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A Profissão de Perito Contador

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A profissão de Perito-Contador
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V
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3
2/182
A profissão de Perito-Contador
Autor: André Roberto Cillo
Como citar este documento: CILLO, André Roberto. A profissão de Perito-Contador. Valinhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Características do profissional perito-contador 04
Unidade 2: Deveres e direitos do perito 26
Unidade 3: Independência, impedimentos e suspeição 47
Unidade 4: Responsabilidades do perito 70
2/182
Unidade 5: Zelo profissional 93
Unidade 6: A prestação de esclarecimentos – obrigatório 116
Unidade 7: Formulação de quesitos 140
Unidade 8: Apresentação da proposta de honorários e execução 160
3/182
Apresentação da Disciplina
Nesta disciplina, iremos estudar e analisar 
as características do profissional que exer-
ce a função de perito, sua responsabilidade 
e o zelo profissional necessário na realiza-
ção dos trabalhos, bem como os honorários 
profissionais a que tem direito.
Dentre os vários objetivos deste curso, po-
demos destacar, em especial, três deles: 
compreender as características do profis-
sional perito-contador; saber quem pode 
exercer a função de perito-contador e como 
ele é remunerado; estudar os preceitos éti-
cos da profissão e a responsabilidade social 
envolvida.
O conteúdo está amparado pelos artigos 
464 a 480 do CPC – Código de Processo Ci-
vil, que tratam da Perícia Judicial, e pela NBC 
PP 01, de 19/03/2015, Norma Brasileira de 
Contabilidade que trata do perfil profissio-
nal do Perito Contador. O CPC trata da Perí-
cia Judicial e determina as normas a serem 
seguidas por todos os Peritos Judiciais, de 
todas as áreas do conhecimento humano, 
enquanto a NBC PP 01 trata das normas a 
serem seguidas pelos profissionais da con-
tabilidade quando exercerem a função de 
perito contador.
4/182
Unidade 1
Características do profissional perito-contador
Objetivos
No estudo das características do profissional perito-contador, trataremos três tópicos, que 
podemos resumir como sendo:
1. A competência profissional que se espera do Perito.
2. A missão do Perito como auxiliar da Justiça.
3. As qualidades pessoais do Perito no serviço à comunidade.
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador5/182
Introdução
De acordo com a NBC PP 01 2015, Norma Brasileira de Contabilidade que estabelece critérios 
inerentes à atuação do contador que atua na perícia contábil, perito é o contador, regularmente 
registrado no Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pes-
soal, devendo ser profundo conhecedor da matéria periciada, por suas qualidades e experiências.
Perito oficial, ou perito judicial, é o profissional investido na função por lei e pertencente a órgão 
especial do Estado destinado, exclusivamente, a produzir perícias e que exerce a atividade por 
profissão. O perito judicial é o profissional nomeado pelo juiz para o exercício da perícia contábil.
O perito assistente, também chamado de assistente técnico, é o profissional contratado e in-
dicado pela parte em perícias contábeis, o qual tem a função de acompanhar os trabalhos do 
Perito Judicial e auxiliar quem o contratou na elaboração de quesitos a serem respondidos pelo 
perito judicial, bem como analisar o laudo pericial por ele apresentado.
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador6/182
Para saber mais
O item 8 da NBC PP 01 estabelece que “a indicação ou a contratação de perito-assistente ocorre quan-
do a parte ou a contratante desejar ser assistida por contador, ou comprovar algo que dependa de co-
nhecimento técnico-científico, razão pela qual o profissional só deve aceitar o encargo se reconhecer 
estar capacitado com conhecimento suficiente, discernimento, com irrestrita independência e liberda-
de científica para a realização do trabalho”.
Tanto o perito judicial quanto o perito assistente devem obedecer à NBC PP 01, além de seguir 
as normas previstas no Código de Ética Profissional do Contador (Resolução CFC nº 803/96), na 
NBC PG 100 (Aplicação Geral aos Profissionais da Contabilidade) e na NBC PG 200 (contadores 
que prestam serviços), naqueles aspectos não abordados por essa norma.
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador7/182
Link
A Norma Brasileira de Contabilidade NBC PP, que 
regulamenta a atividade de perito contador, está 
disponível no site do Conselho Federal de Conta-
bilidade. 
1. A competência profissional 
que se espera do perito
1.1 O que é perícia
Perícia ou prova pericial é um dos meios que 
as pessoas naturais e jurídicas têm à sua 
disposição para se defender ou exigir direi-
tos em litígios judiciais. Esse direito é ga-
rantido pela Constituição Federal e tem por 
objetivo garantir ao cidadão o pleno gozo 
de seus direitos.
A aplicação da prova pericial pelo Judiciário 
é adotada quando, no decorrer de uma lide, 
é necessária a produção de prova técnica, ou 
seja, quando os fatos alegados pelas partes 
são de natureza científica ou artística. Nes-
ses casos, o magistrado precisa da opinião 
técnica de um especialista, o perito.
Na conceituação de Alberto (2012, p. 3), 
“perícia é um instrumento especial de cons-
tatação, prova ou demonstração, científica 
ou técnica, da veracidade de situações, coi-
sas ou fatos”. Judicialmente, o laudo peri-
cial é uma prova altamente valorizada, mui-
tas vezes superior a algumas outras provas 
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador8/182
(o testemunho, o documento etc.), porque 
representa a afirmação ou a opinião funda-
mentada científica ou tecnicamente.
Nas lições do mestre Francisco D’Auria, ci-
tado por Alberto (2012), aprendemos que 
perícia requer experiência e conhecimento. 
Função pericial é aquela em que uma pes-
soa conhecedora e experiente em matérias 
específicas examina registros e documen-
tos que deram origem a fatos, reportando 
sua autenticidade e opinando sobre suas 
causas, essência e efeitos na coisa em lide. 
Sua aplicação se faz por incumbência direta 
ou indireta dos interessados ao especialista, 
para que esse examine e opine com relação 
a um caso predeterminado. A perícia origi-
na-se no interesse de pessoas litigantes, no 
interesse da justiça e no interesse público.
Para saber mais
O artigo 464 do CPC determina que “a prova peri-
cial consiste em exame, vistoria ou avaliação” e o 
artigo 465 determina que “o juiz nomeará perito 
especializado no objeto da perícia e fixará de ime-
diato o prazo para a entrega do laudo”. Os artigos 
464 a 480 do CPC trata dos procedimentos a se-
rem obedecidos pelos Peritos.
Num processo judicial, uma das questões 
mais importantes é a prova. Não basta que 
as partes aleguem e reclamem por direitos; 
é preciso prová-los. É importante transfor-
mar os fatos alegados em certeza jurídica, 
e isso, muitas vezes, é realizado pela prova 
pericial. Segundo alguns juristas, a prova é 
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador9/182
a essência de um processo.
A prova é a somatória dos fatos produtores da convicção, apurados no processo. A convicção do 
magistrado vai sendo formada à medida que as alegações e os fatos trazidos aos autos vão sen-
do confirmados e provados. Alguns fatos são evidentes, notórios, de domínio público. De fato, o 
que é notório, desnecessário é provar; no entanto, não o são suas consequências, que necessi-
tam ser confirmadas.
Portanto, durante o processo judicial, se os fatos alegados pelas partes versarem sobre questões 
de natureza técnica, ou se a contestação dos fatos versarem sobre esse tema, o juiz deverá soli-
citar a produção de prova técnica, em nosso caso a prova pericial contábil.
A função principal da prova pericial é a de transformar os fatos relativos à lide, de natureza téc-
nica ou científica, em verdade formal, em certeza jurídica. A verdade real só é conhecida pelas 
partes envolvidas e pelas testemunhas oculares, mas ao juiz interessa a verdade formal, aquela 
que se pode provar. Assim, adquirida a certeza jurídicasobre os fatos da causa, pode o magis-
trado aplicar a lei correspondente.
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador10/182
Para saber mais
O §1o do artigo 464 do CPC determina que “o juiz indeferirá a perícia quando I - a prova do fato não 
depender de conhecimento especial de técnico; II - for desnecessária em vista de outras provas produ-
zidas; III - a verificação for impraticável”. Isso significa que cabe ao magistrado a decisão de nomear ou 
não um perito, pois, ainda que as partes solicitem a realização da Perícia, ela só será realizada se o juiz 
entender ser necessário.
O exame pericial tem por objetivo gerar in-
formação fidedigna, pois origina-se da ne-
cessidade de ajudar o judiciário a resolver 
conflito de interesses, controvérsia entre 
litigantes, e o trabalho do perito é requisi-
tado pelas partes ou pelas autoridades ju-
diciárias a auxiliar neste trabalho. A perícia, 
portanto, tem um aspecto social, que é a 
função de auxiliar a justiça.
A perícia, no aspecto técnico, requer um 
profissional com integral conhecimento da 
matéria, cujo exame e relato baseiam-se 
nos princípios contábeis e conhecimentos 
correlatos, como administração, economia, 
direito, matemática, entre outros.
A primeira condição para um julgamento é a 
apuração exata dos fatos e o conhecimento 
preciso das causas que deram origem ao li-
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador11/182
tígio. Os magistrados são doutos em direito, 
mas não se pode pretender que sejam ex-
perts em qualquer assunto. Por isso, quando 
a apuração dos fatos depende de conhe-
cimento técnico especializado, o judiciário 
se vale dos conhecimentos de especialistas 
em cada assunto.
Há casos em que a matéria a ser julgada 
precisa ser esclarecida e certificada por pro-
fissionais que mereçam inteira fé, nos as-
pectos técnico, moral e científico. A perícia 
é uma das provas admitidas pela legislação, 
sendo que o parecer técnico do profissional 
é de suma importância para a elucidação de 
casos.
