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SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL E PRÁTICAS CAMBIAIS AULA 3 Prof. Henri Siro 2 CONVERSA INICIAL O mercado de moedas é muito importante e muito interessante. É muito importante porque é a partir dele que são determinados os preços das moedas dos países. Não é sem motivos que é o mercado que mais negocia no mundo inteiro. Segundo o Banco Internacional de Liquidação (BIS, 2016), no ano de 2016, o mercado de moedas movimentou algo em torno de U$5,1 trilhões ao dia! Isso significa que nesse mercado são negociados, todos os dias, em torno de três vezes o PIB brasileiro do ano todo de 2015. É importante observar que o preço da moeda de um país afeta dramaticamente todos aqueles que estão imersos naquela sociedade. Todos os bens de importação e exportação são afetados pela variação do preço da moeda. A importância desse mercado recai na magnitude dos efeitos das variações das moedas. Nesse mercado, os bancos centrais atuam como maneira de influenciar a cotação das moedas dos próprios países. É comum um banco central interferir na negociação desses mercados, seja por meio da compra e venda da própria moeda ou por meio do mercado de derivativos (vamos compreender melhor o mercado de derivativos nas próximas duas aulas). Ele também é muito interessante, porque possui um funcionamento um pouco diferente de outros mercados. Como envolvem transações muito grandes, e de valores que atravessam fronteiras, para algumas negociações que acontecem no interior do mercado de moedas, não existem regulações padronizadas para determinação de procedimentos únicos. Cada país possui sua própria regulamentação. Outra característica importante do mercado de moedas é o fato de que as moedas não possuem um valor único. O preço de uma moeda sempre se dá em relação a outra moeda. O dólar americano (USD) pode ser medido em reais (BRL), ou em Euros (EUR), pode subir contra a libra esterlina (GBP), mas cair em relação ao Yen (JPY). Não há um valor fixo e nem um valor único para as moedas. O preço do câmbio é determinado diariamente a partir das negociações no mercado de moedas, em que compradores e vendedores realizam negociações e determinam, a partir da oferta e da demanda, o preço da moeda. O preço da moeda, por sua vez, determina o valor de todos os produtos e serviços produzidos naquele país em relação a outro país. Isso significa que, quando a moeda de um país x sobe em relação à de um país y, todos os produtos e serviços produzidos no país x ficam mais caros para as 3 pessoas e empresas do país y, ao mesmo tempo em que os produtos e serviços do país y ficam mais baratos para as pessoas e empresas do país x. É realmente um mercado que afeta dramaticamente a vida de todos nós, diretamente. Vamos entender um pouco mais sobre ele. CONTEXTUALIZANDO A história das moedas cunhadas e padronizadas é longa, e nos remete à Lídia, vizinha da Grécia. Mas não é essa longa história da moeda que nos interessa aqui. O que não podemos é desprezar a perspectiva histórica recente para compreender o mercado de moedas atual e como o dólar se tornou a moeda referência mundial (Estadão, 2009). No final da Guerra Mundial, diversos países se reuniram para estabelecer um acordo financeiro internacional: o acordo de Bretton Woods. Nesse acordo, em que os Estados Unidos estavam fortalecidos econômica e militarmente em relação aos países mais afetados pela Segunda Guerra Mundial, houve uma série de medidas e consenso de ordem para o sistema financeiro. Entre eles, e talvez o mais importante, estabeleceu-se que o dólar seria uma moeda referencial, uma vez que teria a sua conversibilidade em ouro garantida. O padrão-ouro, como é chamado, significa que o preço do dólar estava fixado e não era flutuante. O governo americano garantia que todos os dólares poderiam ser convertidos em uma quantidade fixa de ouro. O dólar americano pôde ser adotado como moeda mundial, por conta da conversibilidade ao ouro adotada nesse acordo. Ter dólar era o mesmo que ter ouro. No entanto, em 1971, o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, anunciou publicamente que o dólar não tinha mais seu lastro em ouro. Isso significou que os Estados Unidos poderiam criar a quantidade de dólares que quisessem, que não haveria mais necessidade de garantir uma quantidade fixada em ouro para todos os dólares existentes. O “choque Nixon”, como ficou conhecido, levou ao colapso o acordo de Bretton Woods. A década de 1970 é marcada por uma crise financeira advinda do “calote” dado pelos Estados Unidos na conversão do dólar em ouro. A consequência foi uma enorme desvalorização do dólar, com alta vertiginosa do preço do petróleo, com consequências para o mundo inteiro. Passada a época de crise, o dólar se manteve como a moeda mundial, no entanto, não havia mais um valor fixo para o dólar, como era o caso quando estava atrelado ao ouro. O valor do dólar passou a ser fiduciário, ou seja, seu valor se dava a 4 partir da sua capacidade de