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#Aula 38 - Juizados Especiais da Fazenda Pública

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL
Juizados Especiais da Fazenda Pública
Livro Eletrônico
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Gustavo Deitos
Juizados Especiais da Fazenda Pública
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sumário
Apresentação .................................................................................................................3
Juizados Especiais da Fazenda Pública ............................................................................5
1. Aspectos Introdutórios ...............................................................................................5
2. Disposições da Lei Federal n. 12.153/2009 ................................................................. 7
Questões de Concurso ..................................................................................................43
Gabarito .......................................................................................................................53
Gabarito Comentado .....................................................................................................54
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Juizados Especiais da Fazenda Pública
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ApresentAção
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de 
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o 
melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa 
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e 
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente, 
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa 
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou 
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar 
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer 
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma 
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente o seguinte tópico de Direito Processual Civil: Jui-
zados Especiais da Fazenda Pública.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os 
pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo 
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente 
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e 
edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade do 
material.
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Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu 
grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Se 
houver algum problema com a visualização de mapas mentais (fonte, cor etc.), o problema 
possivelmente terá surgido em alguma fase da edição, pelo que o professor não responde. 
Neste caso, você pode entrar em contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua 
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que, 
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do 
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande 
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que 
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA
1. Aspectos IntrodutórIos
No direito brasileiro, os Juizados Especiais consistem em órgãos responsáveis pela ma-
nutenção de microssistemas processuais, criados para que seja conferida maior efetividade 
a determinados princípios e regras jurídicas em nível que não seja possível, como regra, no 
procedimento judicial comum.
A mesma lógica se aplica a todos os Juizados Especiais, que, no direito brasileiro, são:
• Juizados Especiais Cíveis;
• Juizados Especiais Criminais;
• Juizados Especiais da Fazenda Pública;
• Juizados Especiais Federais.
Obs.: � Esta lista aborda os Juizados existentes de forma genérica, sem contemplar eventu-
ais subdivisões administrativas internas.
Professor, quais seriam esses “princípios e regras jurídicas” aptos a receber maior efeti-
vidade?
Para assimilar a resposta desta pergunta, você deve se questionar: quais são os principais 
motivos que levam os processos judiciais comuns a perderem sua utilidade ou a não alcança-
rem resultado algum? Costuma-se dizer que tais motivos são, principalmente, a morosidade 
(lentidão) e o excesso de formalismo.
À vista destes motivos, o legislador pretendeu criar procedimentos diferenciados dentro 
do direito processual civil, para que as causas mais suscetíveis de serem prejudicadas pela 
morosidade e pelo formalismo exacerbado tramitem, judicialmente, de forma mais célere e 
mais simples.
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Prática e teoricamente, um procedimento mais célere e mais simples tende a efetivar o 
princípio do acesso à justiça, possibilitando que os cidadãos (jurisdicionados) recebam o 
bem da vida em tempo razoável e de forma justa.
Diante desta lógica, constatou-se que algumas ações específicas, por envolverem valores 
menores e bens jurídicos mais essenciais e comuns, poderiam ser regidas por um procedi-
mento diferenciado, que desse maior rapidez e simplicidade ao processo, em prol da rápida 
solução dos conflitos.
Dessa forma, as ações de maior repercussão, seja pelo envolvimento de maiores valores 
ou pela abrangênciade objetos mais complexos, permaneceriam regidas pelo procedimento 
comum, e as ações mais “simples” poderiam seguir um rito diferenciado, para que sejam so-
lucionadas de forma mais rápida, sem permanecerem numa fila de processos densos e com-
plexos.
Seguindo tal lógica, o Poder Constituinte Originário inseriu, no texto da Constituição Fede-
ral de 1988, a seguinte regra:
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conci-
liação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de 
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóte-
ses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
As ações mais “simples” são, portanto, definidas dessa forma:
• Causas cíveis de menor complexidade;
• Infrações penais de menor potencial ofensivo.
A tal procedimento diferenciado, dá-se o nome de microssistema processual. Nesta aula, 
estudaremos o microssistema das causas que envolvam a Fazenda Pública e, por critérios de 
valor e de objeto, mereçam uma tramitação mais rápida e simples. Sabemos, agora, que estes 
critérios de “valor” e “objeto” se unem para a criação do critério das causas cíveis de menor 
complexidade (art. 98, inciso I, CF/88).
• Diante deste contexto, tornam-se claros os dois princípios especialmente tutelados e 
visados na criação dos Juizados Especiais, inclusive o da Fazenda Pública:
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• 1) PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: prestação da máxima atividade jurisdicio-
nal com o mínimo de atos processuais. Sempre que for possível, sem prejuízo a alguém, 
aproveitar um momento processual para resolver diversas questões de uma só vez, 
para evitar trabalho excessivo ou retrabalho das partes e do juiz, estes deverão provi-
denciar a fim de que sejam apresentadas/sustentadas todas as alegações desejadas 
(parte) e impostas todas as determinações devidas no momento (juiz).
• 2) PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL: a tutela jurisdicional pretendida pelas 
partes deve ser entregue pelo Estado em tempo razoável, não maior do que o necessá-
rio para dar efetividade ao direito pretendido, sem geração de prejuízos em decorrência 
da espera pelas partes.
Os Juizados Especiais da Fazenda Pública são definidos e regulamentados pela Lei Fede-
ral n. 12.153/2009. Neste microssistema, o gênero “causas cíveis de menor complexidade” é 
restringido de modo a abranger somente as causas cíveis de menor complexidade que envol-
vam o interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e/ou dos Municípios.
Nesta aula, estudaremos este microssistema processual de forma sistematizada, me-
diante comentários individualizados e contextualizados a cada dispositivo da referida norma, 
com pertinentes associações à doutrina e à jurisprudência.
2. dIsposIções dA LeI FederAL n. 12.153/2009
Art. 1º Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Siste-
ma dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos 
Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência.
Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e do Distrito Federal é formado 
pelos Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Criminais e Juizados Especiais da Fazenda 
Pública.
O primeiro artigo da lei estabelece a competência para criação dos Juizados Especiais da 
Fazenda Pública, bem como quais entes federados podem ter um Juizado desta natureza em 
sua estrutura orgânica.
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ATENÇÃO
Este artigo trata dos entes que podem criar os Juizados Especiais da Fazenda Pública e sobre 
onde eles podem se situar, e não sobre os entes federados que possam ser partes em proces-
sos nesses Juizados. Sobre estes entes, estudaremos no comentário ao art. 2º.
Obs.: � De agora em diante, farei referência aos Juizados Especiais da Fazenda Pública 
mediante uso da expressão “Juizados da Fazenda”.
Os Juizados da Fazenda situam-se na estrutura orgânica dos Tribunais de Justiça dos Es-
tados e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Portanto, os Juizados 
da Fazenda integram os âmbitos estadual e distrital.
