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Objetivos de aprendizagem: 1.Classifique os tipos de hipersensibilidade. As doenças de hipersensibilidade são geralmente classificadas de acordo com o tipo de resposta imune e o mecanismo efetor responsável pela lesão celular e tecidual. Alguns desses mecanismos são predominantemente dependentes de anticorpos, e outros, de células T, embora um papel para ambas as imunidades, humoral e mediada por células, seja frequemente encontrado em muitas doenças de hipersensibilidade. • Hipersensibilidade imediata (tipo I). É causada por anticorpos IgE específicos para antígenos ambientais e é o tipo mais prevalente de doença de hipersensibilidade. As doenças de hipersensibilidade imediata, agrupadas como alergia ou atopia, são normalmente causadas pela ativação de células Th2 produtoras de interleucina-4 (IL-4), IL-5 e IL-13, e pela produção de anticorpos IgE que ativam mastócitos e eosinófilos e induzem inflamação. • Hipersensibilidade mediada por anticorpos (tipo II). Anticorpos IgG e IgM específicos para antígenos da superfície celular ou da matriz extracelular podem causar lesão tecidual ativando o sistema complemento, recrutando células inflamatórias e interferindo nas funções celulares normais. • Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos (tipo III). Anticorpos IgM e IgG específicos para antígenos solúveis no sangue formam complexos com antígenos, e esses imunocomplexos podem se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos em vários tecidos, causando inflamação, trombose e lesão tecidual. • Hipersensibilidade mediada por células T (tipo IV). Nesses distúrbios, a lesão tecidual pode ser causada por linfócitos T que induzem inflamação ou matam diretamente as células-alvo. Em muitas dessas doenças, o principal mecanismo envolve a ativação de células T auxiliares CD4+, as quais secretam citocinas que promovem inflamação e ativam leucócitos, principalmente neutrófilos e macrófagos. Os linfócitos T citotóxicos (CTLs, do inglês, cytotoxic T lymphocytes) contribuem para a lesão tecidual em algumas doenças. 2.Conceitue os helmintos (classificação, estrutura e reprodução). CLASSIFICAÇÃO E ESTRUTURA Helmintos Os helmintos são organismos multicelulares complexos alongados e bilateralmente simétricos. Eles são consideravelmente maiores que os protozoários parasitas e quase sempre são macroscópicos, variando em tamanho de menos de 1 mm a 1 m ou mais. A superfície externa de alguns vermes é recoberta por uma cutícula protetora, a qual é acelular e pode ser lisa ou possuir projeções, espinhos ou tubérculos. A cobertura protetora dos vermes achatados (platelmintos) é denominada tegumento. Frequentemente, os helmintos possuem estruturas de fixação elaboradas, como ganchos, ventosas, dentes ou placas. Essas estruturas estão normalmente localizadas na região anterior e podem ser úteis na classificação e identificação dos organismos. Os helmintos tipicamente apresentam sistemas nervoso e excretório primitivos. Alguns apresentam tratos alimentares; entretanto, nenhum apresenta sistema circulatório. Os helmintos são separados em dois filos, os Nematelmintos e os Platelmintos. Nematelmintos O filo dos Nematelmintos consiste nos vermes cilíndricos, os quais possuem corpos cilíndricos. O sexo dos nematoides é separado, e esses organismos apresentam um sistema digestivo completo. Os nematelmintos podem ser parasitas intestinais ou infectar o sangue e os tecidos. Platelmintos O filo dos Platelmintos consiste nos vermes achatados, os quais apresentam corpos que se assemelham a folhas ou se parecem com segmentos de fita. Os Platelmintos podem ser subsequentemente divididos em trematódeos e cestoides. Trematodas, ou trematódeos, apresentam corpos com aspecto de folha. A maioria é hermafrodita, com órgãos sexuais masculinos e femininos em um único corpo. O sistema digestivo é incompleto e apenas apresenta tubos em forma de saco. Os ciclos de vida são complexos; caramujos servem como primeiros hospedeiros intermediários, e outros animais ou plantas aquáticas atuam como segundos hospedeiros intermediários. Cestoides, ou vermes em forma de fita, apresentam o corpo composto de fitas de proglotes ou segmentos. Todos são