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Eletrocardiograma (ECG)

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Um Eletrocardiograma é simplesmente 
um gráfico construído por um voltímetro 
preparado para registrar a voltagem em 
função do tempo 
↪O eletrocardiograma (ECG) é a ferramenta clínica 
mais frequentemente utilizada para o diagnóstico de 
disfunções elétricas do coração; 
↪Em sua aplicação mais comum, dois ou mais 
eletrodos de metal são aplicados à superfície da pele e 
as voltagens registradas pelos eletrodos são mostradas 
em uma tela de vídeo ou impressas em uma tira de 
papel; 
↪Um entendimento intuitivo do eletrocardiograma 
começa com o conceito de um dipolo elétrico em um 
meio condutor; 
↪Um dipolo é um par de cargas elétricas (uma carga 
positiva e uma carga negativa) separadas por uma 
determinada distância; 
↪Se tal dipolo for colocado em um meio condutor 
(uma tigela contendo solução de cloreto de sódio em 
água), correntes iônicas irão fluir através da solução; 
 
 
 
↪Íons positivos (Na+) na solução fluem em direção à 
extremidade negativa do dipolo, e íons negativos (Cl−) 
fluem em direção à extremidade positiva; 
↪O fluxo de íons cria diferenças de voltagem dentro 
da solução salina; 
↪Essas diferenças de voltagem podem ser detectadas 
posicionando-se os eletrodos de um simples voltímetro 
no perímetro da solução salina; 
Condição 1: todas as células na tira de músculo cardíaco 
estão em um potencial de membrana em repouso; 
cada célula está carregada negativamente em seu 
interior e positivamente em seu exterior. Como as 
células cardíacas estão eletricamente interligadas por 
junções em fenda, à tira de músculo cardíaco tem um 
comportamento elétrico como se fosse uma única 
grande célula (um sincício funcional). Externamente, a 
tira de células “parece” uma grande célula que é 
simetricamente carregada positivamente ao redor de 
seu perímetro. Portanto, não existe dipolo. Não haverá 
diferença de voltagem entre o ponto A e o ponto B 
(isto é, VA-B será zero). Também não haverá diferença 
de voltagem entre o ponto C e o ponto D (isto é, VC-D 
também será zero). 
Eletrocardiograma 
Condição 2: uma célula marca-passo na extremidade 
esquerda da tira muscular despolarizou-se até o nível 
limiar e formou um potencial de ação. O potencial de 
ação é propagado de célula para célula, através da tira 
muscular, da esquerda para a direita. Em outras palavras, 
as células na extremidade esquerda da tira estão 
despolarizadas e estão no platô do potencial de ação, 
enquanto as células na extremidade direita da tira ainda 
estão em um potencial de membrana em repouso. 
Nesta condição, o exterior de cada célula despolarizada 
é carregado negativamente, enquanto o exterior de 
cada célula em repouso ainda é carregado 
positivamente. A tira de músculo criou um dipolo 
elétrico, positivo na extremidade direita e negativo na 
extremidade esquerda. Portanto, uma voltagem positiva 
existirá no ponto A, em comparação com o ponto B. 
Observe, contudo, que a voltagem no ponto C, em 
comparação com o ponto D, ainda será zero, pois 
nenhum destes pontos está próximo à extremidade 
positiva do dipolo. 
Condição 3: a tira muscular inteira está despolarizada; 
isto significa que todas as células estão no platô do 
potencial de ação, com uma carga negativa uniforme 
no exterior de cada célula. Portanto, não existem 
diferenças de voltagens ao redor do perímetro da tira 
muscular. Não existe dipolo, então as voltagens 
registradas (A-B e C-D) são iguais à zero. 
Condição 4: a tira muscular está se repolarizando; as 
células na extremidade esquerda retornaram ao estado 
de repouso, enquanto as células na extremidade direita 
ainda estão no platô do potencial de ação. Nesta 
condição, o exterior da tira muscular é carregado 
negativamente em sua extremidade direita e 
positivamente em sua extremidade esquerda. Existe um 
dipolo com a voltagem no ponto A sendo negativa em 
comparação com o ponto B. Isto é, VA−B é negativa. O 
dipolo não cria uma diferença de voltagem entre C e D, 
então VC−D ainda é igual à zero. 
Condição 5: todas as células na tira muscular 
retornaram ao estado de repouso (igual à condição 1). 
