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Conceitos básicos da farmacologia dos anti-hipertensivos Autor: Pedro V.F. Medrado Hipertensão - É a doença cardiovascular mais comum na população, presente em cerca de 28% dos adultos norte-americanos e em 60% dos adultos com 65 anos ou mais. - Provoca lesão em órgão-alvo quando persistente, levando ao aumento de incidências de insuficiência renal, coronariopatias, insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálicos (AVE) e demência. - O tratamento farmacológico visa reduzir a pressão arterial, impedindo lesão dos vasos sanguíneos e diminuindo as taxas de morbidade e mortalidade. Diagnóstico *Tem um documento de propedêutica (Propedêutica da Hipertensão Arterial Sistêmica) que revisa esses conceitos da HAS, segundo a diretriz brasileira. - O diagnóstico de hipertensão: se a medida do consultório a PAS é maior que 140mmHg e/ou PAD é maior que 90 mmHg. - O diagnóstico da HAS depende da medida da pressão arterial e não dos sintomas relatados pelo paciente. Causa da Hipertensão - Hipertensão essencial ou primária: não é possível identificar nenhuma causa específica da hipertensão. - Hipertensão secundária: com uma etiologia específica evidente. - Na maior parte dos casos, a hipertensão tem como etiologia o aumento global da resistência ao fluxo sanguíneo, pelas arteríolas, e o DC está habitualmente normal. - Entretanto, a causa isolada do aumento da RVP na hipertensão parece ser essencial, ou seja, não identificada. - Isso implica que a elevação da pressão arterial é muito mais um evento multifatorial do que unifatorial. - Evidências epidemiológicas indicam que tais fatores contribuem para o desenvolvimento da HAS: fatores genéticos, estresse psiciológico, fatores ambientais e nutricionais (ingesta de sal e pouco consumo de potássio ou de cálcio). - Embora, a causa genética possa estar associada à hipertensão secundária. Mutações em vários genes foram associados à diversas causas de hipertensão. Tais como: variações funcionais dos genes de angiotensinogênio, ECA, receptores B2-adrenérgicos e alfa-aducina. Regulação da pressão arterial - A pressão arterial é mantida pela regulação contínua do débito cardíaco e da resistência vascular periférica, exercida em três locais anatômicos: 1) arteríolas, 2) vênulas pós-capilares (vasos de capacitância) e 3) o coração. - O rim, que seria o 4º local anatômico, contribui para regulação da volemia na manutenção da PA. - Os barorreflexos mediados por nervos autônomos atuam em combinação com mecanismos humorais, inclusive com o SRAA, coordenando esses quatro locais anatômicos. - Tanto os indivíduos normais, quanto os hipertensos possuem controle dos mesmos mecanismos. A diferença reside no ajuste desses controles perante níveis elevados de PA. - Endotelina-1: vasoconstritor de vasos sanguíneos. - Óxido nítrico: vasodilatador de vasos sanguíneos. Barorreflexos - Os barorreflexos são responsáveis por ajustes rápidos e contínuos da pressão arterial. - Os barorreceptores carotídeos são estimulados pelo estiramento das paredes vasculares produzido pela pressão interna. - A redução do estiramento determina redução da atividade dos barorreceptores. - A ativação dos barorreceptores inibe a descarga simpática central, a partir do núcleo do trato solitário do bulbo queda a PA e da FC. - A envio do sinal a partir dos barorreceptores é feito pelo nervo glossofarígeo (IX) e pelo nervo vago (X) até a medula, conforme figura IV-3-1. Resposta renal à redução da pressão arterial - O rim é principal responsável pelo controle em longo prazo da pressão arterial. - O aumento da reabsorção de sal e água é resultado da redução da pressão de perfusão renal, devido a uma redistribuição intrarrenal do fluxo sanguíneo. - A renina é produzida pela: 1) diminuição da pressão nas arteríolas renais e 2) redução da atividade neural simpática. - A produção de renina, aumenta a produção de angiotensina II. - A angiotensina II causa: 1) constrição direta dos vasos de resistência e 2) estimulação da síntese de aldosterona no córtex da supra renal. - A aldosterona aumenta a absorção renal de sódio e do volume sanguíneo intravascular. - O ADH, ou vasopressina, (sob ação da angiotensina II) liberada pela neurohipófise desempenha função importante na manutenção da PA, devido a sua capacidade de regular a reabsorção de água pelos rins. FARMACOLOGIA BÁSICA DOS ANTI-HIPERTENSIVOS ATENÇÃO: Há um documento de FARMACOLOGIA DA HIPERTENSÃO na lista de Farmacologia. Confira tá bem resumido e claro. - Classificação mediante principal local regulador ou mecanismo sobre o qual atuam 1. Diuréticos: reduzem a PA por meio da depleção de sódio e diminuição do volume sanguíneo. 2. Agentes simpaticoplégicos: reduzem a PA por meio da redução da RVP, por inibição da função cardíaca e aumento do acúmulo venoso nas vênulas pós-capilares. 3. Vasodilatadores diretos: reduzem a PA por meio da diminuição do tônus arteriolar, e em graus variáveis aumentando a capacitância. 4. Agentes que bloqueiam a produção ou ação da angiotensina: reduzem a PA mediante redução da RVP e do volume sanguíneo.