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Anamnese e Exame Físico do Abdome

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Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
 
➢ ABDOME 
- maior cavidade do corpo humano; 
- compreende a região do tronco que fica entre o tórax e a pelve; 
- diafragma → demarca a divisão entre o tórax e o abdome; 
- abertura superior da pelve → demarca os limites entre as cavidades abdominal e pélvica; 
- abdome comporta órgãos do sistema digestório e algumas estruturas do sistema urinário; 
- anatomicamente, o abdome é dividido em 9 regiões e 4 quadrantes → auxilia na descrição de 
sinais, sintomas e anormalidades anatômicas que podem estar presentes no paciente para 
diagnóstico e registro no prontuário médico; 
- a cavidade abdominal comporta: 
 1. estômago; 
 2. fígado; 
 3. vesícula biliar; 
 4. pâncreas; 
 5. ductos biliares; 
 6. baço; 
 7. intestinos delgado e grosso; 
 8. rins e glândulas suprarrenais; 
 9. vasos abdominais, que são ramificações da aorta abdominal. 
- a bexiga urinária, útero, tuba uterina e ovários (em mulheres) são considerados órgãos 
abdominais e pélvicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
 
➢ ANATOMIA FISIOLÓGICA 
- o abdome comporta todo o sistema digestório e parte do sistema urogenital; 
- órgãos são contidos pelos músculos abdominais, diafragma e músculos da pelve; 
- posição entre tórax e pelve → torna o abdome capaz de proteger seu conteúdo e manter 
flexibilidade para respiração, postura e locomoção; 
- abdome é contínuo com a cavidade pélvica → não possui assoalho → abertura da pelve 
superior é apenas uma demarcação arbitrária para separar didaticamente as duas cavidades; 
- contração voluntária ou reflexa → músculos aumentam a pressão intra-abdominal para 
promover a expulsão de líquidos, flatos, fezes e fetos da cavidade abdominopélvica e expulsão 
de ar da cavidade torácica adjacente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
- paredes abdominais são formadas por diversas camadas → se contraem e distendem → 
acomodam as expansões causadas pela ingestão alimentar, gravidez, deposição de gordura e 
outras doenças; 
- órgãos internos são revestidos pelo peritônio → membrana serosa que se dobra sobre as 
vísceras abdominais como uma bolsa → forma a cavidade peritoneal → dobras dão passagem 
aos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos; 
- a parede abdominal tem: 
 1. três pares de músculos planos: 
 a. m. oblíquo externo do abdome; 
 b. m. oblíquo interno do abdome; 
 c. m. transverso do abdome. 
 2. dois pares de músculos verticais: 
 a. m. reto do abdome; 
 b. m. piramidal (verticais). 
- os músculos verticais são contidos na bainha do músculo reto do abdome; 
- devido ao sua grande atividade, a cavidade abdominal requer boa vascularização → abdome 
é suprido pela aorta abdominal e suas ramificações: 
 1. aa. Suprarrenais; 
 2. aa. Renais; 
 3. aa. Mesentéricas → SUPERIOR irriga os intestinos delgado e grosso, até a porção proximal 
do colo transverso e INFERIOR irriga o restante do intestino grosso e porção proximal do reto; 
 4. aa. Ilíacas → se ramificam para suprir a pelve e membros inferiores; 
 5. Tronco Celíaco → dá origem às artérias hepática comum, esplênica e gástrica esquerda → 
irriga fígado, estruturas biliares, estômago e parte do pâncreas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
- as vísceras abdominais são responsáveis pela: 
 1. digestão dos alimentos; 
 2. absorção dos nutrientes ingeridos; 
 3. eliminação dos resíduos. 
- o percurso que o alimento faz após entrar pela boca é: 
 1. desce pelo esôfago até o estômago → é triturado e misturado ao suco gástrico, graças aos 
movimentos peristálticos → reduz o conteúdo alimentar às suas moléculas absorvíveis; 
 2. encaminhado para o intestino delgado → principal local de absorção dos nutrientes 
ingeridos na alimentação → situado entre o estômago e o intestino grosso; 
 3. segue para o intestino grosso → onde ocorre a absorção da maior parte de água que está 
misturado ao bolo alimentar → se torna bolo fecal; 
 4. transportado para o reto; 
 5. expelido pelo canal anal. 
- intestinos são supridos pelas artérias mesentéricas inferior e superior e suas ramificações; 
- estômago é suprido principalmente pelas artérias gástricas esquerda e direita e drenado pelas 
veias gástricas direita e esquerda → drenam para a veia porta; 
- a digestão depende também de glândulas anexas para acontecer → fígado e pâncreas que 
produzem secreções e hormônios que auxiliam nesse processo; 
- o fígado é um órgão macio e altamente vascularizado → recebe uma grande quantidade de 
sangue imediatamente antes de entrar no coração; 
- responsável por: 
 1. metabolismo de drogas; 
 2. síntese de proteínas sanguíneas; 
 3. armazenamento de nutrientes; 
 4. secreção da bile → armazenada e sintetizada pela vesícula biliar. 
- maior parte da irrigação do fígado vem da veia porta hepática e uma porcentagem menor da 
artéria hepática; 
- drenagem do fígado é feita pela veia cava inferior (VCI) e pelas veias hepáticas → não possuem 
válvulas; 
- o pâncreas é responsável por: 
 1. sintetizar a insulina e o glucagon → regulam a glicemia; 
 2. produzir o suco gástrico → participa da digestão de lipídios e proteínas. 
- além dos órgãos digestórios, o abdome engloba o baço e a bexiga urinária; 
- o baço é o maior órgão linfático do corpo → participa do sistema de defesa do corpo; 
- também contém uma grande quantidade de sangue → expelida para a circulação pela ação 
do músculo liso de sua cápsula → vasos esplênicos são mais calibrosos → irrigação é feita 
principalmente pela artéria 
esplênica, ramo do tronco 
celíaco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
➢ ANAMNESE E INTERROGATÓRIO SISTEMÁTICO 
- na anamnese, é importante que se descreva todos os sintomas, especificando: 
 1. local de incômodo e irradiação da dor → utiliza como referência as 9 regiões e os 4 
quadrantes abdominais; 
 2. início, frequência, duração e horário preferencial dos sintomas → refere dor abdominal 2 
vezes ao dia, por cerca de 5 minutos, há uma semana, sem horário preferencial; 
 3. intensidade dos sintomas → deve ser graduada em cruzes → +++/4+ (3 cruzes em 4); 
 4. tipo de dor → em pontada, em aperto, latejante → aconselhável colocar entre parênteses 
as palavras que o paciente utilizar para descrever a dor; 
 5. quantidade de vezes de ocorrência do evento → refere ter vomitado 3 vezes nas últimas 
24h; 
 6. fatores desencadeantes → causas da dor atribuídas pelo paciente → refere dor quando se 
senta; 
 7. fatores de melhora e piora → farmacológicos e não farmacológicos. 
 
