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SP04 - Fígado (anatomia, histologia, funções, patologias, exames)

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AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
Situação Problema 04 – SP04 
OBJ1:	Apresentar	anatomicamente	e	histologicamente	o	fígado.	
ANATOMIA	DO	FÍGADO	
O	fígado	é	a	maior	víscera	abdominal	e	ocupa	uma	porção	substancial	da	cavidade	abdominal	superior.	Preenche	a	
maior	 parte	 do	 hipocôndrio	 direito	 e	 do	 epigástrio,	 e	 com	 frequência	 se	 estende	 até	 o	 hipocôndrio	 esquerdo,	
alcançando	a	linha	lateral	esquerda.	A	medida	que	o	corpo	cresce	desde	a	infância	até	a	fase	adulta,	o	fígado	aumenta	
rapidamente	de	tamanho,	esse	período	de	crescimento	atinge	um	platô	por	volta	dos	18	anos	e	a	partir	da	meia-idade	
ocorre	uma	diminuição	gradual	do	peso	do	fígado.	Além	disso,	o	tamanho	fígado	varia	com	o	sexo,	idade	e	o	tamanho	
do	corpo.		O	fígado	é	o	maior	órgão	do	corpo,	contribuindo	com	cerca	de	2%	do	peso	corporal	total,	ou	algo	em	torno	
de	1,5	kg	na	pessoa	adulta.	Sua	unidade	funcional	básica	é	o	lóbulo	hepático,	que	é	uma	estrutura	cilíndrica	com	alguns	
milímetros	de	comprimento	e	0,8	a	2	milímetros	de	diâmetro.	O	fígado	humano	contém	50.000	a	100.000	lóbulos	
individuais.	O	lóbulo	hepático	é	construído	em	torno	de	uma	veia	central	que	drena	para	as	veias	hepáticas	e,	daí,	para	
a	veia	cava.	O	próprio	lóbulo	é	composto	principalmente	por	diversas	placas	celulares	que	se	irradiam	a	partir	da	veia	
central	como	os	raios	de	uma	roda.	Cada	placa	hepática,	em	geral,	tem	a	espessura	de	duas	células	e,	entre	as	células	
adjacentes,	situam-se	os	pequenos	canalículos	biliares,	que	drenam	para	os	ductos	biliares,	nos	septos	fibrosos	os	
quais	separam	os	lóbulos	hepáticos	adjacentes.		
(VÊNULAS)	Nos	septos	existem	pequenas	vênulas	portais	que	recebem	seu	sangue,	principalmente	do	efluxo	do	trato	
gastrointestinal,	por	meio	da	veia	porta.	A	partir	dessas	vênulas,	o	sangue	flui	para	os	sinusoides	hepáticos,	lisos	e	
ramificados,	que	existem	entre	as	placas	hepáticas,	e	daí	para	a	veia	central.	Desse	modo,	as	células	hepáticas	estão	
continuamente	expostas	ao	fluxo	venoso	porta.		
(ARTERÍOLAS)	As	arteríolas	hepáticas	estão	 igualmente	presentes	no	septo	 interlobular.	Essas	arteríolas	 fornecem	
sangue	arterial	para	os	tecidos	septais,	entre	os	lóbulos	adjacentes,	e	muitas	das	pequenas	arteríolas	também	drenam,	
diretamente,	para	os	sinusoides	hepáticos,	mais	frequentemente,	drenando	para	os	localizados	a	cerca	de	um	terço	
da	distância	do	septo	interlobular.		
(REVESTIMENTO	ENDOTELIAL)	Além	dos	hepatócitos,	os	sinusoides	venosos	são	revestidos	por	dois	outros	tipos	de	
células:	 (1)	 as	 células	 endoteliais	 típicas;	 e	 (2)	 as	 grandes	 células	 de	 Kupffer	 (também	 denominadas	 células	
reticuloendoteliais),	que	são	macrófagos	residentes	que	revestem	os	sinusoides	e	são	capazes	de	fagocitar	bactérias	
e	outras	matérias	estranhas	no	sangue	dos	sinusoides	hepáticos.	O	revestimento	endotelial	dos	sinusoides	tem	poros	
extremamente	grandes,	alguns	deles	com	quase	1	micrômetro	de	diâmetro.		
(ESPAÇO	DE	DISSE)	Abaixo	desse	revestimento,	situados	entre	as	células	endoteliais	e	as	hepáticas,	existem	estreitos	
espaços	teciduais	denominados	espaços	de	Disse,	também	conhecidos	como	espaços	perissinusoidais.	Os	milhões	de	
espaços	de	Disse	se	conectam	aos	vasos	 linfáticos	nos	septos	 interlobulares.	Por	 isso,	o	excesso	de	líquido,	nesses	
espaços	é	removido	pelos	linfáticos.	Devido	aos	grandes	poros	no	endotélio,	as	substâncias	do	plasma	se	movimentam,	
livremente,	 para	 os	 espaços	 de	 Disse.	 Da	 mesma	 forma,	 grandes	 porções	 de	 proteína	 plasmática	 se	 difundem	
livremente	para	esses	espaços.	
CARACTERÍSTICAS	GERAIS	DO	FÍGADO	
Características	como	formato,	delimitação,	cor	e	consistência.	
FORMATO	E	DELIMITAÇÃO	
O	fígado	possui	um	formato	de	cunha,	que	é	determinado	pelo	formato	da	cavidade	abdominal	superior	dentro	da	
qual	ele	cresce.	A	extremidade	mais	estreita	da	cunha	está	dirige-se	para	o	hipocôndrio	esquerdo	e	a	margem	anterior	
está	voltada	para	a	frente	e	para	baixo.		
As	faces	superior	e	lateral	direita	são	moldadas	pelas	paredes	torácica	e	anterolateral	do	abdome,	bem	como	pelo	
diafragma.	A	face	inferior	é	moldada	pelas	vísceras	adjacentes.		
	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
COR	E	CONSISTÊNCIA	
O	 fígado	 geralmente	 possui	 uma	 cor	 marrom	 avermelhada,	 que	 pode	 variar	 de	 acordo	 com	 o	 teor	 de	 gordura,	
adquirindo	uma	cor	mais	amarelada	à	medida	que	o	teor	de	gordura	aumenta.	A	obesidade	é	a	causa	mais	comum	do	
excesso	de	gordura	no	fígado,	que	também	é	conhecido	como	esteatose.	
Em	geral,	a	consistência	varia	de	macia	a	firma,	embora	dependa	parcialmente	do	volume	de	sangue	e	do	teor	de	
gordura	do	fígado.	
FACES	DO	FÍGADO	
O	fígado	é	geralmente	descrito	como	um	órgão	com	faces	superior,	anterior,	direita,	posterior	e	inferior,	e	com	uma	
margem	 inferior	 distinta.	 Contudo,	 as	 faces	 superior,	 anterior	 e	 direita	 são	 contínuas,	 sem	 margens	 definíveis	
separando-as.	 Seria	mais	 adequado	agrupá-las	 em	uma	 face	diafragmática,	 separada	em	 sua	maior	 parte	da	 face	
visceral	por	uma	margem	inferior	estreita.		
No	ângulo	infraesternal,	a	margem	inferior	está	relacionada	com	a	parede	anterior	do	abdome	e	é	acessível	ao	exame	
por	percussão,	mas	geralmente	não	é	palpável.	Na	linha	mediana,	a	margem	inferior	do	fígado	está	perto	do	plano	
transpilórico,	 cerca	 de	 um	 palmo	 abaixo	 da	 articulação	 xifosternal.	 Nas	 mulheres	 e	 crianças,	 essa	 margem	
frequentemente	se	projeta	um	pouco	abaixo	da	margem	costal	direita.	
LOBOS	DO	FÍGADO	
Historicamente,	o	fígado	tem	sido	dividido	em	lobos	hepático	direito,	hepático	esquerdo,	caudado	e	quadrado	pelas	
fixações	peritoneais	e	ligamentares	da	superfície.	
(LOBO	HEPÁTICO	DIREITO)	O	lobo	hepático	direito	é	o	lobo	com	o	maior	volume	e	contribui	para	a	formação	de	todas	
as	 faces	 do	 fígado.	 Está	 separado	 do	 lobo	 hepático	 esquerdo	 pelo	 ligamento	 falciforme	 superiormente	 e	 pelo	
ligamento	venoso	inferiormente.	
(LOBO	HEPÁTICO	ESQUERDO)	O	lobo	hepático	esquerdo	é	o	menor	dos	dois	lobos	principais,	embora	seja	quase	tão	
grande	quanto	o	direito	nas	crianças	pequenas.	Está	à	esquerda	do	ligamento	falciforme	e	não	possui	subdivisões.	É	
consideravelmente	mais	 fino	 que	 o	 lobo	 hepático	 direito	 e	 tem	 um	 ápice	 estreito	 que	 aponta	 para	 o	 quadrante	
superior	esquerdo.	
(LOBO	QUADRADO)	O	lobo	quadrado	é	visível	como	uma	proeminência	na	face	inferior	do	fígado,	à	direita	do	sulco	
formado	pelo	ligamento	venoso.	
(LOBO	CAUDADO)	O	lobo	caudado	é	visível	como	uma	proeminência	nas	faces	inferior	e	posterior,	à	direita	do	sulco	
formado	pelo	ligamento	venoso:	é	posterior	à	porta	do	fígado.	
SUPRIMENTO	VASCULAR	E	DRENAGEM	LINFÁTICA	
Os	vasos	que	estão	conectados	ao	fígado	são	a	veia	porta,	a	artéria	hepática	e	as	veias	hepáticas.	A	veia	porta	e	a	
artéria	hepática	ascendem	pelo	omento	menor	até	a	porta	do	fígado,	onde	cada	uma	se	bifurca.	Os	ductos	hepáticos	
e	os	vasos	linfáticos	descem	da	porta	do	fígado	e	passam	pelo	mesmo	omento.	As	veias	hepáticas	saem	do	fígado	pela	
face	posterior	e	seguem	diretamente	para	a	veia	cava	inferior.	
ARTÉRIA	HEPÁTICA	
Nos	adultos,	a	artéria	hepática	tem	um	tamanho	intermediário	entre	a	artéria	gástrica	esquerda	e	a	artéria	esplênica.	
Na	vida	fetal	e	no	início	da	vida	pós-natal,	corresponde	ao	maior	ramo	do	tronco	celíaco.	Da	artéria	hepática,	partem	
as	artérias	gástrica	direita,	gastroduodenal	e	cística;	e	do	ramo	direito	da	artéria	hepática	própria	e	às	vezes	da	artéria	
supraduodenal,	partem	ramos	diretos	para	o	ducto	colédoco.		
Após	deixar	o	tronco	celíaco,	a	artéria	hepática	comum	segue	anterior	e	lateralmente	ao	forame	omental,	passando	
por	baixo	dele	até	a	face	superior	da	parte	superior	do	duodeno.	Pode	ser	subdividida	em	artéria	hepática	comum,	
desde	 o	 tronco	 celíaco	 até	 a	 origem	 da	 artéria	 gastroduodenal,	 e	 em	 artéria	 hepática	 “própria”,	 desde	 a	 artéria	
gastroduodenal	até	sua	bifurcação.	Passa	anteriormente	à	veia	porta	e	ascende	entre	as	lâminas	do	omento	menor,	
na	frente	do	forame	omental.	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODONo	interior	da	borda	livre	do	omento	menor,	a	artéria	hepática	é	medial	ao	ducto	colédoco	e	anterior	à	veia	porta.		
Na	porta	do	fígado,	divide-se	em	ramos	direito	e	esquerdo	antes	de	penetrar	no	parênquima	hepático.	Em	geral,	o	
ramo	direito	cruza	o	ducto	hepático	comum	posteriormente	(às	vezes	anteriormente).	A	grande	proximidade	entre	
essas	duas	estruturas	frequentemente	significa	que,	no	câncer	do	ducto	colédoco,	o	ramo	direito	da	artéria	hepática	
é	afetado	antes	que	o	ramo	esquerdo.		
Ocasionalmente,	a	artéria	hepática	direita	cruza	na	frente	do	ducto	colédoco	e	pode	ser	lesada	na	cirurgia	do	ducto	
colédoco.	O	ramo	direito	da	artéria	hepática	quase	sempre	se	divide	em	ramos	anterior	e	posterior.	O	ramo	anterior	
irriga	os	segmentos	V	e	VIII,	e	o	posterior	irriga	os	segmentos	VI	e	VII.	A	divisão	anterior	com	frequência	envia	um	
ramo	para	o	segmento	I	e	para	a	vesícula	biliar.	As	artérias	segmentares	são	macroscopicamente	artérias	terminais,	
embora	haja	uma	pequena	circulação	colateral	entre	os	segmentos	realizada	por	finos	ramos	terminais.	
VEIAS	
O	fígado	tem	dois	sistemas	venosos.	O	sistema	portal	transporta	o	sangue	venoso	proveniente	da	maior	parte	do	trato	
gastrointestinal	e	dos	órgãos	a	ele	associados	para	o	fígado.	O	sistema	venoso	hepático	drena	o	sangue	proveniente	
do	parênquima	hepático	para	a	veia	cava	inferior.	
VEIA	PORTA	
A	 veia	 porta	 começa	 ao	 nível	 da	 segunda	 vértebra	 lombar	 e	 é	 formada	 pela	 convergência	 das	 veias	mesentérica	
superior	e	esplênica.	Tem	aproximadamente	8	cm	de	comprimento	e	é	anterior	à	veia	cava	inferior	e	posterior	ao	colo	
do	pâncreas.	Está	inclinada	para	a	direita	e	ascende	por	trás	da	parte	superior	do	duodeno,	do	ducto	colédoco	e	da	
artéria	 gastroduodenal.	Neste	ponto,	 ela	é	diretamente	anterior	 à	 veia	 cava	 inferior.	 Penetra	na	borda	direita	do	
omento	menor,	ascende	anterior	ao	forame	omental	até	alcançar	a	extremidade	direita	da	porta	do	fígado	e	então	
divide-se	nos	ramos	direito	e	esquerdo	principais.		
