Prévia do material em texto
Gleyson de Souza Lima Odontologia – 2019.2 Os principais componentes da maquinaria da síntese de proteínas incluem o RNAm, RNAt, aminoácidos e ribossomos. O RNAm fornece a sequência de códons que são traduzidos em proteínas. Os RNAt ligam aminoácidos específicos e os transferem para a proteína, usando os códons específicos do RNAm. Por último, uma partícula formada de RNA e proteína chamada Ribossomo, atua como o local de síntese de proteínas. ANTES DO INÍCIO DA TRADUÇÃO: 1- CARREGAMENTO: É a ligação de uma molécula de aminoácido a uma molécula de RNAt. Para cada um dos 20 aminoácidos encontrados na célula, existem 20 enzimas diferentes chamadas aminoacil-RNAt sintetases . A função dessas enzimas é ligar um determinado aminoácido a uma molécula específica de RNAt, sendo a especificidade da reação é determinada pela sequência de bases da molécula de RNAt. A enzima aminoacil-RNAt sintetase se liga a um ATP e um aminoácido específico para formar um complexo enzima-AMP-aminoácido contendo uma ligação de alta energia. Uma molécula de RNAt então se liga ao aminoácido na enzima e é liberada do complexo com o aminoácido ligado para dar uma molécula de RNAt com aminoácido (Aminoacil-RNAt). A enzima fica livre e pronta para começar outro ciclo. Tradução Gleyson de Souza Lima Odontologia – 2019.2 2- RIBOSSOMO: Os ribossomos são partículas feitas tanto de RNAr, quanto de proteínas específicas. Eles são encontrados no citoplasma, onde servem como sítio de síntese de proteínas. Cada ribossomo é formado por duas subunidades, a 40S, ou subunidade menor, e a 60S, ou subunidade maior. Cada uma dessas subunidades desempenham uma função particular na tradução. A subunidade 40S, a 60S, as moléculas carregadas de RNAt e uma molécula de RNAm se juntam para formar um complexo que, ditado pelos códons do RNAm, dirige a inserção de um aminoácido específico em uma cadeia polipeptídica crescente. ETAPA 1: Iniciação Existem vários fatores de iniciação (IFs) que estão envolvidos no início da tradução de um RNAm, mas o principal utilizado aqui é o IF2. O IF2 liga-se a GTP para formar um complexo que se liga a um RNAt carregando uma metionina (Lembrando que o códon de metionina, AUG, é sempre o primeiro códon, ou códon iniciador em uma molécula de RNA). Este complexo IF2-Met-RNAt-GTP, então interage com a subunidade 40S e a ponta 5’ de um RNAm. Figura 1 Gleyson de Souza Lima Odontologia – 2019.2 Após a ligação à ponta 5’ do RNAm, a subunidade 40S, juntamente com o complexo IF2-Met-RNAt-GTP, começa a percorrer o RNAm. Este percurso que usa o 5’ Cap para o alinhamento apropriado e o ATP como fonte de energia, continua até que o complexo atinja o primeiro AUG ou códon iniciador, no RNAm. Figura 2 Uma vez que o complexo atinja o primeiro códon AUG, a subunidade ribossômica 60S (maior) se liga ao complexo para formar a estrutura ribossômica final, usando o GTP como fonte de energia para efetuar essa ligação. Com a formação dessa estrutura final, composta de uma subunidade 40S, uma 60S, Met-RNAt e um RNAm, a etapa de início se completa. O IF2 e a GDP são liberados do complexo com IF2 sendo regenerado por GTP para reiniciar o ciclo. Figura 3 Figura 4 Gleyson de Souza Lima Odontologia – 2019.2 ETAPA 2: Alongamento Cada códon no RNAm irá interagir com um anticódon específico na molécula do RNAt. O primeiro RNAt, Met-RNAt, com o anticódon UAC, já interagiu com o RNAm durante o processo de