- quando a queixa principal é abdominal → buscar fazer o interrogatório sistemático do abdome 
na anamnese → descrever os sinais positivos e relatando os sinais negativos; 
- na parte do abdome no interrogatório sistemático é permitido colocar “vide HMA” onde esse 
sistema foi explorado; 
- o interrogatório sistemático do abdome inclui perguntas sobre os aparelhos gastrointestinais 
e gênito-urinário → ajuda a identificar sinais e sintomas menos graves que o paciente não refere 
espontaneamente; 
- importante que se comece descrevendo os sinais positivos → caracterizar da forma mais 
completa possível as queixas do paciente, e em seguida descrever os sinais negativos; 
- recomenda-se evitar a repetição de palavras → utilizar “nega” para relatar todos os dados 
negativos → nega tosse, dispneia e escarro; 
- sobre o TGI é importante que o médico questione se o paciente apresenta: 
 1. inapetência (perda do apetite); 
 2. intolerância alimentar; 
 3. disfagia (sensação de obstrução do esôfago); 
 4. dispepsia (desconforto abdominal com plenitude, saciedade precoce, distensão e/ou 
náusea); 
 5. regurgitação (desconforto abdominal caracterizado por plenitude, saciedade precoce, 
distensão e/ou náusea); 
 6. ânsia de vômito; 
 7. vômito; 
 8. vômito em jato (não associado à náuseas);9. pirose (azia com sensação de queimação retroesternal); 
 10. constipação/obstipação (dificuldade ou esforço para evacuar, fezes endurecidas e menos 
de 3 evacuações semanais); 
 11. plenitude gástrica (sensação de saciedade precoce e estômago cheio - empachamento); 
 12. hematêmese (vômito com sangue proveniente do aparelho digestivo → pode ser sangue 
vivo ou borráceo → diferente de hemoptise, que é sangue proveniente do sistema respiratório); 
 13. diarreia; 
 14. esteatorreia (excesso de gordura nas fezes); 
 15. melena (fezes pretas com ou sem presença de sangue visível → sugestivo de sangramento 
digestivo alto → sangue digerido); 
 16. tenesmo (sensação de evacuação incompleta associado a esforço para defecar); 
 17. hematoquezia (hemorragia por via retal de cor avermelhada ou marrom); 
 18. hemorroidas (veias inchadas e inflamadas no reto e no ânus); 
 19. enterorragia (hemorragia de origem intestinal). 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
- deve-se relatar o ritmo intestinal do paciente → perguntar sobre número de evacuações e 
características das fezes (consistência, quantidade e odor); 
- avaliar alterações no hábito intestinal; 
 
- sobre o aparelho gênito-urinário deve-se questionar se há: 
 1. disúria (desconforto ou dor ao urinar); 
 2. poliúria (aumento significativo no volume urinário em 24 horas, com 3 litros ou mais); 
 3. polaciúria (micção frequente e em quantidade elevada); 
 4. nictúria (aumento da frequência urinária durante a noite); 
 5. oligúria (baixa produção de urina - diurese abaixo de 400 ml/24h); 
 6. anúria (supressão da secreção de urina - diurese inferior e 100 ml/24h); 
 7. enurese (perda noturna do controle da bexiga); 
 8. urgência urinária (desejo intenso e imediato de urinar e pode causar micção involuntária); 
 9. incontinência urinária (eliminação involuntária da urina); 
 9. hematúria (sangue na urina); 
 10. alterações de coloração e/ou odor da urina. 
 