compra, e não mais por um valor fixo predeterminado. A partir da quebra do acordo de Bretton Woods, o mercado de moedas foi dramaticamente impactado. Hoje em dia, a grande maioria das moedas possui cotação flutuante, de modo que o valor de uma moeda é sempre dado em relação ao valor de outras moedas. Esse cenário de flutuação do preço das moedas é muito importante porque o mercado de moedas, além da função de propiciar a conversão dos recursos e transferência de dinheiro para diferentes países, também tem por função estabelecer o que seria o “preço justo”, ou seja, o “preço correto” das moedas. Como não há referência fixada para o valor de uma moeda, o seu valor acaba sendo dado pelo mercado de moedas, e sempre em relação às outras moedas (Kerr, 2011). TEMA 1 – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS O mercado de negociação de moedas, como já vimos antes, é o maior mercado do mundo, e possui características específicas. Primeiro, temos de dividir as negociações no mercado de moedas em duas principais frentes. O mercado à vista e o mercado derivativo. O mercado à vista é quando ocorrem as negociações da moeda em que há transferência dos recursos. O nome de mercado “à vista” se deve, justamente, por sua característica de envolver a transação em dinheiro. Apesar de ser a maneira mais comum de conceber a negociação de moedas, ou seja, compra e venda da moeda em espécie, o mercado à vista não é aquele em que se concentra a maioria dos negócios. Além do mercado à vista, existem outros tipos de negociação de moedas, os quais não envolvem a transferência direta dos recursos. As moedas também são negociadas utilizando instrumentos financeiros chamados de derivativos. O nome “derivativos” advém do fato de se tratarem de um contrato que “deriva” do ativo financeiro. Nesse nosso caso de moedas, o ativo é a própria moeda, e o derivativo é o contrato financeiro que estabelece uma negociação para as moedas, mas não envolve a entrega e o recebimento de divisas. Pode parecer estranho imaginar uma negociação de moedas que não envolve a entrega física da moeda. Para compreender melhor o que são e como funcionam os derivativos, nas próximas duas aulas, iremos compreender os dois instrumentos de derivativos mais importantes: o mercado futuro e o mercado de opções. Por enquanto, basta-nos saber que o mercado à vista não é o único modo, nem é o mais importante, de se negociarem moedas. Segundo o Bank 5 of International Settlements (BIS, 2016), do total dos U$5,1 trilhões diários negociados no mercado de moedas, somente U$1,7 trilhão foi no mercado à vista, sendo os outros U$3,4 trilhões diários em derivativos. Mas U$1,7 trilhão, apesar de ser 1/3 do valor total, está longe de ser pouca coisa. É equivalente ao PIB brasileiro do ano inteiro de 2015, mas, no caso do mercado à vista de moeda, esse valoré negociado todos os dias! Outra divisão que podemos fazer para o mercado de moedas é aquela no que tange a entrada e a saída de moeda dos países: o mercado primário e o mercado secundário (Banco Central, 2016). O mercado primário é aquele que influencia na entrada e saída de moeda estrangeira do país. As negociações de empresas importadoras, exportadoras ou até mesmo de turistas que carregam as moedas entre os diferentes países estão consideradas dentro desse mercado. Trata-se do mercado que afeta o Balanço de Pagamentos do país. Iremos falar melhor sobre o Balanço de Pagamentos no Tema 6 desta aula, mas já cabe apontar que se trata da contabilização da entrada e saída de moedas estrangeiras do país. O mercado secundário é aquele em que as negociações de moedas não interferem na saída ou entrada de dinheiro do país. As negociações mais importantes do mercado secundário ocorrem no mercado interbancário, que se trata das negociações entre as instituições financeiras. Somente as instituições credenciadas pelo Banco Central podem operar no mercado de câmbio interbancário. Atualmente há em torno de 189 instituições cadastradas no Banco Central para operar no mercado de câmbio (Banco Central, 2016b). Essas instituições são as únicas que podem ter uma conta corrente em que existem dólares depositados. Ao contrário de uma série de países, no Brasil não é permitido ter uma conta corrente com dólares. Toda movimentação de moeda estrangeira acontece por meio do Banco Central, de modo que a maioria dos indivíduos e as empresas não possam ter dólares depositados em conta corrente. As instituições cadastradas para operar o mercado de câmbio estão entre as exceções que podem possuir conta corrente com moeda estrangeira (Banco Central, 2009). Essas instituições também são habilitadas para operar no dólar pronto, que se trata do dólar para entrega em até dois dias úteis, e é negociado na bolsa de valores brasileira. Depois de ter visto um pouco sobre as características do mercado nacional de moedas, é importante compreender as características do mercado de moedas internacional. Também chamado de Forex (Foreign Exchange), 6 trata-se do maior mercado