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ANATOMIA Resumo - Larissa Stork Parede Torácica 1- Definições ● Tórax: parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome, contém os principais órgãos dos sistemas respiratório e circulatório; ● Caixa torácica: formada pelas costelas e cartilagens costais, esterno e vértebras torácicas (arcabouço ósseocartilaginoso - formato de cone truncado). Funções: proteger os órgãos internos torácicos e abdominais, resistir às pressões internas negativas, proporcionar a inserção para os membros superiores e sustentar seu peso, proporcionar inserção de músculos; ● Cavidade torácica: a parte superior é mais estreita e a circunferência aumenta inferiormente. É dividida em três espaços principais: o compartimento central, ou mediastino, que aloja as vísceras torácicas, com exceção dos pulmões, e, de cada lado, as cavidades pleurais direita e esquerda, que abrigam os pulmões. O esôfago também atravessa a cavidade torácica. É importante entender os aspectos anatômicos e funcionais da parede torácica para a aplicabilidade clínica; ● Plano transverso do tórax: plano horizontal que inclui o ângulo do esterno anteriormente e atravessa aproximadamente a junção (disco IV) das vértebras T IV e T V posteriormente. Divide o mediastino em mediastino superior e inferior. O mediastino inferior é dividido pelo pericárdio em anterior, médio (pericárdio e seu conteúdo - coração e raízes de seus grandes vasos) e posterior; ● Parede torácica: inclui a caixa torácica, os músculos que se estendem entre as costelas, a pele, a tela subcutânea (onde se situa as glândulas mamárias), os músculos e a fáscia que reveste sua face anterolateral. A soma das pequenas mobilidades das articulações do tórax garantem a mobilidade da parede torácica; ● O formato e o tamanho da cavidade e da parede torácicas são diferentes do peito (parte superior do tronco), porque este último inclui alguns ossos e músculos da parte proximal do membro superior, e, nas mulheres adultas, as mamas; ● Abertura superior do tórax: menor, oblíqua e aspecto reniforme. Comunicação com o pescoço e os membros superiores. Limites: posterior - vértebra T1, lateral - 1° par de costelas e anterior - margem superior do manúbrio do esterno. Passagem da traqueia, esôfago, nervos e vasos; ● Abertura inferior do tórax: maior, limites irregulares, oblíqua, parede posterior ampla, ocluída pelo m. diafragma. Limites: posterior - vértebra T12, posterolateral - 11° e 12° pares de costela, anterolateral - cartilagens costais unidas das costelas 7 a 10 (margens costais) e anterior - articulação xifoesternal. As cúpulas do diafragma sobem até o nível do 4° espaço intercostal, e as vísceras abdominais, inclusive o fígado, o baço e o estômago, situam-se superiormente ao plano da abertura 1 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork inferior do tórax, internamente à parede torácica (proteção das vísceras abdominais); ● Dimorfismo sexual: ○ Tórax masculino: apresenta musculatura mais exuberante e pilificação (tricotomia - retirada de pelo nas operações); ○ Tórax feminino: presença de mamas desenvolvidas, permite diferenciar o tórax e exames radiológicos da mulher e homem. ● Tórax de um indivíduo desnutrido: espaços intercostais profundos/visíveis, tegumento com pouca adiposidade recobrindo as estruturas ósseocartilaginosas que compõem a parede torácica; ● Tórax de um indivíduo com a musculatura da parede torácica atrofiada - o espaço intercostal fica profundo/visível na superfície corpórea, uma vez que fibras musculares atróficas não fazem força o suficiente para conter as costelas, as quais ficam visíveis; ● Tórax de um indivíduo asmático: torna-se descompensado (inspiração passiva e expiração ativa) ao longo da vida, então o tórax fica mais arredondado (tórax em barril), uma vez que para expelir o ar precisa fazer um esforço maior, visto que apresenta uma constrição brônquica, não dando tempo de expelir todo o ar, mas inspirando já em seguida. 