC,, mas os custos seriam maiores; • se planeja produzir q2 ou q4, existem duas alternativas. Esses pon- tos ficam justamente na intersecção das plantas. No entanto, em um planejamento de longo prazo, prevendo-se aumentos futuros de demanda, o empresário deve escolher a planta de instalação maior (em q2, escolheria CMeC2; em q4, CMeC3). A curva “cheia” é a curva de custo médio de longo prazo (CMeL), também chamada “curva envoltória” e mostra o menor custo unitário (CMe) para pro- duzir, a cada tamanho da planta da empresa. Também é chamada de curva de planejamento de custos de longo prazo. Supondo um número maior de plantas possíveis, uma curva envoltória deve ter o formato da Figura 6.6. Custos i k CMeL ($) \ ) •i / Tamanho (escala) ótimo. Figura 6.6 Curva envoltória de longo prazo. Como se observa, a curva de custo médio de longo prazo também tem um formato em U, como as curvas de CMe de curto prazo. Mas o formato da curva a curto prazo, como vimos, é devido à lei dos rendimentos decrescentes, resul- tante da existência de insumos fixos a curto prazo. Como a longo prazo, por definição, não existem insumos fixos, o formato em U da curva de CMe de longo prazo (CMeL) é determinado pelas economias ou deseconomias de escala. No início, à medida que a produção se expande, a partir de níveis muito baixos, os rendimentos crescentes (economias) de escala causam o declínio da curva CMeL. No entanto, à medida que a produção se torna maior, as dese- conomias de escala passam a prevalecer, provocando o crescimento da curva. 1 3 0 Fxonomia Micro e Macro • Vasconccllos O ponto A representa a combinação de custo mínimo, ou escala ótima da empresa, que seria o tamanho ideal do ponto de vista de seus custos, para a empresa. Até esse ponto, existem rendimentos crescentes de escala; após o pon- to A, temos rendimentos decrescentes (deseconomias de escala). Então, a escala ótima da empresa, do ponto de vista de seus custos, é o ponto onde o CMe de longo prazo é mínimo.2 Na realidade, a maioria dos estudos estatísticos (econométricos) tem mos- trado que o formato mais freqüente, tanto em termos de empresas, como de setores de atividade, é o apresentado na Figura 6.7. Figura 6.7 Formato usual da curva de custo médio de longo prazo. Ou seja, empiricamente observa-se que, nas plantas iniciais, é freqüente o surgimento de economias de escala, mas, à medida que a empresa (ou setor) expande-se, a tendência é observarem-se rendimentos constantes de escala. Efetivamente, são raros os casos do surgimento de deseconomias de escala. Outro conceito relacionado às economias de escala são as chamadas eco- nomias de escopo. Enquanto as primeiras estão relacionadas à redução dos custos unitários de uma empresa à medida que aumenta sua produção, as economias de escopo estão vinculadas à redução dos custos totais quando aumenta a variedade de bens ou serviços produzidos. Assim, por exemplo, pode ser mais barato (eficiente) que determinada empresa fabrique televisões e aparelhos de DVD, do que produzi-los em duas empresas separadas. O know- how adquirido na produção de televisões pode ser utilizado na produção de aparelhos de DVDs. 2 Nesse ponto, o custo médio é cortado pelo custo marginal de longo prazo, como ocorre também com o a curto prazo. Ou seja: CMgC = CMeC = CMgL= CMeL. Custos de Produção 1 3 1 6 LINHA DE ISOCUSTO Da mesma forma que o consumidor, coeteris paribus, deve obedecer a uma restrição orçamentária, a empresa também costuma ter um orçamento definido, que será utilizado na aquisição dos fatores produtivos. Desse modo, dado o orça- mento (custo total) de que a firma dispõe (CT), e dados os preços da mão-de-obra (uO e do capital (r), podemos definir a isocusto como o conjunto de todas as com- binações possíveis de N e K que mantém constante esse orçamento (custo total). A linha de isocusto está representada na Figura 6.8, que mostra o menu de opções quanto à contratação de fatores, de acordo com as possibilidades impos- tas pelos preços de mercado. Como os preços dos fatores de produção estão dados, a declividade da linha de isocusto será negativa: se a empresa deseja aumentar a contratação de um dos fatores de produção, deverá reduzir a quan- tidade utilizada do outro fator, para desse modo manter constante o orçamento total disponível. K K0 Ki j \ lSOCUSTO No Ni N Figura 6.8 Linha de isocusto. 