de negociação do mundo. Uma característica importante desse mercado de moedas é que se trata de um mercado de níveis. O primeiro nível é onde acontecem as negociações entre as principais instituições financeiras. É nesse primeiro nível que as instituições financeiras realizam negócios entre si e fecham o preço de transação das moedas. A partir das negociações realizadas entre principais instituições financeiras, essas mesmas instituições repassam o preço da moeda, com um spread (diferença) no valor, para os demais participantes do mercado. As instituições realizam os negócios entre si, e são elas que repassam o preço da moeda para outros participantes. Por isso se trata de um mercado de níveis, porque ocorrem a partir de um núcleo central, em que as negociações ocorrem entre grandes instituições financeiras, e depois as moedas são repassadas e renegociadas para outros participantes. A Figura 2 apresenta um representativo gráfico desse esquema. Figura 2 – O mercado de moedas é um mercado em níveis. Inicialmente com as principais instituições financeiras, no mercado interbancário, e posteriormente para os outros participantes. Outra característica importante do mercado de moedas internacional é que ele se trata de um mercado não centralizado. O que isso quer dizer? É um mercado que não possui um único local de negociação, como é o caso das ações ou de commodities, que são negociadas no mesmo local, a saber, na bolsa de valores. No mercado de moedas, as negociações ocorrem a partir de acordos bilaterais, ou seja, entre as próprias instituições financeiras. O fato de não ser centralizado permite que as moedas sejam negociadas a diferentes preços pelos participantes. As negociações costumam acontecer a partir de 7 plataformas eletrônicas, mas elas são ausentes de regulação. Nesse sentido, é diferente de outros mercados, como o de ações, por exemplo. Nesse mercado, para comprar uma ação, você deve participar das negociações competindo a compra e venda no mesmo local do que os outros participantes. Isso significa que existe somente um preço para o ativo. Já no caso do mercado de moedas, as negociações ocorrem entre os participantes, sem a utilização de um local comum para a negociação. Outra característica importante do mercado de moedas é que as negociações não possuem um único regulador. Como as negociações envolvem instituições de diferentes países, cada país tem as próprias regras para as negociações. Portanto, as normas para as transações das moedas seguem orientações diferentes, dependendo do país que está realizando a compra e a venda da moeda. Por envolver diversas legislações, a negociação de moedas acaba não apresentando nenhum mercado central, regulado, respondendo ao julgo das Comissões de Valores Mobiliários (Securities Comission). A falta de um regulador central não significa que não haja regulações, mas a negociação é independente de normas centrais e compartilhadas. Quando as transações ocorrem entre diferentes países, as normas automaticamente mudam, porque a norma não é a do mercado de moedas, mas a do país que está recebendo ou transferindo divisas. Por conta desses aspectos de não ser centralizado e não ter uma regulação clara, o mercado de moedas é, provavelmente, o mercado mais próximo do livre mercado. TEMA 2 – PARTICIPANTES No mercado de moedas brasileiro, existe a presença dos dealers. Trata- se das maiores instituições financeiras do país, que são habilitadas para operar diretamente com o Banco Central. Essas instituições realizam negócios com o BC quando ele quer comprar ou vender dólar no mercado. Os dealers também se propõem a fornecer informações sobre o preço em que as moedas estão sendo negociadas entre si ou com outros participantes. É a partir das informações fornecidas pelos dealers que podemos saber a cotação do preço do dólar comercial, por exemplo. Atualmente são treze dealers, os quais são elencados de acordo com uma lista de critérios exigidos pelo Banco Central (Banco Central, 2016c). Além dos dealers, existem as instituições financeiras 8 ou de turismo que podem atuar no mercado de câmbio. No final do ano de 2016, totalizavam 189 instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio. Essas instituições estão habilitadas a possuir conta corrente em dólar dentro do Brasil, e podem realizar negociações de compra e venda de dólar, bem como de contratos de câmbio. O Banco Central divulga uma lista dos principais participantes para o mercado de moedas (Banco Central, 2016d). Na Tabela 1, você pode acompanhar as principais instituições financeiras e seus volumes de negociações para o mercado primário e para o mercado secundário (interbancário) de novembro de 2016. Lembrando que o mercado primário se trata das negociações que envolvem transferência de valores do Brasil para o exterior ou vice-versa, afetando a entrada ou saída de moeda estrangeira no país. O mercado secundário se trata da negociação da moeda internamente no país, em geral entre as próprias instituições financeiras. Tabela 