início. Assim, cada proteína começa com o aminoácido metionina em seu terminal amino (5’). Os dois códons seguintes presentes no RNAm são UUU e AAA, por exemplo. No processo de alongamento, um segundo RNAt com o anticódon AAA e fenilalanina ligada associa-se ao RNAm. Esta ligação é seguida de um terceiro RNAt com o anticódon UUU e o aminoácido lisina e assim em diante até que seja encontrado um códon stop (finalizador). A síntese de proteínas foi iniciada pela ligação de Met-RNAt ao primeiro códon AUG em uma molécula de RNAm ligada aos ribossomos. O alongamento começa quando o RNAt seguinte entra no ribossomo pelo sítio A, e se liga ao segundo códon do RNAm diretamente após o códon AUG. Antes que o RNAt entre no ribossomo, ele interage com fatores específicos conhecidos como fatores de alongamento (EFs), na maior parte do casos é o EF1, e uma fonte de energia (GTP). Quando um RNAt se liga a um códon no RNAm, o GTP é hidrolisado com a liberação de GDP e EF1. O EF1 é regenerado na presença de GTP e é capaz de iniciar o ciclo mais uma vez. Figura 5 Figura 6 Gleyson de Souza Lima Odontologia – 2019.2 Figura 7 No RNAm , o Met- RNAt ligado ao AUG, e adjacente a ele, o segundo RNAt, Fen- RNAt, entra no ribossomo, pelo sítio A, e se liga a UUU. Na presença da enzima Peptidiltransferase, é formada uma ligação peptídica entre o grupo carboxila da metionina e o grupo amino da fenilalanina, no sítio P. Esta reação resulta na ligação da metionina à fenilalanina. Na etapa seguinte, o ribossomo, na presença de GTP, um segundo fator de alongamento (EF2) e uma enzima chamada Translocase, move-se três nucleotídios ao longo do RNAm no sentido 5’ 3’. O RNAt descarregado é liberado, no sítio E, e um novo códon no RNAm é agora exposto no sítio A. Este códon recém-exposto no RNAm está em posição para aceitar o próximo RNAt, e o ciclo é repetido, cada etapa resultando em uma cadeia polipeptídica crescente com um aminoácido adicional. Obs1: A tradução se inicia a partir da adição do segundo aminoácido. Obs2: O ribossomo possui três sítios: Sítio A (onde o RNAt entra no ribossomo), Sítio P (onde é realizada a ligação peptídica entre os aminoácidos do RNAt) e o Sítio E (onde o RNAt, que teve seu aminoácido ligado, e agora está descarregado, saí do ribossomo). Figura 8 Gleyson de Souza Lima Odontologia – 2019.2 ETAPA 3: Terminação Quando o ribossomo em movimento atinge um códon stop/finalizador (UAA, UAG, UGA), não há RNAt que reconheça estes códons. Em vez disso, um fator conhecido como fator de liberação (RF), usando GTP como fonte de energia, liga-se ao ribossomo, no sítio A. Na presença do RF, a Peptidiltransferase é retirada do ribossomo, e o peptídeo é liberado do ribossomo. O ribossomo então se dissocia em suas subunidades 40S e 60S, e essas subunidades podem começar um novo ciclo. Figura 9 Figura 10 Gleyson de Souza Lima Odontologia – 2019.2 PROCESSAMENTO/MARCAÇÃO DE PROTEÍNAS: A maioria das proteínas sintetizadas em células humanas não são feitas nos ribossomos que estão situados no citoplasma da célula. Muitas dessas proteínas, no entanto, devem funcionar em organelastais como o núcleo ou mitocôndrias ou, em alguns casos, ser secretadas pela célula. Em todos os casos, a proteína tem que ser marcada para que sua chegada ao destino correto seja garantida. Assim, as proteínas são sintetizadas com algumas sequências, conhecidas como sequências de sinal, que possibilitam seu transporte para a organela apropriada.