Professor, e quanto à União? Ela não pode ser contemplada por um Juizado Especial in-
tegrante de sua estrutura?
Não, caro(a) aluno(a). A atuação da União, no tocante aos Juizados da Fazenda, limita-se 
à competência para criar o Juizado da Fazenda no âmbito do Distrito Federal. A União não 
pode ter um Juizado Especial da Fazenda Pública em sua estrutura.
O motivo pelo qual a União é excluída da possibilidade de ter este microssistema é o fato 
de que as causas cíveis de menor complexidade envolvendo a União já são processadas e 
julgadas nos Juizados Especiais Federais.
Temos agora a primeira regra a aprender:
1) Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, nos Estados, são criados pelos próprios 
Estados.
2) No Distrito Federal, o  respectivo Juizado Especial da Fazenda Pública é criado pela 
União.
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Professor, por qual razão o Distrito Federal não é competente para criar o próprio Juizado 
da Fazenda?
A razão, caro(a) aluno(a), é dogmática: o art. 22 da Constituição Federal, um dos que de-
finem a repartição de competências constitucionais, atribuiu tal competência à União em seu 
inciso XVII, que no ano da publicação da Lei n. 12.153/2009 tinha os seguintes termos:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos 
Territórios, bem como organização administrativa destes;
Obs.: � Atualmente, a redação do inciso XVII do art. 22 da Constituição Federal é diferente 
(Emenda Constitucional n. 69/2012): “organização judiciária, do Ministério Público 
e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização 
administrativa destes;”.
E quanto aos Municípios?
Os Municípios, por não possuírem o Poder Judiciário em suas funções, naturalmente não 
podem ter Juizados Especiais. Apesar disso, os Municípios podem, sim, ser partes em proces-
sos que tramitem nos Juizados da Fazenda. Estudaremos melhor esta regra no comentário ao 
artigo seguinte.
Art. 2º É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar 
causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o 
valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
No art. 5º da lei ora em comento, estudaremos com profundidade sobre os entes públicos 
capazes de serem partes nos processos dos Juizadosda Fazenda.
Neste momento, é importantíssimo darmos enfoque ao critério de valor que determina as 
ações submetidas ao microssistema dos Juizados da Fazenda: ações cujos valores não ultra-
passem 60 (sessenta) salários mínimos à época do seu ajuizamento.
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Obs.: � Trata-se do mesmo limite aplicável aos Juizados Especiais Federais, caso você pre-
fira fazer esta associação.
É possível, caro(a) aluno(a), que a ação contemple vários autores (litisconsórcio ativo fa-
cultativo). Neste caso, de acordo com o STJ, deverá ser utilizado como parâmetro para defini-
ção da competência do Juizado da Fazenda o valor correspondente aos pedidos individuais de 
cada autor.
Caso a soma de todos os pedidos, em litisconsórcio ativo, ultrapasse os 60 salários míni-
mos, ainda assim a ação poderá tramitar no Juizado da Fazenda, se os pedidos pertinentes a 
cada autor, individualmente, não ultrapassarem tal valor.
Exemplo: Havendo quatro autores postulando créditos equivalentes a 50 salários mínimos 
cada um (200 salários mínimos no total), a ação poderá tramitar, mesmo assim, no Juizado da 
Fazenda.
O STJ já aplicou tal entendimento nos seguintes julgados: AgRg no REsp n. 1.376.544/SP, 
AREsp n. 261.558/SP, AgRg no REsp n. 1.358.730, REsp n. 1.257.935.
§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:
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Mesmo que a ação tenha valor não maior que 60 (sessenta) salários mínimos, ela não 
poderá tramitar no Juizado da Fazenda quando tiver como objeto qualquer dos elementos 
descritos nos incisos do § 1º, por menor que seja o valor da causa.
Abordaremos, abaixo, tais elementos.
Obs.: � Todas as ações abaixo mencionadas têm algo em comum: possuem ritos complexos, 
e essa complexidade é essencial para a correta e justa solução dos conflitos subme-
tidos a tais ritos. Logo, tais ações não podem ser inseridas no conceito de “causas de 
menor complexidade”.
I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por 
improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos 
e coletivos;
De forma organizada, são as seguintes ações:
• Mandado de segurança (MS) individual e coletivo: possui procedimento especial e téc-
nico, delineado na Lei n. 12.016/2009.
−	 Somente caberá mandado de segurança no microssistema dos Juizados Especiais 
da Fazenda Pública na hipótese específica de impetração contra decisão interlo-
cutória irrecorrível de imediato. Neste caso, o MS deverá ser impetrado perante a 
Turma Recursal. É o entendimento fixado no Enunciado n. 88 do FONAJEF (Fórum 
Nacional dos Juizados Especiais Federais):
Enunciado n. 88 do FONAJEF
Não se admite Mandado de Segurança para Turma Recursal, exceto na hipótese de ato 
jurisdicional teratológico contra o qual não caiba mais recurso.
• Ação de desapropriação: possui procedimento especial e técnico, delineado no Decre-
to-Lei n. 3.365/1941.
• Ação de divisão e demarcação de terras: possui procedimento especial e técnico, deli-
neado em capítulo próprio do CP
• Ação popular: seu rito é especial, embora seja mais simples. Apesar da maior simpli-
cidade do procedimento da ação popular, trata-se nela de interesses públicos primá-
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rios e fundamentais: ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural. 
Não é legítimo sacrificar a minuciosidade do tratamento desses interesses em prol de 
celeridade ou simplicidade.
• Ação de improbidade administrativa: seu rito é especial e técnico, delineado na Lei n. 
8.429/1992. Além disso, envolve-se nesta ação um interesse público primário: mora-
lidade administrativa. Não é legítimo sacrificar a minuciosidade do tratamento desse 
interesse em prol de celeridade ou simplicidade.
• Execução fiscal: seu rito é especial e técnico, delineado na Lei n. 6.830/1980. Envol-
vem-se nela créditos das pessoas jurídicas de direito público, créditos estes que, jus-
tamente por pertencerem ao Poder Público, não correm risco de perecimento ou inuti-
lidade pelo transcurso do tempo.
• Ações de direitos ou interesses difusos e coletivos.
ATENÇÃO
Quanto às ações de direitos ou interesses difusos e coletivos, o STJ entende que somente 
são excluídas do âmbito dos Juizados da Fazenda as ações puramente coletivas. Isso signifi-
ca que as ações destinadas à tutela de direitos usufruídos por um só indivíduo, embora envol-
vam bens jurídicos coletivos (como a saúde), podem, sim, tramitar nos Juizados da Fazenda.
Este entendimento já foi fixado nos julgados REsp n. 1.409.706-MG e REsp n. 1.433.279.
Explicarei com um exemplo.