- em pacientes homens, é importante perguntar se houve> 
 1. redução do calibre ou força do jato urinário; 
 2. hesitação; 
 3. gotejamento pós-miccional. 
 
➢ PREPARAÇÃO DO EXAME 
- posicionar-se em pé do lado direito do paciente; 
- posicionar o paciente em decúbito dorsal → braços estendidos ao lado do corpo ou cruzados 
sobre o tórax; 
- expor a região abdominal do paciente → da região acima do processo xifoide até a sínfise 
púbica → atentar para que a região inguinal fique EXPOSTA e a genitália fique COBERTA; 
- questionar se o paciente deseja ir ao banheiro → ideal que o exame seja feito com bexiga vazia; 
- questionar se o paciente sente dor em alguma região → se sim, deixar para examinar o local 
por último; 
- aquecer as mãos e o estetoscópio; 
- realizar uma abordagem calma e cuidadosa → distrair o paciente e sempre se atentar a 
expressão facial do paciente, evitando movimentos bruscos. 
 
➢ EXAME FÍSICO DO ABDOME 
- a ordem correta para realizar o exame é: inspeção → ausculta → percussão → palpação. 
 
✓ INSPEÇÃO 
- essencial que haja: 
 1. iluminação adequada; 
 2. exposição da área corporal a ser examinada; 
 3. conhecimento das características normais e da projeção dos órgãos na parede abdominal. 
- importante que se siga uma ordem no exame → evitar que alguma região deixe de ser 
devidamente examinada; 
- os elementos observados na inspeção são: 
 1. pele; 
 2. forma e volume do abdome; 
 3. cicatriz umbilical; 
 4. abaulamentos ou retrações localizadas; 
 5. cicatrizes da parede abdominal (especialmente cicatrizes cirúrgicas); 
 6. movimentos. 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
❖ PELE 
- devemos observar: 
 1. LESÕES ELEMENTARES; 
 2. MANCHAS HEMORRÁGICAS; 
 3. COLORAÇÃO; 
 4. PRESENÇA DE ESTRIAS; 
 5. DISTRIBUIÇÃO DE PELOS; 
 6. DIÁSTASE DOS MÚSCULOS RETOS ANTERIORES DO ABDOME → com o paciente em 
decúbito dorsal, peça para que ele contraia a musculatura abdominal, elevando as duas pernas 
estendidas ou levantando a cabeça do travesseiro sem mover o tórax. 
 7. HÉRNIAS → realiza a manobra de Valsalva → solicita ao paciente que sopre o punho 
fechado → aumenta a pressão intra-abdominal → força o aparecimento das hérnias que podem 
estar presentes. 
 PS: HÉRNIA 
- definida como uma protrusão parcial ou total de um ou mais órgãos por um orifício que se 
abriu → pode ocorrer por: 
 1. enfraquecimento da parede abdominal; 
 2. má formação. 
- a depender de sua localização, recebe diferentes nomenclaturas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
 8. VEIAS E CIRCULAÇÃO COLATERAL SUPERFICIAL → circulação colateral pode ser do tipo 
porta ou do tipo veia cava inferior → indicam HIPERTENSÃO PORTAL. 
 PS: HIPERTENSÃO PORTAL 
- condição em que o sistema porta apresenta aumento da resistência ao fluxo de sangue → 
pode ser causado por: 
 1. doenças dentro do fígado; 
 2. obstrução da veia esplênica ou portal; 
 3. fluxo venoso hepático insuficiente. 
- a principal causa de hipertensão portal é a cirrose alcoólica → caracterizada por: 
 1. hepatomegalia; 
 2. superfície com aspecto nodular. 
- a cirrose é provocada pela destruição progressiva 
dos hepatócitos → são substituídos por gordura e 
tecido fibroso → ocasiona aumento da resistência 
ao fluxo sanguíneo → tecido fibroso circundando os 
vasos hepáticos torna o fígado mais firme → 
IMPEDE A CIRCULAÇÃO; 
- os sinais da Hipertensão Portal são: 
 1. ascite; 
 2. edema de membros inferiores; 
 3. hematêmese; 
 4. varizes esofágicas; 
 5. hemorroidas. 
 