hermafroditas e não apresentam sistema digestivo, absorvendo nutrientes através das paredes do corpo. Os ciclos de vida de alguns cestoides são simples e diretos, enquanto os de outros são complexos e requerem um ou mais hospedeiros intermediários. REPRODUÇÃO Helmintos As necessidades nutricionais dos helmintos parasitas são supridas pela ingestão ativa de tecido e/ou fluidos do hospedeiro, com resultante destruição tecidual, ou pela absorção passiva dos nutrientes dos fluidos circunjacentes e conteúdos intestinais. A motilidade muscular de muitos helmintos consome considerável energia, e os vermes rapidamente metabolizam carboidratos. Os nutrientes são armazenados na forma de glicogênio, cujo estoque é bastante elevado na maioria dos helmintos. Semelhante à dos protozoários, a respiração dos helmintos é primariamente anaeróbia, embora as larvas possam necessitar de oxigênio. Uma proporção significativa das necessidades energéticas dos helmintos é dedicada a manter o processo reprodutivo. Muitos vermes são bastante prolíficos, produzindo tanto quanto 200.000 descendentes a cada dia. Em geral, os helmintos parasitas depositam ovos (ovíparos), apesar de poucas espécies poderem parir larvas vivas (vivíparos). As larvas resultantes são sempre morfologicamente distintas dos parasitas adultos e devem passar por diversos estágios de desenvolvimento ou mudas antes de atingir o estágio adulto. A principal barreira protetora para a maioria dos helmintos é a camada externa resistente (cutícula ou tegumento). Os vermes também podem secretar enzimas que destroem as células do hospedeiro e neutralizam os mecanismos de defesas imunológicas e celulares. Semelhante aos protozoários parasitas, alguns helmintos têm a habilidade de alterar as propriedades antigênicas de suas superfícies externas e, portanto, evadir-se à resposta imune do hospedeiro. Isso é em parte conseguido pela incorporação de antígenos do hospedeiro em sua camada cuticular externa. Dessa forma, o verme evita o reconhecimento imunológico e, em algumas doenças (p.ex. esquistossomose), isso permite que o parasita sobreviva no hospedeiro por décadas. ASCARIS LUMBRICOIDES MORFOLOGIA DOS VERMES ADULTOS Os áscaris são vermes longos, cilíndricos e com extremidades afiladas, sobretudo na região anterior. Machos e fêmeas apresentam diferenças morfológicas e de tamanho. As fêmeas são maiores e mais grossas, tendo a parte posterior retilínea ou ligeiramente encurvada. Os machos são facilmente reconhecíveis pelo enrolamento ventral, espiralado, de sua extremidade caudal. Quando o número de parasitos por hospedeiro é pequeno, o desenvolvimento torna-se maior, chegando as fêmeas a 30 ou 40 cm de comprimento e os machos a 15 ou 30 cm. Porém, quando muitas dezenas ou centenas de vermes ocupam o mes- mo hábitat, as dimensões dos machos e das fêmeas reduzem-se, ficando estas últimas com 10 a 15 cm apenas A cutícula lisa, brilhante e com finas estriações anulares, ora é de um branco-marfim, ora rosada. A boca, perfeitamente centrada na extremidade anterior, encontra-se cercada por três lábios grandes, um dorsal e dois látero-ventrais, resultantes da fusão dos seis lábios primitivos dos nematóides. Eles são providos de papilas sensoriais . O esôfago é musculoso, cilíndrico e tem a luz trirradiada, quando vista em corte transversal. Ele se continua com o intestino retilíneo e achatado como se fora uma fita. O reto, envolvido por músculos depressores, comunica-se com o exterior por um ânus em forma de fenda transversal e a pequena distância da extremidade posterior. Em torno dele agrupam-se numerosas papilas sensoriais pré-anais e algumas pós-anais. Na fêmea, grande parte da cavidade pseudocelômica é ocupada pelos órgãos genitais, que são duplos e de tipo tubular. Cada ovário apresenta-se como um longo e delgado filamento branco, de diâmetro progressivamente maior, que se continuasem de- marcação com o oviduto, de aspecto idêntico. Os dois ovários e os dois ovidutos formam um emaranhado novelo, em torno do intestino e dos tubos uterinos. Cada útero começa na região posterior do corpo do helminto e se dirige para a frente, destacando-se das demais estruturas por ser um tubo grosso e tortuoso que, em certo ponto do terço anterior