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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS P/ O TCU 
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 4: PRONOMES 
Como o nome já indica, pronome é o vocábulo que fica no lugar do nome (chamado de 
pronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo). 
É um dos elementos responsáveis pela coesão textual, ou seja, pela ligação entre os 
elementos da oração e delas em relação ao texto. 
Assim como os conectivos (conjunção e preposição – a serem estudados em aulas 
próprias), são responsáveis por estabelecer nexo entre as idéias do texto. 
A incoerência de um texto muitas vezes se deve à falta de coesão, exatamente porque 
a leitura fica prejudicada pelo emprego inadequado de pronomes, conjunções ou 
outros elementos textuais, inclusive a pontuação. Por exemplo, o emprego de um 
pronome inadequado pode levar o leitor a uma conclusão diversa da que se pretendia 
dar, ou até mesmo a nenhuma conclusão (alguns chamam de “ruptura semântica”). 
Muitas questões do Cespe abordam esse conhecimento. A maior parte das questões 
dessa banca exige do candidato a identificação das referências textuais. Para isso, a 
compreensão correta do texto e o domínio do significado de seus elementos são 
decisivos. 
Contudo, antes de entrarmos nas questões de prova, vamos relembrar a classificação 
dos pronomes. 
Os pronomes podem ser: 
 pessoais: referem-se às três pessoas do discurso - a que fala (1ª pessoa), a 
com quem se fala (2ª pessoa) e a de quem se fala (3ª pessoa); dividem-se em 
retos e oblíquos – regra geral, os retos exercem a função de sujeito ou de 
predicativo do sujeito, enquanto que os oblíquos funcionam como 
complementos (objetos diretos, indiretos ou adjuntos); os pronomes oblíquos 
devem obedecer a certas regras de colocação (sintaxe de colocação 
pronominal), a serem estudadas mais à frente; 
 possessivos: estabelecem relação de posse entre os elementos regente e 
regido; como veremos adiante, há casos em que um pronome pessoal oblíquo é 
usado com valor possessivo (se nunca ouviu falar disso, prepare-se para 
aprender!); 
 demonstrativos: indicam a posição dos seres no espaço e no tempo (função 
dêitica dos pronomes demonstrativos) ou em referência aos elementos do texto 
(função anafórica ou catafórica); também podem substituir algum termo, 
expressão, oração ou idéia, evitando sua repetição, no papel de termos 
vicários (Calma! Não se desespere! Tudo a seu tempo...rs...); 
 indefinidos: têm sentido vago ou indeterminado; 
 interrogativos: é uma subclasse dos pronomes indefinidos. Muito importante é 
compreender a distinção entre eles e os pronomes relativos, já que a grafia é a 
mesma em alguns casos (como, quando, quem etc): os pronomes indefinidos 
são usados nas interrogações, diretas ou indiretas, enquanto que os pronomes 
relativos apresentam referência a termos antecedentes; 
 relativos: referem-se a um termo anterior chamado antecedente ou 
referente (substantivo ou pronome substantivo); sempre dão início a orações 
subordinadas adjetivas. 
 
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No decorrer do nosso estudo, iremos nos aprofundar no emprego de alguns desses 
pronomes, estudando, inclusive, um dos pontos mais importante da aula de hoje: 
SINTAXE DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL. 
Bons estudos e vamos lá! 
QUESTÕES DE PROVA 
1 - (UnB CESPE / SEAD -PA / 2007) 
1 A assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, 
decretou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre 
outra, porém o trabalho semelhante ao escravo se manteve de 
4 outra maneira: pela servidão, ou “peonagem”, por dívida. 
Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho 
ou a de pessoas sob sua responsabilidade (esposa, filhos, pais) 
7 para saldar uma conta. E isso acontece sem que o valor do 
serviço executado seja aplicado, de forma razoável, no 
abatimento da conta, ou que a duração e a natureza do serviço 
10 estejam claramente definidas. 
O sociólogo norte-americano Kevin Bales, 
considerado um dos maiores especialistas no tema, traça em 
13 seu livro Disposable People: New Slavery in the Global 
Economy (Gente Descartável: A Nova Escravidão na 
Economia Mundial) paralelos entre os dois sistemas de 
16 escravidão, que foram adaptados pela Repórter Brasil para a 
realidade brasileira. 
 
Julgue a assertiva abaixo. 
- O vocábulo “a”, em “ou a de pessoas sob sua responsabilidade” (R.6), refere-se ao 
termo anterior “capacidade de trabalho” (R.5). 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Já comentamos que os pronomes exercem um papel decisivo na construção de um 
texto coeso e coerente, a partir de indicações corretas aos seus elementos, quer 
antecedentes (referência anafórica), quer subseqüentes (referência catafórica). 
Na passagem “Nela, a pessoa empenha sua própria capacidade de trabalho ou a 
de pessoas sob sua responsabilidade”, lança-se mão desse recurso lingüístico para 
evitar a repetição de expressão “capacidade de trabalho”, já presente no texto, com a 
sua substituição pelo pronome demonstrativo “a”. 
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Normalmente, o pronome demonstrativo “o, a, os, as” vem junto à preposição “de”, ao 
pronome relativo “que” ou a um adjetivo. Isso não é uma regra, mas uma boa dica 
para sua identificação: 
“Das notas que possuo, a que possui maior valor é a de cinqüenta reais. Nota 
de cem é a mais rara.” 
 
2 - (UnB CESPE / TSE – Técnico/ 2007) 
1 A função da oposição em uma sociedade democrática 
consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as 
investigações e avaliar os projetos e iniciativas 
4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a 
adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter 
uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução 
7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com 
uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e 
discuta os seus encaminhamentos. 
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações). 
Julgue o item a seguir. 
- Na linha 6, o pronome “ela” refere-se a “verdadeira oposição”. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Em “Se uma sociedade cessa de ter uma verdadeira oposição, ela caminha para uma 
solução autoritária.”, o pronome pessoal reto “ela” da oração principal refere-se a 
“uma sociedade”, presente na oração antecedente. Ficaria enfadonho o texto se 
houvesse a repetição do nome. Então, em seu lugar, foi usado um pronome. 
Essa foi uma questão bem simples, mas que serve para introduzir o conceito. 
Tome bastante cuidado para identificar corretamente o referente do pronome 
explorado pelo examinador – algumas vezes, para isso, é preciso compreender o texto. 
 
3 - (UnB CESPE/SEAD-PA/2007) 
1 Só algumas crianças (as que não vasculham os sítios da 
Internet) acreditam que os países ricos, que nos enviam suas 
ONGs e seus técnicos, estão preocupados com o nosso bem 
4 estar. Estão preocupados, sim, em preservar áreas virgens 
para seu benefício futuro. Contam com elas, se lhes for 
cortado o suprimento de óleo e gás do Oriente Médio. Hoje, 
7 lhes interessa proclamar que as grandes árvores amazônicas 
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são os alvéolos pulmonares do planeta. Amanhã, quando lhes 
convier, seus cientistas concluirão que o caule e as folhas da 
10 cana-de-açúcar são muito mais eficientes para a 
transformação do carbono em oxigênio e energia. Enquanto 
isso, sem que ajamos em defesa de nosso território, eles vão 
13 comprando, a preço de qualquer coisa, vastas áreas da Hiléia. 
Por tudo isso, convém-nos, sem manifestações histéricas de 
xenofobia, exercer autoridade soberana sobre nosso espaço 
16 geográfico. 
 
Julgue a assertiva abaixo. 
- A substituição de “lhes interessa” (R.7) pela expressão interessa a eles mantém a 
correção gramaticale as informações originais do período. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
A quem interessa proclamar que as grandes árvores amazônicas são os alvéolos 
pulmonares do planeta? 
Resposta: Interessa aos países ricos. 
Assim, em vez do pronome oblíquo “lhes”, poderíamos substituir o nome por outro 
pronome oblíquo “a eles”. Note que, se o antecedente fosse “as ONGs”, a substituição 
proposta seria inválida (seria “a elas”, já que a sigla significa “Organizações Não-
Governamentais”, um substantivo feminino). 
A partir do contexto, inferimos que os países ricos, ao enviar essas organizações e 
seus técnicos à Amazônia, demonstram sua preocupação na preservação de áreas 
virgens para seu próprio benefício futuro. Assim, interessa a eles - os países - aquele 
tipo de discurso. 
Mais uma vez, alertamos para a correta identificação do referente pronominal, de 
forma a não errar uma questão simples. 
 