Mais uma vez, VA−B é zero e VC−D é zero. 
↪Observe-se que, se a despolarização (na condição 2) 
estivesse se propagando da direita para a esquerda na 
tira muscular (ao invés de da esquerda para a direita), a 
voltagem no ponto A, comparada ao ponto B (VA-B), 
seria negativa durante a despolarização; 
↪Da mesma forma, se a repolarização (na condição 4) 
estivesse se propagando da direita para a esquerda na 
tira muscular, VA-B seria positiva durante a repolarização. 
Sinal (polaridade) das voltagens geradas no ponto A 
comparado com o ponto B (VA-B) 
 Despolarização Repolarização 
Aproximando-se 
de A 
+ - 
Afastando-se de 
A 
- + 
 
↪A representação começa no momento entre as 
contrações cardíacas, quando todas as células do 
coração estão em um potencial de membrana em 
repouso; 
↪Todas as células cardíacas estão carregadas 
negativamente no interior de suas membranas e 
positivamente no exterior; 
↪Portanto, ao redor do coração inteiro, visto como 
uma única grande célula, a carga será positiva, e não 
haverá diferenças de voltagens entre qualquer eletrodo; 
↪Quando as células do nó sinoatrial (SA) despolarizam-
se até o nível limiar, iniciam um potencial de ação que 
se propaga de célula para célula para fora do nó SA; 
↪O potencial de ação se propaga simultaneamente 
para baixo no átrio direito, e também para a esquerda 
(através do átrio direito e para dentro do átrio 
esquerdo); 
↪As células do átrio direito, próximas ao nó SA, estão 
no platô do potencial de ação (isto é, negativamente 
carregadas em seu exterior), enquanto as células do 
átrio esquerdo e as células da parte inferior do átrio 
direito ainda estão em repouso (isto é, positivamente 
carregadas em seu exterior); 
↪Portanto, o átrio em despolarização gera um dipolo 
elétrico, com sua extremidade positiva angulada para 
baixo e em direção ao átrio esquerdo; 
↪Este dipolo da despolarização atrial cria uma 
voltagem, que é positiva no ponto A, em comparação 
ao ponto B. De modo similar, uma voltagem é gerada 
no ponto C, que é positiva em comparação ao ponto B. 
A despolarização atrial também cria uma voltagem 
positiva no ponto C, em relação ao ponto A; 
↪Depois de o átrio estar completamente despolarizado 
(com todas as células atriais no platô do potencial de 
ação), as diferenças de voltagens entre todos os pontos 
retornam a zero. 
A despolarização Atrial, a despolarização 
Ventricular e a repolarização Ventricular 
geram deflexões de voltagem características no 
Eletrocardiograma 
↪Os líquidos extracelulares do corpo contêm NaCl (e 
outros sais) em solução. Desta maneira, o corpo pode 
ser imaginado como um substituto para a tigela com 
solução salina; 
↪Enquanto a despolarização atrial está em progresso 
no início de um batimento cardíaco, haverá uma 
voltagem positiva no membro torácico esquerdo, em 
comparação ao membro torácico direito; 
↪Sendo o membro torácico esquerdo equivalente ao 
ponto A, e o membro torácico direito equivalente ao 
ponto B; 
↪No traçado do ECG, a deflexão durante a 
despolarização atrial é chamada de onda P. Ao final da 
despolarização atrial (isto é, ao final da onda P), a 
voltagem do ECG retorna a zero; 
↪Neste momento, durante um ciclo cardíaco normal, o 
potencial de ação é propagado lentamente, de célula 
para célula, através do nó atrioventricular (AV) e da 
primeira porção do feixe AV; 
↪Contudo, estes tecidos são tão pequenos que, 
geralmente, suas despolarizações não criam uma 
diferença de voltagem detectável na superfície 
corpórea; 
↪As próximas diferenças de voltagens detectáveis na 
superfície corpórea são aquelas associadas à 
despolarização dos ventrículos; 
↪A primeira parte da despolarização ventricular 
normalmente envolve uma despolarização que se 
alastra da esquerda para a direita (isto é, da esquerdado cão para a direita do cão) através do septo 
interventricular; 
↪Esta primeira fase da despolarização, usualmente, 
causa uma pequena diferença de voltagem (onda Q) 
entre o membro torácico esquerdo e o membro 
torácico direito, sendo o membro torácico esquerdo 
ligeiramente negativo em relação ao direito; 
↪O próximo evento na despolarização ventricular 
geralmente causa uma voltagem grande e positiva 
(onda R) no membro torácico esquerdo, comparado 
com o direito; 
↪Para entender como esta onda R é grande e positiva, 
lembre-se de que durante a despolarização ventricular 
os ramos de feixes, esquerdo e direito, conduzem o 
potencial de ação em propagação até o ápice 
ventricular; 
↪De lá, as fibras de Purkinje transportam o potencial 
de ação rapidamente para as paredes superiores de 
ambos os ventrículos; 
↪Dali, a despolarização se propaga de célula para 
