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LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS • Célula mãe ou totipotente: é a única célula da MO, é a célula do transplante de medula. Alto poder de renovação e diferenciação celular, através dos fatores de crescimento e diferenciação celular • Quando sangra libera eritropoetina que age nas células totipotentes • 1ª etapa: células totipotentes fazendo o progenitor linfoide (células especificas, linfócitos T, B, NK – células que a covid ataca) e o progenitor mieloide (unidade formadora de colônias) • Linfócitos T com comando dos linfócitos B produzem anticorpos • Células mieloides são de maior complexidades, formam mais células • Doenças mieloproliferativas são células com problema na linhagem mieloide, podem ser crônicas ou agudas DIVISÃO CELULAR o Protoncogenes: ▪ G1 para o S ▪ P21: breakpoint ▪ P53: checkpoint ▪ Codificam se a célula vai parar ou continuar a divisão, se tiver proteína anômala a célula morre ▪ Codificam a divisão celular LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA o Bax e Bcl2 são genes que codificam a apoptose celular • As síndromes mieloproliferativas crônicas, atualmente denominadas neoplasias mieloproliferativas crônicas (NMP), 4ª. edição (OMS), são doenças clonais de célula-tronco hematopoética, nas quais há a proliferação aumentada de uma ou mais das séries mielóides (granulocítica, eritrocítica, megacariocítica ou mastocítica) com maturação eficaz. A progressão de todas é caracterizada por fibrose medular ou transformação leucêmica • Proliferação aumentada de uma ou mais series mieloides, levando a uma exaustação por alteração genica, iniciando uma necrose medular ou leucemia água ANORMALIDADES CROMOSSÔMICAS o Identificadas durante a avaliação do cariótipo o Paciente com suspeita de doença mieloproliferativa crônica a primeira coisa para fazer o diagnóstico é o cariótipo (ou cariótipo medular) o Alteram a expressão de genes que codificam as moléculas críticas – BAX e BCL2 – para o controle do crescimento celular ou da morte celular programada CÉLULA PRECURSORA MUTANTE o Progenitor mieloide ou linfoide, nesse caso é mieloide o Mantém a capacidade, embora imperfeita, de diferenciação e maturação, com consequente formação de eritrócitos, leucócitos e plaquetas ASPECTOS COMUNS o Ocorrência da proliferação de mais de um tipo celular, por vezes, panmielose (pacientes com aumento das 3 linhagens) o Graus variáveis de esplenomegalia o Transformação para a leucemia aguda ocorre com frequência variável nas diferentes doenças • Considera o tipo de proliferação celular principal • Quatro tipos da doença: ▪ Policitemia vera: o paciente tem panmielose, tem 30% de chance de evoluir para mielofibrose e 15% para leucemia mieloide aguda e não são responsivos a quimioterapia ▪ Leucemia mieloide crônica: aumento de leucócitos e plaquetas, 70% de chance para evoluir para leucemia mieloide aguda ▪ Mielofibrose primaria: aumento de leucócitos e plaquetas ▪ Trombocitemia essencial primaria: aumento de leucócitos e plaquetas LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA • Doença originada de célula hematopoética pluripotente que sofreu mutação resultante no cromossomo Philadelphia (Ph) • As duas tem blastos, mas a leucemia aguda tem em média acima de 50% de blastos, enquanto a crônica não • Quando não tem o cromossomo Ph mutante o prognostico é pior, porque a droga utilizada ataca o Ph EPIDEMIOLOGIA o Incidência: 1-1,5 casos/100000 habitantes/ano (EUA) o Idade: quinta e sexta décadas. No Brasil começa na terceira década o 1,2H/1M CROMOSSOMO/TRANSLOCAÇÃO FILADÉLFIA o São uma anormalidade cromossômica que está associada à LMC. Corresponde a uma translocação cromossômica recíproca envolvendo os braços longos dos cromossomos 9 e 22 o O protooncogene ABL, situado no