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ELETROCARDIOGRAMA • É o registro dos fenômenos elétricos que se originam durante a atividade cardíaca por meio de um aparelho denominado eletrocardiógrafo. • Eletrocardiógrafo: - Quando se vai fazer exame cardíaco no paciente, se colocam eletrodos, no precórdio, nas mãos e nos pés - Eletrodos nas mãos e nos pés medem diferença de potencial entre o membro superior direito e o membro superior esquerdo por ex - Eletrodos precordiais medem exatamente a mesma coisa - Eletrocardiógrafo nada mais é que um galvanômetro • Interpretação do eletrocardiograma é feita em cima da diferença de potencial • Tem uma posição correta de colocar cada eletrodo. Colocando-se o eletrodo da forma padronizada em indivíduos normais, irá se obter sempre o mesmo traçado. - Se mudar a posição desses eletrodos, teriam traçados diferentes para os quais não temos treinamento. - Se mudamos a posição dos eletrodos precordiais, podemos criar artefatos que não existem. Então a posição dos eletrodos é muito importante. • Eletrocardiógrafo é um galvanômetro, aparelho que mede a diferença de potencial entre dois eletrodos (pequenas placas de metal conectadas a um fio condutor) dispostos em determinados pontos do corpo humano. - Os eletrodos são as placas de metal que se colocam conectadas a um fio. E esse fio é conectado ao eletrocardiógrafo (galvanômetro) - Cada local em que o eletrodo é colocado é padronizado INDICAÇÕES DO ELETROCARDIOGRAMA • Investigação de qualquer problema cardiológico. • Eletrocardiograma dará indícios indiretos, por ex, de uma estenose mitral, pois no eletrocardiograma, haverá a inscrição de um traçado na hipertrofia no átrio esquerdo. - Associando eletrocardiograma, exame clínico, história do paciente e as vezes radiografia, se faz o diagnóstico do paciente - É um exame barato • Arritmias • Doença arterial coronariana / IAM • Distúrbios da condução AV • Avaliação das valvopatias • Pericardite / derrame pericárdico - Na pericardite, há alteração no segmento ST, sendo uma alteração diferente da do infarto. • Hipertrofia das câmaras cardíacas • Doenças genéticas • Doença de Chagas - Existem traçados no eletrocardiograma que são sugestivos de doença de chagas • Distúrbios eletrolíticos -Se o paciente tem por ex uma hipercalemia grave, é preciso ver se essa hipercalemia está acarretando problemas cardíacos. • Paciente na emergência com uma dor torácica sugestiva de uma síndrome coronariana aguda, o primeiro exame que se deve fazer é o eletrocardiograma, pois é preciso excluir ou confirmar a presença de um infarto com supradesnivelamento do segmento ST. - Nesse tipo de infarto, como tem a oclusão total do vaso, enquanto não abrir o vaso, o paciente não terá um alivio sintomático, não terá resolução do caso dele, podendo encaminhar para necrose daquela área envolvida e as complicações referentes a necrose. • A diferença entre um infarto com supra e sem supra é o tamanho da oclusão, pois no com supra desnivelamento, tem uma oclusão total. • Se o eletrocardiograma tem supradesnivelamento do segmento ST é preciso trombolizar - Se o eletro tem infradesnivelamento do segmento ST, a artéria não está totalmente fechada, tem um fluxo, o coração está em sofrimento, mas a morte celular se houver é menor. Logo, o tratamento é diferente • Trombolizar um infarto sem supra, é ajudar esse paciente a muito provavelmente ter um infarto com supra depois - Cascata de coagulação será ativada pela via do fator 7, fazendo com que possivelmente piore o prognostico do paciente posteriormente. - Nesse caso se faz heparina e entra com beta bloqueador, anti-agregante plaquetário, mas não faz trombolítico. • Em casos de cetoacidose diabética, o paciente pode fazer uma hipocalemia - Pode-se fazer o eletrocardiograma POTENCIAL DE REPOUSO • Potencial de repouso depende do K e do NA, mas depende muito mais do K. Potássio é um íon que está muito presente no intracelular. • K: > concentração intracelular. Tende a migrar para o extracelular. • Na: > concentração extracelular. Tende a migrar para o intracelular. • Potencial de repouso = -90mV. • Potencial de repouso se dá entre a relação do potássio intracelular e o extracelular. Isso que