4 - (UnB CESPE / SEAD -PA / 2007) 
1 Foi concedida pela justiça federal liminar ao 
Ministério Público Federal (MPF) impedindo a criação da 
Floresta Estadual da Amazônia e da Área de Proteção 
4 Ambiental Santa Maria de Prainha. Para o MPF, a criação das 
duas áreas, anunciadas pelo governo do estado do Pará como 
iniciativa de preservação, representa, na verdade, um ataque 
7 ao modo de vida das populações tradicionais da região e 
privilegia um modelo de exploração predatório da floresta 
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amazônica. 
10 A região abrangida pela liminar da justiça federal fica 
no coração do Pará, servida pelos rios Tamuataí, Uruará e 
Guajará e ainda possui grandes extensões de floresta primária 
13 e potencial para atividades extrativistas. Por isso, desde 
2003, o IBAMA faz estudos para a criação da Reserva 
Extrativista Renascer, a pedido dos ribeirinhos que lá vivem. 
16 Catorze comunidades reivindicam a criação da Resex, um 
modelo de preservação que garante títulos de posse da terra 
para os moradores tradicionais. 
19 De acordo com o levantamento do IBAMA, ancestrais 
dos moradores atuais já viviam na área em 1880. Eles 
começaram a ser assediados por madeireiras, recentemente, o 
22 que já provoca conflitos, como mostra a recente denúncia 
feita pela Procuradoria da República em Santarém de que 
policiais militares estavam apoiando a extração ilegal de 
25 madeira na área. 
A chegada da atividade madeireira trouxe a exploração 
dos trabalhos dos comunitários a preço vil, a destruição da 
28 paisagem natural, a degradação da mata ciliar pela ação de 
balsas transportadoras de toras e revolvimento do fundo dos 
rios, modificando os aspectos físicos, químicos e biológicos 
31 dos ecossistemas fluviais, de acordo com registro feito no 
pedido de liminar do MPF. 
MPF/PA obtém liminar proibindo criação da Floresta Estadual. Internet: 
<www.prpa.mpf.gov.br> (com adaptações). 
No que se refere aos processos coesivos de referência no texto, assinale a opção 
correta. 
A) A expressão “região abrangida pela liminar da justiça federal” (R.10) refere-se à 
mesma região mencionada na linha 7. 
B) O termo “que” (R.17) refere-se, sintaticamente, a “criação” (R.16). 
C) A forma pronominal “Eles” (R.20) retoma o termo “ancestrais” (R.19). 
D) Na linha 21, o pronome “o” está empregado em referência ao termo anterior 
“recentemente”. 
 
GAB. A 
Comentário. 
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Mas que beleza de questão, a começar pelo fato de ser de múltipla escolha...rs... 
Todas as suas opções exploram referência textual por pronomes. Vejamos uma a uma. 
A) Para verificar a correção de tal assertiva, precisaríamos ler atentamente o primeiro 
parágrafo do texto. 
Foi concedida pela justiça federal liminar ao Ministério Público Federal (MPF) 
impedindo a criação da Floresta Estadual da Amazônia e da Área de Proteção 
Ambiental Santa Maria de Prainha. Para o MPF, a criação das duas áreas, 
anunciadas pelo governo do estado do Pará como iniciativa de preservação, 
representa, na verdade, um ataque ao modo de vida das populações 
tradicionais da região e privilegia um modelo de exploração predatório da 
floresta amazônica. 
 
A liminar citada no texto abrange a área da Floresta Estadual da Amazônia e a de 
Proteção Ambiental Santa Maria de Prainha. O Ministério Público Federal entendeu tal 
criação como um ataque à vida das populações tradicionais dessa região. 
Por isso, está correta a proposição da opção A, uma vez que a liminar concedida pela 
justiça federal trata da região cuja população teria, no entender do MPF, sua vida 
modificada com a criação dessas reservas. 
Vejamos os erros das demais opções. 
B) Vamos reproduzir a passagem em comento: 
Catorze comunidades reivindicam a criação da Resex, um modelo de 
preservação que garante títulos de posse da terra para os moradores 
tradicionais. 
O pronome relativo, como o próprio nome sugere, estabelece uma relação com um 
referente, representado por um termo já mencionado, substituindo-o na oração 
adjetiva. Em “um modelo de preservação que garante títulos de posse da terra 
para os moradores tradicionais”, o pronome relativo “que” está sintaticamente no 
lugar de “modelo de preservação” (“ um modelo de preservação garante títulos de 
posse da terra...”), e não de “criação”, conforme afirmado na opção. 
C) Leia com atenção o seguinte trecho: 
“De acordo com o levantamento do IBAMA, ancestrais dos moradores atuais 
já viviam na área em 1880. Eles começaram a ser assediados por madeireiras, 
recentemente, o que já provoca conflitos...” 
O examinador sugere que o pronome pessoal reto “Eles” estaria se referindo ao 
antecedente “ancestrais”. Note, contudo, que a expressão que se segue 
(“recentemente”) acaba por sepultar qualquer chance de essa proposição ser aceita. 
Como é que os ancestrais dos moradores poderiam ser RECENTEMENTE assediados por 
madeireiras?!?! Esse pronome possui como referente o substantivo “moradores 
atuais”. 
D) A passagem em análise é: “Eles [os moradores atuais] começaram a ser 
assediados por madeireiras, recentemente, o que já provoca conflitos...”. 
Na oração “o que já provoca conflitos”, a expressão “o que” refere-se ao assédio aos 
moradores pelas madeireiras. Trata-se de um termo vicário, que retoma a idéia 
apresentada na oração anterior. Por isso, a expressão mantém-se neutra, sem flexão 
de gênero ou número. Para compreender essa denominação, lembre-se daquele padre 
que substitui o pároco: o vigário. “Vigário” ou “vicário” é aquele que faz as vezes do 
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outro, segundo Aurélio. Um termo vicário é o que retoma o conjunto de idéias 
apresentado anteriormente. 
 
5 - (UnB CESPE /TCU – Técnico /2004) 
1 Em uma iniciativa inédita, dez grandes corporações 
assinaram um compromisso com o Fórum Econômico 
Mundial para divulgar regularmente o volume de suas 
4 emissões de gases poluentes. Com isso, elas se antecipam 
aos governos que ainda estão aguardando a entrada em vigor 
do protocolo de Kyoto. Pelo acordo, denominado Registro 
7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as 
multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do 
meio ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que 
10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas 
empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de 
toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa 
13 cerca de 5% das emissões mundiais. 
O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações). 
A partir do texto acima e considerando aspectos marcantes da questão ambiental no 
mundo contemporâneo, julgue o item seguinte. 
- As expressões “elas” (R.4), “as multinacionais” (R.7-8) e “essas empresas” (R.10-11) 
têm o mesmo referente: “dez grandes corporações” (R.1). 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Note que não são poucasas questões do Cespe que tratam de referências textuais. 
Você precisa ficar craque nisso, hem??? (rs...) 
Logo no primeiro período do texto, são indicadas dez grandes corporações que 
assinaram o compromisso de divulgar regularmente o volume de suas emissões de 
gases poluentes. Nas referências posteriores a essas empresas, fez-se uso de 
expressões ou pronomes que as substituíssem, tais como as que foram indicadas no 
item: 
- linha 4: “Com isso, elas [= as dez grandes corporações] se antecipam aos 
governos...”; 
- linhas 7 – 8: “Pelo acordo (...), as multinacionais [= as dez grandes corporações] 
passam a informar o seu grau de poluição do meio ambiente...”; 
- linhas 10 – 11: “Juntas, essas empresas [= as dez grandes corporações] são 
responsáveis pela emissão de...”. 
Todos esses elementos formam uma cadeia coesiva, designando o mesmo referente. 
Perfeita colocação. 
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6 - (UnB CESPE /TCU – Técnico /2004) 
1 Eles andam bem vestidos, dirigem carros 
novos, estudam nas melhores escolas e faculdades. 
Mas foram atraídos para o crime. Policiais, promotores 
4 e especialistas em segurança pública calculam que 
jovens das classes média e alta estão envolvidos em 
metade das ocorrências registradas em todo o Distrito 
7 Federal. Nas áreas nobres — Plano Piloto, Lago Sul e 
Lago Norte —, os filhos da elite respondem por 70% 
dos casos de furto no interior de veículos, porte e uso 
10 de armas, além de tráfico de entorpecentes. 
No meio policial, esses criminosos são 
chamados de bico fino. São membros de famílias com 
13 alto poder aquisitivo, a maioria são homens e têm idade 
entre 18 e 25 anos. Concluíram o ensino médio, cursam 
uma faculdade ou já se formaram. E agem como 
16 bandidos. 
Correio Braziliense, 14/3/2004, p. 25 (com adaptações). 
Considerando o texto acima e o tema nele focalizado, com suas múltiplas implicações, 
julgue o item subseqüente. 
- A quem o pronome “Eles” (R.1) se refere vem explicitado, posteriormente no texto, à 
linha 5. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Com o propósito de prender a atenção do leitor, o autor somente indica o referente do 
pronome pessoal “Eles” (do primeiro período do texto) em passagem posterior – são 
os “jovens das classes média e alta estão envolvidos em metade das ocorrências 
registradas em todo o Distrito”, nas linhas 5 a 7 do texto, também chamados de “os 
filhos da elite” e “esses criminosos” em outras passagens do texto. 
 
7 - (UnB CESPE / PMES / 2007) 
Momento num café 
1 Quando o enterro passou 
Os homens que se achavam no café 
Tiraram o chapéu maquinalmente 
4 Saudavam o morto distraídos 
Estavam todos voltados para a vida 
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Confiantes na vida. 
7 Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado 
Olhando o esquife longamente 
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade 
10 Que a vida é traição 
E saudava a matéria que passava 
Liberta para sempre da alma extinta. 
Manuel Bandeira. In: Antologia poética. 7. ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 
1974, p. 103. 
Em relação às idéias e às estruturas lingüísticas do texto acima, julgue o item que se 
segue. 
- O pronome “Este” (v.9) é utilizado como recurso de coesão textual e substitui o 
termo “esquife” (v.8). 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Sem saber o que significa a palavra “esquife”, o candidato poderia se encontrar em 
dificuldades para afirmar se tal colocação estaria certa ou errada. 
“Esquife” nada mais é do que “caixão”. 
Sabendo isso, deduz-se que o pronome demonstrativo não estaria se referindo ao 
substantivo indicado pelo examinador, mas à pessoa que, com um gesto largo e 
demorado, ficou a olhar o cortejo. 
Aproveitamos essa questão para tratar de algumas possibilidades de emprego dos 
pronomes demonstrativos. 
Os pronomes demonstrativos possuem duas funções lingüísticas: 
1ª função – indicar a posição dos seres no espaço e no tempo, chamada de função 
dêitica. 
Ao se referir ao momento presente (referência temporal) ou a algo que está próximo 
do falante (referência espacial), usam-se este, esta, isto; em relação a momento 
passado (temporal) ou próximo do ouvinte (espacial), usam-se esse, essa, isso; para 
se referir a momentos distantes (tanto no futuro quanto no passado – temporal) ou a 
algo que está distante dos dois (falante e ouvinte), usam-se aquele, aquela, aquilo. 
Exemplos: 
Naquela época (período distante), usava-se espartilho. 
Naquele ano de 1969, o país foi submetido a uma das piores ditaduras da 
história universal. 
Neste momento, estão todos dormindo. (momento atual) 
Nesse fim de semana (o que passou), fomos ao teatro. 
Neste fim de semana (o que está por vir), iremos ao teatro. 
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Em relação ao espaço, este/esta/isto indicam o que se encontra próximo do falante; 
esse/essa/isso, longe do falante mas próximo do ouvinte; aquele/aquela/aquilo, 
longe de ambos. 
É da essência dos pronomes demonstrativos esse caráter dêitico, ainda que não seja 
privilégio seu. Outros pronomes, como os pessoais, por exemplo, alguns advérbios 
(aqui, ali, agora) e substantivos também se prestam a essa função lingüística. 
 
