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Grupo de Atendimento aos Acompanhantes da Pediatria

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Relatório final de Estágio em Saúde Mental Coletiva 2006 
 
 
Título: Grupo de Atendimento aos Acompanhantes da Pediatria 
 
 
 Autor: Liliane da Costa Ores 
 Professor orientador: Inácia Gomes da Silva Moraes 
 Co-autor: Mônica Dutra 
 Professores componentes da Banca de examinadores: 
- Cristina Lessa Horta 
- Sinara Franke de Oliveira 
- Carmen Lúcia Alves da Silva Lopes 
- Liliana Costa Pereira Duval 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Título: Grupo de Atendimento aos Acompanhantes da Pediatria 
 
Resumo: 
Introdução: A hospitalização é um momento difícil na vida de qualquer pessoa, 
sobretudo na vida de uma criança a qual se sente amparada com a presença de 
familiares, minimizando-se problemas decorrentes da internação que prejudicam o 
tratamento e a recuperação do pequeno paciente. A partir do estudo sobre a necessidade 
de apoio e orientação aos familiares das crianças hospitalizadas e da relevância destes 
projetos para a melhoria da saúde pública, como estagiária de psicologia na área de 
Saúde Mental Coletiva, pude contribuir com o “Grupo de Atendimento aos 
Acompanhantes da Pediatria” no Hospital Universitário São Francisco de Paula - 
UCPel, em Pelotas, R.S. Materiais e métodos: De março a junho de 2006, nas segundas 
e quartas-feiras, das 14h30min às 15h30min eram realizados os encontros. Os 
acompanhantes das crianças eram convidados a participar do grupo, encaminhando-se 
para a sala de recreação terapêutica. Atividades variadas eram preparadas para os 
encontros, desde algumas dinâmicas com o objetivo de descontrair, relaxar, 
compartilhar e desabafar até a discussão sobre alguns temas educativos na área da 
saúde, para aprendizagem e prevenção, muitos deles a partir do que os familiares das 
crianças internadas sugeriam. Além disso, ficava à disposição dos acompanhantes da 
pediatria na sala de recreação um painel sobre os assuntos discutidos no grupo durante a 
semana, com dicas, mensagens e informação. Considerações finais: Os objetivos do 
grupo foram alcançados, foi um trabalho gratificante o qual proporcionou apoio 
psicológico e informação aos acompanhantes das crianças internadas a fim de que 
reconhecessem a importância de seus cuidados no processo de hospitalização. 
 
Palavras-chave: grupo, criança e hospitalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1-Introdução 
 
