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Quincas Borba

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➢ Ano de publicação: 1892; 
o Pertencente ao Realismo brasileiro 
(1881-1893), cuja característica mais 
marcante é o pessimismo, o ceticismo. e 
as digressões. 
➢ Gênero literário: narrativo (romance longo com 
201 capítulos curtos); 
➢ Foco narrativo: 3ª pessoa (narrador onisciente); 
o Diferentemente de Memórias Póstumas 
de Brás Cubas e Dom Casmurro, a 
narração de Quincas Borba não é 
realizada em primeira pessoa. Isso 
ocorre devido ao fato de Rubião, o 
personagem principal do livro, não ser 
um representante da elite brasileira 
(não consegue realizar uma avaliação 
histórico-social da classe burguesa 
carioca, como Brás Cubas e Bentinho 
conseguem). 
➢ Espaço: cenário urbano do Rio de Janeiro, 
principalmente. A cidade de Barbacena, em 
Minas Gerais, também é citada. 
o O Rio de Janeiro pode ser 
compreendido como a representação 
da alma exterior de Rubião, enquanto 
Barbacena, lugar de origem do 
personagem, pode ser considerada 
como a representação da alma interior 
de Rubião. 
➢ 1ª fase (fase do aprendizado): o escritor é uma 
espécie de cronista de costumes distante da 
verve crítica; 
➢ 2ª fase (fase da maturidade): o escritor abre 
espaços para as questões psicológicas, faz uma 
análise profunda e realista do ser humano, 
destacando suas vontades, necessidades, 
defeitos e qualidades → revolução ideológica 
(crítica) e formal (mudança na estética do texto) 
em comparação à primeira fase machadiana. 
➢ Visão cética acerca do ser humano (egoísmo, 
vaidade, cobiça, inveja etc.); 
➢ Tematização do adultério/triângulo amoroso, que 
existe apenas no campo simbólico; 
➢ Personagens da classe dominante (burguesia), os 
quais revelam o jogo de classes sociais, 
enfatizando a dicotomia entre aparência e 
essência. Assim, às vezes, boas ações 
escondem crueldades humanas; 
➢ Há pouca preocupação com ações em 
detrimento à construção dos dilemas 
psicológicos. Assim, o processo narrativo se dá 
com pouca ação e poucos fatos, mas de modo 
digressivo e com personagens que apresentam 
complexidade psicológica; 
➢ As obras apresentam frases curtas e incisivas, 
repletas de humor e reflexão através de 
frases irônicas e sugestivas; 
➢ As mulheres machadianas são fortes, 
dominadoras, racionais, sensuais, “dissimuladas”, 
astuciosas e adúlteras; 
➢ Tendência ao universalismo: representação 
daquilo que há de mau no ser humano; 
➢ Ironia ao culto científico por meio do 
Humanitismo; 
➢ Presença da figura do anti-herói; 
➢ Visão crítica das mais diversas situações das 
pessoas, das relações entre elas em meio aos 
padrões de comportamento como casamento, 
família, religião, amizades etc. 
 
➢ Não se sabe, objetivamente, a quem o autor se 
refere no título: seria ao filósofo Quincas Borba 
morto no início do livro ou ao cachorro 
homônimo ao filósofo?; 
➢ Talvez a melhor resposta para essa questão 
seja que o autor se refere a ambos, uma vez 
que a própria teoria do Humanitismo, defendida 
por Quincas Borba, coloca homens e animais no 
mesmo patamar de “barbárie” e “selvageria”. 
Dessa forma, o título do livro se refere tanto 
ao homem quanto ao animal, que são colocados 
no mesmo patamar pela Teoria do Humanitismo.. 
➢ O ex-professor de Barbacena é um indivíduo 
desajustado, o anti-herói do romance moderno, 
aquele que conserva a concepção romântica do 
mundo enquanto se deixa iludir pelos encantos 
do espetáculo e da glorificação e tudo faz para 
pertencer a esse mundo, mesmo que soe 
artificial; 
➢ É ingênuo (mas não puro) no trato do dinheiro, 
da filosofia, do amor, da política, e um delírio de 
grandeza afinal lhe tira o juízo, o que pode ser 
visto como uma alegoria do Brasil, embora a 
alegoria não seja evidente. 
➢ A narração se inicia a partir de reflexões de 
Rubião sobre a sua existência no Rio de Janeiro 
e sobre lembranças de sua humilde existência 
em Barbacena. Em seguida, ocorre uma 
retomada do passado do personagem; 
➢ Certo dia, em Barbacena, Quincas Borba 
explicou a Rubião a Teoria do Humanitismo; 
o Slogan da teoria: “ao vencedor, as 
batatas!”; 
o Essa teoria nasce no livro Memórias 
Póstumas de Brás Cubas e consiste em 
uma ironia à supervalorização científica 
da época. O Humanitismo é uma doutrina 
sobre a injustiça humana: a tribo mais 
forte permanece, enquanto a mais 
fraca deve ser eliminada, condição que 
expressa o princípio da conservação da 
vida, o Humanitas. Há um retorno ao 
ciclo evolutivo e seletivo da vida, em 
que, desprezadas as características 
distintivas entre homem e animal, e, por 
consequência, desprezadas as 
concepções morais e éticas, são 
salientadas as condições instintivas do 
homem. Todos os valores metafísicos, 
como a moral, fé, religião e ciência, são 
embustes para mascarar a verdadeira 
condição bárbara do homem. 
