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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS - CCHSA DEPARTAMENTO DE AGROPECUÁRIA - DAP COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS - CAVN CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AGROECOLOGIA POR TUTORIA A DISTÂNCIA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ESTUDANTES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO Gilney Christierny Barros dos Anjos Bananeiras - PB 2008 id28677984 pdfMachine by Broadgun Software - a great PDF writer! - a great PDF creator! - http://www.pdfmachine.com http://www.broadgun.com Gilney Christierny Barros dos Anjos PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ESTUDANTES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Especialização em Agroecologia por Tutoria a Distância da Universidade Federal da Paraíba, como exigência parcial para obtenção do grau de Especialista. Orientador (a): Prof. MSc. Edson Brito Guedes Bananeiras - PB 2008 Ficha catalográfica elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Bananeiras. UFPB/CCHSA � Bibliotecária: Merilande Rodrigues Fonsêca � CRB. 4/988 L 599p Anjos, Gilney Christierny Barros dos Percepção ambiental dos estudantes do curso de graduação em Administração: um estudo de caso / Gilney Christierny Barros dos Anjos. � Bananeiras, 2008. 87 p. il Orientador: Edson Brito Guedes Monografia (Especialização em Agroecologia) � CCHSA/UFPB 1. Percepção Ambiental-Estudantes Administração 2. Educação Ambiental I � Título UFPB/CCHSA/BS C.D.C.: 502.05 (043-2) Gilney Christierny Barros dos Anjos PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ESTUDANTES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO Monografia aprovada em 19 / 11 / 2008. ________________________________ Prof. MSc. Edson Brito Guedes - Orientador ________________________________ Prof. MSc. Ademir Guilherme de Oliveira - Examinador ________________________________ Prof. Dr. Silvestre Sánchez Vásquez - Examinador Bananeiras - PB 2008 AGRADECIMENTOS Muitas pessoas colaboraram com este trabalho. Das formas mais distintas, em diversos momentos todas fizeram contribuições valiosas. Primeiramente, quero agradecer a Deus e a minha família pela ajuda, paciência e compreensão para que eu pudesse continuar. Aos professores do Departamento de Administração da universidade pesquisada, por permitirem a realização do estudo. Ao meu orientador, Prof. Edson Brito Guedes, pela confiança, ajuda e sugestões que enriqueceram o trabalho. Obrigado por tudo. O Freunde, nicht diese Töne! (Ó, amigos, mudemos de tom!) Sondern laßt uns angenehmere anstimmen und freudenvollere. (Entoemos algo mais prazeroso.) Freude! Freude! (Alegria! Alegria!) Freude, schöner Götterfunken (Alegria, formosa centelha divina,) Tochter aus Elysium, (Filha do Elíseo,) Wir betreten feuertrunken, (Ébrios de fogo entramos) Himmlische, dein Heiligtum! (Em teu santuário celeste!) Deine Zauber binden wieder (Tua magia volta a unir) Was die Mode streng geteilt; (O que o costume rigorosamente dividiu.) Alle Menschen werden Brüder, (Todos os homens se irmanam) Wo dein sanfter Flügel weilt. (Ali onde teu doce vôo se detém.) (Parte inicial da letra do Quarto Movimento da 9ª Sinfonia de Beethoven) LISTA DE FIGURAS Figura 1 � Esquema teórico do processo perceptivo............................................................... 22 LISTA DE TABELAS Tabela 1 � Composição da amostra da pesquisa ................................................................... 32 Tabela 2 � Total de alunos presentes no momento de aplicação do questionário ................. 33 Tabela 3 � Composição final da amostra pesquisada ........................................................... 34 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 � Gênero dos pesquisados ....................................................................................... 29 Gráfico 2 � Estado civil dos pesquisados ................................................................................ 29 Gráfico 3 � Tipo de escola onde se cursou o ensino médio .................................................... 30 Gráfico 4 � Renda familiar dos pesquisados ........................................................................... 30 Gráfico 5 � Opinião sobre as instituições educacionais serem locais para se discutir assuntos relacionados a EA ..................................................................................................... 37 Gráfico 6 � Opinião sobre nível escolar em que o ensino ambiental deveria ser trabalhado.. 38 Gráfico 7 - Meios que deveriam ser usados para sensibilizar a população sobre as questões ambientais ................................................................................................................. 39 Gráfico 8 - Locais mais propícios para se realizar uma aula sobre meio ambiente ................ 40 Gráfico 9 - Qualidade do debate da questão ambiental no curso ............................................ 41 Gráfico 10 - Melhor forma de abordar a temática ambiental dentro do curso ........................ 42 Gráfico 11 - Participação em algum curso na área ambiental ................................................. 43 Gráfico 12 � Posse de algum conhecimento sobre Educação Ambiental ............................... 44 Gráfico 13 - Aspectos relacionados a Educação Ambiental ................................................... 45 Gráfico 14 - Participação dos estudantes em atividades relacionadas à EA ........................... 45 Gráfico 15 � Provocação de algum dano ao meio ambiente no dia-a-dia ............................... 46 Gráfico 16 � Aceitação do aumento no nível de poluição no bairro onde reside em troca de uma maior geração de emprego ................................................................................ 48 Gráfico 17 � Objetivo da EA desenvolver senso crítico nas pessoas ..................................... 51 Gráfico 18 - Defesa do meio ambiente também está relacionada com a preocupação da melhoria das condições econômicas da população ............................................................ 52 Gráfico 19 - Aspectos relacionados ao desenvolvimento, paz, direitos humanos e democracia também devem ser enfocados dentro da EA ....................................................... 53 Gráfico 20 � Conhecimento sobre problemas ambientais locais ............................................ 54 Gráfico 21 - Responsabilidade sobre os danos ao meio ambiente .......................................... 56 Gráfico 22 - Segmento social mais envolvido com a defesa do meio ambiente ..................... 56 Gráfico 23 � Nível de crença nas informações ambientais prestadas pelas empresas ............ 57 ANJOS, G. C. B. dos. Percepção ambiental dos estudantes do curso de graduação em Administração: um estudo de caso. 87 f. Monografia (Especialização em Agroecologia por Tutoria à Distância) � Universidade Federal Paraíba � Campus III, 2008. RESUMO A questão ambiental tem se tornado, no decorrer dos últimos anos,uma preocupação mundial. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo investigar a percepção ambiental dos estudantes de um curso de graduação em Administração de uma universidade pública da cidade de Campina Grande/PB. O objetivo foi definir o perfil ambiental visando conhecer até que ponto a percepção da temática ambiental faz parte efetiva do comportamento do público pesquisado. O estudo foi do tipo exploratório, sendo desenvolvido através de um estudo de caso. A forma da abordagem foi a quali-quantitativa. A amostra final da pesquisa foi de 43 alunos. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário composto por 22 perguntas. Como principais resultados constatou-se que os alunos afirmam que a temática ambiental deve ser abordado em sala de aula e em todos os níveis de ensino, através de uma abordagem transversal. Contudo a percepção sobre o debate ambiental no curso onde estudam é tida como deficiente. Os estudantes têm a percepção de que a EA também deve propiciar melhorias nas condições de vida e cidadania das pessoas. Os alunos possuem certo nível conhecimento ambiental, mas não têm buscado se aprofundar e nem desenvolver atividades relacionadas ao meio e nem buscado ajudar na solução de problemas, demonstrando que os ele não internalizaram a Educação Ambiental (EA) em suas vidas. A visão que é mais presente na mente dos estudantes é a de que a EA está relacionada à proteção dos recursos naturais e sua correta utilização e que isso é feito através da conscientização por meio do de ações educativas. Os futuros administradores apontaram não acreditar nas informações prestadas pelas empresas, pois para eles essas informações são manipuladas. Mesmo assim, eles colocam que o papel das empresas em relação à questão ambiental é muito importante. Como conclusões pode-se constatar que a Educação Ambiental, aliada à Percepção Ambiental, devem ter como objetivos a transmissão de conhecimentos e a compreensão dos problemas ambientais e, conseqüentemente, provocar uma maior sensibilização das pessoas a respeito da preservação dos recursos naturais bem como a relação com outros fatores relacionados a qualidade de vida e buscando formas sustentáveis de produção. Além disso, hoje, é indispensável um conhecimento básico dos temas ambientais, dado à crescente demanda do mercado por profissionais preparados para atender as exigências ambientais das organizações. Palavras-chaves: Educação Ambiental; Percepção Ambiental; Estudantes de Administração. ANJOS, G. C. B. dos. Environmental perception of students graduate from the course in Management: a case study. 