2ª função – substituir elementos textuais em referência anafórica (se o termo for 
antecedente ao pronome) ou catafórica (em caso de termo referente após o 
pronome). 
Quando houver mais de um elemento textual aos quais iremos fazer menção, podemos 
usar “este” para o mais próximo e “aquele” para o mais distante. Exemplo: “Paulo e 
Mauro foram aprovados no concurso. Este (Mauro) irá para Porto Alegre, enquanto 
que aquele (Paulo), para Manaus.” ou “Estes argumentos [os que foram mencionados 
imediatamente antes desta citação] se contrapõem àqueles apresentados no início do 
debate.” 
Podemos, então, resumir o emprego dos pronomes demonstrativos em 
referências textuais: 
Forma 1 - Quando um pronome demonstrativo faz referência a algo já mencionado no 
texto, ou seja, a algo que está no “paSSado” do texto, deve-se usar ESSE / ESSA / 
ISSO (com o SS do paSSado). Se a referência ainda vier a ser apresentada (pertence 
ao fuTuro), usa-se ESTE / ESTA / ISTO (com o T do fuTuro) – gostou dessa dica 
mnemônica? 
Forma 2 - Quando se citam dois elementos, retoma-se o último, ou seja, o mais 
próximo, pelo pronome "este" (ou "esta", "estes", "estas"). O primeiro elemento 
citado, isto é, o mais distante, é retomado por "aquele" (ou suas flexões). Exemplo: 
“João e Pedro farão a prova para o Tribunal de Contas da União. Este para Analista e 
aquele para Técnico.” – Nesta construção, “este” é o referente mais próximo (Pedro) e 
aquele, o mais distante (João). 
Modernamente, reduziu-se o rigor no emprego do pronome demonstrativo em 
referências textuais, inclusive em relação às provas (como vimos nesta questão, em 
que, mesmo se referindo a expressão já mencionada, usou o “este”), mas, em textos 
formais, como pareceres e provas dissertativas, deve-se observar o correto emprego 
dos pronomes demonstrativos. 
 
8 - (UnB CESPE / STM Técnico /2004) 
1 Filhos malcriados e agressivos... O problema da 
autoridade em crise não é do vizinho, não acontece no 
exterior, não é confortavelmente longínquo. É nosso. Parece 
4 que criamos um bando de angustiados, mais do que seria 
natural. Sim, natural, pois, sobretudo na juventude, plena de 
incertezas e objeto de pressões de toda sorte, uma boa dose 
7 de angústia é do jogo e faz bem. 
Mas quando isso nos desestabiliza, a nós, adultos, 
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e nos isola desses de quem estamos ainda cuidando, a quem 
10 devemos atenção e carinho, braço e abraço, é porque, 
atordoados pelo excesso depsicologismo barato, talvez 
tenhamos desaprendido a dizer não, nem distinguimos 
13 quando se devia dizer sim. 
Ter um filho é necessariamente ser responsável. 
Ensinar numa escola é ser responsável. Estar vivo, enfim, é 
16 uma grave responsabilidade. 
Lya Luft. Sobre pais e filhos. In: Veja, 16/6/2004, p. 21 (com adaptações). 
 
Considere as idéias e as estruturas lingüísticas do texto acima para julgar os itens 
subseqüentes. 
- O pronome “isso” (R.8) resume as idéias do primeiro parágrafo: as angústias da 
juventude. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Os pronomes demonstrativos podem exercer o papel de termos vicários, substituindo 
orações inteiras, como vimos no item D da questão 4, ou mesmo idéias de passagens 
e parágrafos anteriores. 
Veja os seguintes exemplos: 
- “Há muito tempo eu planejo sair de férias e vou fazê-lo no meio desse ano.” 
Fazê-lo = fazer isso = sair de férias 
 - “Eu lhe jurei que seria fiel e vou sê-lo” ser isso = ser fiel 
O pronome “o” permanece neutro, sem flexão de gênero ou número, assim como 
acontece com o “isso” da questão presente. 
Esse pronome foi empregado pela autora para, no início do segundo parágrafo, 
retomar uma idéia presente no primeiro parágrafo – a de uma angústia que seria 
natural na juventude. 
 
(UnB CESPE/ TRT 10.ª REGIÃO - Analista/2005) 
O texto a seguir serve de base para as questões 9 e 10. 
1 Desde que Montesquieu, no século XVIII, em 
O Espírito das Leis, definiu as linhas básicas do sistema 
democrático de governo, a ciência política não logrou 
4 conceber, até os nossos dias, forma mais significativa de 
expressão da vontade de um povo no que se refere à 
convivência em uma sociedade politicamente organizada 
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7 do que a estabelecida por ele, genialmente, na clássica 
tríplice separação dos poderes do Estado. 
O Estado, entidade inanimada e abstrata, que, ao se 
10 realizar, materializa-se na concreção de formas, atos e 
sentidos, traduz-se nesse imensurável complexo de ações que 
dão substância ao desejo de conformação política de uma 
13 nação. 
Internet: <http://www.stf.gov.br/noticias/imprensa>. 
 
Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem. 
9 - Em “a estabelecida” (R.7), subentende-se, como recurso de coesão textual, a 
elipse da palavra “forma”, citada na linha 4. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Note que, com o pronome demonstrativo antes do adjetivo, encontra-se latente a 
palavra “forma”: “... a ciência política não logrou conceber, até os nossos dias, 
forma mais significativa de expressão da vontade de um povo (...) do que a 
[FORMA] estabelecida por ele, genialmente, na clássica tríplice separação dos 
poderes do Estado.”. 
Evitou-se sua repetição, como bem afirmou o examinador, como um recurso de coesão 
textual, apondo, em seu lugar, o pronome demonstrativo “a”. 
 
10 - O pronome masculino singular “ele” (R.7) está sendo empregado como recurso 
coesivo que retoma o termo antecedente “povo” (R.5). 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Quem foi que estabeleceu, de forma genial, a clássica tríplice separação dos poderes? 
O povo? Não! Foi Montesquieu, escritor e filósofo francês, célebre por sua teoria da 
separação dos poderes. 
Em função disso, está ERRADA a assertiva. Note a importância da perfeita 
compreensão textual na identificação das referências pronominais. 
 
(UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006) 
Texto para as questões 11 e 12. 
Cujas Canções 
1 É costume cada um colocar sua profissão ou títulos nos 
cartões de visitas. No tempo das guerras cisplatinas até ficou 
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famoso alguém que assim se apresentava: “José Maria da 
4 Conceição — tenente dos Colorados”. 
Ora, quem escreve estas linhas já recebeu alguns 
títulos da generosidade de seus conterrâneos. Se pusesse todos 
7 eles, seria pedante; escolher um só seria indelicadeza para 
com os outros proponentes. 
Quanto a mim, sempre fui de opinião que bastava o 
10 nome da pessoa, sem a vaidade de títulos secundários. Mas eis 
que a minha camareira fez-me cair em tentação. Dá-se o caso 
que saiu a edição do meu livro Canções, ilustrado por Noêmia 
13 e que, ao ser noticiado por Nilo Tapecoara no Bric-à-brac da 
vida, este o publicou com o meu retrato em duas colunas e, 
abaixo do mesmo, uma notícia que assim principiava, com a 
16 primeira linha impressa em letras maiúsculas: MÁRIO 
QUINTANA, CUJAS CANÇÕES etc. etc... 
Ora, na manhã daquele dia, ao servir-me o café na 
19 cama, sia Benedita não podia ocultar o orgulho que lhe 
causava o seu hóspede e repetia: “Cujas canções, hein, cujas 
canções!” 
22 O seu maior respeito era devido, sem dúvida, à 
misteriosa palavra “cujas”. 
Mario Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 959. 
 
Julgue os próximos itens, relativos a análises de fatos lingüísticos do texto. 
11 - Os termos “quem” (R.5), “mim” (R.9) e “hóspede” (R.20) estão empregados em 
referência a pessoas diferentes. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Belissimamente, o autor faz diversas referências textuais de modo bastante variado e 
até sutil. Um desses exemplos é o emprego do pronome indefinido “quem” em “quem 
escreve estas linhas já recebeu alguns títulos da generosidade de seus 
conterrâneos” que, com sua modéstia, faz saber ser dono de diversos títulos. 
Esse pronome indefinido possui o mesmo referente das expressões “Quanto a mim” e 
“hóspede”, este último possível de ser identificado a partir de outra referência na 
oração anterior (“ao servir-me o café na cama...”) – o autor Mario Quintana. 
Que prazer ler um texto como esse em prova, não é mesmo? 
 