do corpo da fêmea, une-se com seu par para formar uma só e curta vagina, de pequeno calibre e de parede musculosa. A abertura vaginal é quase imperceptível e encontra-se na face ventral, sobre a linha mediana. Nos ovários e nos ovidutos, os oogônios e óvulos dispõem-se de forma regular e geométrica ao redor de uma haste central, lembrando os gomos de uma laranja, quando vistos em corte transversal. No útero, porém, os ovos encontram-se irregularmente acumulados, nos mais diversos estádios de seg- mentação. A capacidade de produção e de oviposição podem ser apreciadas quando se considera que o aparelho genital feminino, medindo mais de um metro de comprimento total, contém cerca de 25 milhões de óvulos, e cada fêmea pode pôr 200.000 ovos por dia, durante um ano. O aparelho genital masculino é formado por um único testículo, também de tipo tubular, longo e enovelado, seguido de um canal deferente, que se reconhece apenas pelo seu conteúdo, e, por fim, de um canal ejaculador retilíneo, abrindo-se na cloaca. Como anexos dos genitais masculinos, encontram-se dois espículos grossos, curvos e iguais, que podem ser projetados para fora da cloaca ou ficar retraídos, pela ação de músculos implantados em sua base. 3.Explique sobre a imunidade contra os parasitas. É difícil generalizar os mecanismos da imunidade antiparasitária porque existem muitos parasitas diferentes, que possuem formas distintas e residem em diferentes localizações teciduais durante seus ciclos de vida. Os estímulos das células T CD4 Th1, Th17, CD8 e das respostas de macrófagos são importante nas infecções intracelulares, e as respostas de neutrófilos, macrófagos e anticorpos Th2 são importantes para os parasitas extracelulares no sangue e nos fluidos. As ações de IgE, eosinófilos e mastócitos são desencadeadas e especialmente importantes para eliminar infecções por vermes (cestódeos e nematódeos). A eficiência do controle da infecção pode depender de qual resposta é iniciada no hospedeiro. O domínio de uma resposta Th2 contra as infecções por Leishmania resulta na inibição da ativação de macrófagos por Th1, na incapacidade de eliminação dos parasitas intracelulares e em um desfecho ruim. Essa observação proporcionou a base para a descoberta de que as respostas Th1 e Th2 são distintas e antagônicas. Os parasitas desenvolveram mecanismos sofisticados para evitar a sua eliminação pelo sistema imune e frequentemente estabelecem infecções crônica. Os parasitas extracelulares, tais como Trypanosoma cruzi, Toxoplasma gondii e as espécies de Leishmania, são fagocitados pelos macrófagos. O anticorpo pode facilitar (opsonização) a captação dos parasitas. A morte dos parasitas se segue à ativação do macrófago pelo IFN-γ (produzido pelas células NK, Tγ/δ ou células CD4 Th1) ou pelo TNF-α (produzido por outros macrófagos) e à indução dos mecanismos de eliminação dependentes de oxigênio (peróxido, superóxido, óxido nítrico). Os parasitas podem replicar-se no macrófago e esconder-se da subsequente detecção imune, a menos que o macrófago seja ativado pelas respostas Th1. A produção de IFN-γ e a ativação dos macrófagos pelas células Th1 também são essenciais para a defesa contra os protozoários intracelulares e para o desenvolvimento de granulomas em torno dos ovos e dos vermes de Schistosoma mansoni no fígado. O granuloma, formado por camadas de células inflamatórias, protege o fígado das toxinas produzidas pelos ovos. Entretanto, o granuloma também provoca fibrose, a qual interrompe o suprimento de sangue venoso ao fígado, levando à hipertensão e à cirrose. Os neutrófilos fagocitam e matam os parasitas extracelulares por meio de mecanismos, tanto dependentes quanto independentes de oxigênio. Os eosinófilos localizam os parasitas próximos, se ligam à IgG ou à IgE na superfície das larvas ou vermes (p. ex., helmintos, S. mansoni e Trichinella spiralis), degranulam-se fundindo seus grânulos intracelulares com a membrana plasmática, e liberam a proteína básica principal no espaço intercelular. A proteína básica principal é tóxica para o parasita. Nas infecções parasitárias por vermes, a IL-4 e outras citocinas produzidas pelas células epiteliais, pelas células linfoides inatas e pelas células T CD4 Th2 são