87 p. Monograph (Specialization in Agroecology by Mentoring Distance) � Federal University of Paraíba � Campus III, 2008. ABSTRACT The environmental issue has become, over the past years, a worldwide concern. In this context, this study aimed to investigate the environmental awareness of students of a course of studies in management from a public university in the city of Campina Grande / PB. The objective was to define the environmental profile order to know to what extent the perception of environmental issues is part of the effective conduct of the public searched. The study was kind of exploratory, being developed through a case study. The form of approach was the quality quantitative. The end of the survey sample was 43 students. As data collection instrument was used a questionnaire consisting of 22 questions. The main result it was found that students submit that environmental issues must be addressed in the classroom and at all levels of education, through a horizontal approach. But the perception about the environmental debate in the current study which is regarded as poor. Students have the perception that the environmental education should also provide improvements in living conditions and citizenship of people. Students have certain level environmental knowledge, but have not sought further develop and or activities related to environment and not sought help in troubleshooting, demonstrating that he does not internalize Environmental Education (EE) in their lives. The vision that is more present in the minds of students is that EE is related to the protection of natural resources and their correct use and that this is done through awareness through education . Future managers pointed not believe the information provided by the companies, because for them this information is handled. Even so, they put the role of business in relation to the environmental issue is very important. As conclusions can be noted that the Environmental Education, together with the Environmental Perception, must have goals as the transmission of knowledge and understanding of environmental problems and, consequently, causing a greater awareness of people about the preservation of natural resources as well as the relationship with other factors related to quality of life and seeking sustainable forms of production. Also today, is an essential basic knowledge of environmental issues, given the increasing market demand for professionals prepared to meet the demands of environmental organizations. Key-words: Environmental Education; Environmental Perception; Students of Management. SUMÁRIO 1 � Introdução .................................................................................................................. 13 1.2. Objetivos ......................................................................................................14 1.2.1. Geral .............................................................................................. 14 1.2.2. Específicos ..................................................................................... 15 1.3. Estrutura do trabalho .................................................................................... 15 1.4. Período e local do estudo............................................................................... 15 1.5. Limitações do trabalho ................................................................................. 16 2. Fundamentação teórica .............................................................................................. 17 2.1. Educação Ambiental e o Ensino Superior.................................................... 17 2.2. Percepção ambiental: do que se trata? ......................................................... 21 3. Metodologia da pesquisa ............................................................................................. 27 3.1. Introdução ................................................................................................. 27 3.2. Tipo de estudo .......................................................................................... 27 3.3. Local de estudo e sujeitos da pesquisa ..................................................... 28 3.4. Instrumentos de coleta de dados .............................................................. 31 3.5. Universo e amostra .................................................................................. 31 3.6. Coleta e análise dos dados ....................................................................... 34 3.7. Limitações do Método ............................................................................. 35 4. Apresentação e análise dos resultados ........................................................................ 37 5. Considerações finais e Recomendações ...................................................................... 60 5.1. Considerações finais ................................................................................. 60 5.2. Recomendações ........................................................................................ 62 6. Referências bibliográficas ............................................................................................63 Apêndices ....................................................................................................................... 66 Apêndice A � Questionário usado na pesquisa .............................................................. 67 Apêndice B � Carta de autorização para realização da pesquisa ................................... 70 Apêndice C � Respostas dos alunos nas questões abertas e semi-abertas ..................... 71 Apêndice D � Tabulação das respostas nas questões fechadas ..................................... 84 1. INTRODUÇÃO A questão ambiental tem se tornado, no decorrer dos últimos anos, uma preocupação mundial. Os avanços tecnológicos e o aumento do consumo têm trazido efeitos negativos ao equilíbrio e existência no planeta. Neste contexto, a Educação Ambiental (EA) tem sido considerada como um instrumento de extrema relevância, pois através da adoção de seus princípios se conseguirá desenvolver dentro dos indivíduos uma sensibilização quanto à questão ambiental. A Educação Ambiental é um dos temas mais discutidos justamente por analisar, compreender e buscar solucionar os problemas ambientais. Porém, na realidade brasileira, pode-se perceber que a Educação Ambiental ainda não ocorre de forma efetiva. Para se justificar isso, pode-se enumerar alguns fatores como: complexidade de implementação; falta de comprometimento das escolas e de alguns professores; etc. Ao mesmo tempo, a preocupação com o social por parte das organizações tem se intensificado, em resposta aos novos valores sociais e aspectos legais, que passaram a exigir uma participação mais ativa das empresas na solução dos problemas, em especial daqueles nos quais elas estão envolvidas. A crescente conscientização da sociedade sobre as questões ambientais vem resultando em pressões sobre as empresas para que estas assumam responsabilidade pelas conseqüências que as suas atividades possam causar no meio ambiente. Diante desse cenário de pressões sociais e legais, as empresas se vêem obrigadas a desenvolver atividades e estratégias de gestão visando minimizar seus impactos sociais e ambientais. Por outro lado, a racionalização do uso de recursos naturais torna-se uma condição de competitividade, onde o meio ambiente passa a ser um fator de diferenciação de produtos. Essas cobranças acabam por fazer parte da rotina dos gestores organizacionais. Assim sendo, se torna mister conhecer como é a percepção que os futuros administradores têm sobre o meio ambiente e as questões a ele relacionadas. Neste contexto, esta pesquisa tem como objetivo investigar a percepção ambiental dos estudantes de um curso de graduação em Administração de uma instituição pública da cidade de Campina Grande/PB. Ela se propõe a diagnosticar a percepção desse público acerca de elementos relativos ao meio ambiente, mais especificamente sobre condutas, entendimento e impressão pessoal de tais assuntos. O objetivo é definir o perfil ambiental visando conhecer até que ponto a percepção da temática ambiental faz parte efetiva do comportamento do público pesquisado. Com isso, se poderá contribuir na construção da melhoria do processo escolar, criando oportunidades para ampliar o debate a formação sobre o tema. Como premissas orientadoras do estudo foram levantadas as seguintes hipóteses: 1) Os alunos pesquisados não vêm a EA como sendo transformadora das questões sociais e formadora da cidadania; 2) Os pesquisados têm conhecimento dos problemas ambientais, mas pouco tem realizado para ajudar a solucioná-los; 3) Os pesquisados não internalizaram a Educação Ambiental. 1.2. Objetivos 1.2.1. Objetivo geral Conhecer a percepção ambiental dos estudantes de um curso de graduação em Administração de uma instituição de ensino pública da cidade Campina Grande/PB. 1.2.2. Objetivos específicos - Levantar a percepção dos estudantes sobre o que é Educação Ambiental; - Identificar os principais componentes que permeiam as opiniões levantadas; - Relacionar e analisar os principais aspectos identificados. 