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12 - O pronome “este” (R.14) refere-se a seu antecedente, o “Bric-à-brac da vida”. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
O pronome demonstrativo faz menção a “Nilo Tapecoara”, autor da notícia, e não a 
“Bric-à-brac da Vida”, nome da seção do Jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, 
organizada por este jornalista. 
E não era somente a camareira que desconhecia o sentido e emprego do pronome 
“cujas”. Muitos de nós até hoje temem usá-lo, seja por desconhecimento, seja no 
intuito de não parecer pedante. Parece que o “cujo” virou “de cujus”, partiu dessa para 
melhor. Coitado! 
Prepare-se para enfrentar esses pronomes relativos em prova (inclusive o finado 
“cujo”). 
 
13 - (UnB CESPE / TSE – Técnico/ 2007) 
1 Distraídos com a discussão sobre os índices de 
crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o 
processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a 
4 administrar realidades cada vez mais complexas. 
Quando dizemos que os suíços ou suecos são 
desenvolvidos, o que temos em mente não é apenas que eles 
7 são mais ricos que nós. O que está subentendido é que 
também sabem gerir melhor os trens e as escolas primárias, as 
florestas e os hospitais, as universidades e as penitenciárias, 
10 os museus e os tribunais. Em outras palavras, ser 
desenvolvido é uma totalidade. 
No Brasil temos ilhas de excelência: o Departamento 
13 do Tesouro, a EMBRAPA, o Itamaraty, entre outras. Mas 
estão afogadas em oceano de incompetência, em certos pontos 
com profundidades abissais. As demandas de exigência 
16 crescente de uma sociedade dinâmica são atendidas pelas 
ilhas de eficiência, mas logo se atolam nos gargalos da 
inépcia. 
Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações). 
 
Em relação ao texto acima, julgue o item que se segue. 
- A substituição de “pelo qual” (R.3) por cuja mantém a correção gramatical do 
período. 
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ITEM ERRADO 
Comentário. 
Sem dúvida, dos pronomes, o relativo é o maisrecorrente em questões de prova. E, 
dos pronomes relativos, o “cujo” ganha em disparada. Por isso, é tão importante o 
estudo e domínio de seu conceito. 
 
PRONOMES RELATIVOS 
Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. Já falamos sobre 
concordância com pronomes relativos – o termo remete a concordância para o seu 
antecedente. 
Agora, veremos quais são esses pronomes e como devem ser empregados na oração 
subordinada adjetiva que iniciam, especialmente em relação aos seus referentes e ao 
emprego de preposição porventura necessária. 
Vamos ver as características dos pronomes relativos. 
QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso chamado de 
“pronome relativo universal”. Normalmente é empregado em relação a 
“coisa”, já que os demais referentes têm pronomes relativos específicos 
(lugar, quantidade, modo). 
Aceita somente preposições monossilábicas, exceto sem e sob. 
O QUAL 
(e flexões) 
Assim como “que”, pode ser usado com qualquer antecedente. Aceita 
preposição com duas ou mais sílabas, locuções prepositivas, além de sem 
e sob (rejeitadas pelo “que”). 
 É usado quando o referente se encontra distante ou para evitar 
ambigüidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o acidente. 
Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a dúvida, uso “o 
qual” para ele ou “a qual” para ela. 
QUEM Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá antecedido de 
preposição – Ele é o rapaz de quem lhe falei. 
ONDE Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a isso se 
assemelhe (livro, jornal, página etc.) – “A gaveta onde guardei o dinheiro 
foi arrombada.”; pode ser substituído por “em que”. 
COMO Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA – O jeito como 
escreve mostra a pessoa que é. 
QUANDO O antecedente dá idéia de TEMPO, também equivalente a “em que” – 
Época de ouro era aquela, quando todos andavam tranqüilos pelas ruas. 
QUANTO O antecedente dá idéia de QUANTIDADE - normalmente precedido de um 
pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos, todas) – Tenho tudo quanto 
quero. Leve tantos quanto quiser. 
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Finalmente, o mais especial de todos: 
CUJO 
(e flexões) 
Liga dois substantivos indicando relação entre eles (entre os substantivos, 
haveria uma preposição de) – (“A mãe do rapaz faleceu.” + “O rapaz 
procurou por você.” “O rapaz cuja mãe faleceu procurou por você.”); 
concorda com o substantivo subseqüente, flexionando-se em gênero e 
número, e dispensa o artigo (não existe “cujo o” ou “cuja a”). 
DICA: 
Ao usar o pronome relativo, verifique: 
1 – qual deve ser o pronome mais adequado, a depender do antecedente 
(coisa, pessoa, tempo, modo, lugar...); 
2 – se o algum termo na oração adjetiva exige preposição. 
Exemplo: 
(1) Este é o livro | que ganhei. 
Oração principal: Este é o livro 
Oração subordinada adjetiva: que ganhei - O verbo ganhar é transitivo direto e 
não rege preposição. 
(2) Este é o livro | a que me referi. 
Oração principal: Este é o livro 
Oração subordinada adjetiva: a que me referi – o verbo referir-se é transitivo 
indireto e rege a preposição a. Por isso, a preposição antecede o pronome relativo, que 
está no lugar do termo regido “livro”. 
(3) Aquele é o professor | por quem eu tenho muita admiração. 
Oração principal: Aquele é o professor 
Oração subordinada adjetiva: por quem eu tenho muita admiração – o substantivo 
admiração rege preposição por (alguém tem admiração POR alguém), que antecede o 
pronome relativo que substitui o termo regido “professor”. 
 
Na passagem do texto, o pronome relativo “o qual” (contraído com a preposição POR, 
formando “pelo qual”) retoma o sintagma “processo contínuo”. 
Na oração adjetiva, essa expressão não formaria uma relação com o substantivo 
SOCIEDADE, subseqüente ao pronome relativo, e, sim, exerceria a função sintática de 
adjunto adverbial: “uma sociedade, por um processo contínuo, aprende a 
administrar realidades cada vez mais complexas.” 
Em função disso, não é possível sua troca por “cuja”, que é empregado para ligar dois 
substantivos com idéia de dependência entre os elementos. 
 
14 - (UnB CESPE / PMES / 2007) 
Diferenças do mesmo 
1 Sendo uma radical evolução dos antigos mercados, 
os shopping centers são um símbolo da modernidade, 
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sobretudo da globalização partida, onde as ruas ficaram para 
4 os pobres. Da mesma maneira que a pobreza é diferente, 
come diferente e vive diferente entre os diversos países do 
mundo, e os ricos vivem de maneira muito parecida, não 
7 importa o país onde estejam, os shoppings são exatamente 
iguais em qualquer parte do mundo. A arquitetura, as 
temperaturas, as escadas rolantes, as grifes das lojas, os 
10 setores de alimentação e suas cadeias de fast-food, tudo é 
exatamente igual. 
Mas é possível ver diferença no tamanho do espaço 
13 dedicado às livrarias. Quando se comparam os shoppings do 
leste da Ásia com os shoppings brasileiros, o visitante fica 
surpreso com o tamanho das livrarias que aqueles 
16 apresentam. Em Manila, onde o sistema educacional e a 
distribuição de renda são os piores entre os países daquela 
região, a livraria de um dos seus diversos shoppings é 
19 maior do que a maior das livrarias em um shopping 
brasileiro. A diferença é que existe maior hábito de leitura na 
elite asiática do que na brasileira. 
Cristovam Buarque. Os tigres assustados: uma viagem pela fronteira dos 
séculos. 
Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1999, p. 119-20 (com adaptações). 
 
Julgue a assertiva abaixo. 
- Na linha 16, o pronome relativo “onde” refere-se ao termo “Manila” e poderia ser 
substituído pela expressão em que, sem prejuízo para o sentido do texto. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
O pronome relativo “onde” pode ser usado quando o referente indica “lugar” ou algo 
que se assemelhe a isso. 
No caso, o antecedente do pronome relativo é “Manila”, capital das Filipinas (esse é 
mais um caso de parônimo que se faz acompanhar por artigo, como “os Estados 
Unidos”, estudado na aula de Concordância: “Protesto marca visita do FMI às 
Filipinas.”. Registre-se, contudo, que o nome oficial do país é “República das 
Filipinas”.). 
Será que você sabe a diferença entre “onde” e “aonde”? Muita gente confunde um com 
o outro, mas a distinção é bem simples. 
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Use “onde” quando puder substituir por “em” – “O lugar onde / em que morei é lindo!”. 
(alguém mora EM algum lugar). 
Por isso, a afirmação está correta: “Em Manila, onde / em que o sistema educacional 
e a distribuição de renda são os piores entre os países daquela região...”. 
Quando algum termo exigir a preposição “a” e o relativo possuir como referente um 
lugar, use “aonde” – “O lugar aonde / a que fomos ontem à noite é lindo!” Alguém 
vai A algum lugar. 
Assim, quando cantar aquela música do Lobão, modifique a letra original, para não 
errar a regência: “Chove lá fora e aqui/ Faz tanto frio / Me dá vontade de saber / 
ONDE está você / Me telefona / Me chama, me chama, me chama...”. 
Não deveria ser “aonde está você”, pois “você está EM algum lugar” “ONDE está 
você...” – confesse que você estava cantando errado – você, o Lobão e todo mundo!!!! 
(rs....). 
Aliás, nessa letra, há um outro problema que será tratado ainda hoje – colocação 
pronominal. Aguarde! 
Já o refrão da música dos Paralamas do Sucesso nos permite subir na mesa e soltar a 
voz!!! Cante tranqüilo, da forma original mesmo: 
“Aonde quer que eu vá / Levo você no olhar / Aonde quer que eu vá / Aonde quer que 
eu vá...” 
Alguém vai A algum lugar: “aonde quer que eu vá...”. 
Para descontrair, vamos cantar mais uma (certinha, é claro!). Agora, uma canção de 
Nando Reis e Marisa Monte, interpretadapor ela e Ed Motta (vamos lá... não estou 
ouvindo....SOLTE A VOZ!!!): 
“Ainda lembro o que passou / Eu, você, em qualquer lugar / Dizendo: "aonde você 
for eu vou" / E quando eu perguntei / Ouvi você dizer /Que eu era tudo o que você 
sempre quis / Mesmo triste eu estava feliz / E acabei acreditando em ilusões...” 
Agora, acabou o recreio, hem??? Vamos voltar aos estudos. 
Se você quiser colaborar com a professora, é só mandar sugestões de letras de 
músicas, poemas, anúncios... tudo o que puder enriquecer a nossa aula será bem-
vindo. 
Essa é a melhor maneira de se estudar a língua, acredito eu. 
 