O tema do presente estudo é o acompanhamento dos pais à criança hospitalizada, 
direito assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Evidencia-se que 
a criança sente-se amparada por quem mais confia – seus pais, em um ambiente tão 
invasivo como o hospital. 
 A hospitalização é um momento difícil na vida de qualquer pessoa, sobretudo na 
vida de uma criança. Carregada de medos, inseguranças, angústias diversas, a 
internação instala uma crise ao tirar a criança do seu cotidiano e colocá-la em um 
mundo desconhecido, com suas rotinas, equipamentos, pessoas, limitações de 
movimento, cheiros, procedimentos e dores. Diante desse mundo desconhecido, a 
presença de familiares vem minimizar problemas decorrentes da internação que 
prejudicam o tratamento e a recuperação do pequeno paciente. 
 Além de minimizar o sofrimento psíquico das crianças e fortalecer a capacidade 
de reação ao tratamento hospitalar, a família passou a ser também ator decisivo na 
promoção e controle social da qualidade do atendimento hospitalar e no 
desenvolvimento de processos de humanização nas instituições. 
A importância da participação da família nas unidades de Pediatria é 
reconhecida por diversos autores, que estudaram os efeitos da internação hospitalar na 
criança e no meio familiar, bem como o efeito da participação de familiares próximos 
sobre a evolução clínica da criança, o tempo de internação e a manutenção da saúde ou 
continuidade do tratamento após a alta da instituição. 
Por meio dos treinamentos e orientações realizados pela psicologia vinculados à 
educação para saúde, oferecidos durante a presença no hospital, muitos familiares 
passam a ter acesso a informações e a desenvolver habilidades fundamentais na 
recuperação da criança, no tratamento tanto no hospital como em casa, e também na 
prevenção de doenças e na promoção da saúde de todos da família. 
Deve-se reconhecer a importância do trabalho de orientação e apoio aos 
familiares de pacientes internados, ajudando-os a encontrar alternativas para a utilização 
mais produtiva de seus mecanismos de enfrentamento da crise vivida. 
Ao se desejar que o acompanhante seja capaz de participar da assistência e 
oferecer suporte emocional e conforto psicológico para ajudar na recuperação do 
pequeno paciente, ele deve estar em condições de fazê-lo, o que pressupõe sua própria 
segurança e estabilidade. 
Caso não se dispuser de uma equipe que o ajude neste período, o acompanhante 
pode não ser capaz de dar a assistência que a criança necessita ou de assimilar as 
orientações dos profissionais sobre os cuidados com a criança no hospital e em casa. 
O trabalho de um profissional da saúde com as questões emocionais das crianças 
e de seus familiares em relação à doença orgânica, além do universo do consultório, no 
cotidiano do hospital geral, é bastante novo, principalmente, quando realizado em 
grupos. 
Ao mesmo tempo, a presença de um psicólogo com uma visão crítica do dia-a-
dia de um hospital possibilita levantar uma série de questões fundamentais para a 
qualidade de vida dos pacientes, provocando reflexões que desacomodam a prática 
norteada por um modelo biomédico. 
Conforme Santos (1984), na hospitalização da criança ocorre a vivência do 
desconhecido, do estranho, do não controlável. Vivência estressante ao se admitir que 
um novo ambiente, mesmo que agradável, pode ser impactante para a criança 
mobilizando um certo grau de ansiedade. O espaço hospitalar supõe contato próximo 
com rotinas limitadoras, terapêuticas dolorosas, emoções de sofrimento e morte, tudo de 
que se procura habitualmente afastar a criança. E que, facilmente, pode ser vivenciado 
como castigo ou abandono. 
Certos fatores tendem a aumentar esse impacto, como a idade da criança, a 
ausência de um acompanhante familiar e a gravidade física no momento da internação. 
Se a hospitalização pode ser sentida como abandono e castigo, então a separação do 
familiar reforça a situação. 
Diversos autores (BIERMANN, 1980; SCHMITZ, 1995; CYPRIANO & 
FISBERG, 1990; LIMA, 1995 e 1996; COYNE, 1995), são unânimes em considerar 
que a separação da mãe é o fator que provoca maiores efeitos adversos no processo de 
hospitalização da criança, principalmente naquelas menores de seis anos de idade. 
De acordo com Santos (1984), a ausência do familiar pode refletir-se em 
diferentes manifestações, em relação à idade, ao comprometimento emocional anterior 
ou às condições de hospitalização. Inapetência, inquietação, choro intenso nas 
menorzinhas; insegurança, retraimento nas maiores. Quadros de severa prostração 
orgânica em crianças mais sensíveis ou crianças em que a hospitalização se deu em 
precárias condições. 
Lima (2004) defende que o afastamento do círculo social de origem, bem como 
as interferências nos processos evolutivos da criança representam perdas significativas 
para o psiquismo infantil. 
Bird (1978) afirma que, mesmo se a criança não conseguir expressar claramente 
o que sente, separá-la da família na hospitalização sempre irá deixá-la ansiosa, triste e 
amedrontada, podendo a mesma chorar, não ajudar no tratamento, ficar irritada, 
agressiva, parecer indiferente ou permanecer muito silenciosa. 
A adoção de um sistema de alojamento conjunto pediátrico (termo usado como 
sinônimo de mãe acompanhante, internação conjunta mãe-filho e mãe participante) em 
que a mãe ou responsável pode acompanhar a criança durante os episódios de 
hospitalização, é uma estratégia que possibilita a redução do estresse emocional, tanto 
da criança como da família, reduz a incidênciade infecção cruzada e diminui o tempo 
de internação, favorecendo conseqüentemente a rotatividade e disponibilidade de leitos 
infantis (SÃO PAULO, 1989). 
A Constituição do Brasil de 1988 incorpora como prioridade a proteção dos 
direitos da criança e do adolescente e o atendimento de suas necessidades básicas. 
Assim, em 13 de julho de 1990 foi promulgada a lei nº. 8069 que regulamenta o 
Estatuto da Criança e do Adolescente e dispõe, no seu Artigo 12, que (...) "os 
estabelecimentos de saúde devem proporcionar condições para a permanência, em 
tempo integral, de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de crianças e 
adolescentes" (BRASIL, 1991, p.16). 
O reconhecimento da importância do vínculo afetivo criança-família, para Lima 
(2004), faz com que haja um redimensionamento da atenção prestada pelos serviços 
hospitalares, levados a ampliar estratégias, qualificando a intervenção assistencial. 
Dessa forma, torna-se fundamental o preparo da equipe hospitalar para oferecer suporte 
adequado à díade criança-família, sendo a técnica, a postura empática e a flexibilização, 
requisitos essenciais para uma atuação eficaz. 
A presença da família junto às crianças hospitalizadas constitui ponto 
fundamental dos processos de humanização. Entre os “Dez Passos para a Atenção 