1.3. Estrutura da pesquisa A pesquisa apresenta a seguinte estrutura de capítulos: O Capítulo 1 apresenta: introdução; justificativa; hipóteses, objetivos; estruturação do trabalho; período e local do estudo; e as limitações da pesquisa. O Capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica do tema em estudo, abordando aspectos relacionados a Educação Ambiental e a percepção ambiental. No Capítulo 3 têm-se os procedimentos metodológicos utilizados no trabalho. São descritos a priori, o público-alvo da pesquisa, o instrumento de coleta dos dados e também são apresentados as formas como foram tratados os dados da pesquisa. No Capítulo 4 apresentam-se os resultados compostos pela descrição e a análise das respostas dos pesquisados. No Capítulo 5 apresentam-se as conclusões e recomendações. Por fim, o Capítulo 6 contêm as fontes bibliográficas utilizadas para a realização do estudo. 1.4. Período e local do estudo O período básico de realização da pesquisa foi compreendido entre os meses de julho e agosto de 2008. 1.5. Limitações da pesquisa Como todo trabalho de caráter científico é relevante registrar que esta monografia possui algumas limitações: Pesquisa dentro de uma realidade limitada, no caso, uma única organização; O fator tempo para desenvolver o trabalho, fazendo com que fosse focado um número menor de aspectos relacionados ao assunto. Porém, cabe ressaltar que independente dos itens acima mencionados, os resultados não foram comprometidos, bem como as informações obtidas no trabalho. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Educação Ambiental e o Ensino: breves comentários A Educação Ambiental é considerada como um processo permanente no qual os indivíduos tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir e resolver problemas ambientais (Dias, 1994, p.83). Ela caracteriza-se por incorporar dimensões socioeconômica, política, cultural e histórica, devendo considerar durante sua operacionalização as condições e estágio de cada país, região e comunidade sob uma perspectiva histórica (DIAS, 1994, p.27). Portanto, a EA deve ter um enfoque global e integrado, considerando todos os fatores, ou seja, os componentes políticos, econômicos, sociais, culturais e ecológicos. Segundo Oliveira apud Reghin (2002, p.4): A Educação Ambiental é um estudo científico das características da natureza e sua relação com o ser humano. Podendo ser considerada multidisciplinar, ou seja, pode ser integrada em todas as matérias do currículo escolar. Pode ser também considerada com uma disciplina independente, ensinada em todos os níveis escolares, desde o jardim da infância até a Universidade. Dias (1994, p. 60) coloca que a EA deveria constituir uma educação permanente, capaz de reagir às mudanças que se produzem. Essa educação deveria preparar o indivíduo, mediante a compreensão dos principais problemas do mundo contemporâneo, proporcionando-lhe conhecimentos necessários visando melhorar a vida e proteger o meio ambiente. A principal função da Educação Ambiental é a formação de cidadãos conscientes, preparados para a tomada de decisões e atuando na realidade sócio-ambiental, com um comprometimento com a vida, o bem estar de cada um e da sociedade, tanto a nível global como local. O trabalho de forma transversal faz com que o aprendizado se torne dinâmico, além de procurar na transformação dos conceitos, a explicitação de valores e a inclusão de procedimentos vinculados a rotina e realidade cotidiana dos envolvidos, de modo que se obtém como resultado, a geração de cidadãos mais participativos. ParaDias (1994, p. 21) a Declaração sobre a Educação Ambiental foi a mais importante contribuição oferecida pela Conferência de Tbilisi (primeira conferência intergovernamental realizada UNESCO e o pelo PNUMA no ano de 1977 e considerado o marco mais importante no desenvolvimento da EA). Este documento apresentou as finalidades, objetivos, princípios orientadores e estratégias para o desenvolvimento da EA e elegia o treinamento de pessoal, o desenvolvimento de materiais educativos, a pesquisa de novos métodos, o processamento de dados e a disseminação de informações como o mais urgente dentro das estratégias de desenvolvimento. Na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Rio 92) foi elaborado o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Dentre os seus princípios estão: A Educação Ambiental deve ser crítica e inovadora, seja na modalidade formal, não-formal e informal. Ela é tanto individual como coletiva. Não é neutra; é um ato político, voltado para a transformação social. A Educação Ambiental deve buscar uma perspectiva holística, relacionando homem e natureza, e também ser interdisciplinar. Além disso, deve buscar a solidariedade, igualdade e respeito através de atuação, bem como promover o diálogo. A Educação Ambiental deve criar novos estilos de vida, desenvolver uma consciência ética, trabalhar pela democratização dos meios de comunicação. Objetiva formar cidadãos. Em 1991, a Portaria 678 do MEC (14/05/91) resolve que sistemas de ensino em todas as instâncias, níveis e modalidades contemplem, nos seus respectivos currículos, entre outros, os temas/conteúdos referentes à EA (Dias, 1994, p. 52). A reforma dos processos e sistemas educacionais é central para a constatação dessa nova ética de desenvolvimento. Gestores públicos podem traçar mudanças e novas abordagens de desenvolvimentos podem melhorar as condições do mundo, mas tudo isso se constituir em soluções de curto prazo se a juventude não receber um novo tipo de educação, em que sejam enfocadas as questões relativas ao meio ambiente (DIAS, 1994, p.60). A recomendação 13 da Conferência de Tbilisi considerando que a Educação Ambiental nas escolas superiores diferirá cada vez mais da educação tradicional recomenda: que se examine o potencial atual das universidades para o desenvolvimento de pesquisa; que se estimule a aplicação de um tratamento interdisciplinar ao problema fundamental da correlação entre o homem e a natureza, em qualquer que seja a disciplina; que se elaborem diversos meios auxiliares e manuais sobre os fundamentos teóricos da proteção ambiental (DIAS, 1994, p.72). Na Conferência de Moscou (1987), buscando-se a incorporação mais afetiva da dimensão ambiental na educação universitária, foram estabelecidas as seguintes prioridade de ação: desenvolvimento de sensibilização para as autoridades acadêmicas; desenvolvimento de programas de estudo; treinamento de professores; cooperação institucional (DIAS, 1994, p.90). Antunes (2006, p. 19), buscando uma maior internalização das questões naturais no indivíduo, desenvolveu o conceito de inteligência ecológica, onde a coloca como estando ligada à competência para perceber a natureza de forma integral e envolver-se com profunda empatia com os mundos animal e vegetal, revelando interesse em conhecer hábitos, semelhanças e diferenças, formas de classificação e ecossistemas. São inúmeras as possibilidades de estímulos à inteligência ecológica, desde que devidamente adaptados à idade do individuo, porém o mais importante do ponto de vista da educabilidade ecológica será sempre levar em conta: - Os dilemas com significado expressivo face aos problemas ambientais que são perceptíveis no entorno; - Que toda ação ambiental deve levar o aluno, por menor que seja, a uma cosmovisão, isto é, a uma descoberta de que seus conceitos e suas atitudes formam tramas de conhecimento nos quais tudo interage com tudo. Essa proposta sugere que nenhuma ação sobre o ambiente é restrita ao problema, mas que toda ação cotidiana, ainda que isolada, reflete em beneficio de uma necessidade global; - Que nenhum novo trabalho deve ignorar trabalhos anteriores, antes fazer dos mesmos estratégias para que melhor se compreenda o que se busca realizar usando como referência o que anteriormente se fez; - Que nunca se deve restringir um problema a ma única solução, oferecendo sempre possibilidade de alternativas diferentes e a aceitação de idéias originais. (ANTUNES, 2006, p. 60-62) Por sua vez, Silva (2002, p. 3) coloca que estamos vivendo um momento em que as mudanças educacionais são tomadas como inadiáveis devido a questões relacionadas com a globalização da economia, o avanço da informação e da tecnologia e, aquilo que o autor considera como a mais importante destas questões: a involução da escola pública brasileira. Darcy ribeiro, citado por Silva (2002, 37), em sua obra �A universidade necessária�, diz que o principal objetivo do ensino superior é o desenvolvimento da consciência crítica. A universidade, não poderia ser desvinculada da sociedade circundante: se a situação social oprime, a universidade deve lutar para erradicá-la; se a politização falta ao povo, a universidade deve lutar pela sua politização. Porém, ainda identificavam-se dificuldades no processo de acompanhar o ritmo das transformações que são necessárias para conseguir se atingir esse patamar de mudança, em especial nos cursos de graduação em Administração. Os avanços tecnológicos e a crescente complexidade dos cenários passam a exigir mudanças e atualização cada vez mais rápidas e freqüentes. Ainda que os cursos de Administração não apresentassem limitações, a própria estrutura social já estaria colocando empecilhos ao pleno aproveitamento do potencial profissional deste indivíduo (SANTOS ET AL., 2000). Além de poder processar devidamente as informações recebidas, o aluno deve também ser capaz de analisar, discutir e tomar decisões sobre problemas, indo além da mera expressão de sentimentos, ou seja, ele precisa ter posições e agir. A formação de um novo profissional é um requisito indispensável para o desenvolvimento. A formação deste profissional requer uma profunda mudança nos currículos das faculdades, marcadas por visões defasadas e reducionistas (ROSSI E MANZANO, 2005). Ab�Saber apud Araújo (2004) quando discute a responsabilidade da universidade na implementação da EA, afirma que aquela deve repensar várias questões, interligando vários pressupostos, inclusive redefinindo o conceito de educação. Neste sentido, para que a dimensão ambiental faça parte dos currículos, o processo de formação profissional deve possibilitar aos professores a elaboração de saber pedagógico, a partir da interação entre o conhecimento específico, o pedagógico e o saber ambiental para a construção de um campo de conhecimentos teóricos e práticos (ARAÚJO, 2004). Dessa forma, os cursos de graduação terão mais capacidade de preparar os futuros profissionais a fim de responder as diferentes demandas que se lhe apresentam. A própria Constituição Federal Brasileira de 1998 coloca que "cabe ao poder público promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização publica para a preservação do meio ambiente". Portanto, faz-se necessário desenvolver um cidadão conhecedor do problema e disposto a se engajar no processo de mudanças. 