15 - (UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006) 
1 A democracia do Estado contemporâneo necessita, de 
maneira imprescindível, da consagração da supremacia 
constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que 
4 somente estarão presentes nos países em que houver um 
Judiciário forte, dotado de plena independência e que possa 
efetivar suas decisões. A independência judicial constitui 
7 direito dos cidadãos, e é triste um país que não a possui. 
O magistrado, no momento de julgar, não pode receber 
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ordens de nenhuma autoridade interna ou externa, sendo essa 
10 idéia essencial à independência do Judiciário. 
A maioria esmagadora dos juízes brasileiros dedicam 
suas vidas à luta por uma magistratura independente, 
13 democrática, transparente e justa e jamais se esquecem da 
lição do grande Rui: “A autoridade da Justiça é moral, e 
sustenta-se pela moralidade de suas decisões”. 
Alexandre de Moraes. União pelo fortalecimento. In: Folha de S. Paulo, 
25/3/2006 (com adaptações). 
 
Julgue a assertiva abaixo a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto. 
- As regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa exigem o emprego da 
preposição no termo “em que” (R.4), o que indica que esse termo pode ser substituído 
pelo pronome onde. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Essa troca – do “em que” pelo “onde” – só foi possível por conta do seu referente: 
“países”, indicativo de lugar. 
Traçando um paralelo com a questão anterior, podemos afirmar que, em substituição 
ao pronome relativo “onde”, podemos usar o correspondente “em que” ou “nas quais”, 
mas a recíproca só será verdadeira (ou seja, trocar “em que”/“nas quais” por “onde”) 
quando o referente indicar lugar ou algo que se assemelhe. 
 
16 - (UnB CESPE / TSE – Técnico/ 2007) 
1 Olhando em retrospectiva os últimos 20 anos, temos 
uma realidade nada alentadora. Em média, o Brasil cresceu 
cerca de 2,4% ao ano. Diante desse cenário, o que precisa ser 
4 feito para que atinjamos os tão propalados 5% de crescimento 
sustentado? 
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria 
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois 
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de 
capital (físico e humano). 
10 A elevação significativa da produtividade dos fatores 
de produção só será obtida com reformas institucionais 
profundas. Já o acúmulo de capital humano requer 
13 investimento em educação, cuja maturação é longa. 
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Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações). 
 
Julgue a assertiva abaixo. 
- A substituição de “cuja” (R.13) por a qual mantém a correção gramatical do período. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
O pronome relativo CUJO, além de especial, é muito “enjoadinho” – não aceita ser 
substituído por qualquer outro. Só ele tem o poder de ligar dois substantivos e ainda 
absorver em sua estrutura algum artigo porventura necessário ao termo subseqüente. 
Aliás, essa é uma curiosidade: o vocábulo faz a concordância com o termo que vem 
APÓS e não antes (como acontece com “o qual”, que altera a flexão de acordo com o 
referente). 
Ao ficar entre “educação” e “maturação”, indica o vínculo que existe entre esses dois 
substantivos na oração adjetiva: “a maturação (= desenvolvimento) da educação é 
longa”. 
Por isso, não aceita a troca pelo relativo “a qual”. 
 
(UnB CESPE/ ANATEL – Técnico / 2006) 
Texto para responder aos itens 17 e 18. 
Como não usar o telefone celular 
1 É fácil ironizar os possuidores de telefones celulares. 
Mas é necessário descobrir a qual das cinco categorias eles 
pertencem. Primeiro, vêm as pessoas fisicamente incapacitadas, 
4 ainda que sua deficiência não seja visível, obrigadas a um 
contato constante com o médico ou com o pronto-socorro. 
Depois, vêm aqueles que, devido a graves deveres profissionais, 
7 são obrigados a correr em qualquer emergência (capitães do 
corpo de bombeiros, médicos, transplantadores de órgãos). Em 
terceiro lugar, vêm os adúlteros. Só agora eles têm a 
10 possibilidade de receber ligações de seu parceiro secreto sem 
que membros da família, secretárias ou colegas mal-intencionados 
possam interceptar o telefonema. 
13 Todas as três categorias enumeradas até agora 
merecem o nosso respeito: no caso das duas primeiras, não nos 
importamos de ser perturbados em restaurantes ou durante uma 
16 cerimônia fúnebre, e os adúlteros tendem a ser muito discretos. 
Seguem-se duas outras categorias que, ao contrário, 
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representam um risco. A primeira é composta de pessoas 
19 incapazes de ir a qualquer lugar se não tiverem a possibilidade 
de conversar fiado acerca de frivolidades com amigos e 
parentes de que acabaram de se separar. Elas nos incomodam, 
22 mas precisamos compreender sua terrível aridez interior, 
agradecer por não estarmos em sua pele e, finalmente, perdoar. 
A última categoria é composta de pessoas preocupadas 
25 em mostrar em público o quanto são solicitadas, especialmente 
para complexas consultas a respeito dos negócios: as conversas 
que somos obrigados a escutar em aeroportos ou restaurantes 
28 tratam de transações monetárias, atrasos na entrega de perfis 
metálicos e outras coisas que, no entendimento de quem fala, 
dão a impressão de que se trata de um verdadeiro Rockfeller. 
31 O que eles não sabem é que Rockfeller não precisa de 
telefone celular, porque conta com um plantel de secretários tão 
vasto e eficiente que, no máximo, se seu avô estiver morrendo, 
34 por exemplo, alguém chega e lhe sussurra alguma coisa no 
ouvido. O homem poderoso é justamente aquele que não é 
obrigado a atender todas as ligações, muito pelo contrário: 
37 nunca está para ninguém, como se diz. 
Portanto, todo aquele que ostenta o celular como 
símbolo de poder, na verdade, está declarando de público sua 
40 condição irreparável de subordinado, obrigado que é a pôr-se 
em posição de sentido, mesmo quando está empenhado em um 
abraço, a qualquer momento em que o chefe o chamar. 
Umberto Eco. O segundo diário mínimo. Sergio Flaksman (Trad.). Rio de 
Janeiro: Record, 1993, p. 194-6 (com adaptações). 
 
Com base nas idéias e estruturas do texto de Umberto Eco, julgue os itens a seguir. 
17 - O segundo período do texto estaria de acordo com a norma gramatical caso fosse 
escrito da seguinte forma: É necessária, porém, a identificação da categoria à qual eles 
pertencem. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Vamos relembrar a dica que foi dada para o emprego dos pronomes relativos. 
Primeiramente, identifique o pronome mais adequado. Em seguida, veja se há algum 
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termo (verbo, adjetivo, substantivo) que exija uma preposição, a ser empregada antes 
do pronome relativo. 
É necessária, porém, a identificação da categoria à qual eles pertencem. 
O pronome relativo “a qual” retoma o substantivo “categoria”. Também poderia ter 
sido usado o relativo universal (que). 
O termo regente, presente na oraçãoadjetiva, exige a preposição “a”: “alguém 
pertence A alguma coisa”. 
Trocando o pronome pelo nome, a oração adjetiva seria: “eles pertencem à categoria”. 
Como essa preposição “a” iria anteceder a palavra “categoria” e esta palavra está 
representada, na oração adjetiva, pelo pronome relativo “a qual”, essa preposição “a” 
vai se encontrar com o pronome relativo “a qual”. O encontro desses dois “as” é o que 
conhecemos por “CRASE”, a ser estudada com mais profundidade em aula própria. Por 
ora, vamos comentar somente que, com essa fusão, empregamos apenas um “a” e o 
acentuamos: “categoria à qual pertencem”. 
Se a opção fosse pelo pronome relativo “que”, em vez de “a qual”, não haveria o 
encontro de dois “as”: “... categoria a que eles pertencem.”. 
Olhemos, agora, uma passagem bastante interessante que merece nossa análise. No 
primeiro período do texto (forma original), não foi empregado o pronome relativo “a 
qual” (que precisaria de um termo antecedente), mas uma preposição “a” (exigida pelo 
verbo PERTENCER, conforme acabamos de ver) e o pronome indefinido “qual”. Para ter 
certeza disso, tente eliminar a expressão “das cinco”, mantendo o substantivo 
“categorias” no plural: 
“Mas é necessário descobrir a QUAIS categorias eles pertencem.” 
A preposição, como palavra invariável, permanece sem flexão, ao passo que o 
pronome indefinido “qual” passa a concordar com o substantivo “categorias”. 
Seria como perguntar: “Eles pertencem a QUAIS categorias?”. 
Cuidado, pois a banca poderia ter sido (bem mais) cruel ao afirmar (erroneamente) 
que “a qual”, no texto original, seria um pronome relativo, e muita gente boa poderia 
cair nessa conversa fiada... 
 