Hospitalar Humanizada à Criança e ao Adolescente — Sociedade Brasileira de Pediatria 
(SBP)”, o quinto passo afirma ser necessário: “Garantir ações que promovam a 
participação da família na recuperação integral da criança e do adolescente”. 
Da mesma forma, entre “Os dez mandamentos de um hospital pediátrico, 
segundo a Associação Européia para Crianças Hospitalizadas”, o segundo mandamento 
ressalta: “As crianças hospitalizadas terão o direito de contar com a presença 
permanente dos pais ou de outros parentes”. 
Caplan (1980) afirma que, se qualquer membro da família enfrenta um problema 
que envolve ameaça à satisfação de uma necessidade, o grupo, como um todo, é 
inevitavelmente envolvido, de um modo ou de outro e em diferentes graus. Logo, a 
internação não é apenas uma situação crítica para a criança, mas também um fator de 
exposição da família a uma situação traumática que requer atenção da equipe de saúde. 
Capobianco (2003), em sua prática psicoterapêutica, relata ser imprescindível 
levar em conta a dinâmica familiar revelada pela doença e pelo tratamento. A irrupção 
de uma doença evoca nos pais o sentimento de fracasso e culpa nos cuidados com a 
criança, o medo da morte, ilusões perdidas e mudanças na rotina, evidenciando o 
envolvimento dos pais nesse processo. 
Segundo Lima (2004), a criança está em desenvolvimento físico, mental, social, 
portanto, apresenta aparato psíquico ainda imaturo para lidar com as adversidades 
vividas em um contexto de adoecimento e internação. Por outro lado, os familiares e/ou 
acompanhantes também ficam vulneráveis emocionalmente ao testemunhar as 
limitações e sofrimento impostos ao próprio filho e demais crianças. 
Lima (2004) ressalta que a qualidade da comunicação estabelecida coma criança 
está relacionada com a condição interna dos pais em administrar as questões que tangem 
a situação da doença. Assim, os pais sentem-se impotentes e frágeis no papel de 
protetores que idealizam, o que leva ao prejuízo na sua capacidade de oferecer 
continência emocional para a criança. 
Ao colocar a família como parceira no processo de assistência a criança ao 
mesmo tempo em que se reconhece que ela é também foco da assistência, é possível 
estimulá-la a participar como unidade básica dos cuidados da saúde da criança, mas 
abordando-a também como cliente oferecendo atenção para que ela compreenda e seja 
atendida em suas necessidades (DEERING & CODDY, 2002). 
A experiência do Programa Família Participante, do Hospital Pequeno Príncipe, 
de Curitiba (PR), iniciado em 1991, revelou que a criança reage melhor ao tratamento 
com a presença dos familiares, reduzindo o tempo médio de permanência de 17,17 dias 
para 8,19 dias. 
De acordo com Abrinq e HPP (2002) em relação à presença da família na 
hospitalização da criança: 
 O que a criança ganha? 
ψ Presença permanente no hospital de familiares ou de outras pessoas do seu 
círculo afetivo. 
ψ Diminuição da depressão infantil e de demais manifestações de sofrimento 
psíquico. 
ψ Menor tempo de hospitalização: tendência à reação mais rápida e positiva ao 
tratamento. 
ψ Atenção mais personalizada ao paciente no ambiente hospitalar. 
ψ Familiares mais qualificados para o tratamento da doença dentro e fora do 
hospital e para ações de prevenção e promoção da saúde na família. 
ψ Acesso a um direito que antes era somente das crianças de famílias que podiam 
pagar pela permanência em um quarto particular do hospital. 
 O que a família ganha? 
ψ Acesso a um direito que antes era somente das famílias que podiam pagar 
quartos particulares. 
ψ Diminuição do sofrimento psíquico e da angústia dos familiares, decorrentes da 
não-permanência junto à criança hospitalizada. 
ψ Acompanhamento permanente da situação da criança. 
ψ Possibilidade de se sentir mais sujeito do processo de recuperação da criança no 
ambiente hospitalar. 
ψ Condições de permanência e de rodízio com outros familiares. 
ψ Menor tempo de hospitalização. 
ψ Acesso a informações para o apoio ao tratamento e à promoção da saúde na 
família. 
No Rio Grande do Norte, em 1994, o corpo médico da pediatria do Hospital de 
Doenças Infecciosas Giselda Trigueiro teve que entrar com um mandado judicial para 
garantir o acompanhamento de uma criança em estado grave. A partir daí, estes 
profissionais passaram a se reunir para tentar resolver estes e outros problemas que 
ocorriam nas enfermarias. Assim surgiu o Sorriso de Criança, projeto que garantiu a 
aquisição das camas para as mães acompanhantes, os brinquedos para a recreação, entre 
outras conquistas. Como apoio ao acompanhante do paciente do projeto, o Lugar da 
Palavra serve de sala de desabafo, "onde as mães contam aos psicólogos suas angústias 
e preocupações e recebem orientações para a recuperação dos filhos", explica o 
infectologista Francisco Américo Micussi. 
A abordagem de grupo facilita o cuidado do emocional, permitindo a diminuição 
do desconforto experimentado durante o processo de doença (RIBEIRO & MUNARI, 
1998). Para MUNARI & ZAGO (1997) e MUNIZ & TAUNAY (2000) é exatamente 
esse o propósito de grupos propõem apoio aos sujeitos em uma dada situação de 
fragilidade da sua saúde, por favorecerem a manifestação de sentimentos, a 
compreensão e aceitação da doença e de todo o processo que a acompanha. 
 Segundo Capobianco (2003), as reuniões dos grupos de acompanhantes 
consistem em encontros, com freqüência variável de hospital para hospital, de 
acompanhantes de crianças internadas na enfermaria de pediatria com membros da 
equipe de saúde. A finalidade dessas reuniões é permitir que o acompanhante expresse 
suas dúvidas, preocupações, fantasias e reclamações em relação ao adoecer e ao 
tratamento da criança. 
 A presença dos pais no hospital é um fator que acrescenta aspectos emocionais a 
serem manejados pelo psicólogo, evidencia Lima (2004). Não obstante, para o autor, a 
criança beneficia-se desse contato durante a hospitalização. Segundo Schmitz (1995), 
não há dúvidas sobre os efeitos negativos exercidos nas crianças separadas ou com 
acesso limitado a seus pais, fomentando a tensão emocional e frustração de pais e filhos. 
 Em virtude do que foi explorado acima, surgiu o presente trabalho com os 
objetivos de: 
ψ Evidenciar para os pais a importância de seu acompanhamento às crianças 
hospitalizadas; 
ψ auxiliar os pais a participarem no processo de hospitalização de seus filhos; 
ψ proporcionar apoio psicológico aos pais das crianças hospitalizadas; 
ψ melhorar a qualidade da hospitalização / humanização; 
ψ realizar atividades recreativas com os pais das crianças hospitalizadas; 
ψ informaros pais das crianças hospitalizadas sobre temas na área da saúde; 
ψ atuar na prevenção de doenças e na promoção da saúde na família; 
ψ fornecer orientação e apoio aos familiares das crianças internadas a fim de que 
possam enfrentar este momento de crise. 
 
