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Microrganismos em ambientes extremos: domínio Archaea RESUMO: Os microrganismos que vivem em ambientes extremos denominam-se extremófilos e compõem o reino Archaea, classificam-se de acordo com seus respectivos habitats. Sendo classificadas em metanogênicas, hipertermófilas, halofilas e acidófilas. Existem poucos espécimes catalogados, mas compreende-se uma grande diversidade quando analisados morfologicamente e fisiologicamente. Para viverem em ambientes extremos as archaeas possuem várias adaptações metabólicas e estruturais. PALAVRAS-CHAVE: Microrganismos; Extremófilos; Procariontes. 1. Introdução O Reino Archaea possui um pequeno número de espécies procarióticas e unicelulares, geralmente microscópicas. Vivem em ambientes extremos, quase que incompatíveis com a presença de seres vivos; como em gêiseres e vulcões; lagos ácidos e altas concentrações salinas; pântanos, ou tubo digestório de determinados animais, produzindo metano. Quanto à estrutura, estes organismos podem se apresentar em forma de cocos, espiraladas, bastões, vírgulas, ou mesmo sem forma definida. A origem das arqueias se confunde com o surgimento da vida na Terra. Uma das hipóteses é que a origem da vida aconteceu ao redor de fontes hidrotermais, pois estudos demonstraram que os organismos mais ancestrais conhecidos até hoje são arqueias aquáticos. Esses organismos são capazes de sobreviver ao redor dessas fontes localizadas em solo oceânico, sendo lugares escuros com elevada pressão e temperatura, porém com energia e nutrientes abundantes. As arqueias são organismos microscópicos que apresentam uma adaptação metabólica e uma maquinaria molecular que permitem com que eles consigam sobreviver em condições extremas, as quais nenhum outro organismo conseguiria. Apresentam lipídeos de composição distinta em suas membranas e ausência de peptidioglicano em suas paredes celulares. Os lipídeos não usuais de suas membranas são encontrados em todas as arqueias e em nenhuma bactéria ou eucarioto. Estes microrganismos podem ser classificados de acordo com o seu habitat, recebendo assim a nomenclatura de metanogênicas, termófilas, acidófilas e halófitas. 2. Metodologia 2.1 Levantamento Bibliográfico Para o levantamento bibliográfico foram utilizadas a base de dados Science Direct. Além de sites e livros. 2.2 Critérios de inclusão Como critérios de inclusão, foram utilizados dados recentes, públicos a partir do ano de 2010 que continham informações das archaeas e/ou seus respectivos habitats. 2.2 Critérios de exclusão Os dados anteriores ao ano de 2010 não foram utilizados no trabalho. 3. Resultados e Discussão 3.1 Archaea Metanogênicas As Archaea metanogênicas são microrganismos anaeróbios obrigatórios, que requerem condições anóxicas de crescimento, e altamente redutoras, com potenciais de oxi-redução na ordem de 300 mV. Provavelmente, a característica mais evidente das metanogênicas está relacionada com sua especificidade de substratos para crescimento e produção de metano. Os metanogênicos apresentam metabolismo quimiorganotrófico ou autotrófico. Apesar de requererem condições fastidiosas para crescimento e anaerobiose obrigatória, esses organismos são amplamente distribuídos na natureza, sendo encontrados em diversos ambientes associados à decomposição de matéria orgânica e/ou atividades geoquímicas. As arqueas metanogênicas atuam no passo final de consórcios microbianos presentes em sedimentos aquáticos, pântanos, gêisers, interior de árvores e sistemas de tratamento de resíduos, como biodigestores anaeróbios e aterros sanitários. A bioquímica da formação de metano é encontrada apenas nas Archaea metanogênicas. 3.2 Archaea termófilas Os termófilos são, em sua maioria, anaeróbios obrigatórios, quimiorganotróficos ou quimiolitotróficos, que de alguma forma, utilizam compostos de enxofre no seu metabolismo. O estudo de uma variedade de hábitats terrestres e aquáticos resultou no isolamento de diversas espécies termófilas, com morfologia peculiar, em geral esféricas e irregulares, ou mesmo organismos com ausência de parede celular. Não são capazes de crescer em temperaturas abaixo de 45 °C. No entanto, existem microrganismos termófilo facultativo, que são microrganismos que conseguem crescer a temperaturas abaixo de 45 °C. 3.3 Archaea acidófilas As arqueas acidófilas podem ser encontradas crescendo em valores de pH abaixo de 3 e, frequentemente, em temperaturas elevadas também. Um exemplo é o gênero sulfobus, cujo pH ótimo é cerca de 2 e a temperatura ótima é acima e 70ºC. 3.4 Arqueias Halófilas Arqueobacterias halófilas, ou também conhecidas como holobacterium, pois o gênero holobacterium foi o primeiro descrito entre as arqueias halófilicas, são um grupo de arqueias que habitam ambientes com taxas extremamente elevadas de salinidade, no mínimo 1,5 M de NaCl, locais que são quase impossíveis de outros organismos sobreviverem. Vivem em regiões altamente salinas, como por exemplo, o Mar Morto no Oriente Médio e o Great Salt Lake localizado nos Estados unidos; salinas solares; entre outros ambientes com alto nível de salinidade. A maioria das espécies de haloarqueias necessitam de 2 a 4M de NaCl para seu crescimento ótimo. Precisam de uma grande quantidade de sódio, não podendo ser substituído por nenhum outro íon, nem mesmo os quimicamente relacionados, como o Potássio, que também são necessários para manter um equilíbrio osmótico. Possuem formato bacilar, cocoide ou em foma de taças, porém se tem conhecimento de holófilos com formato quadrado. E possuem vesículas de gás que permitem a flutuação em ambientes aquáticos, uma forma de manter contando com o oxigênio, pois a maiorias dos halófilos são aeróbios. Existem espécies que realizam a síntese de ATP através da luz, sem o envolvimento de clorofilas, não sendo uma fotossíntese. Apresentem outros pigmentos sensíveis à luz, incluindo os carotenoides vermelhos e alaranjados e também proteínas que estão envolvidos com a conservação de energia, a bacteriorodopsina, onde está em associação com uma molécula de retinal capaz de absolver a energia da luz e bombear o próton através da membrana citoplasmática. O retinal confere uma tonalidade púrpura à bacteriorodopsina. Portanto, em condições aeróbias as holoarqueias apresentaram uma tonalidade avermelhada e ao serem transferidas para condições com quantidade limitada de oxigênios sua tonalidade passará a ser púrpura avermelhada, à medida que sintetizam e inserem a bacteriodopsina na membrana citoplasmática. 4. Conclusão As archaeas são organismos distintos dos indivíduos dos domínios Bactéria e Eukarya. Sendo sua principal característica a capacidade de habitar ambientes extremos a vida que por muitas vezes são colonizados apenas pelas próprias archaeas. Para isso, estes microrganismos possuem características estruturais e metabólicas únicas que as tornam resistentes a estes ambientes. Bem como, tornam essenciais a presença das archaeas nestes ambientes para seu ideal crescimento e desenvolvimento. 5. Referências Arqueobactérias. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/arqueobacterias.htm> Acesso em: 02/11/2017 MADIGAN; Michael T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: ArtMed. 2016 MOISSL-EICHINGER, Christine et al. Archaea Are Interactive Components of Complex Microbiomes. Trends In Microbiology, [s.l.], p.1-16, ago. 2017. TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: ArtMed, 2010. http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/arqueobacterias.htm
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