Exemplo:
Pode o Ministério Público ajuizar ação visando ao fornecimento de medicamentos ou trata-
mentos médicos, na qualidade de substituto processual de um cidadão. Neste caso, embora a 
saúde seja um direito coletivo em sentido amplo, a tutela pretendida é individual. A ação, por 
sua vez, tem feição de ação individual.
Logo, se o valor dessa ação não ultrapassar 60 salários mínimos, poderá ela tramitar no Jui-
zado Especial da Fazenda Pública.
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II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias 
e fundações públicas a eles vinculadas;
Todas as ações imobiliárias de interesse dos Estados, do DF, de Território ou dos Municí-
pios, independentemente de seus valores e de seus ritos (ação possessória, ação de nuncia-
ção de obra nova, ação reivindicatória), são excluídas dos Juizados da Fazenda e devem ser 
processadas nas Varas.
III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores 
públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.
Um servidor público demitido em processo administrativo disciplinar, por ter cometido 
infração disciplinar, representa uma causa de maior complexidade, uma vez que a pretensão 
do servidor se centraliza na reintegração ao cargo público.
A reintegração envolve provimento de cargo público e aumento de despesa corrente do 
respectivo ente. Portanto, a relevância do interesse público envolvido não pode ser sacrifica-
da em prol de maior celeridade e simplicidade.
Obs.: � Ações de servidores públicos civis que impugnem eventuais penas de suspensão, 
advertênciaou repreensão, onde houver, inserem-se na competência dos Juizados 
da Fazenda, assim como as ações de servidores públicos com o objetivo de pleitear 
verbas trabalhistas devidas pelo ente público, como horas extras, indenização por 
acúmulo de função etc.
Por outro lado, todas as penalidades disciplinares aplicáveis a servidores militares, inde-
pendentemente de quais sejam, são excluídas da apreciação dos Juizados da Fazenda, de-
vendo ser apreciadas pelo órgão jurisdicional de competência material militar (Justiça Militar, 
onde houver, ou órgão especializado da Justiça Estadual).
Para ilustrar a diferença sutil que abordamos:
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§ 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado 
Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá ex-
ceder o valor referido no caput deste artigo.
Quando o crédito cobrado do ente público for dividido em parcelas, o limite de 60 salários 
mínimos, para ser verificado, deverá ter como base a soma das próximas 12 (doze) parcelas e 
das parcelas que já estiverem vencidas.
Se de tal soma resultar valor excedente, a ação não poderá tramitar no Juizado da Fazenda.
§ 3º (VETADO)
§ 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é ab-
soluta.
ATENÇÃO
A regra deste § 4º é importantíssima e chove e provas de concursos que abordam o tema!
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Nem todos os foros/comarcas possuem Juizado Especial da Fazenda Pública. Normal-
mente, esta espécie de Juizado existe em comarcas maiores.
Nas comarcas onde houver um ou mais Juizados da Fazenda, todas as ações que se 
enquadrem no rito desses Juizados (até 60 salários mínimos e objeto não incluído no rol do 
§ 1º) deverão tramitar nos Juizados.
Obs.: � Trata-se de uma excepcional hipótese em que a competência em razão do valor é uma 
competência absoluta. Afinal de contas, aprende-se que a competência em razão do 
valor é, em regra, relativa: as ações sujeitas aos Juizados Especiais Cíveis podem, se 
a parte quiser, tramitar na Vara, e não no Juizado.
Obs.: � Não é esta a regra aplicável ao microssistema dos Juizados da Fazenda. Sendo a 
ação de valor não maior que 60 salários mínimos e de objeto não incluído no rol do 
§ 1º, ela deverá, obrigatoriamente, tramitar no Juizado da Fazenda, sob pena de nuli-
dade absoluta.
Art. 3º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir quaisquer providências cautela-
res e antecipatórias no curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta reparação.
ATENÇÃO
No microssistema dos Juizados da Fazenda, as tutelas provisórias podem ser concedidas de 
ofício, ao contrário do procedimento comum do CPC, que exige requerimento das partes para 
tal concessão.
De qualquer forma, a parte, em seu requerimento, ou o juiz, em sua decisão de ofício, deve-
rão demonstrar o preenchimento dos dois requisitos essenciais da tutela provisória: FUMUS 
BONI IURIS e PERICULUM IN MORA – probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao 
resultado útil do processo, respectivamente (art. 300, caput, do CPC).
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
• Probabilidade do direito: a parte demonstra que suas razões fáticas e jurídicas levam a 
crer que o direito por ela postulado é muito provável ou, até mesmo, evidente. Trata-se 
de um contexto em que a inexistência do direito é algo difícil de ser provado, embora 
possível.
• Perigo de dano: o direito postulado pode sofrer lesão em decorrência da demora da 
decisão definitiva.
• Risco ao resultado útil do processo: se a tutela de urgência não for concedida, é pos-
sível que eventual dano faça com que o processo perca seu objeto, e tenha tramitado 
inutilmente.
As espécies de tutelas provisórias aplicáveis são as mesmas do CPC, aplicáveis subsidia-
riamente a este microssistema, por força do art. 27, que autoriza a aplicação subsidiária do 
CPC a este procedimento.
A tutela provisória pode ser concedida em qualquer fase do processo nos Juizados da Fa-
zenda, inclusive na própria sentença, de modo que o direito seja protegido por eventual tempo 
decorrido na análise de recurso.
Art. 4º Exceto nos casos do art. 3º, somente será admitido recurso contra a sentença.
ATENÇÃO
Eis aqui uma regra importantíssima e muito explorada pelas provas que abarcam os Juizados 
Especiais da Fazenda Pública.
No curso do procedimento, caberá recurso em duas hipóteses:
• 1) Sentença definitiva, que dá fim ao conflito em primeira instância do Juizado.
−	 O recurso cabível não tem um nome específico, e segue o mesmo modelo da Lei n. 
9.099/1995, aplicável subsidiariamente à presente lei: recurso inominado.
−	 O recurso inominado deve ser interposto no prazo de 10 dias (art. 42, caput, Lei n. 
9.099/1995).
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• 2) Concessão de tutela provisória: caberá agravo de instrumento à Turma Recursal da 
decisão interlocutória que conceder a tutela.
−	 Não caberá recurso contra a decisão que denegar a tutela provisória. O cabimento 
recursal em relação a tal decisão limita-se à hipótese de concessão da tutela pro-
visória.