dá a esse potencial de repouso de -90mV. - Quando se tem uma isquemia e essa é grave, a ponto de alterar esse potencial de repouso, a célula sofre um processo denominado necrose elétrica • O interior da célula é NEGATIVO em relação ao exterior. • Potássio fica no intracelular, se a bomba for desativada, ele tende a migrar para o extra. O mesmo ocorre com o NA. POTENCIAL DE AÇÃO • Uma vez para que haja o estímulo para despolarização da célula, ela sofre despolarização e ocorre o potencial de ação, o qual tem 5 fases - O coração tem um estímulo espontâneo – automatismo. • Potencial de ação é utilizado muito na elaboração de medicamentos antiarrítmicos. • Quando o potencial é deflagrado, há uma ascensão rápida (fase0) que depende do aumento da permeabilidade do sódio. • Fase 4: com -90 mV • Além do potencial de ação, existe o potencial limiar POTENCIAL LIMIAR • Valor crítico do potencial de membrana a partir do qual se pode deflagrar um potencial de ação. • Nas fibras de Purkinje é de cerca de -70mV. • É útil para se entender extrassístole - Extrassístoles: batimento que vem antes do esperado. - Muitas vezes nascem da estimulação simpática. Além disso, a célula precisa atingir no mínimo o potencial limiar, ou seja, cera de -70mV nas fibras de purkinje para que ela possa ter seu potencial de ação deflagrado - Extrassístole é comum OVERSHOOT • Valor positivo adquirido pelo interior da membrana após a inversão da polaridade (despolarização). • Inversão de polaridade depois que ocorre a despolarização da célula AUTOMATISMO • Capacidade do coração gerar seu próprio impulso elétrico e transmiti-lo a todas as células cardíacas fazendo com que o coração contraia (sístole) e relaxe (diástole). • Tecido cardíaco é um tecido muscular especializado em condução, ou seja, não é um tecido nervoso. • Coração tem dois tipos de tecido muscular - O tecido muscular propriamente dito, que exerce sua função mecânica - Tecido muscular que sofreu uma diferenciação no sentido de facilitar o impulso elétrico dos átrios para os ventrículos. – Tecido muscular especializado em condução • Todas as células dos dois tipos de tecido muscular, apresentam a propriedade de automatismo - Essa propriedade garante que o coração gere seu próprio impulso, além disso, esse impulso é transmitido para todas as células cardíacas - É por meio desse impulso que haverá a sístole e a diástole • Sentido da passagem do impulso é sempre das estruturas atriais (supraventriculares) para as estruturas ventriculares - A velocidade de despolarização das estruturas superiores é superior a velocidade de despolarização por exemplo dos ventrículos – garante a dinâmica de contração do coração e garante a eficiência de contração do átrio e do ventrículo. • Sistema condutor – apresenta uma velocidade de condução de 4m/s • Composto pelo nodo sinusal – se localiza no átrio direito na porção posterior - Nodo atrioventricular – na junção entre o átrio e o ventrículo - Comunicando esses dois nodos: Sistema internodal ou feixe intermodal. São 3 vias →Trato internodal anterior, trato internodal médio e trato internodal posterior. - Do trato internodal anterior, há a saída de outro feixe: feixe de bachmann • Feixe de bachmann tem por função, conduzir o impulso do trato internodal anterior para o átrio esquerdo - esse impulso é gerado no nodo sinusal, uma parte segue pelo feixe internodal anterior e vai ativar o átrio esquerdo. A outra parte desce para o nodoatrioventricular. • No nodo atrioventricular há uma estrutura um pouco diferente, que causa um retardado - Fibras do feixe atrioventricular começam a descer em paralelo, mas elas apresentam cruzamento. Se cruzam entre si. Isso acarreta um retardo da passagem do impulso para o sistema de hiss purkinje. - Retardo da passagem do impulso para o sistema de his purkinje a partir do nodo atrioventricular, permite o término do enchimento ventricular através da sístole atrial que é responsável do 20% do enchimento ventricular. - Retardo de 1 décimo de segundo permite o enchimento de 20% a mais do ventrículo • Uma vez que o impulso atinge o sistema de his purkinje, ele desce pela via comum. No septo interventricular, ele segue dois caminhos distintos: pelo ramo