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• A Paramentação e a Degermação da equipe cirúrgica exigem a realizac ̧ão de PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS EXECUTADOS EM PASSOS PADRONIZADOS E COM OBSERVAÇÃO RIGOROSA dos princípios científicos com atenção para a biossegurança. • Vale ressaltar que o uso da paramentação cirúrgica objetiva principalmente a proteção dos pacientes contra contaminação do sítio cirúrgico por microorganismos liberados pelo ambiente, pessoas, materiais e equipamentos em sala de operações, e da equipe cirúrgica de fluidos inerentes ao procedimento. O que é paramentação cirúrgica? • É um conjunto de barreiras contra a invasão de microorganismos nos sítios cirúrgicos dos clientes/pacientes e para proteção de exposição dos profissionais a sangue e outros fluidos orgânicos de clientes. • Constituem-se de: propés, uniforme privativo (jaleco e calça), gorro, máscara, capote, luvas estéreis e protetor ocular. 1. Touca: barreira de proteção contra microorganismos do cabelo e couro cabeludo, em tamanho adequado para a cobertura total do cabelo e sem solução de continuidade (furos, rasgos) para não "quebrar" a barreira asséptica. Por ser apenas limpa, não pode tocar em superfícies estéreis. 2. Uniforme privativo: evita liberação de microorganismos da pele, tronco e membros, fornecido em tamanhos que atendam os diferentes manequins dos usuários. 3. Propé e/ou sapato privativo: • Porém, sua eficácia no controle de infecc ̧ões tem sido questionada em vários estudos, cujo resumo de suas conclusões é apresentado a seguir: o Diferenc ̧a não significativa de contaminação do chão entre calc ̧ados comuns e propés; o não é habitual a troca de propés, mesmo após pisotear secreções orgânicas presentes no chão, que se disseminam por todas as áreas do centro cirúrgico; o o ato de caminhar é a mais importante causa da dispersão bacteriana do chão do que o tipo de cobertura de sapatos utilizado; o microorganismos do chão dificilmente se dissipam ao ar ambiente e não são aqueles causadores de infecção do sítio cirúrgico; o a chance de contaminação de uma ferida com microorganismos oriundos do chão se dá antes pela sua veiculac ̧ão e por contato do que pela sua disseminação do chão para o ar ambiente. • Mesmo assim, coberturas de sapatos ou sapatos privativos continuam sendo recomendados para proteção do trabalhador contra contaminação com fluidos. 4. Máscara cirúrgica ou protetor respiratório: • Evita a liberação de microorganismos oriundos do nariz e da boca dos profissionais, protegendo o paciente de contaminação na incisão cirúrgica. Do lado do profissional, protege suas mucosas de respingos de sangue e outros fluidos do cliente. • Para isso, a máscara deve apresentar capacidade mínima de filtração por certo período de tempo. Importante lembrar que quaisquer protetores respiratórios não têm eficácia alguma se não forem usados corretamente. Isso significa que devem ser colocados por todos que entram e permanecem na SO, com cobertura completa do nariz e da boca, aderindo à pele nas regiões superior, inferior e laterais do rosto. • Estudos citam que as máscaras convencionais apresentam uma vida útil de 2 horas, findas as quais é desejável que sejam trocadas ou mesmo antes, por ocorrência de sujidade ou excesso de umidade. Por serem apenas limpas, não devem entrar em contato com superfícies 5. Avental cirúrgico ou Capote Cirúrgico: • Evita a liberação de microrganismos provenientes do corpo dos profissionais e a contaminação dos sítios invadidos dos pacientes. Com relação ao profissional, protege a pele do corpo da exposição ao sangue e outras substâncias orgânicas do paciente. • As regiões vulneráveis à contaminação estão nas regiões das golas, mangas e abertura inferior • Estéril 6. Luvas cirúrgicas: • Servem como barreira tanto para proteger o cliente/paciente da flora microbiana das mãos da equipe cirúrgica, como para evitar infecção ocupacional pelo contato com sangue do paciente. • Estéril Degermação cirúrgica: • Definic ̧ão: ato de escovar e lavar as mãos e antebraços (áreas nobres) com soluções antisépticas visando a redução ao máximo de microrganismos nessas áreas. • Degermação Cirúrgica constitui-se de degermação mecânica (uso da escova) + química (uso de antissépticos degermantes), ✓ PROCEDIMENTO DE DEGERMAÇÃO CIRÚRGICA: • 1o)Abrir a torneira, observar se o mecanismo para acionar a saída e a parada de água e ́ a própria alavanca da torneira, células fotoelétricas ou acionamento pelo chão; • Obs.: se a torneira for comum, de cabo, deverá ser fechada com o cotovelo. • 2o) Lavar as mãos e antebraços com degermante contendo PVPI a 1% ou Clorohexidina e água corrente para retirada de sujidades. As pessoas ale ́rgicas ao iodo deverão usar a solução determante de Clorohexidina a 4%. • 3o) Enxaguar as mãos e elevá-las para o antisséptico