 
 
 
 
2-Apresentação do local e condições nas quais a atividade de estágio aconteceu 
 
 O estágio em Saúde Mental Coletiva da Escola de 
Psicologia da Universidade Católica de Pelotas aconteceu no 
Hospital Universitário São Francisco de Paula em 2006. 
 No início, os encontros aconteciam no quarto andar 
do hospital, na pediatria, em uma sala ao lado da sala de 
recreação terapêutica. No entanto, muitas mães e outros 
familiares não estavam participando do grupo, 
provavelmente, pelo fato de não estarem dispostas a sair 
de perto de seus filhos. Em virtude disso, os encontros 
passaram a acontecer na sala de recreação, onde as mães 
participavam do grupo, tranqüilas com seus filhos 
brincando por perto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3-Descrição do trabalho 
 
A partir do estudo sobre a necessidade de apoio e orientação aos familiares das 
crianças hospitalizadas e da relevância destes projetos para a melhoria da saúde pública, 
como estagiárias de psicologia na área de Saúde Mental Coletiva, pensamos em 
concretizar o “Grupo de Atendimento aos Acompanhantes da Pediatria” no Hospital 
Universitário São Francisco de Paula, em Pelotas, R.S. 
Desde março de 2006, todas segundas e quartas-feiras, das 14h30min às 
15h30min eram realizados os encontros do grupo. Um pouco antes das 14h30min, as 
acadêmicas responsáveis, Liliane Ores e Mônica Dutra, passavam nos quartos da 
pediatria para convidar todos acompanhantes das crianças a participar do grupo, 
encaminhando-se para a sala de recreação. 
Atividades variadas eram preparadas para os encontros, desde algumas 
dinâmicas com o objetivo de descontrair, relaxar, compartilhar e desabafar até a 
discussão sobre alguns temas educativos na área da saúde, para aprendizagem e 
prevenção, muitos deles a partir do que os familiares das crianças internadas sugeriam 
tais como, por exemplo, higiene, acidentes na infância, direitos das crianças e dos 
adolescentes, cuidados com a criança hospitalizada, a importância do brincar, depressão 
infantil, métodos contraceptivos, drogas e doenças sexualmente transmissíveis. 
 Além de tudo, ficava à disposição dos acompanhantes da pediatria na sala de 
recreação um painel sobre os assuntos discutidos no grupo durante a semana, com dicas, 
mensagens e informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4-Apreciação sobre o desenrolar das atividades e dos desafios enfrentados. 
 
ψ Dia 22/03/2006 – Métodos Contraceptivos 
Participantes: S. G. (Mãe da M.) 
 M. S. (Mãe do J.) 
 A partir de sugestões de mães e pais de crianças hospitalizadas na pediatria, 
pesquisamos sobre os métodos contraceptivos femininos e masculinos mais comuns a 
fim de informá-los sobre o modo de usar cada um, sua eficácia, e 
vantagens/desvantagens. 
Este foi o primeiro encontro do grupo, estávamos um pouco ansiosas, mas 
alcançamos nossos objetivos. As duas mães que participaram neste dia, no começo, 
fizeram muitas reclamações sobre higiene das colegas de quarto e sobre a estrutura 
física das instalações. Logo, ao falarmos dos métodos contraceptivos elas interagiram 
bastante, conheceram novos métodos, esclareceram dúvidas, interessaram-se em alguns 
e refutaram outros. 
 
ψ 29/03/2006 – Informações sobre saúde 
Participante: J. C. (Mãe do R.) 
No início, confundindo-nos com os médicos, a mãe veio procurar saber 
informações sobre a saúde do filho internado. Em seguida, relatou suas preocupações, 
foi um espaço para “desabafo”. 
 
ψ 10/04/2006 – Dinâmica do “Cartaz” 
Participantes: A. P. A. - 31 anos (Mãe da H.) 
 M. G. - 44 anos 
Dinâmica do “Cartaz”: 
 Distribuímos papel e lápis para cada participante do grupo; 
 Orientamos que cada pessoa fizesse algum desenho que representasse algo de si; 
 Em seguida, pedimos que cada membro do grupo falasse sobre o desenho do 
outro; 
 Ao final, cada pessoa explicou seu desenho, comparando com a percepção que a 
outra teve do mesmo. 
Neste dia, as duas mães que compareceram compartilharam o desejo de viver 
bem com sua família, em harmonia e com amor. 
 
ψ 12/04/2006 – Doenças Sexualmente Transmissíveis 
Participantes: A. P. A. - 31 anos (Mãe da H.) 
 J. D. - 23 anos (Mãe do V.) 
 S. G. - 31 anos (Mãe da M.) 
Pesquisamos sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis mais comuns, 
também a partir de sugestões de mães e pais de crianças hospitalizadas na pediatria. 
As três mães ficaram todo tempo atentas, principalmente, quando abordávamos 
o contágio e os sintomas; e, impressionadas, ao ouvirem as complicações e ao 
visualizarem as fotos mostradas. Assim, elas entenderam a gravidade de tais doenças e a 
importância dos cuidados necessários, como o uso da camisinha. 
 