➢ Rubião e Quincas Borba passaram a ter uma 
relação de “amizade” visto o envolvimento de 
Quincas com Piedade, irmã de Rubião; 
➢ Quincas Borba resolveu ir à Corte a fim de 
“espairecer” a sua moléstia, ação realizada 
contra a vontade do médico. Antes de partir, 
Quincas Borba apareceu com um tabelião para 
confeccionar o seu testamento; 
➢ Quincas partiu e tempo depois escreve uma 
carta a Rubião dizendo ser o Santo Agostinho. 
Rubião não mostrou a carta a ninguém, temendo 
que a sociedade compreendesse a demência do 
amigo filósofo; 
➢ Brás Cubas escreve uma carta a Rubião 
informando-lhe da condição terminal de Quincas 
Borba, que faleceu sete dias após partir para o 
Rio de Janeiro; 
o Rubião recebe a notícia do falecimento 
do amigo por meio de um jornal. 
➢ Após a morte de Quincas Borba, Rubião, que 
cuidava do cachorro de seu amigo, levou-o para 
a casa da comadre Angélica; 
➢ Quando o testamento de Quincas Borba foi 
aberto, Rubião ficou surpreso, pois foi nomeado 
herdeiro universal. Todavia, no testamento havia 
uma exigência: Rubião deveria cuidar do 
cachorro Quincas Borba e, quando este último 
morresse, deveria sepultá-lo com decência e, 
com o passar do tempo, os ossos do cão 
deveriam ser depositados numa urna de 
madeira e guardados no melhor lugar da casa; 
o A partir disso, a presença de Quincas 
Borba passa a ser eterna, pois o 
cachorro Quincas Borba parece 
carregar em sua imagem a memória de 
seu dono morto. Simbolicamente, o cão 
serviria para lembrar a Rubião da teoria 
do Humanitismo. 
➢ Rubião partiu para o RJ, na estação de 
Vassouras, encontrou Sofia e o seu marido, 
Cristiano Palha. Eles conversaram no interior do 
trem, Rubião acabou dizendo que iria ao Rio de 
Janeiro a fim de resolver uma questão de 
herança; 
➢ No Rio de Janeiro, Cristiano Palha indicou a 
Rubião um advogado, o qual resolveu toda a 
demanda do inventário e se tornou um amigo 
íntimo da família Palha; 
➢ Certo dia, Palha e Sofia enviaram um convite a 
Rubião para ele vir a um evento na casa deles. O 
convite se deu por meio de uma carta enviada 
com alguns morangos (“morangos adúlteros”); 
➢ Na festa, D. Tonica percebeu certa troca de 
olhares entre Sofia e Rubião. Com isso, Sofia, 
desconfiada, foi para o jardim a fim de fugir 
dos olhares intimidativos da visitante 
casamenteira. No jardim, Rubião resolveu se 
declarar à Sofia. O pai de D. Tonica, Major 
Siqueira, foi ao jardim onde eles estavam e lá 
transmitiu ares de desconfiança sobre os dois; 
o O jardim representa o poder do homem 
sobre a natureza domesticada, ou seja, 
é um símbolo de cultura por oposição à 
natureza selvagem. No contexto do 
livro, ao ir para o jardim, Sofia tenta 
dominar o lado instintivo, carnal e sexual 
de Rubião. 
➢ Após a festa, Sofia disse ao marido que Rubião 
houvera se declarado a ela. Palha, esposo de 
Sofia, disse que ele devia certa quantia a Rubião, 
por isso não poderiam se distanciar do 
professor; 
o A partir desse momento, Sofia percebe 
que a intenção de Palha é usar Rubião 
para fazer com que eles ascendam 
econômica e socialmente.➢ Dias depois, a caminho do Jornal Atalaia, Rubião 
salva uma criança, Deolindo, de um 
atropelamento na rua da Ajuda. Dias depois, Dr. 
Camacho (político e advogado) escreve um artigo 
no Jornal Atalaia elogiando a postura de Rubião 
que ajudou uma criança na rua. Rubião que, num 
primeiro momento, pareceu não ter gostado do 
elogio, logo viu ser necessário para a sua 
imagem na Corte (mundo das aparências); 
o Segundo a Teoria do Humanitismo, o 
menino deveria ter sido atropelado 
(eliminado), uma vez que era 
considerado fraco. 
➢ Rubião se torna sócio do jornal Atalaia, de 
propriedade do Dr. Camacho; 
o Outra pessoa que tenta tirar dinheiro 
de Rubião. 
