Buscar

QUALIDADE DE VIDA NOS SERVIÇOS DE SAUDE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

GESTÃO DA 
QUALIDADE 
EM SERVIÇOS 
DE SAÚDE
Eduardo Neves da Cruz de Souza
Qualidade de vida nas 
organizações de saúde
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Conceituar qualidade de vida nas organizações da saúde e identificar 
os principais elementos associados.
  Identificar ações de interferência e melhoria da qualidade de vida em 
organizações de saúde.
  Descrever ações simples e rotineiras que podem influenciar posi-
tivamente na melhora da qualidade de vida dos trabalhadores nas 
organizações.
Introdução
Ao longo da história, o ambiente de trabalho sempre foi motivo de risco; 
porém, as incapacidades estão continuamente sendo mais bem contro-
ladas por meio de diversas tecnologias, propiciando ao trabalhador um 
ambiente mais seguro e confortável. Na vida cotidiana dos trabalhadores, 
há um aumento progressivo da busca pelo conforto e melhor condição 
de vida. No entanto, o risco à saúde pelo excesso de trabalho, entre 
outros fatores, parece ser impeditivo da satisfação de necessidades e de 
desejos cada vez mais exigentes na vida em sociedade. Essa relação entre 
trabalho e qualidade de vida é destacada quando existe relação direta 
entre ambas, refletindo para melhor ou pior a vida de cada indivíduo. 
Percebe-se ainda que o trabalho associado ao prazer acaba sendo um 
elemento importante para gerar qualidade de vida.
Diante disso, o presente capítulo irá tratar de forma clara e objetiva 
a qualidade de vida nas organizações de saúde, visando identificar os 
principais elementos associados ao tema. Além disso, serão examinadas 
as ações de interferência e melhoria da qualidade de vida em organi-
zações de saúde e ações simples e rotineiras que podem influenciar 
positivamente na melhora da qualidade de vida dos trabalhadores em 
organizações do setor.
Qualidade de vida nas organizações de saúde
O conceito de qualidade de vida vem sendo utilizado constantemente nos 
campos da saúde e do trabalho com o objetivo de identifi car indicadores que 
possam ser modifi cados pela implementação de políticas de saúde ou estraté-
gias de gestão empresarial. Muitos são os fatores que afetam a qualidade de 
vida do ser humano moderno, entre eles o meio ambiente físico, sua condição 
psíquica e suas relações sociais, que ainda pode ser subdivididos em: condições 
ambientais, família, saúde, cultura, lazer, educação, políticas governamentais, 
o próprio indivíduo e o trabalho.
Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu qualidade 
de vida como a percepção do indivíduo em relação a sua posição na vida no 
contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos 
seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (SEIDL; ZANNON, 
2004). Entretanto, não há um consenso quanto à definição da qualidade de vida 
no trabalho, mas podemos entendê-la como um programa que visa facilitar e 
satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na 
organização, tendo como ideia básica o fato de que as pessoas são mais pro-
dutivas quanto mais estiverem satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho.
Nesse contexto, Assunção e Oliveira (2012) identificaram dimensões que 
descrevem a qualidade de vida, sendo o nível de bem-estar no ambiente de 
trabalho: valor intrínseco do trabalho; desenvolvimento de competências e 
habilidades para a carreira; igualdade de gênero; saúde e segurança; inclusão 
e acesso ao mercado de trabalho.
Entre os fatores que contribuem para a qualidade de vida de um indivíduo, 
o trabalho talvez seja um dos mais marcantes por dois motivos: é por meio 
do trabalho que as pessoas conseguem ter acesso à educação, à cultura e ao 
lazer; e, de um modo geral, o indivíduo passa a maior parte ativa de seu tempo 
trabalhando. A qualidade de vida no trabalho está diretamente relacionada à 
satisfação e ao bem-estar do indivíduo na execução de suas tarefas e é indis-
pensável no que diz respeito à produtividade e à competitividade, fatores sem 
os quais uma organização não sobreviveria no mercado (BITTENCOURT et 
al., 2010).