A perícia judicial tem uma forma solene 
porque é determinada pelo juiz e é sujeita a 
ritos judiciais estabelecidos pela lei. O peri-
to é nomeado pelo juiz e assume o compro-
misso de cumprir, de forma escrupulosa, o 
encargo que lhe foi confiado.
A perícia tem meios de informar e esclare-
cer o julgador, de forma a auxiliá-lo em suas 
decisões. A responsabilidade que pesa so-
bre os ombros do juiz é repartida com a do 
perito que o auxiliou, que o certificou das 
causas e fatos através do laudo pericial. A 
parcela de responsabilidade que cabe ao 
perito tem como garantia suas qualidades 
de especialista, bem como suas qualidades 
éticas e morais. 
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador12/182
1.2 Quem pode exercer a função 
de perito – A escolha do perito 
contábil
No aspecto profissional, de natureza con-
tábil, é o contador, bacharel em Ciências 
Contábeis, quem pode exercer a função de 
perito contador. O contador deve reunir 
os conhecimentos sólidos da disciplina e 
orientar seus trabalhos pela ética. O conta-
dor é profissional de fé pública e sua função 
é tanto mais complexa quanto maior for a 
soma de interesses em jogo, assumindo ele 
a responsabilidade de suas afirmações que 
são, afinal, ponto de apoio para decisões de 
autoridades judiciárias e para a solução de-
finitiva de litígios, às vezes de importância 
capital na aplicação da justiça.
A escolha do perito judicial é feita pelo ma-
gistrado, que nomeia, para exercer tão im-
portante função, profissional de sua con-
fiança. A decisão da realização da perícia é 
do juiz, mas uma das partes poderá requerer 
a realização, quando julgar que a prova a ser 
realizada pelo exame pericial será impor-
tante para a elucidação dos fatos em litígio. 
No entanto, mesmo sem pedido das partes, 
o magistrado pode decidir pela realização 
da perícia. Em qualquer dos casos, a deci-
são pela realização da perícia cabe sempre 
ao juiz, bem como o profissional a ser indi-
cado para tal tarefa.
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador13/182
Link
O Código de Processo Civil – CPC, Lei nº 
13.105/2015, está disponível na íntegra no site 
do Planalto, e os artigos 464 a 480 tratam da Pe-
rícia e do Perito. 
1.3 Quem é o perito
A lei processual chama de perito aquele que 
é nomeado por iniciativa do juiz. Depois da 
nomeação do perito, as partes podem in-
dicar assistente técnico. O perito nomeado 
pelo juiz é o perito judicial, profissional de 
confiança do magistrado, cujo laudo irá au-
xiliar o judiciário na solução da lide. O as-
sistente técnico é o perito de confiança da 
parte, indicado e pago por essa, e que irá 
acompanhar o trabalho do perito judicial. 
Após a apresentação do laudo pericial por 
parte do perito judicial, o assistente técnico 
poderá apresentar seu parecer pericial, bem 
como ajudar quem contratou seus serviços 
na contestação do laudo judicial, direito que 
cabe às partes.
A perícia é um exercício de cidadania, já 
que, ao dispor e ordenar direitos de outrem, 
o perito tem o dever de fazê-lo com total 
isenção de ânimo. O perito deve despir-se 
de todos os preconceitos para ofertar aos 
cidadãos a garantia de um serviço tecnica-
mente perfeito e moralmente isento e justo. 
Dessa forma, sendo a perícia uma institui-
ção da justiça, que atua sobre o direito de 
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador14/182
pessoas e coletividades, tem o perito o dever de bem servir.
1.4 Perfil profissional
Já podemos, a essa altura do estudo, ter uma ideia de quais características devem compor o per-
fil profissional daqueles que atuam na perícia, quais sejam, as duas formas de excelência que 
encontramos na definição de Aristóteles, encontrada nas lições de Alberto (2012): a excelência 
moral (honestidade, moderação, equidade etc.) e a excelência intelectual (inteligência, conhe-
cimento, discernimento etc.). Essas virtudes demonstrarão a consciência do perito diante dos 
conflitos sobre os quais dissertará, de forma equilibrada, executando com perfeição o encargo 
do qual está investido.
Nas palavras do jurista Moacyr Amaral Santos, citado por Ornelas (2011, p.34), o perito
é uma pessoa que, pelas qualidades especiais que possui, geralmente de 
natureza científica ou artística, supre as insuficiências do juiz, no que tan-
ge à verificação ou apreciação daqueles fatos da causa que para tal exijam 
conhecimentos especiais ou técnicos.
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador15/182
Glossário
CFC: Conselho Federal de Contabilidade.
NBC: Norma Brasileira de Contabilidade.
LITÍGIO: Conflito de interesses, divergência, desavença.
LIDE: conflito de interesses tratado numa ação judicial.
Questão
reflexão
?
para
16/182
O item 18 da NBC PP 01 determina que “o perito deve 
conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissio-
nais e legais às quais está sujeito no momento em que 
aceita o encargo para a execução de perícias contábeis 
judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral”. No seu en-
tendimento, quais são as responsabilidades atribuídas 
ao perito contador por essa norma?
17/182
Considerações Finais
Como se vê, o perito deve possuir conhecimento geral e contábil profundo, que 
lhe permitam colaborar com o magistrado na verificação dos fatos contábeis 
objetos da lide, de modo a auxiliar na busca da verdade.
Além dessas qualidades, deve o perito ter uma postura crítica, aceitando como 
verdadeiro aquilo que é evidente e comprovado, e somente afirmar aquilo que 
pode ser confirmado com fundamentos técnicos e embasado em documentos.
Nas palavras do mestre Francisco D’Áuria, citado por Ornelas (2011, p.35), 
“o perito não deve se arrecear de fazer afirmações que contrariem interesses 
alheios, porquanto ele nada inventa ou imagina, limitando-se a reportar coisas 
e fatos autênticos e opinando, sempre, com integral imparcialidade”.
Unidade 1 • Características do profissional perito-contador18/182
ReferênciasALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias et al. Perícia contábil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
NEVES, Antonio Gomes das. Curso de perícia contábil. 3. ed. São Paulo: LTR, 2012.
ORNELAS, Martinho M. G. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
19/182
1. Quem escolhe o perito judicial é:
a) o juiz;
b) o requerido;
c) o juiz, ouvidos os advogados das partes;
d) o requerente;
e) o perito-assistente.
Questão 1
20/182
2. A principal função da prova pericial é:
a) prestar esclarecimentos;
b) transformar os fatos relativos a lide em verdade formal;
c) responder aos quesitos elencados no Saneador;
d) apresentar os interesses das partes envolvidas no litígio;
e) liquidar a sentença judicial.
Questão 2
21/182
3. A perícia contábil, tanto a judicial como a extrajudicial:
a) pode ser exercida, em determinadas condições, pelo técnico em contabilidade;
b) é de competência exclusiva dos profissionais de contabilidade;
c) pode ser exercida por todos os contabilistas registrados em Conselho Regional de Contabi-
lidade;
d) é de competência exclusiva de contador;
e) pode ser realizada por qualquer pessoa portadora de diploma de curso superior.
Questão 3
22/182
4. A indicação do assistente técnico é feita:
a) pelo juiz
b) pela promotoria
c) pelo perito contábil
d) pelo empresário
e) pelas partes
Questão 4
23/182
5. A prova pericial é considerada:
a) a somatória dos fatos produtores e não produtores de convicção, apurados no processo;
b) a somatória dos fatos produtores de convicção, apurados no processo;
c) um dos elementos que compõem a somatória dos fatos produtores de convicção, apurados 
no processo;
d) a principal prova em qualquer ação judicial;
e) a prova produzida pelas partes.
Questão 5
24/182
Gabarito
1. Resposta: A.
O perito judicial é nomeado pelo juiz, sem 
ouvir as partes, haja vista que se trata de 
pessoa de confiança do Magistrado.
2. Resposta: B.
Verdade formal é aquela que pode ser pro-
vada. Para que o Magistrado forme sua con-
vicção em relação aos fatos da lide, ele irá 
considerar todas as provas colocadas à sua 
disposição. Portanto, a função da prova é 
transformar os fatos em realidade formal.
3. Resposta: D.
Somente os contadores podem exercer a 
função de peritos na área contábil. Conta-
dores são os bacharéis em Ciências Con-
tábeis devidamente inscritos no Conselho 
Regional de Contabilidade de seu Estado de 
atuação.
4. Resposta: E.
Os peritos assistentes são contratados e pa-
gos pelas partes de uma ação judicial, sem-
pre que desejarem ter o acompanhamento 
do trabalho do perito judicial por um espe-
cialista da área. As partes não são obrigadas 
a contratar Perito Assistente.
25/182
Gabarito
5. Resposta: C.
A prova pericial é considerada um dos ele-
mentos que compõem a somatória dos fa-
tos produtores de convicção, apurados no 
processo, haja vista que existem outras for-
mas de prova, tais como depoimento pes-
soal das partes, testemunhas e documen-
tos.
26/182
Unidade 2
Deveres e direitos do perito
Objetivos
No estudo dos deveres e direitos do pe-
rito, trataremos, em especial, de dois as-
pectos, que podemos resumir como sen-
do:
1. Obrigações do perito
2. Direitos do perito
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito27/182
Introdução
Neste tema, estudaremos os deveres e di-
reitos do perito, e para essa tarefa traremos 
à apreciação as normas contidas no CPC e 
na Norma Brasileira de Contabilidade NBC 
PP 01 de 2015.
Link
Normas brasileiras de Contabilidade – Perícia 
Contábil – NBC TP 01 e NBC PP 01. 