1 – Ranking das instituições financeiras, por volume de negociação, para o mercado primário, interbancário e total. Fonte: Banco Central, 2016d, adaptado pelo autor. Na Tabela 1, é possível observar a grande concentração das negociações de moedas entre os oito primeiros players. Sendo o primeiro lugar do ranking quase 50% maior em volume financeiro do que o segundo lugar. E o segundo lugar é praticamente 50% maior em volume do que o quarto lugar. Quando se fala do mercado internacional de moedas, as negociações das dividas ocorrem entre as principais instituiçõesfinanceiras, e em seguida são repassadas internamente aos países. Trata-se de um mercado de níveis. Os participantes desse mercado internacional costumam usar de um sistema Instituição Total do Mercado Primário (em milhões US$) Total do Mercado Interbancário (em milhões US$) Total (em milhões US$) BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 141.616,7 175.254,1 316.870,8 BANCO CITIBANK S.A. 169.283,5 53.957,3 223.240,8 BANCO BRADESCO S.A. 113.904,3 68.055,8 181.960,1 ITAÚ UNIBANCO S.A. 112.710,1 47.395,1 160.105,3 BANCO J.P. MORGAN S.A. 103.258,6 47.657,1 150.915,6 BANCO SOCIETE GENERALE BRASIL S.A. 18.274,5 130.103,4 148.377,9 BANCO DO BRASIL S.A. 99.982,3 36.944,3 136.926,7 KIRTON BANK S.A. - BANCO MÚLTIPLO 51.182,4 70.552,8 121.735,2 BANCO BTG PACTUAL S.A. 10.382,4 67.247,2 77.629,6 BANK OF AMERICA MERRILL LYNCH BANCO MÚLTIPLO S.A. 51.588,2 25.640,2 77.228,4 9 especial de troca de informações, com vistas à manutenção da segurança das informações. Como só participam grandes bancos nesse mercado, sem a possibilidade de entrada livre de participantes (como é o caso das bolsas de valores), ele é chamado de Mercado Internacional Interbancário de Trocas (Interbank Foreign Exchange Market). No entanto, é necessário tomar cuidado para não confundir com o mercado interbancário nacional, conforme nomenclatura do Banco Central, que se trata do mercado secundário de moedas. O Mercado Internacional Interbancário de Trocas é o círculo principal da negociação de moedas mundial, que dá origem aos valores dos preços de câmbio. As negociações entre as instituições financeiras ocorrem livremente, sem a existência de um regulador central ou de um mercado específico, como é o caso do mercado de ações. As negociações entre as instituições podem acontecer a partir de softwares, que atendem especificamente a esse mercado, ou a partir da negociação direta, no mercado balcão. Mercado balcão significa apenas que se trata de negociações a partir de telefone, ou seja, um mercado em que as instituições estabelecem contato entre si e realizam as negociações sem o envolvimento de algum padrão de negociação. A preocupação com a segurança é muito grande, de tal modo que se criou a Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (SWIFT, 2016). Trata- se de um sistema de comunicações altamente seguro, feito para trocar mensagens entre as instituições financeiras ao redor do globo. Por não terem um mercado centralizado e não possuírem um único órgão responsável pela regulação dessas trocas, o mercado de moedas acaba funcionando 24 horas por dia, não tendo restrições que o limitam a horários para operação. A partir das negociações realizadas entre as principais instituições, essas instituições repassam o preço de negociação dessas moedas para outros participantes, geralmente a partir de plataformas eletrônicas e cobrando um percentual de diferença (spread) entre os valores negociados inicialmente e aqueles repassados para os clientes. Existem diversas empresas que permitem a negociação de moedas por meio eletrônico. Trata-se, portanto, de empresas que conseguem acesso para negociar as moedas com grandes instituições financeiras, e repassam essas negociações para seus clientes, acrescido de um pequeno valor (spread), que se trata, justamente, do ganho que essa empresa intermediadora obterá. Portanto, é importante compreender a característica do mercado de nível, para compreender como acontece o 10 repasse de preços das moedas. No próximo Tema, vamos compreender melhor os diversos preços existentes para o câmbio. TEMA 3 – FORMAÇÃO DE PREÇOS Primeiro, para compreender a formação de preço das moedas, não podemos perder de vista a característica “em níveis” do mercado de moedas. Os principais participantes realizam negociações entre si, e repassam esses preços para seus clientes, os quais podem ser outras instituições financeiras ou empresas de turismos, e que, por sua vez, repassam novamente a moeda para seus clientes por um novo preço e assim por diante. Portanto, não há um único valor para a moeda. O que garante que o preço das moedas seja “justo” é a competitividade existente entre os participantes que atuam nesse mercado. Atualmente, no mercado brasileiro, existem 189 instituições que podem operar no mercado de câmbio. Alguém interessado em fechar um contrato de câmbio pode fazer, tranquilamente, cotações em diversos locais diferentes antes de realizar uma operação de compra