célula, para o exterior através das paredes de ambos os 
ventrículos; 
↪Este potencial de ação de propagação para o 
exterior cria dipolos em cada região da parede 
ventricular; 
↪Portanto, cada pequena seta pode ser considerada 
um dipolo, com a extremidade positiva apontando em 
direção ao lado externo da parede do ventrículo 
(porque as superfícies internas de cada ventrículo 
despolarizam-se antes da superfície externa); 
↪O efeito elétrico resultante das despolarizações que 
se alastram para fora, através das paredes de ambos os 
ventrículos, é um grande dipolo elétrico apontado 
diagonalmente para baixo (caudal) e em direção ao lado 
esquerdo do cão; 
↪Este dipolo resultante é representado pela seta maior. 
O dipolo resultante aponta na direção esquerda por 
duas razões Primeira, o eixo cardíaco é inclinado em 
direção à esquerda (isto é, a orientação normal do 
coração é com o ápice ventricular angulado em 
direção à parede esquerda do tórax); 
↪Segunda, o ventrículo esquerdo tem uma massa 
muito maior do que o ventrículo direito, de forma que 
os dipolos gerados pela despolarização que se propaga 
para fora, pela enorme parede do ventrículo esquerdo, 
predominam, eletricamente, sobre os dipolos originados 
pela despolarização que se propaga para fora na 
parede mais delgada do ventrículo direito; 
↪O resultado final é uma voltagem grande e positiva 
(onda R) no membro torácico esquerdo, comparado 
com o direito; 
↪A onda R é a característica predominante de um 
ECG normal. Anormalidades na magnitude ou na 
polaridade da onda R têm grande importância para o 
diagnóstico; 
↪À medida que a despolarização encerra sua 
propagação para fora, através das paredes de ambos 
os ventrículos, a voltagem no membro torácico 
esquerdo, comparado ao direito, retorna a zero, e 
então geralmente se torna ligeiramente negativa por 
poucos milissegundos; 
↪A base física para esta onda S pequena e negativa é 
pouco clara. Depois da onda S, a voltagem no membro 
torácico esquerdo, comparado ao direito, retorna a 
zero e assim permanece por um tempo, pois todas as 
células ao longo de ambos os ventrículos estão 
uniformemente no platô do potencial de ação; não 
existe dipolo; 
 
↪No conjunto, o processo de despolarização 
ventricular produz um padrão de voltagens no ECG 
denominado onda QRS (ou complexo QRS); 
↪O aspecto importante que deve ser compreendido 
sobre o complexo QRS é por que seu componente 
predominante, a onda R, é normalmente grande e 
positiva; 
↪A repolarização do músculo ventricular causa uma 
deflexão de voltagem no ECG, denominada onda T; 
↪Enquanto a onda de despolarização propaga-se para 
fora através das paredes de ambos os ventrículos, o 
padrão de repolarização não é tão previsível; 
↪A repolarização é propagada para dentro através das 
paredes de ambos os ventrículos; ou seja, a superfície 
externa dos ventrículos foi o último tecido ventricular a 
despolarizar-se, mas o primeiro a se repolarizar. A 
repolarização para dentro cria dipolos; 
↪Com suas extremidades negativas apontadas em 
direção à superfície interna de ambos os ventrículos. O 
dipolo resultante dessa repolarização tem sua 
extremidade negativa apontada para cima (cranial) e em 
direção ao lado direito do cão; 
↪Este dipolo resultante cria uma voltagem positiva no 
membro torácico esquerdo, em comparação ao 
membro torácico direito (onda T); 
↪Aponta na direção à direita do cão, simplesmente 
porque a parede ventricular esquerda é muito mais 
massiva que a parede ventricular direita. Ou seja, a 
repolarização originária do exterior para o interior nas 
paredes massivas do ventrículo esquerdo criam 
voltagens maiores (dipolos mais fortes) do que a 
repolarização originária do exterior para o interior nas 
paredes mais finas do ventrículo direito; 
↪Em muitos cães normais a repolarização ventricular 
continua na mesma direção da despolarização (de 
dentro dos ventrículos para fora); 
↪Este padrão de repolarização gera uma voltagem 
negativa no membro torácico esquerdo, em 
comparação ao membro torácico direito; ou seja, a 
onda T é negativa. Sendo positiva ou negativa, as ondas 
T são causadas pela repolarização dos ventrículos; 
↪Resumindo, a onda P é causada pela despolarização 
atrial, o complexo QRS, pela despolarização ventricular, 
e a onda T, pela repolarização ventricular; 
↪O padrão da repolarização ventricular varia de cão 
para cão; a onda T pode ser positiva ou negativa. A 
repolarização atrial não causa uma onda identificável no 
ECG normal porque a repolarização atrial não segue 
um padrão ou direção suficientemente ordenado para 
gerar um dipolo elétrico resultante significativo. 