cromossomo 9, é transferido para o cromossomo 22, na região chamada BCR, onde se torna ativado por um promotor o Encontrado em mais de 90% dos casos de (LMC). Entretanto, a presença do cromossomo Filadélfia não é suficientemente específica para diagnosticar a LMC, já que ele também é encontrado na (LLA, 25-30% em adultos e 2-10% em casos pediátricos) e ocasionalmente na (LMA) o A consequência da proteína de fusão BCR/ABL1 é o crescimento e transformação celular independentes de citocinas, perda de apoptose, alteração na adesão da célula hematopoética à matriz extracelular por aumento da atividade de integrina e instabilidade genômica o O grande problema é quando o Ph está na leucemia linfoide ou mieloide aguda. O prognóstico é muito ruim, principalmente em jovens e crianças o O exame que fecha o diagnostico para terapêutica e monitorização é a citogenética IDENTIFICAÇÃO DO GENE BCR-ABL o Transcrição reversa e reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) do gene BCR-ABL ETIOLOGIA o Radiação ionizante o Quimioterapia prévia com os inibidores da topoisomerase II ASPECTOS CLÍNICOS o Sintomas: ▪ Hipermetabolismo ▪ Anorexia ▪ Perda de peso ▪ Gota ▪ Esplenomegalia: massa abdominal, peso abdominal o Exame físico: ▪ Hepatomegalia moderada ▪ Esplenomegalia acentuada ▪ A primeira alteração que chama atenção no exame físico são as visceromegalias FASES DA DOENÇA o Crônica: ▪ Curso indolente ▪ Duração de 4 a 5 anos ▪ É um achado no exame de rotina com sintomas inespecíficos ▪ Mais difícil de diagnosticar o Acelerada: ▪ Fraqueza LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA ▪ Emagrecimento ▪ Dor óssea ▪ Sudorese noturna ▪ Esplenomegalia acentuada ▪ Duração de 6 meses o Blástica: ▪ Fraqueza ▪ Febre ▪ Sangramento cutâneo mucoso ▪ Duração de 6 meses HEMOGRAMA NA FASE CRÔNICA o Série vermelha: ▪ Anemia discreta normocítica e normocrômica ▪ Reticulócitos normal ou diminuído o Série branca: ▪ Leucocitose moderada a acentuada (50.0 a 500.0x109/l) ▪ Desvio à esquerda até mieloblastos ▪ Predomínio de elementos maduros ▪ Basofilia, eosinofilia (reação leucemoide a resposta medular exarcebada) o Série plaquetária: ▪ Plaquetas normais ou plaquetose o LUC são células jovens o Vendo esse hemograma faz o diagnóstico de Doença Mieloproliferativa Crônica, porém não fecha diagnostico de leucemia! Precisa da citogenética, mielograma e BCR-ABL o Esfregaço de sangue periférico em leucemia mieloide crônica em fase crônica (Leishman): HEMOGRAMA NA FASE BLÁSTICA o Não pode dizer que é aguda porque tem muito basófilos, já fez uma transformação celular, não é mais primária LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA o Esfregaço de sangue periférico em leucemia mieloide crônica em fase blástica (Leishman): MIELOGRAMA o Fase crônica: ▪ MO acentuadamente hipercelular ▪ Hipercelularidade da série granulocítica com predomínio de elementos maduros, basofilia e eosinofilia ▪ Hipercelularidade da série megacarioblástica com megacariócitos de pequeno tamanho e hipolobulados o Fases acelerada e blástica: ▪ Hipocelularidade das séries eritroblástica e megacarioblástica ▪ Aumento de blastos, basófilos e eosinófilos e diminuição dos elementos maduros da série granulocítica BIÓPSIA DE MO o Vê o grau de fibrose no paciente o Tipo Gran: ▪ 60% dos casos ▪ Proliferação granulócitos ▪ Megacariócitos em número normal com distribuição difusa o Tipo Gran/Meg: ▪ 40% dos casos ▪ Proliferação granulócitos ▪ Focos formas imaturas em região não paratrabecular ▪ Proliferação de megacariócitos isolados ou agrupados ▪ Fibrose reticulínica CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS o Faz mielograma, biopsia de MO, citogenética e gene BCR-ABL o Imunofenotipagem só precisa fazer na fase aguda • Eritrócitos aumentados por hipoxia é diagnóstico diferencial para Policitemia Secundária • Desordem doas genes JAC2com proliferação de leucócitos, neutrófilos, plaquetas, basófilos e eosinófilos, produzindo eritrócitos demais (panmielose) • Eritropoetina sérica estará diminuída EPIDEMIOLOGIA o Incidência: 5-10 casos/1.000.000 habitantes/ano (EUA) o Idade média: 60 anos o Masculino/feminino: 1-2/1 o Sobrevivência média: 10 anos ASPECTOS CLÍNICOS o Sintomas: ▪ Hiperviscosidade (porque as plaquetas não são funcionais): sensação de calor em extremidades, cefaléia ▪ Hipermetabolismo: anorexia, perda de peso, gota ▪ Aumento da concentração sérica de histamina: prurido generalizado ▪ Outros: sangramento cutâneo mucoso e tromboses o Exame físico: ▪ Pletora (face azulada) LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA ▪ Hepatomegalia discreta: 50% casos ▪ Esplenomegalia discreta ou moderada: 70% casos FASES DA DOENÇA o Proliferativa: ▪ Aumento de eritrócitos o Falência da MO: ▪ Fibrose medular ▪ Pancitopenia ▪ Hematopoese extra medular ▪ Transformação para leucemia aguda em 10% casos HEMOGRAMA NA FASE PROLIFERATIVA o Série vermelha: ▪ Eritrócitos, hemoglobina e hematócrito: aumentados ▪ Reticulócitos: normal ou aumentado o Série branca: ▪ Leucocitose discreta, neutrofilia e basofilia ▪ Ocasionais metamielócitos e mielócitos o Série plaquetária: ▪ Plaquetose moderada ou acentuada HEMOGRAMA NA FASE DE FALÊNCIA MEDULAR o Pancitopenia o Dacriócitos e eritroblastos o Esfregaço de sangue periférico em Policitemia Vera em fase de falência medular (Leishman): OUTROS EXAMES o Vitamina B12 aumentada o Saturação de oxigênio no sangue arterial normal o Concentração de eritropoetina sérica diminuída MIELOGRAMA o Fase proliferativa: ▪ MO hipercelular ▪ Hipercelularidade das séries eritroblástica, granulocítica e megacarioblástica ▪ Sem anormalidades morfológicas ou apenas com megacariócitos gigantes o Fase falência medular: ▪ Punção “sêca” o Hipercelularidade global ao mielograma de paciente com Policitemia Vera em fase proliferativa: BIÓPSIA DE MO o Fase proliferativa: ▪ Hipercelularidade trilinear ▪ Distribuição difusa ou agrupada de megacariócitos pleomórficos ▪ Sinusóides proliferados e ectasiados ▪ Fibrose reticulínica: 30% casos o Fase falência medular: ▪ Hipocelularidade das séries eritroblástica e granulocítica ▪ Agrupamentos de megacariócitos ▪ Fibrose reticulínica e colágena o Biopsia de MO em Policitemia Vera em fase de falência medular (impregnação pela prata): ANORMALIDADES DO CARIÓTIPO o 25% dos pacientes ao diagnóstico apresentam trissomias dos cromossomos 8 e 9 (parte do cromossomo que produz eritrócito) e del (20q) LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA o 85% dos pacientes evoluem com transformação para leucemia aguda apresentando del (5q) e monossomia do cromossomo 7 o Importância da monitorização do cariótipo: terapêutica, prognostico e transformação para leucemia aguda CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS o Mielograma, citogenética e JAC2 o Apresenta supressão genética o Segundo a OMS, para o diagnóstico de PV há a necessidade do preenchimento de dois critérios maiores e um critério menor ou a presença simultânea de um maior e dois menores EPIDEMIOLOGIA o Incidência: 0,5-1,5 casos/100.000 habitantes/ano o Idade: sétima década o Sobrevivência média: 3-5 anos ASPECTOS CLÍNICOS o Sintomas: ▪ Hipermetabolismo: anorexia, emagrecimento, gota ▪ Esplenomegalia: massa abdominal, peso abdominal ▪ Falência medular: fraqueza e sangramento cutâneo mucoso o Exame físico: ▪ Hepatomegalia: 50% dos casos ▪ Esplenomegalia: 90% dos casos ▪ Esses pacientes não conseguem nem se alimentar, pela compressão estomacal FASES DA DOENÇA o Pré fibrótica ou celular: ▪ Semelhante à LMC o Fibrótica: ▪ Falência da MO ▪ Transformação para leucemia aguda em 5- 30% dos casos – Se transformar não tem o que fazer, faz só suporte