1. Deveres do perito 
O exercício da função de perito judicial en-
volve deveres e direitos que devem ser ob-
servados pelo perito. Trataremos, a seguir, 
dos deveres do perito, elencando e comen-
tando um a um, bem como o dispositivo le-
gal a ele pertinente.
1. O perito tem o dever de cumprir o 
ofício no prazo que lhe designar o 
juiz, empregando toda sua diligência, 
podendo escusar-se do encargo ale-
gando motivo legítimo (CPC art. 157). 
São motivos legítimos:
a. Aqueles que o tornem inapto para 
determinada perícia, por ausência 
de conhecimento técnico específi-
co que o caso requer: nenhum pro-
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito28/182
fissional tem domínio sobre todas as questões relacionadas às áreas em que atua, razão 
pela qual o perito pode se deparar com uma ação que trate de algum assunto sobre o 
qual não tem conhecimentos suficientes para realizar a perícia e tem o direito de recusar 
a nomeação, justificando-se perante o juiz;
b. Aqueles aplicáveis à suspeição e impedimentos do juiz, devendo considerar-se, ainda, 
que a ninguém é dado eximir-se de colaborar para que a verdade venha aos autos. O 
perito judicial deve declarar-se suspeito quando, após nomeado ou escolhido, verificar 
a ocorrência de situações que venham suscitar suspeição em função da sua imparciali-
dade ou independência e, dessa maneira, comprometer o resultado do seu trabalho em 
relação à decisão. Os impedimentos e suspeições do juiz estão previstos nos artigos 144 
a 146 do CPC. Em relação ao Perito, o artigo 148, II, do CPC, reza que “aplicam-se os mo-
tivos de impedimento e de suspeição aos auxiliares da justiça”, e o artigo 467 determina 
que “o perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição”, ou seja, 
pode recusar a nomeação para a realização da perícia;
c. A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da sus-
peição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. 
Essa é a determinação do CPC em seu artigo 157, §1º, e isso significa que o perito deve 
apresentar sua manifestação de liberação do encargo no prazo máximo de 15 dias a 
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito29/182
partir da data em que tomar ciên-
cia de sua nomeação.
d. É importante ressaltar que a fun-
ção pericial não é um cargo para 
o qual o profissional deve ou não 
aceitar considerando apenas seus 
interesses, de atuação e remune-
ração, pois a perícia é um encargo 
de serviço à sociedade, de auxiliar 
da justiça, e, como tal, se constitui 
em um dever de excelência técnica.
2. Dever de comprovar sua habilitação: 
os peritos serão nomeados entre os 
profissionais legalmente habilitados 
nos órgãos técnicos ou científicos, e 
devidamente inscritos em cadastro 
mantido pelo tribunal ao qual o juiz 
está vinculado, de acordo com o arti-
go 156, §1º, do CPC. Os peritos devem 
manter seus registros ativos nos Con-
selhos de Classe e devem comprovar 
essa condição ao se cadastrar nos 
Cartórios de cada Vara a que se vincu-
lar, na Justiça Federal, Trabalhista ou 
Cível.
Link
O Conselho Federal de Contabilidade instituiu um 
Cadastro Nacional de Peritos Contábeis por meio 
da Resolução CFC n.º 1.502 , de 19 de fevereiro de 
2016, tendo o objetivo de oferecer ao judiciário e 
à sociedade uma lista de profissionais qualifica-
dos que atuam como peritos contábeis. 
http://cfc.org.br/wp-content/uploads/2016/03/Res_1502.doc
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito30/182
O Código Civil de 2015, que entrou em vigor em março de 2016, determinou a criação de um ca-
dastro de peritos e os juízes deverão consultar esse cadastro para a nomeação dos profissionais 
a serem chamados para os trabalhos periciais.
Para saber mais
Conforme o §2o do artigo 156 (CPC, 2015), “para formação do cadastro, os tribunais devem realizar 
consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de gran-
de circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à 
Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos 
técnicos interessados”.
3. Dever de respeitar os prazos: o Código de Processo Civil, em seu artigo 157, é expresso 
neste sentido, pois determina que “o Perito tem odever de cumprir o ofício no prazo que 
lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência”, ou seja, aceito o encargo, o perito 
deve envidar todos os esforços para cumprir o ofício, pois o andamento do processo e a 
solução da lide dependem da realização do trabalho pericial. Somente em situações excep-
cionais pode o perito deixar de cumprir o prazo estabelecido pelo magistrado, e o pedido de 
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito31/182
prorrogação do prazo deve ser proto-
colado com as devidas justificativas, 
haja vista a importância do laudo pe-
ricial para a resolução de conflitos no 
judiciário.
4. Dever de lealdade: nesse contexto, 
ser leal significa ser correto, honesto, 
verdadeiro. O perito tem o dever de 
prestar somente informações verda-
deiras, agindo com lealdade para com 
os usuários de seus serviços. Esse de-
ver decorre da interpretação do artigo 
158 do CPC, que estabelece penali-
dades ao Perito caso preste informa-
ções inverídicas em seu laudo pericial, 
obrigando o expert a uma conduta leal 
para com os usuários de seus serviços.
5. Dever de cumprir escrupulosamente 
o encargo: essa obrigação, determi-
nada pelo artigo 466 do CPC, deve re-
fletir a prudência do profissional, que 
deve agir para o bem e para a verdade, 
com toda dedicação e dentro da ética 
profissional, para que o laudo reflita a 
imparcialidade do perito. Deve o pe-
rito sempre agir para o bem e para a 
verdade, agindo com todo o cuidado, 
dedicação e bom senso, para que a 
verdade prevaleça e a justiça seja fei-
ta. 
6. Dever de prestar os esclarecimentos: 
após a apresentação do laudo pericial, 
as partes podem ainda ter dúvidas a 
respeito das questões apresentadas 
ao perito. Nesses casos, deve o perito 
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito32/182
atender a todo pedido de esclarecimento feito pelas partes, desde que respeitadas as for-
malidades legais.
Considerando que o objetivo da perícia é buscar a verdade, ou seja, oferecer ao magistrado ele-
mentos que o ajudem a chegar à veracidade dos fatos, o esclarecimento do perito, do ponto de 
vista técnico, é dever inerente à própria finalidade pericial. O esclarecimento pode ser solicitado 
por escrito, através de laudo complementar, ou pode o perito ser chamado a prestar esclareci-
mentos em audiência.
Para saber mais
O §2º do artigo 477 (CPC, 2015) determina que “o perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) 
dias, esclarecer ponto (a) sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do 
órgão do Ministério Público, e (b) divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte”. O 
§3º do mesmo artigo reza que, “se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao 
juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julga-
mento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos”.
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito33/182
7. Dever de cumprir e fazer cumprir as 
Normas Técnicas e Profissionais de 
Perícia: deve o profissional conhecer 
as normas técnicas da profissão e se-
gui-las no exercício profissional, bem 
como as recomendações de conduta 
técnica e ética obrigatórias para os 
contadores.
A NBC PP 01 determina, em seu item 1, que 
a norma estabelece critérios inerentes à 
atuação do contador na condição de perito, 
ou seja, obriga tanto o Perito Judicial quan-
to o Perito Assistente a seguirem as deter-
minações constantes na NBC.
A NBC TP 01 determina, em seu item 1, que 
a norma estabelece regras e procedimen-
tos técnico-científicos a serem observados 
pelo perito, quando da realização de perícia 
contábil, no âmbito judicial, extrajudicial, 
mediante o esclarecimento dos aspectos e 
dos fatos do litígio por meio de exame, vis-
toria, indagação, investigação, arbitramen-
to, mensuração, avaliação e certificação.
2. Direitos do perito 
O perito tem também direitos que devem ser 
respeitados, tanto pelo magistrado quanto 
pelas partes e seus advogados. Estudare-
mos, então, alguns dos direitos do perito.
1. Direito de escusar-se do encargo 
por motivo legítimo: conforme já vi-
mos nos itens relativos aos deveres, o 
perito pode, quando tiver motivos le-
gítimos, seja do ponto de vista técnico 
ou do ponto de vista ético, escusar-se 
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito34/182
do encargo, cuja previsão encontra-
-se no artigo 157 do CPC.
2. Direito à prorrogação de prazo para 
realizar o trabalho: quando o peri-
to, por motivo justificado, não puder 
fazer a entrega do laudo pericial no 
prazo estabelecido pelo magistrado, 
pode pedir prorrogação do prazo para 
fazê-lo.
Determina o artigo 476 do CPC que “se o 
perito, por motivo justificado, não puder 
apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz 
poderá conceder-lhe, por uma vez, prorro-
gação pela metade do prazo originalmente 
fixado”.
No entanto, tal pedido deve ser feito for-
malmente ao juiz que o nomeou e deve estar 
fundamentado, ou seja, deve estar acom-
panhado das razões do pedido.
É importante ressaltar que o pedido de pror-
rogação de prazo deve, preferencialmente, 
ser solicitado ao magistrado antes de ven-
cido o prazo para a conclusão e entrega do 
laudo pericial, pois o pedido feito após ven-
cido o prazo pode dar a falsa impressão de 
falta de zelo do profissional.
Por outro lado, quando o pedido é feito an-
tecipadamente ao vencimento do prazo e é 
bem fundamentado, podem os juízes con-
ceder até mais de uma prorrogação, quando 
se tratar de interesse processual.
3. Direito à pesquisa de fontes docu-
mentais e testemunhais: para bem 
cumprir o encargo a que lhe foi con-
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito35/182
ferido, pode o perito realizar diligências necessárias ao esclarecimento da verdade a ser 
expressa no laudo, ou seja, buscará todas as fontes, informativas ou documentais, para 
elaborar a peça pericial. Tal prerrogativa, entretanto, deve ser usada com prudência, nos 
limites da função e do processo, com toda seriedade e discrição.