(TRIBUTÁRIAS	EXTRA-HEPÁTICAS)	As	principais	tributárias	extra-hepáticas	da	veia	porta	são	a	veia	gástrica	esquerda,	
que	 termina	na	borda	esquerda	da	 veia	porta,	 e	 a	 veia	pancreaticoduodenal	 superior	posterior,	mais	 próxima	da	
cabeça	do	pâncreas.		
(RAMOS	DIREITO	E	ESQUERDO)	Os	ramos	direito	e	esquerdo	da	veia	porta	acompanham	os	ramos	correspondentes	
da	artéria	hepática	até	o	interior	do	fígado.	No	omento	menor,	a	veia	porta	é	posterior	ao	ducto	colédoco	e	à	artéria	
hepática.	Está	rodeada	pelo	plexo	nervoso	hepático	e	acompanhada	por	muitos	vasos	linfáticos	e	alguns	linfonodos.	
A	veia	porta	divide-se	nos	ramos	direito	e	esquerdo	na	região	da	porta	do	fígado.	O	ramo	esquerdo	da	veia	porta	tem	
um	trajeto	extraparenquimatoso	mais	longo	(4-5	cm)	e	tende	a	ser	levemente	mais	horizontal	que	o	ramo	direito,	mas	
com	frequência	tem	calibre	menor.	Seu	trajeto	tem	um	trecho	horizontal	e	outro	vertical.	O	trecho	horizontal	segue	
ao	longo	da	base	do	segmento	VI	e	com	frequência	envia	ramos	para	o	segmento	I	e	às	vezes	para	o	segmento	VI	nesta	
parte	do	seu	trajeto.		
O	ramo	para	o	segmento	II	continua	lateralmente,	mas	o	ramo	esquerdo	principal	da	veia	porta	adquire	um	trajeto	
mais	 anterior	 e	 vertical	 na	 fissura	 umbilical	 (a	 veia	 da	 fissura	 umbilical).	 Nesse	 trecho,	 ele	 envia	 ramos	 para	 os	
segmentos	III	e	IV	e	recebe	a	veia	umbilical	esquerda	obliterada	(ligamento	redondo).	A	maior	parte	do	suprimento	
destinado	ao	segmento	 IV	provém	do	ramo	esquerdo	da	veia	porta	e	apenas	ocasionalmente	do	ramo	direito	por	
intermédio	de	ramos	proximais	da	veia	principal	ou	de	ramos	das	veias	que	se	dirigem	para	os	segmentos	V	ou	VIII.	O	
ramo	 direito	 da	 veia	 porta	 tem	 apenas	 2-3	 cm	 de	 comprimento	 e	 geralmente	 se	 bifurca	 em	 uma	 divisão	medial	
(anterior)	direita	e	uma	divisão	lateral	(posterior)	direita.	A	primeira	divisão	supre	os	segmentos	V	e	VIII,	e	a	segunda	
supre	os	segmentos	VI	e	VII.	A	divisão	medial	pode	enviar	um	ramo	para	o	segmento	I.	
VEIAS	HEPÁTICAS	
O	fígado	é	drenado	por	três	veias	hepáticas	principais	e	por	uma	profusão	de	veias	hepáticas	secundárias.	As	três	
primeiras	veias	levam	o	sangue	para	a	parte	supra-hepática	da	veia	cava	inferior	e	estão	localizadas	entre	as	quatro	
principais	divisões	do	fígado.	As	veias	secundárias	drenam	para	a	parte	intra-hepática	da	veia	cava	inferior.	
	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
VASOS	LINFÁTICOS	
A	linfa	proveniente	do	fígado	tem	uma	quantidade	abundante	de	proteínas.	A	drenagem	linfática	do	fígado	é	vasta	e	
pode	 seguir	 para	 linfonodos	 situados	 acima	 e	 abaixo	 do	 diafragma.	 A	 obstrução	 da	 drenagem	 venosa	 hepática	
aumenta	o	fluxo	de	linfa	no	ducto	torácico.	Os	vasos	coletores	hepáticos	estão	divididos	em	dois	sistemas:	superficial	
e	profundo.	
VASOS	HEPÁTICOS	SUPERFICIAIS	
Os	 vasos	 superficiais	 seguem	no	 interior	 do	 tecido	 areolar	 subseroso	 localizado	 em	 toda	 a	 superfície	 do	 fígado	 e	
drenam	 em	 quatro	 direções.	 Os	 vasos	 linfáticos	 provenientes	 da	maior	 parte	 da	 face	 posterior,	 da	 face	 do	 lobo	
caudado	e	da	parte	posterior	da	face	inferior	do	lobo	hepático	direito	acompanham	a	veia	cava	inferior	e	drenam	para	
linfonodos	pericavais.	Os	vasos	dos	ligamentos	triangular	direito	e	coronário	podem	penetrar	diretamente	no	ducto	
torácico	sem	passar	por	nenhum	linfonodo	intermediário.	Os	vasos	provenientes	da	maior	parte	da	face	inferior,	da	
face	anterior	e	da	maior	parte	da	face	superior	convergem	para	a	porta	do	fígado	para	drenar	para	os	linfonodos	
hepáticos.	Alguns	vasos	 linfáticos	da	face	posterior	da	extremidade	 lateral	do	 lobo	hepático	esquerdo	seguem	em	
direção	ao	hiato	esofágico	para	drenar	para	os	linfonodos	paracardíacos.	Um	ou	dois	troncos	linfáticos	da	face	direita	
e	da	extremidade	direita	da	face	superior	acompanham	a	artéria	frênica	inferior	ao	longo	do	pilar	direito	do	diafragma	
para	drenar	para	os	linfonodos	celíacos.	
VASOS	HEPÁTICOS	PROFUNDOS	
A	maior	parte	do	parênquima	hepático	é	drenada	por	vasos	 linfáticos	situados	dentro	da	substância	do	fígado.	Os	
vasos	 linfáticos	 pequenos	 fundem-se	 para	 formar	 vasos	 maiores.	 Alguns	 seguem	 superiormente	 através	 do	
parênquima	e	formam	os	troncos	ascendentes.	Esses	troncos	acompanham	as	veias	hepáticas	e	passam	através	do	
forame	da	 veia	 cava	 no	 diafragma	para	 drenar	 para	 linfonodos	 situados	 ao	 redor	 da	 parte	 terminal	 da	 veia	 cava	
inferior.	Os	vasos	provenientes	da	parte	inferior	do	fígado	formam	troncos	descendentes.	Esses	troncos	emergem	pela	
porta	do	fígado	e	drenam	para	linfonodos	hepáticos.	
INERVAÇÃO	
O	fígado	tem	 inervação	dupla.	O	parênquima	é	 inervado	por	nervos	hepáticos.	Esses	nervos	 têm	origem	no	plexo	
hepático	e	contêm	fibras	simpáticas	e	parassimpáticas	(vagais)	e	entram	no	órgão	pela	porta	do	fígado.	A	maioria	
acompanha	 as	 artérias	 hepáticas	 e	 os	 ductos	 biliares.	 Uns	 poucos	 podem	 seguir	 diretamente	 no	 interior	 do	
parênquima	hepático.	A	cápsula	é	 inervada	por	alguns	ramos	finos	dos	nervos	 intercostais	 inferiores.	Esses	nervos	
também	inervam	o	peritônio	parietal,	sobretudo	da	região	da	“área	nua”	e	da	face	superior:	a	distensão	ou	a	ruptura	
da	cápsula	do	fígado	causam	dor	aguda	muito	bem	localizada.	
PLEXO	HEPÁTICO	
O	plexo	hepático	é	a	maior	estrutura	derivada	do	plexo	celíaco	e	recebe	ramos	dos	nervos	vagos	anterior	e	posterior.	
Acompanha	a	artéria	hepática	e	a	veia	porta	e	seus	ramos	até	o	interior	do	fígado,	onde	suas	fibras	seguem	próximo	
dos	 ramos	 dos	 vasos,	 enviando	 fibras	 vasomotoras	 para	 os	 vasos	 hepáticos	 e	 para	 a	 árvore	 biliar	 e	 inervando	
diretamente	os	hepatócitos.	Vários	ramos	finos	do	plexo	inervam	diretamente	o	ducto	hepático	e	o	ducto	colédoco.	
Os	ramos	para	a	vesícula	biliar	formam	um	plexo	cístico	delicado.	As	fibras	vagais	são	motoras	para	a	musculatura	da	
vesícula	biliar	e	dos	ductos	biliares	e	inibitórias	para	o	músculo	esfíncter	do	ducto	colédoco.		
Os	nervos	do	plexo	hepático	seguem	junto	com	os	ramosda	artéria	hepática	comum	e	inervam	as	estruturas	derivadas	
do	intestino	anterior	ou	contribuem	para	a	sua	inervação.	Alguns	ramos	seguem	inferiormente	a	partir	do	plexo	junto	
com	 a	 artéria	 gástrica	 direita	 e	 contribuem	 para	 a	 inervação	 do	 piloro.	 Outros	 seguem	 junto	 com	 a	 artéria	
gastroduodenal	e	seus	ramos	até	alcançar	o	piloro	e	a	parte	superior	do	duodeno.	E	ainda	há	ramos	que	seguem	junto	
com	 a	 artéria	 gastroomental	 direita	 e	 fornecem	 uma	 pequena	 contribuição	 para	 a	 inervação	 do	 lado	 direito	 do	
estômago	e	da	curvatura	maior	desse	órgão.	A	extensão	pancreaticoduodenal	superior	inerva	a	parte	descendente	do	
duodeno,	a	cabeça	do	pâncreas	e	a	parte	intrapancreática	do	ducto	colédoco.	
	
	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
DOR	REFERIDA	
A	dor	que	tem	origem	no	parênquima	do	fígado	é	mal	localizada.	Como	ocorre	com	outras	estruturas	que	se	originam	
do	intestino	anterior,	a	dor	é	referida	ao	centro	do	epigástrio.	O	estiramento	da	cápsula	hepática	ou	seu	acometimento	
por	processos	inflamatórios	ou	neoplásicos	produzem	rapidamente	dor	bem	localizada	de	natureza	“somática”.	
HISTOLOGIA	DO	FÍGADO	
O	 fígado	 é	 basicamente	 uma	 protuberância	 epiteliomesenquimal	 da	 parte	 caudal	 do	 intestino	 anterior	 ao	 qual	
permanece	ligado	pela	árvore	biliar.	A	superfície	do	fígado	voltada	para	a	cavidade	peritoneal	é	revestida	por	uma	
serosa	típica	–	o	peritônio	visceral.	Embaixo	dele	e	ao	redor	de	toda	a	estrutura,	há	uma	camada	fina	(50-100	μm)	de	
tecido	conjuntivo	da	qual	partem	prolongamentos	que	penetram	no	fígado	na	forma	de	septos	e	trabéculas	de	tecido	
conjuntivo.	Os	ramos	da	artéria	hepática	e	da	veia	porta	hepática,	juntamente	com	ductos	e	dúctulos	biliares,	seguem	
no	interior	dessas	trabéculas,	que	são	denominadas	tratos	portais	(canais	portais).	A	reunião	desses	dois	tipos	de	vasos	
com	um	ducto	biliar	é	denominada	tríade	portal.	Em	geral,	essas	estruturas	são	acompanhadas	de	um	ou	mais	vasos	
linfáticos.	
PARÊNQUIMA	HEPÁTICO	
O	parênquima	hepático	 consiste	em	uma	 rede	 complexa	de	 células	epiteliais	 sustentadas	por	 tecido	 conjuntivo	e	
irrigadas	por	um	rico	suprimento	sanguíneo	proveniente	da	veia	porta	e	da	artéria	hepática.	As	células	epiteliais	–	os	
hepatócitos	–	realizam	as	principais	atividades	metabólicas	desse	órgão,	mas	outros	tipos	de	células	têm	as	funções	
de	 armazenar,	 fagocitar	 e	 dar	 suporte	 mecânico.	 No	 fígado	 maduro,	 os	 hepatócitos	 estão	 dispostos	
predominantemente	em	lâminas	(ou	cordões,	como	visto	nos	cortes	bidimensionais),	que	geralmente	têm	a	espessura	
de	uma	única	célula	e	são	separadas	por	sinusoides	venosos	que	se	anastomosam	uns	com	os	outros	em	 lacunas	
existentes	nas	lâminas.	Até	por	volta	dos	7	anos	de	idade,	as	placas	têm	normalmente	a	espessura	de	duas	células.		
A	 bile	 secretada	 pelos	 hepatócitos	 é	 coletada	 em	 uma	 rede	 de	 tubos	 diminutos	 (canalículos).	 Por	 essa	 razão,	 os	
hepatócitos	 podem	 ser	 considerados	 células	 exócrinas,	 que	 secretam	 bile	 no	 trato	 alimentar	 por	 intermédio	 dos	
ductos	hepáticos	e	do	ducto	colédoco.	As	outras	funções	metabólicas	envolvem	trocas	bioquímicas	complexas	com	o	
sangue.		
COMPONENTES	DO	FÍGADO	
O	 fígado	 do	 feto	 é	 um	 importante	 órgão	 hematopoético:	 eritrócitos,	 leucócitos	 e	 plaquetas	 desenvolvem-se	 do	
mesênquima	que	cobre	o	endotélio	dos	sinusoides.	
Histologicamente,	o	fígado	é	composto	por	vários	componentes:		
1. Hepatócitos.	Os	hepatócitos	são	as	principais	células	funcionais	do	fígado	e	realizam	uma	grande	variedade	
de	funções	metabólicas,	secretoras	e	endócrinas.	São	células	epiteliais	especializadas	com	5	a	12	lados	que	
compõem	 aproximadamente	 80%	 do	 volume	 do	 fígado.	 Os	 hepatócitos	 formam	 arranjos	 tridimensionais	
complexos	chamados	 lâminas	hepáticas.	As	 lâminas	hepáticas	são	placas	de	hepatócitos	de	uma	célula	de	
espessura	limitada	em	ambos	os	 lados	por	espaços	vasculares	revestidos	por	células	endoteliais	chamados	
sinusoides	hepáticos.	As	 lâminas	hepáticas	são	estruturas	 irregulares	altamente	ramificadas.	Os	sulcos	nas	
membranas	 celulares	 entre	 hepatócitos	 vizinhos	 fornecem	 espaços	 para	 os	 canalículos	 para	 os	 quais	 os	
hepatócitos	secretam	bile.	A	bile,	um	líquido	amarelo,	marrom	ou	verde-oliva	secretado	pelos	hepatócitos,	
atua	tanto	como	um	produto	de	excreção	quanto	como	uma	secreção	digestória.		