ψ 17/04/2006 – Dinâmica “Abrindo Janelas” 
Participantes: N. R. S. - 30 anos (Mãe do C.) 
 G. O. - 24 anos (Mãe da G.) 
 S. A. - 43 anos (Pai da K.) 
 R. L.- 41 anos (Avó da R.) 
Dinâmica “Abrindo Janelas”: 
 Distribuímos a folha “Abrindo Janelas” para cada participante, separando-os em 
duplas; 
 Orientamos que cada um escolhesse aleatoriamente um dos itens da folha de 
cada vez; 
 Uma vez escolhido o item, pedimos que a pessoa fizesse sua leitura em voz alta 
e, imediatamente, que a dupla completasse a frase como sendo dela, de forma 
espontânea, com o que surgisse na mente, no momento. E vice-versa; 
 Ao final, realizamos uma breve avaliação do exercício perguntando aos 
participantes o que significaria para eles “Abrir Janelas”. 
No início da dinâmica, os quatro participantes ficaram um pouco encabulados e 
com receio de se expor, mas aos poucos começaram a se sentir mais à vontade para falar 
de si, de suas expectativas, de seus desejos, de seus medos, de suas frustrações, de suas 
angústias, de suas opiniões, de suas características. 
R., em um primeiro momento, relata ao grupo que não se via no futuro, mas ao 
decorrer do encontro, descobriu que N. e ela tinham o mesmo sonho, de terminar sua 
casa. Principalmente G. expressou o desejo de ver sua filha saudável e a angústia de não 
poder fazer algo a não ser trazê-la ao hospital. S. apontou bastantes questões relativas ao 
trabalho e de como está difícil manter um bom padrão de vida, ou seja, sustentar a 
família. 
Ao finalizarmos, quando perguntamos o que seria para os participantes do grupo 
“abrir janelas”, alguns responderam que significaria novas oportunidades, outros 
esperança. Outro ainda respondeu que “abrir janelas” seria conhecer mais as pessoas, 
como o que propusemos ao grupo: trocar idéias, compartilhar sonhos, dividir 
inseguranças, entre outros. 
 
ψ 19/04/2006 – Manual de Orientação aos Pais 
Participantes: N. R. S. - 30 anos (Mãe do C.) 
 S. G. - 31 anos (Mãe da M.) 
Neste encontro, conversamos com as duas mães sobre os cuidados os quais a 
criança hospitalizada necessita, como presença da mãe, informações sobre sua doença, 
ambiente criativo e familiarizado, mínimo de ruídos, recreação, visitas e apoio 
psicológico. 
S. estava bem ansiosa e falante, visto que a filha Maiara iria fazer uma cirurgia 
no dia seguinte; N. mobilizou-se com nossa fala, enchendo seus olhos de lágrimas e 
ficando mais reservada. 
 
Ψ 24/04/2006 – Dinâmica “Ser mãe é...” 
Participantes: 
 V. O. C., 23 anos, solteira, 4ª série 1º grau, do lar, mãe de 4 filhos. Mãe de A. C. 
R., 5 anos, segundo filho, internado com o diagnóstico de infecção por 
Estreptococcias. 
 D. B. N., 23 anos, solteira, 7ª série do 1º grau, do lar e servente do Hospital 
Olive Leite, mãe de 3 filhos. Mãe de E. N. S., 2 anos, filho caçula, internado por 
crise de bronquite asmática. 
Distribuímos um cartãozinho em formato de coração e canetas hidrocor para 
cada participante escreverdentro o que significaria ser mãe na opinião deles. No início, 
as mães ficaram inquietas e uma delas verbalizou que não sabia o que iria escrever, pois 
para ela ser mãe é indescritível. 
Ao final, solicitamos que cada uma apresentasse o que escreveu e o porquê e 
realizamos uma leitura da mensagem em homenagem ao dia das mães, como forma de 
homenageá-las. 
 
Ψ 26/04/2006 – Dicas sobre Higiene 
Participante: 
• S. B. B. G., 30 anos, casada (com um senhor que a sustenta, mas ela não o ama e 
não é o pai de sua filha), 8ª série do 1º grau, trabalha como diarista, 2 filhas. 
Mãe da M. G., 11 anos, primogênita, possui retardo neuro-motor, foi internada 
com o diagnóstico de desnutrição Protéico- Calórica, sem condições de 
alimentar por via oral e baixo peso para a idade. 
Utilizamos parte do Manual de Orientação à Família do H.U.S.F.P. e parte do 
Manual de Orientação aos Pais as quais falam de cuidados sobre higiene. Foi 
interessante ver a mãe S. identificar alguns pequenos cuidados que ele tem e entender 
como são importantes e, ao mesmo tempo, aprender alguns outros. 
 
Ψ 03/05/2006 – Dinâmica “Gravuras” 
Participante: 
 L. M. C. G., 46 anos, casada, 6ª série 1º grau, do lar, 2 filhos. Mãe da J. C. 
G., 1 ano, caçula, internada com o diagnóstico de Epilepsia (veio ao hospital 
para investigar a causa de desmaios). 
 
Colocamos várias figuras de revistas sobre a mesa e pedimos que a participante 
escolhesse algo que a representasse ou algo que desejasse ter. 
Ela escolheu entre as figuras: relógio, celular, roupas chiques e um lugar bonito, 
explicando que as escolheu porque são coisas que ela gostaria de ter, mas nunca teve. 
Vale ressaltar que além do lugar lindo que ela escolheu para morar com a família, a mãe 
Luci Mari escolheu apenas objetos materiais, sendo que havíamos colocado um coração, 
uma família, entre outras gravuras. 
 
Ψ 08/05/2006 – Cartilha dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados 
Participantes: 
• N. T. C., 50 anos, casada, aposentada por problemas de saúde (serviços gerais), 
2 filhas. Mãe de J. V. T. I., 9 anos, filha caçula do casal, internada com o 
diagnóstico de Estreptococcias e Anorexia. 
Obs.: N. disse que a filha está anoréxica porque não quer comer para ser modelo, 
mas segundo a própria mãe ela ainda mama, apesar de já ter nove anos de idade. 
• E. H. C., 26 anos, solteira, 3ª série 1º grau, do lar, 4 filhos. Mãe de C. C. L., 1 
ano, caçula, internado por uma crise asmática. 
Informamos as mães sobre o direito das crianças hospitalizadas, o que parece ter 
sido importante, principalmente para a mãe N. perceber a importância de modificar 
algumas atitudes. As participantes fizeram várias perguntas e comentários. 
 