2- Movimentos da parede torácica ● Embora os músculos intercostais externos e internos sejam ativos durante a inspiração e a expiração, respectivamente, a maior parte da sua atividade é isométrica (aumento do tônus sem causar movimento). O papel desses músculos na movimentação das costelas parece estar relacionado principalmente à respiração forçada; ● O diafragma é o músculo primário da respiração; ● A inspiração é ativa, enquanto que a expiração é passiva, exceto quando a pessoa expira contra a resistência (ex: encher um balão); INSPIRAÇÃO ● Contração do diafragma → diafragma desce e comprime as vísceras abdominais → aumento da dimensão vertical da caixa torácica → redução da pressão intratorácica e aumento da pressão intra-abdominal→ entrada de ar; ● Contração dos mm. intercostais externos e da parte intercondral dos mm. intercostais internos→ movimento das costelas nas articulações da cabeça da costela → movimento em alavanca de bomba (elevação das extremidades anteriores das costelas) → aumento do diâmetro anteroposterior do tórax. Além disso, há movimento das costelas nas articulações costotransversárias → movimento em alça de balde (elevação da parte média/lateral das costelas) → aumento do diâmetro transverso do tórax. EXPIRAÇÃO ● Relaxamento do diafragma → redução da dimensão vertical da caixa torácica → aumento da pressão intratorácica e redução da pressão intra-abdominal → retração do tecido elástico pulmonar distendido → eliminação do ar; ● Parte interóssea dos mm. intercostais internos → abaixa as costelas na expiração ativa → diminuição do diâmetro da caixa torácica → eliminação do ar. 2 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 3- Pontos superficiais de referência anatômico ● Clavículas: demarcam a divisão superior entre zonas de drenagem linfática - acima das clavículas, a linfa flui finalmente para os linfonodos jugulares inferiores; abaixo delas, a linfa parietal (da parede do corpo e membros superiores) flui para os linfonodos axilares; ● Esterno: manúbrio (3° a 4° vértebra torácica), corpo (5° a 9° vértebra torácica) e processo xifoide (10° vértebra torácica); ● Incisura jugular: situa-se no nível da margem inferior do corpo da vértebra T II e no espaço entre o 1° e o 2° processo espinhoso torácico; ● Ângulo do esterno: na articulação manubriesternal, relaciona-se com o 2° par de cartilagens costais. Situa-se no nível do disco entre as 4° e 5° vértebras torácicas e do espaço entre o 3° e 4° processo espinhoso torácico. As costelas e os espaços intercostais servem como base para localização ou descrição da posição de estruturas ou de locais de traumas ou doenças na parede torácica ou sob ela. Como a costela I não é palpável, a contagem das costelas no exame físico começa na costela II adjacente ao ângulo do esterno subcutâneo facilmente palpado; ● Margens costais direita e esquerda: união das 7° a 10° cartilagens costais; ● Ângulo infraesternal ou subcostal: na articulação xifosternal, formadas pela convergência das margens costais direita e esquerda. Situa-se no nível da margem inferior da 9° vértebra torácica. Quando essas margens se afastam, formando um ângulo mais obtuso, é possível ter uma abordagem mais fácil na cavidade abdominal; ● O processo xifoide situa-se em uma pequena depressão, a fossa epigástrica. Essa fossa é usada como guia na reanimação cardiopulmonar (RCP) para determinar a posição adequada da mão sobre a parte inferior do esterno; 3 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Fossa axilar: limitada pelas pregas axilares anterior e posterior, parede torácica e face média do braço; 4- Linhas verticais da parede torácica ● Linha mediana anterior: indica a interseção do plano mediano com a parede torácica anterior; ● Linhas medioclaviculares/hemiclaviculares direita e esquerda: atravessa o ponto médio da clavícula, paralelamente à LMA; ● Linha axilar anterior: segue verticalmente ao longo da prega axilar anterior que é formada pela margem inferolateral do músculo peitoral maior quando passa da caixa torácica para o úmero no braço; ● Linha axilar média: inicia-se no ápice (parte mais profunda) da fossaaxilar, paralelamente à LAA; ● Linha axilar posterior: segue verticalmente ao longo da prega axilar posterior formada pelos músculos latíssimo do dorso e redondo maior quando atravessam do dorso para o úmero, paralela à LAA; ● Linha mediana posterior: situada ao longo das extremidades dos processos espinhosos das vértebras; ● Linhas escapulares direita e esquerda: cruzam os ângulos inferiores da escápula, paralelas à LMP. 4 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 5- Mama ● As mamas são formadas por tecido glandular e tecido fibroso de sustentação integrados a uma matriz adiposa, junto com vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos; ● Homens e mulheres têm mamas, mas, normalmente, elas só são bem desenvolvidas em mulheres. Nos