O §3º do artigo 473 do CPC reza que
para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos po-
dem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obten-
do informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, 
de terceiros ou em repartições públicas.
4. Direito a honorários: tem o perito direito a receber honorários, em contraprestação ao 
trabalho realizado, pois decorre do princípio de que a cada trabalho deve ter uma remu-
neração correspondente, já que ninguém pode ser obrigado a trabalhar sem remuneração, 
salvo em situações especiais admitidas em lei.
O perito judicial receberá seus honorários nos autos do processo, cujo valor será pago 
pelas partes, de acordo com a determinação do magistrado. O perito assistente receberá seus 
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito36/182
Para saber mais
O artigo 95 do CPC determina que “cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que hou-
ver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando 
a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes”. O §1ºdo mesmo artigo reza que 
“o juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento dos honorários do perito deposite 
em juízo o valor correspondente”.
honorários diretamente da parte que o contratou.
Glossário
Superveniente: subsequente.
CNPC: Cadastro Nacional de Peritos Contábeis
CPC: Código de Processo Civil
Questão
reflexão
?
para
37/182
Um perito é chamado a realizar uma perícia judicial em 
que a principal questão a ser solucionada pelo laudo pe-
ricial se refere a cálculos dos juros e encargos financei-
ros cobrados num contrato de empréstimo a um corren-
tista de um banco. Ocorre que o perito não tem domínio 
de cálculos financeiros, não é um expert em matemática 
financeira. O perito deve aceitar a nomeação do juiz?
38/182
Considerações Finais
Como vimos, no exercício da profissão o perito tem deveres, quedevem 
ser respeitados pelos magistrados e pelas partes envolvidas na lide, e 
direitos, que devem ser respeitados pelo perito para evitar que ele seja 
condenado a cumprir penalidades civis e criminais a que estará sujeito, 
caso deixe de cumprir suas obrigações no exercício da profissão, espe-
cialmente se cometer algum ato ilícito.
A perícia é um exercício de cidadania, já que, ao dispor e ordenar direitos 
de outrem, o perito tem o dever de fazê-lo com total isenção de ânimo. 
O perito deve despir-se de todos os preconceitos para ofertar aos ci-
dadãos a garantia de um serviço tecnicamente perfeito e moralmente 
isento e justo. Dessa forma, a perícia é uma instituição da justiça, que 
atua sobre o direito de pessoas e coletividades, e tem o perito o dever de 
bem servir.
Unidade 2 • Deveres e direitos do perito39/182
Referências 
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias et al. Perícia contábil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
NEVES, Antonio Gomes das. Curso de perícia contábil. 3. ed. São Paulo: LTR, 2012.
ORNELAS, Martinho M. G. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
40/182
1. Segundo o que foi estudado, não é direito do perito contábil:
Questão 1
a) Pedir prorrogação de prazos;
b) Solicitar documentos e informações às partes; 
c) Rejeitar a causa por motivo justificado;
d) Receber honorários pelos serviços realizados;
e) Praticar as atividades sem o registro no Conselho Regional de Contabilidade.
41/182
Questão 2
2. O uso de diligências para pesquisa de fontes e documentos é direito do 
perito e deve ser utilizado:
a) Em todos os processos onde for requerida a perícia, independente do objeto da lide;
b) Com prudência, nos limites da função e do processo, com toda seriedade e discrição;
c) Em todos os processos onde for requerida a perícia, independente do objeto da lide, exceto 
em pericias contábeis;
d) Somente em processos criminais;
e) Somente com autorização judicial.
42/182
3. Quando há impossibilidade no cumprimento do prazo para realização da 
perícia, deve-se:
Questão 3
a) Abdicar da perícia, comunicando tal desistência em audiência;
b) Solicitar às partes, por escrito, nova data para entregar o laudo;
c) Antes de vencido o prazo, requerer prazo suplementar, sempre por escrito;
d) Entregar o laudo da perícia, ainda que não concluída;
e) Solicitar ajuda do perito-assistente
43/182
4. Para escusar-se de uma nomeação para a realização de uma perícia, é consi-
derado um motivo legítimo:
Questão 4
a) Estar trabalhando em outra perícia para o mesmo juiz;
b) Estar trabalhando como perito-assistente em outra ação;
c) Ter relação direta com uma das partes;
d) Ter relação de trabalho com os peritos-assistentes;
e) Estar sobrecarregado com outras funções profissionais.
44/182
5. Em relação aos honorários pela realização da perícia:
Questão 5
a) O perito não tem direito por se tratar de uma atividade auxiliar à justiça;
b) O perito-assistente tem seus honorários determinados pelo juiz;
c) O perito judicial tem seus honorários determinados pelo juiz;
d) Perito judicial e perito-assistente têm seus honorários determinados pelo juiz;
e) O perito judicial recebe seus honorários diretamente das partes.
45/182
Gabarito
1. Resposta: E.
Nenhum profissional da contabilidade pode 
exercer sua atividade sem o devido registro 
no CRC e isso também se aplica ao Perito, 
que deve ter o registro de Bacharel em Ciên-
cias Contábeis ter registro regular no CRC.
2. Resposta: B.
O uso de diligências é direito do perito e deve 
ser utilizado em todos os processos onde for 
requerida a perícia, independente do obje-
to da lide, e que seja necessária a pesquisa 
de informações e documentos, mas esse di-
reito deve ser utilizado com prudência, nos 
limites da função e do processo, com toda 
seriedade e discrição.
3. Resposta: C.
Quando há impossibilidade no cumprimen-
to do prazo para a realização da perícia, 
deve o perito dirigir-se ao juiz e requerer 
prazo adicional. Contudo, deve tomar essa 
providência antes de vencido o prazo, sem-
pre por escrito.
4. Resposta: D.
Para escusar-se de uma nomeação para a 
realização de uma perícia, é considerado 
um motivo legítimo ter relação direta com 
uma das partes, pois ter relação comercial 
com outros peritos e estar trabalhando em 
outras ações não é motivo para a renúncia a 
uma nomeação.
46/182
Gabarito
5. Resposta: C.
Mesmo considerando que se trata de um 
trabalho de auxílio à justiça, tem o perito di-
reito ao recebimento de uma remuneração. 
No entanto, o perito judicial tem seus ho-
norários estabelecidos pelo juiz, enquanto 
o perito assistente recebe seus honorários 
diretamente da parte que o contratou.
47/182
Unidade 3
Independência, impedimentos e suspeição
Objetivos
No estudo da independência, impedimento e suspeição, trataremos das condições de trabalho 
do perito quanto à impossibilidade de interferência de terceiros na realização de seu trabalho, 
bem como das situações em que o profissional não deverá aceitar o trabalho, por impedimento 
ou suspeição.
Dessa forma, esse módulo tratará de três tópicos:
1. Independência
2. Impedimentos
3. Suspeição
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição48/182
Introdução
Trataremos neste tema sobre três tópicos 
muito importantes no dia a dia do perito, 
pois as questões que serão estudadas hoje 
poderão ocorrer em qualquer trabalho pe-
ricial, desde os mais simples até os mais 
complexos, e em qualquer área da perícia 
contábil.
Estudaremos inicialmente a questão da in-
dependência do perito no desempenho de 
suas funções, uma característica marcante 
e necessária no desenvolvimento do traba-
lho pericial. Em seguida, analisaremos al-
gumas situações especiais em que o perito 
poderá ser obrigado a renunciar à nomea-
ção de perito judicial, por questões éticas 
ou por questões legais.
Impedimento e suspeição são situações fá-
ticas ou circunstanciais que impossibilitam 
o perito de exercer, regularmente, suas fun-
ções ou realizar atividade pericial em pro-
cesso judicial ou extrajudicial, inclusive ar-
bitral.
1. Independência do perito
No tema em que estudamos os direitos e 
deveres do perito, vimos que o perito judi-
cial é nomeado pelo juiz quando este en-
tender que, para solucionar o litígio, neces-
sita comprovar algo que dependa de conhe-
cimento técnico-científico. Vimos também 
que o perito-assistente é indicado ou con-
tratado quando a parte ou a contratante 
desejar ser assistida por contador.
Por essa razão, como já estudamos também, 
o profissional só deve aceitar o encargo se 
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição49/182
reconhecer estar capacitado com conheci-
mento suficiente para executar o trabalho 
com excelência. Além disso, outra questão 
importante para discernimento do perito é 
avaliar se ele poderá desempenhar seu tra-
balho com irrestrita independência e liber-
dade científica, para a realização da perícia 
de forma imparcial e justa.
O perito é nomeado pela justiça e goza de 
independência total em sua atuação, ten-
do total autonomia no desempenho de suas 
funções. O magistrado e as partes envolvi-
das no processo judicial não têm o direito 
de dizer ao perito como querem que o laudo 
seja escrito, nem podem pressioná-lo quan-
to aos resultados.
Nem mesmo ao juiz é permitido interferir 
nas tarefas do perito, determinando o que 
deve ser apresentado no laudo, podendo, 
obviamente, determinar quais indicadores 
econômicos e juros devem ser utilizados em 
determinado cálculo financeiro ou traba-
lhista, quais os direitos cabem a cada parte 
do processo e como quer que os cálculos se-
jam realizados, especialmente em trabalhos 
de liquidação de sentença.
O perito tem total liberdade de autoria em 
seu relatório e as conclusões a que chega 
não estão sujeitas a interferências externas, 
o que faz desse trabalho umaatividade soli-
tária, diferentemente da maioria dos servi-
ços que realizamos fora da justiça, nos quais 
normalmente sofremos influência em rela-
ção ao resultado final daquilo que fazemos.
