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25 Camila Medeiros | Biomedicina | Bioquímica Metabólica Glicogênese e Glicogenólise FONTES DE GLICOSE SANGUÍNEA A disponibilidade de glicose sanguínea é oriunda de três possíveis situações: alimentação: os carboidratos são digeridos e então absorvido nos enterócitos. Assim, sendo disponibilizado de forma sistêmica glicogênio (jejum 12-24h): será utilizado a reserva de glicose. gliconeogênese (jejum de 18-24h): a produção de glicose a partir de compostos aglicanos. ESTRUTURA DO GLICOGÊNIO É um homopolissacarídeo, formado por um único tipo de carboidrato (glicose). As moléculas de glicose são ligadas através de ligações α(1-4). Também teremos pontos de ramificação, onde o carbono 6 de uma molécula de glicose se ligará ao carbono 1 de outra molécula de glicose, formando ligações α(1-6). Essas ligações acontecem a cada 8-10 moléculas de glicose. • glicogênio muscular: o glicogênio no músculo será utilizado para a contração do próprio músculo. • glicogênio hepático: o glicogênio no fígado é utilizado para manter o nível basal de glicose sanguínea. importante no início do jejum. O glicogênio é armazenado em grânulos citoplasmáticos diferenciados, que contém as enzimas necessária para a síntese a para a degradação do glicogênio. SÍNTESE E DEGRAÇÃO DO GLICOGÊNIO Para a síntese de glicogênio, é necessário moléculas de glicoses. A molécula de glicose será fosforilada, receberá uma base nitrogenada (a Uracila), formando a UDP- glicose. A glicogênio sintase, utilizará a UDP-glicose (a molécula ativa) para adicionar essa glicose nas cadeias de carboidratos que já estão presentes no citoplasma. Após isso, a enzima ramificadora remove um fragmento da cadeia e realiza um ponto de ramificação, formando, então, a molécula de glicogênio. Na degradação, a glicogênio fosforilase remove e fosforila os monômeros de glicose um-a-um. Após isso, teremos enzimas (desramificadora transferase) que atuam transferindo uma sequência de glicose próxima ao ponto de ramificação para o final da cadeia. E então, outra enzima promove a quebra da ligação α(1-6). No final, essa glicose sairá do hepatócito e irá para as células. OBS: No músculo, a glicose será fosforilada no carbono 6 e seguirá pela hexocinase. Seguindo para a via glicolítica. 26 Camila Medeiros | Biomedicina | Bioquímica Metabólica SÍNTESE DE GLICOGÊNIO – GLICOGÊNESE Etapa 1 O glicogênio é sintetizado a partir de moléculas de α-D-glicose-6-P. O processo ocorre no citosol e requer energia fornecida pelo ATP (fosforilar a glicose). Etapa 2 A α-D-glicose-6-P é convertida em α-D- glicose-1-P pela enzima fosfoglicomutase, tendo a glicose 1,6 bifosfato como intermediário obrigatório nessa reação. Ou seja, a enzima fosfoglicomutase adiciona um fosfato no carbono 1 (formando o intermediário 1,6 bifosfato) e após isso remove o fosfato do carbono 6. Etapa 3 A α-D-glicose-1-P é convertida em nucleotídeos de açúcar (UDP-glicose) pela enzima UDP-glicose-pirofosfatase, na presença de Trifosfato de Uridina (UTP). A molécula de glicose irá reagir com o nucleotídeo. 27 Camila Medeiros | Biomedicina | Bioquímica Metabólica Etapa 4 As moléculas de UDP-glicose são adicionadas pela enzima Glicogênio Sintase a um segmento iniciador ligado ao resíduo de tirosina da proteína Glicogenina, atividade executada pela própria proteína. Ou seja, o início da síntese do glicogênio deve-se a presença da Glicogenina. A Glicogenina tem um resíduo de tirosina, cuja a hidroxila será utilizada para a iniciação da molécula de glicogênio. Ainda não se sabe o mecanismo de adição das primeiras moléculas de glicose ao glicogênio. As primeiras moléculas de glicose (geralmente, uma ou duas moléculas) são adicionadas a hidroxila do resíduo de tirosina. O alongamento dessa cadeia é realizado pela enzima glicogênio sintase, essa enzima é regulada pela insulina. Após a refeição, o pâncreas secreta insulina, essa insulina ativa a expressão gênica que codifica essa proteína e também sua atividade. E então a glicogênio sintase vai adicionando a glicose a cadeia. O alongamento de uma cadeia de glicogênio envolve a transferência de um resíduo de glicose a partir do UDP-Glicose para a extremidade não-redutora da cadeia em crescimento. 28 Camila Medeiros | Biomedicina | Bioquímica Metabólica As ramificações são formadas pela ação da enzima de ramificação, amilo α(1-4) – α(1-6) – transglicosidade. Essa enzima transfere uma cadeia de 5-8 resíduos glicosil da extremidade não-redutora para outro resíduo na cadeia, unindo-a por meio de uma ligação α(1-6). DEGRADAÇÃO DO GLICOGÊNIO – GLICOGENÓLISE A primeira reação ativada, é a capacidade catalítica da enzima glicogênio fosforilase. Esta é ativada pelo hormônio glucagon. A função da enzima glicogênio fosforilase, é fosforilar moléculas de glicose. Ou seja, promover a quebra das ligações α(1-4) em todas as pontas não-redutora. Antes de quatro resíduos de glicose da ligação α(1-6), a enzima para sua atividade. A glicogênio fosforilase utiliza uma molécula de piridoxal fosfato como coenzima e essa colabora na etapa de fosforilação de glicose livre no carbono 1. A enzima Oligo-α-(1-4)–α-(1-4)-Glican- Transferase, irá quebrar a ligação α(1-4) liberando ou transferindo três resíduos de glicose para a ponta. Assim, deixando apenas o resíduo com a ligação α(1-6). Com isso, possibilita a atividade da enzima glicogênio fosforila, que agora, pode continuar sua atividade. A enzima amilo α(1-6) glicosidase irá clivar o último resíduo de glicose, que esta com a ligação α(1-6). Podemos concluir, que, após a clivagem da ligação α(1-6), a cadeia remanescente está disponível para a clivagem pela glicogênio fosforilase. 29 Camila Medeiros | Biomedicina | Bioquímica Metabólica O produto final da ação das enzimas citadas anteriormente é a glicose 1-P. A glicose 1-P sofre a ação da enzima fosfoglicomutase, que irá adicionar um fosfato no carbono 6, formando o intermediário glicose-1,6- bisfosfato. Em seguida, retira o fosfato do carbono 1. Na última reação da glicogenólise, a glicose 6-P é transportada para dentro do retículo endoplasmático. No lúmen desse retículo endoplasmático temos uma região da enzima glicose 6-fosfatase, que tem atividade catalítica, que remove o fosfato do carbono 6. Resultando em glicose e fosfato inorgânico, ambos são transportados de dentro do lúmen para o citosol da célula. Essa glicose, disponível no citosol do hepatócito, irá para a corrente sanguínea.
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