2. Canalículos	 de	 bile.	 Os	 canalículos	 de	 bile	 são	 pequenos	 ductos	 entre	 os	 hepatócitos	 que	 coletam	 a	 bile	
produzida	pelos	hepatócitos.	Dos	canalículos	de	bile,	a	bile	passa	para	os	dúctulos	biliares	e,	em	seguida,	para	
os	ductos	biliares.	Os	ductos	biliares	se	unem	e,	por	fim,	formam	os	ductos	hepáticos	esquerdo	e	direito,	que	
são	maiores	e	se	unem	e	saem	do	fígado	como	o	ducto	hepático	comum.	O	ducto	hepático	comum	junta-se	
ao	ducto	cístico	da	vesícula	biliar	para	formar	o	ducto	colédoco.	Por	ele,	a	bile	entra	no	duodeno	do	intestino	
delgado	para	participar	da	digestão.	
3. Sinusoides	hepáticos.	Os	sinusoides	hepáticos	são	capilares	sanguíneos	altamente	permeáveis	entre	fileiras	
de	 hepatócitos	 que	 recebem	 sangue	 oxigenado	 de	 ramos	 da	 artéria	 hepática	 e	 sangue	 venoso	 rico	 em	
nutrientes	de	ramos	da	veia	porta	do	fígado.	Recorde-se	de	que	a	veia	porta	do	fígado	traz	o	sangue	venoso	
dos	órgãos	gastrintestinais	e	baço	para	o	fígado.	Os	sinusoides	hepáticos	convergem	e	entregam	o	sangue	a	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
uma	veia	central.	A	partir	das	veias	centrais,	o	sangue	flui	para	as	veias	hepáticas,	que	drenam	para	a	veia	cava	
inferior.	Em	contraste	com	o	sangue,	que	 flui	em	direção	à	veia	central,	a	bile	 flui	na	direção	oposta.	Nos	
sinusoides	 hepáticos	 também	estão	 presentes	 fagócitos	 fixos	 chamados	 células	 estreladas	 do	 fígado,	 que	
destroem	eritrócitos	e	leucócitos	envelhecidos,	bactérias	e	outros	materiais	estranhos	do	sangue	venoso	que	
drena	do	canal	alimentar.	
Juntos,	o	ducto	biliar,	um	ramo	da	artéria	hepática	e	um	ramo	da	veia	hepática	são	chamados	tríade	portal.	
CÉLULAS	DO	FÍGADO	
As	 células	 do	 fígado	 incluem	 os	 hepatócitos,	 as	 células	 estreladas	 hepáticas	 (também	 conhecidas	 como	 lipócitos	
perissinusoidais	ou	células	de	Ito),	as	células	endoteliais	dos	sinusoides,	os	macrófagos	(células	de	Kupffer),	as	células	
da	árvore	biliar	(epitélio	cuboide	a	colunar)	e	as	células	do	tecido	conjuntivo	da	cápsula	e	dos	tratos	portais.	
HEPATÓCITOS	
Cerca	de	80%	do	volume	do	fígado	e	60%	das	suas	células	são	constituídos	por	hepatócitos	(células	parenquimatosas).	
Os	hepatócitos	são	poliédricos,	com	5	a	12	lados,	e	têm	de	20	a	30	μm	de	diâmetro.	Seu	núcleo	é	redondo,	havendo	
dois	 ou	 mais	 em	 cada	 célula.	 Seu	 citoplasma	 contém	 normalmente	 uma	 quantidade	 considerável	 de	 retículo	
endoplasmático	 granuloso	 e	 não	 granuloso,	 muitas	 mitocôndrias,	 lisossomos	 e	 um	 complexo	 golgiense	 bem	
desenvolvido	–	características	que	indicam	uma	elevada	atividade	metabólica.	Os	grânulos	de	glicogênio	e	os	vacúolos	
lipídicos	são	em	geral	proeminentes.	Numerosos	peroxissomos	grandes	e	vacúolos	contendo	enzimas,	como	a	urease	
em	formas	cristalinas	características,	revelam	o	metabolismo	complexo	dessas	células.	Seu	papel	no	metabolismo	do	
ferro	reflete-se	na	presença	de	vacúolos	de	armazenamento	com	cristais	de	ferritina	e	hemossiderina.		
(MICROVILOS,	 JUNÇÕES	 E	DESMOSSOMOS)	 As	 superfícies	 dos	 hepatócitos	 que	 estão	 voltadas	 para	 os	 sinusoides	
exibem	 numerosos	microvilos,	 que	 criam	 uma	 grande	 área	 de	membrana	 –	 70%	 da	 superfície	 dos	 hepatócitos	 –	
exposta	ao	plasma	sanguíneo.	Em	outras	partes,	os	hepatócitos	estão	unidos	por	numerosas	junções	comunicantes	e	
desmossomos.		
(CANALÍCULOS	BILIARES)	As	membranas	plasmáticas	laterais	de	hepatócitos	adjacentes	formam	canais	microscópicos	
–	os	canalículos	biliares	–	que	são	regiões	especializadas	do	espaço	intercelular	formadas	pela	aposição	de	sulcos	das	
membranas	plasmáticas	dos	hepatócitos	e	isoladas	do	espaço	intersticialrestante	por	junções	oclusivas.	Numerosas	
vesículas	 exocitóticas	 envoltas	 por	 membrana	 agrupam-se	 perto	 da	 luz	 dos	 canalículos	 porque	 a	 secreção	 dos	
componentes	da	bile	é	dirigida	para	a	membrana	plasmática	canalicular.	Esses	canalículos	formam	as	origens	da	árvore	
biliar,	e	suas	junções	oclusivas	impedem	que	a	bile	penetre	no	líquido	intersticial	ou	no	plasma	sanguíneo:	esta	é	a	
barreira	hematobiliar.	
CÉLULAS	ESTRELADAS	HEPÁTICAS	
As	células	estreladas	hepáticas	são	muito	menos	numerosas	que	os	hepatócitos.	Exibem	um	contorno	irregular	e	estão	
no	 interior	 das	 lâminas	 hepáticas,	 entre	 as	 bases	 dos	 hepatócitos.	 Acredita-se	 que	 tenham	origem	mesenquimal.	
Caracterizam-se	por	apresentar	numerosas	gotículas	de	lipídios	no	citoplasma.	Secretam	a	maioria	dos	componentes	
da	matriz	intralobular,	inclusive	as	fibras	de	colágeno	do	tipo	III	(reticulares).	Armazenam	a	vitamina	A	lipossolúvel	nas	
gotículas	de	lipídios	e	constituem-se	em	uma	fonte	importante	de	fatores	de	crescimento	ativos	na	homeostasia	e	na	
regeneração	do	fígado.		
As	células	estreladas	hepáticas	também	desempenham	um	papel	importante	nos	processos	patológicos.	Em	resposta	
a	 uma	 lesão	 hepática,	 tornam-se	 ativadas	 e	 transformam-se	 predominantemente	 em	 células	 semelhantes	 a	
miofibroblastos.	 São	 responsáveis	 pela	 substituição	 dos	 hepatócitos	 lesados	 por	 substâncias	 tóxicas	 por	 tecido	
cicatricial	colagenoso,	um	processo	denominado	fibrose	hepática,	que	é	visto	inicialmente	na	zona	3,	ao	redor	das	
veias	 centrais.	 A	 fibrose	 pode	 progredir	 para	 cirrose,	 na	 qual	 a	 arquitetura	 do	 parênquima	 e	 o	 padrão	 do	 fluxo	
sanguíneo	são	destruídos,	com	importantes	consequências	sistêmicas.	
CÉLULAS	ENDOTELIAIS	DOS	SINUSÓIDES	
Os	sinusoides	venosos	hepáticos	geralmente	têm	um	diâmetro	maior	que	o	dos	capilares	sanguíneos	e	são	revestidos	
por	 um	 endotélio	 fino	 desprovido	 de	 lâmina	 basal,	 porém	 altamente	 fenestrado.	 As	 células	 endoteliais	 são	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
caracteristicamente	 achatadas,	 têm	um	núcleo	 central	 e	 são	unidas	umas	 às	 outras	 por	 complexos	 juncionais.	As	
fenestrações	estão	reunidas	em	grupos	com	diâmetro	médio	de	100	nm	e	permitem	ao	plasma	ter	acesso	direto	às	
membranas	plasmáticas	basais	dos	hepatócitos.	Seu	citoplasma	contém	numerosas	vesículas	transcitóticas	típicas.	
CÉLULAS	DE	KUPFFER	
As	células	de	Kupffer	são	macrófagos	hepáticos	que	derivam	dos	monócitos	sanguíneos	circulantes	e	têm	origem	na	
medula	óssea.	Permanecem	no	fígado	durante	um	período	longo	de	tempo	e	são	encontrados	na	luz	dos	sinusoides,	
presos	à	superfície	endotelial.	As	células	de	Kupffer	têm	forma	irregular	e	longos	processos	que	se	estendem	até	a	luz	
dos	sinusoides.	Formam	uma	parte	importante	do	sistema	mononuclear	fagocitário	que	é	responsável	pela	remoção	
de	fragmentos	celulares	e	microbianos	da	circulação	e	pela	secreção	de	citocinas	envolvidas	na	defesa.	Removem	os	
glóbulos	vermelhos	velhos	e	 lesados	da	circulação	hepática,	uma	função	normalmente	compartilhada	com	o	baço,	
mas	desempenhada	inteiramente	pelo	fígado	depois	de	uma	esplenectomia.	
Referência	Bibliográfica:	(1)	livro	de	anatomia	–	Grays;	(2)	livro	–	Princípios	de	Anatomia	e	Fisiologia	-	Tortora	
(3)	livro	de	fisiologia	–	Guyton	
	
OBJ	2:	Apresentar	a	vesícula	biliar	e	vias	biliares.	
ÁRVORE	BILIAR	
A	árvore	biliar	consiste	no	sistema	de	vasos	e	ductos	que	coletam	a	bile	do	parênquima	hepático	e	a	transportam	até	
a	 parte	 descendente	 do	 duodeno.	 Tradicionalmente,	 a	 árvore	 biliar	 é	 dividida	 em	 partes	 intra-hepática	 e	 extra-
hepática.		
(PARTE	INTRA-HEPÁTICA)	Os	ductos	intra-hepáticos	têm	origem	nos	canalículos	biliares	maiores,	que	se	reúnem	para	
formar	ductos	segmentares.	Estes	se	fundem	próximo	da	porta	do	fígado,	dando	origem	aos	ductos	hepáticos	direito	
e	esquerdo.		
(PARTE	EXTRA-HEPÁTICA)	A	árvore	biliar	extra-hepática	é	constituída	pelos	ductos	hepáticos	direito	e	esquerdo,	pelo	
ducto	hepático	comum,	pelo	ducto	cístico,	pela	vesícula	biliar	e	pelo	ducto	colédoco.	
VESÍCULA	BILIAR	
(CARACTERÍSTICAS)	A	vesícula	biliar	é	um	divertículo	em	forma	de	cantil,	com	fundo	cego,	ligado	ao	ducto	colédoco	
por	intermédio	do	ducto	cístico.	Em	vida,	é	azul-acinzentado	e	geralmente	está	preso	à	face	inferior	do	lobo	hepático	
direito	por	tecido	conjuntivo.	No	adulto,	a	vesícula	biliar	tem	de	7	a	10	cm	de	comprimento	e	uma	capacidade	de	até	
50	ml.	Em	geral,	está	em	uma	fossa	rasa	do	parênquima	hepático,	coberta	pelo	peritônio	da	superfície	do	fígado.		
(FIXAÇÃO)	Sua	fixação	pode	variar	amplamente.	Em	um	extremo,	a	vesícula	biliar	pode	estar	quase	completamente	
enterrada	no	fígado,	sem	apresentar	cobertura	peritoneal	(padrão	intraparenquimatoso).	No	outro	extremo,	ela	pode	
pender	de	um	curto	mesentério	formado	pelas	duas	lâminas	do	peritônio	separadas	apenas	por	tecido	conjuntivo	e	
alguns	vasos	pequenos	(padrão	mesentérico).		
A	vesícula	biliar	é	descrita	como	um	órgão	com	fundo,	corpo	e	colo.	O	colo	está	na	extremidade	medial,	perto	da	porta	
do	fígado	e	quase	sempre	está	preso	a	ele	por	uma	conexão	curta	coberta	por	peritônio	(mesentério).	Esse	mesentério	
geralmente	contém	a	artéria	cística.	A	mucosa	na	extremidade	medial	do	colo	exibe	cristas	com	disposição	oblíqua	
que	formam	um	sulco	espiral	contínuo	com	a	valva	espiral	do	ducto	cístico.	Na	extremidade	lateral,	o	colo	se	alarga	
para	formar	o	corpo	da	vesícula	biliar,	e	esse	alargamento	é	com	frequência	conhecido	na	prática	clínica	como	“bolsa	
de	Hartmann”1.	O	colo	é	anterior	à	parte	descendente	do	duodeno.	
CORPO	DA	VESÍCULA	
Normalmente,	 o	 corpo	 da	 vesícula	 biliar	 está	 em	 contato	 com	 a	 superfície	 do	 fígado.	 Quando	 o	 colo	 possui	 um	
mesentério,	este	se	encurta	rapidamente	ao	longo	do	comprimento	do	corpo	à	medida	que	o	órgão	se	aloja	na	fossa	
da	vesícula	biliar.	O	corpo	é	anterior	à	parte	descendente	do	duodeno	e	à	extremidade	direita	do	colo	transverso.	O	
fundo	está	na	extremidade	lateral	do	corpo	e	geralmente	se	projeta	a	uma	distância	variável	para	além	da	margem	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
inferior	do	fígado.	Está	com	frequência	em	contato	com	a	parede	anterior	do	abdome,	atrás	da	nona	cartilagem	costal,	
onde	a	borda	lateral	do	músculo	reto	do	abdome	do	lado	direito	cruza	a	margem	costal.	Este	é	o	melhor	local	para	se	
pesquisar	o	aumento	da	vesícula	biliar	em	um	exame	clínico.	O	fundo	normalmente	é	adjacente	ao	colo	transverso.		
