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Nazismo e Fascismo Na maior parte da Europa a crise econômica provocada pela Primeira Guerra Mundial era grande. Alguns governos não conseguiam diminuir a situação de miséria em que a população se encontrava. Era o caso, por exemplo, da Alemanha, da Itália e da Espanha. Nesse contexto, surgiram líderes políticos que propunham a adoção de práticas autoritárias para a solução dos problemas sociais e econômicos. Impondo-se pela força, esses líderes implantaram governos totalitários em seus países: Mussolini na Itália, Hitler na Alemanha e Franco na Espanha. Os Regimes Totalitários Nazismo e Fascismo surgiram no período chamado Entre – Guerras. Eles surgiram num mesmo contexto: em meio à crise do capitalismo; ao Tratado de Versalhes, que humilhou e prejudicou a Alemanha; a presença de um governo fraco e instável; o avanço do socialismo, que amedrontava muitas camadas da sociedade; a existência de grupos expansionistas e racistas que queriam recriar antigos impérios ou unir os povos dispersos considerados raças puras ou superiores. O totalitarismo entre guerras Apesar de vitoriosas na Primeira Guerra, os países europeus capitalistas não puderam conter a crise generalizada diante dos problemas econômicos, das ameaças dos comunistas e da insatisfação dos países com os acordos de paz. A base de apoio para as direitas A alta burguesia – Temerosa de perder as suas propriedades, devido ao crescimento do número de graves operárias; As classes médias – empobrecidas e temerosas de uma equiparação com as camadas de menor poder aquisitivo; A população pobre – subempregados, trabalhadores não-especializados e jovens fora do mercado de trabalho. Características do nazifascismo Durante a crise da década de 1930, o fascismo espalhou-se pela Europa atingindo Alemanha e Itália, não ficando restrito a eles. Portugal, Espanha, Áustria, Bulgária, Polônia e Hungria, entre outros. Na Ásia com o Japão e na América no Brasil e na Argentina. Características Gerais Totalitarismo Nacionalismo Militarismo Corporativismo Expansionismo Anticomunismo Racismo Totalitarismo Os interesses do indivíduo estão totalmente subordinados aos do Estado. “Nada deve haver acima do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado” Mussolini Nacionalismo A nação representa a forma suprema de desenvolvimento e organização das sociedades. Os interesses entre as nações encontram-se em conflito permanente “Tudo, absolutamente tudo, deve contribuir para reforçar as bases raciais que asseguram o desenvolvimento da nação” .Hitler Militarismo A expansão é uma necessidade inerente à vida das nações e seu instrumento é a guerra, que fortalece os indivíduos e regenera o povo. “Mesmo neste momento, tenho a sublime esperança de que um dia chegará a hora em que essas tropas desordenadas se transformarão em batalhões, os batalhões em regimentos e os regimentos em divisões ...” Hitler Corporativismo Os sindicatos baseiam-se em corporações, no interior das quais patrões, empregados e representantes do Estado encarregam-se de planejar a produção e decidir sobre os conflitos entre capital e trabalho. “Ao contrário das velhas organizações que vivem fora do Estado, os nossos sindicatos fazem parte do Estado” Mussolini Expansionismo Para os alemães, a agressão aos outros países era justificada pela teoria do “espaço vital”, necessário ao desenvolvimento do povo alemão, e orientada rumo a União Soviética. “O movimento nacional-socialista terá de encontrar coragem para, desprezando tradições e preconceito, congregar o povo e as suas forças para a marcha pela estrada que nos libertará de nosso estreito hábitat atual ...” Hitler Anticomunismo A aniquilação física dos comunistas internamente e a destruição das União Soviética eram consideradas fundamentais para o desenvolvimento nazifascista “Defender os produtores significa combater os parasitas. Os parasitas de sangue em primeiro lugar os socialistas, e os parasitas do trabalho, que podem ser burgueses ou socialistas...” Mussolini Racismo Diretriz desenvolvida na Alemanha, apregoava que a raça ariana, representada pelos alemães, estava destinada a dominar as raças inferiores (judeus, eslavos, latinos, negros, etc...). “Aqueles que governam devem saber que têm o direito de governar porque pertencem a uma raça superior.” Hitler O que foi o fascismo? Uma ditadura antiesquerdista cercada de entusiasmo popular criando uma combinação