Mas, na justiça, é diferente: o perito des-
fruta de autonomia nas diligências que 
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição50/182
promove e no laudo a que chega. E deve ser 
assim mesmo, pois as partes, quando en-
tram em juízo, desejam que o magistrado 
seja imparcial e aplique as leis o mais corre-
tamente possível. Em relação ao perito, as 
partes esperam que ele exercite o melhor da 
técnica e da ciência e que trabalhe na mais 
ampla liberdade.
O momento processual em que o perito se 
sente pressionado pelo magistrado é quan-
do há prazo para entrega do laudo e os de-
vidos esclarecimentos, quando for o caso, 
que algumas vezes pode ser curto, dada a 
complexidade do trabalho a ser realizado. 
Entretanto, o caso pode ser resolvido sem 
qualquer dificuldade, ocasião em que o pe-
rito pode solicitar ao juiz uma prorrogação 
de prazo, justificando os motivos do pedido.
Link
O perito Rui Juliano tem uma página com excelen-
te material sobre o assunto de independência do 
perito, no qual são oferecidos conhecimentos aos 
peritos experientes e também aos que desejam 
fazer carreira na área ou simplesmente preten-
dem somar conhecimentos que podem ser utili-
zados no futuro. 
Ainda em relação à independência na rea-
lização do trabalho, o perito deve evitar e 
denunciar qualquer interferência que possa 
constrangê-lo em seu trabalho, não admi-
tindo, em nenhuma hipótese, subordinar 
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição51/182
sua apreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que possam comprometer sua inde-
pendência.
Conforme mencionamos previamente, nas palavras do mestre Francisco D´Áuria (1953, p.192),
o perito não deve se arrecear de fazer afirmações que contrariem interes-
ses alheios, porquanto ele nada inventa ou imagina, limitando-se a reportar 
coisas e fatos autênticos e opinando, sempre, com integral imparcialidade.
Para saber mais
O artigo 149 do CPC determina que “são auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de jus-
tiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, 
o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias”.
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição52/182
2 Impedimento e suspeição
O CPC e a NBC PP 01 apontam algumas si-
tuações em que ocorre o impedimento ou a 
suspeição do perito, em virtude de possíveis 
conflitos de interesses que podem compro-
meter o resultado de seu trabalho, de acor-
do com a legislação vigente e o Código de 
Ética Profissional do Contabilista. 
Quando estudamos os direitos e deveres 
do perito judicial, vimos que o perito pode 
escusar-se do encargo alegando motivo le-
gítimo, nos termos do artigo 157 do CPC. 
Dentre os motivos legítimos estudados, en-
contramos aqueles aplicáveis à suspeição e 
impedimentos do juiz, e que o perito judicial 
deve declarar-se suspeito quando, após no-
meado ou escolhido, verificar a ocorrência 
de situações que venham suscitar suspei-
ção em função da sua imparcialidade ou in-
dependência e, dessa maneira, comprome-
ter o resultado do seu trabalho em relação à 
decisão.
Os impedimentos e suspeições do juiz estão 
previstos nos artigos 144 a 146 do CPC, e o 
artigo 148, II, do CPC, reza que “aplicam-se 
os motivos de impedimento e de suspeição 
aos auxiliares da justiça”, e o artigo 467 do 
mesmo diploma legal determina que “o pe-
rito pode escusar-se ou ser recusado por 
impedimento ou suspeição”, ou seja, pode 
recusar a nomeação para a realização da 
perícia.
Para que o perito possa exercer suas ativi-
dades com isenção, é fator determinante 
que ele se declare impedido, após nomeado 
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição53/182
ou indicado, quando ocorrerem as situações que estudaremos a seguir.
Quando nomeado, o perito do juízo deve dirigir petição, no prazo legal, justificando a escusa ou 
o motivo do impedimento ou da suspeição. Quando indicado pela parte e não aceitando o en-
cargo, o perito-assistente deve comunicar a ela sua recusa, devidamente justificada por escrito, 
com cópia ao juízo.
2.1 Impedimento 
Em relação ao impedimento do perito, podemos dividir o estudo em impedimento legal e impe-
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição54/182
dimento técnico.
2.1.1 Impedimento legal
Ocorre o impedimento legal quando o pe-
rito-contador nomeado ou escolhido não 
puder exercer suas atividades com impar-
cialidade e sem qualquer interferência de 
terceiros, ou ocorrendo pelo menos uma 
das seguintes situações exemplificativas:
a. for parte do processo; 
b. tiver atuado como perito contador 
contratado ou prestado depoimento 
como testemunha no processo;
c. tiver cônjuge ou parente, consanguí-
neo ou afim, em linha reta ou em li-
nha colateral até o terceiro grau, pos-
tulando no processo ou entidades da 
qual esses façam parte de seu quadro 
societário ou de direção;
d. tiver interesse, direto ou indireto, me-
diato ou imediato, por si, por seu côn-
juge ou parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou em linha cola-
teral até o terceiro grau, no resultado 
do trabalho pericial;
e. exercer cargo ou função incompatível 
com a atividade de perito-contador, 
em função de impedimentos legais ou 
estatutários;
f. receber dádivas de interessados no 
processo;
g. subministrar meios para atender às 
despesas do litígio; e 
h. receber quaisquer valores e benefí-
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição55/182
cios, bens ou coisas sem autorização 
ou conhecimento do juiz ou árbitro.
2.1.2 Impedimento técnico
Ocorre o impedimento por motivos técni-
cos, a ser declarado pelo perito, quando ele 
não tiver condições de realizar seu traba-
lho com autonomia, estrutura profissional e 
independência que devem possuir para ter 
condições de desenvolver de forma isenta o 
seu trabalho.
São motivos de impedimento técnico: 
a. a matéria em litígio não ser de espe-
cialidade do perito;
b. o perito constatar que os recursos hu-
manos e materiais de sua estrutura 
profissional não permitem assumir o 
encargo, cumprir os prazos nos traba-
lhos em que o perito-contador for no-
meado, contratado ou escolhido, ou 
em que o perito contador assistente 
for indicado;
c. ter o perito-contador assistente atua-
do para a outra parte litigante na con-
dição de consultor técnico ou conta-
dor responsável, direto ou indireto em 
atividade contábil ou em processo no 
qual o objeto de perícia seja seme-
lhante àquele da discussão, sem pre-
viamente comunicar ao contratante.
Importante ressaltar que essas normas obri-
gam tanto o perito judicial quanto o perito 
assistente.
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição56/182
Para saber mais
O artigo 144 do CPC determina as situações em que há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer 
suas funções no processo, e o artigo 148 do CPC determina que “aplicam-se os motivos de impedi-
mento e de suspeição: I - ao membro do Ministério Público; II - aos auxiliares da justiça; III - aos demais 
sujeitos imparciais do processo, ou seja, os motivos de suspeição aplicam-se aos peritos”.
2.2 Suspeição
Conforme mencionado anteriormente, o perito-contador nomeado ou escolhido deve declarar-
-se suspeito quando, após nomeado, contratado ou escolhido, verificar a ocorrência de situa-
ções que venha suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, desta 
maneira, comprometer o resultado do seu trabalho em relação à decisão.
O perito-assistente deve declarar-se suspeito quando, após contratado, verificar a ocorrência de 
situações que venham suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, 
dessa maneira, comprometer o resultadodo seu trabalho.
O perito do juízo ou assistente deve declarar-se suspeito quando, após nomeado ou contratado, 
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição57/182
verificar a ocorrência de situações que ve-
nham suscitar suspeição em função da sua 
imparcialidade ou independência e, dessa 
maneira, comprometer o resultado do seu 
trabalho em relação à decisão.
Os casos de suspeição aos quais estão su-
jeitos o perito-contador são os seguintes:
a. ser amigo íntimo de qualquer das par-
tes;
b. ser inimigo capital de qualquer das 
partes;
c. ser devedor ou credor em mora de 
qualquer das partes, dos seus cônju-
ges, de parentes destes em linha reta 
ou em linha colateral até o terceiro 
grau ou entidades das quais esses fa-
çam parte de seu quadro societário ou 
de direção;
d. ser herdeiro presuntivo ou donatá-
rio de alguma das partes ou dos seus 
cônjuges;
e. ser parceiro, empregador ou empre-
gado de alguma das partes;
f. aconselhar, de alguma forma, parte 
envolvida no litígio acerca do objeto 
da discussão; e 
g. houver qualquer interesse no julga-
mento da causa em favor de alguma 
das partes. Poderá ainda o perito de-
clarar-se suspeito por motivo íntimo.
O perito pode ainda declarar-se suspeito 
por motivo íntimo.
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição58/182
Para saber mais
A suspeição que se aplica ao perito é a mesma que se aplica ao perito, e o artigo 145 do CPC reza que 
há suspeição do juiz quando (a) ele for amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus ad-
vogados, (b) quando receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de 
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar 
meios para atender às despesas do litígio, (c) quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, 
de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive, e (d) 
quando o juiz estiver interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição59/182
Glossário
Independência: não permitir qualquer interferência de terceiros em seu trabalho, que possam 
comprometer o resultado final dele.
Impedimento: situações em que o perito está impedido de realizar o trabalho pericial, seja por 
imposição legal ou das normas éticas da profissão. 
Suspeição: situações em que o perito não deve ou não pode realizar o trabalho pericial em virtu-
de da possibilidade de ser contestada sua imparcialidade.
Questão
reflexão
?
para
60/182
Um perito é chamado a realizar uma perícia judicial em 
que figura como parte uma pessoa jurídica da qual já 
foi consultor contábil. O perito deve aceitar a nomea-
ção do juiz? O que ele deve considerar para tomar essa 
decisão?