2.2. Percepção ambiental: do que se trata? O mundo é cheio de estímulos. Um estímulo é qualquer unidade de entrada de informação que afete um ou mais dos sentidos: visão, olfato, paladar, tato e audição (Lamb Jr. et al., 2004). Eles permitem formar idéias e compreender o mundo. O processo pelo qual seleciona-se, organiza-se e interpreta-se estímulos é chamado percepção. Em essência, uma percepção é a maneira como se vê o mundo ao redor e como se reconhecea necessidade de ajuda para tomar uma decisão (Lamb Jr. et al., 2004, p. 157-158). Dessa forma, a percepção apresenta-se como um processo ativo da mente juntamente com os sentidos, ou seja, há uma contribuição da inteligência no processo perceptivo, que é motivada pelos valores éticos, morais, culturais, sociais, julgamento, experiências e expectativas daqueles que o percebem. (MELAZO, 2005). Figura 1 � Esquema teórico do processo perceptivo. Fonte: Del Rio & Oliveira, 1999. O que difere de uma pessoa para outra, diante de uma mesma situação de estímulos, é a percepção. Todo o conhecimento que se tem de próprio corpo e do ambiente, constituído tanto de nossos semelhantes quando de objetos inanimados, é fornecido pelos órgãos dos sentidos. No cérebro serão integradas as informações provenientes dos diversos órgãos sensoriais. Isto, porém, não basta para a percepção. Ela dependerá também das experiências anteriores, do estado emocional/motivacional, bem como das atitudes, preconceitos e expectativas a respeito do futuro (QUIRINO E TIEDEMANN, 1985, p. 33). Contudo a percepção que se tem do ambiente não é perfeita, uma vez que não é possível perceber todos os estímulos ambientais. Dessa forma, as pessoas utilizam a percepção seletiva para decidir que estímulo observar e qual ignorar (Lamb Jr. et al., 2004, p. 158). Fatores culturais, sociais, individuais e psicológicos influenciam fortemente esse processo. Os fatores individuais são os que preponderam na definição da percepção que cada um tem (LAMB. JR ET AL., 2004, p. 137). A especificidade dos sistemas sensoriais não é dada apenas pela especialização das células receptoras. Também o é pelas vias ascendentes e suas conexões neurais como os centros específicos do sistema nervoso central, onde ocorre a integração da informação. Através das sinapses, a informação sobre o ambiente é transferida para o cérebro, onde será integrada às demais informações. (QUIRINO E TIEDEMANN, 1985, p 6) O que é percebido também pode depender da nitidez ou impacto do estímulo. Alertas gráficos sobre os riscos associados à utilização de produtos são percebidos mais rapidamente e lembrados de maneira mais precisa que os alertas menos vívidos ou em forma de texto (LAMB JR. ET AL., 2004, p. 158). Dois outros conceitos intimamente relacionados à percepção seletiva são a distorção seletiva e a retenção seletiva. A distorção seletiva ocorre quando as pessoas alteram ou falseiam informações que conflitem com seus sentimentos ou crenças. A retenção seletiva é lembrar-se somente de informações que sejam consistentes com os sentimentos ou crenças pessoais. A pessoa esquece todas as informações que possam ser inconsistentes (LAMB JR. ET AL., 2004, p. 158). Na psicologia, o estudo da percepção é colocado como um campo de estudo essencial porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um, uma vez que cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os aspectos importantes para si própria. Segundo Boyden et al. (apud Dias, 1994) a resposta de um indivíduo à suas condições de vida é condicionada à percepção do seu ambiente pessoal resultante das interações prévias entre o ambiente pessoal e o genótipo. Portanto, a sua resposta biopsíquica ao um fator ambiental degradado � o ar poluído, por exemplo, pode ser muita influenciada se o indivíduo percebe ou não o ar poluído como algo incômodo. Sendo assim, a percepção ambiental pode ser definida, segundo Faggionato (s/d), como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente em que está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. A citada autora ainda aponta que cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente frente às ações sobre o meio. As respostas ou manifestações seriam, portanto, resultado das percepções, dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada indivíduo. Embora nem todas as manifestações psicológicas sejam evidentes, mas são constantes e afetam a conduta humana, na maioria das vezes, de forma inconsciente. A percepção ambiental é, em essência, a visão que cada indivíduo possui ou a percepção de cada indivíduo sobre o ambiente, levando-o a interagir com o meio, influenciando as pessoas e o ambiente com o qual reage e interage, sendo o primeiro passo na direção do processo de conhecimento ambiental. Portanto, a percepção ambiental de cada indivíduo é produto dos componentes sensorial (reação dos sentidos diante do meio, possibilitando a definição de �juízos� que sustentam o �raciocínio�), e racional (processo aperfeiçoado de conhecimento que se sustenta na inteligência de cada indivíduo, através de seu banco de dados pessoal), em relação ao meio ambiente (OKAMOTO APUD GOMES, 2007). A maneira como se percebe o ambiente também depende da cultura de cada povo. Dessa forma ela é regional e cultural. O comportamento ambiental, portanto, acaba por ser resultado das percepções individuais e coletivas. Embora os estudos de percepção ambiental tenham alcançado notoriedade nos últimos anos, a produção acadêmica relacionada ao tema já é considerável. Dentre os temas que apresentam maior freqüência, podem ser citados os seguintes (AMORIM FILHO, 2002): � qualidade ambiental; � riscos ambientais; � representações do mundo; � relações entre as artes, as paisagens e os lugares; � espaços pessoais; � construção de mapas mentais; � percepção ambiental e planejamento. Assim, o estudo da percepção ambiental demonstra sua importância, pois permite uma melhor compreensão das inter-relações entre o homem e o ambiente, suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas. Isso se torna mister, pois só assim, conhecendo a cada um, será possível a realização de um trabalho com bases locais, partindo da realidade do público-alvo. Em uma abordagem dos objetivos de um programa ou projeto de Educação Ambiental é importante ressaltar a necessidade de uma sintonia entre as diferentes realidades políticas, econômicas, sociais e culturais, bem como ecológicas da região ou localidade alvo do projeto ou programa. Saber como os indivíduos com quem trabalham-se percebem o ambiente em que vivem, suas fontes de satisfação e insatisfação é de fundamental importância. Existem ainda trabalhos em percepção ambiental que buscam não apenas o entendimento do que o indivíduo percebe, mas promover a sensibilização, bem como o desenvolvimento do sistema de percepção e compreensão do ambiente. Assim, de acordo com Layrargues (1999), a Educação Ambiental, enquanto fator de conscientização e compreensão da complexa interação dos aspectos ecológicos que se misturam com questões políticas e econômicas, bem como sócio-culturais, deve ser priorizada dentro de um contexto que além de trabalhar pontualmente temas ambientais globais, também deve priorizar o estudo dos problemas ambientais locais que se encontram na ordem do dia e que afetam as suas comunidades. Em síntese, os estudos de percepção ambiental permitem compreender com mais profundidade a relação homem / natureza, possibilitando analisar o perfil da conscientização ambiental frente aos vários aspectos que envolvem a questão ambiental. 3. METODOLOGIA DA PESQUISA 3.1. Introdução No processo de desenvolvimento de uma pesquisa, tudo deve seguir um planejamento, indo desde a escolha do tema até a elaboração do relatório final. Por isso a definição de uma metodologia concisa torna-se de fundamental importância para o bom desenvolvimento da pesquisa. Nesse capítulo serão descritos os procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento deste trabalho, a saber:tipo de estudo, local de estudo e sujeitos da pesquisa, instrumentos de coleta de dados, universo e amostra, os critérios para coleta e análise dos dados, e, por fim, as limitações do Método. 