❖ FORMA E VOLUME DO ABDOME 
- a forma e o volume abdominais podem variar devido a diversos fatores, internos ou externos; 
- os tipos possíveis de serem encontrados são: 
 1. ATÍPICO OU NORMAL: abdome simétrico e levemente abaulado; 
 2. GLOBOSO OU PROTUBERANTE: abdome globalmente aumentado, com predomínio do 
diâmetro anteroposterior sobre o transversal → típico da gravidez avançada, ascite, distensão 
gasosa, obesidade, obstrução intestinal, hepatoesplenomegalia volumosa, pneumoperitônio e 
grandes tumores policísticos do ovário → importante sinalizar quando é globoso às custas de 
panículo adiposo e ascite; 
 3. EM VENTRE DE BATRÁQUIO: predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior 
→ típico da ascite em fase de regressão; 
 4. PENDULAR OU PTÓTICO: observado em pacientes cujas vísceras pressionam a parte inferior 
da parede abdominal quando eles ficam de pé, gerando uma protusão → típico de pacientes 
com flacidez abdominal no período puerperal; 
 5. ABDOME EM AVENTAL: a parede abdominal pende sobre as coxas do paciente, 
especialmente quando ele fica de pé → típico de pacientes com obesidade de grau elevado e é 
consequência do acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal; 
 6. ESCAVADO, ESCAFOIDE OU CÔNCAVO: parede abdominal é retraída → típico de pacientes 
muito emagrecidos, a exemplo dos portadores de síndrome consumptiva e normalmente sinal 
de DESNUTRIÇÃO 
 
❖ CICATRIZ UMBILICAL 
- descrever o contorno, localização, protusão e sinais de inflamação; 
- PROTUSÃO geralmente indica a existência de uma hérnia ou acúmulo de líquido nessa região. 
 
 
 
 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
❖ ABAULAMENTOS OU RETRAÇÕES LOCALIZADAS 
- sinalizar se o abdome é simétrico ou não e se apresenta deformidades → utiliza as regiões e 
quadrantes para descrever a localização das anormalidades; 
- pode ocorrer por diversas causas → hepatomegalia, esplenomegalia, gravidez, tumores, 
aneurisma da aorta abdominal e megacólon chagásico quando se apresenta com fecaloma 
volumoso. 
 
❖ CICATRIZES DA PAREDE ABDOMINAL 
- fornece informações sobre cirurgias anteriores; 
 1. FLANCO DIREITO: colecistectomia; 
 2. FLANCO ESQUERDO: colectomia; 
 3. FOSSA ILÍACA DIREITA: apendicectomia, herniorrafia; 
 4. FOSSA ILÍACA ESQUERDA: herniorrafia; 
 5. HIPOGÁSTRIO: histerectomia; 
 6. LINHA MÉDIA: laparotomia; 
 7. REGIÃO LOMBAR: nefrectomia; 
 8. LINHA VERTEBRAL:laminectomia. 
 
❖ MOVIMENTOS 
 1. MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS: 
- em condições normais o padrão respiratório MASCULINO é toracoabdominal → comum a 
observação de movimentos respiratórios no andar superior do abdome; 
- em processos inflamatórios do peritônio que se acompanham de rigidez da parede abdominal 
e em afecções dolorosas do andar superior do abdome esses movimentos costumam 
desaparecer; 
- já o padrão respiratório FEMININO é puramente torácico. 
 
 2. PULSAÇÕES: 
→ fisiológicas: pulsações da aorta abdominal vistas e sentidas no abdome de pessoas magras; 
→ patológicas: pulsações na região epigástricas devido à hipertrofia do ventrículo direito ou 
pulsações decorrentes de aneurismas da aorta abdominal. 
 
 3. ONDAS PERISTÁLTICAS: 
- os movimentos peristálticos visíveis indicam obstrução em algum segmento do tubo digestivo; 
- podem ocorrer espontaneamente ou após alguma manobra, como a aplicação de alguns 
piparotes na área suspeita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
✓ AUSCULTA 
- feita com o diafragma do estetoscópio; 
- obtemos informações sobre a movimentação de gases e líquidos no trato intestinal; 
- deve ser feita ANTES da percussão e palpação → evita o estímulo do peristaltismo 
- visa identificar dois principais sinais: 
 1. ruídos hidroaéreos (RHA); 
 2. sopro nas artérias abdominais → aorta, artérias renais e artérias ilíacas; 
 
