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Universidade Federal do Pampa - Unipampa Curso Bacharel em Enfermagem Componente Curricular de Educação Permanente em Saúde Para a Prática Profissional Docente Bruna Marta Kleinert Halberstadt Discente: Talita de Carvalho Leal SÍNTESE Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? As políticas nacionais de saúde brasileira são fundamentadas nas diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e são importantes para as ações dos profissionais de saúde. Em 2003, foi criado da Secretaria de Gestão e Trabalho na Saúde - SGTES, esse período ficou marcado pelo destaque na qual possibilitou a institucionalização da política de educação dos profissionais da saúde e a introdução de atitudes de reorientação da formação profissional. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) é instituída por meio da Portaria GM/ MS nº 198/20041 e visa valorizar a Atenção Básica (AB), dando ênfase na saúde-doença e na integração entre as instituições de ensino superior e serviços de saúde e comunidade, fortalecendo assim o SUS. No tocante à educação no trabalho em saúde, há duas modalidades: educação continuada e educação permanente em saúde (EPS). A educação continuada são atividades com período definido para realização, como as ofertas formais de pós-graduação; atividades educacionais que visam promover conhecimentos técnico-científicos. No que diz à EPS, é uma estratégia político-pedagógica e apresenta uma aprendizagem significativa com possibilidade de transformar as práticas profissionais em decorrência de acontecer no cotidiano do trabalho, ensinando e aprendendo. Desse modo, é possível que haja reflexão acerca do trabalho e do seu processo, podendo gerar mudanças institucionais, aprender a trabalhar em equipe e construir um cotidiano. A PNEPS promoveu avanços na área da educação na saúde, mas necessita de esforços para adquirir parcerias institucionais entre serviço-ensino, educação-trabalho, de forma compartilhada. Sendo assim, é necessário o fortalecimento da EPS em ser norteadora para as novas práticas em orientar a reflexão do processo de trabalho, de maneira que haja criação de atividades que visam ser colaborativas entre a equipe, proporcionando a gestão participativa. No que diz a respeito sobre a implementação dessa política nos estados e municípios, há evidências de grandes avanços, mas também de dificuldades, como: pouca articulação de gestores, trabalhadores, controle social e as instituições de ensino superior; ausência de avaliação dos projetos desenvolvidos, em que se refere às mudanças nas práticas de formação, gestão e atenção na saúde entre outros. Frente a essas dificuldades, a SGTES/MS, por meio do DEGES, em parceria com outros órgãos, iniciaram um processo de discussão sobre a PNEPS, com o objetivo de debater coletivamente estratégias para atualizar a Portaria GM/MS Nº 1996/2007. No primeiro momento, foi realizada uma reunião coletiva em Brasília, no dia 18 de maio de 2017, na qual houve um acordo para realização de oficinas regionais, envolvendo estados e municípios, para a avaliação do processo de implementação da política nos estados. Com as oficinas realizadas entre os estados, foi possível identificar os problemas existentes e as facilidades e dificuldades enfrentadas para a implementação da PNEPS, nesse contexto, a realização das oficinas identificaram a relevância da EPS e elegeram a oportunidade para o fortalecimento e institucionalização da PNEPS. Os resultados iniciais das oficinas refletem a complexidade do processo de gestão da implementação da PNEPS, devido a inúmeros fatores, destacando a falta de compreensão, pelos gestores frente à importância das ações de EPS para a qualificação da gestão e da melhoria da atenção à saúde no SUS. Dentre outras dificuldades citadas pelos estados destaca-se: financiamento na questão da descontinuidade dos repasses financeiros do Ministério da Saúde (MS) e execução da gestão para execução dos recursos; monitorar e avaliar as ações de EPS; rever a EPS. No que tange a atualização da PNEPS, através das oficinas foi visto que não há necessidade de mudanças em seu conteúdo, sendo mais importante o processo de implementação nos estados, sendo uma política imprescindível, estratégica para novas mudanças dos profissionais de saúde e construção do SUS. Somado a isso, as oficinas construíram diversas atividades e propostas de modificações relacionados com as seguintes dificuldades: problemas de gestão da política da EPS; financiamento; modelo de formação; infraestrutura da CIES; conceito EPS; monitorização e avaliação das ações da EPS; articulação interfederativa (MS/SES/SMS). Dentre essas categorias foram elencadas diversas soluções/implementações/propostas para melhoria e ação da PNEPS. No tocante a implementação da PNEPS pelo Governo Federal, devido às questões apontadas por gestores e técnicos em vários momentos com debates e nas oficinas regionais, fizeram que houvesse um olhar para a importância da política e indicaram a necessidade de de financiamento e iniciativas que apoiassem a concepção de projetos de EPS para a consolidação da política nacional. Frente à essa necessidade de retomar o financiamento e manter o processo de planejamento das ações de EPS no nível estadual e local, a Gestão Federal, lançou o PRO EPS-SUS (Programa para o Fortalecimento das Práticas de Educação Permanente em Saúde no SUS (PRO EPS-SUS), via Portaria GM/MS nº 3.194, em 2017, e objetivou estimular, acompanhar e fortalecer a qualificação profissional dos profissionais de saúde, a fim das mudanças das práticas de saúde, levando em consideração os princípios fundamentais do SUS para realizar o atendimento e considerando a realidade local e coletividade dos processos de trabalho. Essa iniciativa teve caráter financeiro do MS aos municípios para que realizem ações de EPS nos territórios. Destaca-se que o PRO EPS-SUS incentiva o custeio para a elaboração de Planos Estaduais de Educação Permanente em Saúde (PEEPS) para os estados e Distrito Federal (DF) e, aos municípios e DF, incentivo para realização de ações de EPS para as equipes de AB. Os valores são: R$11.000,00 para o Distrito Federal e municípios com 1 a 3 equipes de Atenção Básica inscritas; R$1.000,00 a cada intervalo entre 1 e 5 equipes de Atenção Básica inscritas que superarem o número de 3 (três). Ressalta que o PRO EPS-SUS objetiva promover a formação e desenvolvimento dos trabalhadores no SUS, acerca dos problemas cotidianos, relacionados à atenção à saúde e à organização do trabalho em saúde. Também visa contribuir para a identificação de necessidades de Educação Permanente em Saúde dos trabalhadores e profissionais do SUS, para a elaboração de estratégias que visam qualificar a atenção e a gestão em saúde. Além disso, fortalecer as práticas de Educação Permanente em Saúde nos territórios e estimular o planejamento, execução e avaliação dos processos formativos. Somado a isso, o programa é composto por diretrizes, que possuem metas e objetivos relacionados a EPS, monitoramento das ações desenvolvidas e avaliações permanentes entre outros estabelecimentos. Para ação do programa, há um planejamento de atividades a serem desenvolvidas, contemplando as bases teóricas e metodológicas da PNEPS, presentes no Manual Técnico – PRO EPS-SUS, que estabelece atividades considerando a AB, o contexto de necessidade para a formação dos profissionais de saúde e o diagnóstico local de saúde. Além disso, há responsabilidades que os estados e o DF devem cumprir, assim como o MS. REFERÊNCIA BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
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