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48 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Unidade II 5 IDENTIFICAÇÃO DE POLIEDRO E SEUS ELEMENTOS Nesta unidade, serão estudados os poliedros e seus elementos, desde sua formação até suas propriedades. Exploraremos algumas das principais superfícies e possíveis decomposições para calcularmos suas áres e volumes. Além disso, identificaremos algumas particularidades dessas superfícies. Primeiro efetuaremos o estudo dos diedros. Quando estudamos o diedro, também chamado de ângulo diédrico em geometria, é como se estivéssemos fazendo uma expansão do conceito de ângulo, porém, a um espaço tridimensional. Diedro ou ângulo diédrico é a reunião dos semiplanos α e β, não contidos num mesmo plano com origem numa aresta comum. α β α e β: faces do diedro r: aresta do diedro r Figura 60 Triedro ou ângulo triédrico: é a reunião de três ângulos, desde que tenhamos três semirretas não coplanares, com origem em um mesmo ponto. V Figura 61 49 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL 5.1 Relações entre as faces de um triedro Em todo triedro, cada face é menor que a soma das outras duas. V a c b Figura 62 Vamos chamar AVB, BVC e AVC de f1, f2, f3 e ab, bc e ac de faces de medidas. Temos: ab bc ac bc ab bc ac ab bc 〈 + 〈 + 〈 + , ou seja, f f f f f f f f f 1 2 3 2 1 3 3 1 2 〈 + 〈 〈 + + A soma das medidas das faces de um triedro qualquer é menor que 360º. ab + bc + ac 〈 360º, ou seja, f1 + f2 + f3 〈 360º 5.2 Ângulo poliédrico Ângulos poliédricos são semirretas de mesma origem que nunca ficam em um mesmo semiplano. A figura formada por esses ângulos é o ângulo poliédrico. S1 Sn S5 S2 S3 S4 V Figura 63 50 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Ângulos poliédricos devem satisfazer as seguintes condições: • cada face é menor que a soma das demais; • a soma das medidas das faces é menor que 360º. Exemplo: não existe ângulo poliédrico com faces medindo 10º, 30º, 40º e 130º, pois 130º 〉 10º + 30º + 40º. 5.3 Poliedros Como visto anteriormente, é chamado poliedro todo sólido formado por quatro ou mais polígonos planos que pertencem a planos diferentes e que possuem apenas uma aresta em comum. Hexaedro: 6 faces retangulares. Figura 64 Tetraedro: 4 faces triangulares. Figura 65 Icosaedro: 20 faces triangulares. Figura 66 5.3.1 Poliedro convexo É quando cada uma das faces do poliedro se encontra inteiramente no mesmo semiespaço. 51 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Exemplo: Figura 67 5.3.2 Poliedro côncavo Verifique que duas das faces deste poliedro não se encontram no mesmo semiespaço. Figura 68 5.4 Relação de Euler Considerando três poliedros, vamos contar o número de vértices (V), o número de arestas (A) e o número de faces (F). Figura 69 Figura 70 52 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Figura 71 Quadro 2 Vértice Face Aresta V + F Pentágono 10 7 15 17 Pirâmide quadrangular 5 5 8 10 Dodecaedro 20 12 30 32 Observação Podemos observar que V + F é igual a A + 2. Portanto: V + F = A + 2. Essa relação é válida para todo poliedro convexo e é chamada de Relação de Euler. 6 CILINDROS, CONES E ESFERAS 6.1 Cilindros São comuns os objetos de forma cilíndrica: alguns postes de iluminação, latas de refrigerante, reservatório de água etc. O conceito de cilindro é muito importante, pois nos traz muitas utilidades práticas do dia a dia. Figura 72 – Tonéis de metal 53 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Figura 73 – Forma cilíndrica Figura 74 – Reservatório de água. Exploraremos alguns conceitos matemáticos desse sólido. Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos congruentes e paralelos a CD com uma extremidade no círculo. 54 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 A C B D Figura 75 As bases de um cilindro são formadas por circunferências, como visto na figura anterior. Sua superficie lateral transforma‑se em um retângulo (quando planificada), o que será visto posteriormente. 