HEMOGRAMA NA FASE PRÉ FIBRÓTICA o Série vermelha: ▪ Anemia discreta ou moderada normocítica normocrômica ▪ Número de reticulócitos normal ou diminuído ▪ Dacriócitos e eritroblastos o Série branca: ▪ Leucocitose discreta ou moderada ▪ Desvio à esquerda até mieloblastos ▪ Predomínio de elementos maduros o Série plaquetária: ▪ Plaquetose com plaquetas gigantes HEMOGRAMA NA FASE FIBRÓTICA LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA o Pancitopenia o Dacriócitos e eritroblastos o Esfregaço de sangue periférico em mielofibrose primaria em fase fibrótica (Leishman): MIELOGRAMA o Fase pré fibrótica: ▪ Hipercelular às custas da série granulocítica com predomínio de elementos maduros e da série megacarioblástica com megacariócitos pleomórficos o Fase fibrótica: ▪ Punção “sêca”, não consegue realizar o mielograma BIÓPSIA DE MO o Fase pré fibrótica: ▪ Hiperplasia das séries eritroblástica, granulocítica e megacarioblástica ▪ Arranjo em “paliçada” das células ▪ Megacariócitos pleomórficos agrupados ou distribuidos em faixa ▪ Ectasia de sinusóides o Fase fibrótica: ▪ Predomínio de fibrose reticulínica e colágena o Biopsia de MO em mielofibrose primaria em fase fibrótica (impregnação pela prata): o Biopsia de MO em mielofibrose primaria em fase fibrótica com osteomielofibrose (H&E) DIAGNÓSTICO o Faz cariótipo, ausência de BCR-ABL e a mutação genética o É necessário o encontro de pelo menos três critérios maiores e dois menores para a confirmação diagnostica de MF LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA • Comprometimento do gene BAX/BCL2 caspases direcionadas ao megacariócito • O paciente terá plaquetose sustentada acima de 600 mil; na criança não é patológica, é reacional relacionada a ferropenia EPIDEMIOLOGIA o Incidência: 1.0-2,5 casos/100.000 habitantes/ano (EUA) o Idade: sexta década e quarta década o Sobrevivência média 10-15 anos ASPECTOS CLÍNICOS o Sintomas: ▪ Anormalidades da função plaquetária: hemorragia trato gastro-intestinal e tromboses (TVP, trombose mesentérica acima de 50/60 anos precisa pensar nessa possibilidade) o Exame físico: ▪ Hemorragia subcutânea em paciente com trombocitemia essencial após pequeno trauma: ▪ Obstrução arterial com gangrena (trombose arterial) em trombocitemia essencial; precisa de amputação, porém vai sangrar sem parar, o hemato entra com quimioterápico ou fazer plaqueta aférese pelo cateter de dialise: ▪ Hepatomegalia discreta: 15-20% casos ▪ Esplenomegalia discreta: 50% dos casos HEMOGRAMA o Série vermelha normal o Série branca apresentando leucocitose discreta com neutrofilia, pode ter basofilia ou eosinofilia o Série plaquetária: ▪ Plaquetose (> 600.000x109/l) ▪ Megaplaquetas o Esfregaço de sangue periférico em trombocitemia essencial (Leishman): LARISSA MENEZES – HEMATOLOGIA MIELOGRAMA o MO: ▪ Hipercelular discreta às custas da hiperplasia discreta da série granulocítica e acentuada da série megacarioblástica ▪ Megacariócitos de grande tamanho e hiperlobulados BIÓPSIA DE MO o MO: ▪ Aumento acentuado de megacariócitos de grande tamanho, hipo ou hiperlobulados, isolados ou agrupados ▪ Fibrose constitui evento raro ▪ Evolução para leucemia aguda em 5% dos casos e o prognóstico muito ruim o Biopsia de MO em trombocitemia essencial (H&E): o Biopsia de MO em trombocitemia essencial (H&E): ANORMALIDADES DO CARIÓTIPO o Em 5-10% dos pacientes o Del (13q) o Trissomia cromossomo 8 o Trissomia do cromossomo 9 o Del(5q) o T(3;3) (q21;q26) o Inv(3)(q21q26) o Cariótipo: 46, XX; t(3;3)(q21;q26), del 7(q32) em trombocitemia essencial DIAGNÓSTICO • Hidroxiureia: diminui a proliferação celular, dando conforto ao paciente e dando maior probabilidade de sobrevida naquele momento até os exames chegarem (em torno de 7 dias) • Após os exames faz o tratamento específico
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