esquerdo (vai conduzir impulso para ventrículo esq) e pelo ramo direito que vai conduzir para ventrículo direito • O ramo direito é maior e mais comprido. É mais superficial também - Explica o porquê de haver estatisticamente mais distúrbio de condução do ramo direito do que do ramo esquerdo VIAS ACESSÓRIAS • Essas são vias que não existem naturalmente - Vias que ocorrem em paciente principalmente jovens que fazem arritmias do tipo supra ventricular • Feixe de Kent: WPW - Faz comunicação entre átrio e ventrículo - Essa via não tem retardado fisiológico do nodo atrioventricular, então ela conduz o impulso praticamente de forma instantânea para baixo - Se o paciente tiver uma frequência sinusal de 100/120 batimento, isso pode virar uma arritmia grave - Se o paciente tiver uma frerquencia de 70, não hpa problema. - Causa a síndrome de Wolf-Parkinson-White - Muitas vezes pode ter WOLF oculto- traçado do eletro é normal • Fibras de Mahaim: nódulo AV (feixe de His) e septo IV DERIVAÇÕES • Linha que une dois eletrodos. • Podem ser unipolares ou bipolares. - Mesmo os unipolares possuem duas facetas, dois polos • Derivação é uma linha imaginária que liga dois eletrodos e que, a partir dessa, se forma o vetor resultante de despolarização. • Dois eletrodos são colocados nos braços e dois nas pernas. Eles vão fornecer a base para as 6 derivações dos membros (3 derivações-padrão/ bipolares, I, II e III; e 3 derivações aumentadas/unipolares aVR, aVL, aVF). 6 eletrodos também serão colocados no tórax, formando as 6 derivações precordiais. • Essas derivações (bipolares e unipolares) vão visualizar o coração em um plano vertical ou frontal -A derivação dos membros vê as forças elétricas (ondas de despolarização e repolarização) se movendo para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita por esse círculo. Para produzir as 6 derivações, cada eletrodo é designado variavelmente como positivo e negativo (feito pela máquina do ECG), para gerar várias visões específicas do coração. • O vetor é “puxado” sempre para o eletrodo positivo. DERIVAÇÕES UNIPOLARES • Medem a diferença de potencial entre certas partes do corpo e o coração. • Nessas derivações, considera-se positivo o eletrodo explorador colocado nas seis posições diferentes sobre o tórax, e negativo, um eletrodo situado no dorso do indivíduo, através da projeção das derivações a partir do nódulo AV. - Positivo – V1 -V2, V3-4, V5-V6 - No tórax é colocada a porção positiva • Essas derivações são construídas de forma que a “chupeta” é a parte positiva da derivação e o aparelho gera no dorso do paciente a derivação negativa • É aquela que registra as variações de potencial obtidas pelo eletrodo positivo (chamado de explorador), enquanto o eletrodo negativo está a uma distância muito grande do coração (chamado de indiferente). Assim, o explorador passa a captar potenciais absolutos onde é colocado, ao invés de diferença de potencial • As derivações unipolares são criadas amplificando o traçado do ECG. É realizada definindo: (1) uma única derivação positiva; (2) as outras derivações negativas; e (3) a média servindo como eletrodo negativo. • Derivação aVL: Braço E positivo e os outros membros negativos. Ângulo de orientação: -30° • Derivação aVR: Braço D positivo e outros membros negativos. Ângulo de orientação: -150° • Derivação aVF: Pernas positivas e os outros membros negativos. Ângulo de orientação: +90° DERIVAÇÕES BIPOLARES • Medem a diferença de potencial entre os membros. • É aquela em que os eletrodos positivos e negativo são colocados a uma mesma distância do coração (do ponto de vista elétrico), captando a diferença entre esses dois pontos. • Derivação I: Braço E positivo e braço D negativo. Ângulo de orientação: 0° • Derivação II: Pernas positivo e braço D negativo. Ângulo de orientação: +60° • Derivação III: Pernas positivas e braço E negativo. Ângulo de orientação: +120° • Assim, as três derivações bipolares ficam representadas no coração por um triângulo: RESUMO DE DERIVAÇÕES BIPOLARES E UNIPOLARES • As derivações II, III e aVF são chamadas de derivações inferiores, visto que visualizam melhor a superfície inferior do coração (porção sobre o diafragma) • Derivações I e aVL são as