Qualidade de vida nas organizações de saúde2
Ações de melhoria para qualidade de vida nas 
organizações de saúde
Os profi ssionais da saúde atuam em condições que há muito tempo têm sido 
consideradas inadequadas, devido às especifi cidades do ambiente e às ativi-
dades insalubres por eles executadas. O desgaste físico e emocional, a baixa 
remuneração e o desprestígio social são fatores associados às condições de 
trabalho do enfermeiro, que vêm refl etindo negativamente na qualidade da 
assistência prestada ao cliente, levando ao abandono da profi ssão e à con-
sequente escassez de profi ssionais no mercado de trabalho (BECK; BUDÓ; 
GONZÁLES, 2006).
Os achados de inúmeros estudos sobre o estresse e a qualidade de vida 
no trabalho dos profissionais da área da saúde revelam que sua saúde física 
e psicológica apresenta algum grau de comprometimento, tais como: dores 
crônicas, insatisfação com o sono, dependência de medicamentos, depressão, 
entre outros. No caso específico de médicos e enfermeiros, altos esforços, 
demandas físicas, psicológicas e a insegurança no trabalho repercutem na 
qualidade de sua vida laboral (BITTENCOURT et al., 2010).
A deficiente estrutura física das dependências hospitalares e a falta de 
recursos materiais adequados se destacam entre os fatores estressantes para 
quem atua no setor. Tal situação compromete a segurança do trabalhador e a 
assistência prestada ao paciente (CECAGNO et al., 2012).
Consequentemente, a estrutura física das dependências hospitalares tam-
bém é considerada significativa para a qualidade de vida da equipe de saúde, 
afinal, estes profissionais permanecem grande parte de suas vidas no local 
de trabalho, e este deveria proporcionar-lhes oportunidade de desempenhar 
suas funções num ambiente que tivesse estrutura física apropriada, evitando 
prejuízos à sua saúde, ou seja, com espaço adequado para descansar com 
segurança, tranquilidade e local específico para realizar as suas refeições.
A insatisfação com a remuneração devido aos baixos salários oferecidos 
às categorias também é destacada entre os fatores prejudiciais. Em virtude 
disso, a maioria dos trabalhadores da saúde, em especial da enfermagem, 
é obrigada a optar por mais de um emprego, o que leva essas categorias a 
permanecerem no ambiente dos serviços de saúde a maior parte do tempo de 
suas vidas produtivas.
As duplas jornadas de trabalho enfrentadas para melhora da renda aumen-
tam o tempo de exposição dos profissionais aos riscos existentes nos hospitais. 
Na percepção dos profissionais, uma remuneração financeira digna constitui 
um fator significativo na determinação da motivação para o trabalho e satis-
3Qualidade de vida nas organizações de saúde
fação com a qualidade de vida. A remuneração condizente com as atividades 
exercidas adquire um significado importante para o trabalhador, pois, além 
de responder às necessidades básicas, assume um papel de reconhecimento 
pelas ações desenvolvidas (CECAGNO et al., 2012).
O trabalho no período noturno é uma opção permeada por necessidades 
financeiras, servindo para se adequar aos horários de diferentes vínculos 
empregatícios. A influência disso na qualidade de vida dos enfermeiros é 
evidenciada pela existência de fatores relacionados a aspectos físicos, psíquicos 
e sociais. A alteração no padrão do sono destacou-se como fator significativo 
para os desgastes de natureza física e psíquica, além de acarretar em prejuízos 
relacionados com o aspecto social, por influenciar no convívio familiar e na 
disponibilidade para atividades sociais (DANTAS; GÓIS; SILVA, 2009).
A síndrome de burnout é uma doença que causa a sensação de exaustão completa 
no trabalho, inferioridade em relação aos demais colegas, isolamento, angústia para 
ir trabalhar e a impressão de que nada do que você faz é satisfatório. Sendo assim, 
o burnout no trabalho se refere a quadros críticos deestresse acentuado que geram 
consequências negativas para o profissional e, em alguns casos, para as organizações 
como um todo. 