TAMANHO	E	FORMA	DA	VESÍCULA	
O	tamanho	e	a	forma	da	vesícula	biliar	variam.	O	fundo	pode	ser	alongado	e	bastante	móvel.	Raras	vezes,	o	fundo	está	
dobrado	para	 trás,	 sobre	o	corpo	da	vesícula	biliar	–	o	chamado	gorro	 frígio.	Ao	ultrassom,	esse	achado	pode	ser	
interpretado	 erroneamente	 como	 um	 septo	 nítido	 dentro	 de	 uma	 vesícula	 biliar	 sem	 nenhuma	 outra	 alteração.	
Novamente,	em	 raros	 casos,	 a	 vesícula	biliar	pode	 ser	bífida	ou	estar	 completamente	duplicada,	 geralmente	 com	
duplicação	do	ducto	cístico.	
CÁLCULO	BILIAR	
Em	geral,	os	cálculos	biliares	se	formam	no	interior	da	vesícula	biliar.	À	medida	que	a	vesícula	biliar	se	esvazia,	os	
cálculos	biliares	movem-se	em	direção	ao	ducto	cístico.	Quando	cálculos	pequenos	entram	no	ducto	cístico,	podem	
irritar	a	mucosa	colunar,	o	que	provoca	o	espasmo	do	músculo	liso	da	parede	do	ducto	cístico.	O	espasmo	produz	uma	
dor	conhecida	como	cólica	biliar,	que	com	frequência	é	bastante	intensa.	As	pregas	da	mucosa	do	colo	da	vesícula	
biliar	e	do	ducto	cístico	constituem-se	em	um	local	comum	de	aprisionamento	de	cálculos	biliares.		
Os	cálculos	que	bloqueiam	o	colo	da	vesícula	biliar	podem	causar	a	distensão	estéril	desse	órgão:	se	a	vesícula	biliar	
não	tiver	sofrido	uma	inflamação	aguda	prévia,	permanecerá	não	fibrótica	e	facilmente	distensível,	e	com	frequência	
será	possível	palpar	o	fundo	aumentado	abaixo	da	margem	costal.	Os	cálculos	alojados	na	parte	distal	do	ducto	cístico	
podem	provocar	o	inchamento	dos	tecidos	ao	redor	do	ducto.	Por	causa	da	relação	próxima	entrea	parte	distal	do	
ducto	cístico	e	o	ducto	hepático	comum,	o	inchaço	pode	causar	a	compressão	secundária	do	ducto	hepático	comum,	
o	que	provoca	a	obstrução	parcial	do	fluxo	da	bile	e	o	surgimento	de	icterícia	leve	–	a	chamada	“síndrome	de	Mirizzi”.	
Logo	que	os	cálculos	passam	através	do	ducto	cístico,	ficam	com	frequência	presos	na	junção	do	ducto	colédoco	com	
o	ducto	pancreático	em	uma	posição	 imediatamente	próxima	à	ampola	hepatopancreática,	o	que	produz	 icterícia	
obstrutiva	e/ou	pancreatite	aguda.	
HISTOLOGIA	DA	VESÍCULA	BILIAR	
Uma	serosa	cobre	totalmente	o	fundo	da	vesícula	biliar	e,	na	maioria	das	vezes,	cobre	também	a	superfície	inferior	e	
os	lados	tanto	do	corpo	quanto	do	colo.	Quando	a	vesícula	biliar	possui	um	mesentério,	a	serosa	cobre	os	lados	do	
corpo	e	do	colo	até	a	face	superior,	e	é	contínua	com	a	serosa	do	mesentério.	A	serosa	permanece	restrita	à	face	
inferior	apenas	quando	a	vesícula	biliar	é	intra-hepática.	Embaixo	da	serosa,	há	tecido	conjuntivo	frouxo	subseroso	e	
tecido	adiposo	peritoneal.	
(MICROESTRUTURA)	A	microestrutura	da	parede	da	vesícula	biliar	assemelha-se	de	um	modo	geral	à	do	 intestino	
delgado.	A	mucosa	é	castanho-amarelada	e	tem	rugas	minúsculas	que	dão	a	ela	o	aspecto	de	favos	de	mel.	Ao	corte,	
projeções	da	mucosa	voltadas	para	a	luz	do	órgão	assemelham-se	aos	vilos	intestinais,	porém	não	são	estruturas	fixas	
e	sua	superfície	se	achata	à	medida	que	o	órgão	se	enche	de	bile.	O	epitélio	consiste	em	uma	camada	única	de	células	
colunares	 com	microvilos	 apicais.	Na	 região	 basal,	 os	 espaços	 entre	 as	 células	 epiteliais	 são	 dilatados.	Há	muitos	
capilares	embaixo	da	membrana	basal.	As	células	epiteliais	absorvem	ativamente	água	e	solutos	da	bile,	aumentando	
assim	sua	concentração	em	até	10	vezes.	Não	há	células	caliciformes	no	epitélio.	A	camada	fibromuscular	delgada	é	
composta	 de	 tecido	 fibroso	 associado	 a	 células	 musculares	 lisas	 dispostas	 frouxamente	 em	 feixes	 longitudinais,	
circulares	e	oblíquos.	
DUCTO	BILIAR	
A	parede	dos	ductos	biliares	grandes	é	composta	por	uma	camada	fibrosa	externa	e	uma	camada	mucosa	interna.	A	
camada	 externa	 consiste	 em	 tecido	 conjuntivo	 fibroso	 com	 uma	 quantidade	 variável	 de	 células	musculares	 lisas	
longitudinais,	circulares	e	oblíquas.	A	mucosa	é	contínua	com	as	mucosas	dos	ductos	hepáticos,	da	vesícula	biliar	e	do	
duodeno.	O	epitélio	é	colunar,	e	há	numerosas	glândulas	mucosas	tubuloalveolares	na	parede	dos	ductos.	
A	expulsão	do	 conteúdo	da	 vesícula	biliar	 está	 sob	 controle	neuroendócrino.	A	presença	de	 gordura	no	duodeno	
provoca	a	liberação	de	colecistocinina	(CCK),	que	estimula	a	vesícula	biliar	a	se	contrair	ao	se	ligar	aos	receptores	de	
superfície	para	a	CCK	presente	nas	células	musculares	da	parede	do	órgão.	Quando	a	pressão	exercida	pela	bile	no	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
interior	da	vesícula	excede	100	mm	de	H2O,	o	músculo	esfíncter	da	ampola	hepatopancreática	relaxa	e	a	bile	entra	no	
duodeno.	A	parte	final	dos	ductos	biliar	e	pancreático	unidos	está	repleta	de	pregas	valvulares	vilosas	de	mucosa	que	
contêm	 células	 musculares	 nos	 cernes	 de	 tecido	 conjuntivo.	 Acredita-se	 que	 a	 contração	 cause	 a	 retração	 e	 o	
agrupamento	dessas	pregas,	o	que	impede	o	refluxo	do	conteúdo	duodenal	e	controla	a	saída	da	bile.	
Referência	Bibliográfica:	livro	de	anatomia	-	Grays		
FORMAÇÃO	E	SECREÇÃO	DA	BILE	
A	bile	é	u	m	líquido	excretor	que	desempenha	papel	importante	na	digestão	dos	lipídios.	A	formação	da	bile	começa	
nos	hepatócitos,	que	transportam	ativamente	solutos	para	os	canalículos	biliares,	através	da	membrana	apical.		
A	bile	é	solução	micelar	cujos	principais	solutos	são	os	ácidos	biliares,	a	fosfatidilcolina	e	o	colesterol,	na	proporção	
aproximada	10:3:1,	respectivamente.	A	secreção	desses	solutos	desencadeia	movimento	concomitante	de	água	e	de	
eletrólitos,	através	das	junções	fechadas	(tight	junctions)	que	unem	os	hepatócitos	adjacentes	e,	desse	modo,	a	bile	
canalicular	é	formada.		
A	maior	parte	do	fluxo	biliar	é	composta	por	ácidos	biliares,	secretados	através	da	membrana	apical	dos	hepatócitos,	
pela	ação	ATPase	transportadora,	conhecida	como	bomba	de	exportação	de	sais	biliares.	A	composição	do	líquido	
resultante	pode	ser	modificada	mais	adiante,	à	medida	que	flui	pelos	dúctulos	biliares	(resultando	na	bile	hepática)	e,	
ainda	mais	adiante,	quando	a	bile	é	armazenada	na	vesícula	biliar	(bile	vesicular).	Por	fim,	a	bile	é	transformada	em	
solução	concentrada	de	detergentes	biológicos	que	auxilia	na	solubilização	dos	produtos	da	digestão	dos	lipídios,	no	
meio	aquoso	do	 lúmen	 intestinal,	aumentando,	assim,	a	velocidade	com	a	qual	os	 lipídios	são	 transferidos	para	a	
superfície	 epitelial	 absortiva.	 A	 bile	 também	atua	 como	meio	 em	que	 os	 produtos	 residuais	 do	metabolismo	 são	
eliminados	do	corpo.	
SÍNTESE	DE	ÁCIDOS	BILIARES	
Os	ácidos	biliares	são	produzidos	pelos	hepatócitos	e	consistem	nos	produtos	finais	do	metabolismo	do	colesterol,	
que	sofre	a	ação	seletiva	de	um	grupo	de	enzimas.	A	etapa	que	dá	 início	ao	processo	e	que	também	 limita	a	sua	
velocidade	consiste	na	adição	de	um	grupo	hidroxila	à	posição	7	do	núcleo	esteroide	pela	ação	da	enzima	colesterol	
7a-hidroxilase.		
Em	seguida,	a	cadeia	lateral	do	produto	dessa	reação	é	encurtada	e,	pela	ação	da	C27	desidroxilase,	sofre	a	adição	de	
um	 grupo	 carboxila.	 Forma-se	 assim	 o	 ácido	 quenodesoxicólico,	 um	 ácido	 biliar	 com	duas	 hidroxilas.	Mas	 há	 um	
caminho	alternativo	no	qual	o	produto	da	reação	recebe	uma	nova	hidroxila	na	posição	12	e,	em	seguida,	pela	ação	
da	C27	desidroxilase,	dá	origem	ao	ácido	cólico,	u	m	ácido	biliar	com	três	hidroxilas.	A	síntese	dos	ácidos	biliares	pode	
ser	supra-regulada	ou	infraregulada,	dependendo	das	necessidades	do	organismo.	Por	exemplo,	quando	os	níveis	de	
ácidos	biliares	estão	reduzidos	no	sangue	que	flui	para	o	fígado,	a	síntese	pode	aumentar	em	até	10	vezes.	De	modo	
inverso,	o	fornecimento	de	ácidos	biliares	suprime	acentuadamente	a	síntese	dessas	substâncias	pelos	hepatócitos.	
Os	mecanismos	que	controlam	essas	alterações	da	 síntese	dos	ácidos	biliares	estão	associados	a	modificações	na	
expressão	das	enzimas	envolvidas,	e	já	se	sabe	que	os	ácidos	biliares	são	capazes	de	ativar	diretamente	fatores	de	
transcrição	específicos	que	medeiam	tal	regulação.	
Os	 ácidos	 quenodesoxicólico	 e	 cólico	 são	 denominados	 ácidos	 biliares	 primários,	 por	 ser	 sintetizados	 pelos	
hepatócitos.	Contudo,	esses	dois	ácidos	podem	passar	pela	ação	de	enzimas	bacterianas	presentes	na	luz	do	cólon,	
transformando-se	nos	ácidos	ursodesoxicólico	e	desoxicólico,	respectivamente.	O	ácido	quenodesoxicólico	também	é	
convertido	 pelas	 enzimas	 bacterianas	 em	 ácido	 litocólico,	 substância	 relativamente	 citotóxica.	 Juntos,	 esses	 três	
produtos	 do	 metabolismo	 das	 bactérias	 são	 chamados	 ácidos	 biliares	 secundários.	 Ocorre	 outra	 modificação	
bioquímica	importante,	pela	qual	ácidos	biliares	primários	e	secundários	passam	no	interior	dos	hepatócitos.	Essas	
moléculas	 são	 conjugadas	 com	 a	 glicina	 ou	 a	 taurina,	 fato	 que	 reduz,	 de	 modo	 significativo,	 seu	 pKa.	 Como	
consequência,	os	ácidos	biliares	conjugados	são	quase	 totalmente	 ionizados	no	pH	vigente	no	 lúmen	do	 intestino	
delgado	e,	dessa	forma,	não	conseguem	atravessar	de	forma	passiva	as	membranas	celulares.	Eles	permanecem	no	
lúmen	do	intestino	até	que	sejam	absorvidos,	ativamente,	no	íleo	terminal,	por	ação	do	transportador	apical	de	sais	
biliares	 dependente	 de	 sódio	 (ASBT).	 Os	 ácidos	 biliares	 conjugados	 que	 escapam	 dessa	 etapa	 de	 captação	 são	
desconjugados	 por	 enzimas	 bacterianas	 do	 cólon,	 e	 as	 formas	 não	 conjugadas	 resultantes	 são	 reabsorvidas,	
passivamente,	através	do	epitélio	colônico,	porque	elas	não	têm	mais	carga.	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
ASPECTOS	HEPÁTICOS	DA	CIRCULAÇÃO	ÊNTERO-HEPÁTICA	DOS	ÁCIDOS	BILIARES	
Os	ácidos	biliares	auxiliam	a	digestão	e	a	absorção	dos	lipídios	ao	atuar	como	detergentes,e	não	como	enzimas.	Por	
essa	razão,	é	necessária	uma	quantidade	significativa	dessas	moléculas	para	solubilizar	todos	os	lipídios	da	ingestão	
alimentar.	Pela	circulação	êntero-hepática,	os	ácidos	biliares	conjugados	que	foram	reabsorvidos	ativamente	passam	
no	 sangue	 porta	 de	 volta	 para	 os	 hepatócitos,	 onde	 são	 captados,	 de	 modo	 eficiente,	 pelos	 transportadores	
basolaterais	 que	 podem	 ser	 dependentes	 ou	 independentes	 de	Na+.	De	modo	 similar,	 os	 ácidos	 biliares	 que	 são	
desconjugados	no	cólon	também	retornam	para	os	hepatócitos,	onde	são	reconjugados	e,	posteriormente,	secretados	
na	bile.	Dessa	 forma,	 adquirimos	 reserva	de	 ácidos	biliares	primários	 e	 secundários	 circulantes,	 e	 a	 síntese	diária	
corresponde	a	uma	pequena	parte	(aproximadamente	10%/	dia,	ou	200	a	400	mg)	que	escapa	da	captação	e	é	perdida	
nas	fezes.	A	única	exceção	a	essa	regra	é	o	ácido	litocólico,	que	passa,	preferencialmente,	por	sulfatação	no	hepatócito,	
em	vez	de	ser	conjugado	com	a	glicina	ou	a	taurina.	A	maior	parte	desse	ácido	conjugado	é	eliminada	do	organismo	
após	cada	refeição	por	não	se	ligar	ao	ASBT,	o	que	evita	o	acúmulo	dessas	moléculas	potencialmente	tóxicas.		