3.2. Tipo de estudo Quanto aos seus objetivos esta pesquisa situa-se na categoria de pesquisa exploratória. De acordo com Chizzotti (1995) a pesquisa exploratória objetiva, em geral �provocar o esclarecimento de uma situação para a tomada de consciência�. Nesta forma de pesquisa a busca é por conhecer e entender os significados construídos pelas pessoas. A forma de abordagem da pesquisa foi a quali-quantitativa. O foco da abordagem utilizada na pesquisa qualitativa parte de questões ou focos de interesses amplos, que se vão definindo a medida que o estudo se desenvolve. A abordagem qualitativa permite estudar os fenômenos que envolvem os indivíduos e suas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes, considerando que há uma relação dinâmica entre eles. Por sua vez, o uso da abordagem quantitativa servirá para quantificar certos dados da pesquisa. A utilização dessas duas formas de abordagem tem como objetivo a complementação, uma pela outra, das informações colhidas. Com isto visa-se facilitar o entendimento desses dados. Fora estes aspectos, o estudo também apresenta características de um estudo de caso. Segundo Chizzotti (1995, p. 102) o estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora. Este modelo é escolhido precisamente quando o pesquisador está interessado nas sinalizações, descobertas e interpretações e busca descobrir a interação de fatores significativos característicos do fenômeno. É recomendado quando o conhecimento sobre determinado assunto é reduzido e está se propondo o passo inicial para a apreensão da realidade (PANCERI, 2001, p. 17). Para Yin (2001) deve ser dada preferência à metodologia de estudo de caso quando: - As perguntas da pesquisa forem do tipo �como� e �por quê�; - Quando o pesquisador tiver pouco controle sobre aquilo que acontece ou pode acontecer; e - Quando o foco de interesse for um fenômeno contemporâneo que esteja ocorrendo numa situação de vida real. 3.3. Local de estudo e sujeitos da pesquisa A pesquisa foi realizada junto ao curso de Administração, nos turnos diurno e noturno, de uma Instituição Pública de Ensino localizada na cidade de Campina Grande/PB. Os sujeitos da pesquisa são os alunos do referido curso. O perfil social dos pesquisados é apresentado a seguir: Gênero: Observa-se que houve um equilíbrio entre os gêneros, sendo que 51% são do sexo feminino e 49% do sexo masculino. 49% 51% Masculino Feminino Gráfico 1 � Gênero dos pesquisados Fonte: Dados da pesquisa Idade: Em termos de idade, a média encontrada foi de 21,4 anos o que coloca os pesquisados em uma faixa etária relativamente jovem. Os limites extremos de idade ficaram entre 16 e 33 anos. Estado civil: O estado civil dos estudantes é constituído de: 86% de solteiros; 9% de casados e 5% que identificaram sua situação civil como de outro tipo. 86% 9% 5% Solteiro Casado Outro Gráfico 2 � Estado civil dos pesquisados Fonte: Dados da pesquisa Tipo de escola onde cursou o ensino médio: 69% dos estudantes cursaram o ensino médio apenas em escolas particulares. Já 19% apenas em escolas públicas e 12% em ambos os tipos. 69% 19% 12% Escola Privada Escola Pública Escola Privada/Pública Gráfico 3 � Tipo de escola onde se cursou o ensino médio Fonte: Dados da pesquisa Renda familiar: A renda familiar de 84% dos alunos está acima de 4 salários mínimos, o que os classifica, em termos de renda, como pertencentes à classe média. O gráfico 4 apresenta os resultados completos. 16% 39%19% 26% Entre 1-3 salários Entre 4-6 salários Entre 7-10 salários Mais de 10 salários Gráfico 4 � Renda familiar dos pesquisados Fonte: Dados da pesquisa 3.4. Instrumentos de coleta de dados Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o questionário. Essa técnica de investigação é composta por um número de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas (GIL, 1999, p. 128). Esse questionário foi adaptado dos modelos utilizados por Reghin (2002), Barros (2002) e Fernandes et al (s/d). Ele foi composto por 22 questões, sendo: 13 questões fechadas de múltipla escolha, 3 questões abertas e 6 questões contendo elementos abertos e fechados. 3.5. Universo e amostra O universo definido foi formado pelos alunos de 6 (seis) turmas do curso de Administração dos períodos diurno e noturno, sendo que 3 (três) turmas eram do turno diurno e o mesmo número de turmas do turno noturno. Cada turma dessas foi escolhida em um determinado período do curso, a saber: parte inicial, intermediária e final do curso. Tal separação teve o objetivo de avaliar como se apresenta a percepção ambiental dos estudantes ao longo do curso. A escolha pelas disciplinas durante as quais seria aplicado o questionário teve como critério a obrigatoriedade da mesma junto à composição curricular do curso e o nivelamento entre as disciplinas cursadas. Dessa forma, pretendeu-se alcançar o maior número possível de estudantes. Saliente-se que a duração do curso apresenta diferença entre os turnos. O curso diurno tem a duração média de 4 (quatro) anos, enquanto o curso noturno tem uma duração sugerida de 5 (cinco) anos, em ambos o regime é semestral. Devido a esse fato, a escolha pelas disciplinas também buscou compreender aquelas que estivessem num espaço de tempo curricular próximo nos dois turnos. A partir desses critérios a composição do universo da pesquisa ficou da seguinte forma: Tabela 1 � Composição do universo da pesquisa Turno Disciplina Período Total de alunos matriculados Diurno Introdução à Administração 1o Período 47 Diurno Administração de Recursos Humanos I 4o Período 30 Diurno Mercado de Capitais 7o Período 18 Noturno Estrutura e Análise de Balanços 2o Período 22 Noturno Administração Financeira II 6o Período 25 Noturno Orçamento Empresarial 9o Período 26 Total de alunos matriculados 168 Fonte: Dados da pesquisa No momento da aplicação dos questionários o número de alunos presentes nas salas foi o apresentado na tabela 2. Tabela 2 � Total de alunos presentes no momento de aplicação do questionário Turno Disciplina Período Total de alunos respondentes Diurno Introdução à Administração 1o Período 18 Diurno Administração de Recursos Humanos I 4o Período 17 Diurno Mercado de Capitais 7o Período 10 Noturno Estrutura e Análise de Balanços 2o Período 15 Noturno Administração Financeira II 6o Período 11 Noturno Orçamento Empresarial 9o Período 15 Total de alunos respondentes 86 Fonte: Dados da pesquisa Portanto, o total da amostra pesquisada foi de 86 estudantes, o que corresponde a 51,2%. Contudo, 43 questionários foram eliminados devido conterem falhas no seu preenchimento. Dessa forma, o total final de alunos pesquisados foi de 43, correspondendo a 25,6% do universo. A classificação dos pesquisados de acordo com os períodos e turnos é mostrado na tabela 3. Tabela 3 � Composição final da amostra pesquisada Turno Disciplina Período Total de alunos respondentes Diurno Introdução à Administração 1o Período 3 Diurno Administração de Recursos Humanos I 4o Período 11 Diurno Mercado de Capitais 7o Período 5 Noturno Estrutura e Análisede Balanços 2o Período 11 Noturno Administração Financeira II 6o Período 7 Noturno Orçamento Empresarial 9o Período 6 Total de alunos respondentes 43 Fonte: Dados da pesquisa 3.6. Coleta e análise dos dados A coleta de dados primários ocorreu através da aplicação de questionário estruturado com perguntas abertas, semi-abertas e fechadas. Os dados obtidos foram organizados e tratados por meio do Microsoft Word e Microsoft Excel. Posteriormente, eles foram analisados, interpretados, comparados e apresentados através de gráficos, tabelas e textos. Para facilitar a análise dos dados, foi realizada uma classificação das questões de acordo com os objetivos de questionamento que apresentavam. Como resultados dessa classificação foram obtidos 6 grupos de análise: Grupo 1 � Educação Ambiental e seu ensino: foi composto pelas questões 3, 4, 6, 8, 12 e 13. Grupo 2 � Educação Ambiental e a sua internalização pelos alunos: formado pelas questões 1, 2, 5, 14, 16, 18 e 19. Grupo 3 � Educação Ambiental e a visão social: foi composto pelas questões 7, 9 e 20. Grupo 4 � Percepção sobre problemas ambientais locais: composto pelas questões 10 e 11. Grupo 5 � Percepção sobre os envolvidos: formado pelas questões 22 e 23. Grupo 6 - Percepção sobre atuação das empresas: composto pelas questões 17 e 21. No decorrer da apresentação dos dados serão citadas algumas opiniões dos pesquisados. Para manter o anonimato dos mesmos utilizou-se um código de anonimização. Esse código é descrito a seguir: Primeira letra: a primeira letra do código é A. Ela significa Aluno. Segunda letra: poderá ser a letra D (que identifica os alunos do turno Diurno) ou N (que identifica os alunos do turno Noturno). Primeiro número: irá representar os períodos dos alunos que são os seguintes: - diurno: 1 (primeiro período), 4 (quarto período) e 7 (sétimo período) - noturno: 2 (segundo período), 6 (sexto período) e 9 (nono período) Segundo número: identificará o aluno entre os demais do mesmo período. Para demonstrar como será a utilização do código, veja-se o exemplo a seguir: Código AD11: significa Aluno, do turno Diurno, do 1o período e de número 1 da turma. 