6.1.1 Elementos do cilindro As bases de um cilindro são círculos paralelos que têm centro A e B. Sua altura é a distância entre os dois centros A e B, no caso do cilindro reto. O cilindro possui secção meridiana, que nada mais é do que uma região poligonal obtida pela intersecção de um plano vertical que passa pelo centro do cilindro com o cilindro. A geratriz é qualquer segmento de extremidades nos pontos das circunferências das bases (por exemplo, AB) e paralelo à reta que determina a distância entre A e B, ou seja a altura. A geratriz de um cilindro reto tem o mesmo valor da altura deste. Os cilindros podem ser classificados conforme a inclinação da geratriz. Assim, • se a geratriz for perpendicular à base, o cilindro será reto (figura a seguir, do lado esquerdo); • se a geratriz for inclinada, o cilindro será denominado oblíquo (figura a seguir, do lado direito). É possível notar que a geratriz de um cilindro reto forma com o diâmetro da base um ângulo de 90º, diferentemente do cilindro oblíquo. No caso do cilindro oblíquo, o ângulo formado entre a geratriz e o diâmetro do cilindro é diferente de 90º. Geratriz Eixo h Diretriz O O’ Eixo O O’ Diretriz Geratriz h Figura 76 – Cilindro reto Figura 77 – Cilindro oblíquo 55 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL 6.1.2 Classificação dos cilindros circulares 6.1.2.1 Cilindro circular reto ou de revolução O cilindro circular reto ou de revolução é gerado pela rotação de 360º de um retângulo ao redor do eixo O. O O’ h O O’ Figura 78 – Cilindro circular reto ou de revolução 6.1.3 Secção transversal Secção transversal é a região determinada pela intersecção do cilindro com um plano paralelo às bases. Todas as seções transversais são congruentes. α Figura 79 56 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 6.1.4 Cilindro equilátero É todo cilindro cuja secção meridiana resulta em um quadrado. 2r 2rh = 2r Figura 80 Podemos verificar que, no cilindro equilátero, a altura é igual ao diâmetro da base, ou seja, 2r. h=2r Exemplo 1: Em um cilindro equilátero, o raio da base é r. Qual é a área de sua secção meridiana? Resolução: a secção meridiana de um cilindro equilátero é um quadrado; portanto, para se calcular a área da secção, basta calcular a área do quadrado, que é 4r2. Exemplo 2: Qual é a área da secção meridiana de um cilindro equilátero de altura h? Resolução: a secção meridiana de um cilindro equilátero é um quadrado; portanto, para se calcular a área dela, basta calcular a área do quadrado, que é h2. 6.1.5 Áreas lateral e total de um cilindro circular reto A visualização de formastridimensionais planificadas facilita a compreensão das propriedades geométricas envolvidas. Como mencionado anteriormente, foi visto que a superfície lateral de um cilindro forma um retângulo. Vamos planificar um cilindro para melhor compreensão: 57 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL h r r r h 2 π r Figura 81 Quando temos um cilindro circular reto, a área lateral é dada por: Alat = 2 π r . h onde r é o raio da base e h é a altura do cilindro. Atot = Alat + 2 Abase Atot = 2 π r . h + 2 π r 2 Atot = 2 π r . (h + r) r h Cilindro equilátero h = 2r r Superfície lateral Figura 82 58 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 r r h r Base Base Superfície lateral 2πr h Figura 83 6.1.6 Volume do cilindro Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área da base pela altura. V = Abase × h Se a base é um círculo de raio r, então: V = π r2 . h Vamos entender melhor como se chega até a fórmula do cilindro. Consideremos um cilindro de altura h e aresta da base Ab, e um prisma com a mesma altura (h) e a mesma área da base Ab. Suponhamos ainda que os planos que contêm a base são horizontais. 