Alguns	comentários	devem	ser	feitos	sobre	o	do	papel	dos	ácidos	biliares	na	homeostasia	corporal	do	colesterol.	O	
reservatório	de	colesterol	presente	no	organismo	reflete	a	quantidade	de	colesterol	sintetizada	diariamente,	acrescida	
de	 fração	 relativamente	menor	que	provém	da	captação	alimentar	 ineficiente,	 contrabalanceada	pela	quantidade	
perdida	que,	nos	indivíduos	saudáveis,	ocorre	apenas	pela	bile.	O	colesterol	pode	ser	excretado	em	duas	formas:	na	
forma	inalterada,	ou	na	forma	de	ácidos	biliares,	após	a	conversão	hepática.	A	segunda	forma	é	responsável	por	até	
um	terço	do	colesterol	excretado	por	dia,	a	despeito	da	reciclagem	êntero-hepática.	Assim,	a	estratégia	que	pode	ser	
utilizada	para	tratar	a	hipercolesterolemia	consiste	em	interromper	a	circulação	êntero-hepática	dos	ácidos	biliares,	
que	leva	ao	aumento	da	conversão	do	colesterol	em	ácidos	biliares.	Após	a	conversão,	os	ácidos	biliares	são	eliminados	
do	corpo	nas	fezes.	
OUTROS	CONSTITUINTES	DA	BILE	
Como	 notado	 acima,	 a	 bile	 contém	 também	 colesterol	 e	 fosfatidilcolina.	 O	 transporte	 do	 colesterol	 através	 da	
membrana	canalicular	é	mediado,	pelo	menos	em	parte,	por	heterodímero	dos	transportadores	ativos,	que	participam	
do	 efluxo	 de	 colesterol,	 pelas	 células	 epiteliais	 do	 intestino	 delgado,	 isto	 é,	 os	 transportadores	 ABC5	 e	 ABC8.	 A	
fosfatidilcolina	provém	do	folheto	 interno	da	membrana	canalicular	e	é	"lançada",	de	modo	específico,	através	da	
membrana,	por	outro	transportador	da	família	ABC	denominado	proteína	da	resistência	a	múltiplos	fármacos	tipo	3	
(MDR3).	 Além	 disso,	 como	 as	 micelas	 mistas	 compostas	 por	 ácidos	 biliares,	 fosfatidilcolina	 e	 colesterol	 são	
osmoticamente	ativas	e	as	 junções	 fechadas	que	unem	hepatócitos	adjacentes	não	bloqueiam,	completamente,	a	
passagem	de	substâncias,	a	água	e	outros	solutos	do	plasma,	como	Ca++	,	glicose,	glutationa,	aminoácidos	e	ureia,	são	
arrastados	 para	 o	 lúmen	 canalicular,	 em	 concentrações	 que	 se	 aproximam	das	 observadas	 no	 plasma.	 Por	 fim,	 a	
bilirrubina	 conjugada,	 que	 é	 hidrossolúvel,	 e	 vários	 cátions	 e	 ânions	 orgânicos,	 que	 se	 originam	 de	 metabólitos	
endógenos	e	de	xenobióticos,	são	secretados	na	bile,	através	da	membrana	apical	do	hepatócito.	
MODIFICAÇÕES	SOFRIDAS	PELA	BILE	NOS	DÚCTULOS	
Os	colangiócitos	que	revestem	os	dúctulos	biliares	são,	especialmente,	projetados	para	modificar	a	composição	da	
bile.	Os	solutos	úteis,	como	a	glicose	e	os	aminoácidos,	são	recuperados	pela	atividade	de	transportadores	específicos.	
Os	 íons	CP	da	bile	também	são	trocados	por	 íons	HC03~,	o	que	torna	a	bile	 levemente	alcalina	e	reduz	o	risco	de	
precipitação	do	Ca++	.	A	glutationa	é	quebrada	na	superfície	dos	colangiócitos,	até	seus	aminoácidos	constituintes,	
pela	enzima	y-glutamil	transpeptidase	(GGT),	e	esses	produtos	são	reabsorvidos.	Concomitantemente	com	a	ingestão	
de	alimentos,	ocorre	a	diluição	da	bile,	nesse	 local,	em	resposta	a	hormônios,	como	a	secretina,	que	aumentam	a	
secreção	de	HCO.	e	estimulam	a	 inserção	de	canais	de	água,	da	família	das	aquaporinas,	na	membrana	apical	dos	
colangiócitos.	Dessa	forma,	o	fluxo	da	bile	é	aumentado	durante	o	período	pós-prandial,	quando	os	ácidos	biliares	são	
necessários	para	auxiliar	na	assimilação	dos	lipídios.	
PAPEL	DA	VESÍCULA	BILIAR	
Por	fim,	a	bile	entra	nos	duetos	e	é	conduzida	para	o	intestino.	Entretanto,	no	período	entre	as	refeições,	o	fluxo	de	
bile	é	bloqueado	pela	constrição	do	esfíncter	de	Oddi,	e	a	bile	é	redirecionada	para	a	vesícula	biliar.	A	vesícula	biliar	é	
um	saco	muscular	revestido	com	células	epiteliais	de	alta	resistência.	Durante	o	armazenamento	vesicular,	a	bile	é	
concentrada,	 porque	 íons	 sódio	 são	 absorvidos,	 ativamente,	 em	 troca	 de	 prótons,	 e	 os	 ácidos	 biliares,	 como	 os	
principais	 ânions,	 são	 grandes	 demais	 para	 sair	 pelas	 junções	 fechadas	 do	 epitélio	 da	 vesícula	 biliar.	 Embora	 a	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
concentração	dos	ácidos	biliares	possa	aumentar	por	mais	de	10	vezes,	a	bile	permanece	isotônica	porque	cada	micela	
age	como	uma	só	partícula	osmoticamente	ativa.		
Os	 monômeros	 de	 ácido	 biliar	 que	 permanecem	 livres,	 como	 resultado	 da	 concentração,	 são	 imediatamente	
incorporados	nas	micelas	mistas	pré-existentes.	Esse	fato	também	reduz,	em	algum	grau,	o	risco	de	precipitação	do	
colesterol	 na	 bile.	 Em	 muitos	 adultos,	 contudo,	 a	 bile	 está	 supersaturada	 de	 colesterol,	 mas	 a	 precipitação	 do	
colesterol	é,	normalmente,	inibida	pela	presença	de	proteínas	antinucleantes.	O	armazenamento	prolongado	da	bile	
aumenta	 a	 probabilidade	 de	 ocorrer	 nucleação,	 por	 isso	 não	 se	 deve	 pular	 o	 café-da-manhã.	 E,	 talvez,	 esse	 fato	
explique	por	que	os	distúrbios	da	vesícula	biliar	são	relativamente	prevalentes	entre	os	humanos.		
(SINAIS	PARA	SECREÇÃO	DE	BILE)	A	bile	é	secretada	pela	vesícula	biliar,	em	resposta	a	sinais	que,	simultaneamente,	
relaxam	o	esfíncter	de	Oddi	e	contraem	o	músculo	liso	que	envolve	externamente	o	epitélio	da	vesícula.	O	principal	
mediador	dessa	resposta	é	a	colecistocinina	—	hormônio	que	recebeu	esse	nome	por	causa	de	sua	capacidade	de	
provocar	a	contração	da	vesícula	biliar.	Além	disso,	é	provável	que	reflexos	neurais	intrínsecos	e	vias	vagais,	algumas	
estimuladas	 pela	 colecistocinina,	 que	 se	 liga	 às	 fibras	 aferentes	 vagais,	 também	 contribuam	 para	 a	 contração	 da	
vesícula	biliar.	O	resultado	é	a	ejeção	de	bile	concentrada	no	lúmen	do	duodeno,	onde	suas	micelas	mistas	podem	
auxiliar	na	captação	dos	lipídios.	Posteriormente,	quando	não	são	mais	necessários,	os	ácidos	biliares	são	recuperados	
e	reingressam	na	circulação	êntero-hepática,	dando	início	a	novo	ciclo.	Os	demais	componentes	da	bile	são,	em	sua	
maioria,	eliminados	do	corpo,	ao	serem	excretados	junto	com	as	fezes.	
Referência	Bibliográfica:	livro	de	fisiologia	–	Berne	e	Levy	
	
OBJ	3:	Explicar	as	etapas	e	vias	do	metabolismo	do	álcool	e	seus	efeitos	no	organismo.	
METABOLISMO	DO	ÁLCOOL	
A	ingestão	excessiva	de	álcool	etílico	continua	sendo	a	causa	mais	comum	de	doença	hepática	no	mundo	ocidental.	O	
etanol	pode	causar	hepatite	alcoólica,	esteatose	devido	à	deposição	de	gordura,	ou	finalmente	fibrose	(conhecida	
como	cirrose),	que,	por	sua	vez,	 leva	à	falência	hepática.	Existem	mais	de	25.000	mortes	anualmente	associadas	à	
doença	hepática	nos	Estados	Unidos,	e	40%	delas	estão	relacionados	à	cirrose	alcoólica	
O	etanol	é	oxidado	no	fígado,	principalmente	pela	álcool	desidrogenase,	para	formar	acetaldeído,	que	é,	por	sua	vez,	
oxidado	pela	aldeído	desidrogenase	(ALDH)	em	acetato.	A	nicotinamida	adenina	dinucleotídeo	(NAD+)	é	o	cofator	para	
ambas	as	oxidações,	 sendo	reduzida	a	NADH.	Um	citocromo	P450,	CYP2E1,	 também	contribui	para	a	oxidação	do	
etanol,	masé	quantitativamente	menos	importante	do	que	a	via	da	álcool	desidrogenase-ALDH.	O	dano	hepático	nos	
pacientes	que	abusam	do	álcool	pode	surgir	da	toxicidade	do	acetaldeído,	que	forma	adutos-base	de	Schiff	com	outras	
macromoléculas.		
DOENÇA	HEPÁTICA	
Como	resultado	da	oxidação	do	etanol,	aumenta	a	relação	de	NADH/NAD+	e	altera	o	potencial	redox	do	hepatócito.	
Isso	inibe	a	oxidação	do	lactato	a	piruvato	(um	passo	que	requer	NAD+	como	cofator).	É	criado	um	potencial	para	o	
desenvolvimento	da	acidose	láctica	e,	já	que	o	piruvato	é	um	substrato	para	gliconeogênese	hepática,	existe	também	
um	risco	de	hipoglicemia.	O	risco	de	hipoglicemia	é	aumentado	nos	alcoólatras	quando	se	abstêm.	Por	causa	dá	má	
nutrição,	eles	têm	frequentemente	baixos	estoques	de	glicogênio	hepático.	Também,	a	mudança	na	proporção	de	
NADH/NAD+	inibe	a	β-oxidação	de	ácidos	graxos	e	promove	a	síntese	de	triglicerídeos:	seu	excesso	é	depositado	no	
fígado	(esteatose	hepática)	e	secretado	no	plasma	como	VLDL.	A	esteatose	hepática	pode	ser	facilmente	diagnosticada	
por	ultrassonografia	do	fígado	quando	se	vê	um	aumento	uniforme	da	ecogenicidade.	Isto	está	associado	à	elevação	
dos	níveis	séricos	de	enzimas	transaminases	(ver	adiante),	que	são	importantes	marcadores	laboratoriais	de	doença	
hepática.	
O	consumo	de	etanol	também	afeta	o	sistema	ubiquitina	de	degradação	proteica.	O	consumo	crônico	de	álcool	diminui	
a	atividade	proteasômica.	Isso	pode	desregular	a	sinalização	do	hepatócito	pela	inibição	do	transdutor	de	sinal	Janus	
e	a	ativação	da	via	do	fator	de	transcrição	(JAK-STAT).		
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
A	via	JAK-STAT	está	envolvida	na	resposta	de	fase	aguda,	defesa	antiviral	e	reparo	hepático	e	inflamação,	e	sua	inibição	
pode	contribuir	para	o	desenvolvimento	de	doença	hepática	alcoólica.	A	inibição	da	atividade	proteasômica	também	
pode	 levar	 ao	 aumento	 de	 apoptose,	 uma	 característica	 da	 doença	 hepática	 alcoólica.	 A	 redução	 da	 atividade	
proteasômica	induzida	por	álcool	impede	a	degradação	do	CYP2E1,	que	está	envolvido	nas	reações	de	peroxidação:	
isso	aumenta	o	estresse	oxidativo	e	pode	ser	outro	fator	de	contribuição	para	a	doença	hepática	alcoólica.	