18 - Com igual correção gramatical a forma pronominal às quais poderia ser 
empregada em lugar do pronome “que” no segmento “as conversas que somos 
obrigados a escutar” (R.26-27). 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Cuidado, pois a sugestão da banca é trocar “que” por “às quais” (com acento grave). 
Como nosso assunto de hoje é PRONOME e não CRASE, não iremos nos aprofundar 
nessa análise. Somente nos interessa saber que, para haver o acento, é fundamental a 
existência de uma preposição, exigida por algum termo da oração adjetiva. Pois bem: 
há algum termo na oração “que somos obrigados a escutar” que esteja exigindo essa 
preposição? 
Se trocássemos o pronome relativo por seu referente, a oração adjetiva seria: “somos 
obrigados a escutar AS CONVERSAS”. O verbo ESCUTAR é transitivo direto, ou seja, 
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não exige nenhuma preposição para ligar-se ao seu complemento. Assim, para 
empregar o pronome relativo, houve tão-somente a troca de “as conversas” pelo 
pronome relativo “as quais” (sem preposição): “as conversas as quais somos 
obrigados a escutar”, até porque, se existisse alguma preposição necessária, esta 
deveria anteceder também o pronome relativo “que” (a que), o que não acontece. 
 
(UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006) 
Texto para as questões de 19 a 21. 
1 A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está 
intimamente ligada à da expansão comercial e colonial 
européia na Época Moderna. Parte integrante do império 
4 ultramarino português, o Brasil-colônia refletiu, em todo o 
largo período de sua formação colonial, os problemas e os 
mecanismos de conjunto que agitaram a política imperial 
7 lusitana. Por outro lado, a história da expansão ultramarina e 
da exploração colonial portuguesa desenrola-se no amplo 
quadro da competição entre as várias potências, em busca do 
10 equilíbrio europeu; dessa forma, é na história do sistema geral 
de colonização européia moderna que devemos procurar o 
esquema de determinações no interior do qual se processou a 
13 organização da vida econômica e social do Brasil na primeira 
fase de sua história e se encaminharam os problemas políticos 
de que esta região foi o teatro. 
Fernando A. Novais. Aproximações: estudos de história e historiografia. São 
Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 45. 
 
Com relação a aspectos lingüísticos do texto, julgue (C ou E) os itens a seguir. 
19 - - O pronome “que” (R.15) tem como antecedente “os problemas políticos” (R.14). 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Essa ótima prova nos trouxe mais algumas questões interessantes. 
Em relação ao mesmo texto, três possibilidades de estudo de pronomes. Na primeira, 
vemos que o pronome relativo “que” retoma “problemas políticos”: “Essa região foi o 
teatro de problemas políticos”. 
 
20 - A substituição de “no interior do qual” (R.12) por em cujo interior seria 
justificada pela prescrição gramatical. 
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ITEM CERTO 
Comentário. 
Como há uma relação de subordinação entre “esquema de determinações” e “interior” 
(no interior do esquema de determinações), a norma culta recomenda o emprego do 
pronome CUJO, com as flexões necessárias. 
Em outras palavras, a estrutura oracional seria “a organização da vida econômica e 
social do Brasil se processou no interior do esquema de determinações”. Como 
se percebe a necessidade de emprego da preposição “EM” antes de “interior do 
esquema de determinações”, esse conectivo deve anteceder o pronome relativo a ser 
empregado: “...esquema de determinações EM CUJO interior se processou a 
organização da vida econômica e social do Brasil...”. 
Está perfeita a substituição sugerida. 
 
21 - O emprego do artigo “o”, no trecho “em todo o largo período de sua formação 
colonial” (R.4-5), reflete opção estilística do autor, visto que o artigo poderia ser 
eliminado, sem prejuízo para o sentido da frase. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Domingos Paschoal Cegalla, em seu Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa, 
nos ensina que, no português moderno, firmou-se a distinção entre “todo” e “todo o”, 
atribuindo-se o significado de qualquer a “todo” e de inteiro a “todo o”. Note a 
diferença entre as duas construções seguintes: 
“Todo assunto foi tratado naquele encontro.” (= qualquer assunto) No encontro, 
tratou-se de todo tipo de assunto. 
“Todo o assunto foi tratado naquele encontro.” (= o assunto inteiro) – No 
encontro, o assunto foi esgotado, tratado de forma completa. 
Haveria, portanto, alteração semântica com a retirada do artigo “o” da expressão “em 
todo o largo período”, o que torna a assertiva ERRADA. 
Veja, a seguir, que esse tema também foi objeto de questão em outro concurso. 
 
22 - (UnB CESPE/ ANATEL – Técnico / 2006) 
1 Foi “entrevistado” aquele que é apontado pelas 
autoridades como o principal responsável pelos ataques do 
PCC. O Celular “falou” ao repórter com o compromisso de não 
4 ter sua identidade e sua marca reveladas. 
O senhor admite ter desempenhado um papel 
fundamental na organização dos ataques do PCC? Não se 
7 pode dispensar todo o barril por causa de algumas maçãs 
podres. Eu ajudo mais de 90 milhões de brasileiros a se 
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comunicarem diariamente. Sou um aparelho democrático. 
10 É possível ou não bloquear os seus serviços? 
Eu sempre me esforço para ser o melhor naquilo que faço. Esta 
é a minha receita de sucesso. Para bloquear, é preciso 
13 acompanhar o meu ritmo de avanço tecnológico. Alguns 
bloqueadores instalados já estavam obsoletos quando foram 
instalados. 
16 Afinal, existe alguma forma de bloquear o seu 
sinal? Tem uma tal de gaiola de Faraday. Apesar de o nome 
parecer complicado, é bem simples. Basta instalar uma tela de 
19 metal em volta das celas ou dos presídios. A gaiola de metal 
impede que minhas ondas eletromagnéticas entrem ou saiam. 
Aí, não tem comunicação. 
Veja, 31/5/2006 (com adaptações). 
 
Com base no texto acima, julgue o próximo item. 
- As expressões “todo o barril” (R.7) e qualquer barril têm o mesmo sentido. 
 
ITEM ERRADOComentário. 
Há diferença significativa entre “todo barril será dispensado” (= qualquer barril será 
dispensado) e “todo o barril será dispensado” (= o barril inteiro será dispensado). 
Exatamente por não terem o mesmo sentido, essa opção tornou-se INCORRETA. 
 
(UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006) 
Texto para as questões de 23 a 25. 
Contos de vigário 
1 Passam-se tempos sem que ouçamos falar em contos 
de vigário. Muito bem. Tornamo-nos otimistas, imaginamos 
que, se a reportagem não menciona esses espantosos casos de 
4 tolice combinada com safadeza, certamente os homens 
ficaram sabidos e melhoraram. 
Pensamos assim e devemos estar em erro. 
7 Provavelmente esse negócio continua a florescer, mas as 
vítimas têm vergonha de queixar-se e confessar que são 
idiotas. Raras vezes um cidadão se resolve a afrontar o 
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10 ridículo, e vai à polícia declarar que, não obstante ser parvo, 
teve a intenção de embrulhar o seu semelhante. 
O que ele faz depois de logrado é meter-se em casa, 
13 arrancar os cabelos, evitar os espelhos e passar uns dias de 
cama, procedimento que todos nós adotamos quando, em 
conseqüência de um disparate volumoso, nos sentimos 
16 inferiores ao resto da humanidade. Convenientemente curado, 
cicatrizado, esquecida a fraqueza, o sujeito levanta-se e 
adquire consistência para realizar nova tolice. E assim por 
19 diante, até a hora da tolice máxima, em que ninguém reincide 
porque isto é impossível. 
Graciliano Ramos. Linhas tortas: obra póstuma. 11.a ed. Rio de Janeiro, São 
Paulo: Record, 1984. p. 154. 
 
Quanto à descrição gramatical de elementos do texto, julgue as assertivas abaixo. 
23 - O verbo “queixar-se” (R.8), utilizado no texto como verbo pronominal, conjuga-se 
facultativamente sem o pronome. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Nessa questão e na próxima, veremos alguns dos valores do pronome SE. 
Alguns verbos só se conjugam acompanhados de um pronome pessoal. É o caso dos 
verbos QUEIXAR-SE, ARREPENDER-SE, ORGULHAR-SE, SUICIDAR-SE. Esses pronomes 
são conhecidos como “parte integrante do verbo” e não exercem uma função sintática 
específica. 
Como não existe a possibilidade de conjugação verbal sem o pronome, a assertiva está 
ERRADA. 
 
24 - Em “levanta-se” (R.17), a partícula “se” indica a indeterminação do sujeito. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
O pronome “se” também pode ser REFLEXIVO. Nesse caso, o sujeito, 
simultaneamente, pratica e sofre a ação verbal. Esse é o caso do pronome em “o 
sujeito levanta-se” (= ele levanta a si mesmo). 
Além disso, não haveria nenhuma chance de se classificar o pronome como “partícula 
indeterminadora do sujeito, uma vez que a oração já possui essa função sintática, 
representado pelo substantivo “sujeito” (= indivíduo)!!! Será que a banca quis brincar 
com as palavras? Certamente que sim. 
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Já vimos que há duas formas de se construir sujeito indeterminado: 
1ª) VERBO NA 3ª PESSOA DO SINGULAR + PRONOME “SE” (índice de indeterminação 
do sujeito); 
2ª) VERBO NA 3ª PESSOA DO PLURAL (sem nenhum pronome). 
A primeira forma, como também já vimos, só dá certo com verbos que NÃO POSSUAM 
OBJETO DIRETO, uma vez que a presença de um pronome SE junto a verbos 
transitivos diretos (TD) ou diretos e indiretos (TDI) enseja construção de voz passiva. 
 