escorrer em direção aos cotovelos indo da parte mais limpa para a menos limpa; • 4o) Retirar a escova de degermação esterilizada do invólucro pela metade inferior com a mão esquerda e embebê- la com o degermante. • 5o) Molhar as cerdas e colocar PVPI (se a escova já não contiver antisséptico com detergente); • 6o) Escovar as unhas (ponta dos dedos) da mão direita com a escova na mão esquerda enquanto conta mentalmente até cinquenta (50x); • 7o) Continuar a escovação por etapas (sentido: ponta dos dedos – cotovelo) escovando cada seguimento 25 vezes cada (25x); • Sequência da escovação: ponta dos dedos (50x) – dorso dos dedos (25X) – palma dos dedos (25X) - interdigitais (25X) – dorso da mão (25X) – palma da mão (25X) – região dorsal e ventral do antebraço (25X). • 8o) Passar a escova para a outra mão e lavá-la deixando a água escorrer; • 9o) Passar o antisséptico degermante na escova e proceder à escovação da outra mão; • 10o) Ao final, desprezar a escova na pia e enxaguar cada uma das mãos, unindo as extremidades dos dedos e colocando os antebraços na vertical de maneira que a água escorra em direção aos cotovelos. Capote e calçamento de luvas estéreis • Conceito: Passo seguinte à degermação. Ato de vestir-se para o ato cirúrgico com capote estéril e calçar luvas cirúrgicas também estéreis. • 1o) Na SO efetua-se a secagem das mãos e parte dos antebraços com uma compressa estéril indo na direção das mãos para os cotovelos. Fazer movimentos compressivos e não de fricc ̧ão evitando sempre que a compressa atinja regiões não escovadas. Em seguida jogar a compressa no saco de hamper. • 2o) Estando com as mãos secas, vestirá o capote esterilizado, tocando-o apenas pelo lado interno para não contaminá-lo já que as mãos, embora escovadas, ainda estão sem luvas. Para vestir o capote estéril na técnica asséptica, a equipe cirúrgica necessita da presença e auxílio da circulação de sala, por isto este profissional deverá estar capacitado para desempenhar esta função relacionada ao manuseio correto dos capotes (ou aventais). Técnica para vestir o avental cirúrgico: • Pegar o avental com a ponta dos dedos pelo seu lado interno e, depois, elevá-lo, trazendo-o para fora da mesa. A maneira correta de pegar o capote vai depender do modo como ele é dobrado, o que varia de uma região para outra. Qualquer que seja o modo, no entanto, é imprescindível observar o princípio fundamental de só tocar a parte interna do capote e nunca pela parte externa; abrir o capote com movimentos delicadose firmes, tendo o cuidado de não tocar sua face externa; • Segurar o capote afastado do corpo e introduzir, ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas, com um movimento para cima; • Dar as costas ao circulante de sala para que as tiras da parte posterior e da cintura (lateral) sejam amarradas por ele, afastando-as da cintura para facilitar a ac ̧ão. Técnica para calçar luvas cirúrgicas (estéreis): • 1o) Abrir o pacote de luvas de modo a deixar os punhos voltados para a pessoa que irá calçá-las.Ter o cuidado de afastar a aba interna do pacote sem tocar as luvas com as mãos desnudas; • 2o) retirar a luva esquerda do envelope, segurando-a pelo punho com a mão direita; • 3o) calçar a luva esquerda com o auxílio da mão direita tocando-a apenas pelo lado de dentro e mantendo a dobra do punho; • 4o) retirar a luva direita do envelope, colocando a mão esquerda na abertura do mesmo e introduzindo os quatro dedos sob a dobra do punho; • 5o) calçar essa luva com o auxílio da mão esquerda mantendo os dedos desta mão introduzidos na dobra e puxando até cobrir o punho da manga do capote; • 6o) manter as mãos enluvadas para o alto (acima da cintura) e, quando não ocupadas, protegê- las com compressa estéril ou campo estéril. Existem alguns capotes com local apropriado para o descanso e proteção das mãos enluvadas. Recomendações importantes ao calçar luvas estéreis: • A mão nua só deve tocar a parte interna da luva, enquanto a mão enluvada só pode tocar a parte externa; • Deve-se tentar encaixar polegar primeiro, para dar estabilidade de colocar outros dedos • Preferencial colocar mão dominante primeiro • Se, ao calçar as luvas, os dedos entrarem trocados, só tentar corrigir após ter as duas luvas calçadas; • Com as mãos enluvadas, evitar tocar a gola, as costas e o terço inferir do capote cirúrgico por serem áreas consideradas “zonas perigosas” em termos de contaminação; • Para descalc ̧ar as luvas deve-se, primeiramente, dobrar o punho da luva esquerda. Com os dedos da mão esquerda ainda enluvados, retirar a luva direita sem que esta toque a pele. Com a mão esquerda enluvada segurar a luva direita; depois com a mão direita desnuda remover a luva esquerda, puxando-a pela dobra do punho por sobre a luva direita. Tocar apenas a parte interna da luva esquerda.
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