Referência	Bibliográfica:	livro	de	bioquímica	–	Bioquímica	Médica/Dominiczak	e	Baynes	
METABOLISMO	DO	ÁLCOOL	
A	maior	parte	do	álcool	 ingerido	é	metabolizado	no	 fígado	pela	ação	da	enzima	álcool	desidrogenase	 (ADH).	Esta	
enzima	converte	o	álcool	em	acetaldeído,	que	mesmo	em	pequenas	concentrações,	é	 tóxico	para	o	organismo.	A	
enzima	aldeído	desidrogenase	(ALDH),	por	sua	vez,	converte	o	acetaldeído	em	acetato3.	A	maior	parte	do	acetato	
produzido	atinge	outras	partes	do	organismo	pela	corrente	sanguínea,	onde	participa	de	outros	ciclos	metabólicos.	
O	 sistema	 de	 enzimas	microssomais	 oxidativas	 (SEMO)	 pertencem	 à	 família	 dos	 citocromos	 e	 compreendem	 um	
sistema	alternativo	de	metabolização	do	álcool	no	fígado.	O	SEMO	transforma	o	álcool	em	acetaldeído	pela	ação	do	
citocromo	P450	2E1	ou	CYP2E1	presentes	nas	células	hepáticas3.	
(DOENÇAS	HEPÁTICAS)	O	fígado	é	um	órgão	particularmente	susceptível	aos	danos	provocados	pelo	álcool	pois	ele	é	
o	principal	sítio	de	metabolização	desta	substância	no	organismo.	
Além	 do	 fígado	 ser	 um	 dos	 maiores	 órgãos	 do	 corpo	 humano,	 ele	 apresenta	 a	 capacidade	 de	 regenerar-se,	
consequentemente,	os	sintomas	relacionados	à	lesão	hepática	provocada	pelo	álcool	podem	não	aparecer	até	que	
esta	seja	realmente	extensa.		
(QUANTIDADE	DE	INGESTÃO	QUE	LEVA	À	LESÃO)	No	sexo	masculino,	esta	condição	pode	ser	alcançada	pelo	uso	de	
aproximadamente	2	litros	de	cerveja,	1	litro	de	vinho	ou	240	ml	de	bebidas	destiladas	ingeridas	diariamente	por	pelo	
menos	20	anos.	Nas	mulheres,	a	quantidade	necessária	para	produzir	prejuízos	semelhantes	é	de	apenas	¼	à	½	deste	
montante3.	
O	consumo	diário	de	bebida	alcoólica,	por	um	 longo	período	de	tempo,	é	uma	condição	 fortemente	associada	ao	
desenvolvimento	de	lesões	hepáticas,	porém,	apenas	metade	dos	usuários	que	a	consomem	com	esta	frequência	vão	
desenvolver	 hepatite	 ou	 cirrose	 alcoólica4.	 Estes	 achados	 sugerem	 que	 outras	 condições	 como:	 hereditariedade,	
fatores	ambientais	ou	ambos	devam	influenciar	no	curso	da	doença	hepática.	
LESÕES	HEPÁTICAS	PROVOCADAS	PELO	ÁLCOOL	
Em	indivíduos	que	fazem	uso	abusivo	do	álcool	as	doenças	hepáticas	mais	encontradas	são:	
1.	Esteatose	alcoólica	(fígado	gorduroso):	A	deposição	de	gordura	ocorre	em	quase	todos	os	indivíduos	que	fazem	
uso	abusivo	e	frequente	do	álcool.	Contudo,	é	uma	condição	clínica	que	também	pode	ocorrer	em	indivíduos	não	
alcoolistas,	após	um	único	episódio	de	uso	abusivo	do	álcool.	A	esteatose	corresponde	ao	primeiro	estágio	da	doença	
hepática	alcoólica.	Caso	o	indivíduo	pare	de	beber	neste	estágio,	ele	recuperará	sua	função	hepática.	
A	esteatose	também	pode	ocorrer	em	indivíduos	diabéticos,	obesos,	com	desnutrição	protéica	severa	e	usuários	de	
determinados	medicamentos.	
2.	Hepatite	alcoólica:	esta	condição	implica	em	uma	inflamação	e/ou	destruição	(ex.	necrose)	do	tecido	hepático.	Os	
sintomas	 incluem:	 perda	 de	 apetite,	 náusea,	 vômito,	 dor	 abdominal,	 febre	 e	 em	 alguns	 casos,	 confusão	mental.	
Embora	esta	doença	possa	levar	à	morte,	na	maior	parte	das	vezes	ela	pode	ser	revertida	com	a	abstinência	alcoólica.	
A	hepatite	alcoólica	ocorre	em	aproximadamente	50%	dos	usuários	frequentes	do	álcool4.	
3.	 Cirrose	 alcoólica:	 É	 uma	 forma	 avançada	 de	 doença	 hepática	 decorrente	 de	 um	 dano	 progressivo	 das	 células	
hepáticas.	A	cirrose	costuma	ser	diagnosticada	em	15	a	30	%	dos	usuários	crônicos	e	abusivos	do	álcool.	Um	fígado	
cirrótico	é	caracterizado	por	uma	 fibrose	extensa	que	compromete	o	 funcionamento	do	 fígado	podendo	 inclusive	
prejudicar	o	funcionamento	de	outros	órgãos	como	cérebro	e	rins.	Embora	a	cirrose	alcoólica	possa	levar	o	indivíduo	
à	 morte	 em	 função	 de	 suas	 complicações	 (ex.	 falha	 renal	 e	 hipertensão	 portal),	 ela	 pode	 ser	 estabilizada	 pela	
abstinência	completa	do	álcool.	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
Estas	 três	 condições	clínicas	 costumam	estar	 sequencialmente	 relacionadas,	de	 forma	progressiva,	da	esteatose	à	
cirrose.	Contudo,	alguns	 indivíduos	podem	desenvolver	cirrose	sem	ter	tido	hepatite	e	algumas	hepatites	de	início	
súbito	e	curso	rápido	levam	à	morte	antes	de	desenvolver	cirrose.	
Referência	Bibliográfica:	site	–	Centro	de	Informações	sobre	Saúde	e	Álcool		
METABOLISMO	ETANOL	
Ocorre	principalmente	no	fígado	e	no	estômago.		
OXIDAÇÃO	DO	ETANOL	
O	fígado	possui	três	vias	de	oxidação	do	etanol.	
(PRIMEIRA	VIA)	Começa	com	a	oxidação	do	etanol	pela	ação	de	uma	enzima	citosólica,	a	desidrogenase	alcoólica.	
Etanol	+	NAD+	→	acetaldeído	+	NADH	+	H+	
(SEGUNDA	VIA)	O	fígado	possui	uma	segunda	via	de	oxidação	do	etanol,	conhecida	como	o	sistema	microssômico	de	
oxidação	do	etanol	microsomal	ethanol-oxidizing	system	(MEOS).	
Etanol	+	NADPH	+	H+	+	O2	→	acetaldeído	+	NADP+	+	2H2O	
O	 sistema	MEOS	é	 constituído	por	uma	oxidase	de	 função	mista	que	oxida	 tanto	o	 etanol	 quanto	o	NADPH.	 Seu	
principal	componente	é	uma	das	isoformas	da	enzima	citocromo	P450	(cytocrome	P450,	CYP),	a	CYP2E1.	Ela	funciona	
bem	em	altas	concentrações	de	etanol,	quando	comparado	com	o	da	enzima	álcool	desidrogenase.	MEOS	age	também	
sobre	outros	substratos	no	nosso	organismo	como	os	ácidos	graxos,	barbitúricos,	esteroides	e	vários	xenobióticos.	
Dentro	dessa	última	categoria,	ele	participa	da	primeira	etapa	no	metabolismo	global	da	detoxicação	do	organismo.	
(TERCEIRA	VIA)	 A	 terceira	 via	de	oxidação	do	etanol	 é	 constituída	pela	 catalase.	 Entretanto,	 a	participação	dessa	
enzima	no	metabolismo	do	álcool	é	muito	pequena.	
Etanol	+	H2O2	→	acetaldeído	+	2H2O	Oxidação	do	acetaldeído	
ACETALDEÍDO	
O	acetaldeído,	gerado	por	qualquer	uma	das	três	enzimas	oxidantes	das	vias,	é	levado	a	um	segundo	grau	de	oxidação,	
levado	a	acetato,	pela	desidrogenase	acetaldeídica:	
Acetaldeído	+	NAD+	→	acetato	+	NADH	+	H+	
Algumaspessoas	descendentes	de	asiáticos	podem	 ter	uma	desidrogenase	aldeídica	deficiente	ou	mesmo	 inativa	
(Edenberg,	2007).	Essas	pessoas,	não	conseguindo	metabolizar	adequadamente	o	acetaldeído,	acabam	acumulando-
o	no	organismo	toda	vez	que	ingerem	álcool	(mesmo	quando	em	quantidades	muito	pequenas),	provocando	inúmeras	
reações	colaterais	(cefaleia,	náuseas	e	ruborização)	devido	ao	alto	poder	reativo	do	acetaldeído.		
DESTINO	METABÓLICO	DO	ACETATO	
Finalmente,	o	acetato	é	transformado	em	acetil-CoA.	
Acetato	+	CoASH	+	ATP	→	acetil-CoA	+	AMP	+	PPi	
Podendo	ter	dois	destinos	metabólicos	distintos:		
(a)	diante	de	baixos	níveis	de	carboidratos	irá	ser	oxidado	nos	músculos	e	coração	até	CO2	e	H2O;		
(b)	na	presença	de	carboidratos	e	de	níveis	elevados	de	insulina	funcionará	como	substrato	para	as	sínteses	de	ácidos	
graxos	e	de	colesterol.		
Na	primeira	eventualidade,	a	oxidação	completa	do	etanol	produzirá	7	quilocalorias	por	grama	da	droga,	o	que	mostra	
seu	 alto	 poder	 calorífico	 e	 acentua	 seu	 valor	 como	 alimento.	 Ao	 ingerir	 grandes	 quantidades	 desse	 alimento	 tão	
calórico,	o	indivíduo	acaba	descuidando-se	de	ingerir	vitaminas,	minerais	e	outros	nutrientes	necessários	para	uma	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
alimentação	equilibrada.	Por	essa	razão,	esse	tipo	de	“alimentação”	é	algumas	vezes	conhecido	como	rico	em	calorias	
vazias.		
A	segunda	eventualidade,	a	ingestão	de	doses	elevadas	de	álcool	na	presença	de	carboidratos	e	por	períodos	muito	
longos,	poderá	levar	a	distúrbios	metabólicos	crônicos	presentes	no	fígado	gorduroso	e	na	cirrose	hepática.	
ALTERAÇÕES	METABÓLICAS	CAUSADAS	POR	INTOXICAÇÃO	POR	ETANOL	
A	oxidação	do	etanol	até	acetato	produz	2	moles	de	NADH	+	H+	por	mol	de	etanol.	Durante	uma	intoxicação	aguda	
por	álcool,	grandes	quantidades	de	NADH	serão	formadas	e	o	quociente	NADH/NAD+	se	elevará	demasiadamente.	
Nessa	situação,	várias	reações	que	utilizam	um	desses	dois	cofatores	serão	afetadas:	
(FORMAÇÃO	DO	LACTATO)	O	aumento	do	NADH	e	a	consequente	baixa	nos	níveis	de	NAD+	agirão	na	desidrogenase	
láctica,	favorecendo	a	formação	do	lactato	a	partir	do	piruvato:	
Lactato	+	NAD+	↔	Piruvato	+	NADH	+	H+	
levando	ao	acúmulo	de	lactato	na	célula	e	no	sangue	(e	a	consequente	diminuição	do	seu	pH,	uma	acidose	metabólica).	
Isso	é	observado	no	exame	de	sangue	do	paciente	descrito	neste	caso	clínico.	
(DIMINUIÇÃO	 DA	 GLICONEOGÊNESE)	 Por	 outro	 lado,	 os	 baixos	 níveis	 de	 piruvato	 (na	 equação	 acima)	 levarão	 à	
diminuição	 dos	 níveis	 de	 oxaloacetato	 produzidos	 pela	 reação	 da	 piruvato	 carboxilase	 e,	 portanto,	 diminuirão	 a	
gliconeogênese.	
Piruvato	+	CO2	↔	Oxaloacetato	
Referência	Bibliográfica:	site	–	Disciplinas	da	USP/	material:	metabolismo	do	etanol	e	intoxicação	aguda	pelo	
álcool	
ALTERAÇÕES	CEREBRAIS	
O	álcool	é	um	depressor	do	sistema	nervoso	central,	ou	seja,	uma	substância	que	diminui	a	atividade	do	cérebro,	
alterando	a	ação	de	neurotransmissores,	como	o	ácido	gama-aminobutírico,	o	glutamato	e	a	serotonina.	Conforme	a	
pessoa	ingere	a	bebida,	o	organismo	reage	de	uma	determinada	forma,	seguindo	alguns	estágios.	
Quando	a	concentração	de	álcool	no	sangue	é	baixa	(entre	0,01	e	0,12	gramas/100	mililitros),	o	indivíduo	tende	a	ficar	
desinibido,	relaxado	e	eufórico.	À	medida	que	essa	quantidade	aumenta,	outras	reações	aparecem,	como	lentidão	dos	
reflexos,	problemas	de	atenção,	perda	de	memória,	alterações	na	capacidade	de	raciocínio	e	falta	de	equilíbrio.	Em	
níveis	muito	altos	(a	partir	de	0,40	gramas/100	mililitros),	pode	haver	intoxicação	severa	e	parada	cardiorrespiratória,	
com	possibilidade	de	sequelas	neurológicas	e	até	mesmo	morte.	
Além	desses	efeitos	visíveis	e	imediatos,	o	consumo	exagerado	de	álcool,	principalmente	na	infância	e	adolescência,	
pode	prejudicar	o	desenvolvimento	cerebral,	inibir	o	crescimento	de	novos	neurônios	e	causar	lesões	permanentes,	
além	de	ser	um	fator	de	risco	para	a	depressão	ou	outro	transtorno	mental.	