59 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL α β A1 A2 1 2 Figura 84 Qualquer plano horizontal que seciona o cilindro também seciona o prisma, e as seções têm áreas iguais, pois são congruentes às respectivas bases. Portanto, podemos dizer que o volume do prisma e o do cilindro são iguais. Se o volume do prisma é: Vprisma = Ab . h e o Vprisma = Vcilindro, temos: Vcilindro = Ab . h ∴ Vcilindro = π . r 2 . h Saiba mais De acordo com o raciocínio de Cavalieri, esses dois sólidos, um cilíndrico e o outro prismático têm o mesmo volume. Você pode conhecer mais relações entre sólidos utilizando o princípio de Cavalieri disponível em: <http://m3.ime.unicamp.br/dl/1IMX3R6IwNQ_MDA_8f351_>. Exemplo 1: Dado o cilindro circular equilátero (h = 2r), calcule a área lateral e a área total. No cilindro equilátero, a área lateral e a área total são dadas por: Alat = 2π r . 2r = 4π r 2 Atot = Alat + 2 Abase Atot = 4π r 2 + 2π r2 = 6π r2 V = Abase . h = π r 2 . 2r = 2π r3 Exemplo 2: Seja um cilindro circular reto de raio igual a 3 cm e altura 2 cm. Calcule a área lateral, a área total e o volume. 60 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Cálculo da área lateral: Alat = 2πr . h = 2π 3.2 = 12π cm 2 Cálculo da área total Atot = Alat + 2 Abase Atot = 12π+ 2π3 2 = 12π+ 18π= 32π cm2 Cálculo do volume V = Abase × h = πr 2 × h V = π . 32 × 2 = π × 9 × 2 = 18π cm3 Seguem as fórmulas para auxílio no cálculo dos cilindros circular reto e equilátero: AL = 2 πr . h AT = 2 πr . (r + h) V = π r2 . h AL = 4 πr2 AT = 6 πr2 V = 2 πr3 hh = g r g r r 2r = g = h Figura 85 – Cilindro circular reto Figura 86 – Cilindro equilátero 6.2 Cone São encontrados, com bastante facilidade, objetos em forma prismática e cilíndrica em nosso dia a dia. No entanto, isso não acontece com tanta facilidade no caso dos sólidos na forma de pirâmides e cones. Ainda assim, podemos observar objetos como um chapéu de palhaço distribuído em festas de crianças ou até mesmo alguns copos de chope, que possuem a forma aproximada de um cone. Desses objetos de forma cônica, imaginamos um cone, que é caracterizado por possuir uma base circular. Seu vértice fica exatamente sobre o centro da base, ou seja, a projeção do vértice sobre a base é o centro desta (no caso do cone reto). Sua altura é dada pela distância entre o vértice e o centro da base. 61 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Vamos verificar uma definição matemática. Considere um plano α e um círculo de centro C contido em α; considere ainda um ponto V fora de α. Podemos chamar de cone a reunião dos segmentos que têm uma extremidade em V e outra nos pontos do círculo. α C α P C V Figura 87 6.2.1 Elementos O cone possui sua base sendo um círculo de raio r. Seu vértice é o ponto que pode ser chamado de P, que limita a reunião do segmento da base até esse ponto P. Sua geratriz é qualquer segmento que tenha uma extremidade no vértice do cone e a outra na curva que envolve a base, o que chamamos de g. Sua altura é dada pela distância do vértice do cone ao plano da base e é chamada de h. A secção meridiana de um cone é dada pela intersecção deste com um plano que contém um eixo. Quando o cone for reto, sua secção meridiana será um triângulo isósceles. No caso do cone ser equilátero, sua secção meridiana resultará em um triângulo equilátero. Vamos observar a figura a seguir: V A B R R O Figura 88 62 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Assim, teremos: g = 2 . R h = R . √3 A fórmula da altura de um cone equilátero será deduzida nos próximos itens. g h g 2R Figura 89 6.2.1.1 Classificação do cone Existem alguns tipos de cones que possuem características específicas que exploraremos com a seguir. Observe: V O h g R Figura 90 Um cone é dito reto se a reta VO for perpendicular à base. O cone reto também pode ser chamado de cone de revolução, pois é gerado pela rotação do triângulo retângulo ao redor do eixo. A geratriz de um cone de revolução pode ser chamada de apótema do cone. Para calcularmos o apótema do cone, podemos aplicar o Teorema de Pitágoras, assim: g2 = h2 + r2 63 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Observe o cone da figura a seguir: α O R V h g Figura 91 Um cone é dito oblíquo se a reta VO for obliqua à base. E é considerado equilátero quando sua secção meridiana resultar em um triângulo equilátero. Esse tipo de cone será discutido separadamente nos próximos itens. 