➢ Rubião voltou à casa de Sofia e lá encontrou 
Dona Maria Augusta, tia da mulher do Palha, e 
Maria Benedita, prima de Sofia; 
➢ Rubião e Palha abriram uma empresa em 
sociedade: a Palha e Cia; 
o A ausência do nome de Rubião deixa 
clara a intenção de Palha de extorqui-lo 
e apagar sua imagem. 
➢ Houve um baile na casa do Dr. Camacho, na 
ocasião, Carlos Maria (sujeito rico e muito 
vaidoso de 24 anos) lançou significativos 
galanteios à Sofia. No outro dia, Sofia acordou 
cedo a fim de admirar o mar, estava pensativa, 
se lembrava da noite anterior na presença de 
Carlos Maria; 
➢ Major Siqueira visitou Rubião em sua casa, no 
momento, o visitante tentou convencer o 
professor de Minas a se casar. Ao certo, seria 
uma tentativa de casar a sua filha D. Tonica; 
➢ D. Maria Augusta, a mãe de Maria Benedita, 
morreu; 
➢ Palha propôs a Rubião que se casasse com 
Maria Benedita, pois se tratava de uma moça 
de família, mas ele negou o possível casamento; 
➢ Sofia criou a Comissão das Alagoas com um 
suposto intuito solidário; 
o Cria essa comissão com o intuito de 
fazer uma projeção social da figura 
dela na cidade do Rio de Janeiro 
(novamente, surge a dicotomia entre 
aparência e essência). Ela contava com 
isso pois já pensava em, futuramente, 
se mudar para o bairro do Botafogo. 
➢ Rubião passou a cogitar que Sofia tinha um caso 
amoroso com Carlos Maria, uma vez que Rubião 
recebeu uma carta de Sofia e, na oportunidade, 
o portador da missiva deixou cair uma carta 
escrita por Sofia destinada a Carlos Maria. 
Rubião, obcecado pelo ciúme, brigou com Sofia e 
se referiu à carta destinada a Carlos Maria; 
➢ Palha procurava controlar todo o patrimônio de 
Rubião; 
➢ Palha e Sofia mudaram do bairro de Santa 
Teresa para o Flamengo, aspecto que confere a 
elas uma evolução econômica; 
➢ Numa festa na casa do Flamengo, Sofia 
conversou com Rubião sobre o episódio da carta. 
Ela chorou negando a insinuação de Rubião (caso 
com Carlos Maria), que, vendo as lágrimas da 
mulher, deixou de pensar na suposta relação 
dela com Carlos Maria. Nessa mesma ocasião, 
Sofia anunciou o casamento de Carlos Maria 
com Maria Benedita, que deixou Rubião em paz 
consigo; 
o Quem articulou o casamento de Carlos e 
Maria foi a D. Fernanda, prima com 
mais de trinta anos de Carlos Maria e 
dama da elite carioca. 
➢ Carlos Maria se casou com Maria Benedita e, 
meses depois, partiram para a Europa; 
➢ Palha finalizou as sociedades com Rubião 
alegando ter recebido uma interessante 
proposta de um banco; 
➢ Rubião passou a usar uma barba à maneira de 
Luís Napoleão, aspecto que lhe confere certo 
desiquilíbrio psicológico; 
o Ao pagar pelo serviço do barbeiro, 
Rubião lhe entrega uma quantia 
exorbitantemente maior do que a 
necessária, o que também confere-lhe 
o desequilíbrio psicológico. 
➢ Em um quadro de desiquilíbrio, Rubião entrou na 
carruagem onde Sofia estava e falou inúmeros 
impropérios à mulher; 
➢ D. Fernanda passa a sugerir à Sofia e seu 
marido que eles deveriam internar Rubião em 
uma clínica de tratamento, mas estes apenas a 
ignoram; 
➢ À medida que Palha e Sofia ascendem 
econômica e socialmente, passando do bairro de 
Santa Teresa ao bairro de Botafogo, por outro 
lado, o Major Siqueira e sua filha (D. Tonica) 
passam a viver num local ainda mais periférico 
do que aquele onde moravam no início do livro; 
o Essa marginalização do Major Siqueira 
representa o pensamento republicano 
que começa a crescer no país, que, 
diferentemente da monarquia, deixa de 
cultuar a imagem do militar no país. 
➢ A partir daí, Rubião perde por completo as 
faculdades mentais, andando pelas ruas feito 
louco. Nesse contexto, houve um dia em que 
uma turma de crianças seguiram Rubião pela 
rua da Ajuda. Uma das crianças presentes foi 
um menino que Rubião salvou de um 
atropelamento (Deolindo); 
➢ Diante da pressão social, principalmente por 
parte de D. Fernanda sobre Cristiano Palha, 
Rubião é internado na casa de saúde, local de 
onde fugiu antes da conclusão do tratamento. 
Ao fugir, ele volta a Barbacena com o seu 
cachorro, Quincas Borba; 
➢ Dias depois, Rubião morre repetindo: “ao 
vencedor, as batatas”. Quincas Borba, o 
cachorro, três dias depois foi encontrado morto 
na rua.

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