LESÕES	HEPÁTICAS	
Um	órgão	bastante	 afetado	pela	 ingestão	de	bebidas	 alcoólicas	 é	o	 fígado,	 responsável	 pelo	metabolismo	dessas	
substâncias.	 Há	 evidências	 de	 que	 o	 consumo	 imoderado	 de	 bebidas	 alcoólicas	 pode	 causar	 esteatose	 hepática,	
conhecida	também	como	fígado	gorduroso.	Essa	doença	é	causada	pelo	acúmulo	de	gordura	nas	células	do	fígado,	
podendo	regredir	ou	ficar	estável	conforme	os	anos	passam,	ou	evoluir	para	a	hepatite	alcoólica,	uma	inflamação	cujos	
sintomas	são	dor	abdominal,	inchaço	da	barriga,	pele	e	olhos	amarelados,	náusea,	vômito,	perda	de	apetite,	entre	
outros.	
O	abuso	da	ingestão	de	bebidas	alcoólicas	também	pode	ser	responsável	pela	cirrose	hepática,	uma	lesão	crônica	que	
se	caracteriza	pela	formação	de	cicatrizes	(fibrose)	e	formação	de	nódulos	que	bloqueiam	a	circulação	do	sangue.	Em	
muitos	casos,	há	a	necessidade	de	transplante	do	órgão.	
IRRITAÇÃO	DO	ESTÔMAGO	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
Fora	os	conhecidos	sintomas	de	enjoo,	náusea	e	vômito,	o	álcool	pode	causar	irritações,	infecções	ou	erosões	na	
mucosa	gástrica,	resultando	em	uma	gastrite	aguda.	Isso	acontece	porque	a	bebida	chega	primeiro	ao	aparelho	
gastrointestinal,	aumentando	a	secreção	de	ácido	clorídrico.	O	resultado	são	dores	abdominais,	queimação,	azia,	
perda	de	apetite	e	vômito	recorrente.	
	
DISFUNÇÃO	RENAL	
Os	 rins	 são	 responsáveis	 pela	 filtragem	 do	 sangue,	 eliminação	 de	 resíduos	 nocivos	 ao	 organismo,	 regulação	 do	
equilíbrio	 ácido/básico,	manutenção	do	 volume	de	 água	no	 corpo,	 produção	de	hormônios,	 entre	outras	 funções	
importantes.	
A	ingestão	exagerada	de	álcool	pode	aumentar	a	diurese,	que	é	a	produção	de	urina,	o	que	provoca	desregulação	da	
concentração	de	eletrólitos	no	sangue,	elevação	da	pressão	arterial	e	alteração	no	funcionamento	do	órgão.	
INFLAMAÇÃO	DO	PÂNCREAS	
Quem	 consome	muita	 bebida	 alcoólica	 pode	 desenvolver	 pancreatite	 crônica,	 uma	 inflamação	 do	 pâncreas	 que	
provoca	endurecimento	e	redução	do	tamanho	do	órgão.	As	consequências	são	forte	dor	na	região	abdominal,	diarreia	
com	fezes	gordurosas	—	devido	à	menor	produção	de	lipase,	enzima	responsável	pela	digestão	de	gorduras	—,	perda	
de	peso	e	diabetes.	Essa	última	decorre	das	alterações	que	o	álcool	pode	causar	no	funcionamento	do	pâncreas,	como	
a	diminuição	da	produção	de	insulina	ou	a	incapacidade	do	órgão	de	produzir	esse	hormônio.	
PROBLEMAS	CARDÍACOS	
Há	estudos	que	mostram	que	a	ingestão	de	álcool	em	doses	moderadas	pode	trazer	benefícios	à	saúde	por	melhorar	
a	 circulação	 sanguínea	 e	 proteger	 o	 sistema	 cardiovascular.	 O	 vinho	 tinto,	 por	 exemplo,	 é	 rico	 em	 flavonoides	 e	
resveratrol,	uma	substância	antioxidante	encontrada	na	pele	e	nas	sementes	das	uvas	que	 impede	a	 formação	de	
coágulos	de	sangue,	tem	ação	anti-inflamatória,	neutraliza	os	radicais	livres	e	reduz	o	colesterol	ruim.	
Porém,	a	ingestão	excessiva	de	álcool	pode	desencadear	problemas	cardíacos	significativos,	entre	eles:	
• a	cardiomiopatia	alcoólica	—	uma	alteração	na	função	contrátil	do	músculo	do	coração;	
• a	arritmia	—	caracterizada	pela	desregulação	do	ritmo	dos	batimentos	cardíacos;	
• o	acidente	vascular	cerebral	hemorrágico	(AVC	hemorrágico)	—	causado	pelo	sangramento	de	uma	artéria;	
• a	hipertensão	arterial	—	conhecida	popularmente	como	pressão	alta.	
ENFRAQUECIMENTO	DO	SISTEMA	IMUNOLÓGICO	
Por	 entrar	 facilmente	 na	 corrente	 sanguínea,	 o	 álcool	 percorre	 todo	 o	 organismo,	 reduz	 a	 produção	 de	 glóbulos	
vermelhos	e	compromete	o	sistema	imunológico,	deixando	o	corpo	mais	suscetível	ao	aparecimento	de	infecções	e	
doenças.	Uma	pessoa	que	bebe	uma	grande	quantidade	de	 álcool,	mesmo	que	em	uma	única	ocasião,	 tem	mais	
chances	de	desenvolver	pneumonia,	tuberculose	e	anemia,	por	exemplo.	
AUMENTO	DO	RISCO	DE	CÂNCER	
O	consumo	excessivo	de	bebidas	alcoólicas	pode	aumentar	o	risco	de	desenvolvimento	de	alguns	tipos	de	câncer,	tais	
como	de	laringe,	faringe,	boca,	esôfago,	fígado,	estômago,	intestino	e	mama.	Segundo	o	Instituto	Nacional	de	CâncerJosé	Alencar	Gomes	da	Silva	(Inca),	a	relação	dose/resposta	entre	o	consumo	de	bebidas	alcoólicas	e	o	risco	de	câncer	
é	evidente,	sendo	que	o	álcool	está	associado	a	4%	dos	óbitos	por	câncer.	
Referência	Bibliográfica:	site	–	Hospital	Santa	Mônica		
	
	
	
	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
OBJ	4:	Citar	os	estigmas	sociais,	diferenciar	etilismo;	alcoolismo;	etilista	social.	
ESTIGMA	SOCIAL	
Quando	o	uso	de	álcool	e	drogas	 ilícitas	passa	a	 ser	um	problema	para	a	 sociedade	e	promove	em	seus	usuários	
comportamentos	 socialmente	 inaceitáveis,	 com	uma	 conotação	negativa,	 estes	 são	 associados	 a	 uma	 imagem	de	
fraqueza	moral,	o	que	pode	acarretar	em	sua	exclusão	social,	tornando-os	um	grupo	vulnerável	da	população.	
(CONCEITO	DE	ESTIGMA)	Dentre	as	formas	de	exclusão	dos	usuários	de	álcool	e	drogas	ilícitas	destaca-se	o	estigma,	
que	está	muito	relacionado	ao	preconceito,	à	marginalização	e	à	eugenia.	O	estigma	representa	uma	construção	social	
que	atua	como	uma	marca	que	atribui	a	um	indivíduo	um	status	desvalorizado	em	relação	ao	outro.	
(CONSEQUÊNCIAS	DO	ESTIGMA)	O	estigma	dos	usuários	de	álcool	e	drogas	ilícitas	está	associado	a	como	a	sociedade	
encara	esse	problema.	Logo,	em	uma	sociedade	em	que	o	alcoolismo	ou	o	uso	de	drogas	 ilícitas	possui	uma	forte	
conotação	moralizante,	o	estigma	social	 se	 torna	um	grande	problema	para	o	usuário.	Nesse	contexto,	o	estigma	
representa	importante	fonte	de	danos,	especialmente	em	situações	de	busca	por	emprego	e	moradia,	o	que	resulta	
em	isolamento	social	e,	muitas	vezes,	em	lacunas	na	utilização	dos	serviços	de	saúde.	
Além	 disso,	 alguns	 teóricos	 argumentam	 que	 o	 uso/abuso	 do	 álcool	 e	 outras	 drogas	 ilícitas	 teve,	 e	 ainda	 tem,	
repercussões	nos	cenários	da	desassistência	ao	usuário,	estigma	e	preconceito,	formas	de	tratamento	inadequadas,	
exclusão	familiar,	moralidade	social,	associação	ao	ócio	e	à	criminalidade.	
TIPOS	DE	ESTIGMA	
Desse	modo,	a	atribuição	moral	e	culpabilização	do	usuário	de	álcool	e	drogas	 ilícitas	pela	sociedade	podem	criar	
barreiras	na	qualidade	do	cuidado	em	saúde,	reforçando	sua	exclusão	e	sofrimento(2)	e	possibilitando	o	surgimento	
de	dois	tipos	principais	de	estigma	que	se	inter-relacionam:		
(ESTIGMA	PÚBLICO	E	AUTO-ESTIGMA)	O	 estigma	público,	 que	ocorre	 quando	um	grupo	 adquire	 preconceito	 em	
relação	a	outro	grupo,	e	o	auto-estigma,	no	qual	membros	de	um	grupo	estigmatizado	internalizam	o	estigma	público.	
Assim,	os	usuários	de	álcool	e	drogas	ilícitas	se	sentem	e	são	estigmatizados	tanto	pela	sociedade	quanto	se	auto-
estigmatizam,	 o	 que	 origina	 isolamento	 social	 e	 pode	 atuar	 como	 barreira	 para	 os	 tratamentos	 médicos	 e	
psicológicos(7-8),	uma	vez	que	os	usuários	internalizam	todos	os	preconceitos	e	exclusões	provenientes	do	estigma	
público,	sendo	levados	à	crença	que	de	fato	são	moralmente	condenáveis	e,	por	isso,	não	merecedores	de	quaisquer	
benefícios,	restando-lhes	o	isolamento	social.	
Referência	Bibliográfica:	artigo	Scielo	
ALCOOLISMO	
Alcoolismo	é	a	dependência	do	indivíduo	ao	álcool,	considerada	doença	pela	Organização	Mundial	da	Saúde.	O	uso	
constante,	descontrolado	e	progressivo	de	bebidas	alcoólicas	pode	comprometer	seriamente	o	bom	funcionamento	
do	organismo,	levando	a	conseqüências	irreversíveis.	
A	pessoa	dependente	do	álcool,	além	de	prejudicar	a	sua	própria	vida,	acaba	afetando	a	sua	família,	amigos	e	
colegas	de	trabalho.	
ÁLCOOL	NO	ORGANISMO	
O	álcool	encontrado	nas	bebidas	é	o	etanol,	uma	substância	 resultante	da	 fermentação	de	elementos	naturais.	O	
álcool	da	aguardente	vem	da	fermentação	da	cana-de-açúcar,	e	o	da	cerveja,	da	fermentação	da	cevada,	por	exemplo.	
Quando	ingerido,	o	etanol	é	digerido	no	estômago	e	absorvido	no	intestino.	Pela	corrente	sangüínea	suas	moléculas	
são	levadas	ao	cérebro.	
A	 longo	 prazo,	 o	 álcool	 prejudica	 todos	 os	 órgãos,	 em	 especial	 o	 fígado,	 que	 é	 responsável	 pela	 destruição	 das	
substâncias	 tóxicas	 ingeridas	 ou	 produzidas	 pelo	 corpo	 durante	 a	 digestão.	 Dessa	 forma,	 havendouma	 grande	
dosagem	de	álcool	no	sangue,	o	fígado	sofre	uma	sobrecarga	para	metabolizá-lo.		
O	álcool	no	organismo	causa	inflamações,	que	podem	ser:	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
• Gastrite,	quando	ocorre	no	estômago;	
• Hepatite	alcoólica,	no	fígado;	
• Pancreatite,	no	pâncreas;	
• Neurite,	nos	nervos.	
PERIGOS	DO	ÁLCOOL	
Apesar	de	ser	aceito	pela	sociedade,	o	álcool	oferece	uma	série	de	perigos	tanto	para	quem	o	consome	quanto	para	
as	 pessoas	 que	 estão	 próximas.	 Grande	 parte	 dos	 acidentes	 de	 trânsito,	 arruaças,	 comportamentos	 anti-sociais,	
violência	doméstica,	ruptura	de	relacionamentos,	problemas	no	trabalho,	como	alterações	na	percepção,	reação	e	
reflexos,	aumentando	a	chance	de	acidentes	de	trabalho,	são	provenientes	do	abuso	de	álcool.	
SINAIS	DE	ALCOOLISMO	
• -	Você	já	sentiu	que	deveria	diminuir	a	bebida?	
• -	As	pessoas	já	o	irritaram	quando	criticaram	sua	bebida?	
• -	Você	já	se	sentiu	mal	ou	culpado	a	respeito	de	sua	bebida?	
• -	Você	já	tomou	bebida	alcóolica	pela	manhã	para	“aquecer”	os	nervos	ou	para	se	livrar	de	uma	ressaca?	
Apenas	um	“sim”	a	algumas	dessas	perguntas	sugere	um	possível	problema.	Em	qualquer	dos	casos,	é	importante	ir	
ao	médico	ou	outro	profissional	da	área	de	saúde,	imediatamente,	para	discutir	suas	respostas.	Eles	podem	ajudar	a	
determinar	se	você	tem	ou	não	um	problema	com	a	bebida,	e,	se	você	tiver,	poderão	recomendar	a	melhor	atitude	a	
ser	tomada.	
Referência	Bibliográfica:	site	–	BVS:	Biblioteca	Virtual	da	Saúde	
ETILISTA	MODERADO	
Consideramos	um	etilista	moderado	aquela	pessoa	que	bebe	álcool,	mas	o	faz	de	forma	esporádica	ou	em	pequena	
quantidade,	como	1	ou	2	dinks	por	dia,	por	no	máximo	5	dias	não	consecutivos	da	semana.	
ETILISTA	PESADO	
Etilista	pesado	é	aquele	que	bebe	álcool	em	excesso,	ou	seja,	em	quantidades	sabidamente	prejudiciais	ao	
organismo.	O	consumo	excessivo	de	álcool	expõe	o	individuo	a	um	elevado	risco	de	desenvolver	problemas	
relacionados	à	bebida,	como	alcoolismo	(explico	sua	definição	mais	à	frente),	câncer	ou	disfunções	de	órgãos	
importantes,	tais	como	fígado,	coração	ou	cérebro.	