homens, exceto quando há excesso de tela subcutânea, as mamas são principalmente uma acentuação do contorno dos músculos peitorais maiores; ● Na parte mais proeminente da mama está a papila mamária/mamilo, circundada por uma área cutânea pigmentada circular, a aréola. A aréola normalmente é pontilhada pelas aberturas papulares (pequenas elevações) das glândulas areolares (glândulas sebáceas na pele da aréola); ● As glândulas mamárias presentes nas mamas estão relacionadas com a reprodução nas mulheres. Nos homens, são rudimentares e não funcionais formadas apenas por alguns pequenos ductos ou cordões epiteliais; ● O mamilo no homem situa-se no 4° espaço intercostal. Na mulher varia, em razão do tamanho; ● A presença das mamas, dependendo do volume, pode dificultar a ausculta cardíaca, a ausculta pulmonar e a inserção de uma drenagem na cavidade pleural, por exemplo. Correlações clínicas ● Bimastia: presença de duas mamas; ● Polimastia: mamas supranumerárias, consistem apenas em papila e aréola rudimentares. Entretanto, também pode haver tecido glandular, que se desenvolve ainda mais com a lactação. Podem surgir em qualquer ponto ao longo de uma linha (crista mamária) que se estende da axila até a região inguinal - a localização da crista mamária embrionária (a linha láctea) que dá origem às mamas, e ao longo da qual surgem as mamas em animais com várias mamas; ● Politelia: papilas mamárias acessórias, sem tecido glandular; ● Amastia: não há desenvolvimento mamário; 5 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Ginecomastia: hipertrofia da mama em homens após a puberdade, relativamente rara (< 1%) e pode estar relacionada à idade, uso de medicamentos, desequilíbrio entre hormônios estrogênicos e androgênicos ou por alteração no metabolismo hepático dos hormônios sexuais. Cerca de 40% dos homens pós-púberes com síndrome de Klinefelter (trissomia XXY) têm ginecomastia; ● Alterações nas mamas: durante todo o ciclo menstrual e durante a gravidez ocorrem alterações nos tecidos mamários, como a ramificação dos ductos lactíferos. A produção de leite só se inicia logo após o nascimento do bebê. O colostro é o líquido que precede o leite; ● Quadrantes mamários: a superfície da mama é dividida em quatro quadrantes para localização anatômica e descrição de tumores e cistos; ● Mamografia: estudo radiográfico das mamas, que são achatadas para estender a área que pode ser examinada e para reduzir a espessura das mamas, tornando-as mais uniformes e melhorando a visualização. Na mamografia convencional as estruturas mais densas aparecem mais claras. O exame das mamas por técnicas de imagem detecta anormalidades mamárias, diferenciando cistos e massas neoplásicas de variações na arquitetura mamária. 6- Exame físico do tórax - inspeção, palpação, percussão e ausculta ● Ausculta dos pulmões: com estetoscópio, avalia o fluxo de ar através da árvore traqueobronquial para os lobos do pulmão; ● Percussão do tórax: ajuda a estabelecer se os tecidos subjacentes estão cheios de ar (som ressonante), cheios de líquido (som surdo) ou se são sólidos (som maciço); ● A ausculta e a percussão do tórax sempre devem incluir a raiz do pescoço, onde estão localizados os ápices dos pulmões. A “ausculta da base do pulmão” refere-se à parte inferoposterior do lobo inferior - apoia o estetoscópio na parede posterior do tórax no nível da vértebra torácica X; 6 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Ausculta cardíaca: necessidade de ouvir os sons das valvas (4). Há 5 focos de ausculta (2 para a valva do tronco pulmonar) - 4 focos importantes. A mama interfere na ausculta - se for grande deve ser levantada com a mão para o apoio do estetoscópio: ○ Foco mitral: 5° espaço intercostal esquerdo; ○ Foco tricúspide: 4° espaço intercostal esquerdo; ○ Foco pulmonar secundário: 3° espaço intercostal esquerdo; ○ Foco pulmonar: margem esternal superior esquerda, 2° espaço intercostal; ○ Foco aórtico: margem esternal superior direita, 2° espaço intercostal. ● Deslocamento do paciente sentado na direção anterior: anteriorização do coração/ mais próximo da parede torácica - facilita a ausculta; ● Inspeção do tórax: estática - observação dos aspectos do tórax; dinâmica: respiração (frequência, simetria, ritmo e tipo); ● Palpação do tórax: palpar os relevos superficiais de estruturas situadas abaixo de sua superfície. 7- Secção transversal do tórax ● É possível ver a parede torácica e seus componentes, as cavidades pleurais direita e esquerda e o mediastino. 