Ψ 10/05/2006 – Dinâmica da “Caixa Misteriosa” 
Participantes: 
• S. B. B. G., mãe de M. G. 
• A. C. M., 20 anos, solteira, ensino médio incompleto, do lar, 1 filho. Mãe de G. 
M. L., 6 meses, internado com diagnóstico de Bronqueolite Aguda. 
• Â. C. M. (tia de G., irmã gêmea da A. C. M.), solteira, do lar, não tem filhos, 7ª 
série 1º grau. 
• M. C. M., 21 anos, casada, ensino médio completo, trabalha como doméstica e 
babá, não tem filhos. Amiga da família de J. A. de F., 9 anos, filho único, 
internado com diagnóstico de crise de bronquite. 
Uma caixa com várias tarefas e brindes foi passada de uma participante a qual 
realizava a tarefa e pegava o brinde estipulado para outra componente do grupo, assim 
sucessivamente, até terminarem as tarefas e os brindes. 
Posteriormente distribuímos rosas e cartões para as participantes e lemos uma 
mensagem em homenagem ao dia das mães que seria no próximo domingo. As 
participantes divertiram-se bastante ao ter que executar algumas tarefas como dizer um 
versinho, cantar a parte de uma música com a palavra chocolate, entre outras. 
 
Ψ 15/05/06 – Cartilha dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados 
Participante: S. B. B. G., mãe de M. G. 
• Repetimos a cartilha sobre os direitos das crianças hospitalizadas a pedido de S. 
que não pôde participar neste dia por ter precisado esperar terminar a dieta da 
filha. 
 
Ψ 17/05/06 – Dinâmica “Minha Característica Maior” 
Participantes: 
• A. dos S. G., casada, analfabeta, do lar, quatro filhos, não se lembrou ao certo 
qual a sua data de nascimento (já esteve internada no Hospital Espírita), mãe do 
R. G. da R., 9 meses (tivemos que olhar na ficha dele, pois a mãe não soube 
falar sobre o filho), caçula. Foi internado por causa de uma crise asmática. 
• J. B. B., 20 anos, casada, ensino médio incompleto (1º ano), do lar, 2 filhos, mãe 
de J. V. B. da S., 3 anos, filho primogênito do casal, internado com o 
diagnóstico de Pneumonia. 
 
Distribuímos folhas de ofício e canetas para as participantes e pedimos para que 
elas escrevessem algo que as caracterizassem. 
Como A. é analfabeta, fez um desenho. Desenhou uma TV igual a sua, um sol e 
uma lua e disse são coisas de que gosta muito. 
J. escreveu que se sente sem tempo para ela mesma, pois só lava, passa, cozinha, 
arruma casa, cuida dos filhos, e não tem lazer; segundo ela, seu marido é muito caseiro 
e “parado”, não dá atenção a ela. 
 
Ψ 05/06/06 – Dicas de Saúde: Pediatria H.U.S.F.P. e Diário Popular, 19/04/06 
Participantes: 
• K. F. S. F., 29 anos, casada, 8ª série 1º grau, do lar, 2 filhos. Mãe de G. S. F., 2 
anos, caçula, internada por vômitos, para investigar hérnia no estômago. 
• L. S. da S., 19 anos, casada, 6ª série 1º grau, do lar. Mãe de L. R. da S. R., 1 ano, 
filho único, internado por anemia e vermes. 
• A. da S. P., 35 anos, casada, 2º grau incompleto, do lar, 2 filhos. Mãe de E. da S. 
P., 7 anos, filha caçula, internada por pneumonia. 
• I. R. J., 27 anos, solteira, 1º grau incompleto, do lar, 5 filhos. Mãe de F. J. da F., 
11 anos, primogênita, internada por diabetes. 
Discutimos com as mães sobre cuidados simples que elas podem ter com a saúde 
de suas crianças a fim de impedir maiores problemas mais tarde. Como algumas mães 
são bem mais espertas do que outras nos cuidados em relação à saúde de seus filhos, é 
enriquecedor observar as trocas de informações entre elas. 
 
Ψ 07/06/06 – Dinâmica Ser +, Ser – 
• Participantes: 
• D. M. A., 24 anos, solteira, 6ª série 1º grau, diarista, 3 filhos, HIV+ por uso de 
drogas. Mãe de K. A. R., 1 ano e 6 meses, caçula, internado por bronquiolite 
aguda, HIV+. 
• M. H. dos S. D., 22 anos, solteira, 8ª série 1º grau, do lar, 3 filhos. Mãe de K. V. 
dos S. D., 3 anos, 2ª filha, internada por crise asmática. 
Distribuímos folhas de ofício e canetas hidrocor e solicitamos que as mães 
dividissem a folha ao meio, escrevendo de um lado como elas gostariam de ser mais 
(ex.: mais carinhosa, mais sincera, mais rígida...) e de outro, o que gostariam de ser 
menos (ex.: menos orgulhosa, menos triste, ...). 
 Explicamos a tarefa mais de uma vez, mas M. H. ao invés de fazer o que foi 
pedido, colocou o que ela gostaria de “ter mais”, fato que nos impressionou. 
 
Ψ 12/06/06 – Discussão sobre a “Escolha dos Brinquedos para as Crianças” 
Participante: 
 B. D. D., 29 anos, casada, 5ª série 1º grau, do lar, 3 filhos. Mãe de E. D. D., 
11 anos, primogênito, internado com meningite por fungos. 
Discutimos o artigo “Escolha de brinquedos seguros para casa, ambulatório e 
hospital”. B. ressaltou a importância de estarmos orientando sobre este tema, pois, 
segundo ela, são a maioria cuidados simples os quais as mães muitas vezes pensam que 
não precisam escutar por já terem conhecimento, mas que, na verdade, são esquecidos 
com freqüência. 
 