derivações laterais esquerdas. • A derivação aVR é a única derivação lateral direita verdadeira. DERIVAÇÕES PRECORDIAIS • Estão dispostas no tórax formando um plano horizontal, fazendo as forças se moverem anterior e posteriormente. Para criar essas derivações, os eletrodos são tornados positivos um de cada vez. • V1: 4º EIC, na linha paraesternal direita. • V2: 4º EIC linha paraesternal esquerda. • V3: entre V2 e V4. • V4: 5º EIC na linha hemiclavicular esquerda. • V5: 5º EIC, linha axilar anterior esquerda. • V6: 5º EIC, na linha axilar média esquerda. • Como V1 está diretamente sobre VD; V2 e V3 sobre o septo interventricular; V4 sobre o ápice do VE; e V5 e V6 sobre a lateral do VE, podemos inferir que: • V2 e V4 são chamadas de derivações anteriores; • V5 e V6, junto com DI e aVL formam as derivações laterais esquerdas • aVR e V1 são as derivações do ventrículo D. DERIVAÇÕES PERIFÉRICAS • O eixo representa a despolarização completa (ou repolarização) de uma câmara, desenhando uma serie de vetores sequenciais, com cada vetor representando a soma de todas as forças elétricas em um determinado momento. O vetor médio representa a média de todos os vetores instantâneos e sua direção que irá determinar o eixo elétrico médio. • Para se definir o eixo pelo ECG, é necessário a determinação da positividade ou negatividade das derivações. Por exemplo, quando o QRS é positivo em DI, a representação gráfica será determinada pelo semicírculo da derivação • Caso fosse negativo, estaria fora do semicírculo de DI. Por fim, se o complexo QRS fosse bifásico, com deflexões positiva e negativa praticamente iguais, o eixo seria orientado perpendicularmente a essa derivação. A determinação do eixo exige a avaliação do complexo QRS em, pelo menos, duas derivações. Geralmente, as duas escolhas para determinação são DI e aVF. Caso o complexo esteja positivo em aVF, a representação seria a seguinte: • A interseção entre as duas derivações que irá determinar o eixo do complexo QRS, sendo nesse caso entre +90 e 0°. Caso aVF fosse negativo, a avaliação de uma terceira derivação, como DIII, seria imprescindível para definir se o eixo está entre 0° e -30° (normal, faixa estendida) ou entre -30° e -90° (desvio a esquerda). EIXO QRS • O vetor QRS médio aponta para esquerda e para baixo, representando a corrente de despolarização ventricular. O eixo normal do QRS fica, então, entre +90° e 0°. Essa faixa de normalidade é estendida de +90° à -30°, devido às possibilidades de inclinação fisiológica do coração. Para que o QRS se situe dentro desse intervalo, o QRS deve ser positivo nas derivações I e aVF. • Caso o eixo esteja desvio para aesquerda, ele vai se situar entre -30° e -90°: • Caso o eixo esteja desviado para a direita, ele vai se situar entre +90° e +180°: • Caso o eixo esteja desviado para o QSD (entre 180° e - 90°), não há como saber se o desvio é para esquerda ou para direita, sendo denominado de desvio extremo. ELETROCARDIOGRAMA ONDAS E INTERVALOS • Cada derivação registra o fluxo médio de corrente em determinado momento (vetor médio) • O ângulo de orientação do vetor corresponde a direção média do fluxo da corrente e seu comprimento representa a voltagem (amplitude) alcançada • Em um período do ciclo, como na despolarização ventricular, os vetores de todas as correntes podem ser somados em um único vetor • O traçado de ECG que conhecemos é formado pela derivação DII, que capta o fluxo de condução na região de ápice. FREQUÊNCIA CARDÍACA • 1.500 / no de quadradinhos entre 2 ondas R ONDA P • Essa onda que representaria a repolarização atrial, fica encoberta pelo QRS. - O QRS tem uma maior potência elétrica, representa um maior diferencial elétrico. Então ele acaba encobrindo essa onda representativa da repolarização atrial • No eletro se tem simplesmente no traçado, uma onda da despolarização atrial que é a onda P. Um complexo de ondas que é o QRS representativo da despolarização ventricular e a onda P que presenta a repolarização ventricular • Onda P • A onda P é composta por duas partes: uma porção inicial referente ao AD e outra porção final referente ao átrio esquerdo • Existe a despolarização do nódulo sinusal devido ao automatismo - O impulso se