7 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 8- Componentes do tórax ● Arcabouço ósseocartilaginoso: vértebras torácicas (12), esterno, costelas e cartilagens costais; ● Costelas: ○ Verdadeiras (vertebroesternais) (costelas I a VII): inserem-se diretamente no esterno por meio de suas próprias cartilagens costais; ○ Falsas (vertebrocondrais) (costelas VIII, IX e, geralmente, X): suas cartilagens unem-se à cartilagem das costelas acima delas; portanto, a conexão com o esterno é indireta; ○ Flutuantes (vertebrais, livres) (costelas XI, XII e, às vezes, a X): as cartilagens rudimentares dessas costelas não têm conexão, nem mesmo indireta, com o esterno; elas terminam na musculatura abdominal posterior. ● Costelas típicas (III a IX): cabeça, colo, corpo, ângulo e tubérculo; ● As cartilagens costais prolongam as costelas anteriormente e contribuem para a elasticidade da parede torácica, garantindo inserção flexível para suas extremidades anteriores; 8 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 9 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Fáscias da parede torácica: uma grande parte da fáscia muscular sobreposta à parede anterior do tórax é chamada de fáscia peitoral por sua associação com os músculos peitorais maiores. Profundamente ao músculo peitoral maior e sua fáscia há outra camada de fáscia muscular suspensa pela clavícula e que reveste o músculo peitoral menor, a fáscia clavipeitoral. A caixa torácica é revestida internamente pela fáscia endotorácica. Essa delgada camada fibroareolar fixa a parte adjacente do revestimento das cavidades pulmonares (pleura parietal costal) à parede torácica. Torna-se mais fibrosa sobre os ápices dos pulmões (membrana suprapleural); ● Músculo intercostal externo - origem na coluna - contorna a parede torácica - nível da articulação costocondral - suas fibras musculares deixam de existir e dão origem à membrana intercostal externa; ● Músculo intercostal interno - origem no esterno - contorna a parede torácica - nível do ângulo da costela - fibras musculares deixam de existir e são substituídas pela membrana intercostal interna, que avança até a coluna vertebral; ● M. intercostal íntimo - camada mais interna, fibras musculares mais internas do m. intercostal interno. 10 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork Correlações clínicas: ● Dor torácica: provavelmente o sintoma mais importante de doença cardíaca; ● Fratura das costelas: as costelas intermediárias são fraturadas com maior frequência. Geralmente resultam de golpes ou lesões por esmagamento. A parte mais fraca de uma costela é a região imediatamente anterior ao seu ângulo; entretanto, um golpe direto pode causar fratura em qualquer ponto, e a extremidade fraturada pode lesar órgãos internos como o pulmão e/ou baço. As fraturas das costelas inferiores podem lacerar o diafragma e acarretarhérnia diafragmática; ● Tórax instável: fraturas múltiplas das costelas podem permitir o movimento independente de um segmento considerável da parede torácica anterior e/ou lateral. O segmento independente da parede movimenta-se paradoxalmente (para dentro na inspiração e para fora na expiração). O tórax instável é uma lesão extremamente dolorosa, que compromete a ventilação e, portanto, afeta a oxigenação do sangue; ● Costelas supranumerárias: as costelas cervicais são relativamente comuns (0,5 a 2%) e podem interferir com as estruturas neurovasculares que saem pela abertura superior do tórax, além de poder confundir o nível das vértebras em exames de técnicas de imagens; ● Luxação das costelas: deslocamento de uma cartilagem costal em relação ao esterno - luxação de uma articulação esternocostal ou deslocamento das articulações intercondrais - compressão ou lesão de nervos, vasos e músculos adjacentes; ● Separação das costelas: luxação da junção costocondral entre a costela e sua cartilagem costal - costela pode se deslocar para cima causando dor; ● Fratura do esterno: não são comuns. As lesões por esmagamento podem ocorrer após compressão traumática da parede torácica. Geralmente é uma fratura cominutiva (muitos fragmentos ósseos). O deslocamento dos fragmentos ósseos é raro, porque o esterno é revestido por uma fáscia muscular e pelas inserções esternais dos músculos peitorais maiores. O local mais comum de fratura do esterno em idosos é no ângulo do esterno, onde houve sinostose da sínfise