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Características semiológicas da dor - Semiologia Porto, Cap 9

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SEMIOLOGIA MÉDICA PORTO 8ed – PARTE 4: DOR
CAP. 9 – CARACTERÍSTICAS 
SEMIOLÓGICAS DA DOR 
Todo paciente com dor deve ser
avaliado nas 10 características da dor:
Localização, irradiação, qualidade ou
caráter, intensidade, duração, evolução,
relação com funções orgânicas, fatores
desencadeantes ou agravantes, fatores
atenuantes e manifestações
concomitantes. 
LOCALIZAÇÃO
Refere-se à região onde o paciente
sente a dor. Descrições como “dor na
vesícula” não são úteis, deve-se pedir que
o paciente aponte a região dolorida e então
registrar conforme a região da superfície
corporal. 
Avaliar a sensibilidade na área onde
se localiza a dor. A hipoestesia é evocativa
de dor neuropática, principalmente se
descrita como queimação ou formigamento.
A dor superficial tende a ser mais
localizada, enquanto a somática profunda e
visceral, assim como a neuropática, tende
a ser mais difusas.
IRRADIAÇÃO
Não se deve confundir dor irradiada
e dor referida. O reconhecimento da dor
Irradiada pode indicar a estrutura nervosa
comprometida. 
Exemplos de dor irradiada são:
• Neuralgia occipital: dor na transição
occipitocervical, com irradiação
superior, anterior e lateral, podendo
atingir olhos, ouvidos e face (raiz C2
e/ou C3).
• Cervicobraquialgia: dor cervical com
irradiação para face lateral do braço
e antebraço (raiz C6).
• Dorsalgia com irradiação anterior,
passando pela escápula, para a área
mamilar (T4)
• Dorsalgia na transição toracolombar,
com irradiação anterior e inferior
Exemplos de dor referida
• Processo patológico no apêndice –
dor na região epigástrica
• Na vesícula e fígado – dor na
escápula e ombro
• No ureter – dor na virilha e genitália
externa
• No coração – dor na face medial do
braço
QUALIDADE OU CARÁTER
Solicita ao paciente para que
descreva a sensação que a dor provoca.
Pode-se oferecer ao paciente uma seleção
de termos descritores, por exemplo: 
• dor de cabeça latejante ou pulsátil
(sugestivo de enxaqueca, abcesso e
odontalgia)
• dor em choque (neuralgia do
trigêmeo)
• dor em cólica ou em torcedura
(cólica nefrética, biliar, intestinal ou
menstrual)
• dor em queimação (se visceral,
úlcera péptica e esofagite de refluxo
e, se superficial, dor neuropática)
• dor em aperto (angina do peito e
infarto do miocárdio
• dor em pontada (processos pleurais)
• dor surda (vísceras maciças)
INTENSIDADE
Resultado da interpretação global
dos aspectos sensoriais, emocionais e
culturais da dor. É uma experiência
sensorial subjetiva. A intensidade é o
principal componente para escolha do
esquema terapêutico.
Escalas de dor:
• Escala com expressões 
• Escala analógica (melhora a
avaliação da intensidade)
Bruno Henryque Marconato
SEMIOLOGIA MÉDICA PORTO 8ed – PARTE 4: DOR
• Escalas de representação gráfica
não numérica (útil para adultos com
baixa escolaridade, crianças e
idosos)
Se o paciente tiver dificuldade para
definir a pior dor possível, peça para
que ele compare com a pior dor que
ele já sentiu (dor do parto, cólica
nefrética ou úlcera perfurada).
DURAÇÃO 
Determina com precisão a data de
início da dor. Se ela for contínua, calcular o
tempo até a anamnese. Se for cíclica,
registrar a data e duração de cada
episódio. Se intermitente, registrar a
quantidade de episódios por dia e por mês.
Dependendo da duração ela pode
ser classificada como aguda (menor que 3
meses) e crônica (persiste além do tempo
necessário para a cura da doença ou da
lesão, mais que 3 meses).
EVOLUÇÃO
Como a dor evoluiu do seu inicio até
o momento da anamnese. É investigada de
forma concomitante com a duração. 
Pode-se iniciar a investigação pelo
modo de instalação: se súbita ou insidiosa.
A dor pode mudar sua característica, por
exemplo, uma queimação na região
epigástrica que passa, subitamente, a
apresentar dor aguda, intensa, na mesma
região, que após algumas horas,espalha-se
pelo abdome, caracterizando um quadro de
úlcera dolorosa.
RELAÇÃO COM FUNÇÕES ORGÂNICAS
Essa característica é avaliada tendo
em conta a localização da dor e os órgãos
e estruturas situados na mesma área. Se a
dor for cervical, dorsal ou lombar, pesquisa-
se a relação com movimentos da coluna,
Se torácica, com a respiração, movimentos
do tórax, tosse, espirro, e esforço físico. Se
retroesternal, com a deglutição, posição e
esforço físico. Se periumbilical ou
epigástrica, com a ingestão de alimentos.
Se no hipocôndrio direito, com a ingestão
de substâncias gordurosas. Se no baixo
ventre, com a micção, evacuação e
menstruação.
Quase sempre, a dor é acentuada
pela atividade funcional do órgão em que
se origina. Na colecistite a dor é
exacerbada por substâncias que estimulam
a liberação de colecistocinina. Uma
exceção a essa regra é o alivio da dor da
úlcera péptica duodenal pela ingestão de
alimentos, isso porque ela se deve à
hipercloridria e não à atividade duodenal. 
FATORES DESENCADEANTES OU
AGRAVANTES
As funções orgânicas estão entre
eles, mas existem outros. Devem ser
procurados ativamente, pois seu
afastamento é muito importante para o
tratamento. 
Podemos citar: alimentos ácidos e
picantes, medicamentos, bebidas
alcoólicas, barulho, luminosidade
excessiva, mudanças climáticas, esforço
físico, conversar, mastigar ou deglutir,
tosse, espirro, entre outros.
FATORES ATENUANTES
São fatores que aliviam a dor,
incluindo funções orgânicas, posturas ou
atitudes que protegem a estrutura ou
função do órgão. Podemos citar: repouso,
distração, medicamentos, bloqueios
anestésicos, ingestão de certos alimentos,
baixa luminosidade, entre outros. 
Bruno Henryque Marconato
SEMIOLOGIA MÉDICA PORTO 8ed – PARTE 4: DOR
MANIFESTAÇÕES CONCOMITANTES
Manifestações que se expressam
junto com a enfermidade base, por
exemplo, cefaleia e lacrimejamento,
rinorreia e obstrução nasal. A cefaleia da
hipertensão intracraniana acentua-se com
o decúbito e acompanha-se de vômitos em
jato, náuseas e diplopia. A cólica nefrética
associa-se a disúria, polaciúria e
hematúria. 
Dor e envelhecimento
Com o envelhecimento, as pessoas mais
idosas podem apresentar problemas
graves sem necessariamente apresentar
dor, por exemplo, a ausência de dor em
grande número de idosos com infarto do
miocárdio e doenças abdominais agudas.
Bruno Henryque Marconato

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