inesperada Inesperada por contar com o apoio da direita industrial, preocupada com a reconstrução econômica dos países, e ao mesmo tempo a afirmação da esperança de um povo que via nesses governos a chance de se obter uma vida melhor Por que utilizar o termo fascismo? Fascio Termo italiano que remete ao fascio latino O fascio é uma representação de um machado cercado por um feixe de varas que significa a autoridade do estado Com o fim da 1ª Guerra o termo passou a ser utilizado por Mussolini para descrever o Estado de ânimo dos grupos reunidos ao seu redor Origens do fascismo na Itália A Itália achava-se “vencida no campo dos vencedores”. A inflação e o desemprego, agravado pelo retorno de 1 milhão de soldados e pelo investimentos no conflito. O fortalecimento do Partido Socialista e as constantes greves que parcialmente paralisavam os negócios. Com a agitação política e social e diante da possível revolução socialista o fascismo fortaleceu-se com o apoio da classe média e o financiamento dos grandes banqueiros, industriais e latifundiários. Entre 1919 e 1921 Tomada de fábricas pelos socialistas. Criação das Ligas Vermelhas. Greves constantes. Mussolini cria, a milícia armada “Camisas Negras” (combater socialistas e comunista com violência). Movimento recebeu adesão de partidos frustrados, classe média e burguesia. A resposta fascista a crise italiana Criação do partido em 1919. Formação das esquadras – Camisas Negras. Destruição de sindicatos, assassinatos de líderes populares, destruição de redações de jornais. Programa fascista Italiano Nacionalismo- os italianos pretendiam ampliar sua influência nos Balcãs e no Mediterrâneo ( interesses sufocados com o fim da 1ª Guerra) Sufrágio feminino, voto aos 18 anos Criação de uma nova constituição, com poderes concentrados no Executivo Jornada de 8 horas Obs: Os ideais pregados por Mussolini alinhavam os interesses de todas as camadas da sociedade, o que lhe conferiu grande apoio. Propaganda italiana Culto à Mussolini Com medo de uma greve geral convocada pelos comunistas, Mussolini com 50 mil Camisas Negras, exige que o governo tomasse providencias e estabelecesse a ordem no pais. Episodio conhecido como “Marcha sobre Roma” - Rei Vitor Emanuel III convida Mussolini para formar governo. - Mussolini assume o poder elimina a oposição (prisões, eleições fraudulentas, fecha jornais). Matteoti denuncia irregularidades e é seqüestrado e morto em seguida pelos camisas negras. - 1926, é promulgada lei que fortalece o poder de Mussolini: Extingui partidos: fica só o Fascista. Suprimiu direito de greve e liberdade de imprensa O Estado Fascista Os trabalhadores foram reunidos em sindicatos fascistas e os proprietários nas, federações industriais. O Duce era o presidente do Grande Conselho e respondia apenas ao rei. 1929 – Tratado de Latrão: Mussolini e o papa Pio XI celebraram o tratado de Latrão criando o Estado do Vaticano. Questão Romana: Unificação da Itália, Igreja nega-se a entregar territórios eclesiásticos. Governo Italiano reconhece o Estado do Vaticanos em Roma. Na economia os fascistas alcançaram sucessos de produção aumentando a produção agrícola e a industrial, criando novos empregos e fazendo progressos em energia hidrelétrica e obras públicas. Itália é atingida pela crise mundial de 1929: Mussolini intensifica produção de armas Inicio da campanha imperialista sobre a África - 1936, Mussolini assina acordo com Hitler:Origem do Eixo Roma-Berlim Mas Mussolini não ficou sozinho ... Eis que surge ele... Hitler! Nazismo alemão O nazismo alemão é notadamente marcado pela figura de seu líder, Adolf Hitler “... Sem o triunfo de Hitler na Alemanha, a ideia de fascismo como um movimento universal, uma espécie de equivalente direitista do comunismo internacional tendo berlim como seu Moscou, não teria se desenvolvido. O que produziu não foi um movimento sério,mas apenas, durante a Segunda Guerra, colaboradores ideologicamente motivados dos alemães na Europa ocupada” Hobsbawn, Eric. A era dos extremos. Pg. 120 Origens do Nazismo na Alemanha A humilhação do Tratado de Versalhes. A crise econômica-financeira. O temor gerado pelas agitações sociais e a oposição ao governo social-democrata. O levante do espartaquistas culminando com a execução de Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo. Nazismo Nazismo : termo vindo do alemão Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães ou ainda, NSDAP O Nazismo aconteceu na Alemanha no período de 1933 até 1945, liderado por Adolf Hitler (o Führer). 