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Ventilação Pulmonar

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1 João Pedro Ricardo | p3 – medicina, UFAL 
VENTILAÇÃO PULMONAR 
DEFINIÇÃO 
Ventilação pulmonar é a entrada e saída de ar (volume) dos 
pulmões em cada respiração (seja ela tranquila ou forçada). 
GENERALIDADES 
O objetivo da respiração é promover/levar O2 aos tecidos e 
remove o CO2 dos mesmos. 
• A fim de alcançar estes objetivos, a respiração se 
divide em quatro funções principais: 
o Ventilação pulmonar 
o Difusão (simples) de O2 e CO2 entre 
alvéolos e sangue → troca gasosa! 
▪ O O2 segue do lugar mais 
concentrado para o menos. 
o Transporte de O2 e CO2 no sangue e nos 
líquidos corporais → PERFUSÃO 
▪ Passagem de sangue pelos 
órgãos e tecidos do nosso corpo. 
o Regulação da ventilação e outros 
aspectos relacionados da respiração → 
controle, realizado pelo SNC + pequena 
participação do SNP. 
PAPEL DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS NA 
EXPANSÃO E NA CONTRAÇÃO PULMONAR 
OS PULMÕES PODEM SER EXPANDIDOS E 
CONTRAÍDOS ATRAVÉS DE DOIS MÉTODOS: 
1. Movimentos de subida e descida do diafragma 
para aumentar e diminuir a cavidade torácica → 
RESPIRAÇÃO TRANQUILA normal 
o Inspiração: diafragma trabalha de forma 
ativa, se contraindo (para baixo, puxando 
a pleura parietal junto a ele – ela está 
conectada ao m. diafragma) → diâmetro 
anterossuperior aumenta. 
i. O espaço pleural, cuja pressão é 
negativa, passa a ter pressão 
ainda mais negativa! 
O ar passa a entrar por ter mais 
espaço para ele ali dentro. 
o Expiração: diafragma trabalha de forma 
passiva, relaxando, diminuindo o espaço e 
aumentando a pressão ali dentro. 
 
2. Elevação e depressão das costelas para aumentar 
e diminuir o diâmetro anteroposterior da cavidade 
torácica → RESPIRAÇÃO FORÇADA 
MÚSCULOS DA RESPIRAÇÃO FORÇADA: 
INSPIRAÇÃO: 
Músculos Intercostal Externo, ECM, Serrátil e Escaleno → 
músculos que elevam a caixa torácica. 
• Lembrar da expressão: “fulano pegou ar!”: 
inspirou forte → caixa torácica eleva e o esterno é 
empurrado para a frente, fazendo com que o 
diâmetro da caixa torácica aumente 
anteroposteriormente. 
EXPIRAÇÃO: 
Músculos Intercostal interno e o Reto Abdominal, que 
puxam as costelas para baixo → depressão da caixa 
torácica. 
• O reto abdominal ainda comprime o abdome, 
fazendo com que as alças intestinais subam, 
empurrando fígado, estomago e 
consequentemente auxiliando (empurrando) o 
diafragma para cima!! 
 
PRESSÕES QUE CAUSAM O MOVIMENTO DO AR 
PARA DENTRO E PARA FORA DOS PULMÕES 
Quando se fala de ventilação pulmonar, são importantes as 
pressões pleural, alveolar e a transpulmonar. 
PRESSÃO PLEURAL 
Pressão do liquido no estreito espaço entre a pleura 
visceral e a pleura parietal. 
É a força dentro da pleura! 
• Possui valor negativo que varia da expiração para a 
inspiração. 
 
2 João Pedro Ricardo | p3 – medicina, UFAL 
 
PRESSÃO ALVEOLAR 
Pressão/força do ar dentro dos alvéolos pulmonares. 
• Como com a pressão pulmonar, a pressão alveolar 
varia da inspiração para a expiração. 
PRESSÃO TRANSPULMONAR DE RETRAÇÃO 
É a diferença entre a pressão alveolar e a pressão 
pulmonar. 
• Diferença de pressão entre os alvéolos e as 
superfícies externas dos pulmões, sendo medida 
das forças elásticas nos pulmões que tendem a 
colapsá-los a cada instante da respiração. 
COMPLACÊNCIA PULMONAR 
Se refere ao grau de extensão dos pulmões por cada 
unidade de aumento da pressão transpulmonar. 
• A unidade de medida é mL de ar por cm de 
pressão de água transpulmonar. 
DIAGRAMA DE COMPLACÊNCIA PULMONAR 
Relaciona as alterações do volume pulmonar com as 
mudanças da pressão transpulmonar e é diferente para a 
inspiração e para a expiração. 
As características do diagrama de complacência são 
determinadas pelas forças elásticas dos pulmões, divididas 
em: 
1. força elástica do tecido pulmonar 
propriamente dito, determinadas pelas fibras 
de elastina e colágeno. 
a. Nos pulmões vazios estão contraídas 
e dobradas; quando expandidos, as 
fibras se estiram e desdobram, se 
alongando! 
2. forças elásticas, causadas pela tensão 
superficial do líquido que reveste as paredes 
internas dos alvéolos e outros espaços aéreos 
pulmonares. 
a. Quando os pulmões são cheios com 
ar, existe uma interface entre o 
líquido alveolar e o ar no interior do 
alvéolo. No caso dos pulmões cheios 
por solução salina, não existe 
interface ar- líquido; portanto, o 
efeito da tensão superficial não está 
presente apenas as forças elásticas 
dos tecidos estão operando neste 
caso. 
As pressões transpleurais, necessárias para expandir os 
pulmões cheios com ar, são cerca de três vezes maiores que 
as necessárias para expandir os pulmões cheios com 
solução salina. Assim, pode-se concluir que as forças 
elásticas teciduais que tendem a provocar o colapso do 
pulmão cheio com ar representam, apenas cerca de um 
terço da elasticidade total pulmonar, enquanto as forças de 
tensão superficial líquido-ar nos alvéolos representam 
cerca de dois terços. 
 