Ações simples e rotineiras para melhorar 
a qualidade de vida dos trabalhadores nas 
organizações
Todo o processo de trabalho no ambiente hospitalar está envolvido com in-
tervenções que em sua maioria são desgastantes e estressantes. Isso exige a 
todo momento análise crítica e destreza manual, já que não existe margem 
alguma para erros e falhas. Como se não bastasse, tais ambientes costumam 
apresentar um excesso de cobrança e avaliação. Este processo de trabalho 
maçante ainda inclui fatores como a difi culdade de se manter positivo com 
a equipe multiprofi ssional, prestar um trabalho alinhado as políticas que 
determinam toda a prática e assistência de saúde, o que pode ser ainda mais 
cansativo devido à falta de recursos materiais e humanos adequados geram 
Qualidade de vida nas organizações de saúde4
insatisfação no trabalho e afetam diretamente a qualidade de vida de todos 
os envolvidos (SEIDL; ZANNON, 2004).
Sendo assim, as ações diárias no trabalho influenciam diretamente na qua-
lidade de vida laboral dos profissionais de saúde no ambiente hospitalar, devido 
aos elementos físicos e psicológicos a que estão expostos, como a deficiente 
estrutura ambiental e falta de materiais, a insatisfação com a remuneração, 
o comprometimento da qualidade de vida no trabalho, as jornadas duplas de 
trabalho, a sobrecarga das atividades, o dimensionamento de pessoal, o processo 
de trabalho desgastante, o trabalho noturno, a ausência de reconhecimento 
profissional e os acidentes de trabalho (BITTENCOURT et al., 2010).
Diante deste contexto, recomenda-se a implantação de políticas e pro-
gramas institucionais que visem a qualidade de vida dos profissionais, em 
especial os de enfermagem, buscando, mediante ações internas, preparar física 
e psiquicamente os trabalhadores, resultando em melhoria da qualidade de 
vida dos profissionais de enfermagem e da assistência prestada (DANTAS; 
GÓIS; SILVA, 2009).
É essencial, portanto, a construção de espaços para refletir e planejar ações 
adequadas que visem atender às demandas referentes à qualidade de vida no 
trabalho no ambiente hospitalar, visto que os fatores identificados são referidos 
por integrantes das equipes de trabalho. Projetar essa identificação para outros 
setores do campo da saúde ocupacional também poderá ser útil como forma de 
acentuar a presença e o desempenho do profissional no ambiente de trabalho.
Acessando o link a seguir, você encontrará um exemplo de síndrome de burnout entre 
enfermeiros de um hospital geral da cidade do Recife.
https://qrgo.page.link/3WVUX
5Qualidade de vida nas organizações de saúde
ASSUNÇÃO, A. A.; OLIVEIRA, D. A. Intensificação do trabalho e saúde dos professores. 
Educação & Sociedade, v. 30, n. 107, p. 349−372, 2012. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/es/v30n107/03.pdf. Acesso em: 8 jun. 2019.
BECK, C. L. C.; BUDÓ, M. L. D.; GONZÁLES, R. M. B. A qualidade de vida na concepção de 
um grupo de professoras de enfermagem: elementos para reflexão. Revista da Escola 
de Enfermagem da USP, v. 33, n. 4, p. 348−354, 2006. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/reeusp/v33n4/v33n4a04.pdf. Acesso em: 8 jun. 2019.
BITTENCOURT, Z. Z. L. C. et al. Qualidade de vida em transplantados renais: importância 
do enxerto funcionante. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 5, p. 732−734, 2010. Disponível 
em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v38n5/21764.pdf. Acesso em: 8 jun. 2019.
CECAGNO, D. et al. Qualidade de vida e o trabalho sob a ótica do enfermeiro. Cogitare 
Enfermagem, v. 7, n. 2, p. 54−59, 2012. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/
article/view/1669/1395. Acesso em: 8 jun. 2019.
DANTAS, R. A. S.; GÓIS, C. F. L.; SILVA, L. M. Utilização da versão adaptada da escala de 
qualidade de vida de Flanagan em pacientes cardíacos. Revista Latino-Americana de 
Enfermagem, v. 13, n. 1, p. 15−20, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/
v13n1/v13n1a03.pdf. Acesso em: 8 jun. 2019.
SEIDL, E. M. F.; ZANNON, C. M. L. C. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e 
metodológicos. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, n. 2, p. 580−588, 2004. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n2/27.pdf. Acesso em: 8 jun. 2019.
Qualidade de vida nas organizações de saúde6

Continue navegando