Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LICENCIATURA EM FILOSOFIA PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) FILOSOFIA ANTIGA Celionor Paiva dos Reis Andrade – RA 1870400 Cidade Universitária – Jaguaré – S.P. 2019 2 Celionor Paiva dos Reis Andrade – RA 1870400 PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) FILOSOFIA ANTIGA Cidade Universitária – Jaguaré – S.P. 2019 3 Trabalho apresentado à Universidade Paulista UNIP EAD, Curso de Graduação em Filosofia como um dos requisitos para avaliação de Atividades de Prática como Componente Curricular - 1º semestre de 2019. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 05 2. JUSTIFICATIVA..................................................................................... 05 3. OBJETIVOS........................................................................................... 06 4. DESENVOLVIMENTO........................................................................... 06 • ESCOLAS FILOSÓFICAS................................................. 07 • FILÓSOFOS MAIS EXPRESSIVOS......................... ........ 07 • OS PERÍODOS.................................................................. 08 4.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................... 08 4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................09 5. AVALIAÇÃO............................................................................................10 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................10 REFERÊNCIAS...........................................................................................10 5 1. INTRODUÇÃO “Importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê.” ARTHUR SCHOPENHAUER Do século VI a. C até o declínio do Império Romano, compreende-se o tempo em que ocorreu a Filosofia Antiga. São mais de mil anos de história da filosofia greco-romana, onde pela primeira vez evidencia-se a procura através da razão, de um modo para identificar e conhecer o mundo real e como é o verdadeiro sentido do existir. Assim, podemos ver o quão importante foi tudo que a Grécia deixou para as civilizações posteriores. Essa importância é grandiosa, se pensarmos que a abundância dos questionamentos filosóficos, assim como os problemas daquele tempo, conhecido como Filosofia Antiga, mudaram a maneira de entender e perceber todas as coisas. Os temas para estas inquietações e debates variavam desde o estudo do cosmo, da natureza, da política, da ética, gerando a partir de então, o surgimento de vários ramos da ciência, como é o caso de Aristóteles, um dos filósofos desse período, que até os dias atuais é considerado um dos maiores pensadores desta época. Deixou um vasto conteúdo em obras e muitos outros registros, onde representou um grande número de assuntos variando desde geografia, anatomia, física, astrologia, zoologia, ética, estética, educação, etc. Sua grande obra e criação foi referente a lógica, já que sua capacidade e condição para organizar o pensamento era apurada. Suas obras influenciaram muito a filosofia judaica, a árabe e o ocidente de maneira geral. 2. JUSTIFICATIVA Não é tarefa e responsabilidade da Filosofia resolver os problemas do homem, mas sim, possibilitar sua análise, apontando-os e evidenciando-os --, mostrando por que eles existem, oportunizando um caminho possível para a compreensão desses problemas. É por meio das respostas encontradas através da reflexão que se descobrirá saídas para todas as coisas que são, que não são e, por que são, da existência humana. Ou seja, a Filosofia, entendida como principal meio de questionamento durante a história da humanidade é uma atitude reflexiva com a finalidade de possibilitar àquele que reflete, a compreensão e a expressão pessoal, característica da condição humana de pensar a própria existência. 6 Assim, observar as questões relacionadas à Filosofia Antiga, possibilitará o entendimento desse período essencial da história, permitindo o aprendizado e a criação de argumentos para questionar, sustentar ou refutar qualquer discussão, considerando o direito e o exercício da liberdade do pensamento --, condição primordial do ser humano. 3. OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo principal realizar a interação de maneira pertinente e eficaz entre as ocorrências da vida diária e os textos filosóficos observados, onde questões e ocorrências daquela época foram amplamente discutidas e pensadas, considerando os elementos e fatos culturais daquele momento histórico, de modo a articular vivências e estes textos. 