O Eletrocardiograma registra o 
momento dos eventos elétricos no 
coração 
↪Como as ondas predominantes, em um ECG, 
correspondem a eventos elétricos específicos do 
coração, o tempo entre estas ondas pode ser 
mensurado para determinar o momento dos eventos 
no coração; 
↪O intervalo PR corresponde ao tempo entre o início 
da despolarização atrial (início da onda P) e o início da 
despolarização ventricular (início do complexo QRS); 
↪Este intervalo, geralmente, é de cerca de 0,13 
segundo num cão grande em repouso. Durante este 
período, o potencial de ação cardíaco é conduzido 
lentamente através do nó AV; 
↪A duração do complexo QRS corresponde ao tempo 
que os ventrículos levam para despolarizarem-se, uma 
vez que o potencial de ação cardíaco emerge do nó 
AV e do feixe AV; 
↪Geralmente, dura menos do que 0,1 segundo. O 
intervalo QT (do início da onda Q ao final da onda T) 
corresponde ao tempo decorrido do início da 
despolarização ventricular até o fim da repolarização 
ventricular; 
↪Este intervalo tem a duração aproximada de um 
potencial de ação no tecido ventricular. Em geral, o 
intervalo QT é de cerca de 0,2 segundo; 
↪O tempo entre ondas P sucessivas (intervalo PP) 
corresponde ao tempo entre as despolarizações atriais 
(e, portanto, entre as contrações atriais); 
↪O intervalo PP pode ser utilizado para calcular o 
número de contrações atriais por minuto (a frequência 
atrial); 
↪Da mesma forma, o tempo entre ondas R sucessivas 
(intervalo RR) corresponde ao tempo entre as 
despolarizações ventriculares (e, portanto, entre as 
contrações ventriculares); 
↪Assim, o intervalo RR pode ser utilizado para calcular a 
frequência ventricular. Evidentemente, em um coração 
normal, a frequência atrial é igual à frequência 
ventricular. 