❖ AUSCULTA DOS RUÍDOS HIDROAÉREOS: 
- para ouvir os RHA basta posicionar o estetoscópio em áreas difusas do abdome → ausculta 
dos 4 quadrantes; 
- começa na fossa ilíaca direita → lugar mais provável de auscultar → presença da válvula 
ileocecal; 
- como os sons intestinais são amplamente transmitidos pelo abdome, geralmente a ausculta é 
única e suficiente no quadrante inferior direito 
- ao auscultar os sons intestinais, observar a frequência e características → anotar 
presença/ausência e aumento/diminuição; 
- sons consistem e estalidos e gorgolejos → variam de 5-34 ruídos/minuto; 
- os ruídos correspondem ao deslocamento de líquidos e gases no lúmen intestinal: 
 1. aumentados na diarreia e na fase inicial da oclusão intestinal mecânica → ficam mais 
intensos pelo aumento do peristaltismo → chamados de BORBORIGMOS (semelhante ao som 
o estômago roncando); 
 2. ausentes no íleo paralítico → há um silêncio abdominal → ocorre geralmente pós 
operatório de 24-72 horas. 
- a ausculta deve permanecer por cerca de 2 minutos → ouvir um ruído já exclui a possibilidade 
de íleo paralítico → não é necessário ficar os 2 minutos inteiros caso se ouça antes disso. 
 PS: íleo paralítico → doença causada por defeitos ou ausência da motilidade intestinal e gera: 
1. inapetência; 
2. obstipação grave; 
3. vômitos; 
4. obstrução intestinal; 
5. flatulência; 
6. risco de peritonite e sepse → conteúdo intestinal 
fica paralisado → gera aumento da microbiota 
residente. 
 
❖ AUSCULTA DOS VASOS ABDOMINAIS 
- verifica a presença de sopros ou de sons vasculares que se 
assemelham a sopros cardíacos → sugerem doença vascular 
obstrutiva; 
- o examinador deve posicionar o estetoscópio em 7 pontos 
→ ausência pode ser confirmada quando não se ouve 
nenhum ruído nesses pontos. 
 1. AORTA ABDOMINAL → na linha mediana aprox. 5 cm acima da cicatriz umbilical; 
 2. ARTÉRIAS RENAIS → aprox. 5 cm acima da cicatriz umbilical e 3 cm lateralmente à direita e 
à esquerda da linha mediana. 
PS: sopro renal pode ser a única pista para a estenose da artéria renal. 
 
 
 
 
 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
✓ PERCUSSÃO 
- médico deve estar com as unhas cortadas e mãos aquecidas; 
- a percussão é dígito-digital; 
- conseguimos avaliar: 
 1. quantidade e distribuição de gases no abdome; 
 2. possíveis massas sólidas ou cheias de líquido; 
 3. dimensões do fígado e baço. 
- deve percurtir os 4 quadrantes do abdome → utilizar a técnica em Z em cada quadrante; 
- antes de começar as manobras, é importante perguntar ao paciente se ele: 
 1. está sentindo alguma dor abdominal; 
 2. está com a bexiga cheia; 
 3. defecou no dia do exame ou se está com vontade de ir ao banheiro; 
- durante a percussão, especialmente naqueles pacientes que referirem dor → necessário que 
o examinador pesquise sinais de desconforto na expressão do paciente; 
- a percussão é usada para: 
 1. fazer a hepatimetria → mensuração do tamanho do fígado; 
 2. identificar visceromegalia (VCM) → percussão do espaço de Traube; 
 3. identificar se o som é timpânico (normal) ou maciço → indica que há massas sólidas 
anormais na cavidade abdominal → percussão geral. 
 
❖ TIPOS DE SOM 
1. TIMPANISMO: costuma predominar por conta dos gases existentes no intestino 
digestório → espaço de Traube; 
2. HIPERTIMPANISMO: quantidade de ar intra-abdominal está aumentada → 
pneumoperitônio; 
3. MACIEZ: região do fígado e do baço, em casos de líquido móvel (ascite) e presença de 
massas ou cistos imóveis; 
4. SUBMACIEZ: identificada em casos de menor quantidade de ar ou superposição de uma 
víscera maciça sobre uma alça intestinal. 
PS: ao percurtir a região suprapúbica pode apresentar uma sonoridade maciça → bexiga 
distendida ou nas mulheres caso o útero esteja aumentado de tamanho. 
PS: abdome protuberante e totalmente timpânico → sugere obstrução intestinal. 
 
❖ HEPATIMETRIA 
- maior parte do fígado fica protegida 
pela caixa torácica → dificulta o exame 
direto; 
- a percussão permite estimar o 
tamanho e a forma do fígado; 
- essa técnica é feita utilizando os dedos 
como medida → considera que cada 
dedo tenha 1 cm de largura; 
- localiza a linha hemiclavicular direita; 
- percurtir o hemitórax direito: 
 1. começa na região abaixo do umbigo 
→ deve-se percurtir em direção ao 
fígado até que o som mude de 
timpânico (abdominal normal) para 
maciço → indica a margem inferior do 
fígado; 
Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB 
 2. percurtir ao nível da linha hemiclavicular direita → vai desde a linha mamilar e segue em 
sentido caudal em direção ao fígado (5⁰-6⁰ EIC) → som muda de claro pulmonar (atimpânico) 
para maciço → indica a borda superior do fígado; 
- depois mede-se a distância entre esses dois pontos → início e margem inferior do fígado; 
- identifica a linha médio esternal → realiza a mesma técnica de percussão da LHC 
- o normal em adultos é cerca de 6-12 cm na LHCD e 4-8 cm na LME; 
- percussão normalmente fornece estimativas inferiores à realidade; 
- percussão deve ser leve a moderada → percussão mais pesada pode subestimar o tamanho 
do fígado; 
- fígado pode ser deslocado para baixo pelo diafragma → pacientes com DPOC. 
 