3.7. Limitações do Método Apesar do método escolhido ter-se apresentado como adequado, durante o desenvolvimento do presente trabalho foram encontradas algumas limitações, entre as quais destacaram-se: - Recusa do fornecimento de informações solicitadas no questionário da pesquisa, por parte de alguns alunos, fato que impossibilitou uma análise mais ampla; - Pesquisa dentro de uma realidade limitada, no caso uma única organização, fato que impossibilitou uma análise mais aprofundada da temática investigada. Porém, cabe ressaltar que independente dos itens acima, os resultados não foram comprometidos, bem como as informações obtidas no trabalho. 4. DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS GRUPO 1 � Educação Ambiental e seu ensino Quando indagados sobre as instituições educacionais serem locais para se discutir assuntos relacionados à Educação Ambiental, os estudantes, em sua esmagadora maioria, afirmaram que sim, conforme pode ser comprovado no gráfico 5. 98% 2% Sim Não Gráfico 5 � Opinião sobre as instituições educacionais serem locais para se discutir assuntos relacionados à EA Fonte: Dados da pesquisa Tal crença reflete a concepção de que a escola é o espaço onde o indivíduo tem parte fundamental do seu processo de socialização e de formação cidadã. O que nela se faz e se diz demonstra, em sua grande parte, aquilo que a sociedade deseja e aprova. Daí o fato da necessidade de comportamentos ambientalmente corretos serem aprendidos no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis. Dessa forma, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua conseqüência para consigo e para os outros seres vivos. Em se tratando sobre em qual nível escolar o ensino ambiental deveria ser trabalhado, 74% dos respondentes afirmaram que ela deveria ser abordada em todos os níveis de ensino. Isso demonstra que na visão deles, esse tema tem uma importância que vai além das faixas etárias e de conteúdos educacionais e, por isso, deve ser tratado em todos os níveis. Não houve citação ao trabalho educacional devendo ser trabalhado unicamente na graduação. 74% 12% 7% 7% Todos os níveis Nível Infantil Nível Fundamental Nível Médio Gráfico 6 � Opinião sobre nível escolar em que o ensino ambiental deveria ser trabalhado Fonte: Dados da pesquisa Ainda nesse aspecto, os alunos demonstram que os conteúdos ambientais devem permear todas as disciplinas do currículo escolar em seus diversos níveis, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar e sistemática nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares, possibilitando ao aluno dos diversos níveis escolares perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, integral do mundo em que vive. Quando indagados sobre os meios que deveriam ser usados para sensibilizar a população sobre as questões ambientais, os estudantes colocaram como principal forma (33%) a adoção de medidas que possibilitem que os temas ambientais sejam trabalhados nas escolas de uma maneira mais consciente por parte de todos. Em seguida, com 31%, veio a discussão dos temas relacionados a essa temática no dia-a-dia. A realização de palestras foi a terceira opção com 25% das respostas. Analisando esses dados podemos questionar em relação ao segundo item mais votado, no caso a discussão diária de temas relacionados a Educação Ambiental, a freqüência da ocorrência da discussão em família e no lar de uma forma geral, sobre meio ambiente. Os pais não podem ser deixados de fora de tão importante missão, que é compartilhar da formação ambiental dos filhos, juntamente com os demais atores sociais envolvidos com a formação educacional. 25% 8% 31% 33% 3% Palestras Cartazes/panfletos Discutir no dia-a-dia Trabalhar na escola de forma consciente Outro Gráfico 7 - Meios que deveriam ser usados para sensibilizar a população sobre as questões ambientais Fonte: Dados da pesquisa Dentre a opção Outros, os alunos apresentaram algumas sugestões. Algumas delas são citadas a seguir: �Expor conseqüências negativas em relação a questões ambientais em feiras e mostras� (AN64) �Massificar as informações na mídia e incentivar as empresas (de início a grande) a fim de que ela reforcem (sic) o conceito em relação aos funcionários.� (AN94) Pode-se perceber com base nessas respostas, a preocupação existente em torno da mídia como instrumento de divulgação de informação e as empresas como agentes de mobilização e responsáveis pelo zelo ambiente tanto internamente como fora de suas instalações. Por seu caráter holístico e interdisciplinar a Educação Ambiental pode contribuir na renovação do processo educativo, trazendo a permanente avaliação crítica, a adequação dos conteúdos à realidade local e o envolvimento dos educandos em ações concretas de transformação desta realidade. Para realmente abordar estes princípios e atingir seus objetivos a Educação Ambiental precisa de uma ampla gama de métodos e do preparo dos educadores. Neste sentido, foi indagado sobre os locais mais propícios para se realizar uma aula sobre meio ambiente. Os pesquisados (38%) apontaram como sendo a sala de aula o melhor local para tal atividade. As empresas foram apontadas por 22% como também sendo um local propício para tal atividade. Uma mata ou floresta ficou como terceira opção. O gráfico 8 mostra todos os resultados. 38% 7%22% 20% 12% 1% Sala de aula Praça Empresas Mata/f loresta Lixão/aterro sanitárioOutros Gráfico 8 - Locais mais propícios para se realizar uma aula sobre meio ambiente Fonte: Dados da pesquisa Além desses itens citados, quando falamos em ensino ambiental não podemos deixar de citar o papel que os meios de comunicação de massa podem ter e que consiste em levar a mensagem educacional a todos os setores da sociedade. Os meios de comunicação de massa devem ser transformados em um canal privilegiado de Educação Ambiental. Em relação a qualidade do debate da questão ambiental no curso de Administração da universidade onde estudam, os alunos demonstraram um descontentamento. Para 44% o debate é fraco. Já 23% consideram razoável. Só 28% consideram os debates como sendo bom ou ótimo. Os demais resultados estão no gráfico 9. Esse dado sobre a formação dos futuros administradores é preocupante, pois demonstra uma série lacuna de formação o que acaba por colocar no mercado, pessoas que sabem tratar pouco dos problemas ambientais enfrentados. No entanto, o curso da universidade pesquisada disponibiliza a alguns semestres uma disciplina especifica (Educação ambiental e cidadania), de caráter optativo, para tratar do tema. Essa iniciativa poderá ajudar a suprir, num primeiro momento, essa lacuna que os alunos demonstraram, ficando a cargo dos mesmos buscarem cursar essa disciplina, já que a mesma não é obrigatória. 7% 21% 23% 44% 5% Ótimo Bom Razoável Fraco Ruim Gráfico 9 - Qualidade do debate da questão ambiental no curso Fonte: Dados da pesquisa Quando indagados sobre a melhor forma de abordar a temática ambiental dentro do curso, 58% dos alunos preferem que o assunto seja abordado dentro de uma perspectiva integrada e transversal, estando contida nas diversas disciplinas que compõem a grade curricular do curso. Já para 42% dos estudantes, uma disciplina específica para tratar do tema seria melhor. 42% 58% Disciplina específ ica Tema transversal Gráfico 10 - Melhor forma de abordar a temática ambiental dentro do curso Fonte: Dados da pesquisa A visão transversal da Educação Ambiental, conforme apoiada pelos alunos, é a que vem permeando a maior parte dos conteúdos curriculares das disciplinas. Inclusive os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN�s) incluíram o tema nos currículos de ensino fundamental como uma forma de encontrar o caminho para se chegar à mudança de hábitos que levem à redução da degradação ambiental, e promovam a melhoria da qualidade de vida. Essa abordagem pode ser inserida de diversas formas nos currículos escolares. Enfatize-se que as experiências práticas, dentre outras, devem sempre levar a que os alunos se sintam como agentes ativos. Cabe aos professores traçarem metodologias, que favoreçam a implementação da Educação Ambiental. GRUPO 2 � Educação Ambiental e a sua internalização pelos alunos Quando indagados se já haviam participado de algum curso na área ambiental, 84% dos pesquisados afirmaram que nunca haviam tido tal ação. Esse dado evidencia a carência de informações na área ambiental. Contudo, não há como inferir se as oportunidades foram disponibilizadas e não percebidas pelos pesquisados ou se, efetivamente, não foram oferecidas. Dentre os que fizeram algum curso relacionado a temática ambiental destacaram- se os cursos de Educação sócio-ambiental e Responsabilidade sócio-ambiental. Dentre os pesquisados apenas um já havia cursado a disciplina Educação ambiental e cidadania, oferecida pelo curso para tratar da Educação Ambiental e Gestão Ambiental. Gráfico 11 - Participação em algum curso na área ambiental Fonte: Dados da pesquisa Contudo, quando perguntados se possuíam algum conhecimento sobre Educação Ambiental, 88% dos respondentes disseram que possuíam sim conhecimento sobre EA. Esse dado se mostra positivo, pois demonstra que este conhecimento tem sido buscado por parte do público analisado, mesmo quando não realizam cursos específicos na área. 88% 12% Sim Não Gráfico 12 � Posse de algum conhecimento sobre Educação Ambiental Fonte: Dados da pesquisa Já quando indagados sobre que aspectos estariam relacionados a EA, os estudantes responderam que a reciclagem (26%) e a preservação (24%) são os que mais estão relacionados à EA. Outros aspectos, como a escola e a poluição, também foram considerados importantes. O gráfico 13 apresenta o resultado completo. 