61/182
Considerações Finais
A independência é uma prerrogativa do trabalho do perito, e essencial para que ele possa execu-
tar seu trabalho com imparcialidade e auxiliar o magistrado no estabelecimento da justiça. Sem 
independência, o trabalho do perito estaria maculado e serviria apenas para atender a interesses 
que podem estar em desacordo com a justiça.
E, para que o perito possa bem desempenhar suas funções e cumprir com a honrosa missão a ele 
confiada, deve estar acima de qualquer suspeita, escusando-se do trabalho a ser realizado sem-
pre que pairar qualquer dúvida sobre sua capacidade de trabalhar de forma imparcial e indepen-
dente. Dessa forma, sempre que houver qualquer impedimento, legal ou técnico, ou suspeição, 
deve o perito renunciar ao encargo.
Unidade 3 • Independência, impedimentos e suspeição62/182
Referências 
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias et al. Perícia contábil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
NEVES, Antonio Gomes das. Curso de perícia contábil. 3. ed. São Paulo: LTR, 2012.
ORNELAS, Martinho M. G. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
63/182
1. Assinale a alternativa que indica a situação em que o perito-contador 
deve declarar-se impedido de executar o trabalho.
a) Se estiver impedido por lei;
b) Se ocorrer suspeição de natureza íntima;
c) Se a matéria em litígio for de sua especialidade; 
d) Se estiver trabalhando em outra perícia;
e) Se estiver em atraso com a anuidade do CRC.
Questão 1
64/182
2. O perito-contador está impedido de exercer suas funções quando:
a) Não concordar com a matéria em questão;
b) Estiver em débito com o instituto dos peritos contadores;
c) For parte direta ou indireta do processo;
d) Seus honorários forem inferiores a 30% do valor da causa;
e) For amigo do perito-assistente.
Questão 2
65/182
3. O perito-contador deve declarar-se suspeito quando, após nomeado, con-
tratado ou escolhido, verificar a ocorrência de situações que venham susci-
tar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, dessa 
maneira, comprometer o resultado do seu trabalho em relação à decisão. 
Assinale a opção que apresenta uma situação que NÃO configura um caso 
de suspeição:
a) A filha de uma das partes tem uma dívida em atraso com o perito-contador.
b) O perito-contador é herdeiro presuntivo da esposa de uma das partes.
c) O perito-contador não é especialista na matéria em litígio.
d) Um dos litigantes é amigo íntimo do perito-contador.
e) Uma das partes é um empregado do perito judicial
Questão 3
66/182
4. Trata-se de um impedimento legal, em que o perito deve escusar-se da 
nomeação como perito judicial:
a) A matéria em litígio não ser de especialidade do perito;
b) Tiver atuado como perito contador contratado ou prestado depoimento como testemunha 
no processo;
c) Ser parceiro, empregador ou empregado de alguma das partes;
d) Aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da discussão;
e) O perito constatar que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não 
permitem assumir o encargo.
Questão 4
67/182
5. Trata-se de um impedimento técnico, em que o perito deve escusar-se da 
nomeação como perito judicial:
a) Tiver interesse, direto ou indireto, no resultado do trabalho pericial;
b) Tiver atuado como perito contador contratado ou prestado depoimento como testemunha 
no processo;
c) Ser parceiro, empregador ou empregado de alguma das partes;
d) Aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da discussão;
e) A matéria em litígio não ser de especialidade do perito.
Questão 5
68/182
Gabarito
1. Resposta: A.
A alternativa B é um caso de suspeição e não de impedimento, e as alternativas C e D não repre-
sentam impedimento ou suspeição.
2. Resposta: C. 
As demais alternativas não representam casos de impedimento ou suspeição. A alternativa A é 
um caso de foro íntimo, que não deve interferir no trabalho do perito, a alternativa B é um caso 
particular do profissional com o órgão de classe e a alternativa D é um assunto entre o perito e o 
magistrado.
3. Resposta: C.
Não ser um especialista na matéria em litígio pode ser um impedimento técnico, mas não um 
caso de suspeição. As demais alternativas caracterizam-se como casos de suspeição.
69/182
Gabarito
4. Resposta: B.
Não ser um especialista na matéria em litígio pode ser um impedimento técnico, mas não legal. 
As alternativas C e D são casos de suspeição.
5. Resposta: E.
As alternativas A e B são casos de impedimento técnico, e as alternativas C e D são casos de sus-
peição.
70/182
Unidade 4
Responsabilidades do perito
Objetivos
Neste tema, iremos estudar as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais do peri-
to, bem como as penalidades civis e criminais a que estará sujeito caso deixe de cumprir suas 
obrigações no exercício da profissão, especialmente se cometer algum ato ilícito. Para tanto, 
trataremos do assunto em tópicos, que podemos resumir como sendo:
1. Responsabilidade sociais, éticas,profissionais e legais.
2. Responsabilidade civil e penal.
3. Penalidades civis e criminais.
Unidade 4 • Responsabilidades do perito71/182
Introdução
O perito é o profissional escolhido pelo juiz 
para auxiliá-lo na solução de conflitos de 
interesse sempre que a apuração dos fa-
tos depender de conhecimento técnico es-
pecializado, ocasião em que o judiciário se 
vale dos conhecimentos de especialistas 
em cada assunto.
O perito é nomeado pelo juiz e assume o 
compromisso de cumprir, de forma escru-
pulosa, o encargo que lhe foi confiado. A 
perícia tem meios de informar e esclarecer o 
julgador, de forma a auxiliá-lo em suas de-
cisões.
A responsabilidade que pesa sobre os om-
bros do juiz é repartida com a do perito que 
o auxiliou, que o certificou das causas e fa-
tos através do laudo pericial. A parcela de 
responsabilidade que cabe ao perito tem 
como garantia suas qualidades de especia-
lista, bem como seus atributos éticos e mo-
rais.
1. Responsabilidades sociais, éti-
cas, profissionais e legais
A perícia é um exercício de cidadania, já 
que, ao dispor e ordenar direitos de outrem, 
o perito tem o dever de fazê-lo com total 
isenção de ânimo. O perito deve despir-se 
de todos os preconceitos para ofertar aos 
cidadãos a garantia de um serviço tecnica-
mente perfeito e moralmente isento e justo.
Dessa forma, sendo a perícia uma institui-
ção da justiça, que atua sobre o direito de 
pessoas e coletividades, tem o perito o de-
Unidade 4 • Responsabilidades do perito72/182
ver de bem servir. A NBC PP 01, de 2015, 
determina, nos seus itens 18 a 22, as res-
ponsabilidades e obrigações do perito, as 
quais passaremos a analisar.
O item 18 determina que “o perito deve co-
nhecer as responsabilidades sociais, éticas, 
profissionais e legais às quais está sujeito 
no momento em que aceita o encargo para 
a execução de perícias contábeis judiciais e 
extrajudiciais, inclusive arbitral”. Isso quer 
dizer que o perito não deve aceitar a nomea-
ção como perito judicial ou a contratação 
como perito assistente apenas pensando 
na remuneração que irá receber, mas pen-
sando nas consequências de sua aceitação 
e nas responsabilidades de seus atos.
O item 19 reza que “o termo ‘responsabi-
lidade’ refere-se à obrigação do perito em 
respeitar os princípios da ética e do direito, 
atuando com lealdade, idoneidade e hones-
tidade no desempenho de suas atividades, 
sob pena de responder civil, criminal, ética 
e profissionalmente por seus atos”. O perito 
é pessoa de confiança de juiz, que o ajuda-
rá a resolver conflitos de interesses levados 
ao judiciário, e tem o dever de respeitar os 
princípios da ética e do direito, e respon-
derá por seus atos quando deixar de agir de 
forma correta.
O item 20 reforça o entendimento do item 
anterior, ao dispor que “a responsabilidade 
do perito decorre da relevância que o re-
sultado de sua atuação pode produzir para 
a solução da lide”, ou seja, o perito respon-
derá pelo dano que causar às partes e à so-
ciedade, sendo que, quanto maior o dano, 
Unidade 4 • Responsabilidades do perito73/182
maior a responsabilidade e maior a pena a ser a ele aplicada.
O item 21 trata da responsabilidade do perito ao aceitar o encargo que a ele foi confiado, agindo 
como auxiliar da justiça, podendo, no entanto, escusar-se dele, desde que se justifique perante o 
juiz. A norma determina que 
Para saber mais
Essa norma está em acordo com o CPC, que em seu artigo 157 determina que “o perito tem o dever de 
cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do 
encargo alegando motivo legítimo”, e o artigo 466 reza que “o perito cumprirá escrupulosamente o en-
cargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso”.
ciente do livre exercício profissional, deve o perito do juízo, sempre que 
possível e não houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e as 
suas finanças pessoais, em colaboração com o Poder Judiciário, aceitar o 
encargo confiado ou escusar-se do encargo, no prazo legal, apresentando 
suas razões.
Unidade 4 • Responsabilidades do perito74/182
O item 22 determina que
“o perito do juízo, no desempenho de suas funções, deve propugnar pela 
imparcialidade, dispensando igualdade de tratamento às partes e, espe-
cialmente, aos peritos-assistentes. Não se considera parcialidade, entre 
outros, os seguintes: (a) atender às partes ou assistentes técnicos, desde 
que se assegure igualdade de oportunidades, e (b) fazer uso de trabalho 
técnico-científico anteriormente publicado pelo perito do juízo”.
Esse dispositivo da norma visa evitar que o perito seja imparcial em suas análises e trate com im-
parcialidade as partes e seus assistentes técnicos, permitindo aos colegas contadores o acesso 
às mesmas informações. Ressalta, porém, que o atendimento às partes, individualmente, não 
caracteriza imparcialidade, desde que assegure o mesmo tratamento à outra parte.
Unidade 4 • Responsabilidades do perito75/182
Link
O Conselho Nacional de Peritos Judiciais da República Federativa do Brasil mantém um cadastro na-
cional de peritos judiciais para consulta pública e oferece a seus associados uma série de serviços e 
facilidades.