Seis derivações Eletrocardiográficas 
padronizadas são utilizadas em 
Medicina Veterinária 
 
↪Para obter esses registros, os eletrodos foram 
posicionados no membro torácico esquerdo, no 
membro torácico direito e no membro pélvico 
esquerdo; 
↪Os eletrodos nestes membros, usualmente, são 
imaginados como se formassem um triângulo ao redor 
do coração (como os eletrodos nos pontos A, B e C 
formam um triângulo ao redor do coração); 
↪Os vários traçados de ECG foram obtidos pela 
interligação destes eletrodos em combinações 
padronizadas, recomendadas porWillem Einthoven, 
inventor do ECG; 
↪A voltagem no membro torácico esquerdo 
comparada à do membro torácico direito é chamada 
de derivação I; 
↪De acordo com a convenção de Einthoven, as 
conexões para as três derivações-padrão dos membros 
são representadas na forma de um triângulo (triângulo 
de Einthoven); 
↪O triângulo indica que, para realizar a derivação I do 
ECG, a voltagem é registrada no membro torácico 
esquerdo (intitulado o eletrodo +), comparado ao 
membro torácico direito (denominado o eletrodo –); 
↪De forma semelhante, o diagrama indica que a 
derivação II é a voltagem medida no membro pélvico 
esquerdo, comparado com o membro torácico direito, 
e que a derivação III é definida como a voltagem no 
membro pélvico esquerdo, comparado ao membro 
torácico esquerdo; 
↪É importante lembrar que os sinais + e – no 
triângulo de Einthoven são, simplesmente, anotações 
sobre como posicionar os eletrodos; 
↪Indicam, por exemplo, que a derivação I é obtida pela 
determinação da voltagem no membro torácico 
esquerdo, comparado ao membro torácico direito (não 
vice-versa); 
↪Os sinais + e – no triângulo não correspondem 
necessariamente à orientação dos dipolos criados no 
coração; 
↪Os principais eventos do ECG (ondas P, R e T) 
normalmente são evidentes, não importa se alguém 
está olhando os traçados nas derivações I, II ou III; 
↪Essas derivações-padrão dos membros fornecem, 
simplesmente, diferentes ângulos para observar os 
dipolos elétricos criados pelo músculo cardíaco, 
conforme este despolariza-se e repolariza-se; 
↪Três vistas elétricas diferentes são fornecidas pelas 
derivações unipolares aumentadas dos membros (aVR, 
aVL e aVF ); 
↪A derivação aVR mede a voltagem do eletrodo no 
membro torácico direito, comparada à voltagem média 
dos eletrodos nos outros dois membros; 
↪De maneira semelhante, aVL e aVF medem as 
voltagens do membro torácico esquerdo e do membro 
pélvico esquerdo, comparadas à voltagem média dos 
outros dois eletrodos; 
↪As derivações I, II e III são utilizadas rotineiramente na 
eletrocardiografia veterinária. Os registros das 
derivações unipolares aumentadas dos membros (aVR, 
aVL e aVF ) também são frequentemente incluídos; 
↪Algumas vezes, derivações adicionais especiais são 
registradas posicionando-se os eletrodos do ECG em 
locais padronizados do tórax; 
↪Estas derivações precordiais (torácicas) são usadas 
com mais frequência em medicina humana do que em 
medicina veterinária. São úteis na avaliação de 
disfunções elétricas cardíacas bastante específicas; 
↪A calibração vertical padronizada em um ECG é de 1 
milivolt (mV) igual a duas divisões principais. São 
utilizadas duas velocidades-padrão para o gráfico: 25 
milímetros por segundo (mm/s), em que cinco divisões 
principais no eixo horizontal (tempo) representam 1 
segundo, ou 50 mm/s, onde dez divisões principais no 
eixo horizontal equivalem a 1 segundo; 
↪A utilização de uma velocidade maior do gráfico (50 
mm/s) ajuda a espalhar os eventos do ECG em um 
animal com uma alta frequência cardíaca (p. ex., um 
gato); 
↪A velocidade do papel é uma convenção derivada de 
máquinas de ECG analógicas antigas que funcionavam 
em modo de leitura; 
↪Embora atualmente o ECG seja geralmente 
capturado e armazenado digitalmente, a convenção da 
velocidade do papel ainda é usada para configurar a 
resolução do mostrador digital; 
↪Além disso, muitas destas unidades digitais podem 
produzir uma impressão permanente dos dados em 
papel muito semelhante à antiga impressão. 
 
Voltagens anormais no 
eletrocardiograma são indicativas de 
anormalidades elétricas ou na 
estrutura cardíaca 
↪A substancial hipertrofia ventricular direita é uma 
consequência comum de defeitos cardíacos que 
aumentam a pressão que deve ser gerada no interior 
do ventrículo direito durante suas contrações. Exemplos 
incluem estenose pulmonar, ducto arterioso patente e 
defeito do septo ventricular; 
↪Como foi mencionado, o complexo QRS é causado 
pela despolarização ventricular, e sua característica 
predominante é uma onda R positiva e ampla; 
↪A onda R geralmente é positiva quando registrada na 
derivação I, pois o eixo cardíaco normalmente é 
angulado para o lado esquerdo do tórax e por que a 
parede ventricular esquerda é muito maior do que a 
parede ventricular direita; 
↪Ambas as características têm o efeito de tornar a 
direção predominante da despolarização ventricular da 
direita para a esquerda; 
↪Portanto, a reversão desta polaridade sugere que o 
eixo cardíaco foi desviado para a direita, que a massa 
do ventrículo direito aumentou dramaticamente, ou 
ambos; 
↪As voltagens anormalmente altas do complexo QRS 
registradas nas derivações II e III são indicativas de 
hipertrofia ventricular; 
↪Os componentes negativos marcantes nos 
complexos QRS registrados nas derivações II e III 
sugerem que, durante parte da despolarização 
ventricular, a direção predominante da despolarização 
está em oposição ao membro pélvico esquerdo; 
↪Isto é condizente com um eixo cardíaco desviado 
para a direita e com um enorme ventrículo direito; 
↪Em alguns casos, as voltagens do ECG são 
anormalmente baixas. Uma causa comum de ondas de 
ECG com baixa voltagem é o acúmulo de líquido no 
pericárdio; 
↪Esta condição é chamada tamponamento cardíaco. 
