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Josué Mallmann Centenaro Glicogênio O glicogênio é um homopolissacarídeo de glicose com cadeia ramificada. A ligação glicosídica principal é a α(1-4) e a cada oito ou dez resíduos de glicose, existe uma ramificação contendo uma ligação β(1-6). O glicogênio forma grânulos citoplasmáticos distintos que contém a maioria das enzimas necessárias para a síntese e degradação de glicogênio. A glicose em excesso, em uma ampla gama de organismos, é convertida em formas poliméricas do armazenamento: glicogênio, que é um homopolissacarídeo (composto apenas por moléculas de glicose), nos vertebrados e em muitos microrganismos, enquanto nos vegetais o amido é a principal forma de armazenamento. Nos vetebrados, o glicogênio é encontrado principalmente no fígado e nos músculos esqueléticos. O glicogênio muscular pode ser exaurido em menos de uma hora de atividade muscular vigorosa. O glicogênio hepático, serve como reservatório de glicose para os demais tecidos (entre as refeições ou durante o jejum quando a glicose da alimentação não está disponível). Biossíntese do glicogênio A biossíntese do glicogênio, também conhecida como glicogênese, difere da gliconeogênese que é a síntese da glicose. A síntese do glicogênio ocorre em praticamente todas as células e tecidos animais, mas ela é especialmente proeminente no fígado e nos músculos esqueléticos. Muscular: atua como reserva de combustível para a síntese de ATP durante a contração muscular. Hepático: mantém a concentração normal de glicose sanguínea, especialmente durante o início do jejum. A gliconeogênese é uma via que repõe a glicose de modo lento, enquanto que a glicogenólise (a degradação do glicogênio) permite uma disponibilização de glicose aos tecidos bem mais rápida. Isso ocorre pois o processo de união das moléculas de glicose é mais demorado do que simplesmete separar essas moléculas. Estrutura do glicogênio Na cadeia linear de glicogênio, existem ligações α(1-4), nos lugares de ramificações há ligações β(1-6). Nas extremidades redutoras de uma molécula de glicogênio, há a presença de hidroxilas (OH), que são possíveis de fazer novas ligações, cadeia bastante ramificada. Por isso é importante a molécula de glicogênio ser bem ramificada. Reações da síntese A síntese do glicogênio ocorre a partir de moléculas de glicose-6-fosfato (G6P). Essa molécula de glicose-6- fosfato é convertida a glicose-1-fosfato (G1P) pela enzima fosfoglicomutase. A enzima hexoquinase, na imagem ao lado, atua para deixar a molécula fosforilada. Na presença de UTP (uracila trifosfato), a glicose-1- fosfato é ligada ao UDP-glicose e liberando pirofosfato inorgânico (PPI), reação está catalisada pela enzima UDP-glicose pirofosfatase. A UDP-glicose é um nucleotídeo de açúcar, a qual será a fonte de todos os resíduos de glicose que serão adicionados à molécula de glicogênio em formação. O pirofosfato (PPI), que é o segundo produto da reação, é hidrolisado a 2Pi pela enzima pirofosfatase. Na cadeia linear é sempre adicionada uma a uma glicose. Reação catalisada pela enzima UDP-glicose pirofosforilase. Reação catalisada pela enzima glicogênio sintase. A UDP-glicose é a doadora imediata de resíduos de glicose na reação catalisada pela enzima glicogênio sintase. A glicogênio sintase promove a transferência do resíduo de glicose da UDP-glicose, para a ponta não-redutora de uma ramificação da molécula de glicogênio. Resumindo Ramificação do glicogênio A enzima glicogênio sintase não pode sintetizar as ligações α(1-6) encontradas nos pontos de ramificação do glicogênio. Essas ramificações são formadas pela enzima de ramificação do glicogênio. Esta enzima catalisa a transferência de fragmentos de seis ou sete resíduos de glicose de uma ponta não- redutora de um ramo do glicogênio, até o grupo hidroxila (OH) do carbono 6 de um resíduo de glicose em uma posição posterior da mesma ou de uma outra cadeia do glicogênio, criando assim uma nova ramificação. Resíduos de glicose adicionais podem ser acrescentados pela enzima glicogênio sintase a nova ramificação. A ação da enzima ramificadora do glicogênio ou α(1-4) α(1-6) transglicosilase – ocorre a formação da ramificação α(1-6). Início da síntese: glicogenina A enzima glicogênio sintase não pode iniciar a síntese de uma nova cadeia de glicogênio a partir de moléculas de glicose. Ela necessita de um molde previamente existente. A proteína glicogenina, que é um primer, é o molde inicial ao qual os primeiros resíduos de glicose são ligados, e também, a enzima catalisadora das reações de polimerização. A glicogenina, possui um resíduo de tirosina, onde o primeiro resíduo de glicose se liga. Após, mais sete resíduos de glicose são adicionados a este primeiro, todos eles fornecidos pela UDP-glicose. Quando oito resíduos de glicose estão ligados a glicogenina, a cadeia de glicogênio pode ser aumentada pela ação de glicogênio sintase e da enzima ramificadora de glicogênio. A glicogenina permanece sepultada dentro da partícula de glicogênio, ligada de uma forma covalente na única extremidade redutora da molécula.
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