dirige por meio do feixe internodal ao nodo atrioventricular, onde sofre o retardo fisiológico. O trato internodal anterior, tem uma particularidade, ele origina o feixe de bathcman que vai ativar o átrio esquerdo. - Pela própria despolarização do sistema de condução, se tem o fenômeno da parte inicial pertencer ao átrio direito da onda P e da parte final pertencer ao átrio esquerdo. - Essa diferenciação é útil quando se vai abordar sobrecargas atriais. Ou seja, os crescimentos do átrio tanto direito quanto esquerdo, resultante de alguma anomalia por ex da valva mitral, da tricúspide • Limites de uma onda P normal: - Ela dura no plano horizontal: dois quadrados e meio no máximo - No plano vertical: Também dois quadrados e meio no máximo - Até esse limite, a onda P é considerada normal, acima desse limite, tanto na horizontal quanto na vertical, se considera sobrecarga ou crescimento atrial • Duas derivações boas para visualização da onda P: DI e aVF. Onda P é mais nítida nessas duas derivações SOBRECARGA ATRIAL • Quando por ex se tem uma insuficiência mitral, se terá um crescimento ou uma sobrecarga do átrio esquerdo - Uma insuficiência tricúspide ou hipertensão pulmonar também acarreta sobrecarga do átrio direito • Geralmente valvopatias a direita é secundária a processos patológicos ou a doenças do lado esquerdo do coração - Dificilmente ocorre uma valvopatia primeira a direita → raro - Supondo que o paciente fez uma hipertensão pulmonar, DPOC, que evoluiu com uma insuficiência tricúspide. Nesse caso, ele irá evoluir com uma sobrecarga atrial direita. • A primeira parte da onda P diz respeito ao átrio direito, quando o átrio direito cresce, a onda P aumenta em tamanho – aumenta na vertical, ou seja, passa de 2,5 mm - Processo criando sobrecarga atrial direita - P era antigamente denominada P pulmonale, pois na maior parte dos casos que tem crescimento atrial direito, isso ocorre secundariamente ao problema pulmonar, como em um DPOC • Ao contrário da onda P, decorrente do crescimento atrial direito que aumenta em amplitude, há a onda P do crescimento atrial esquerdo da sobrecarga atrial esquerda. - A P que representa crescimento atrial esquerdo por ex por uma estenose mitral, aumenta no sentido horizontal, ou seja, na sua duração. - Onda P de sobrecarga atrial esquerda → pode aparecer uma chanfradura no meio da onda P. -Ativação do átrio começa do AD indo para o AE por meio do feixe de batchman: Se o átrio esquerdo está muito crescido o caminho de percurso entre o átrio direito e o átrio esquerdo para ativar totalmente é maior, então ocorre um alargamento com uma separação das duas subOndas P. • Aumento do átrio direito- aumenta amplitude da onda P – sentido vertical • Aumento do átrio esquerdo – aumenta duração da onda P – sentido horizontal - De forma que muitas vezes se pode ver essa chanfradura no meio da onda P. É como se separasse a P inicial do AD, da P final do AE. • Patologias quando há aumento da onda P verticalmente: quando diz respeito ao AD – Ex: estenose tricúspide, insuficiência tricúspide. • A sobrecarga de uma câmera vai estar muito relacionada a valva pela qual escoa o sangue dessa câmera - Sobrecarga do AD está relacionada a tricúspide. Sobrecarga do ventrículo direito com a valva pulmonar - Quando se tem uma sobrecarga ventricular, em geral também ocorre uma sobrecarga atrial secundária INTERVALO PR • Há dois tipos de intervalos: -Intervalo PR que vai do início da onda P, até o início do QRS. - O segmento PR: do final da onda P, ao início do QRS • O intervalo PR normal → a despolarização da onda P e o atraso no estímulo até ocasionar a despolarização ventricular (atraso que ocorre no nódulo atrioventricular devido a disposição das fibras que descem reto, mas decussam/ se cruzam no caminho. As frentes de onda se anulam porque elas se chocam, causando um retardo na passagem do estímulo do átrio para o ventrículo que vai originar esse intervalo PR). • Existe um intervalo de normalidade: Vai de 0,12 s a 0,20 s – 3 quadradinhos a 5 quadradinhos • A partir do normal, há duas situações: - Situação em que o intervalo PR é menor que 0,12: o impulso passa de uma forma muito rápida (mais rápida do que o normal) do átrio para o