4. DESENVOLVIMENTO As indagações e questionamentos na busca de respostas para se entender as ocorrências da vida e a natureza como um todo, deu-se devido ao fato de que os pensadores daquele momento queriam explicações racionais que esclarecessem o todo de todas as coisas. Essa clareza das coisas ia muito além de simplesmente teorias sobre qualquer assunto... Ou seja, a necessidade era expor todas as coisas do mundo e de sua origem através da razão. A indagação baseava-se em entender o princípio de tudo. Buscou-se racionalmente, explicar e evidenciar o porquê das coisas. Enfim, assim como naquele período, a Filosofia busca, ainda hoje, entender a verdade de tudo, seu sentido puro. Foi assim que surgiu o pensamento filosófico que, entre outras coisas, questionou os mitos, e as superstições --, além da dominância da igreja através de dogmas que já não eram mais aceitos de forma passiva. As explicações lógicas, de uma forma geral, começaram a tomar lugar, por meio da razão e da crítica. Foi na região Jônica, na Grécia, nos grandes centros de comércio, onde um grande número de pensadores, deu início a nova forma de pensar toda a existência. Os primeiros filósofos conhecidos, como Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes, queriam comprovações através da observação para entender o cosmos. 7 AS ESCOLAS DA FILOSOFIA ANTIGA Quem deu início a estas escolas foi Platão, no período pré-socrático. Nessa época, já se pensava filosoficamente, como era o caso de Pitágoras, Parmênides, Heráclito e Tales. Não haviam textos e poucos trechos e anotações foram encontrados. A escola estabelecida por Platão (427 a 347 a.C.) chamava- se Academia. Logo após, com Aristóteles (384 a 322 a.C.), um dos filósofos que contribuiu grandemente para com a humanidade e que, até hoje muito tem a nos ensinar através da ética, da retórica, da lógica, e que incontestavelmente, influenciou muitos povos, surge o Aristotelismo. Outra escola foi o estoicismo (ano 300 a.C), criada pelo filósofo Zenão de Cítio, que pregava a tranquilidade absoluta. Aqueles que participavam dessa escola, acreditavam que tudo acontece por uma razão. A seguir, veio o Epicurismo (341 a 270 a.C.), que defendia os prazeres moderados como forma de se viver bem. Outra escola filosófica foi o ceticismo, a qual era representada por Pirro de Élis (360 a 270 a.C.), que pensava ser o questionamento uma atitude constante em relação a tudo. Posteriormente, surge o cinismo, cujo iniciador foi Antístenes (445 a 365 a.C.), que pregava a vida a ser vivida conforme a natureza, de maneira simples. OS FILÓSOFOS MAIS EXPRESSIVOS Tales de Mileto (623 a 546 a.C.) – Acreditava na água como substância principal e, através desta todas as coisasobtinham vida. Anaximandro (610 a 547 a.C.) – concordava com Tales quanto a substância principal e infinita. Anaxímenes (588 a 524 a.C.) – declarava que a substância principal de onde tudo mais era proveniente, era o ar. Pitágoras de Samos (570 a 490 a.C.) – foi chamado de pai das ciências exatas que apresentou a criação de tudo a partir da matemática. Para Heráclito (535 a 475 a.C.), o fogo era imprescindível na natureza. Defendia o constante fluir da vida. Parmênides (510 a 470 a.C.) – pensava o ser. Zenão de Eleia (488 a 430 a.C.) – entendia a divisibilidade, a multiplicidade e o movimento como sendo processo ilusório. Empédocles (490 a 430 a.C.), dizia que os elementos (ar, água, fogo e terra) manipulavam forças distintas (amor e ódio), os quais estruturavam o mundo. Demócrito (460 a 370 a.C.) – acreditava que a realidade era feita por átomos. Sócrates (469 a 399 a.C.) – falava da essência do ser e utilizava a maiêutica para criar o autoconhecimento. Platão (427 a 347 a.C.) – definiu os universais e os defendia. Deu grande contribuição para as áreas do 8 conhecer humano. Aristóteles (384 a 322 a.C.) – escreveu muitas obras discorrendo sobre metafísica, política, ética e artes. Criou a estrutura do pensar lógico e científico. Epicuro (324 a 271 a.C.), dizia que viver de maneira moderada e simples e sem vícios, era o melhor para a vida. OS PERÍODOS 1) Naturalista – cuja principal característica era entender a physis (da natureza e do cosmo – Tales de Mileto). Tudo está cheio de deuses. Deus torna-se o Princípio e os deuses tornam-se em mundos. Em Anaxímenes, a variação da realidade origina todas as coisas. Em Heráclico, tudo se move e tudo escorre. Nada será permanentemente fixo. Tudo muda. Para ele entramos e não entramos no mesmo rio. Isto é, somos e não somos. 2) Humanista, com a determinação da essência do ser por Sócrates. 3) Suprassensível (grandes sínteses). Platão e Aristóteles formulam os problemas da filosofia. 4) Escolas Helenísticas originam o Epicurismo, o Estoicismo, o Ceticismo e Ecletismo. 5) Renasce o Platonismo (com o auge do neoplatonismo). 6) O pensamento ligado ao cristianismo buscou a razão para evidenciar uma nova religião. 4.