25 - Em “nos sentimos inferiores ao resto da humanidade” (R.15-16), houve 
transgressão dos requisitos gramaticais para a colocação pronominal. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Agora, entramos em um dos pontos mais importantes da aula de hoje: COLOCAÇÃO 
PRONOMINAL. 
As três posições que o pronome ocupa em relação ao verbo são: (1) antes do verbo 
(próclise); (2) no meio do verbo (mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do 
presente e no futuro do pretérito do indicativo); (3) após o verbo (ênclise). 
A fim de facilitar, resumimos todas as regras de colocação pronominal a três: 
1) REGRA GERAL: 
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome após o verbo. 
Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é mais comum. No Brasil, o 
uso da próclise é mais freqüente, por apresentar maior informalidade. Mas, 
como devemos abordar os aspectos formais da língua, a regra será ênclise, 
usando próclise em situações excepcionais, que são: 
 Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção) atraem o 
pronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos os advérbios, as 
conjunções, alguns pronomes que não se flexionam, como o pronome 
relativo que, os pronomes indefinidos quanto/como, os pronomes 
demonstrativos isso, aquilo, isto. 
Exemplos: 
“Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por força do 
advérbio de negação. 
“Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise 
obrigatória por força da conjunção; 
 Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam desejo, 
chamadas de optativas (“Que Deus o abençoe!”) – próclise obrigatória. 
 Orações subordinadas, como na passagem do texto em análise: 
“...procedimento adotado quando NOS sentimos inferiores ao resto 
da humanidade...”. Como a construção em que se encontrava o pronome 
era uma oração subordinada adverbial temporal, a próclise se fez 
obrigatória. Não houve, portanto, transgressão alguma. Haveria, sim, se o 
pronome não estivesse proclítico. 
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2) EMPREGO PROIBIDO: 
 Iniciar período com pronome (as formas corretas são: Dá-me um copo 
d’água. / Permita-me fazer uma observação.) – aqui vemos o problema 
daquela letra da música do Lobão – é um tal de “me chama, me chama, me 
chama...” (até porque, convenhamos, a forma “Chama-me, chama-me...” 
acaba com qualquer clima romântico, não é mesmo? ...rs...); 
 Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do pretérito. 
Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde que não caia na 
proibição acima), modifica-se a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, no 
caso dos futuros, emprega-se o pronome em mesóclise. 
Exemplos: 
“Concedida .....(+ ME) a licença, pude começar a trabalhar.” 
Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proibido - nem “me 
concedida” – iniciar período com pronome é proibido. O jeito é trocar o “me” 
por “a mim”: “Concedida a mim a licença...”; 
“Recolherei.... (+ ME) à minha insignificância.” 
Não poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”. Só resta o emprego 
da mesóclise: “Recolher-me-ei à minha insignificância.”. 
 
3) EMPREGO FACULTATIVO: 
 Com o verbo no infinitivo, mesmo que haja uma palavra “atrativa”, a 
colocação do verbo pode ser enclítica (após o verbo) ou proclítica (antes do 
verbo). 
Exemplos: 
“Para não me colocar em situação ruim, encerrei a conversa.” 
“Para não colocar-me em situação ruim, encerrei a conversa.” 
Assim, com infinitivo está sempre certa a colocação, desde que não 
caia em um caso de proibição (começar período). 
NÃO CONFUNDA INFINITIVO COM FUTURO DO SUBJUNTIVO – Na 
maior parte dos verbos, essas formas são iguais (para comprar/quando 
comprar). Contudo, a regra da colocação pronominal só se aplica ao 
infinitivo. Se o verbo estiver no futuro do subjuntivo, aplica-se a regra geral. 
Para ter certeza de que é o infinitivo mesmo e não o futuro do subjuntivo, 
troque o verbo por um que apresente formas diferentes, como o verbo 
trazer (para trazer / quando trouxer), fazer (para fazer/ quando fizer), 
pôr (para pôr/ quando puser), e tire a prova dos noves. Se for infinitivo, 
pode colocar o pronome antes ou depois, tanto faz. De qualquer jeito, 
estará certo, mesmo que haja uma palavra atrativa (invariável). 
 
Observação importante: quando houver DUAS palavras invariáveis, o 
pronome poderá ser colocado entre elas. A esse fenômenodá-se o nome de 
APOSSÍNCLISE. 
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Exemplo: “Para não levar-me a mal, irei apresentar minhas desculpas.” – 
como vimos, com infinitivo está sempre certa a colocação (caso facultativo), 
mesmo que haja uma palavra invariável (no caso, são duas – para e não). 
COLOCAÇÕES IGUALMENTE POSSÍVEIS: 
(1) “Para não me levar a mal, ...”- O pronome foi atraído pelo advérbio. 
(2) “Para me não levar a mal, ...” – O pronome foi atraído pela preposição e 
ficou no meio das duas palavras invariáveis. 
Aliás, aquela história de “me chama” me fez lembrar outra música, que voltou a fazer 
sucesso na voz de Zeca Pagodinho - “Beija-me”, de Roberto Martins e Mário Rossi: 
 
Beija-me! / Deixa o teu rosto coladinho ao meu / Beija-me! / Eu dou a vida pelo beijo 
teu / Beija-me! / Quero sentir o teu perfume / Beija-me com todo o teu amor / Senão 
eu morro de ciúme / Ai, ai, ai, que coisa boa / O beijinho do meu bem! / Dito assim 
parece à toa / O feitiço que ele tem / Ai, ai, ai, que coisa louca / Que gostinho divinal / 
Quando eu ponho a minha boca / Nos teus lábios de coral! 
 
Perceba a perfeição gramatical, inclusive em relação à colocação dos pronomes 
pessoais. Como a forma verbal foi empregada, no imperativo, em relação à segunda 
pessoa - beija (tu) -, todos os pronomes mantiveram esse tratamento (teu rosto, teu 
perfume, teu amor, teus lábios). 
Nossa, como estou musical hoje! Esta aula está parecendo um “Show de 
Calouros”...rs... 
 
26 - (UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006) 
Julgue a correção da assertiva abaixo. 
- Os resultados da pesquisa foram divulgados através de relatório impresso e boletim 
eletrônico, que rapidamente disseminaram-se na comunidade científica, da qual uma 
maior consciência das questões de pesquisa se tornou cada vez mais evidenciada. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Em relação à colocação do pronome átono na passagem “que rapidamente 
disseminaram-se...”, há dois fatores que exigem a próclise: sua presença em uma 
oração subordinada (adjetiva restritiva) e a proximidade, sem pausa, de uma palavra 
invariável (um advérbio). Por isso, a construção está gramaticalmente ERRADA. 
O correto seria: “... que rapidamente se disseminaram na comunidade científica...”. 
 
27 - (UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006) 
Religião mestiça 
1 A sua [do sertanejo] religião é como ele — mestiça. 
Resumo dos caracteres físicos e fisiológicos das raças de 
que surge, [o sertanejo] sumaria-lhes identicamente as 
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4 qualidades morais. É um índice da vida de três povos. E suas 
crenças singulares traduzem essa aproximação violenta de 
tendências distintas. É desnecessário descrevê-las. As lendas 
7 arrepiadoras do caapora travesso e maldoso, atravessando 
célere, montado em caititu arisco, as chapadas desertas, nas 
noites misteriosas de luares claros; os sacis diabólicos, de 
10 barrete vermelho à cabeça, assaltando o viandante retardatário, 
nas noites aziagas das sextas-feiras, de parceria com os 
lobisomens e mulas sem cabeça noctívagos; todos os 
13 mal-assombramentos, todas as tentações do maldito ou do 
diabo — esse trágico emissário dos rancores celestes em 
comissão na terra; as rezas dirigidas a S. Campeiro, 
16 canonizado in partibus 1, ao qual se acendem velas pelos 
campos, para que favoreça a descoberta de objetos perdidos; 
as benzeduras cabalísticas para curar os animais, para amassar 
19 e vender sezões; todas as visualidades, todas as aparições 
fantásticas, todas as profecias esdrúxulas de messias insanos; 
e as romarias piedosas; e as missões; e as penitências... todas 
22 as manifestações completas de religiosidade indefinida são 
explicáveis. 
1 In partibus infidelium [Lat.]. 1.Nos países ocupados pelos infiéis. 2.Diz-se 
do bispo cujo título é meramente honorífico. 3. Por extensão. Não efetivo, 
nominal. In: Ferreira, Aurélio B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa. 
Idem, ibidem. 
 
Referentemente a aspectos lingüísticos do texto, julgue a correção da assertiva abaixo. 
- A gramática normativa desautoriza a colocação pronominal enclítica em “sumaria-
lhes” (R.3), recomendando a forma sumar-lhes-ia. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Essa questão foi terrível, porque exigiria o conhecimento, não só de colocação 
pronominal, mas principalmente do significado do verbo SUMARIAR (percebeu sua 
relação com a palavra “sumário”? O verbo significa “resumir”, “sintetizar”, 
“compendiar”). 
O verbo não faz parte do nosso vocabulário cotidiano. Por isso, para verificar sua 
conjugação, vou buscar outro mais comum – CONTRARIAR. 
Como seria a conjugação no presente do indicativo do verbo CONTRARIAR? 
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Resposta: “contrario, contrarias, contraria, contrariamos, contrariais, contrariam” 
E no futuro do pretérito? 
Resposta: “contrariaria, contrariarias, contrariaria, contrariaríamos, contrariaríeis, 
contrariariam”. 
 