Ψ 14/06/06 – Dinâmica “Eu gostaria...” 
Participantes: 
 S. R., 29 anos, casada, 1º grau completo, do lar, 5 filhos. Mãe de G. R. M., 1 
ano e 5 meses, caçula, internado por displasia bronco-pulmonar. 
 M. da R., 29 anos, casada, 2º grau completo, do lar. Mãe de S. B. da R., 1 
ano e 3 meses, filho único, internado por crise asmática. 
 
Distribuímos folhasde ofício e canetas hidrocor e solicitamos, em um primeiro 
momento, que as mães desenhassem e/ou escrevessem como está atualmente a família e 
a vida delas. Em seguida, solicitamos que as mesmas desenhassem e/ou escrevessem 
como gostariam que a família e a vida delas estivessem. 
 Uma das mães foi interrompida pelo tratamento do filho por alguns instantes, 
mas ao retornar pedimos que ela nos contasse, então, como gostaria que a família e a 
vida dela estivessem. 
 
Ψ 19/06/06 – Acidentes na Infância: Dicas de Prevenção 
Participantes: 
 R. M. da S., 31 anos, casada, analfabeta, do lar, 3 filhos. Mãe adotiva de L. P., 6 
anos, caçula, internado por pneumonia. 
 R. M. B. B., 38 anos, separada, 6ª série 1º grau, do lar, 3 filhos. Mãe de A. M. B. 
B., 8 anos, caçula, internado por pneumonia. 
Conversamos com as mães sobre dicas de prevenção de acidentes na infância, 
inclusive as mesmas relataram casos de acidentes infantis que já presenciaram ou 
souberam que aconteceu com amigos ou familiares. 
 
Ψ 21/06/06 – Dinâmica “Estrela da Sorte” 
 
 M. A. P. S., 39 anos, casada, 3º grau completo, professora (formada em 
Letras/UCPel), 2 filhos. Mãe de G. P. S., 12 anos, primogênito, internado por 
obstrução intestinal (constipação crônica). 
 R. M. da S., mãe de L. P. 
Espalhamos estrelas de cartolina branca e prateada em cima da mesa na sala de 
recreação. Em um primeiro momento, pedimos que elas pegassem uma estrela branca e 
escrevessem ou desenhassem (já que R. não sabe escrever) suas expectativas, seus 
sonhos. Em seguida, solicitamos que pegassem a estrela prateada e escrevessem ou 
desenhassem uma mensagem. Logo elas comentaram e quiseram ficar com o que 
fizeram. 
 
 
 
 
 
 
5-Considerações finais 
 
Ao total foram realizados 19 encontros com 33 pacientes atendidos (29 mães das 
crianças hospitalizadas, 1 tia, 1 avó, 1 pai, 1 amiga da família). 
Acredito que nossos objetivos foram concretizados, desde aqueles pensados no 
momento em que estávamos “namorando” a idéia de realizar o grupo, estudando a 
literatura, realizando observações no andar da pediatria, na sala de recreação 
terapêutica, em relação às enfermeiras e às famílias que ali estavam. 
Busquei o curso de férias no Hospital Pequeno Príncipe porque além de gostar 
muito da área hospitalar e acreditar na importância de um trabalho nesta área queria ter 
outras visões sobre o assunto, aprender, procurei estar um pouco melhor preparada para 
realizar um bom estágio. E realmente, penso que quando acreditamos e buscamos de 
coração fazer o melhor, doar-se para que um trabalho dê certo, ele dá certo. 
Analisando o semestre, percebo que cresci bastante e não só como estagiária de 
saúde mental coletiva, ou no desenvolvimento do papel de psicóloga, mas como pessoa. 
Cresci ao realizar um trabalho em dupla com a colega Mônica, cresci ao conhecer 
algumas histórias de vida complicadas dos pacientes, cresci ao dedicar-me para servir 
verdadeiramente de apoio e orientação às famílias. “Esperamos ter conseguido deixar 
as famílias que passaram por nós um pouco mais felizes, com uma pontinha de 
esperança sobre suas vidas... Foi um trabalho gratificante!” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6-Referências bibliográficas 
 
http://www.adolescente.psc.br 
 
http://www.brazilpednews.org.br/dec2002/bnp4002.htm 
 
http://www.pequenoprincipe.org.br/index.html 
 
http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=65&id_detalhe=1877&tipo_deta
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http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=21&id_detalhe=1131&tipo_deta
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MINAMISAVA, Ruth; MUNARI, Denize Bouttelet; BORGES, Ida Kuroki - 
Ensinando e aprendendo: uma experiência com grupos de pais de crianças 
hospitalizadas. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 01, 2004. Disponível em 
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60, 1980. /Documento Roche/. 
 
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BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto da criança e do adolescente. Brasília: 
Ministério da Saúde, 1991. 110p. 
 
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CAPOBIANCO, C. S. M. O Corpo em Off: A doença e as práticas psi na pediatria 
hospitalar. São Paulo: Estação Liberdade, 2003. 
 
COYNE, I. T. Parental partipacion in care: a critical review of the literature. J. 
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Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. 
 
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1995. 109p. 
 
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MILITÃO, A.; MILITÃO, R. S.O.S. Dinâmica de Grupo. Rio de Janeiro: 
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Emocional da Hospitalização da Criança. Jornal de Pediatria, vol.56, nº5, 1984. 
 