manubriesternal. Alto risco de lesão cardíaca (contusão miocárdica, ruptura cardíaca, tamponamento) e/ou pulmonar; ● Síndrome do desfiladeiro torácico: a presença de costela supranumerária, clavícula posicionada inadequadamente, m. escaleno anterior hipertrofiado ou massa tumoral podem causar compressão das estruturas neurovasculares que atravessam a abertura superior do tórax. As manifestações clínicas envolvem os membros superiores (plexo braquial). Deve-se fazer exames de imagem; ● Função protetora e envelhecimento das cartilagens costais: as cartilagens costais dotam a caixa torácica de elasticidade, muitas vezes impedindo a fratura do esterno e/ou das costelas em contusões. Nas pessoas idosas, as cartilagens costais perdem parte de sua elasticidade e tornam-se frágeis; podem sofrer calcificação, tornando-se radiopacas (são imagens brancas nas radiografias). Portanto, a realização de reanimação cardiopulmonar (RCP) utilizando compressão esternal, em idosos, têm maior probabilidade de provocar fratura de costelas; ● Ossificação do processo xifóide: nódulo duro na “boca do estômago” (fossa epigástrica); ● Biópsia do esterno: biópsia por agulha da medula óssea por causa da sua largura e posição subcutânea (facilita); ● Anomalias do esterno: o esterno desenvolve-se por fusão de condensações verticais bilaterais de tecido pré-cartilaginoso, bandas ou barras esternais. O recuo (pectus excavatum, ou tórax em 11 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork funil) ou a projeção (pectus carinatum, ou peito de pombo) do esterno é uma variação anômala que pode tornar-se evidente ou mais acentuada na infância e que pode ser corrigida enquanto o tórax da criança ainda está em desenvolvimento (é possível sobreviver a essas alterações); ● Esternotomia mediana: o acesso à cavidade torácica nas cirurgias do mediastino exige a secção do esterno no plano mediano e seu afastamento; ● Toracotomia: abertura cirúrgica da parede torácica para penetrar na cavidade pleural. Em geral, a abordagem lateral é mais satisfatória para acesso à caixa torácica. Com o paciente deitado sobre o outro lado, o membro superior é completamente abduzido, colocando o antebraço ao lado da cabeça do paciente. Isso ocasiona elevação e rotação lateral do ângulo inferior da escápula, dando acesso até o 4° espaço intercostal. Na toracotomia anterior faz-se incisão em H no pericôndrio das cartilagens costais. As faces posterolaterais dos 5° a 7° espaços intercostais são locais importantes para incisões de toracotomia posterior; ● Acesso cirúrgico intratorácico extrapleural: a natureza relativamente frouxa da fáscia endotorácica fina propicia um plano de clivagem natural, permitindo ao cirurgião separar a pleura parietal costal que reveste a cavidade pulmonar da parede torácica. Isso possibilita acesso intratorácico às estruturas extrapleurais (p. ex., linfonodos) e a introdução de instrumento sem abertura e talvez contaminação da cavidade pleural; ● Atelectasia: fratura de costela, trauma, contusão, operação → dor → a dor impede que o indivíduo tenha uma inspiração forçada → alvéolos colabados (não estão totalmente distendidos): superfície de troca pulmonar reduz → risco de pneumonia → fisioterapia respiratória → a dor precisa ser abolida; ● Mal de Pott: acometimento da coluna vertebral por tuberculose - cifose acentuada (curvatura muito acentuada); ● Paralisia do diafragma: a paralisia da metade do diafragma (uma cúpula ou hemidiafragma) decorrente de lesão do nervo frênico (parte motora) não afeta a outra metade porque as inervações de cada cúpula são separadas. A paralisia do diafragma pode ser detectada radiologicamente por observação de seu movimento paradoxal. Em vez de descer, como faria normalmente durante a inspiração por causa da contração do diafragma, a cúpula paralisada ascende porque é empurrada para cima pelas vísceras abdominais que estão sendo comprimidas pela cúpula contralateral ativa. Em vez de ascender durante a expiração, a cúpula paralisada desce em resposta à pressão positiva nos pulmões. OBS: conceitos ● Esqueletopia: define a posição de um órgão em relação ao esqueleto; ● Sintopia: posição de um órgão em relação aos órgãos vizinhos; ● Holotopia: relação do órgão com o corpo. 