muito importantes na estimulação da produção de IgE e na ativação dos mastócitos. A IgE ligada aos receptores de Fc nos mastócitos direciona as células para os antígenos do parasita infectante. No lúmen intestinal, a ligação cruzada entre o antígeno e as moléculas de IgE, fixadas na superfície do mastócito, estimula a liberação de histamina e de substâncias tóxicas para o parasita. As respostas Th2 também promovem a secreção de muco para cobrir e promover a expulsão do verme. O anticorpo IgG também exerce um papel importante na imunidade antiparasitária como uma opsonina e pela ativação do complemento na superfície do parasita. A malária representa um desafio interessante para a resposta imune. Anticorpos protetores são produzidos contra proteínas de adesão e outras proteínas de superfície, mas estas diferem em cada um dos estádios do desenvolvimento do parasita. Respostas Th1 e de CTL podem ser importantes durante as fases de infecção no fígado. Enquanto está no eritrócito, o parasita fica escondido do anticorpo, irreconhecível pelos CTL, mas pode estimular as respostas de células NK e NKT. Citocinas, especialmente TNF-α, produzidas por essas células, promovem proteção, mas também imunopatogênese. 4.Fatores que predispõem a verminose. As crianças em idade escolar compõem um importante grupo de risco para as infecções por geo-helmintos, devido à contínua exposição ao solo e água contaminados, bem como em virtude de hábitos de higiene pessoal não adequados. O impacto negativo da infecção pode afetar o desenvolvimento e as tarefas cognitivas das crianças As geohelmintoses no Brasil infectam cerca de 93 milhões de indivíduos, sendo 41,7 milhões por A. lumbricoides; 32,3 milhões por A. duodenale; 18,9 milhões por T. trichiura, com transmissão pela água e solo (Araújo-Jorge 2011). Ascaris lumbricoides é o parasita mais frequente nos países subdesenvolvidos. Estima-se que aproximadamente 30% da população mundial esteja parasitada, das quais 70% a 90% são crianças na faixa etária de um a nove anos. Sua presença está relacionada tanto com o nível de saneamento básico quanto às condições de vida da população. 5.Quais são as medidas profiláticas contra os helmintos. Prevenção: A prevenção das parasitoses exige medidas simples, mas é preciso que se crie o hábito de executá-las rotineiramente. As principais são: · lavar as mãos antes das refeições, antes de manipular e preparar alimentos, antes do cuidado de crianças e após ir ao banheiro ou trocar fraldas; · andar sempre com os pés calçados; · cozinhar bem os alimentos. Carnes somente bem passadas; · lavar com água potável os alimentos que serão consumidos crus e se possível deixe-os de molho por 30 minutos em água com hipoclorito de sódio a 2,5%; · beber somente água filtrada ou fervida; manter limpa a casa e terreno ao redor, evitando a presença de insetos e ratos; · conservar as mãos sempre limpas, as unhas aparadas, evitar colocar a mão na boca; . não deixar as crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou água poluída. Do ponto de vista da comunidade, a prevenção se faz através de: · educação para a saúde; · proibição do uso de fezes humanas para adubo; · saneamento básico a toda população; · condições de moradia compatíveis com uma vida saudável. 6.Ciclo biológico do Ascaris lumbricoides (justificar a tosse) 1- A ingestão de água ou alimento (frutas e verduras) contaminados pode introduzir ovos de lombriga no tubo digestório humano. 2- Nointestino delgado, cada ovo se rompe e libera uma larva. 3- Cada larva penetra no revestimento intestinal e cai na corrente sanguínea, atingindo fígado, coração e pulmões, onde sofre algumas mudanças de cutícula e aumenta de tamanho. 4- Permanece nos alvéolos pulmonares podendo causar sintomas semelhantes ao de pneumonia. 5- Ao abandonar os alvéolos passam para os brônquios, traqueia, laringe (onde provocam tosse com o movimento que executam) e faringe. 6- Em seguida, são deglutidas e atingem o intestino delgado, onde crescem e se transformam em vermes adultos. 7- Após o acasalamento, a fêmea inicia a liberação dos ovos. Cerca de 15.000 por dia. Todo esse ciclo que começou com a ingestão de ovos, até a formação de adultos, dura cerca de 2 meses. 