24% 3% 13% 11%9% 11% 26% 3% Preservação Queimadas Poluição Desmatamento Lixo Escola Reciclagem Outro Gráfico 13 - Aspectos relacionados a Educação Ambiental Fonte: Dados da pesquisa Tais resultados demonstram que, na visão dos alunos, prevalece a visão de que a EA tem um caráter ambiental marcado fortemente pela proteção e uso racional dos recursos naturais. Contudo, deve-se deixar claro que a Educação Ambiental vai além disso, pois ela também está relacionada com a prática de tomadas de decisões que ajam para a melhoria da qualidade de vida como um todo. Saliente-se que alguns alunos expressaram opiniões nesse sentido, ao afirmarem que a EA também está relacionada a �Conhecimento/consciência� (AD11) �Reeducação� (AN64) �Sustentabilidade� (AD71) A indagação sobre a participação dos estudantes em atividades relacionadas à EA mostra um dado preocupante: 84% dos pesquisados não desenvolvem atividades na área. Isso demonstra um elevado nível de desinteresse no tocante as necessidades urgentes que tolhem a todos para que ações ambientais sejam desenvolvidas no tocante a busca por desenvolvimento sustentável. 16% 84% Sim Não Gráfico 14 - Participação dos estudantes em atividades relacionadas à EA Fonte: Dados da pesquisa Com isso percebe-se uma baixa interação dos estudantes com as questões ambientais. Os alunos não têm percebido a importância da participação em atividades que contribuam para o crescimento da conscientização ambiental, envolvendo-se diretamente com ações ligadas ao meio ambiente. Para que isso mude, é preciso que seja sentido que a participação trará benefícios concretos para os todos moradores, mesmo que seja preciso romper com certas barreiras existentes como, por exemplo, as culturais e de consumo. Esse dado também conflita com a afirmação, por parte da maioria dos alunos, de que possuem conhecimentos de EA. Há de se indagar: esse conhecimento não tem sido capaz de mudar as atitudes de passividade referentes a questão ambiental? Ou será que esse conhecimento é incipiente e precisa ser melhor trabalhado? São indagações que se tornam pertinentes, devendo-se avaliar se as informações disponibilizadas têm sido realmente percebidas e assimiladas por parte dos estudantes. Outro fato que pode estar influenciando é a fonte dessas informações, pois como foi constatado, a maioria dos estudantes não realizou cursos específicos sobre a temática, o que pode ter comprometido a qualidade do conhecimento adquirido. Quando indagados se causavam algum dano ao meio ambiente no seu dia-a-dia, 79% afirmaram que sim. 21% 79% Não Sim Gráfico 15 � Provocação de algum dano ao meio ambiente no dia-a-dia Fonte: Dados da pesquisa Os principais danos que os pesquisados citaram são: �Utilizando produtos que agridem o meio ambiente� (AD12) �Em alguns produtos consumidos� (AD13) �Poluição do carro, ar condicionado� (AN21) �Jogar lixo na rua� (AN23) �Poluição do solo, jogando lixo na rua� (AN24) �Poluição, desmatamento, uso inadequado do petróleo e seus derivados� (AN25) �Produção de lixo não biodegradável� (AN27) �Produção de lixo e gasto irresponsável de água e energia� (AN29) �A produção de lixo e com o consumo de produtos que são produzidos por empresas que não respeitam o meio ambiente� (AN62) �Apenas a utilização do próprio transporte já é um dano ambiental� (AD71) Como se pode perceber o consumo de produtos nocivos ao meio ambiente, aliado a grandegeração de lixo, são apontados como os principais danos causados pelos estudantes ao meio ambiente. Além desses itens citados, um outro que também esteve em várias respostas foi o desperdício de água, fato esse que merece bastante atenção uma vez que esse recurso tende a se torna bastante escasso, em especial na região semi-árida nordestina, onde estar localizada a universidade pesquisada. Dessa forma, torna-se urgente o desenvolvimento de uma educação hídrica a ser desenvolvida junto à população. Quando perguntados se aceitariam um aumento no nível de poluição no bairro onde residem, em troca de uma maior geração de emprego, 53% disseram que não aprovariam isso se o seu bairro fosse prejudicado. Por sua vez, 47% dos pesquisados disseram que concordariam. Tal resultado, aproximado entre os que aceitam e os que não aceitam, demonstra o quanto o debate sobre a questão ambiental ainda precisa fazer parte do cotidiano social, pois para muitos ainda prevalece a idéia de que não pode haver desenvolvimento econômico e social sem que haja efeitos prejudiciais ao meio ambiente. 47% 53% Sim Não Gráfico 16 � Aceitação do aumento no nível de poluição no bairro onde reside em troca de uma maior geração de emprego Fonte: Dados da pesquisa Uma outra indagação básica feita aos estudantes foi saber qual o significado de Educação Ambiental para eles. Transcreve-se a seguir algumas das respostas. �A consciência com o meio ambiente� (AN21) �Educação ambiental significa a conscientização que as pessoas devem ter em relação ao meio ambiente, levando em consideração os meios para que diminua a poluição, o desmatamento, já que é atualmente o problema mais visível no mundo, e o que está causando o aquecimento global.� (AD42) �Significa ter consciência, se educar em relação ao nosso meio ambiente.� (AD411) �A educação ambiental é responsável por conscientizar as pessoas da importância do ambiente natural, no intuito de conservar e protegê-lo das agressões que o próprio homem o provoca.� (AD48) Essas primeiras respostas demonstram a ênfase dada ao aspecto consciência, como sendo um significado inato à Educação Ambiental. Já para outros estudantes, os conceitos de Educação Ambiental estão intimamente relacionados ao zelo e proteção do meio ambiente, como pode ser observado nas respostas a seguir: �Todo conhecimento e prática voltado á preservação e recuperação do meio ambiente.� (AN27) �Entender a importância da integridade do meio ambiente para o desenvolvimento sustentável.� (AN23) �Respeitar o espaço que você habitar, cuidar do que é nosso.� (AN24) A percepção de que o senso crítico está relacionado a Educação Ambiental, foi colocado em alguns conceitos apresentados, como se observa a seguir: �Uma maneira de educar as pessoas de forma crítica sobre as questões ambientais.� (AN66) �Despertar o senso crítico à poluição� (AD11) Por sua vez, boa parcela dos respondentes coloca a EA como sendo relacionada ao ato de ensinar o ser humano a se relaciona com o meio ambiente como pode ser visto nas respostas a seguir: �Educação ambiental é ensinar a respeitar o ambiente, à sociedade, é o viver em harmonia em todos os aspectos.� (AD71) �Educar o homem para utilizar os recursos naturais de forma racional.� (AD75) �É estudar o meio ambiente e as coisas que os (sic) atingem.� (AD12) �Uma disciplina fundamental para a sobrevivência da humanidade.� (AN93) �Reeducação de certos comportamentos, rever conceitos de consumo, e não só isso, pois não podemos ser passivos e nos restringirmos em apenas fazer, mas temos que passar as idéias adiante.� (AN64) �Aprender a usar os recursos naturais� (AN211) GRUPO 3 � Educação Ambiental e a visão social Quando solicitados a opinarem sobre ser objetivo da EA desenvolver senso crítico nas pessoas, um total de 86% dos estudantes considerou que sim, devendo a EA buscar desenvolver essa faculdade. Algumas das justificativas para isso foram: �Sim, pois através da educação ambiental as pessoas terão mais consciência.� (AD12) �Pois assim desenvolve uma opinião formada, um senso crítico positivo.� (AD13) �Por que se você tem capacidade de perceber o que ta errado, e quer corrigir, isso é senso crítico� (AN24) �Pois, a partir dela, as pessoas começarão a pensar no que está acontecendo com o planeta, como, desmatamento, poluição, etc. e pensará em alternativas que poderão ajudar a diminuir todos esses problemas que estão acontecendo.� (AD42) �Ter educação ambiental é saber de fato o que realmente está relacionado com a educação e desenvolver ponto de vista e tomar decisões quanto a questão ambiental.� (AD46) �Desenvolve o senso crítico das pessoas no momento em que as conscientiza de seu papel na conservação do ambiente� (AD48) �Por se tratar de um assunto de suma importância para humanidade, deve-se analisar questões inerente ao assunto de forma crítica para assim levantar discussões sobre o tema, pois só dessa forma aliada com atitude, é que se resolve.� (AN64) �As pessoas, com o pensar ecológico, ambiental, desenvolvem o senso crítico, apresentam condições de criticar e argumentar sobre tais questões. além de defender, claro!� (AD71) �Porque ao estudar os aspectos ligados ao ambiente, podemos formar cidadãos conscientes do seu papel na sociedade� (AD71) 86% 14% Sim Não Gráfico 17 � Objetivo da EA desenvolver senso crítico nas pessoas Fonte: Dados da pesquisa Para a amostra pesquisada, 81% considera que a defesa do meio ambiente também está relacionada com a preocupação da melhoria das condições econômicas da população, em especial dos mais pobres. Essa visão, por parte dos estudantes, é importante, pois permite inferir que, mesmo a maioria não tendo conhecimento avançados sobre o tema, a percepção da EA como instrumento de mudança social foi internalizado. Algumas das respostas que corroboram com isso são as seguintes: �Sim, porque são as condições sócio-econômicas que afetam o meio ambiente.