❖ ESPLENOMEGALIA 
- pode ser identificada através de duas técnicas: 
 1. percussão da região inferior esquerda da 
parede torácica anterior (espaço de Traube); 
 2. verificação da presença do sinal de 
percussão esplênica. 
- espaço de Traube → fica entre a área de 
atimpanismo pulmonar e o rebordo costal abaixo 
→ palpar o 9⁰ e 10⁰ EIC ao nível da linha axilar 
anterior na região do hipocôndrio esquerdo; 
- ao percurtir esse espaço, deve-se ouvir som 
hipertimpânico → indica que não há 
visceromegalia → espaço de Traube está livre; 
- para verificar o sinal de percussão esplênica → 
percurtir o espaço intercostal mais abaixo da 
linha axilar anterior esquerda → em seguida, 
solicita ao paciente que respire fundo → percute 
novamente esta região; 
- quando o tamanho do baço está normal → som timpânico à percussão se mantém mesmo 
com a respiração funda; 
- baço cresce em direção ao umbigo → sentido anterior, inferior e medial → pode substituir o 
timpanismo do estomago e do cólon pela macicez de órgão; 
- deve-se percutir no sentido em direção ao umbigo → mensura o tamanho deste órgão; 
- essa técnica só é possível quando já há esplenomegalia→ baço não deve ser palpado abaixo 
do rebordo costal esquerdo → especificar a quantos cm abaixo do rebordo costal esquerdo é 
possível percuti-lo. 
 
 → VISCEROMEGALIA (VCM) 
- ausência de válvulas nas veias do fígado → elevaçãoda pressão venosa central (HAS) é 
transmitida ao fígado → aumenta de tamanho quando se enche de sangue; 
- ingurgitamento temporário acentuado → distende a cápsula fibrosa do fígado → causa 
hepatomegalia; 
- esse ingurgitamento é causado frequentemente por insuficiência cardíaca congestiva; 
- hepatomegalia também pode ser causada por: 
 1. doenças bacterianas; 
 2. doenças virais → hepatite; 
 3. tumores. 
- quando o fígado está aumentado → margem inferior pode ser palpada abaixo do rebordo 
costal direito; 
- quando o fígado apresenta uma massa tumoral → normalmente é possível palpar nódulos 
endurecidos e arredondados no parênquima hepático. 
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✓ PALPAÇÃO 
- antes de iniciar as manobras de palpação → perguntar ao paciente se ele: 
 1. sente alguma dor abdominal; 
 2. está com a bexiga cheia; 
 3. defecou no dia do exame. 
- essa etapa permite: 
 1. avaliar o estado da parede abdominal; 
 2. explorar a sensibilidade abdominal; 
 3. reconhecer as condições anatômicas das vísceras abdominais, detectando alterações 
de sua consistência. 
- em situações de normalidade, não é possível identificar todos os órgãos intrabdominais; 
- deve ser subdividida em quatro etapas que devem ser feitas em ordem: 
 
❖ PALPAÇÃO SUPERFICIAL: 
- palpar todos os quadrantes com apenas uma mão; 
- não deve excluir as regiões laterais; 
- buscar áreas sensíveis e/ou alteração de consistência durante a palpação; 
- avaliação da sensibilidade é feita a partir da palpação leve ou do atrito suave 
da parede abdominal com um objeto pontiagudo → caso haja dor nesse momento, o paciente 
apresenta hiperestesia cutânea; 
- a resistência da parede abdominal, em situações de normalidade, é a mesma de um músculo 
descontraído; 
- a avaliação da continuidade da parede abdominal é feita deslocando-se a mão do examinador 
por toda a parede → ao encontrar uma área de menor resistência, tenta insinuar uma ou mais 
polpas digitais no local para investigação de hérnias e diástase; 
- permite ainda identificar a presença de pulsações da parede abdominal; 
- deve-se palpar os quatro quadrantes → em caso de identificação de um dos achados citados, 
é necessário se atentar para o registro de: 
 1. localização; 
 2. forma; 
 3. volume; 
 4. sensibilidade; 
 5. consistência; 
 6. mobilidade; 
 7. pulsatilidade. 
 