8-Os ovos são eliminados com as fezes. Dentro de cada ovo, dotado de casca protetora, ocorre o desenvolvimento de um embrião que, após algum tempo, origina uma larva. 9- Ovos contidos nas fezes contaminam a água de consumo e os alimentos utilizados pelo homem https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/Ascaridiase.php É importante saber que os Ascaris adultos não se multiplicam dentro dos hospedeiros. Os ovos precisam ser eliminados para desenvolverem larvas. Cada verme fêmea põe diariamente mais de 200 mil ovos que saem do corpo do hospedeiro através das fezes.https://www.todamateria.com.br/ascaridiase/ REPRODUÇÃO E CICLO BIOLÓGICO A fêmea deve ser fecundada repetidas vezes pelo macho, e os espermatozóides, desprovidos de flagelos, acumulam-se nos úteros ou começo dos ovidutos, onde os ovos são fertilizados à medida que por aí passem. Quando postos pelo helminto, os ovos férteis contêm a célula germinativa não-segmentada, com o citoplasma finamente granuloso, envolvidos por uma casca grossa. Esta compreende três camadas: • a mais interna, muito delgada e impermeável à água, é constituída de glicosídios esterificados; • a média é bastante espessa, hialina e lisa, sendo formada por uma substância quitinosa associada a proteínas; • a mais externa, diversamente das anteriores, não é elaborada pelo próprio ovo, mas segregada pela parede ute- rina, sendo em geral grossa, irregular e com https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/Ascaridiase.php https://www.todamateria.com.br/ascaridiase/ superfície mamilonada. Compõe-se de material pegajoso formado por mucopolissacarídios. Sua cor castanho- amarelada é atribuída, por muitos autores, à impregnação pelos pigmentos fecais. Algumas vezes a casca externa é delgada ou falta completamente. A forma dos ovos férteis é oval ou quase esférica. As fêmeas não-fecundadas podem eliminar ovos inférteis e, portanto, incapazes de evolução posterior. A forma dos ovo infértil é alongada. 7.Imunoevasão dos parasitas. Apesar de os processos de destruição celular e tecidual muitas vezes serem suficientes para iniciar a doença clínica, o parasita deve ser capaz de escapar do sistema de defesa imune do hospedeiro para que o processo da doença seja mantido. Como outros organismos, os parasitas provocam respostas imunes humorais e celulares; entretanto, parasitas são particularmente especializados em interferir ou evitar esses mecanismos de defesa.Os micro-organismos podem alterar a expressão antigênica, tal como se observa nos tripanossomos africanos. A rápida alteração na expressão de antígenos no glicocálix de tais organismos ocorre toda vez que o hospedeiro apresenta uma nova resposta humoral. Alterações semelhantes têm sido observadas com espécies de Plasmodium, Babesia e Giardia. Alguns organismos produzem antígenos que mimetizam antígenos do hospedeiro (mimetização) ou adquirem moléculas do hospedeiro que escondem o ponto antigênico (mascaramento), prevenindo assim o reconhecimento imunológico. Muitos parasitas protozoários escapam da resposta imune assumindo uma localização intracelular no hospedeiro. Organismos que residem dentro de macrófagos desenvolveram uma variedade de mecanismos para evitar a destruição intracelular. Estes incluem a prevenção da fusão ao fagolisossoma, a resistência à destruição após a exposição a enzimas lisossômicas, e o escape das células fagocitadas do fagossomo no citoplasma, com subsequente replicação do organismo. A imunossupressão do hospedeiro é observada frequentemente no curso das infecções parasitárias. A imunossupressão pode ser parasito-específica ou generalizada, envolvendo uma resposta a vários antígenos do parasita ou de outra origem. Os mecanismos propostos incluem sobrecarga antigênica, competição antigênica, indução de células supressoras e produção de fatores linfócito-específicos. Certos helmintos, como Schistosoma mansoni, também podem produzir proteinases que degradam imunoglobulinas. 