Neste sentido, o líquido pericárdico cria um circuito 
curto para as correntes iônicas que deveriam, 
normalmente, propagar-se para fora em direção à 
superfície corpórea. Portanto, voltagens menores do 
que o normal são criadas na superfície corpórea; 
↪Um desvio do segmento ST para cima ou para baixo, 
comparado ao restante do ECG, frequentemente é 
indicativo de uma área isquêmica ou com infarto, no 
músculo ventricular; 
↪Geralmente, as células do músculo ventricular 
isquêmico ou infartado não podem manter um potencial 
de membrana em repouso normal, negativo; essas 
células estão sempre mais ou menos despolarizadas; 
↪Portanto, no intervalo das contrações ventriculares, 
quando as células ventriculares normais estão em um 
potencial de membrana em repouso normal, existe 
uma diferença de voltagem entre as células 
ventriculares normais e isquêmicas (ou com infarto); 
↪Esta diferença de voltagem origina um dipolo elétrico 
entre o músculo ventricular normal, em repouso, e o 
músculo ventricular isquêmico (ou com infarto); 
 
 
↪O dipolo cria uma voltagem negativa na derivação II 
durante o repouso ventricular (isto é, durante o 
segmento TP); 
↪Quando um potencial de ação entra neste ventrículo, 
o tecido ventricular normal torna-se despolarizado, 
sendo observado um complexo QRS; 
↪A área isquêmica não pode formar potenciais de 
ação; ela simplesmente permanece despolarizada. 
Como resultado, durante o segmento ST, o ventrículo 
inteiro, normal e isquêmico, está despolarizado; 
↪Durante o segmento ST, não há diferença de 
voltagem (não há dipolo) entre a área lesada e a área 
normal. Sem nenhum dipolo presente, a voltagem do 
ECG durante o segmento ST fica próxima ao nível 
zero verdadeiro; 
↪Todavia, o segmento ST está elevado em relação à 
voltagem mais negativa encontrada durante o 
segmento TP (repouso ventricular); 
↪Então, a elevação do segmento ST (o que é, na 
verdade, uma “depressão do segmento TP”) é indicativa 
de uma área isquêmica ou infartado na parte inferior 
(caudal) do ventrículo; 
↪A isquemia ou o infarto na área ventricular anterior 
(cranial) deverá causar depressão do segmento ST; 
↪Estabelecer um diagnóstico baseando-se unicamente 
no ECG anormal é um risco. Teoricamente, se as 
propriedades elétricas e estruturais de um coração em 
particular são conhecidas em detalhes, à aparência do 
ECG pode ser prevista com certeza; 
↪Contudo, a situação oposta não é estritamente 
verdadeira. Diversos defeitos cardíacos diferentes 
podem resultar em anormalidades semelhantes de 
voltagem; 
↪Então, uma anormalidadede voltagem em um ECG 
não pode ser atribuída, com certeza, a um defeito 
cardíaco em particular; 
↪Todavia, em conjunto com outros dados clínicos (p. 
ex., radiografias torácicas), as anormalidades no ECG 
com frequência são fortemente indicativas de 
anormalidades específicas, elétricas ou estruturais, no 
coração. 