❖ PALPAÇÃO PROFUNDA: 
- palpar as mesmas regiões buscando áreas sensíveis e alterações de consistência; 
- usar as duas mãos, uma apoiada sob a outra; 
- pesquisar a presença de massas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- algumas estruturas podem ser palpadas mas não indicam anormalidades patológicas: 
 1. aorta; 
 2. borda do fígado; 
 3. alguns linfonodos; 
 4. bexiga distendida; 
 5. polo inferior do rim direito; 
 6. músculo reto abdominal e seus tendões; 
 7. cólon; 
 8. fezes. 
- algumas manobras buscando palpar algumas estruturas devem ser realizadas nesse parte do 
exame físico → fígado, baço e rim direito: 
 
❖ PALPAÇÃO DO FÍGADO → pode ser feita 
utilizando duas técnicas: 
1. TÉCNICA HABITUAL OU PALPAÇÃO BIMANUAL 
OU MÉTODO DE LEMOS TORRES 
- posicionar a mão esquerda por debaixo do paciente 
→ paralela às 11ª e 12ª costelas, apoiando-as; 
- compressão da mão esquerda para frente → faz com 
que o fígado se aproxime da parede anterior do 
abdome; 
- palpar o fígado com a mão direita; 
- posicionar a mão direita à direita do abdome do 
paciente, lateralmente ao músculo reto → pontas dos 
dedos bem abaixo da borda inferior hepática; 
- solicitar ao paciente que respire fundo → fazer uma 
compressão suave para dentro e para fora → a expiração deve ser lenta e o examinador vai 
sentir a borda do fígado, quando ela descer ao encontro dos dedos do examinador; 
- após a expiração deve-se diminuir a pressão na mão que está palpando → deslizar a ponta 
dos dedos para palpar a superfície anterior do fígado; 
- importante observar a presença de alguma hipersensibilidade ao toque; 
- sempre tentar delimitar as bordas medial e lateral do fígado. 
 
2. TÉCNICA DA MÃO EM GARRA 
- muito útil em pacientes obesos; 
- posicionar as duas mãos, lado a lado, do lado 
direito do abdome e logo abaixo da borda 
inferior do fígado; 
- fazer uma pressão com os dedos, para dentro 
e para cima, em direção ao rebordo costal; 
- solicitar ao paciente que respire fundo; 
- a borda hepática torna-se palpável com as 
polpas digitas das duas mãos. 
 
- quando palpado, o fígado saudável possui: 
 → borda mole, nítida, delimitada e regular; 
 → superfície lisa; 
 → pode ser levemente doloroso à palpação. 
- nem sempre o fígado normal será possível de ser palpado, mas a hepatomegalia sempre será. 
 
 
 
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❖ PALPAÇÃO DO BAÇO 
- quando o baço está aumentado, começa a ser palpado abaixo do rebordo costal; 
- o baço fica acoplado no diafragma → altura da 9ª, 10ª e 11ª costelas; 
- ocupa grande parte da região posterior à linha axilar média esquerda; 
- em alguns adultos é possível palpar a ponta do baço normal abaixo do rebordo costal 
esquerdo; 
- a técnica para palpar o baço é semelhante à técnica habitual de palpação do fígado: 
 1. médico deve segurar o paciente com a mão esquerda abaixo dele; 
 2. apoiar e comprimir para frente a região inferior da caixa torácica e dos tecidos moles 
adjacentes; 
 3. com a mão direita, por baixo do rebordo costal esquerdo → fazer pressão para dentro e 
para cima, na direção do baço, a medida que pede para o paciente inspirar profundamente; 
 4. iniciar a palpação em um nível baixo suficiente que seja capaz de detectar um possível 
aumento; 
 5. solicitar ao paciente que inspire 
profundamente → quando o baço descer de 
encontro aos dedos do examinador, este deve: 
→ palpar a margem ou ponta do baço; 
→ pesquisar sensibilidade ao toque; 
→ avaliar o contorno esplênico e a distância 
entre o ponto mais baixo do baço e o rebordo 
costal esquerdo. 
 
- caso haja dificuldade na palpação → manobra 
de Schuster 
 1. posicionar o paciente em decúbito lateral 
direito (de frente para o examinador) com os 
membros direitos estendidos e os esquerdos 
flexionados → nessa posição, a gravidade 
desloca o baço para um local mais acessível para palpação; 
 2. o examinador deve posicionar-se diante do paciente e colocar sua mão esquerda sobre a 
área de projeção do baço com um pouco de pressão, como se quisesse deslocar para baixo; 
 3. realizar a palpação de modo coordenado com os movimentos respiratórios do paciente → 
avançar a mão no rumo do rebordo costal. 
 
PS: cuidado para não confundir o baço com a última costela que é flutuante. 
 
- de maneira geral, o baço normal não é palpável; 
- já o baço aumentado de tamanho pode ser palpável cerca de 2 cm abaixo do rebordo costal 
esquerdo na inspiração profunda; 
- as grandes esplenomegalias podem fazer com que a borda inferior do baço ultrapasse a 
cicatriz umbilical. 
 
 
 
 
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❖ PALPAÇÃO DOS RINS 
- rins normalmente não são palpados → 
importante que se domine esta técnica também; 
- para palpar o rim direito: 
 1. posicionar a mão esquerda atrás do 
paciente → abaixo e paralela à 12ª costela; 
 2. colocar as pontas dos dedos no ângulo 
costovertebral; 
 3. elevar a mão tentando deslocar o rim para a 
frente; 
 4. colocar a mão direita para devagar no 
quadrante superior direito → lateral e 
paralelamente ao músculo reto; 
 5. solicitar ao paciente que respire fundo → no 
pico da inspiração, comprimir a mão direita 
profundamente ao quadrante superior direito, 
abaixo do rebordo costal, tentando capturar o 
rim entre as mãos; 
 6. paciente deve expirar e ficar em apneia em curto período; 
 7. médico deve liberar lentamente a compressão exercida pela mão direita simultaneamente 
→ tenta sentir o deslizamento do rim e seu retorno à posição que estava durante da expiração; 
 8. caso seja possível palpar o rim → descrever seu tamanho,contorno e presença de 
sensibilidade ao toque. 
 