Obs.: � O art. 4º não fala que o recurso cabível seja o agravo de instrumento. Todavia, tal 
entendimento é aceito pela jurisprudência majoritária das Turmas Recursais, a exem-
plo da Turma Recursal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA - CABIMENTO 
APENAS CONTRA DECISÃO QUE CONCEDA PEDIDO DE NATUREZA LIMINAR - LEITURA 
CONJUNTA DOS ARTS. 3º E 4º DA LEI 12.153/2009 - PROCESSO QUE SEGUIU O RITO 
DO JUIZADO ESPECIAL - AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DO AUTOR QUANTO AO PROCE-
DIMENTO ADOTADO - PRECEDENTES - RECURSO NÃO CONHECIDO.”O agravo de instru-
mento é cabível unicamente contra decisão que deferir providência cautelar e antecipatória 
no curso do processo, para evitar dano de difícil ou incerta reparação, conforme previsto 
no art. 4º da Lei 12.153/2009 (...)” (6ª Turma de Recursos - Processo n. 2012.600218-6, de 
Videira - Rel. Juiz Jaime Machado Junior - j. em 16.04.2012). “Da interpretação conjunta 
dos dois dispositivos retira-se que (1) é possível a antecipação de tutela ou deferimento de 
cautelar no Juizado Especial da Fazenda Pública (2) como regra, só é admissível recorrer 
da sentença (3) excepcionalmente é possível recorrer de despacho interlocutório,mas isso 
tão-somente contra a decisão que antecipa a tutela ou que defere liminar” (TJSC, Agravo 
de Instrumento n. 2013.501528-8, de Joinville, rel. Juiz Cesar Otavio Scirea Tesseroli, j. 
05-08-2013).
Ademais, conforme as disposições subsidiariamente aplicáveis da Lei n. 9.099/1995, ca-
bem embargos de declaração contra as sentenças, nos casos do CPC (omissão, contradição, 
obscuridade e erro material), no prazo de 5 dias.
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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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O PULO DO GATO
Os embargos de declaração aplicáveis aos Juizados, inclusive aos Juizados Especiais da Fa-
zenda Pública interrompem o prazo para qualquer recurso.
O efeito interruptivo desses embargos, nos Juizados Especiais, foi incluído pelo Novo CPC. 
Antes da alteração, os embargos de declaração do microssistema dos Juizados tinham efeito 
suspensivo, o que o diferenciava do procedimento do CPC. Agora, não se preocupe: o efeito 
dos embargos de declaração é o mesmo do CPC: interrupção do prazo para recurso.
Se os ED forem tempestivos (opostos dentro de 5 dias) e a representação processual da 
parte estiver regular, eles causarão um importantíssimo efeito no processo: INTERRUPÇÃO 
de todo e qualquer prazo para interposição de recursos naquele processo. Neste caso, o pra-
zo para qualquer recurso voltará ao zero, se ainda não tiver se esgotado.
Sempre que o juiz ou o tribunal, ao julgar os ED, corrigir algum vício na decisão embargada 
(omissão, contradição, obscuridade ou erro material), alterando a parte dispositiva da senten-
ça ou acórdão, ocorrerá o chamado EFEITO MODIFICATIVO da decisão judicial.
Efeito Modificativo é DIFERENTE de “efeito substitutivo”. O primeiro ocorre quando o mes-
mo órgão jurisdicional prolator da decisão corrige vício percebido. O segundo, por sua vez, 
ocorre quando órgão jurisdicional diverso (hierarquicamente superior) altera a decisão re-
corrida, como no caso da Turma Recursal que, proferindo acórdão, modifica o comando da 
sentença recorrida.
O Efeito Modificativo somente poderá ocorrer quando a parte contrária se manifestar so-
bre os ED opostos pela parte embargante. Eventual ausência de intimação da outra parte para 
se manifestar sobre os ED é causa de nulidade da decisão judicial que der o efeito modificati-
vo, por força do princípio do contraditório.
Art. 5º Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
O microssistema dos Juizados da Fazenda impõe um conceito bem mais restrito de “ca-
pacidade de ser parte”, também chamada de “capacidade de estar em juízo”. Neste procedi-
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
mento, somente determinados sujeitos podem ser autores, e determinados sujeitos podem 
ser réus. E eles são expressamente apontados nos incisos abaixo. Vejamos.
I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte, assim de-
finidas na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
O PULO DO GATO
Nos Juizados da Fazenda Pública, a Fazenda Pública pode apenas ser ré, e nunca autora. Veja 
que o Juizado da Fazenda serve para que as pessoas cobrem seus créditos contra a Fazenda, 
e não para beneficiá-la, pelo menos em tese.
Podem ser autores em processos dos Juizados da Fazenda Pública:
• 1) PESSOAS FÍSICAS, independentemente de suas rendas.
• 2) As seguintes PESSOAS JURÍDICAS:
−	 Microempresas (ME)
−	 Empresas de Pequeno Porte (EPP)
O ajuizamento de ação nos Juizados Especiais da Fazenda Pública é uma prerrogativa dos 
sujeitos mais frágeis da sociedade, que precisem de maior celeridade e simplicidade para que 
o direito pleiteado seja efetivo.
Portanto, pessoas jurídicas de maior porte não podem ser autoras nos Juizados da Fazen-
da, independentemente do valor e do objeto da ação.
Obs.: � Existe, ainda, o  “microempreendedor individual”, tipificado na Lei Complementar n. 
123/2008, cuja receita bruta máxima tem valor menor que o da microempresa. A juris-
prudência e a doutrina em geral costumam admitir o microempreendedor individu-
al a ser parte em processo do Juizado da Fazenda. Todavia, em provas, a  inclusão 
do microempreendedor individual entre os possíveis autores no Juizado da Fazenda 
costuma ser uma pegadinha para tornar a assertiva errada.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O PULO DO GATO
Lembre-se de que o “microempreendedor individual” não é mencionado no rol acima. Portan-
to, se a questão cobrar estritamente o que estiver na lei, eventual inclusão do microempreen-
dedor individual tornará a assertiva errada.
II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e os Municípios, bem como autarquias, 
fundações e empresas públicas a eles vinculadas.
O inciso II, por sua vez, define quais são os entes da “Fazenda Pública” capazes de serem 
partes, como réus, nos processos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública. Tais entes são:
• Estados;
• Distrito Federal;
• Municípios.
Os Municípios participarão dos processos no Juizado da Fazenda vinculado aos Estados 
que integrarem. O Distrito Federal, por sua vez, participará dos processos no Juizado da Fazen-
da criado pela União para o próprio Distrito Federal. Os Estados, logicamente, serão partes em 
processos que tramitam em seus próprios Juizados da Fazenda.
Confira o teor do Enunciado n. 08 do Fórum Nacional de Juízes Estaduais dos Juizados 
Especiais da Fazenda Pública (FONAJE – JEFP):
Enunciado n. 08, FONAJE – JEFP:
De acordo com a decisão proferida pela 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça no Con-
flito de Competência 35.420, e considerando que o inciso II do art. 5º da Lei 12.153/2009 
é taxativo e não inclui ente da Administração Federal entre os legitimados passivos, não 
cabe, no Juizado Especial da Fazenda Pública ou no Juizado Estadual Cível, ação contra a 
União, suas empresas públicas e autarquias, nem contra o INSS.