Disfunções elétricas no coração 
resultam em padrões anormais das 
ondas Eletrocardiográficas 
↪É um ECG de um cão com contrações ventriculares 
prematuras; 
↪Esta tira em derivação I começa com cinco 
batimentos normais (cada complexo QRS é precedido 
por uma onda P e seguido por uma onda T); 
↪As ondas P são uniformemente espaçadas, com um 
intervalo PP de 0,5 segundo (então a frequência 
cardíaca é de 120 batimentos/min); 
↪Após cinco batimentos normais, ocorre um complexo 
de ampla voltagem e com morfologia anormal, sem 
uma onda P precedente. Isto é indicativo de uma 
despolarização ventricular prematura (a despolarização 
atrial não poderia produzir flexões com voltagem tão 
ampla); 
↪A voltagem predominante no complexo anormal é 
positiva na derivação I, indicando que a despolarização 
ventricular prematura propaga-se nos ventrículos, 
predominantemente, do ventrículo direito para o 
esquerdo; 
↪A morfologia anormal e a longa duração do 
complexo indicam que a despolarização prematura não 
se propagou através do ventrículo por meio dos ramos 
de feixes e das fibras de Purkinje, os quais conduzem 
rapidamente; 
↪Em outras palavras, o local ectópico que originou a 
despolarização prematura não estava dentro do feixe 
AV ou dos ramos de feixes; 
↪Em vez disso, a despolarização ventricular deve ter 
se propagado através de vias condutoras mais lentas. A 
onda T anormalmente ampla, associada ao batimento 
prematuro, enfatiza ainda mais o padrão anormal de 
propagação do potencial de ação prematuro através 
dos ventrículos; 
↪Se a despolarização prematura tivesse origem em 
um marca-passo ectópico dentro do feixe AV ou dos 
ramos de feixes, o padrão da despolarização ventricular 
e o padrão da repolarização ventricular seriam normais; 
ou seja, o complexo QRS e a onda T do batimento 
prematuro seriam parecidos com as ondas QRS e T 
normais; 
↪A sequência QRST simplesmente aconteceria antes 
do esperado e não seria precedida por uma onda P. 
Algumas vezes, contrações prematuras são iniciadas 
por marca-passos ectópicos nos átrios (contrações 
atriais prematuras, CAPs); 
↪Se uma despolarização atrial inicial for conduzida aos 
ventrículos (isto é, se o nó AV ainda não estiver 
refratário como resultado da despolarização atrial 
anterior), a despolarização e repolarização ventricular 
resultantes seguiriam as rotas ventriculares normais; 
↪Portanto, o ECG mostraria uma onda P antes do 
esperado, seguida por uma sequência QRS-T de 
tamanho e formato normais; 
 
Imagem A: as ondas R estão uniformemente espaçadas 
e indicam uma frequência ventricular de 235 
batimentos/min. Isto é para um cão em repouso. 
Entretanto, o padrão das ondas do ECG parece ser 
normal; cada complexo QRS é precedido por uma onda 
P clara, positiva, e seguido por uma onda T positiva 
(que se sobrepõe à próxima onda P). O diagnóstico 
mais adequado é taquicardia sinusal (frequência cardíaca 
alta, iniciada pelos marca-passos do nó SA) 
Imagem B: mostra o extremo oposto. O padrão de 
ondas ECG é normal, mas a frequência cardíaca é de 
apenas 55 batimentos/min. O diagnóstico é bradicardia 
sinusal (o nó SA é o marcapasso, mas sua frequência é 
anormalmente baixa). 
↪O ECG fornece uma maneira fácil de diagnosticar o 
bloqueio do nó AV; 
Imagem A: parece normal, exceto pelo fato de haver 
um intervalo PR anormalmente longo, o qual é indicativo 
de condução anormalmente lenta do potencial de ação 
através do nó AV e do feixe AV, o chamado bloqueio 
do nó AV de primeiro grau. 
Imagem B: o espaçamento na onda P indica uma taxa 
atrial de 123 batimentos/min. Quatro das ondas P são 
seguidas por complexos QRS altos (porém fracamente 
visíveis) e ondas T grandes e negativas, mas as outras 
sete ondas P não são seguidas por sequências QRS-T. 
Aparentemente, algumas despolarizações atriais, mas 
não todas, são conduzidas através do nó AV, o que 
indica uma condição de bloqueio AV de segundo grau. 
A condição não oferece risco à vida, a menos que haja 
tantos batimentos ventriculares ausentes que o débito 
cardíaco caia para níveis perigosamente baixo. 
Imagem C: mostra um bloqueio do nó AV de terceiro 
grau (completo) (e, por acaso, uma depressão do 
segmento ST). Dois complexos QRS amplos são 
levemente visíveis, seguidos por ondas T negativas. O 
intervalo RR é cerca de 2,9 segundos, indicando que a 
frequência ventricular é de apenas 21 batimentos/min. 