12 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork 9- Nervos da parede torácica ● Os 12 pares espinais de nervos torácicos suprem a parede torácica; ● Assim que deixam os forames intervertebrais nos quais são formados, os nervos espinais torácicos mistos dividem-se em ramos anterior e posterior (menor); ● Os ramos posteriores dos nervos espinais torácicos seguem em sentido posterior, imediatamente laterais aos processos articulares das vértebras, para suprir as articulações, os músculos profundos e a pele do dorso na região torácica; ● Os ramos anteriores dos nervos T1-T11 formam os nervos intercostais que seguem ao longo dos espaços intercostais, no sulco das costelas. O ramo anterior do nervo T12, que segue inferiormente à costela XII, é o nervo subcostal; ● Os ramos de um nervo intercostal típico (3° a 6°) são: ○ Ramos colaterais que se originam perto dos ângulos das costelas, descem e seguem ao longo da margem superior da costela inferior, ajudando a suprir os músculos intercostais e a pleura parietal; ○ Ramos cutâneos laterais que se originam perto da linha axilar média (LAM) perfuram os músculos intercostais internos e externos e dividem-se em ramos anteriores e posteriores. Esses ramos terminais inervam a pele da parede lateral do tórax e abdome. O nervo cutâneo lateral do segundo nervo intercostal emite um ramo que se une ao nervo cutâneo medial do braço, para inervar a pele e tela subcutânea no assoalho da axila - é chamado de nervo intercostobraquial (compartilha inervação na parede torácica e face medial e posterior do braço); ○ Ramos cutâneos anteriores perfuram os músculos e as membranas do espaço intercostal na linha paraesternal e dividem-se em ramos mediais e laterais. Esses ramos terminais inervam a pele na face anterior do tórax e abdome; ○ Ramos musculares que suprem os músculos intercostal, subcostal, transverso do tórax, levantadores das costelas e serrátil posterior. ● Os nervos seguem entre os músculos intercostais internos e íntimos; ● Os nervos seguem inferiormente às artérias intercostais (que, por sua vez, situam-se abaixo das veias intercostais) - VAN (veia - artéria - nervos); ● Embora o ramo anterior da maioria dos nervos espinais torácicos seja simplesmente o nervo intercostal daquele nível, o ramo anterior do 1o nervotorácico (T1) divide-se em uma grande parte superior e uma pequena parte inferior. A parte superior une-se ao plexo braquial, o plexo que inerva o membro superior, e a parte inferior torna-se o 1o nervo intercostal; ● Através de seu ramo posterior e dos ramos cutâneos lateral e anterior, do seu ramo anterior, a maioria dos nervos espinais torácicos (T2–T12) supre um dermátomo do tronco em faixa, que se estende da linha mediana posterior até a linha mediana anterior. O dermátomo T4 inclui a papila mamária; o dermátomo T10 inclui o umbigo. Os dermátomos auxiliam na verificação de lesão medular e o local de bloqueio anestésico na medula espinal. A verificação da sensibilidade nos dermátomos pode orientar a lesão de determinado segmento medular. 13 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork Correlações clínicas: ● Herpes-zóster dos gânglios espinais: doença viral dos gânglios sensitivos dos nervos espinais, que causa lesão cutânea clássica, com distribuição em dermátomos, que é muito dolorosa. Após invadir um gânglio, o vírus causa dor em queimação aguda no dermátomo suprido pelo nervo envolvido. A área de pele afetada torna-se vermelha e surgem erupções vesiculares. A dor pode preceder ou acompanhar a erupção cutânea; ● Bloqueio do nervo intercostal: infiltração do anestésico ao redor do tronco do nervo intercostal e de seus ramos colaterais. 10- Artérias da parede torácica ● A irrigação arterial da parede torácica provém das: ○ Artérias intercostais anteriores - ramos da artéria torácica interna - antiga artéria mamária interna (ramo da artéria subclávia); ○ Artérias intercostais posteriores - ramos da parte torácica da aorta. No 1° e 2° espaços intercostais, são provenientes da artéria intercostal suprema, que tem origem da artéria subclávia. 