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A capacidade de ser parte, nos Juizados da Fazenda, estende-se às autarquias, fundações 
e empresas públicas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Também estudaremos 
esta regra ao lermos o art. 5º, inciso II, da lei ora em comento.
Professor, e quanto às sociedades de economia mista?
Caro(a) aluno(a), em razão de o rol do art. 5º ser taxativo, as sociedades de economia mis-
ta não podem ser partes nos Juizados da Fazenda. Também não podem ser partes nos Juiza-
dos da Fazenda as concessionárias e permissionárias de serviço público, pois não constam do 
rol de legitimadosdo art. 5º.
Para ilustrar:
Veja, agora, o teor do interessantíssimo Enunciado n. 21 do FONAJEF:
Enunciado n. 21 do FONAJEF
As pessoas físicas, jurídicas, de direito privado ou de direito público estadual ou municipal 
podem figurar no polo passivo, no caso de litisconsórcio necessário.
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No polo passivo da ação que tramita no Juizado da Fazenda, basta que um dos sujeitos 
seja enquadrado no inciso II do art. 5º. É possível, portanto, que pessoa física ou jurídica pri-
vada figure como ré nestas ações, desde que, necessariamente, figure ao seu lado uma das 
pessoas jurídicas de direito público legitimadas pelo art. 5º, inciso II.
Art. 6º Quanto às citações e intimações, aplicam-se as disposições contidas na Lei n. 5.869, de 11 
de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil.
Todas as formas de comunicação dos atos processuais aplicáveis aos Juizados da Fazen-
da são aquelas delineadas no CPC de 2015. A lei citada no art. 6º é o CPC de 1973. Todavia, 
de acordo com o art. 1.046, § 4º, do Novo CPC, “As remissões a disposições do Código de 
Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são corres-
pondentes neste Código.”.
Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurí-
dicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para a audiência de 
conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
Em direito processual civil, você aprende que as pessoas jurídicas de direito público têm 
prazos dobrados para todas suas manifestações nos autos, salvo quando a lei der um prazo 
específico a estes entes.
Agora, perceba o seguinte: a lei que estamos estudando institui um microssistema próprio 
para ações em face da Fazenda Pública. Logo, toda e qualquer disposição da lei, inclusive as 
disposições sobre prazos, também são definidas de forma apropriada à Fazenda Pública, con-
corda?
Portanto, o raciocínio a ser empregado é o mesmo: como todos os prazos desta lei são 
definidos de forma própria à Fazenda Pública, ela não terá prazos contados em dobro, ou qual-
quer outro privilégio na contagem dos prazos processuais.
No mais, é importantíssimo que você assimile o intervalo mínimo entre a citação para a 
audiência de conciliação e a data de comparecimento à audiência: 30 DIAS.
Obs.: � Os 30 dias correspondem à antecedência mínima. É possível que haja um intervalo 
de 40, 50 ou até 100 dias. O que não pode ocorrer é um intervalo menor que 30 dias.
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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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Para ilustrar:
Art. 8º Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conciliar, transigir ou de-
sistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e nas hipóteses previstas 
na lei do respectivo ente da Federação.
Os procuradores das entidades fazendárias (Estados, DF e Municípios), não terão uma pro-
curação para atuar nos autos. Eles, por serem ocupantes do cargo público de Procurador do 
ente público, terão seus poderes definidos e limitados em lei do ente federado.
No mesmo leque de disposições, serão definidos os limites dos procuradores para conci-
liar, transigir ou desistir de pedidos e argumentos nos Juizados da Fazenda.
Exemplos: Valor máximo para conciliações, direitos que podem ou não ser objeto de transa-
ções em audiência, limite máximo para a possibilidade de desistência, hipóteses em que o 
procurador poderá desistir de sua pretensão etc.
Art. 9º A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclareci-
mento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação.
Existe um limite processual para que o ente público réu apresente as provas que tiver em 
sua defesa: até a data da audiência de conciliação, que é a única audiência do processo, uma 
vez que após a tentativa de conciliação haverá a imediata instrução, seguida do julgamento.
Caso o ente deixe de juntar documentos favoráveis à sua defesa até a data da audiência 
conciliatória, haverá preclusão do direito de produzir a prova “esquecida”.
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O intervalo mínimo, estudado anteriormente, que deve ser respeitado entre a data da efe-
tiva citação do ente público e a data da audiência serve também para que o ente fazendário 
prepare sua defesa e suas provas.
Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz 
nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes da audiência.
A ideia da lei é de que exista uma única audiência, na qual haverá a tentativa de conciliação, 
a instrução probatória e o julgamento. Portanto, se a prova pericial for imprescindível para que 
a conciliação tenha bases justas, ou para que o julgamento seja mais bem fundamentado e 
mais próximo da verdade real, será autorizada a realização de exame pericial.
Neste caso, o laudo do perito deverá ser juntado aos autos até 5 dias antes da audiência. 
Caso seja impossível a juntada dentro deste limite, a audiência deverá ser adiada.
Obs.: � Há vários acórdãos de Turmas Recursais, inclusive do STJ, afirmando que o fato de 
haver maior complexidade de instrução probatória (em razão da necessidade de prova 
pericial) não impede o processamento do feito nos Juizados Especiais da Fazenda 
Pública. Por outro lado, há outros afirmando que, se a prova exigida for muito com-
plexa, os Juizados da Fazenda não poderiam contemplar o processamento da ação, 
porque nem sempre é possível, na época da propositura da ação, saber se a instrução 
probatória será simples ou mais complexa.
Obs.: � Há uma questão de concurso (banca VUNESP) adotando o segundo entendimento: 
de que a excessiva complexidade impede a tramitação do feito no microssistema dos 
Juizados Especiais da Fazenda Pública. Ela será apresentada na lista de exercícios. 
Se você enfrentar a referida banca, já saberá de qual é o entendimento por ela adota-
do.
Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.
O reexame necessário, modernamente nomeado pelo CPC de 2015 de “Remessa Neces-
sária”, consiste em enviar ao Tribunal, para reanálise obrigatória, decisões que condenem 
pessoas jurídicas de direito público a pagar determinado valor:
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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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• União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 saláriosmíni-
mos;
• Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fundações pú-
blicas: a partir de 500 salários mínimos;
• Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 salários 
mínimos.
O § 4º do art. 496 do CPC ainda estabelece casos em que, independentemente do valor da 
condenação em desfavor do ente público, a remessa não será necessária. Veja o que dispõe 
tal norma:
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do pró-
prio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
Exemplo:
Mesmo que a União seja condenada em um bilhão de reais (muito mais que 1000 salários míni-
mos), se o entendimento utilizado para a condenação estiver respaldado em orientação vincu-
lante firmada no âmbito administrativo de um órgão da própria União (manifestação, parecer 
ou súmula administrativa, desde que de caráter administrativamente vinculante), não haverá 
necessidade de reexame necessário (redundância proposital) pela instância superior.