Os complexos QRS são imediatamente precedidos por 
ondas P. Estão presentes ondas P pequenas e 
uniformemente espaçadas, indicando uma frequência 
atrial constante de 142 batimentos/min, mas não há 
sincronia entre as ondas P e os complexos QRS. Os 
potenciais de ação atriais estão sendo aparentemente 
bloqueados dentro do nó AV. Os ventrículos estão 
batendo lentamente em resposta a um marca-passo 
auxiliar dentro do nó AV ou do feixe de His. 
Imagem A: mostra um registro do ECG de um cão que 
está entrando e saindo da taquicardia ventricular. As 
primeiras cinco ondas são complexos ventriculares com 
morfologia anormal, o que é indicativo de um marca-
passo ventricular ectópico localizado fora do sistema de 
condução ventricular normal. Não há ondas P evidentes. 
Depois há três sequências P-QRS-T com aparência 
normal, sugerindo que um ritmo normal está sendo 
estabelecido. Todavia, o marca-passo ventricular 
ectópico assume o controle novamente, e a taquicardia 
ventricular retorna. A taquicardia ventricular 
frequentemente evolui para fibrilação ventricular. 
Imagem B: indica fibrilação ventricular. O registro mostra 
flutuações de voltagem irregulares e bastante amplas, 
sem um padrão distinguível. Os átrios podem ou não 
estar fibrilando; ondas P normais podem estar 
presentes, mas são ocultadas pela atividade elétrica 
aleatória nos ventrículos. Contudo, a fibrilação ventricular 
interrompe o bombeamento de sangue pelo coração, 
mesmo que os átrios continuem a se contrair de uma 
forma sincronizada. A fibrilação atrial, assim como a 
fibrilação ventricular, geralmente produz dipolos de 
voltagem aleatórios. Todavia, como a massa muscular 
atrial é relativamente pequena, as voltagens de ECG 
geradas pela fibrilação atrial são sempre muito menores. 
Um ECG de um animal com fibrilação atrial deve 
mostrar, normalmente, ondas QRS e T de morfologia 
normal, sobre um fundo de flutuações de voltagem 
com baixa amplitude, criadas pelos átrios em fibrilação. 
Neste caso, o nó AV é bombardeado com potenciais 
de ação muito frequentes do átrio em fibrilação. Alguns 
desses potenciais de ação são conduzidos aos 
ventrículos e outros são bloqueados (o longo período 
refratário do nó AV permite isto para proteger os 
ventrículos de bater muito rapidamente). Então, no caso 
da fibrilação atrial, as sequências QRS-T teriam, 
geralmente, morfologia normal, mas espaçamento 
irregular no tempo. 
Existe grande variação na polaridade 
e no tamanho das ondas do 
Eletrocardiograma em animais de 
grande porte 
↪O aspecto das ondas normais do ECG varia mais, de 
animal para animal, entre equinos e bovinos do que 
entre cães e gatos; 
↪Por exemplo, é mais provável que o bovino saudável 
tenha complexos QRS (em qualquer derivação ECG 
específica) que são bastante diferentes em magnitude, 
duração e formato entre indivíduos; 
↪Esta variabilidade surge das rotas menos consistentes 
seguidas pelas despolarizações cardíacas nos átrios e 
nos ventrículos de animais de grande porte em 
comparação com animais de pequeno porte; 
↪Consequentemente, o ECG é menos útil para 
diagnosticar anomalias estruturais cardíacas (hipertrofiaventricular) em animais de grande porte do que em 
animais de pequeno porte; 
↪Ainda assim, há consistência na sequência básica de 
eventos elétricos no corações de animais normais, 
sejam eles grandes ou pequenos; 
↪Cada batimento cardíaco normal começa com uma 
despolarização do nó SA, e a sequência consequente 
de eventos (despolarização dos átrios, despolarização 
dos ventrículos e repolarização dos ventrículos) produz 
ondas de voltagem que são evidentes em um ECG; 
↪Assim, o ECG é muito útil para detectar e 
caracterizar arritmias cardíacas em animais de grande 
porte. A padronização do posicionamento de eletrodos 
para derivações de ECG específicas geralmente não é 
necessária para este fim; 
↪Qualquer derivação de ECG ou posicionamento de 
eletrodos que resulte em ondas P, complexos QRS e 
ondas T será suficiente.

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