� (AD22) �Com o meio ambiente íntegro gera-se desenvolvimento sustentável� (AN23) �Por que são os recursos naturais que movimentam a máquina econômica eles são a matéria prima e são escassos então defendê-los é uma questão econômica e social sim.� (AN24) �As duas andam intimamente ligadas uma vez que um (sic) depende do outro.� (AN25) �Sim, pois a partir do momento que melhora-se as condições econômicas, aumenta-se também a consciência crítica da sociedade, através da educação e na melhoria das condições sanitárias.� (AD44) �Pessoas educadas são pessoas que poluem menos.� (AN91) �Geralmente más condições sócio-econômicas = poucos cuidados ambientais.� (AN95) 81% 19% Sim Não Gráfico 18 - Defesa do meio ambiente também está relacionada com a preocupação da melhoria das condições econômicas da população Fonte: Dados da pesquisa Ainda dentro das indagações com temática socio-econômica-política, 84% dos respondentes acham que aspectos relacionados ao desenvolvimento, paz, direitos humanos e democracia também devem ser enfocados dentro da EA. 16% 84% Não Sim Gráfico 19 - Aspectos relacionados ao desenvolvimento, paz, direitos humanos e democracia também devem ser enfocados dentro da EA Fonte: Dados da pesquisa Isso reflete que os estudantes têm a percepção de que a EA além de se ater a questões de preservação e zelo ecológico, também deve propiciar melhorias nas condições de cidadania das pessoas. GRUPO 4 � Percepção dos problemas ambientais locais No tocante aos problemas ambientais locais de Campina Grande, 65% da amostra afirmaram conhecer problemas de caráter ambiental. 65% 35% Sim Não Gráfico 20 � Conhecimento sobre problemas ambientais locais Fonte: Dados da pesquisa Tais problemas versam sobre: �O lixão� (AD13) �Lixo nas ruas, em Campina não se encontrauma lixeira freqüentemente e a poluição de alguns açudes.� (AN22) �Poluição dos açudes de Bodocongó e Açude velho.� (AN25) �O problema dos resíduos sólidos� (AN28) �O lixão e a falta de educação das pessoas que jogam lixos em lugares inapropriados.� (AD41) Como se observa nas respostas, a questão do lixo e sua disposição final são os principais problemas informados pelos estudantes. Tal fato deve alertar as autoridades locais para a busca pela resolução desse problema que já vem de longa data em Campina Grande. Outro fato que foi constatado com base na análise dos questionários, foi que os alunos da fase inicial do curso são os que apresentam a menor quantidade de conhecimento sobre os problemas locais. Sobre os impactos desses problemas para si e para a comunidade, os pesquisados classificam seus impactos como: �Aquecimento global, doenças� (AD12) �Diversos, como por exemplo, a acumulação de insetos na rua, mal xero (sic), entre outros.� (AN22) �Pestes de ratos e parasitas, causadores de doenças, risco de surto de dengue, comprometimento da qualidade de vida de modo geral.� (AN27) �O impacto do lixão de Campina Grande reflete-se principalmente nas condições de trabalho daquelas pessoas que �vivem do lixo�. Condições subhumanas (sic) que poderiam ser melhores caso existisse coleta seletiva � (AD44) �O impacto é grande. Falta conscientização nas pessoas, falta educação e isso acaba gerando problemas que afetam a todos, independente do nível de educação e conscientização que possuam.� (AD71) Com base nas respostas transcritas, pode-se constatar que os principais impactos causados pelos problemas ambientais são as doenças transmitidas por vetores que se multiplicam a partir da grande quantidade de lixo e seu acondicionamento inadequado. GRUPO 5 - Percepção sobre os envolvidos No tocante às responsabilidades sobre os danos ao meio ambiente, 67% afirmaram que a sociedade em geral é a grande responsável pelos problemas enfrentados no que tange ao meio ambiente. Em seguida, vêm as empresas com 26% do total das citações. Isso se revela um fato a ser considerado, pois os futuros administradores percebem e consideram as empresas como parte importante da degradação ambiental existente no mundo. 26% 67% 5% 2% Empresas Sociedade em geral Governo Outro Gráfico 21 - Responsabilidade sobre os danos ao meio ambiente Fonte: Dados da pesquisa A identificação do segmento social mais envolvido com a defesa do meio ambiente foi outra indagação da pesquisa. Para 93% dos pesquisados, as ONG´s são consideradas as principais envolvidas com a defesa do meio ambiente. 93% 5% 2% ONG´s Sociedade em geral Outro Gráfico 22 - Segmento social mais envolvido com a defesa do meio ambiente Fonte: Dados da pesquisa Dentre as outras opções existentes, há de se citar o fato que os governos não foram citados pelos pesquisados, o que é preocupante, devido aquele ter como missão fundamental zelar pela proteção da população e busca pela solução de problemas, assim como ser o zelador dos aspectos legais e regulatórios. Isso demonstra que o Poder Público não tem agido de forma eficaz em relação à fiscalização e controle frente às necessidades do meio ambiente. As respostas dos estudantes deixam claro que eles percebem a causa defendida pelas ONG's e seu papel dentro do contexto da ação ambiental o que pode denotar que a atuação dessas organizações é avaliada de forma positiva pelos estudantes. GRUPO 6 - Percepção sobre atuação das empresas Um dado interessante é o obtido a partir da afirmação por parte de 77% dos alunos que apontam não acreditarem nas informações prestadas pelas empresas. 23% 77% Sim Não Gráfico 23 � Nível de crença nas informações ambientais prestadas pelas empresas Fonte: Dados da pesquisa Para os pesquisados, essas informações são manipuladas como pode ser observado a partir das respostas transcritas a seguir: �São irreais demais� (AD11) �Muitas empresas mentem para não ficarem mal vistas pela sociedade� (AD12) �Tais empresas não vão querer manchar sua imagem se disserem que poluem muito� (AN23) �Algumas mentem para que sua credibilidade aumente.� (AN25) �As empresas sempre tentam se defender, de certo forma acho que elas �encobrem� um pouco desses dados.� (AN210) �Muitas vezes é apenas marketing ambiental, no entanto é preciso levar em consideração a credibilidade da empresa no mercado.� (AD44) Essa percepção da ação das empresas impele a conclusão de que, para os estudantes, as empresas apenas dizem que investem em meio ambiente e cumprem as normas ambientais por uma estratégia mercadológica. Outro ponto que pode ser questionado é que a crescente preocupação por parte do brasileiro de dar mais valor às práticas de responsabilidade sócio- ambiental das empresas ainda não foi totalmente incorporada no cotidiano empresarial. Ainda sobre esse assunto, deve-se ressaltar o papel regulador do Estado que, através de legislação ambiental, pode contribuir para a internalização da pauta ambiental na empresa (LAYRARGUES, 2003). Mesmo tendo essa percepção negativa, os estudantes colocam que o papel das empresas em relação à questão ambiental é fundamental conforme as respostas a seguir: �Papel imprescindível, mas elas adotam o capitalismo como base, logo será difícil incutir uma cultura de preservação nelas.� (AD11) �Conscientizar funcionários, trabalhar com ética e responsabilidade ambiental, etc.� (AN25) �As empresas tem que desenvolver projetos que diminuam o índice de poluição causados por elas para que os efeitos causados ao meio ambiente seja (sic) cada vez menor.� (AD42) �As empresas podem ter papéis fundamentais, a partir de atitudes ambientais corretas que tornam-se exemplo para toda sociedade.� (AD44) �O papel das empresas em relação a questão ambiental é conscientizar seus funcionários, reciclar resíduos de produção e evitar agredir o meio ambiente. (AD49) Tais respostas apontam que a empresa deve buscar novas práticas de gestão, de produção mais limpa e formação ambiental de seus membros. Dessa forma, a questão da responsabilidade empresarial frente ao meio ambiente é centrada na análise de como as empresas interagem com o meio em que estas desenvolvem suas atividades. Mas o que significa para uma empresa ter o desenvolvimento sustentável como meta? Para que haja um real compromisso rumo aos padrões de sustentabilidade é necessário a incorporação de novas idéias ao planejamento, política e prática empresarial aos negócios. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 5.1. Considerações finais Este trabalho explorou a temática da percepção ambiental dos estudantes do curso de Administração. É de grande importância compreender a percepção ambiental desse grupo de alunos que estão próximos a se tornarem profissionais e serem colocados nas organizações onde terão que tomar diversas decisões, muitas delas com impactos no meio ambiente. Após análise dos resultados foi possível chegar a algumas conclusões e confrontar com as hipóteses levantadas. No que se refere a percepção dos alunos em relação a EA e seu ensino pode-se constatar que os alunos afirmam que esse tema deve ser abordado em sala de aula e em todos os níveis de ensino, através de uma abordagem transversal. Isso reflete a crença em que a escola deve formar o indivíduo em todos os aspectos oferecendo meios para que os alunos compreendam as relações ambientais e as suas conseqüências para si e para o meio ambiente. Essa visão oferece várias oportunidades para se renovar o processo de ensino de uma forma geral. Contudo a percepção sobre o debate no curso onde estudam é tida como deficiente o que é preocupante, pois demonstra uma lacuna na formação dos futuros gestores. A preocupação da melhoria das condições
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