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Segundo Marilena Chauí (2000), [...] Filosofia é uma reflexão crítica sobre procedimentos e conceitos científicos. Não é uma religião: é uma reflexão crítica sobre as origens e formas das crenças religiosas. Não é arte: é uma interpretação crítica dos conteúdos, das formas, das significações das obras de arte e do trabalho artístico. Não é sociologia nem psicologia, mas a interpretação e avaliação crítica dos conceitos e métodos da sociologia e da psicologia. Não é política, mas interpretação, compreensão e reflexão sobre a origem, a natureza e as formas do poder. Não é história, mas interpretação do sentido dos acontecimentos enquanto inseridos no tempo e compreensão do que seja o próprio tempo. Conhecimento do conhecimento e da ação humanos, conhecimento da transformação temporal dos princípios do saber e do agir, conhecimento da mudança das formas do real ou dos seres, a Filosofia sabe que está na História e que possui uma história. [...] Quanto a uma atitude filosófica, a autora coloca: [...] “O que é Filosofia?” poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os 9 comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê- los investigado e compreendido. Considerando o que diz a autora, pode-se perceber que a Filosofia não é algo sem graça e sem sentido como até alguns professores de outras áreas, dizem. Mas, sim, a condição de conhecer a verdade, o pensar e o proceder de forma especial, única, real para a constatação de todas as coisas. Segundo Chauí (2000), Filosofia é a arte do bem viver. Entendo que como reflexão sobre tudo e todas as coisas, é ter e estar adquirindo uma atitude e a condição de refletir sobre si mesmo de maneira a se questionar e refletir sobre a própria atitude como ser humano, como pessoa, como amigo, como partícipe da vida. Através da atitude e da relação e interação com as outras pessoas pode-se conhecer-se a si mesmo melhor, e fazer melhores escolhas. Como a autora diz, [...] Filosofia é o esforço racional para conhecer o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. 4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Partindo da análise de textos filosóficos e considerando o período aqui mencionado, procurou-se de maneira contextualizada, trazê-los para as vivências do cotidiano atual a fim de conectá-los à realidade das experiências vividas nos dias de hoje. Mais ainda, compreende-se os temas tratados naquela época, como um poderoso suporte teórico e metodológico que permite o desenvolvimento próprio do pensamento, que poderá ser usado como ferramenta de estímulo e desestabilização das verdades prontas. Assim, percebendo a condição histórica e o momento de sua construção, e ainda, quais eram as reais intenções dos filósofos que indagavam as questões sobre a vida de maneira geral, intencionou- se visualizá-los não como sendo verdades absolutas e, muito menos, atrelá-los à condição de respostas aos problemas do mundo e necessidades atuais, mas como condição propiciadora e geradora de reflexão crítica. Ou seja, o que se pretendeu foi compreender como os textos e temas abordados em relação as questões humanas e sobre todas as coisas, podem evidenciar a condição de maturação e evolução do pensamento. Tais textos e temas discutidos podem se articularem e enriquecerem as discussões de agora, em relação a vida de forma abrangente. 10 5. AVALIAÇÃO Considerando a filosofia assim como a experiência filosófica um meio e um espaço para a evolução crítica do pensamento e, consequentemente, a emancipação racional, onde a clausura das ideias torne-se passado e permita à mente tocar novos horizontes, é certo que a originalidade do ser e a individualidade de cada um, também se efetuará. Isto possibilitará que se perceba e tenha suscitado para si mesmo, novas buscas e caminhos para sua emancipação total. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio deste trabalho -- intitulado Filosofia Antiga – e das percepções adquiridas na sua elaboração, entende-se ser possível adquirir uma forma mais compreensível da realidade, o que se poderá fazer através da leitura e acesso aos filósofos desta época, assim como a tantos outros e suas indagações, podendo, estes, oportunizarem o crescimento e a ampliação do pensar de maneira crítica -- com a finalidade de gerar uma nova visão de mundo -- com ideias e valores que possibilitem aprender e compreender como se pode viver uma vida mais ética e sábia, onde prática e teoria não se desencontrem, mas se permeiem de tal forma que uma não se possa desvincular da outra, espelhando as significações do ser. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília, DF, 2013. Disponível em: <>. Acesso em: 10 out. 2013. CHAUÍ, M. Prefácio. In: MARÇAL, Jairo. (Org.). Antologia de textos filosóficos. Paraná: SEED, 2009. CHAUÍ, M. Convite a Filosofia. Ática, São Paulo, 2000. SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez; Autores Associados, 1989. ________. Como ler um texto de filosofia. 2 ed. São Paulo: Paulus, 2009.
Compartilhar