ou venda de moeda estrangeira. Sendo assim, como é possível saber qual é o valor de uma moeda estrangeira? Existem diversos preços para a moeda estrangeira. O Banco Central (2016e, #7) esclarece que as operações de câmbio têm diferentes características, de acordo com a natureza de cada uma, com custos administrativos e financeiros também diversos. Assim, a taxa de câmbio pode variar de acordo com a natureza da operação, da forma de entrega da moeda estrangeira e de outros componentes tais como valor da operação, cliente, prazo de liquidação, etc. A seguir, veremos a formação de alguns dos principais preços para o Dólar Americano, que se trata da principal moeda estrangeira. E conheceremos um pouco melhor as taxas que existem para o câmbio. Taxa Ptax – Trata-se da principal taxa de referência para o dólar. Ela é a taxa divulgada pelo Banco Central, mas não deve ser entendida como uma taxa determinada pelo governo. A taxa de câmbio, no Brasil, é determinada pelo mercado. Como, então, chegamos à taxa Ptax? Os dealers de câmbio, as treze instituições financeiras que são habilitadas para negociar diretamente com o Banco Central, são requisitados a passar, ao longo do dia, os valores das negociações de câmbio que estão realizando no mercado interbancário. Portanto, os dealers informam diversas vezes ao dia ao Banco Central os valores e o volume em que estão realizando as negociações. No final do dia, o 11 valor médio dessas negociações é divulgado pelo Banco Central como sendo a taxa Ptax, a qual serve como referência para o mercado de moeda, podendo indexar contratos e importação e exportação. Ela se trata de uma taxa importante, porque é justamente a média das negociações do dia, ponderada pelo volume. Assim, o volume das negociações tem uma importância para a composição da taxa Ptax. O seu valor acaba tendendo para aquele em que ocorreu a maioria das negociações naquele dia. A taxa Ptax, no entanto, não pode ser considerada como uma taxa fixada pelo Banco Central, tampouco deverá ser entendida como a taxa que o banco ou a agência de turismo irá lhe oferecer (Banco Central, 2016e). A taxa Ptax funciona como uma referência para os compradores e vendedores da moeda estrangeira, por ser a média das negociações do dia, mas não pode ser entendida como uma taxa fixada para o câmbio, e uma taxa em que você poderá realizar os seus negócios. É, no entanto, uma taxa importante para a referência do nível médio de negociação do dólar. Câmbio Comercial – Segundo Borges (2012, p. 58), a taxa de câmbio comercial “é utilizada nas operações de câmbio de exportação e importação e nas operações financeiras”. Como se trata do dólar utilizado para essas operações, a taxa comercial é aquela que envolve o envio de dinheiro para dentro ou fora do país. O dólar comercial varia de acordo com a oferta e a demanda de mercado, podendo ter diversas cotações ao longo do dia, de acordo com a flutuação do dólar. Câmbio Turismo – Segundo o Banco Central (2016e), as expressões relacionadas ao câmbio turismo “são utilizadas comumente para classificar as operações relativas a compra e venda de moeda para viagens internacionais, geralmente em espécie”. Em geral, o câmbio turismo é aquele em que se compra a moeda, para carregá-la fisicamente. Câmbio Paralelo – O câmbio paralelo é a taxa para a negociação demoeda não declarada. A negociação do câmbio paralelo é ilegal e está sujeita às punições previstas em lei. Câmbio Pronto – Segundo Borges (2012, p. 58), “a taxa de câmbio interbancário pronto (Dólar pronto) estabelece o parâmetro para as operações de compra e venda de moeda entre bancos no segmento comercial para entrega em 48 horas”. É possível negociar o dólar pronto na bolsa de valores 12 brasileira, mas somente por instituições habilitadas para operar no mercado de câmbio. Outro aspecto importante para compreender o preço de uma moeda é compreender que o seu valor se dá em relação a outras moedas. Isso significa dizer que o valor de uma moeda não é único, mas depende de qual moeda se está utilizando como referência. Podemos pegar como exemplo o dólar americano contra o euro, e o dólar americano contra o real. Enquanto o dólar americano vale em torno de 1,10 euros, o mesmo dólar americano vale em torno de 3,30 reais. As moedas se valorizam e desvalorizam em relação a outras moedas, e a mudança de preço de uma moeda varia com a comparação com a moeda base que se está utilizando como referência. Podemos pegar o exemplo do ano de 2014, em que houve uma intensa valorização do dólar ao redor do mundo. Isso é possível observar no Gráfico 1, em que o dólar se valorizou de maneira forte contra uma cesta de moeda. O Bloomberg Dollar Spot Index, que está representado no Gráfico 1, demonstra o comportamento do dólar na média contra um grupo de moedas. Ou seja, como a variação do Dólar Americano é singular para cada uma das moedas com as quais está comparando o seu valor, como saber se o dólar, em geral, está se valorizando ou desvalorizando? Para responder a essa pergunta, a agência de notícia Bloomberg faz uma comparação da variação do valor do dólar americano contra várias moedas, e, assim, dá para saber se, no geral, o dólar está se valorizando ou desvalorizando contra a maioria das moedas. Gráfico 1 – Gráfico do dólar contra uma cesta de moedas – Bloomberg Dollar Spot Index Fonte: Bloomberg, 2016. 