14 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Artéria axilar, através da artéria torácica superior e artéria torácica lateral, contribuem para um suprimento sanguíneo a mais nas partes superiores da parede torácica; ● A última artéria é chamada de subcostal; ● Lembrar que a artéria torácica interna, no nível do 6° espaço intercostal, bifurca-se, nos seus ramos terminais, a artéria musculofrênica (irriga os espaços intercostais abaixo) e artéria epigástrica superior (caminha para a parede anterior do abdome, fazendo anastomose com a artéria epigástrica inferior). A artéria torácica interna é importante pois dá origem às artérias intercostais anteriores, está próxima ao coração e ao lado do esterno, portanto uma esternotomia mediana não passa sobre a artéria torácica interna. Nesse sentido, esse vaso ganha importância na revascularização do miocárdio, (ponte na artéria coronária - ponte entre dois ramos da artéria coronária, para irrigar local obstruído), uma vez que possui boa anastomose com as artérias intercostais posteriores, não prejudicando a vascularização da parede torácica, quando for retirado e transplantado para o coração; ● As artérias intercostais anteriores fazem anastomose com as artérias intercostais posteriores - importância clínica na COARCTAÇÃO DA AORTA (constrição na aorta, logo após o arco da aorta) → dificuldade de fluxo do arco da aorta para a parte torácica → sangue no interior no arco aórtico segue para a artéria subclávia → artéria torácica interna → intercostal anterior → intercostal posterior → chegando na parte torácica da artéria aorta. Pessoas com riquezas de anastomose sobrevivem por longo tempo - o diagnóstico passa a ser tardio e a necessidade de tratamento cirúrgico demora. 11- Veias da parede torácica ● Veias intercostais anteriores → veia torácica interna → veia braquiocefálica; ● Veias intercostais posteriores → veia ázigo → VCS. As 4-8 veias int. posteriores esquerdas drenam para veia hemiázigo acessória e as 9-12 veias int. posteriores esquerdas para a veia hemiázigo → depois drenam para a v. ázigo; 15 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● As 1° veias intercostais posteriores, em geral, drenam diretamente para as veias braquiocefálicas direita e esquerda; ● 2°, 3° e às vezes 4° veias intercostais posteriores direitas → veia intercostal superior direita → veia ázigo → VCS; ● 2°, 3° e às vezes 4° veias intercostais posteriores esquerdas → veia intercostal superior esquerda → veia braquicefálica; ● As veias intercostais posteriores anastomosam-se com as veias intercostais anteriores. Correlações clínicas: ● Punção da artéria e veia subclávia: esses vasos passam sobre a face superior da 1°costela. Na punção desses vasos, a agulha não penetra na cavidade torácica. 12- Exames de imagem ● Radiografia simples: em uma radiografia simples, um feixe de raios X altamente penetrante transilumina o paciente e mostra tecidos de diferentes densidades de massa no corpo como imagens de diferentes intensidades (áreas claras e escuras). No tórax, a mais solicitada é a radiografia PA, usada principalmente para examinar as estruturas respiratórias e vasculares, bem como a parede torácica. O acúmulo de líquido (derrame pleural) nas cavidades pulmonares não permite a descida da margem inferior dos pulmões para o recesso, e a densidade de ar radiotransparente habitual é substituída por radiopacidade. A doença lobar, como a pneumonia, apresenta-se na forma de áreas localizadas, relativamente radiodensas, que contrastam com a radiotransparência do restante do pulmão. 16 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork ● Tomografia computadorizada (TC): produz imagens radiográficas do corpo que se assemelham a cortes anatômicos transversais. Um feixe de raios X atravessa o corpo enquanto o tubo de raios X e o detector giram em torno do eixo. As imagens de TC e RM são sempre visualizadas como se o examinador estivesse de pé olhando para o paciente em decúbito dorsal do ponto de vista dos pés do leito – isto é, de um ponto de vista inferior (paciente deitado de barriga para cima e o observador olhando em direção ao pé do paciente). 1: esterno 7: cavidade pleural direita 2: corpo da vértebra torácica 8: cavidade pleural esquerda 3-6: costelas 9: mediastino ● Ressonância magnética (RM): as imagens do corpo obtidas por RM são semelhantes às imagens obtidas por TC, porém permitem melhor diferenciação tecidual. A pessoa é colocada em um escâner com forte campo magnético, e o corpo é exposto a pulsos de ondas de rádio. A seguir, os sinais emitidos pelos tecidos do paciente são armazenados em um computador e reconstruídos em várias imagens do corpo. 17 ANATOMIA Resumo - Larissa Stork REFERÊNCIAS - MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 8ª.edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. - NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 7ª.edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 18
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