8.Mecanismos de ação do Albendazol. Albendazol possui atividade larvicida, ovicida e vermicida. Sua atividade anti-helmíntica ocorre por inibição da polimerização tubulínica, ocasionando alteração no nível de energia do helminto inibindo a captação de glicose associada a uma depleção de glicogênio e diminuição do ATP, que é essencial para a sobrevida e a reprodução dos parasitos, incluindo o esgotamento da mesma, o que imobiliza os helmintos e posteriormente os mata. Atua O efeito de albendazol no sistema farmacológico é aumentado se a dose for administrada com uma refeição rica em gorduras, pois aumenta a absorção em cerca de 5 vezes. 9.Epidemiologia das verminoses (e custo social). Com o objetivo de reduzir a carga parasitária dos geo-helmintos (Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiuria, Ancylostoma duodenale e Necator americanus) nos escolares, foi implantada a quimioprofilaxia, mediante o tratamento coletivo preventivo com a administração de dose única anual de albendazol (comprimido de 400mg), sob a supervisão das equipes locais de saúde. Esse medicamento é eficaz, não tóxico, e já foi utilizado em milhões de indivíduos em diversos países, sendo os efeitos colaterais raros e sem gravidade. O tratamento preventivo periódico em escolares, recomendado pela OMS, é uma medida efetiva para redução da carga parasitária dos geo-helmintos e das suas complicações. Grande parte dos casos de parasitoses intestinais não são diagnosticadas, visto que muitos pacientes infectados são assintomáticos, dependendo da cepa do parasito, da intensidade da infecção e do estado imunológico do hospedeiro, o que dificulta estabelecer a prevalência e o controle da transmissão. O Nordeste é a região mais afetada com a falta de sistema de esgoto, onde 15,3 milhões de habitantes sofrem com a escassez do serviço. A notificação dessas doenças e a quantificação por meio de coeficientes de morbidade e principalmente mortalidade infantil, além de permitir comparação com outras regiões ou países, constitui indicador fidedigno do atraso sócio-econômico em que se encontra uma nação. O problema da morbi-mortalidade por parasitoses intestinais no Brasil é agravado também pelo sistema de saúde, que além de “sucateado”, insiste em assistir demanda espontânea e criar medidas educativas e de prevenção somente após a instauração de surtos, ou seja, investe-se muito em medidas curativas em detrimento a prevenção file:///C:/Users/ADRIANNY/Downloads/508-1-1335-1-10-20171017.pdf https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12918 https://www.saude.gov.br/images/pdf/2016/maio/12/2015-038---Campanha-publica--- -o.pdf 10.Conceituar o hospedeiro intermediário, definitivo e reservatório natural. Hospedeiro: é o organismo que abriga o parasito. Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasito em sua fase de maturidade ou em fase de reprodução sexuada. Ex.: o hospedeiro definitivo do Plasmodium é o Anopheles; os hospedeiros definitivos do S. mansoni são os humanos. Hospedeiro intermediário: é aquele que apresenta o parasito em sua fase larvária ou assexuada. Ex.: o caramujo é o hospedeiro intermediário do S. mansoni. Hospedeiro paratênico ou de transporte: é o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre desenvolvimento ou reprodução, mas permanece viável até atingir novo hospedeiro definitivo. Ex.: peixes maiores,que ingerem peixes menores contendo larvas plerocercóides de Diphyllobotrium,que simplesmente transportam essas larvas até que os humanos as ingiram (os humanos preferem comer crus os peixes maiores...). Reservatório: é qualquer local, vegetal, animal ou humano onde vive e multiplica-se um agente etiológico e do qual é capaz de atingir outros hospedeiros. Alguns autores dizem que o reservatório vivo perfeito (animal ou humano) é aquele que possui o agente etiológico, mas não padece com sua presença; prefiro usar o termo reservatório, independentemente de apresentar ou não os sintomas. Ex.: os humanos são os reservatórios do S. mansoni. https://www.parasitologia.org.br/estudos_glossario_R.php https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12918 https://www.saude.gov.br/images/pdf/2016/maio/12/2015-038---Campanha-publica----o.pdf https://www.saude.gov.br/images/pdf/2016/maio/12/2015-038---Campanha-publica----o.pdf https://www.parasitologia.org.br/estudos_glossario_R.php 11.Mecanismos de agressão dos vermes (principalmente do Ascaris Lumbricoides). Larvas Em infecções de baixa intensidade, normalmente não se observa nenhuma