13 No mesmo ano de 2014, podemos também observar valorização do dólar contra o real. No Gráfico 2, é possível observar que o dólar subiu de em torno de R$2,35/USD para próximo de R$2,66/USD. Nesse caso, podemos observar que a valorização do dólar ocorreu contra a moeda brasileira. Fazendo uma comparação, no ano de 2014, o dólar valorizou em torno de 13% contra a moeda brasileira, mas o mesmo dólar valorizou em torno de 18% contra a cesta de moeda mensurada pelo Bloomberg. Isso significa que, em 2014, o dólar americano valorizou menos contra o real do que contra a maioria das moedas. De certa forma, podemos observar que o que aconteceu no ano de 2014 não foi uma desvalorização do real contra o dólar, mas uma valorização do dólar contra a grande maioria das moedas do mundo. A perspectiva global e relativa do preço das moedas é um importante elemento para compreendermos o mercado de câmbio. Gráfico 2 – Gráfico do dólar contra o real – USDBRL Fonte: Bloomberg, 2016b. No próximo tema, abordaremos um pouco sobre as políticas cambiais, que se tratam das decisões governamentais sobre a negociação das moedas e que podem influenciar os valores das moedas. TEMA 4 – POLÍTICAS CAMBIAIS O mercado de moedas tem como uma de suas funções determinar o preço relativo entre as moedas. O preço de uma moeda na maioria dos países é dado pela oferta e demanda do mercado, mas não é a única maneira de se 14 realizar a cotação de uma moeda. As políticas cambiais variam entre os países, e é possível que um mesmo país adote políticas cambiais diferentes ao longo do tempo. Segundo Kerr (2011, p. 63), “a política cambial diz respeito à gestão das taxas de câmbio e ao controle das operações cambiais”. Portanto, trata-se da política governamental sobre as negociações que envolvem transações com o exterior, sendo ela puramente de moeda ou envolvendo a troca de algum bem ou serviço com o mercado estrangeiro. O Banco Central (2016) conceitua política cambial como “o conjunto de ações governamentais diretamente relacionadas ao comportamento do mercado de câmbio, inclusive no que se refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos”. Para Kerr (2011, p. 63), “é atribuição do Bacen definir a política cambial e adotar ou não câmbio fixo, flutuante, ou alguma política intermediária, como a de bandas cambiais”. Já o Banco Central (2016) esclarece que ele se trata de um executor da política cambial, mas ela é definida pelo Conselho Monetário Nacional. O Banco Central também tem autonomia para comprar e vender moeda estrangeira diretamente no mercado de câmbio, “com o objetivo de conter movimentos desordenados da taxa de câmbio” (Banco Central, 2016). Nos últimos anos, a grande maioria das intervenções do Banco Central no mercado de câmbio tem ocorrido comprando e vendendo dólares americanos por meio de um produto financeiro chamado de Swap. O Swap é um derivativo que correspondente à troca de dólares americanos por reais ou vice-versa. Na próxima aula, iremos entender um pouco melhor sobre os contratos de derivativos, mas o que é importante entender neste momento é que, quando o Banco Central oferta contratos de Swap Cambial, isso equivale à venda de contratos futuro de dólares, e os contratos de Swap Cambial Reverso equivalem à compra de contratos futuros de dólares. Iremos compreender os contratos futuros na Aula 4. Atualmente a política cambial brasileira é flutuante, ou seja, é o mercado que determina o valor da moeda brasileira contra as outras moedas internacionais. O Banco Central somente realiza operações pontuais e ocasionais, para manter a liquidez no mercado. Para Kerr (2011, p. 63), “a principal vantagem da política cambial flutuante é o equilíbrio constante do balanço de pagamentos”. Isso significa que, quando há mais saída do que entrada de dólares, o preço do dólar tende a subir. Esse movimento se dá por 15 conta da pressão dos compradores dos dólares, que acaba fazendo a moeda estrangeira subir. Uma vez com o preço do dólar mais alto, a tendência é de diminuir a compra dos dólares, justamente porque agora o dólar ficou mais caro. O inverso também é verdadeiro. Se há muito mais entrada do que saída de dólares no país, a tendência é que o preço da moeda estrangeira caia em relação ao real, por conta da maior pressão dos vendedores do dólar americano para comprar o real. Com a queda do valor da moeda estrangeira, a tendência é diminuir a entrada dos dólares no Brasil, justamente por conta da queda do preço dessa moeda. Uma vez o dólar estando mais barato em relação ao real, é menos atrativo trazer a moeda estrangeira para o nosso país. Mas nem sempre o Brasil teve uma política de câmbio flutuante. No Gráfico 