Afinal de contas, por que razão o reexame necessário não pode ser aplicado neste micros-
sistema?
É porque, para que a ação se enquadre no microssistema dos Juizados da Fazenda, não 
poderá haver envolvimento de mais de 60 salários mínimos. Os valores de condenação que 
legalmente exigem reexame necessário são muito maiores do que tal limite.
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Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que imponham obriga-
ção de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do juiz à autoridade 
citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.
O sujeito notificado para cumprir obrigação reconhecida em acordo ou sentença será uma 
autoridade pública autorizada a representar os interesses do ente público réu (normalmente, 
um dos Procuradores do ente).
Uma coisa é cobrar o cumprimento de valor em dinheiro, caso em que deverão ser obser-
vados os passos do Precatório e da Requisição de Pequeno Valor, estudados no comentário 
ao art. 13.
A situação é diferente quando a obrigação a ser cumprida pelo ente público for de fazer, 
não fazer ou entregar coisa certa. Nestes casos, o juiz ordenará a expedição de ofício, a ser por 
ele assinado, direcionado à Procuradoria do ente público, para que cumpra a obrigação.
Exemplos: nomeação de servidor preterido em lista de aprovação de concurso público; devo-
lução de veículo apreendido, depois de cumpridos todos os requisitos legais exigidos do pro-
prietário.
Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, 
o pagamento será efetuado:
I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade 
citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3º do art. 100 da Constitui-
ção Federal; ou
II – mediante precatório, caso o montante da condenação exceda o valor definido como obrigação 
de pequeno valor.
§ 1º Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, determinará o sequestro do numerário 
suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada a audiência da Fazenda Pública.
§ 2º As obrigações definidas como de pequeno valor a serem pagas independentemente de preca-
tório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da Federação.
§ 3º Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2º, os valores serão:
I – 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Federal;
II – 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos Municípios.
§ 4º São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra do valor da execução, de modo que 
o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no inciso I do caput e, em parte, mediante 
expedição de precatório, bem como a expedição de precatório complementar ou suplementar do 
valor pago.
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§ 5º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido para pagamento independentemente do 
precatório, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultada à parte exe-
quente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo 
sem o precatório.
A execução contra a fazenda pública não envolve penhora e expropriação de bens, tam-
pouco bloqueio de contas bancárias, porque os bens públicos são impenhoráveis e, de regra, 
inalienáveis. Esta garantia consta do art. 100 do Código Civil, que dispõe:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto 
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
O PULO DO GATO
Quanto aos bens das empresas estatais prestadoras de serviços públicos, há uma peculiari-
dade. Dessas estatais, nem todos os bens são protegidos pela garantia da impenhorabilidade.
Quanto aos bens das empresas estatais, somente serão garantidos pela impenhorabilidade 
os bens vinculados à prestação do serviço público. Eventuais bens das estatais que não te-
nham relação com o serviço público, como terrenos vazios, podem ser penhorados e aliena-
dos, quando a empresa estatal não se submeter ao regime dos Precatórios e RPVs ou quando, 
em hipótese legal, forem sequestrados seus bens para garantia do pagamento do valor requi-
sitado por meio de Precatório ou RPV.
Portanto, em vez de o juiz intimar o ente público para pagamento sob pena de penhora de 
bens, ele ordenará a expedição de Precatório ou de Requisição de Pequeno Valor (RPV), a de-
pender do valor devido na execução contra o ente fazendário.
Lei de cada Estado, lei do DF e lei de cada Município definirá qual é o valor-limite para paga-
mento de execuções mediante Requisição de Pequeno Valor por parte do DF ou do respectivo 
Estado ou Município e suas autarquias, fundações e empresas prestadores de serviço público.
Professor, e se o ente federado não tiver uma lei especificando o limite?
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Neste caso, valerá o valor definido como subsidiariamente aplicável no § 3º do artigo ora 
em comento, que copia os valores dispostos no art. 87 do Ato das Disposições Constitucio-
nais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal:
Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a 
publicação oficial das respectivas leis definidoraspelos entes da Federação, observado o disposto 
no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório 
judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I – quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
II – trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.
ESTADOS e DF MUNICÍPIOS
40 salários mínimos 30 salários mínimos
Exemplo prático:
O Estado de Santa Catarina, por meio de lei estadual, fixou como limite para as Obrigações de 
Pequeno Valor (pagas por meio de RPV) o montante de 10 salários mínimos. Se tal lei não exis-
tisse, ou se ela viesse a ser revogada, seria aplicável o limite de 40 salários mínimos, definido 
no ADCT e no § 3º, inciso I, do artigo ora em comento.
A mesma lógica vale para todos os Municípios.
ATENÇÃO
O valor-limite definido pelas leis estaduais/municipais NÃO PODE ser inferior ao valor do limite 
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (teto do RGPS).
Se o teto dos benefícios do RGPS atingir a marca de R$ 6.500,00, não pode o ente federado 
fixar como valor-limite, por exemplo, “dois salários mínimos”.
É a regra do art. 100, § 4º, da CF: “Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis 
próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades 
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência 
social”.
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A RPV será enviada diretamente pelo juiz do trabalho ao ente público devedor, que deverá 
pagar o valor no prazo de 60 DIAS. Se o ente não cumprir a obrigação neste prazo, o juiz do 
trabalho determinará o sequestro do valor devido.
Nesta situação, o sequestro de valores do ente público pode ser determinado de ofício ou 
a requerimento do autor/exequente.
Professor, e se o valor devido ao exequente for maior que o limite da RPV, será possível 
fracionar os valores para que o exequente receba parte por RPV e a outra parte por meio de 
Precatório?
Não, caro(a) aluno(a). O fracionamento para fins de recebimento de parte como RPV e 
parte como Precatório é proibido pela Constituição Federal (art. 100, § 8º) e pelo § 4º do artigo 
ora em comento.
Neste caso, o que pode ser feito é o exequente RENUNCIAR a parte excedente do limite 
para receber tudo por meio de RPV, o que é muito mais rápido, e você verá o porquê.
Professor, e se houver mais de um exequente na reclamação?
Se houver mais de um autor/exequente, o valor a ser considerado para enquadramento 
da obrigação como de “pequeno valor”, a ser requisitada mediante RPV, será o valor devido A 
CADA AUTOR, INDIVIDUALMENTE.
Já o pagamento dos valores devidos pela Fazenda Pública mediante precatório é demora-
do. O Precatório consiste numa fila de pessoas que devem receber valores, na estrita ordem 
cronológica de entrada dos formulários de precatórios.