❖ PESQUISA DE ASCITE 
- ascite consiste no acúmulo anormal de líquido na cavidade abdominal → pode causar: 
 1. aumento do volume abdominal; 
 2. aumento de peso; 
 3. desconforto abdominal; 
 4. dispneia. 
- pode estar associada à: 
 1. doenças hepáticas graves → associadas à hipertensão portal; 
 2. déficit na síntese de albumina → causam desequilíbrio entre as pressões osmótica e 
coloidosmótica → força o extravasamento de líquido para o terceiro espaço (vasos linfáticos). 
- existem ainda algumas técnicas de palpação/percussão que auxiliam na pesquisa de ascite: 
 1. teste de macicez móvel → feito em ascite de médio volume: 
- percutir as regiões de timpanismo e macicez com o paciente em decúbito dorsal; 
- solicitar ao paciente que vire para um dos lados; 
- com o paciente em decúbito lateral, percutir o flanco sobre o qual ele está apoiado e o flanco 
oposto; 
- caso haja ascite, ouvimos um som maciço no primeiro e timpânico no segundo. 
 2. semi círculo de Skoda: 
- a partir da cicatriz umbilical, percutir radialmente, em várias direções; 
- delimitar uma linha circular na transição entre o timpanismo e a macicez das áreas de maior 
declínio. 
 3. teste de onda líquida ou pesquisa do sinal de Piparote → feito em ascite de grande volume: 
- solicitar que o paciente ou um acompanhante coloque a borda da mão sobre a linha 
mediana do abdome, fazendo uma pequena pressão; 
- percutir um dos flancos enquanto tenta sentir, com a outra mão, o impulso transmitido 
pelo líquido no flanco oposto em caso positivo para ascite. 
 
 
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➢ MODELO DE DESCRIÇÃO DE EXAME FÍSICO NORMAL DO ABDOME DO ADULTO 
 → INSPEÇÃO: abdome plano, simétrico, ausência de lesões, cicatrizes, circulação colateral, 
peristalse e pulsações visíveis; cicatriz umbilical intrusa; 
 → AUSCULTA: RHA presentes, ausência de sopros; 
 → PERCUSSÃO: predomínio de som timpânico à percussão geral, hepatimetria 9 cm na linha 
média clavicular (LMC) e 4 cm na linha médio esternal (LME = nível do apêndice xifoide), espaço 
de Traube livre. 
 → PALPAÇÃO: indolor à palpação superficial e profunda, ausência de VCM, Giordano negativo 
(em alguns casos é importante negar outros sinais). 
 
➢ SINAIS E SINTOMAS ABDOMINAIS 
✓ SINAL DE CULLEN 
- coloração azulada ao redor do umbigo; 
- sugestivo de hemorragia retroperitoneal. 
 
 
✓ SINAL DE GREY TURNER 
- referente à equimoses não traumáticas nos flancos 
→ pode indicar: 
 1. pancreatite hemorrágica; 
 2. estrangulamento intestinal; 
 3. abcessos com extravasamento de sangue. 
 
✓ SINAL DE MURPHY 
- dor profunda à palpação da área subcostal direita; 
- sugere colecistite. 
 
 
 
 
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✓ SINAL DE BLUMBERG 
- referente à dor à compressão e principalmente à 
descompressão súbita da fossa ilíaca direita → ponto de 
McBurney (ponto apendicular); 
- sugestivo de apendicite aguda; 
- essa manobra também pode identificar peritonite → 
também pode ser pesquisada pinçando e puxando uma 
parte do abdome → caso o paciente sinta dor quando soltar 
rapidamente a pinça, é sugestivo de peritonite. 
 
 
 
 
✓ SINAL DE ROVSING 
- dor no quadrante inferior direito quando há compressão 
do quadrante inferior esquerdo; 
- manobra utilizada para identificar apendicite. 
 
✓ SINAL DO PSOAS 
- positivo quando o indivíduo sente dor ao realizar 
o movimento de extensão do quadril; 
- indicativo de apendicite. 
 
✓ SINAL DO OBTURADOR 
- investigado para diagnóstico de apendicite; 
- elevação da perna direita, flexionando-a até 90⁰; 
- sinal é positivo quando o indivíduo sente dor ao 
realizar esse movimento → músculo obturador 
fica próximo ao apêndice cecal. 
 
✓ SINAL DE GIORDANO 
- positivo quando se tem dor à punho percussão 
das lojas renais; 
- sugere pielonefrite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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