7 EQUILÍBRIO DO PRODUTOR Tal como ocorre com o equilíbrio do consumidor, o equilíbrio do produ- tor ocorrerá no ponto em que a empresa seja capaz de “compatibilizar” o menu de alternativas dado pela tecnologia com o menu dado pelos preços dos fatores de produção; em outras palavras, no ponto no qual a empresa seja eficiente do ponto de vista econômico. Essa maximização do lucro pode ser vista de duas formas, o que se conhece como “dualidade do problema” da firma: • maximização da produção; • minimização dos custos. 1 3 2 Economia M icro e Macro • Vasconcellos Lembrando, como vimos no Capítulo 5, que o lucro total pode ser expresso por LT = RT - CT; dado o orçamento (custo total), a empresa deverá maximizar a receita total. Assumindo, por enquanto, que a empresa não pode afetar o pre- ço do bem ou serviço final que produz,3 significa que a maximização da receita total implicará a maximização da produção. Assim, dado seu orçamento (cus- to total), a empresa deverá escolher a combinação de fatores de produção com- patível com a isoquanta mais alta possível, que, como nos mostra a Figura 6.9, é a que tangencia a linha de isocusto. K ú \ K* u v \ ----- - y2 ■N*o AT N Figura 6.9 Equilíbrio do produtor: maximização da produção. Esse é o ponto de equilíbrio do produtor. Nesse ponto, a Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST), que é a inclinação da isoquanta, iguala a incli- nação da linha de isocusto. Isso significa, justamente, que, no ponto de equilí- brio, a firma está compatibilizando a taxa de intercâmbio permitida pela tecno- logia com a permitida pelo mercado. Temos, assim, uma combinação ótima de fatores produtivos, no sentido de que, dados os custos, é a combinação que permite que a empresa maximize a quantidade produzida e, portanto, a receita total, o que a levará a maximizar o lucro de seus acionistas. Alternativamente, o equilíbrio do produtor também pode ser visto em ter- mos da minimização de custos. Assim, dado o nível de produção que a firma deva atingir (por exemplo, para satisfazer a uma encomenda), a maximização do lucro implicará a minimização de custos, pois a produção total, e, logicamente, a receita total já estão determinadas. Dado determinado nível de produção e, portanto, dada determinada isoquanta, a firma buscará a combinação de fato- res de produção de menor custo total possível. Esse menor nível de custo total ou orçamento se encontrará no ponto em que a linha de isocusto tangencia a refe- rida isoquanta. Como, novamente, a TMST é igual à inclinação da linha de isocusto, teremos, dados os preços dos fatores e a função de produção, o mesmo 3 Como veremos no próximo capítulo, é o caso de um mercado em concorrência perfeita, onde o preço do produto é determinado pelo mercado, e não pela firma. Custos de Produção 1 3 3 resultado anterior em termos de contratação de fatores. Assim, podemos utili- zar a Figura 6.10, para refletir essa situação. Figura 6.10 Equilíbrio do produtor: minimização dos custos. Por último, também vale mencionar que se aumentamos o orçamento da firma, mantendo os preços dos fatores de produção, podemos visualizar os vá- rios pontos de tangência e, portanto, de equilíbrio que se formam, como vemos na Figura 6.11. O lugar geométrico que une todos os pontos de tangência ante- riores chama-se “trajetória ou caminho de expansão” da firma. Assim, o “ca- minho de expansão” relaciona aumentos de orçamento ou custo total com au- mentos de produção total, representando assim pontos possíveis de equilíbrio da firma, quando a produção se expande. Figura 6.11 “Trajetória de expansão” da firma. 1 3 4 Economia M icro c Macro • Vasconccllos QUESTÕES DE REVISÃO 1. Aponte as diferenças entre os conceitos de custos contábeis e custos de oportunidade. 2. Defina Custo Total, Custo Variável Total e Custo Fixo Total. Ilustre grafica- mente. 3. Defina Custo Total Médio, Custo Variável Médio, Custo Fixo Médio e Custo Marginal. Ilustre graficamente. 4. O que vem a ser a Lei dos Custos Crescentes de Produção? 5. Quais as diferenças entre a avaliação privada e a avaliação social de um projeto de investimento? 