3, é possível observar a flutuação do dólar americano em relação ao real. Observe que nos anos 1990 o preço do dólar permaneceu com baixíssima flutuação durante diversos anos. Isso decorreu de uma política cambial de bandas, em que era limitada a flutuação do dólar. Segundo Kerr (2011), o câmbio com pouca flutuação, como foi o ocorrido com esse caso de bandas cambiais no Brasil, tem o benefício de manter a taxa de câmbio previsível para as pessoas e, sobretudo, para as empresas. No entanto, existe o problema de afetar o Balanço de Pagamentos de maneiras, muitas vezes, insustentáveis. No caso do Brasil, a taxa de câmbio foi fixada em um patamar que estimulou muito a importação. O que aconteceu foi que boa parte dos dólares que o país tinha foi embora, para pagamento de produtos e bens importados. A inflação permaneceu pequena, na época, mas provavelmente, se durasse mais um tempo essa política cambial, o Brasil passaria por problemas financeiros, porquefaltaria dólar para pagar seus compromissos (Estadão, 2008). 16 Gráfico 3 – Dólar americano contra o real Fonte: Dados Economática, elaborado pelo autor. No Gráfico 3, é possível observar como o dólar subiu rapidamente em meados do ano de 1999, quando se encerrou a política de bandas cambiais para a de câmbio flutuante. O valor do dólar praticamente dobrou em poucos meses, evidenciando como o seu preço estava baixo quando se estabeleceu a faixa de flutuação do dólar na política de bandas cambiais (Estadão, 2008). Uma vez com a alta do dólar, diminui a saída da moeda estrangeira do país e ajudou a regularizar o fluxo financeiro. No próximo Tema, iremos compreender um pouco dos elementos que podem influenciar a variação do valor de uma moeda. TEMA 5 – INFLAÇÃO, JUROS E BALANÇO DE PAGAMENTOS A dinâmica de uma economia é algo muito complexo e não é nosso objetivo compreender tudo que pode influenciar a variação do valor de uma moeda. Diversas teorias econômicas se inclinam a compreender a dinâmica da economia e identificar como determinadas variáveis econômicas influenciam outras. Nosso objetivo, com o tema atual, é só explicitar a dinâmica imediata entre inflação e juros, com o valor da moeda. Também apresentar a conta 17 Balanço de Pagamentos, que inclui todas as entradas e saídas de moeda estrangeira de um país. Para Lima, o balanço de pagamentos é o registro, realizado pelo Banco Central, do valor em dólares de todas as transações entre residentes e não-residentes no país, sendo dividido em duas grandes contas: Transações Correntes e Conta Capital e Financeira [...]. A conta Transações Correntes está associada ao lado real da economia [...]. A Conta Capital e Financeira refere-se ao lado puramente financeiro das relações do país com o exterior [...] Em condição de equilíbrio do balanço de pagamentos, o saldo em transações correntes, positivo ou negativo, é, ou deveria ser, compensado pela soma dos saldos [...] da Conta Capital e Financeira. Contudo, a compensação raramente é completa [...]) Ou seja, normalmente o saldo do balanço de pagamentos não é zero. No fim de um ano de operação com o exterior, o saldo pode ser positivo ou negativo. Portanto, o Balanço de Pagamentos deve ser entendido como o resultado final da entrada e saída de dólares do país. Se no final do ano o saldo do Balanço de Pagamentos é negativo, significa que o país perdeu reservas em moeda estrangeira. Se, no final do ano, o saldo é positivo, significa que o país aumentou suas reservas em moeda estrangeira. Como alega Lima, o Balanço de Pagamentos é dividido, principalmente, em Transações Correntes, que se trata da economia real, e Conta Financeira, que se trata de empréstimos e aplicações financeiras. Um país pode ter o saldo do Balanço de Pagamentos positivo mesmo com as Transações Correntes negativas. Isso se explicaria porque houve entradas em aplicações financeiras que superaram a saída de dinheiro nas contas que tratam da economia real. Outras duas variáveis importantes para entender o valor de uma moeda são os juros e a inflação. Ambas são variáveis que se relacionam com o valor do dinheiro. Enquanto os juros são o valor da moeda no tempo, por conta da remuneração que é paga para não utilizar o dinheiro, a inflação é a variação do valor de uma moeda por conta da variação do seu poder aquisitivo. Um país em que constam altos índices de inflação tende a ver reduzido o valor da sua moeda. A inflação é justamente a medida da variação do valor da moeda em relação aos produtos. A inflação alta de um país significa que sua moeda está perdendo valor, necessitando de uma maior quantidade de dinheiro para comprar a mesma quantidade de produtos. A ausência de inflação de um país significa que a mesma quantidade de moeda compra a mesma quantidade de produtos. Podemos dizer, a grosso modo, que países com alta inflação tendem a ver sua moeda perdendo valor em relação à moeda de países com baixos índices inflacionários. 