6.2.1.2 Área do cone Para calcularmos a área do cone, precisamos calcular separadamente sua base, sua área do setor e sua área lateral. Vejamos como são os procedimentos a seguir. 6.2.2 Área lateral Para calcularmos a área lateral de um cone, precisamos saber primeiro o que é uma área de setor e como a obtemos. Vamos observar a figura a seguir: R R L〈X Setor circular Figura 92 – Setor circular A figura nos mostra á área de um setor circular de uma circunferência qualquer. Sabendo que L é o comprimento do arco dessa circunferência, se dobrarmos esse arco, a área do setor dobra, e assim sucessivamente. Logo, a área do setor pode ser resolvida por uma regra de três simples. Comprimento do arco área do setor 2πr → πr2 l → Áreasetor Áreasetor = lr 2 64 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Ou seja: Áreasetor = 1 2 (comprimento do arco) x raio. Para facilitar nossos cálculos, como foi feito no cálculo da área lateral do cilindro, planificaremos o cone para melhor compreensão do sólido. Planificando‑o e calculando a área do setor circular, temos que o raio do setor é g e o comprimento do arco mede 2πr. Portanto: g V V L g R Figura 93 A rglateral = 1 2 2. . .π ALat = π r g 6.2.3 Área total A área total de um cone circular reto pode ser obtida por meio da somatória da área lateral com a área da base. Assim, ATotal = π r g + π r 2 ATotal = π r(g+r) 6.3 Cones equiláteros Um cone circular reto é equilátero quando a secção meridiana resulta em um triângulo equilátero. E o que significa isso? Vimos que a secção meridiana de um cone é a intersecção deste com um plano que contém o eixo. Vamos observar o triângulo equilátero resultante de um cone equilátero na figura a seguir: 65 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL g h g 2R g= 2 R Figura 94 Sabemos que a área da base de um cone é: ABase = π r 2 Pelo Teorema de Pitágoras temos: (2R)2 = h2 + R2 h2 = 4R2 – R2 = 3R2 Assim, h = R √3 Um cone pode ser comparado a uma pirâmide de base circular. 6.3.1 Volume do cone Observando as figuras a seguir, podemos concluir que o volume do cilindro é maior do que o volume do cone: A C B D Figura 95 66 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 V O h g R Figura 96 Quando a área da base e a altura do cilindro forem iguais às do cone, podemos dizer que o volume do cone é igual à terça parte do volume do cilindro. Sabemos que o volume do cilindro é dado pelo produto da área da base pela altura. V = Abase × h Se a base é um círculo de raio r, então: V = πr2 h Logo, o volume do cone é dado por: V A hbase= 1 3 . Exemplo 1: A geratriz de um cone circular reto mede 80 cm e forma um ângulo de 60o com o plano da base. Determine a área lateral, a área total e o volume do cone. Figura 97 67 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL sen(60o) = h/80 (1/2)√3 = h/80 h = 40√3 cm V = (1/3) Abase h V = (1/3) π r2 h V = ( )π. .40 40 3 3 2 V cm= 64000 3 3 3π 60º g = 2r Figura 98 r = 40 cm; g = 80 cm Alat = πr g = π40.80 =3200π cm 2 Atotal = Alat + Abase Atotal = π r g + πr 2 = π r (r+g) Atotal = π40 (40+80) = 4800π cm 2 Exemplo 2: Os catetos de um triângulo retângulo medem b e c, e a sua área mede 2 m2. O cone obtido pela rotação do triângulo em torno do cateto b tem volume 4πm3. Determine o comprimento do cateto c. 68 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 b c Figura 99 2 b c 4= =⇒1 2 b c. . V =(1/3) . Abase . h 4 1 3 2π π= c b. 4 4 2= b b. 4 16 2= b b. 4b = 16 ⇒ b = 4 cm Exemplo 3: A hipotenusa de um triângulo retângulo mede 4 cm, e o ângulo (B) = 60º. Girando‑se o triângulo em torno do cateto menor, obtém‑se um cone. Qual é o seu volume? B C A Figura 100 69 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL sen(60o) = R/4 (1/2)√3 = R/4 ⇒ R =2√3 cm g2 = h2 + R2 42 = h2 + (2√3)2 16 = h2 + 4 . 