Essa é a tal da regra do paradigma – na dúvida em relação à conjugação de um verbo 
pouco usado, busque um verbo mais comum que tenha a mesma composição. 
Vejamos, novamente, a passagem: 
Resumo dos caracteres físicos e fisiológicos das raças de que surge, [o 
sertanejo] sumaria-lhes identicamente as qualidades morais. 
Vemos que a forma “sumaria” é do PRESENTE DO INDICATIVO (contraria = sumaria), 
e não do futuro do pretérito, como pretende nos convencer o examinador com uma 
indevida mesóclise (“sumar-lhe-ia”). 
Por isso, não há erro algum na ênclise à forma do presente do indicativo: sumaria-
lhe. A afirmação de que “a gramática normativa desautoriza esta colocação 
pronominal” está ERRADA. 
O verbo SUMARIAR é, aliás, transitivo direto. Por que, então, foi empregado o 
pronome oblíquo “lhe”, usado na indicação de objetos indiretos? 
Esse é o tema da próxima questão. 
 
(UnB CESPE/ IRBr Diplomata/ 2006) 
Texto para as questões 28 e 29. 
Religião mestiça 
1 Insulado deste modo no país, que o não conhece, em 
luta aberta com o meio, que lhe parece haver estampado na 
organização e no temperamento a sua rudeza extraordinária, 
4 nômade ou mal fixo à terra, o sertanejo não tem, por bem 
dizer, ainda capacidade orgânica para se afeiçoar a situação 
mais alta. 
7 O círculo estreito da atividade remorou-lhe o 
aperfeiçoamento psíquico. Está na fase religiosa de um 
monoteísmo incompreendido, eivado de misticismo 
10 extravagante, em que se rebate o fetichismo do índio e do 
africano. É o homem primitivo, audacioso e forte, mas ao 
mesmo tempo crédulo, deixando-se facilmente arrebatar 
13 pelas superstições mais absurdas. Uma análise destas 
revelaria a fusão de estádios emocionais distintos. 
Euclides da Cunha. O homem/Os sertões. In: Obra completa. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 1995, p. 197. 
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Com relação ao texto, julgue os itens seguintes. 
28 - O pronome “lhe”, na oração “que lhe parece haver estampado na organização e 
no temperamento a sua rudeza extraordinária” (R.2-3), funciona como objeto indireto 
usado com sentido possessivo. 
 
ITEM CERTO 
Comentário. 
Cumpre-nos destacar o emprego do pronome pessoal oblíquo com valor 
possessivo. 
Em regra, os pronomes pessoais oblíquos são usados para representar um nome 
(substantivo), evitando, assim, sua repetição (já falamos sobre isso no decorrer desta 
aula). Quando a função é de objeto direto, usam-se os pronomes ME, TE, SE, NOS, 
VOS, O(S), A(S). Quando a função é de objeto indireto, podem ser usados os 
pronomes ME, TE, SE, NOS, VOS, LHE(S). 
No entanto, o pronome oblíquo pode ser também usado com valor possessivo, ou 
seja, no lugar do “seu/sua” ou “dele/a”. 
Esse emprego costuma causar muitaconfusão com a função de objeto indireto, uma 
vez que o pronome também pode se ligar ao verbo por meio de hífen. Vejamos a 
diferença. 
Em “Roubou-lhe a carteira”, o que se quer dizer é que “roubou a sua carteira” ou 
“roubou a carteira dela/dele”. Esse pronome, na verdade, não está complementando o 
verbo roubar, mas atribuindo ao substantivo carteira uma característica – sua 
propriedade. Assim, sua função não é a de complemento verbal. 
Na oração “lhe parece haver estampado na organização e no temperamento a sua 
rudeza extraordinária”, o pronome oblíquo poderia ser substituído por um pronome 
possessivo: “parece haver estampado na sua organização e no seu temperamento 
[referente ao sertanejo] a sua rudeza extraordinária [rudeza do ambiente, do meio]”. 
Mais uma vez, vemos que a função do pronome oblíquo lhe não é completar o sentido 
do verbo (como o faria um objeto indireto), mas modificar os substantivos 
“organização” e “temperamento”, como o faria um pronome possessivo sua/seu. 
Por isso, a função sintática do pronome oblíquo com valor de possessivo é, segundo 
Evanildo Bechara (em Lições de Português pela Análise Sintática, 16ª edição, p.78), de 
“objeto indireto de posse”. Com base na lição desse doutrinador, está correta a 
afirmação. 
Todavia, ressaltamos que, segundo grande parte dos gramáticos, a função sintática 
exercida por esse pronome oblíquo é a de adjunto adnominal, uma vez que o termo 
procura definir, alterar ou restringir o significado do nome, como o faria um pronome 
possessivo. 
De volta à questão anterior, confirmamos o emprego possessivo do pronome oblíquo: 
“...[o sertanejo] sumaria-lhes identicamente as qualidades morais.” equivale a 
o sertanejo sintetiza identicamente SUAS qualidades morais. 
 
29 - Em “a sua rudeza extraordinária” (R.3), o referente de “sua” é o termo “o 
sertanejo” (R.4). 
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ITEM ERRADO 
Comentário. 
Como vimos no comentário do item anterior, o pronome possessivo em “sua rudeza 
extraordinária” refere-se ao meio em que vive o sertanejo, e não propriamente a ele. 
 
30 - (UnB CESPE / TSE – Analista Judiciário/ 2007) 
Caro eleitor, 
1Nos últimos meses, a campanha política mobilizou 
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram 
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, 
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a 
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 
7 Brasil como modelo nessa área. 
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da 
República e dos governadores de alguns estados. O país, 
10 mais do que nunca, conta com você. 
Democracia é algo que lhe diz respeito e que se 
aperfeiçoa no dia-a-dia. É como uma construção 
13 bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses 
alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos. 
Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir 
16 os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa 
democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa 
escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que 
19 julgar com mais condições para conduzir os destinos do país 
e de seu estado. 
Você estará determinando o Brasil que teremos nos 
22 próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu 
próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a 
melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança 
25 públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento 
é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — 
está depositada a confiança em dias felizes. 
28 Compareça, participe. Não se omita, não transfira a 
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outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de 
quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de 
31 quem realmente compreende a importância de sua atitude 
para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor 
contribuição que você poderá dar a sua Pátria. 
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: 
<www.tse.gov.br> (com adaptações). 
Julgue a assertiva abaixo. 
- A substituição da expressão “serão definidos” (R.8) por definir-se-ão garante a 
correção gramatical do período. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
A presença de um advérbio (Amanhã) obriga a colocação do pronome antes do verbo, 
impossibilitando, assim, a mesóclise. 
Note que, se não tivéssemos tomado o cuidado de voltar ao texto, a sugestão 
pareceria bem plausível. 
Por isso, não tenha preguiça – volte ao texto quantas vezes forem necessárias!!! 
 
31 - (UnB CESPE / ANVISA – Analista /2004) 
1 O que nós conhecemos como vida é apenas a 
camada superficial de um mundo desconhecido. A grande 
maioria dos seres vivos são bactérias e microrganismos. Os 
4 cientistas estimam que as espécies que só podem ser vistas 
com aparelhos especiais cheguem a 10 milhões. Ou, quem 
sabe, a 100 milhões. O biólogo norte-americano Craig 
7 Venter acredita que o código genético de microrganismos 
pode se transformar num excelente negócio no futuro. 
Esses seres microscópicos estão na base da cadeia alimentar 
10 e dão forma aos ciclos de carbono, nitrogênio e outros 
nutrientes que sustentam todo o ecossistema. Em teoria, o 
DNA deles pode conter a chave para gerar energia barata, 
13 desenvolver remédios e acertar as bagunças da natureza 
provocadas pelo avanço da civilização. Há bactérias que só 
vivem em locais onde existe petróleo. Quem identificá-las 
16 terá o mapa da mina para explorar o produto. 
Veja. 25/8/2004, p. 64-5 (com adaptações). 
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Julgue o seguinte item, a respeito da organização e das idéias do texto acima. 
- Para que o texto respeitasse completamente as normas da língua culta exigidas em 
um relatório, atestado ou ofício, o pronome átono em “identificá-las” (R.15) deveria 
ser empregado antes do verbo: Quem as identificar. 
 
ITEM ERRADO 
Comentário. 
Algumas questões do Cespe que citam “redação oficial” tratam, na verdade, da 
correção gramatical em seus diversos assuntos – ortografia, pontuação, concordância 
etc. 
Nessa questão, o examinador cita alguns textos oficiais (relatório, atestado, ofício), 
talvez no intuito de desestabilizar o candidato. Você deve ter em mente que, em 
qualquer texto, oficial ou não, os preceitos gramaticais devem ser atendidos. 
As palavras invariáveis “atraem” o pronome para antes do verbo. Acontece que essa 
atração passa a ser facultativa quando o verbo estiver no INFINITIVO. 
Com infinitivo, mesmo que haja uma palavra invariável, o pronome pode ficar enclítico. 
Assim, tanto a construção original (“Quem identificá-las”) quanto a proposta pela 
banca (“Quem as identificar”) seriam válidas. 
Por esse motivo, está INCORRETA a afirmação de que somente a próclise seria 
abonada pela norma culta. COM INFINITIVO, ESTÁ SEMPRE CERTO (só não pode iniciar 
período). 
 
32 - (UnB CESPE / TRE AL – Técnico /2004) 
1 Na cidade de Atenas, considerava-se cidadão 
(thetes) qualquer ateniense maior de 18 anos que tivesse 
prestado serviço militar e que fosse homem livre. Da reforma 
4 de Clistenes em diante, os homens da cidade não usariam 
mais o nome da família, mas, sim, o do demos a que 
pertenciam. Manifestariam sua fidelidade não mais à família 
7 (gens) em que haviam nascido, mas à comunidade (demói) 
em que viviam, transferindo sua afeição de uma instância 
menor para uma maior. O objetivo do sistema era a 
10 participação de todos nos assuntos públicos, determinando 
que a representação popular se fizesse não por eleição, mas 
por sorteio. 
Internet: 
<http://www.educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/democracia2.htm>. 
Acesso em 16/7/2004 (com adaptações). 
Considerando

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