2. Responsabilidade civil e penal
Como todo exercício profissional, a função de perito está sujeita a penalidades civis e criminais 
quando a conduta do profissional estiver em desacordo com as normas e procedimentos relativo 
às leis civis e criminais.
Estudaremos, inicialmente, a NBC PP 01, de 2015, que determina nos seus itens 23 e 24 as res-
ponsabilidades civis e penais do perito, as quais passaremos a analisar.
Unidade 4 • Responsabilidades do perito76/182
O item 23 estabelece que “a legislação civil determina responsabilidades e penalidades para o 
profissional que exerce a função de perito, as quais consistem em multa, indenização e inabilita-
ção”. 
As penalidades civis referem-se a penas pecuniárias, ou seja, pagamento de multa ou indeniza-
ção, mas pode ser uma penalidade de afastamento dos trabalhos como perito, que é a inabilita-
ção para novas perícias, conforme se verá a seguir.
O item 24 reza que “a legislação penal estabelece penas de multa e reclusão para os profissionais 
que exercem a atividade pericial que vierem a descumprir as normas legais”.
Unidade 4 • Responsabilidades do perito77/182
As penalidades criminais referem-se à multa e reclusão, que é uma pena restritiva da liberdade, 
ou seja, hipóteses em que o perito pode ir preso por ter cometido alguma infração ao código pe-
nal, se condenado for. A condenação criminal inclui também o pagamento de multa.
Para saber mais
O artigo 33 do Código Penal Brasileiro reza que a pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, 
semiaberto ou aberto, e que a pena de detenção deve ser cumprida em regime semiaberto ou aberto, sal-
vo necessidade de transferência a regime fechado. Seus parágrafos detalham como é cumprida a pena de 
reclusão.
3. Penalidades civis e criminais 
Estudaremos na sequência as penalidades civis e criminais previstas no Código de Processo Ci-
vil e no Código de Processo Penal. Entre as penalidades previstas, destacamos as seguintes:
1. Multa, pelo prejuízo causado na ação, se deixar de entregar o laudo no prazo fixado pelo 
magistrado (CPC art. 468).
Unidade 4 • Responsabilidades do perito78/182
A multa é estabelecida pelo juiz, conside-
rando o prejuízo causado e o valor da ação, 
não havendo nenhum limite mínimo ou 
máximo. Considerando que muitas causas, 
especialmente nas áreas comercial, con-
tratual e societária, têm um valor elevado, 
o perito deve ter muito cuidado para que os 
prazos sejam cumpridos, a fim de que não 
fique sujeito a tal penalidade.
2. Indenização, pelos prejuízos que cau-
sar à parte, se, por dolo ou culpa, pres-
tar informações falsas (CPC art. 158).
Essa penalidade nada tem a ver com o item 
anterior – não cumprimento do prazo –, pois 
aqui se refere ao conteúdo da peça pericial. 
Essa penalidadeé aplicada quando o perito, 
através do conteúdo do laudo pericial, cau-
sar prejuízo a uma das partes, seja por dolo 
ou culpa.
O dolo caracteriza-se quando o agente agiu 
com intenção de causar o dano, quando quis 
ou assumiu o risco de produzi-lo, e a culpa 
se dá quando o prejuízo causado pelo perito 
decorre de imprudência, imperícia ou negli-
gência dele.
3. Inabilitação pelo prazo de 2 (dois) a 5 
(cinco) anos para funcionar em outras 
perícias, pelos mesmos motivos do 
item anterior.
Quando provado que o perito agiu da for-
ma descrita no item anterior, o juiz ou o tri-
bunal podem declarar sua inabilitação. Tal 
penalidade, ainda que por prazo certo, pode 
significar inabilitação definitiva, pois o tra-
balho do perito, como já vimos, depende de 
Unidade 4 • Responsabilidades do perito79/182
sua reputação pessoal e profissional, haja 
vista a característica da função, que, por ser 
a de auxiliar da justiça, requer a existência 
de confiança do magistrado no profissional. 
Sendo assim, o profissional condenado por 
prática de ato inescrupuloso dificilmente 
voltará a ser indicado ou nomeado para a 
realização de perícias judiciais.
4. Quando o juiz entender que os atos 
praticados pelo perito estão eivados 
de dolo ou culpa, por prestação de in-
formações falsas, a legislação proces-
sual civil manda que tais informações 
sejam remetidas para apreciação do 
juízo penal.
5. Reclusão, de um a três anos, e multa, 
se fizer afirmação falsa, ou negar ou 
calar a verdade, em processo judicial 
ou administrativo, ou em juízo arbi-
tral, por falsa perícia (Código Penal 
art. 342).
A falsa perícia não se caracteriza somen-
te pelo exame falso ou pela afirmação fal-
sa, mas, também, pela omissão, quando, 
tendo acesso à verdade, tendo-a verificado, 
deixa de trazê-la aos autos. Dessa forma, é 
imprescindível ao perito a atitude isenta e 
equilibrada, não relatando inverdades nem 
omitindo verdades.
6. Detenção, de três meses a dois anos, 
e multa, se inovar artificiosamente, na 
pendência de processo civil ou admi-
nistrativo, o estado de lugar, de coisa 
ou de pessoa, com o fim de induzir a 
erro o juiz, por fraude processual (Có-
digo Penal art. 347).
Unidade 4 • Responsabilidades do perito80/182
Quando, de forma artificial, o perito, na elaboração do laudo, prestar ao magistrado informações 
que o levem a julgamento errôneo da matéria, constituindo um grave delito, haja vista a grande 
confiança que o segundo deposita no primeiro.
Para saber mais
O Código Penal Brasileiro traz em seu artigo 342 o crime de falso testemunho ou falsa perícia. Trata-se 
de condutas contra a administração da justiça e somente pode ser cometido por testemunha, perito, tra-
dutor, contador ou intérprete (pessoas essenciais para a atividade judiciária). Pois essas pessoas prestam 
informações que podem servir de fundamento para decisões em processos judiciais ou administrativos.
Unidade 4 • Responsabilidades do perito81/182
Glossário
Reclusão: trata-se de uma das espécies de pena privativa de liberdade, prevista para os crimes 
mais graves, que é cumprida inicialmente nos regimes fechado, semiaberto ou aberto. 
Detenção: consiste em uma pena imposta em sentença condenatória. Tal reprimenda tem menor 
gravidade, eis que o condenado a pena de detenção poderá iniciar o seu cumprimento apenas 
em regime semiaberto ou aberto, ao contrário da reclusão, que prevê também o regime fechado.
Responsabilidade e ética: necessidade do cumprimento dos princípios éticos, em especial os 
estabelecidos no Código de Ética Profissional do Contabilista e nessa Norma.
Responsabilidade civil e penal: a legislação civil determina responsabilidades e penalidades 
para o profissional que exerce a função de perito-contador, as quais consistem em multa, inde-
nização e inabilitação. 
Questão
reflexão
?
para
82/182
O artigo 342 do Código Penal Brasileiro reza que é cri-
me “fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade 
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intér-
prete em processo judicial, ou administrativo, inquérito 
policial, ou em juízo arbitral”. Por outro lado, o artigo 473 
do Código de Processo Civil estabelece, em seu §1º, que, 
na elaboração do laudo, “o perito deve apresentar sua 
fundamentação em linguagem simples e com coerên-
cia lógica, indicando como alcançou suas conclusões” 
e o §2º determina que “é vedado ao perito ultrapassar 
os limites de sua designação, bem como emitir opiniões 
pessoais que excedam o exame técnico ou científico do 
objeto da perícia”.
Questão
reflexão
?
para
83/182
Assim, como deve se comportar o perito quando detec-
tar uma verdade que deve ser levada aos autos e não 
conseguir provas documentais para dar sustentação ao 
seu laudo? Calar sobre a verdade e correr o risco de ser 
acusado de calar a verdade ou mencionar o fato no lau-
do e correr o risco de ser acusado de falsa perícia?
84/182
Considerações Finais
É dever do perito judicial, bem como do assistente técnico, honrar sua 
função, seguindo as presentes Normas e Procedimentos e, quando pro-
fissional, os preceitos constantes do Código de Ética de sua profissão. A 
nomeação do Perito Judicial e a indicação do assistente técnico devem ser 
considerados sempre, por eles, como distinção e reconhecimento de sua 
capacidade e honorabilidade e delas declinação nos casos previstos no 
Código de Processo Civil.
A cidadania está diretamente relacionada com a responsabilidade e pode 
ser exercida por todos aqueles que estão em pleno gozo de seus direitos 
políticos e civis que tem deveres e obrigações perante a sociedade. O pe-
rito, como um bom cidadão, tem seus deveres e obrigações substanciados 
no próprio exercício da perícia, pois, ao dispor e ordenar direitos de outrem, 
deve fazê-los de forma firme, correta e verdadeira sem envolver qualquer 
temperamento ou vontade, para que se possa garantir um serviço moral-
mente isento e tecnicamente perfeito.
Unidade 4 • Responsabilidades do perito85/182
Referências
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias et al. Perícia contábil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
NEVES, Antonio Gomes das. Curso de perícia contábil. 3. ed. São Paulo: LTR, 2012.
ORNELAS, Martinho M. G. Perícia contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
86/182
1. Dentre as ações do perito que o sujeitam a penalidades civis e criminais 
estão o dolo e a culpa, o que caracteriza a culpa?
a) Quando o perito age com a intenção de causar o dano.
b) Quanto o perito assume o risco de cometer um ato ilícito. 
c) Quando o perito não comete nenhum ato ilícito.
d) Quando o perito age com imprudência, imperícia ou negligência.
e) Quando o perito age com elevado conservadorismo.