3 h = 2 cm V A hbase= 1 3 . V = ( )π 2 3 2 1 3 2 . . V= 8π cm3 6.3.2 Tronco de cone Secção transversal de um cone é a intersecção do cone com um plano paralelo. Caso cortemos um cone com um plano paralelo à base, vamos obter dois sólidos geométricos. O sólido que contém o vértice será um cone menor, e o sólido que não contém o vértice, e sim a base do cone, será o tronco de cone. h’ H Cone h Tronco do cone Base maior Base menor As Ab r r Figura 101 70 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Podemos considerar a seguinte relação: r r h H , , = Asecção = h ' Abase h Um tronco de cone reto ou de revolução é gerado por um trapézio retângulo. 6.3.3 Áreas de um tronco de cone A área da base maior é a área de um círculo de raio R. g r R g g 2πr 2πR Figura 102 AB = π . R 2 A área da base menor é a área do outro círculo de raio igual a r. AB = π . r 2 A área lateral de um tronco de cone é calculada da seguinte maneira: imagine a planificação desse tronco de cone. Vamos obter um trapézio em que a base maior mede 2 π R e a base menor mede 2 π r. A altura desse trapézio é a geratriz do tronco de cone. Agora é só aplicar a área do trapézio, que, como todos sabem, é: A B b hTrap zioé � � � ( ) 2 . Por analogia temos que a área (Alateral) será: 71 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL A R r glateral � �2 2 2 � �. A R r glateral � �� �� A R r g A R r g A lateral lateral lateral � �� � � � � � � � �� �� � � � � � � 2 2 2 2 2 � � � �� �� � �� R r g O cálculo da área total é a soma das áreas das bases com a área lateral. Dessa forma, temos: A A A Atotal lateral B b= + + Sabemos que: A g R r A R e A rlateral B b� �� � � � � �� � �, 2 2 Substituindo temos: A g R r R r A g R r R r A g R r total total total � �� � � � � �� � � �� � � � �� � � � � � 2 2 2 2 �� � �� � � �� � � �� ��� �� R r Por to A R g R r g rtotal 2 2 tan � 6.3.4 Volume de um tronco de cone O cálculo do volume de um tronco de cone é análogo à fórmula do volume de um tronco de pirâmide. Assim, fazendo uma adaptação, temos: V h A A A AB B b b= + + 3 . — fórmula do volume do tronco de pirâmide V h R Rr r= + + π. . 3 2 2 72 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Exemplo 1: A que distância do vértice devemos cortar um cone de revolução de altura H, por um plano paralelo à base, de modo que o volume do cone destacado seja 1/27 do volume do primeiro cone? A A d H b B = Aplicando a mesma relação para o volume, temos v V d H = 3 O volume do cone destacado é 1 27 , então: v V = 1 27 Logo: d H d H d H = ⇒ = ⇒ = 3 1 27 1 3 1 3 Exemplo 2: O volume de um tronco de cone mede 28.π cm3, e os raios das bases medem respectivamente 4 cm e 1 cm. Qual é o valor da geratriz? O volume do tronco de cone é dado pela fórmula: V h R Rr r= + + π. . 3 2 2 . Substituindo o que o problema nos fornece, temos: 28 3 4 4 1 12 2. . .π π= + + h 28 3 16 4 1= + +[ ]h 28 21 3 = .h 28 = 7h h = 4 cm Aplicando o Teorema de Pitágoras para encontrar a geratriz, termos: g2 = h2 + (B – b)2 g2 = 42 + (4 – 1)2 g2 = 16 + 9 g = √25 g = 5 cm 73 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Observação Apolônio de Perga (c. 262‑190 a.C.) foi nomeado “O Grande Geômetra”, por conta de sua obra Secções cônicas. A definição de cônica por meio de secções planas numa superfície cônica circular de suas folhas foi dada por ele. Apolônio também introduziu os nomes atuais de elipse, hipérbole e parábola. 