A	definição	de	consumo	pesado	de	álcool	pode	variar	dependendo	da	fonte	bibliográfica.	Em	geral,	aceita-se	as	
seguintes	definições	para	um	etilista	pesado:	
• Consumo	de	mais	de	7	drinks	por	semana	para	mulheres	ou	mais	de	14	drinks	por	semana	para	homens.	
• Pelo	menos	1	vez	por	semana,	consumo	de	mais	de	3	drinks	em	um	único	dia	para	mulheres	ou		mais	de	4	
drinks	em	um	único	dia	para	homens.	
• 1	episódio	de	embriaguez	por	semana.	
• Consumo	de	mais	de	20	dias	seguidos	de	bebidas	alcoólicas	em	qualquer	quantidade.	
	
OBJ	5:	Descrever	o	metabolismo	da	bilirrubina	e	sua	relação	com	icterícia,	apresentar	a	
função	e	composição	biliar.	
FORMAÇÃO	E	EXCREÇÃO	DA	BILIRRUBINA	PELO	FÍGADO	
A	importância	do	fígado	também	reside	na	sua	capacidade	de	excretar	bilirrubina,	um	metabólito	do	heme	que	é,	
potencialmente,	tóxico	para	o	organismo.	Recentemente,	foi	demonstrado	que	a	bilirrubina	age	como	antioxidante,	
mas	ela	também	possibilita	a	eliminação	do	excesso	de	heme,	que	é	liberado	da	hemoglobina	dos	glóbulos	vermelhos	
senescentes.	De	fato,	os	glóbulos	vermelhos	são	responsáveis	por	80%	da	produção	de	bilirrubina.	O	restante	provém	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
de	outras	proteínas	que	contêm	heme,	encontradas	em	outros	tecidos,	como	o	músculo	esquelético,	e	no	próprio	
fígado.		
A	 bilirrubina	 é	 capaz	 de	 atravessar	 a	 barreira	 hematoencefálica	 e,	 quando	 em	 quantidades	 excessivas,	 provoca	
disfunção	cerebral,	por	razões	que	ainda	não	são	bem-compreendidas.	Se	não	for	tratada,	essa	condição	poderá	ser	
fatal.	A	bilirrubina	e	seus	metabólitos	também	se	destacam	pelo	fato	de	dar	cor	à	bile,	às	fezes	e,	em	menor	grau,	à	
urina.	Além	disso,	quando	se	acumula	na	circulação,	como	resultado	de	doença	hepática,	a	bilirrubina	causa	o	sintoma	
comum,	a	icterícia,	ou	seja,	o	amarelamento	da	pele	e	das	conjuntivas.	
SÍNTESE	DEBILIRRUBINIA	
(FORMAÇÃO)	A	bilirrubina	é	sintetizada	do	heme	por	meio	de	reação	que	ocorre,	em	duas	etapas,	no	interior	das	
células	fagocíticas	do	sistema	reticuloendotelial,	entre	elas	as	células	de	Kupffer	e	as	células	do	baço.	A	enzima	heme	
oxigenase,	presente	nessas	células,	libera	o	ferro	da	molécula	do	heme	e	produz	o	pigmento	verde	biliverdina.	Esse	
pigmento,	por	sua	vez,	pode	passar	por	redução	e	originar	a	bilirrubina	amarela.		
(TRANSPORTE)	 Como	 essa	 molécula	 é,	 praticamente,	 insolúvel	 nas	 soluções	 aquosas	 com	 pH	 neutro,	 ela	 é	
transportada	pelo	sangue	ligada	à	albumina.		
(ENTRADA	NO	FÍGADO	E	CONJUGAÇÃO)	Quando	esse	complexo	chega	ao	fígado,	penetra	no	espaço	de	Disse,	onde	a	
bilirrubina	é	captada	de	forma	seletiva	pelo	transportador	OATP	localizado	na	membrana	basolateral	dos	hepatócitos.	
No	 compartimento	microssômico	 dessas	 células,	 a	 bilirrubina	 é	 conjugada	 com	 uma	 ou	 duas	moléculas	 de	 ácido	
glicurônico,	o	que	aumenta	sua	solubilidade	em	meio	aquoso.	A	reação	é	catalisada	pela	UDP	glicuronil	transferase	
(UGT).	 Essa	 enzima	 é	 sintetizada,	 de	modo	 lento,	 após	 o	 nascimento,	 fato	 que	 explica	 por	 que	 a	 icterícia	 leve	 é	
relativamente	comum	em	recém-nascidos.		
(BILIRRUBINA	CONJUGADA)	A	bilirrubina	conjugada	é,	então,	secretada	na	bile	pela	ação	da	proteína	relacionada	com	
múltiplos	fármacos	(MRP2),	localizada	na	membrana	canalicular	do	hepatócito.	As	formas	conjugadas	da	bilirrubina	
não	podem	ser	reabsorvidas	do	lúmen	do	intestino	e	isso	garante	que	elas	sejam	excretadas.		
(RETIRADA)	 Entretanto,	 o	 transporte	 da	 bilirrubina	 através	 do	 hepatócito,	mais	 especificamente,	 sua	 retirada	 da	
corrente	sanguínea,	é	um	processo	relativamente	ineficiente,	por	isso	existe	certa	quantidade	de	bilirrubina	conjugada	
e	 não	 conjugada	 no	 plasma,	 mesmo	 sob	 condições	 normais.	 Ambas	 circulam	 ligadas	 à	 albumina,	 mas	 a	 forma	
conjugada	está	ligada	mais	fracamente	e,	por	essa	razão,	pode	ser	encontrada	na	urina.		
(CONJUGAÇÃO	NO	CÓLON)	No	cólon,	a	bilirrubina	conjugada	é	desconjugada	pela	ação	de	enzimas	bacterianas,	e	a	
bilirrubina	 liberada	é	metabolizada	por	 bactérias	 que	produzem	urobilinogênio,	 que	é	 reabsorvido,	 e	 urobilinas	 e	
estercobilinas,	que	são	excretadas.	O	urobilinogênio	absorvido,	por	sua	vez,	pode	ser	captado	pelos	hepatócitos	e	
reconjugado,	o	que	dá	a	essa	molécula	mais	uma	oportunidade	de	ser	excretada.		
AVALIAÇÃO	DA	DOENÇA	HEPÁTICA	
A	quantificação	da	bilirrubina	plasmática,	bem	como	a	determinação	do	tipo	de	bilirrubina	encontrado	(conjugada	ou	
não	conjugada),	constitui	instrumento	importante,	para	a	avaliação	da	doença	hepática.	A	presença	de	bilirrubina	não	
conjugada,	a	forma	de	bilirrubina	que,	na	prática,	está	totalmente	ligada	à	albumina	e	não	pode	ser	excretada	na	urina,	
reflete	a	deficiência	de	UGT	(ou	retardo	temporário	e	normal	de	sua	maturação	nos	bebês),	ou	a	oferta	excessiva	e	
súbita	de	heme	que	sobrecarrega	o	mecanismo	de	conjugação	(como	ocorre	nas	reações	de	transfusão	e	nos	recém-
nascidos,	com	sistema	Rhesus	incompatível).	A	bilirrubinemia	conjugada,	por	sua	vez,	é	caracterizada	pela	presença	
de	bilirrubina	na	urina.	Como	consequência,	a	urina	adquire	coloração	escura.	Esse	achado	indica	a	presença	de	defeito	
genético	que	afeta	o	transportador	responsável	pela	secreção	do	glicuronídeo	e	do	diglicuronídeo	de	bilirrubina	para	
o	canalículo,	ou	bloqueio	do	fluxo	da	bile,	talvez	causado	por	cálculo	biliar	obstrutivo.	Nos	dois	casos,	o	fígado	produz	
bilirrubina	conjugada,	que,	por	não	ter	mais	via	de	saída,	regurgita	de	volta	para	o	plasma	e	é,	então,	excretada	na	
urina.	
Referência	Bibliográfica:	livro	de	fisiologia	–	Berne	e	Levy	
	
	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
ICTERÍCIA	
A	icterícia	pode	ser	pré,	pós	ou	intra-hepática.	A	icterícia	é	óbvia	clinicamente	quando	as	concentrações	de	bilirrubina	
plasmática	 excedem	 50	 μmol/L	 (3	 mg/dL).	 A	 hiperbilirrubinemia	 é	 o	 resultado	 de	 um	 desequilíbrio	 entre	 a	 sua	
produção	e	a	sua	excreção.		
As	causas	da	icterícia	são	convencionalmente	classificadas	como:		
• pré-hepática:	aumento	na	produção	de	bilirrubina;	
• intra-hepática:	insuficiência	hepática	na	captação,	conjugação	ou	secreção	de	bilirrubina;		
• pós-hepática:	obstrução	da	drenagem	biliar.	
ICTERÍCIA	PRÉ-HEPÁTICA	
A	 icterícia	 pré-hepática	 resulta	 da	 produção	 excessiva	 de	 bilirrubina	 como	 consequência	 de	 hemólise,	 ou	 uma	
anormalidade	genética	na	captura	hepática	da	bilirrubina	não	conjugada.	A	hemólise	é	frequentemente	o	resultado	
de	doença	imune,	presença	de	células	vermelhas	estruturalmente	anormais	ou	a	degradação	do	sangue	extravasado.	
A	 hemólise	 intravascular	 libera	 hemoglobina	 no	 plasma,	 onde	 ela	 é	 oxidada	 em	 meta-hemoglobina	 (Cap.	 5)	 ou	
complexada	 com	 a	 haptoglobina.	 Mais	 frequentemente,	 células	 vermelhas	 são	 hemolisadas	 extravascularmente,	
dentro	de	fagócitos,	e	a	hemoglobina	é	convertida	em	bilirrubina;	essa	bilirrubina	não	é	conjugada.	As	bilirrubinas	não	
conjugada	e	conjugada	podem	ser	quimicamente	distinguidas.		
ICTERÍCIA	INTRA-HEPÁTICA	
A	icterícia	intra-hepática	reflete	uma	disfunção	generalizada	dos	hepatócitos.	Nesta	condição,	a	hiperbilirrubinemia	é	
geralmente	acompanhada	por	outras	alterações	nos	marcadores	bioquímicos	da	função	hepatocelular.		
Em	recém-nascidos,	a	icterícia	passageira	é	comum,	particularmente	em	prematuros,	e	é	devido	à	imaturidade	das	
enzimas	envolvidas	na	conjugação	da	bilirrubina.	A	bilirrubina	não	conjugada	é	tóxica	para	o	cérebro	imaturo	e	causa	
uma	condição	conhecida	de	kernicterus.	Se	as	concentrações	de	bilirrubina	plasmática	são	 julgadas	muito	altas,	a	
fototerapia	com	luz	azul-branca,	a	qual	isomeriza	a	bilirrubina	a	muitos	pigmentos	solúveis	que	devem	ser	excretados	
com	a	bile,	ou	a	transfusão	sanguínea	para	remover	o	excesso	de	bilirrubina	são	necessárias	para	evitar	o	kernicterus.	
ICTERÍCIA	PÓS-HEPÁTICA	
A	 icterícia	 pós-hepática	 é	 causada	 pela	 obstrução	 da	 árvore	 biliar.	 A	 bilirrubina	 plasmática	 é	 conjugada	 e	 outros	
metabólitos	biliares,	 tais	 como	os	 ácidos	biliares,	 acumulam-se	no	plasma.	Os	 aspectos	 clínicos	 são	 fezes	pálidas,	
causadas	 pela	 ausência	 de	 bilirrubina	 e	 urobilina	 fecal,	 e	 urina	 escura	 como	 resultado	 da	 presença	 de	 bilirrubina	
conjugada	hidrossolúvel.	Na	obstrução	completa,	o	urobilinogênio	e	a	urobilina	estão	ausentes	da	urina,	como	pode	
não	 haver	 conversão	 intestinal	 da	 bilirrubina	 a	 urobilinogênio/urobilina,	 e	 por	 isso	 nenhuma	 excreção	 renal	 de	
urobilinogênio/urobilina	reabsorvida.	
CAUSAS	GENÉTICAS	DA	ICTERÍCIA	
Existem	inúmeros	distúrbios	genéticos	que	prejudicam	a	conjugação	e	secreção	da	bilirrubina.	A	síndrome	de	Gilbert,	
que	 afeta	 até	 5%	 da	 população,	 causa	 uma	 moderada	 hiperbilirrubinemia	 não	 conjugada,	 que	 é	 inofensiva	 e	
assintomática.	Isto	é	devido	a	uma	modesta	redução	na	atividade	da	uridina	difosfato	(UDP)	glucuronil	transferase.		
Outras	doenças	hereditárias	do	metabolismo	de	bilirrubina	são	raras.	A	síndrome	de	Crigler-Najjar,	que	é	resultado	da	
ausência	completa	ou	redução	acentuada	na	conjugação	de	bilirrubina,	causa	uma	hiperbilirrubinemia	não	conjugada	
grave	que	se	apresenta	no	nascimento;	quando	a	enzima	está	completamente	ausente,	a	condição	é	fatal.		
As	síndromes	de	Dubin-Johnson	e	a	de	Rotor	prejudicam	a	secreção	biliar	da	bilirrubina	conjugada	e,	portanto,	causam	
uma	hiperbilirrubinemia	conjugada	que	é	geralmente	branda.	
Referência	Bibliográfica:	livro	de	bioquímica	–	Bioquímica	Médica/Dominiczak	e	Baynes	
	
AMANDA	FARIA	
3º	PERÍODO	
	
OBJ	6:	Compreender	a	fisiologia	hepática	(metabolismos-	hepático,	carboidrato	e	lipídio),	coagulação,	
remoção	e	excreção	de	fármacos,	secreção	hormonal,	formação	de	proteínas	plasmáticas,	
armazenamento	de	ferro,	reservatório	de	sangue	e	secreção	de	bile).	
FUNÇÕES	RESUMIDAS	DO	FÍGADO	
Os	hepatócitos	secretam	diariamente	de	800	a	1.000	mℓ	de	bile,	um	líquido	amarelo,	marrom	ou	verde

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