Os valores destinados ao pagamento dos precatórios serão incluídos na dotação orça-
mentária do ente público SEM MENCIONAR números de processos ou pessoas específicas 
que devam receber parte dos valores. Vide art. 100, caput, da CF:
Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em vir-
tude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos 
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas 
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Apesar de o pagamento observar a estrita ordem temporal (cronológica) de entrada dos 
precatórios, há sujeitos específicos que, em razão de uma condição pessoal ou da natureza 
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dos valores devidos, receberão o valor dos precatórios numa fila preferencial. Veja a norma 
dos §§ 1º e 2º do art. 100 da CF:
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimen-
tos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por 
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transita-
da em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles 
referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, te-
nham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defici-
ência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, 
até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido 
o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de 
apresentação do precatório.
Para você visualizar, de forma organizada, as regras dos dispositivos acima, apresento a 
seguinte ilustração:
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A sentença condenatória contra a Fazenda Pública, para ser determinante à expedição de 
Precatórios e RPV, deve já ter transitado em julgado (não caber mais qualquer recurso).
Fique atento(a) quanto à regra do § 2º: a pessoa com 60 anos ou mais, com doença grave 
ou a pessoa com deficiência terá preferência, nos créditos alimentícios, na primeira fila MES-
MO QUE o crédito devido seja decorrente de sucessão hereditária.
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Exemplo prático:
Jorge, que foi servidor público municipal, ajuíza ação no Juizado Especial da Fazenda Pública 
postulando diferenças de vencimentos que o Município deixou de pagar ao exonerá-lo, além 
do valor de uma gratificação que Jorge deveria ter recebido durante todo o período trabalha-
do, mas não recebeu. O Município foi condenado a pagar R$ 30.000,00 a Jorge.
Jorge, um mês após o trânsito em julgado da sentença, faleceu. Seu único herdeiro, Fábio, 
é Pessoa com Deficiência, pois tem impedimento de longo prazo de natureza mental.,
Imagine que o valor-limite das RPVs do referido Município equivale, exatamente, a  R$ 
70.000,00.
Fábio, em razão de sua condição, deverá receber na primeira fila preferencial o montante de 
R$ 21.000,00, que equivale ao triplo do valor-limite do RPV daquele Município.
Os outros R$ 9.000,00 deverão ser pagos a Fábio na segunda fila preferencial, pois o valor 
devido pelo Município tem natureza alimentícia (vencimentos e gratificações).
Quanto ao momentode pagamento dos precatórios, devemos observar a regra do art. 100, 
§ 5º, da CF:
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária 
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de pre-
catórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício 
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
Explico com exemplo:
Exemplo prático:
PRECATÓRIO APRESENTADO EM 01/07/2021: pagamento ocorrerá até o dia 31/12/2022 (data 
que equivale à expressão “até o final do exercício seguinte”).
PRECATÓRIO APRESENTADO EM 02/07/2021: pagamento ocorrerá até o dia 31/12/2023.
O pagamento dos precatórios, diferentemente dos RPVs, deve ser cobrado do ente público 
pelo Presidente do Tribunal. É a regra do art. 100, § 6º, da CF:
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§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder 
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pa-
gamento integral e autorizar, a  requerimento do credor e exclusivamente para os casos de pre-
terimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à 
satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
No caso dos Precatórios, o sequestro da quantia devida só poderá ocorrer em duas hipó-
teses:
1) Fila dos precatórios é “furada” (preterição de uma pessoa na lista ordinal)
2) Ente público não inclui o valor devido em sua dotação orçamentária (nem na Lei Orça-
mentária Anual, nem em crédito adicional).
Voltemos, agora, à análise dos dois últimos parágrafos do art. 13:
§ 6º O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte autora, pessoalmente, em qualquer 
agência do banco depositário, independentemente de alvará.
§ 7º O saque por meio de procurador somente poderá ser feito na agência destinatária do depósito, 
mediante procuração específica, com firma reconhecida, da qual constem o valor originalmente 
depositado e sua procedência.
O valor a ser pago pela Fazenda Pública mediante RPV ou precatório ficará depositado 
numa conta judicial. O credor (autor) poderá sacar tal valor somente comprovando sua iden-
tidade, sem necessidade de alvará judicial, como nos casos corriqueiros.
É possível que o advogado do autor saque o valor da conta judicial, desde que porte pro-
curação específica com firma reconhecida, na qual deverá ser mencionado, inclusive, o valor 
exato do depósito a ser sacado, e qual foi o ente depositante.
Art. 14. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados pelos Tribunais de Justiça dos 
Estados e do Distrito Federal.
Parágrafo único. Poderão ser instalados Juizados Especiais Adjuntos, cabendo ao Tribunal desig-
nar a Vara onde funcionará.
Você já sabe de que são os Estados e o Distrito Federal, em seus respectivos TJ, que man-
tém os Juizados da Fazenda.
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Os Juizados Especiais Adjuntos são Juizados Especiais como os outros, mas pelos quais 
respondem os próprios juízes das comarcas onde se situarem. É mais conveniente a instau-
ração de Juizados Adjuntos em comarcas pequenas, para que processos enquadráveis no 
microssistema do Juizado Especial tramitem separadamente dos demais, mas sob a respon-
sabilidade do mesmo juiz.
Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, conciliadores 
e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, observadas as atribuições previstas nos 
arts. 22, 37 e 40 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995.
§ 1º Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferente-
mente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de 2 (dois) anos 
de experiência.
§ 2º Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante todos os Juizados Especiais 
da Fazenda Pública instalados em território nacional, enquanto no desempenho de suas funções.
Os Juizados da Fazenda contam com dois principais servidores: o conciliador e o juiz lei-
go. Neste comentário, trabalharemos os requisitos e condições para atuação nessas funções 
específicas.
• 1) CONCILIADOR: Deve ser selecionado entre qualquer bacharel em Direito da locali-
dade, seja ele advogado ou não, independentemente de ter exercido atividade jurídica. 
É possível que, um dia após a colação de grau de um acadêmico de Direito, ele seja 
nomeado conciliador do Juizado Especial da Fazenda Pública.
• 2) JUIZ LEIGO: Deve ser escolhido de forma mais restrita, entre advogados com mais de 
2 (dois) anos de experiência (efetivo exercício da advocacia)
−	 O advogado selecionado para ser juiz leigo poderá continuar advogando perante 
qualquer órgão do Poder Judiciário, menos nos Juizados da Fazenda de qualquer 
lugar do Brasil.
Obs.: � Atente-se para o detalhe de que o impedimento de exercer a advocacia é restrito a 
Juizados da Fazenda, mas se estende aos Juizados da Fazenda de todo o Brasil, inde-
pendentemente do Estado em que atue.
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Art. 16. Cabe ao conciliador, sob a supervisão do juiz, conduzir a audiência de conciliação.
§ 1º Poderá o conciliador, para fins de encaminhamento da composição amigável, ouvir as partes e 
testemunhas sobre os contornos fáticos da controvérsia.
§ 2º Não obtida a conciliação, caberá ao juiz presidir a instrução do processo, podendo dispensar 
novos depoimentos, se entender suficientes para o julgamento da causa os esclarecimentos já 
constantes dos autos, e não houver impugnação das partes.