Questão 1
87/182
2. Dentre as ações do perito que o sujeitam a penalidades civis e 
criminais, estão o dolo e a culpa. O que caracteriza o dolo?
a) Quando o perito age com a intenção de causar o dano.
b) Quando o perito age com negligência.
c) Quando o perito não comete nenhum ato ilícito.
d) Quando o perito age com imprudência ou imperícia.
e) Quando o perito age com imprudência, imperícia e negligência.
Questão 2
88/182
3. O item 20 da NBC PP 01 do CFC dispõe que “a responsabilidade do 
perito decorre da relevância que o resultado de sua atuação pode 
produzir para a solução da lide”. Isso significa que:
a) O juiz responde pelos atos do perito, pois a palavra final é do magistrado;
b) O resultado de sua atuação significa o valor a ser pago ao perito;
c) A solução da lide significa que o autor terá seu pleito atendido pelo juiz;
d) A responsabilidade do perito decorre do valor da causa;
e) Quanto maior o dano, maior a responsabilidade e maior a pena a ser a ele aplicada.
Questão 3
89/182
4. O tratamento imparcial que o perito deve dispensar aos peritos assis-
tentes significa que:
a) O perito judicial não deve passar nenhuma informação aos peritosassistentes;
b) O perito judicial deve compartilhar com os peritos assistentes todas as informações que ob-
tiver;
c) O perito judicial só deve passar qualquer informação se todas as partes da lide nomearem 
peritos assistentes;
d) O perito deve dar o mesmo tratamento e compartilhar as mesmas informações com todos 
os peritos assistentes;
e) O perito deve compartilhar seu laudo aos peritos assistentes antes de apresentá-lo ao ma-
gistrado.
Questão 4
90/182
5. A falsa perícia pode induzir o juiz a erro, levando-o a cometer uma in-
justiça. O perito que, na elaboração do laudo, prestar ao magistrado infor-
mações que o levem a julgamento errôneo da matéria poderá, de acordo 
com o Código Penal Brasileiro:
a) Indenizar a parte prejudicada;
b) Indenizar o estado;
c) Ter seu registro cassado pelo conselho regional de contabilidade;
d) Ser preso e pagar multa;
e) Ser processado pelo juiz da causa.
Questão 5
91/182
Gabarito
1. Resposta: D.
O que caracteriza a culpa, quando a pessoa age sem a intenção de causar dano a alguém, é a 
imprudência, imperícia ou negligência. Imprudência é uma ação precipitada e sem cautela, uma 
conduta diversa da esperada; imperícia é a falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou 
ausência de conhecimentos elementares e básicos de uma profissão; e negligência é agir com 
descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções.
2. Resposta: A.
O que caracteriza o dolo é a intenção de causar o dano. Negligência e imperícia caracterizam a 
culpa.
3. Resposta: E.
Quanto maior o dano, maior poderá ser a pena imposta pelo juiz, pois a indenização significa 
compensar a parte pelo dano causado.
92/182
Gabarito
4. Resposta: D.
O perito deve dar o mesmo tratamento e compartilhar as mesmas informações com todos os pe-
ritos assistentes, seja qual for a informação com eles compartilhada, e a parte que não nomear 
perito assistente abre mão de ter esse apoio técnico no desenvolvimento da perícia.
5. Resposta: D.
Quando se tratar de falsa perícia o Código Penal prevê multa e prisão. Obviamente que o perito 
pode também ter seu registro cassado pelo CRC e o juiz da ação pode condená-lo a pagar multa 
ou indenização, mas a previsão do Código Penal é a pena de prisão.
93/182
Unidade 5
Zelo profissional
Objetivos
No estudo do zelo profissional do peri-
to, trataremos, em especial, de aspectos 
que podemos resumir como sendo:
1. O zelo que se espera do perito.
2. Zelo na realização dos trabalhos peri-
ciais.
3. Transparência e respeito.
4. Código de Ética do Profissional da 
Contabilidade.
Unidade 5 • Zelo profissional94/182
Introdução
Antes de estudarmos a questão do zelo pro-
fissional que se espera do perito, faremos 
uma pequena síntese a respeito dos deve-
res e responsabilidades do profissional:
• O perito é um profissional de confian-
ça do juiz e trabalha como auxiliar da 
Justiça na solução de conflitos;
• É um profissional com fé pública e ca-
paz de influenciar o juiz em suas deci-
sões, bem como é o responsável pelos 
cálculos nas liquidações de sentenças;
• O perito tem o dever de agir com re-
tidão de caráter e dever de servir com 
excelência; 
• O profissional precisa sempre pensar 
nas consequências e nas responsabi-
lidades de seus atos e tem o dever de 
respeitar os princípios da ética e do 
direito, pois responderá por seus atos 
quando deixar de agir de forma corre-
ta;
• Muitas vezes, o resultado da atuação 
do perito pode decidir a solução da 
lide, e ele responderá pelo dano que 
causar às partes e à sociedade, lem-
brando que, quanto maior o dano, 
maior a responsabilidade e maior a 
pena;
• O perito deve ser absolutamente im-
parcial.
Estudaremos a seguir alguns itens da NBC 
PP 01 (Norma Brasileira de Contabilidade) 
que tratam do zelo profissional.
Unidade 5 • Zelo profissional95/182
Link
A Norma Brasileira de Contabilidade NBC PP, que regulamenta a atividade de Perito Contador, está dis-
ponível no site do Conselho Federal de Contabilidade.
1. Zelo profissional
O item 25 da NBC PP 01 determina que o 
termo “zelo”, para o perito, refere-se ao cui-
dado que ele deve dispensar na execução 
de suas tarefas, em relação à sua conduta, 
documentos, prazos, tratamento dispensa-
do às autoridades, aos integrantes da lide e 
aos demais profissionais, de forma que sua 
pessoa seja respeitada, seu trabalho levado 
a bom termo e, consequentemente, o laudo 
pericial contábil e o parecer técnico-contá-
bil dignos de fé pública.
O perito, como pessoa pública, de fé públi-
ca, tem a obrigação de demonstrar eleva-
do padrão ético e moral, oferecendo um 
trabalho de elevada qualidade, e para isso 
deve ter boa guarda todos os documentos 
disponibilizados para a realização de seu 
trabalho.
Unidade 5 • Zelo profissional96/182
Além disso, precisa dispensar um trata-
mento cordial e respeitoso com os juízes e 
demais autoridades com quem relacionar, 
além dos advogados, peritos-assistentes e 
as partes do processo.
Obviamente que é isso que se espera tam-
bém do perito-assistente, que, a despeito 
de ter sido contratado pela parte litigante, 
tem os mesmos deveres do perito judicial.
Para saber mais
O art. 466 do CPC reza que “o perito cumprirá es-
crupulosamente o encargo que lhe foi cometido, 
independentemente de termo de compromisso”. 
O §1º do mesmo artigo determina que “os assis-
tentes técnicos são de confiança da parte e não 
estão sujeitos a impedimento ou suspeição”.
2. Zelo na realização dos traba-
lhos periciais
O item 26 da NBC PP 01 determina que o 
zelo profissional do perito na realização dos 
trabalhos periciais compreende:
a. Cumprir os prazos fixados pelo juiz em 
perícia judicial e nos termos contrata-
dos em perícia extrajudicial, inclusive 
arbitral;
b. Assumir a responsabilidade pes-
soal por todas as informações pres-
tadas, quesitos respondidos, pro-
cedimentos adotados, diligências 
realizadas, valores apurados e con-
clusões apresentadas no laudo pe-
ricial contábil e no parecer técnico-
-contábil;
Unidade 5 • Zelo profissional97/182
c. Prestar os esclarecimentos deter-
minados pela autoridade compe-
tente, respeitados os prazos legais 
ou contratuais;
d. Propugnar pela celeridade proces-
sual, valendo-se dos meios que ga-
rantam eficiência, segurança, pu-
blicidade dos atos periciais, econo-
micidade, o contraditório e a ampla 
defesa;
e. Ser prudente, no limite dos aspec-
tos técnico-científicos, e atento às 
consequências advindas dos seus 
atos;
f. Ser receptivo aos argumentos e crí-
ticas, podendo ratificar ou retificar o 
posicionamento anterior.
Isso significa que o perito judicial:
a. Não pode entregar o laudo pericial 
depois de vencido o prazo estabeleci-
do pelo magistrado;
b. Será responsável por todas as afirma-
ções que fizer e todo o conteúdo exa-
rado no laudo pericial, bem como por 
todos os documentos e informações 
que obtiver na realização de diligên-
cias, haja vista que muitos documen-
tos e informações são sigilosas e não 
devem ser levados ao conhecimento 
de outros a não ser por meio do laudo 
pericial;
c. Prestar ao juiz, aos peritos-assisten-
tes e às partes os esclarecimentos que 
se fizerem necessário, em virtude das 
Unidade 5 • Zelo profissional98/182
afirmações feitas no laudo pericial;
d. Fazer todo o esforço para garantir ce-
leridade ao processo, não somente 
cumprindo os prazos estabelecidos, 
como também garantir a todas as par-
tes envolvidas no processo o acesso a 
suas informações e conclusões;
e. Agir nos limites do objeto da lide, tra-
tando apenas das questões técnico-
-científicas colocadas à sua aprecia-
ção, atento às suas obrigações e con-
sequências de seus atos;
f. Saber ouvir as partes, seus advo-
gados e peritos-assistentes, bem 
como ao magistrado, e aceitar as 
críticas, sugestões, argumentos e 
críticas, e aproveitar tudo isso para 
elaborar um trabalho com exce-
lência. Em outras palavras, o peri-
to deve ser humilde e reconhecer 
outras opiniões quando isso puder 
proporcionar um trabalho

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