ventrículo. - Situação em que o intervalo PR é superior a 0,20 s: impulso passa mais devagar • Quando o impulso passa muito rápido: PR curto ou síndrome de pré-excitação ventricular - Menos que 3 quadradinhos de PR • Na situação em que o PR é superior a 0,20 s o PR se alarga: bloqueio atrioventricular - Acima de 5 quadradinhos de PR • O bloqueio atrioventricular é classificado em 3 graus - Bloqueio de primeiro, segundo e terceiro grau - Bloqueio de segundo grau recebe duas subclassificações PR CURTO • Nesse caso tem 00,4 seg - Pré-excitação ventricular - Significa que o impulso despolarizou o átrio e passou de uma forma muito rápida para o ventrículo – não houve retardo fisiológico para o ventrículo • Na imagem: PR curto, QRS com empastamento inicial (onda delta) e existe uma alteração do segmento ST (alteração da repolarização ventricular) - Muitas vezes pode acontecer inversão da onda T (não representada na imagem) BAV – PR LONGO • Na imagem: 0,24s ou 240 Milissegundos • Sempre que houver intervalo PR maior do que 5 quadradinhos, há um bloqueio atrioventricular. - Maior dificuldade do impulso, saindo do átrio (nodo sinusal) atingir o ventrículo. - Pode ocorrer por uso de medicação: Betabloqueadores em usos muito altos, usos de digitálicos - Endocardite também pode causar • BAV de primeiro grau causam poucos problemas. A maior preocupação começa a partir do BAV de segundo grau. -BAV de primeiro grau é mais problemático se o paciente tiver algum outro problema. • A fisiopatologia do BAV de primeiro grau, é muito diferente dos de outros graus. Pois é benigno. COMPLEXOQRS • Complexo de 3 ondas • Em algumas derivações aparecem duas - Não tem a onda Q • Quando é completo: tem 3 ondas - A onda inicial negativa (onda Q) - Onda R – Uma onda positiva. Onda R existe em V2, as vezes em V1, mas com amplitude menor. À medida que se caminha para o lado esquerdo do peito do paciente (V5 e V6) essa onda vai crescendo em amplitude. As ondas negativas, como a onda S, vai diminuindo sua amplitude. - É normal no eletrocardiograma, as derivações V1 e V2 terem ondas negativas proeminentes e as mais a esquerdas tem umas ondas positivas muito mais acentuadas, mostrando que a quantidade de carga elétrica positiva do ventrículo esquerdo é muito maior do que do ventrículo direito • V3 e V4, derivações intermediárias, haverá traçados intermediários, ou seja, ondas negativas e ondas positivas mais ou menos proporcionais. • Onda S – onda negativa • Quando tem uma cicatriz no infarto, a onda R desaparece, pois o tecido que infartou, necrosou, deixou de gerar potenciais positivos, não despolariza. É um tecido que morreu, virou uma cicatriz. - Naquele local, existe uma fusão da onda Q com a onda S. Vira uma grande onda negativa. EIXO • Eixo elétrico do coração é a somatória da resultante das cargas elétricas geradas pelo coração • A resultante ocorre de tal forma que o normal se situa entre eixo 0° e 90° - intervalo de normalidade - Ainda se admite 30° a menos, ou seja, - 30° e 30° a mais em aVF • A rigor é de 0° a 90° podendo ser considerado de -30° até +120° - Esse é o normal, pois como o ventrículo esquerdo é mais hipertrofiado, porque ele mantem o debito cardíaco sistêmico, ele tem mais massa muscular e com isso ele gera mais carga elétrica. - O eletro é um instrumento de mensuração de diferença de potencial, desse modo, ele trabalha com carga elétrica. Então a resultante aponta para um eixo que passa pelo ventrículo esquerdo. • Se atentar para D1, se for negativo, vê-se que ele está do centro do corpo para o braço direito, então muitas vezes o técnico pode ter trocado o eletrodo. Mas existe sim, desvio desse eixo • Quando for determinar o eixo, precisa ver se D1 é positivo. - Lembrar que o traçado acima da linha de base é uma onda positiva - O traçado ou a onda que se situa abaixo da linha de base, é negativo • Se o D1, é com R amplo, então o D1 é positivo. Ele está em 0° - Imagem QRS • Se tem um aVF também positivo, igual na imagem QRS, então o eixo estará entre 0 e 90 - Estará normal – primeira imagem sobre eixos • O eixo se usa para ver sobrecarga ventricular • No segundo exemplo D1 é positivo, a onda elétrica do QRS, a maior onda elétrica é positiva. Mas