Obs.: � A audiência neste microssistema é planejada para ser única, embora na prática alguns 
Juizados prefiram fracioná-la em duas. Trabalharemos com a sistemática da lei (uma 
só audiência).
A abertura da audiência deve ser feita pelo conciliador, que apresentará as bases da conci-
liação e suas vantagens, com fundamento nos riscos e provas do processo.
De forma geral, o momento da conciliação é informal. As partes podem manifestar tudo o 
que entenderem conveniente acerca dos fatos do conflito (§ 1º).
Todos esses esclarecimentos serão acompanhados e ouvidos, também, pelo juiz leigo. Se 
ele entender que não há mais qualquer esclarecimento a ser prestado para o julgamento da 
causa, ele dispensará novos depoimentos e proferirá julgamento. Caso contrário, ele ouvirá os 
depoimentos necessários para a correta solução da controvérsia.
Se as partes impugnarem a conclusão do juiz leigo sobre a suficiência das provas, elas 
poderão protestar pela oitiva das partes, ou pela produção de outras provas, se não tiverem 
sido alcançadas pela preclusão. Em caso de novo indeferimento, elas poderão renovar seus 
protestos em recurso.
Obs.: � Na prática, também é comumque o conciliador e o juiz leigo do Juizado sejam a 
mesma pessoa.
Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são compostas por juízes em 
exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da legislação dos Estados e do Distrito Federal, 
com mandato de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados 
Especiais.
§ 1º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de antiguidade e me-
recimento.
§ 2º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro juiz na sede da Turma Recur-
sal.
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A Turma Recursal é a instância que analisa os recursos interpostos contra as sentenças 
proferidas pelos juízes leigos. Em alguns casos especialíssimos, a Turma Recursal atua como 
instância originária, como no caso de mandado de segurança contra ato irrecorrível praticado 
por juiz leigo, como já estudado anteriormente.
Perceba que a lei não estabelece o número de membros da Turma Recursal. Tal número 
deve ser definido por cada Tribunal.
Exemplo: O TJDFT definiu o número de juízes mais seguido pelos tribunais do Brasil: três.
Imagine que sejam três juízes que componham a Turma Recursal. Estes juízes devem ser 
selecionados dentre os juízes estaduais de primeira instância (juízes togados, concursados), 
para atuarem como se fossem “desembargadores”, grosso modo. Estes juízes apreciarão, de 
forma colegiada, os recursos interpostos contra as decisões dos juízes leigos.
O PULO DO GATO
Esses juízes da Turma Recursal serão escolhidos, de forma preferencial, dentre aqueles que 
já atuem nas Turmas Recursais de outros Juizados Especiais, como o Cível. A escolha dos já 
atuantes, no entanto, reitero, não é obrigatória, mas meramente preferencial.
Tais juízes não são fixos. Eles têm mandato de dois anos improrrogáveis. Ademais, eles 
não podem ser reconduzidos (reeleitos), a não ser que seja impossível a seleção de outro juiz.
Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver divergência entre 
decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de direito material.
§ 1º O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo Estado será julgado em reunião 
conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de 
Justiça.
§ 2º No caso do § 1º, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas poderá ser feita por meio 
eletrônico.
§ 3º Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal interpretações divergentes, ou 
quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça, 
o pedido será por este julgado.
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O art.  18 cria o incidente de uniformização de jurisprudência próprio dos Juizados da 
Fazenda Pública, que pode ser provocado pelos sujeitos interessados. Existem dois tipos de 
incidentes desta finalidade:
• 1) Incidente de uniformização limitado ao próprio Tribunal de Justiça: quando a diver-
gência existir entre Turmas Recursais do mesmo Estado.
−	 Pode envolver lei estadual ou lei federal;
−	 O julgamento do incidente ocorre com a reunião dos membros das Turmas diver-
gentes, acompanhados de um Desembargador do TJ, selecionado pelo próprio TJ, 
que presidirá a sessão de julgamento do incidente. Dessa forma, caso as Turmas 
empatem a deliberação, o Desembargador prolatará o voto de desempate, para que 
uma das interpretações seja “vencedora”.
−	 Os juízes situados em localidades diversas poderão participar da sessão mediante 
videoconferência.
• 2) Incidente de uniformização nacional: quando a divergência ocorrer entre Turmas 
Recursais de Estados diferentes.
−	 Deve envolver pelo menos uma de duas coisas:
o Divergência interpretativa sobre lei federal; ou
o Contrariedade a Súmula do STJ.
−	 Será julgado pelo STJ, por meio de uma Turma especificamente encarregada da 
uniformização da jurisprudência dos Juizados Especiais.
ATENÇÃO
No âmbito dos Juizados Especiais, inclusive da Fazenda Pública, os incidentes de uniformi-
zação somente podem referir-se às divergências sobre direito material, e não sobre direito 
processual.
Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de Uniformização de que trata o § 1º do art. 18 
contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá provocar a manifesta-
ção deste, que dirimirá a divergência.
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Juizados Especiais da Fazenda Pública
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§ 1º Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões idênticas e recebidos subsequen-
temente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão retidos nos autos, aguardando pronuncia-
mento do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2º Nos casos do caput deste artigo e do § 3º do art. 18, presente a plausibilidade do direito in-
vocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício 
ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos 
quais a controvérsia esteja estabelecida.
É possível que, no âmbito dos Tribunais de Justiça, os incidentes de uniformização sejam 
julgados de forma a contrariar Súmula do STJ. Nesta situação, a parte interessada poderá pe-
ticionar ao STJ para que aprecie a divergência.
Neste caso, se o STJ acolher a petição do interessado, as Turmas Recursais deverão reter 
nos autos (obstar prosseguimento) eventuais pedidos de uniformização de divergência entre 
Turmas Recursais do Estado.
É possível, ainda, que seja tomada uma providência de maior repercussão: suspensão de 
todos os processos, no Brasil, que envolvam a mesma questão controvertida. Para que a sus-
pensão nacional seja levada a efeito, deve haver preenchimento de dois requisitos:
• 1) Plausibilidade do direito invocado;
• 2) Fundado receio de dano de difícil reparação caso não haja suspensão.
O PULO DO GATO
Cuidado para não confundir estas duas regras:
1) A retenção dos incidentes de uniformização nos autos poderá ser implementada pelas Tur-
mas Recursais mesmo que não haja plausibilidade ou perigo de dano.
2) A suspensão de todos os processos, no Brasil, que envolvam a mesma questão é que de-
penderá da plausibilidade e do perigo de dano.
A medida de suspensão dos processos poderá ser tomada de ofício ou a requerimento.
Já a retenção dos incidentes nos autos deverá ser realizada de ofício.
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Obs.: � Todo incidente de uniformização deve se ater ao direito

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