SÃO PAULO. (Estado). Leis, Decretos, etc. Resolução SS-165, 12 out. 1988. Diário 
Oficial do Estado, São Paulo, 14 mar. 1989. Seção 1, p.99. 
 
SCHIMTZ, E.M.R. A problemática da hospitalização infantil: aspectos psicológicos. In: 
SCHIMTZ, E.M.R. et al. A enfermagem em pediatria e puericultura. São Paulo: 
Atheneu, 1995. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7-Resumo 
 
Introdução: A hospitalização é um momento difícil na vida de qualquer pessoa, 
sobretudo na vida de uma criança a qual se sente amparada com a presença de 
familiares, minimizando-se problemas decorrentes da internação que prejudicam o 
tratamento e a recuperação do pequeno paciente. A partir do estudo sobre a necessidade 
de apoio e orientação aos familiares das crianças hospitalizadas e da relevância destes 
projetos para a melhoria da saúde pública, como estagiária de psicologia na área de 
Saúde Mental Coletiva, pude contribuir com o “Grupo de Atendimento aos 
Acompanhantes da Pediatria” no Hospital Universitário São Francisco de Paula - 
UCPel, em Pelotas, R.S. Materiais e métodos: De março a junho de 2006, nas segundas 
e quartas-feiras, das 14h30min às 15h30min eram realizados os encontros. Os 
acompanhantes das crianças eram convidados a participar do grupo, encaminhando-se 
para a sala de recreação terapêutica. Atividades variadas eram preparadas para os 
encontros, desde algumas dinâmicas com o objetivo de descontrair, relaxar, 
compartilhar e desabafar até a discussão sobre alguns temas educativos na área da 
saúde, para aprendizagem e prevenção, muitos deles a partir do queos familiares das 
crianças internadas sugeriam. Além disso, ficava à disposição dos acompanhantes da 
pediatria na sala de recreação um painel sobre os assuntos discutidos no grupo durante a 
semana, com dicas, mensagens e informação. Considerações finais: Os objetivos do 
grupo foram alcançados, foi um trabalho gratificante o qual proporcionou apoio 
psicológico e informação aos acompanhantes das crianças internadas a fim de que 
reconhecessem a importância de seus cuidados no processo de hospitalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pelotas, 16 de abril de 2008. 
 
Parecer 
 
 O trabalho intitulado Grupo de Atendimento aos Acompanhantes da Pediatria, 
foi realizado na Sala de Recreação Terapêutica do Hospital Universitário São Francisco 
de Paula, no Estágio Curricular de Saúde Mental Coletiva, durante um semestre, pela 
acadêmica Liliane Ores. 
 É importante destacar que a trajetória da acadêmica durante a graduação em 
Psicologia caracterizou-se pela sua participação intensa ao longo de sua formação. 
Dentro suas várias atuações, destaco a sua participação em práticas extracurriculares, 
práticas voluntárias, monitoria, tutoria e bolsista de pesquisa científica. Ressalto que sua 
inserção nos diferentes projetos e práticas, sua postura e conduta profissional sempre se 
destacaram pelo compromisso, disponibilidade e profissionalismo. Durante a graduação 
a acadêmica recebeu alguns títulos em função do seu desempenho e dedicação. Recebeu 
prêmio como bolsista de pesquisa, obteve o primeiro lugar na sua turma de graduação 
em Psicologia, e no Mestrado em Saúde e Comportamento no qual atualmente está na 
etapa da coleta de dados. Nesta época realizou concurso na Universidade Católica de 
Pelotas, para trabalhar como técnica, onde tirou o segundo lugar. 
 O trabalho desenvolvido durante o estágio de saúde mental coletiva, com um 
grupo de mães e/ou acompanhantes das crianças hospitalizadas na Pediatria do HUSFP, 
foi relevante porque proporcionou acompanhamento e apoio psicológico, através de 
dinâmicas, discussões de temas relevantes e atividades recreativas. Dentre os vários 
objetivos do trabalho destaco a importância de fornecer orientação e apoio aos 
familiares das crianças internadas a fim de que possam enfrentar este momento de crise. 
 Diversos autores reconhecem os efeitos positivos da participação da família na 
internação hospitalar. Além de minimizar o sofrimento psíquico das crianças, a 
presença da família possibilita o fortalecimento da capacidade de reação ao tratamento 
hospitalar. A família passou a ser também ator decisivo na promoção e controle social 
da qualidade do atendimento hospitalar e no desenvolvimento de processos de 
humanização nas instituições. 
 
 
 O trabalho foi realizado a partir do desejo, das falas e dúvidas das mães, que 
eram ouvidas pelas acadêmicas, proporcionando as mães e/ou acompanhantes momentos 
de alegria, descontração, mesmo que em muitos momentos os temas discutidos tenham 
gerado bastante angústia e sofrimento. Mas as intervenções foram conduzidas com 
seriedade, profissionalismo, sempre levando em conta que os integrantes do grupo 
estavam vivendo momentos de stress, ansiedade e preocupação com a saúde dos seus 
filhos. 
 Cuidar do cuidador foi uma preocupação constante desse trabalho, que procurou 
através das dinâmicas, dos temas abordados e das mensagens, preparadas para cada 
encontro, trabalhar com afeto e carinho, respeitando o silêncio e a fala de cada 
participante. Mulheres que muitas vezes tem pouca oportunidade de serem olhadas, 
cuidadas e ouvidas, tiveram com esse trabalho um momento e um espaço para sentir-se 
gente, pensar que podem ter sonhos e planos para o futuro, esperança de uma vida 
melhor, e de serem um pouco cuidadas para cuidarem melhor do outro. 
 
 
Psicóloga Inácia Gomes da Silva Moraes 
Profª. Supervisora

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