quando se vai para aVF, tem uma onda negativa - Uma onda mais para baixo • Se situa no quadrante de 0 a -90 - Considerado como quadrante indicativo de desvio do eixo para esquerda - Traduz uma sobrecarga do eixo para esquerda - O que poderia causar uma sobrecarga do VE: estenose aórtica, hipertensão arterial, insuficiência aórtica. Valvopatias mitrais também podem acarretar esse desvio do eixo para esquerda, principalmente uma insuficiência mitral • Desvio para a direita - D1 negativo e aVF positivo: DI invertido e aVF normal - Cai no quadrante entre +90 e +180 - Quando cai nesse quadrante, se diz que o paciente tem uma sobrecarga a direita. Desvio do eixo a direita - O que pode desviar o eixo a direita: estenose pulmonar, insuficiência pulmonar, DPOC grave com hipertensão pulmonar grave • Desvio do eixo para a direita – HIPERDESVIO - D1 e aVF são negativos - Ocorre nas mesmas situações que o desvio anterior, só que em situações mais graves. COMPLEXO QRS • A primeira variação, vai aparecer mais quando houver distúrbios de condução do ramo - QRS com distúrbio de condução de ramo • Segundo QRS é um QRS estreito, porém não apresenta nenhuma correlação clínica. É uma variação da normalidade • O terceiro é o clássico- QRS com duração normal • Onda Q patológica: Aparece em uma necrose - Duração dela é superior a 1 quadradinho ou 40 milissegundos ou 0,04 segundos. -A amplitude da onda é superior a 1/3 do complexo QRS dessa derivação - Nem sempre estará exatamente nessas condições – pode variar um pouco, mas são condições conceituais - Mostra um infarto antigo, não um infarto agudo. - Na área que sofre a necrose, essa área é substituída por tecido cicatricial, tecido que só tem a função de preenchimento, não despolariza e nem nada. Fica uma onda negativa do ponto de vista elétrico. ONDA R • Onda R é positiva. É muito bem vista em D1 e aVF ONDA S • Onda final negativa – onda S ONDA T E SEGMENTO ST • Tem sua importância nas síndromes coronarianas agudas • Segmento ST vai do final do complexo QRS, até o final da onda T. • Ponto J equivale a uma distância de 1mm entre o final do QRS, a partir. -É utilizado para determinar se existe supra ou infradesnivelamento de segmento ST. Auxilia muito no diagnóstico de infarto ALTERAÇÕES DA ONDA T E DO SEGMENTO ST • Quando tem uma oclusão total de uma determinada coronária, terá uma corrente de lesão ou supradesnivelamento de segmento ST na derivação que olha aquela coronária. - Segmento ST fica elevado em relação a linha do PR. – Corrente de lesão - Indica que a coronária envolvida sofreu uma oclusão total. Totalmente obstruída - Tratamento é abrir a coronária. Com trombolítico por ex. Se não fazer isso, vai evoluir posteriormente para necrose (onda q) • Isquemia subepicárdica: Paciente que desenvolve placa na coronária e a placa vai crescendo até obstruir cerca de 70% dessa coronária. - A partir de 70% que se nota o comprometimento do fluxo coronariano - Nas derivações que mostram a parede envolvida – se vê essas alterações, uma inversão da onda T (simétrica) - Se não fizer o tratamento pode haver evolução para lesão subepicárdica (supradesnivelamento do segmento ST) ou para necrose. • Quando tem oclusão total – supradesnivelamento do segmento total • Quando a oclusão é parcial – isquemia subepicárdica • Lesão subendocárdica (morte só de uma camada). Do ponto de vista agudo, o prognóstico desse paciente é melhor. Mas se não tratar, podo fechar a coronária e o infarto pegar toda parede. Ou seja, é um paciente que pode evoluir para um infarto com supra. • Somente o infarto com supra causa Q patológica. INTERVALO QT • Intervalo QT normais: • Homens: 340 a 450 ms • Mulheres: 340 a 470 ms • QT < 320 ms: QT curto - também pode predispor a arritmias • Fórmula de Bazzet (QT corrigido): QT / √RR - Calcula-se intervalo QT em função da frequência cardíaca. - QT encontrado / raiz quadrada do intervalo duas ondas R consecutivas • Medicações como azitromicina, hidroxicloroquina, podem alargar intervalo QT - Predispondo a arritmias ventriculares – potencialmente mortais. - Somatória de medicações podem causar esse alargamento. - Antidepressivos também prolongam o QT.
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