18 Os juros, por sua vez, são o remédio amargo para conter a desvalorização da moeda. Juros altos tendem a reduzir o efeito inflacionário, por reduzirem a circulação da moeda (Blanchard, 2007). Portanto, os juros, ao terem efeito sobre a inflação, também têm efeito sobre o câmbio. O aumento dos juros tende a fazer valorizar uma moeda, enquanto juros mais baixos tendem a fazê-la perder valor. Mas não significa que países com baixas taxas de juros têm a sua moeda com baixo valor. Provavelmente seja ao contrário. A moeda do país está tão valorizada, ou seja, a inflação está tão baixa, que não é necessária a existência de altas taxas de juros para ajudar a valorizar a moeda. TROCANDO IDEIAS Agora que vimos sobre o mercado de moedas, fica o convite para você entender melhor o Acordo de Bretton Woods e o Choque Nixon. Enquanto o sistema de Bretton Woods, acordado no ano de 1944, próximo do fim da Segunda Guerra Mundial, estabeleceu conversão fixa do dólar para o ouro, em 1971, durante a presidência do Richard Nixon, os Estados Unidos cancelaram a conversão do dólar para o ouro, gerando uma grande crise, e estabelecendo um sistema de câmbio flutuante. Mesmo depois da turbulência gerada pela decisão unilateral dos Estados Unidos em desvincular o dólar americano do lastro em ouro, até hoje o dólar é considerado a principal moeda mundial. Veja sobre o acordo de Bretton Woods no link <https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordos_de_Bretton_Woods>. Aqui você pode ver sobre o choque Nixon: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Choque_Nixon>. NA PRÁTICA O mercado de moedas pode ser dividido em mercado primário e secundário, mas quais as suas diferenças? O que garante que o preço das moedas seja “correto”? O mercado primário é aquele em que há saída e entrada de dólar entre os países. O mercado primário afeta o Balanço de Pagamentos, e envolve as importações, as exportações, remessas financeiras e outras atividades que implicam a entrada ou saída de divisas de um país. O mercado secundário é aquele em que a instituição financeira negocia o preço da moeda para seus clientes ou outras instituições financeiras. Existe uma característica em níveis 19 para o mercado de moedas, e o preço da moeda é repassado para os clientes com uma pequena diferença, o chamado spread. O que garante que o preço da moeda seja “justo” é a própria competitividade do mercado. Uma vez que não há um mercado central do mercado, o valor é regulado pela própria competição entre os participantes. O preço “correto” no mercado secundário ocorre do mesmo modo, a partir do efeito da competitividade entre os participantes. FINALIZANDO O mercado de moedas é o maior mercado do mundo, negociando em torno de U$5 trilhões de dólares diariamente. No mercado de moedas podem atuar os Bancos Centrais e grandes instituições financeiras. As negociações internacionais no mercado de moedas são descentralizadas. Isso significa que as negociações ocorrem livremente, e não são reguladas por uma única instituição. O mercado de moedas é um mercado em nível, o que significa que os preços são repassados entre os participantes até chegar ao cliente final. Portanto, não existe um único preço para a moeda, diferente do mercado de ações. O preço de uma moeda não é absoluto por si mesmo, ele se dá sempre em relação a outras moedas. REFERÊNCIAS BANCO CENTRAL, 2009. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/Rex/RMCCI/Ftp/RMCCI-1-14.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2016. BANCO CENTRAL, 2016. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/mercCam.asp>. Acesso em: 21 nov. 2016. BANCO CENTRAL, 2016b. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_autorizadas.asp>. Acesso em: 21 nov. 2016. BANCO CENTRAL, 2016c. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/pec/dealers/principal.asp>.Acesso em: 21 nov. 2016. 20 BANCO CENTRAL, 2016d. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?ESTATCAMBIFCRONO>. Acesso em: 20 dez. 2016. BANCO CENTRAL, 2016e. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/taxCam.asp>. Acesso em: 20 dez. 2016. BIS, 2016. Disponível em: <http://www.bis.org/publ/rpfx16.htm>. Acesso em 01 out. 2016. BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. BLOOMBERG, 2016. Disponível em: <http://www.bloomberg.com/quote/DXY:CUR>. Acesso em 13 out. 2016. BLOOMBERG, 2016b. Disponível em: <http://www.bloomberg.com/quote/USDBRL:CUR>. Acesso em: 13 out. 2016. ESTADAO, 2008. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/blogs/jpkupfer/cambio-flutuante-fhc-nao-fez- foi-atropelado/>. Acessa em 26 dez. 2016. ESTADAO, 2009. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,veja-como-o-dolar-se-tornou-a- moeda-de-referencia-mundial,400908>. Acesso em: 15 nov. 2016. KERR, R. Mercado Financeiro e de Capitais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. LIMA, G. Economia, dinheiro e poder político. Curitiba: Intersaberes, 2012. SWIFT, 2016. Disponível em: <https://www.swift.com/about-us/discover-swift>. Acesso em: 23 dez. 2016.
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