6.4 Esfera Uma das ciências mais antigas, a Astronomia, se preocupava em entender o céu e os astros, seus movimentos, formas e distâncias. Nesse estudo, perguntava‑se se os astros teriam forma de círculos ou esferas. É provável que a forma esférica tenha sido criada a partir da observação e do estudo dos corpos celestes como o Sol e a Lua. A forma do nosso planeta pode ser considerada uma esfera.Os homens reproduziram‑na em objetos como as bolas de vôlei, futebol, basquete. E, a partir dessas formas, foi possível identificar relações e propriedades importantes e específicas da esfera. Por exemplo, ela é o único objeto que rola independente de sua posição, diferentemente do círculo ou do cilindro, que só são capazes de rolar em determinadas posições. Assim, podemos dizer que todos os pontos da superfície de uma esfera estão em igualdade de condições. A distância de todos eles ao centro dela é a mesma. Tal distância é o seu raio. Outra forma de definir esfera é observando a figura a seguir. Vamos imaginar uma rotação completa de um semicírculo ao redor de um eixo e. O sólido gerado pode ser chamado de esfera. e Figura 103 74 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 6.4.1 Secção A intersecção de uma esfera com um plano secante é um círculo chamado secção da esfera. Seção plana Plano secante α Figura 104 R h Figura 105 O raio da secção da Figura anterior é chamado R. 6.4.2 Volume da esfera e área da superfície esférica Pelo método da exaustão, Arquimedes (287 a.C — 212 a.C) provou que o volume da esfera é igual a quatro vezes o volume do cone, cujo o raio e altura são os mesmos da esfera. Sabendo que o volume do cone é dado por: V A hbase= 1 3 . , que equivale a: π πR xR R2 3 3 3 = Como o volume da esfera é quatro vezes o volume do cone, temos: 4 3 3πR 75 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Exemplo: Calcule o volume de uma esfera de 6 cm de raio. Resolução: V R= =4 3 3π V = =4 3 63π V = =4 3 216π V = 288π 6.4.3 Área da esfera Quando cortamos uma esfera, o maior círculo que podemos obter tem raio igual ao dela. Como sabemos, a área do círculo, então, é dada por: A=πR2, e a área da superfície esférica é igual a quatro vezes a área desse círculo. Portanto: A=4πR2 e O P R Figura 106 Exemplo: Calcule a área de uma esfera de 12 cm de raio. Resolução: A=4πR2 A=4π122 76 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 A=4π144 A=576π Lembrete É importante lembrar‑se deque: R 0 V R= 4 3 3π A=4πR2 Figura 107 6.4.4 Fuso esférico Se uma semicircunferência com as extremidades em um eixo gira α graus (0º 〈 α 〈 360º) em torno do eixo, ela gera uma superfície chamada fuso esférico. R α Figura 108 A área do fuso é proporcional a α, ou seja, se dobrarmos α, dobraremos a área do fuso; se triplicarmos α, triplicaremos a área do fuso, e assim sucessivamente. Vamos calcular a área do fuso. Aplicando uma regra de três simples, temos: 360 40 2 0 → → . .π α r Afuso → A r fuso = π α. .2 0 090 77 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL Utilizando a mesma linha de raciocínio para radianos, vem: 2 4 2π π α . .rad r rad Afuso → → → A rfuso = 2 2. α 6.4.5 Cunha esférica Se um semicírculo com o diâmetro em um eixo gira α graus (0º 〈 α 〈 360º) em torno do eixo, ele gera um sólido que é chamado de cunha esférica. R α Figura 109 Lembrete Quando dobramos o valor de α, o valor do volume da cunha dobra; quando triplicamos o valor de α, o volume também triplica, e assim sucessivamente. Quando α = 360º, a cunha se transforma na esfera V r= 4 3 3π. , de modo que: 360 4 3 0 3 0 → → π α .r Vcunha → V r cunha = π α. 3 0 0270 Transformando em radianos, temos: 2 4 3 3π π α . . . rad r rad Vcunha → → → V r cunha = 2 3 3. .α 78 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Exemplo 1: Calcule a área total e o volume de uma cunha de π 8 radianos de uma esfera de 4 cm de raio. A área total de uma cunha é a soma da área do fuso + a área de um semicírculo + a área de outro semicírculo, ou seja: Atotal = Afuso + Acírculo (1) Vamos calcular a área do fuso: 2 4 4 8 2π π π . .rad Afuso → → → Afuso = = π π π π 8 4 16 1 2 4. . . Substituindo na equação (1), temos: A cmtotal = + ⇒4 4 20 2 2π π π. . Volume da cunha: 2 4 3 4 8 3. . .