35 Ascensão do Nazismo Em 1919, era fundado em uma cervejaria de Munique o partido nazista (PNSTA). Adolf Hitler entra Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores alemães: Em Novembro de 1923, Hitler liderou o Putsch (golpe) de Munique. A tentativa fracassou e Hitler foi preso. Na prisão ele escreve o Mein Kampf, sistematizando os princípios fundamentais da ideologia nazista, bíblia do nazismo. Princípios do nazismo: Totalitarismo: somente o Estado e a força são capazes de por ordem. Anticomunismo: ideais bolcheviques eram responsáveis pela desordem por isso o sentimento de repudio. Nacionalismo: o povo deveria orgulhar-se do seu passado e reergue-lo. Militarismo: guerra é fonte de inspiração dos bravos. Anti-semitismo : perseguição aos judeus Arianismo: superioridade da raça ariana, só ela tendo direito de governar. Espaço Vital: Alemanha precisa de território para se desenvolver. 37 Entre 1924 e 1929 o Nazismo passa por um refluxo. 1925 Hindenburg é eleito, e por um freio a radicalização política. - 1929 – quebra da Bolsa de Valores e Crise Mundial. - Influência a Alemanha: 6 milhões de desempregados. - Agitação e radicalização voltam as ruas: Comunistas: defendendo revolução popular. Nazistas: reprimiam as manifestações pela tropas de assalto “S.A.” - Hitler consegue apoio da burguesia, pelos seus discursos: Seus discursos atrai milhares de adeptos - Desfiles da S.A. e S.S. para demonstrar força, criticaram: Liberais-democraticas Comunistas e judeus. - Bandeira nazista se espalhou pela Alemanha. A incapacidade de o governo parlamentar solucionar a crise contribuiu para a polarização das forças políticas e o fortalecimento dos partidos comunistas e nazista. Hitler entre 1930 e 1932, ataca com a SA (tropas de assalto) e as SS (tropas de choque), que somavam 400 mil homens compondo o exército particular nazista, Hitler exigiu então o cargo de CHANCELER. 1933, o presidente Hinderburg nomeou Hitler chanceler. Ao assumir o poder de Hitler iniciou a escalada para o totalitarismo: Convocou eleições. Ateou fogo no parlamento e culpou os comunistas. Oposição perseguida e eliminada. Em 1933, os nazistas incediaram o Reichstag e atribuíram a culpa aos comunistas iniciando a ditadura nazista. Hitler suprimiu todos os partidos, dissolveu os sindicatos, cassou os direitos dos cidadãos, fechou jornais de oposição, estabeleceu a censura, iniciou a perseguição aos grupos ditos inferiores. Ainda em 1934, Hitler massacrou os opositores de seu próprio partido. 1934 morre o presidente, Hitler assume o título de Fuher acumulando as funções de chanceler e presidente. Anúncio ao mundo da fundação do III Reich. - Hitler decretou as Leis de Nuremberg: Legislação anti-semita, responsabilizando os judeus pela crise econômica. Recuperou economicamente o pais através de obras publicas e incentivo as indústrias. - Controle da opinião publica e oposição: Censura Propaganda e violência. A raça Ariana como sendo a “super-raça” Desenvolvimento da genética e do pensamento de Darwin Eugenia- Pode se dizer que os princípios da eugenia apareceram com Darwin na idéia da seleção natural, que estabelece a existência de raças inferiores e superiores. Essa teoria não foi desenvolvida originalmente para se descrever seres humanos e sim animais. Seu primo Galton foi quem desenvolveu essa ciência que teve como foco aperfeiçoar a espécie humana com o auxilio da genética. Propaganda sobre a superioridade do homem ariano Controle e manipulação da sociedade Anti-semitismo “ Os judeus estavam presentes em quase todo lugar e podiam simbolizar com facilidade tudo o que havia de mais odioso num mundo injusto, inclusive seu compromisso com as ideias do iluminismo e da Revolução Francesa que os tinham emancipado e, ao fazê-lo, os havia tornado mais visíveis. Eles podiam servir como símbolo do odiado capitalista/financista; do agitador revolucionário; da corrosiva influência dos “intelectuais sem raízes” e dos novos meios de comunicação; da competição que lhes dava uma fatia desproporcional dos empregos em certas profissões que exigiam educação; e do estrangeiro e forasteiro como tal. Para não falar da visão Jesus.” Hobsbawn, Eric. A era dos Extremos. Pg 123 Culto a imagem do líder Total controle da educação Foto de crianças alemãs com um livro didático anti-semita chamado Der Giftpilz (O cogumelo venenoso). Esta fotografia foi utilizada