6. Ilustre graficamente e justifique o formato da curva de custo médio de lon- go prazo. 7. Explique como ocorre o equilíbrio do produtor. Ilustre graficamente. 8. O que significa o caminho de expansão de uma firma? Ilustre grafica- mente. QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA_________________________________________ 1. Se conhecemos a função produção, o que mais precisamos saber a fim de conhecer a função custos? a) A relação entre a quantidade produzida e a quantidade de fatores ne- cessária para obtê-la. b) O custo dos fatores e como se pode esperar que esses custos variem. c) Que fatores são variáveis. d) Todas as alternativas acima. e) N.r.a. 2. Dividindo-se os custos totais de uma firma em fixos e variáveis e conside- rando-se que: I - os primeiros estão associados ao uso invariável de um fator de produ- ção, logo não variam com o nível de produção; II - os últimos variam com o volume de fatores e alteram-se com o nível de produção; pode-se afirmar, então, que, quando opera a lei dos rendimentos decrescentes: a) Os custos totais médios sempre crescem com o aumento da produção. Custos dc Produção 135 b) Os custos fixos médios e os custos variáveis médios sempre aumentam com a expansão da produção. c) Os custos fixos médios declinam com o aumento da produção e os variá- veis médios primeiro declinam e depois aumentam com a expansão da produção. d) Os custos fixos médios não se alteram com a expansão da produção, somente os variáveis médios diminuem. e) Os custos totais médios são sempre declinantes com o aumento da pro- dução. 3. Aponte a alternativa errada. A curva de custo marginal: a) É o valor tangente da curva de custo total em cada ponto desta. b) Sempre cruza a curva de custo médio em seu ponto de mínimo. c) Sempre cruza a curva de custo variável médio em seu ponto de míni- mo. d) a, b e c estão corretas. e) Todas as alternativas anteriores estão erradas. 4. Um aumento da produção a curto prazo sempre diminuirá: a) O custo variável médio. b) O custo total médio. c) O custo fixo médio. d) O custo marginal. e) O número de trabalhadores empregados. 5. Se o custo fixo for nulo: a) O custo total é igual ao custo médio. b) O custo médio será maior que o custo marginal. c) O custo marginal será maior que o custo médio. d) O custo médio variável é igual ao custo total. e) N.r.a. 6. Quando o custo médio está declinando: a) O custo marginal deve estar declinando. b) O custo marginal deve estar acima do custo médio. c) O custo marginal deve estar abaixo do custo médio. d) O custo marginal deve estar crescendo. e) Alternativas a e b conjuntamente. « 7. A “Lei dos custos crescentes” refere-se ao seguinte fato: a) Quando a população crescer, a cota per capitade A (na ausência de uma mudança tecnológica) tenderá a cair. b) Quando a produção de A crescer, o custo monetário total para a produ- ção também cresce. 1 3 6 Economia M icro e Macro • Vasconcellos c) Os custos totais crescem sempre a taxas crescentes. d) Os custos médios e marginais primeiro caem, para depois crescerem, quando existirem fatores fixos. e) Mostra que os custos totais crescem a taxas decrescentes. Aponte a alternativa errada: a) 0 custo marginal corta o custo médio no mínimo do custo médio. b) 0 custo fixo médio é constante a curto prazo. c) Com o aumento da produção, o custo total médio tende a custo variável médio. igualar o d) A longo prazo não existem custos fixos. e) As alternativas a, c e d estão corretas. Ocorrem economias externas para uma firma se: a) A expansão da indústria, à qual pertence a firma, aumenta totais dessa firma. os custos b) 0 governo impõe um imposto sobre o produto da firma. c) A expansão da indústria, à qual pertence a firma, diminui totais dessa firma. os custos d) Penetram no mercado dessa firma outras firmas concorrentes. e) Aumenta a demanda pelo produto da firma. Quando uma empresa provoca deseconomias externas: a) Os custos privados são maiores que os custos sociais. b) Os custos sociais são maiores que os custos privados. c) Não há diferença entre custos privados e sociais. d) Está provocando extemalidades positivas. e) N.r.a.
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