π π π rad Vcunha → → → V cmcunha = = π π π π 8 4 3 4 1 2 16 3 3 3. . . . Exemplo 2: Calcule o volume e a área de uma esfera de 10 cm de diâmetro. Resolução: Se a esfera possui 10 cm de diâmetro, o seu raio mede 5 cm. Portanto, a área da esfera é: R 0 V R A R = = 4 3 4 3 2 π π Figura 110 79 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 GEOMETRIA ESPACIAL A= 4 π 52 A= 4 π. 25 A = 100 π cm2 O volume: V = 4 5 3 3. .π V = 4 125 3 π. V cm= 500 3 3π Resumo Além dos sólidos geométricos já estudados anteriomente, pudemos conhecer nesta unidade os sólidos platônicos, que possuem uma característica importante que os diferencia dos demais: são sólidos convexos cujas arestas formam polígonos planos regulares congruentes. São cinco os sólidos platônicos: tetraedro, cubo, octaedro, dodecaedro e icosaedro. Vimos que a relação de Euler é muito utilizada no estudo de sólidos. Estudamos também superfícies curvas, bem como a decomposiçao delas em figuras planas. Exercícios Questão 1. (Enem, 2010) Dona Maria, diarista na casa da família Teixeira, precisa fazer café para servir as vinte pessoas que se encontram numa reunião na sala. Para fazer o café, Dona Maria dispõe de uma leiteira cilíndrica e copinhos plásticos, também cilíndricos. 8 cm 20 cm 4 cm 4 cm Figura 111 80 Unidade II Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 20 13 Com o objetivo de não desperdiçar café, a diarista deseja colocar a quantidade mínima de água na leiteira para encher os vinte copinhos pela metade. Para que isso ocorra, Dona Maria deverá: A) Encher a leiteira até a metade, pois ela tem um volume 20 vezes maior que o volume do copo. B) Encher a leiteira toda de água, pois ela tem um volume 20 vezes maior que o volume do copo. C) Encher a leiteira toda de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo. D) Encher duas leiteiras de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo. E) Encher cinco leiteiras de água, pois ela tem um volume 10 vezes maior que o volume do copo. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas Para resolvermos a questão, temos que calcular o volume dos cilindros. O volume do copinho plástico é dado por: V r h V V cmc c c= ⇒ = ⇒ =π π π. . . . 2 2 32 4 16 . O volume da leiteira é dado por: V r h V V cml l l= ⇒ = ⇒ =π π π. . . . 2 2 34 20 320 . A relação entre os volumes da leiteira e do copinho é dada por: V V V Vl c l c= = ⇒ = 320 16 20 20 π π . (o volume da leiteira é 20 vezes o volume do copinho). Então, para encher os vinte copinhos plásticos pela metade, é suficiente encher a leiteira até a metade. Sendo assim: A) Alternativa correta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é correta. B) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é incorreta. C) Alternativa incorreta. 81 Re vi sã o: L uc as - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 01 /0 2/ 20 13 / / 2ª R ev isã o: L ua nn e / C or re çã o: M ár ci o - 20 /0 2/ 2013 GEOMETRIA ESPACIAL Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é incorreta. D) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é incorreta. E) Alternativa incorreta. Justificativa: de acordo com os cálculos, a alternativa é incorreta. Questão 2. (Enem, 2010) Para construir uma manilha de esgoto, um cilindro com 2m de diâmetro e 4m de altura (de espessura desprezível) foi envolvido homogeneamente por uma camada de concreto, contendo 20 cm de espessura. Supondo que cada metro cúbico de concreto custe R$ 10,00 e tomando 3,1 como valor aproximado de π, então o preço dessa manilha é igual a: A) R$230,40. B) R$124,00. C) R$104,16. D) R$54,56. E) R$49,60. Resolução desta questão na plataforma.
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