em anúncios publicitários Propaganda anti-semita Cartaz retratando judeus envolvidos em uma fictícia conspiração para provocar a guerra. Aqui, um judeu estereotipado conspira nos bastidores para controlar as potências aliadas, representada pelos britânicos, americanos e soviéticos Esse impressionante cartaz de propaganda difunde a ideia do perigo em se ter contato com os judeus, pois eles além de estarem doente disseminariam a Tifo... A escalada para a guerra Entre 1934 e 1939 a Alemanha muda as suas estruturas internas, o que contribui diretamente para a eclosão da 2ª Guerra Mundial. Intervencionismo e dirigismo econômico. Proibição da retirada do capital estrangeiro. Edificação de imensas obras públicas. Quebra das clausulas do Tratado de Versalhes. Expansão militarista. Nazismo: Esquerda ou Direita? "Tanto o nazismo alemão quanto o fascismo italiano surgem após a Primeira Guerra Mundial, contra o socialismo marxista - que tinha sido vitorioso na Rússia na revolução de outubro de 1917 -, mas também contra o capitalismo liberal que existia na época. É por isso que existe essa confusão", afirma Denise Rollemberg, professora de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF). "Não era que o nazismo fosse à esquerda, mas tinha um ponto de vista crítico em relação ao capitalismo que era comum à crítica que o socialismo marxista fazia também. O que o nazismo falava é que eles queriam fazer um tipo de socialismo, mas que fosse nacionalista, para a Alemanha. Sem a perspectiva de unir revoluções no mundo inteiro, que o marxismo tinha." O projeto do movimento nazista, segundo Rollemberg, previa uma "revolução social para os alemães", diferentemente do projeto dos partidos de direita da época, "que vinham de uma cultura política do século 19, de exclusão completa e falta de diálogo com as massas". Mesmo assim, ela diz, seria complicado classificá-lo no espectro político atual. "Eles rejeitavam o que era a direita tradicional da época e também a esquerda que estava se estabelecendo. Eles procuravam se mostrar como um terceiro caminho", afirma. Nacionalismo A ideia de uma "revolução social para a Alemanha" deu origem ao Partido Nacional-Socialista alemão, em 1919. O "socialista" no nome é um dos principais argumentos usados nos debates de internet que falam no nazismo comoum movimento de esquerda, mas historiadores discordam. "Me parece que isso é uma grande ignorância da História e de como as coisas aconteceram", disse Izidoro Blikstein, professor de Linguística e Semiótica da USP. "O que é fundamental aí é o termo 'nacional', não o termo 'socialista'. Essa é a linha de força fundamental do nazismo - a defesa daquilo que é nacional e 'próprio dos alemães'. Aí entra a chamada teoria do arianismo", explica. De acordo com Blikstein, os teóricos do nazismo procuraram uma fundamentação teórica e filosófica para defender a ideia de que eles eram descendentes diretos dos "árias", que seriam uma espécie de tribo europeia original. "Estudiosos na Europa tinham o 'sonho da raça pura' nessa época. Quanto mais próximos da tribo ariana, mais pura seria a raça. E esses teóricos acreditavam que o grupo germânico era o mais próximo. Daí surgiu a tese de que, para serem felizes, tinham que defender a raça ariana, para ficar longe de subversões e decadência. (Alegavam que) a raça pura poderia salvar a humanidade." "Era preciso recuperar a moral do pobre coitado, que não tinha dinheiro e era 'massacrado pelos capitalistas'", explica Blikstein. Nesse contexto, afirma, o nazismo vendia a ideia de "reeguer o orgulho da nação ariana. O pressuposto disso seria eliminar os não arianos. E essa teoria foi aplicada até as últimas consequências". “Marxistas e capitalistas” Mesmo propagando a ideia de que o nazismo planejava uma revolução social na Alemanha - o que incluía, por exemplo, maior intervenção do Estado na economia -, o partido fazia questão de deixar clara sua oposição ao marxismo. "Os comícios hitleristas eram profundamente antimarxistas", disse a antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, que é estudiosa de movimentos neonazistas. "O nazismo e o fascismo diziam que não existia a luta de classes - como defendia o socialismo - e, sim, uma luta a favor dos limites linguísticos e raciais. As escolas nacional-socialistas que se espalharam pela Alemanha ensinavam aos jovens que os judeus eram os criadores do marxismo e que, além de antimarxistas, deveriam ser antissemitas."