alteração. Por outro lado, infecções maciças podem determinar a ocorrência de lesões hepáticas e pulmonares. No fígado, quando são encontradas numerosas formas larvares migrando pelo parênquima, podem ser vistos pequenos focos hemorrágicos e de necrose que futuramente tomam-se fibrosados. Nos pulmões ocorrem vários pontos hemorrágicos na passagem das larvas para os alvéolos. Há edemaciação dos alvéolos com infiltrado inflamatório por polimorfonucleares neutrófilos e eosinófilos. Dependendo do número de formas presentes, a migração das larvas pelos alvéolos pulmonares pode determinar um quadro pneumônico com febre, tosse, dispneia, manifestações alérgicas, bronquite e eosinofilia. A conjunção de sintomatologia das vias respiratórias é denominada síndrome de Lõeffler. Na tosse produtiva (com muco), o catarro pode ser sanguinolento e apresentar larvas do helminto. Estas manifestações geralmente ocorrem em crianças e estão associadas ao estado nutricional e imunitário. Nessa fase da infecção a resposta imunológica é normalmente caracterizada pelo aumento de eosinófilos sanguíneos e teciduais, bem como anticorpos IgE específicos, responsáveis por reações de hipersensibilidade. Vermes Adultos Em infecções com três a quatro vermes, em geral não há alterações clínicas e os sintomas quando ocorrem são inespecíficos. Já nas infecções médias, 30 a 40 vermes, ou maciças, 100 ou mais vermes, podem ocorrer: • Ação espoliadora: os vermes consomem grande quantidade de proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C, levando o paciente, principalmente crianças, à subnutrição e depauperamento físico e mental. Estudos sobre enteroparasitoses e déficit nutricional em crianças hospitalizadas mostraram que as parasitoses foram as principais causas de internação. Quanto à condição clínica destas crianças, 28% apresentavam obstrução intestinal grave; 39,1%, semiobstrução e eliminação de A. lumbricoides-, e 32,8%, diarreia. • Ação tóxica: a reação entre antígenos parasitários e os anticorpos alergizantes do hospedeiro causam edema, urticária e convulsões. • Ação mecânica: os vermes causam irritação na parede intestinal e podem enovelar-se na luz, levando à obstrução. Estudos realizados em sete países com diferentes níveis de prevalências de ascaridiose concluíram que a obstrução intestinal é a complicação aguda mais comum contabilizando três quartos de todas as complicações. As crianças são mais propensas, principalmente pelo menor tamanho do intestino delgado e pela intensa carga parasitária. • Localização ectópica: nos casos de pacientes com altas cargas parasitárias ou ainda em que o verme sofra alguma ação irritativa, a exemplo de febre, uso impróprio de medicamento e ingestão de Alimentos muito condimentados, o helminto desloca-se de seu hábitat normal atingindo locais não habituais. Aos vermes que fazem esta migração dá-se o nome de “áscaris errático”. A literatura registra um número de situações ectópicas que podem levar o paciente a quadros graves necessitando algumas vezes de intervenção cirúrgica: • apêndice cecal causando apendicite aguda; • duto colédoco, causando obstrução; • duto pancreático, causando pancreatite aguda; • eliminação do verme pela boca e pelas narinas. Além destes locais, já foram encontrados vermes adultos e formas larvares no ouvido médio e na tuba auditiva. É muito comum entre crianças o aparecimento de uma alteração cutânea, que consiste em manchas circulares disseminadas em rosto, tronco e braços. Tais manchas são popularmente denominadas de “pano”, e são comumente relacionadas com o parasitismo pelo A. lumbricoides. Na realidade não existe nenhuma comprovação científica deste fato, mas algumas observações sugerem uma analogia entre estas manchas e ascaridiose. Parece que seriam causadas pelo parasito que consume grande quantidade de vitaminas A e C, provocando despigmentações circunscritas. Após a terapêutica e a eliminação do verme, as manchas tendem a desaparecer. CABIDE- Como ocorre a formação dos arranjos das bactérias. A clivagem incompleta do septo pode fazer que as bactérias permaneçam ligadas, formando cadeias (p.ex., estreptococos) ou agregados (p.ex., estafilococos).
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