PRÍNCIPIOS DA TENSÃO SUPERFICIAL 
Quando a água forma uma superfície de contato com o ar, 
as moléculas de água na superfície têm atração 
superficialmente forte umas pelas outras. 
• Se o alvéolo tem moléculas de água dentro dele, 
elas tendem a se encontrar. 
o Para isso, elas puxam a parede alveolar, o 
que acaba colapsando o pulmão!! 
• O epitélio alveolar tem que se preparar para evitar 
o colapso pela tensão de sua superfície. 
o O epitélio alveolar é composto por dois 
tipos de células – células epiteliais 
 
3 João Pedro Ricardo | p3 – medicina, UFAL 
alveolares do tipo I ou pneumócitos tipo I 
e as células alveolares tipo II ou 
pneumócitos tipo II, que produzem 
surfactantes – rico em lipídios para 
impedir o colapso alveolar. 
• O surfactante é um líquido cuja composição é de 
fosfolipídios, proteínas e íons (Ca²+, por ex.) que 
bloqueia a junção/união das moléculas de água 
por meio de sua polaridade!!!!!! 
>>> quanto menor o alvéolo maior a pressão alveolar 
causada pela tensão superficial 
• Isto é especialmente significativo em recém-
nascidos prematuros, muitos dos quais têm o raio 
alveolar menor que um quarto dos encontrados 
em adultos. 
Além disso, o surfactante não começa a ser secretado nos 
alvéolos até o sexto ou sétimo mês de gestação e, em 
alguns casos, até mesmo mais tardiamente. 
→ Assim, muitos recém-nascidos prematuros têm pouco ou 
nenhum surfactante nos alvéolos quando nascem, e os seus 
pulmões têm tendência extrema ao colapso, algumas vezes 
de seis a oito vezes maior que a de pessoa adulta. 
>> Isso causa a condição chamada síndrome de angústia 
respiratória do recém-nascido. Ela é fatal, caso não seja 
tratada com medidas enérgicas, especialmente, respiração 
assistida por pressão positiva contínua 
EFEITO DA CAIXA TORÁCICA NA 
EXPANSIBILIDADE PULMONAR 
A caixa torácica tem suas próprias características elásticas e 
viscosas, semelhantes às dos pulmões; 
• até mesmo se os pulmões não estivessem 
presentes no tórax, esforço muscular seria 
necessário para expandir a caixa torácica. 
COMPLACÊNCIAS TORÁCICA E PULMONAR 
COMBINADAS 
Para insuflar esse sistema pulmonar total, é requerida 
quase duas vezes a mesma quantidade de pressão 
necessária para insuflar os mesmos pulmões após sua 
remoção da caixa torácica. 
• Portanto, a complacência do sistema combinado 
pulmão-tórax é quase a metade da do pulmão 
isolado. 
Além disso, quando os pulmões estão expandidos até 
grandes volumes ou comprimidos até pequenos volumes, 
as limitações do tórax se tornam extremas; 
• quando próxima desses limites, a complacência do 
sistema pulmão-tórax pode ser menos de um 
quinto que a dos pulmões isolados. 
VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES 
São 4 os volumes pulmonares, que somados equivalem ao 
máximo que os pulmões podem expandir: 
VOLUME CORRENTE: 
Equivale a 500mL e é o volume de ar que entra no pulmão 
em uma respiração normal/tranquila. 
VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIA:Consiste no volume de ar inspirado numa respiração 
forçada após o volume corrente (ou seja, volume que passa 
dos 500mL) – é uma reserva que pode entrar na caixa 
torácica além do volume corrente, necessário à respiração 
normal! Pode chegar até 3000mL. 
VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIA: 
Volume de ar que está preso no pulmão, mas que pode ser 
“jogado para fora” (ex. assoprar balão de festa). Equivale a 
1100mL. 
VOLUME RESIDUAL: 
Volume de ar que permanece no pulmão mesmo após uma 
respiração forçada. Equivale a 1200mL. 
→ Capacidades pulmonares são as combinações (soma) de 
dois ou mais volumes. São 4: 
CAPACIDADE INSPIRATÓRIA: 
Capacidade da quantidade de ar que a gente consegue 
inspirar com força! Equivale a 3500mL. 
Volume corrente + volume de reserva inspiratória 
CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL: 
Quantidade de ar que permanece no pulmão após uma 
respiração normal/tranquila. Equivale a 2300mL 
Volume de reserva expiratório + volume residual 
CAPACIDADE VITAL: 
Todo ar que entra e sai do pulmão com força. Equivale a 
4600mL. 
 
4 João Pedro Ricardo | p3 – medicina, UFAL 
Volume de reserva inspiratório + volume corrente + volume 
de reserva expiratório 
CAPACIDADE PULMONAR TOTAL: 
Capacidade vital + volume residual 
Volume máximo a que os pulmões podem ser expandidos 
com o maior esforço (cerca de 5.800 mililitros). 
VENTILAÇÃO-MINUTO 
• FR: quantidade de vezes que um individuo respira 
a cada minuto. Normal: 12-20ipm. 
• VP: volume de ar que entra e sai dos pulmões por 
respiração. Normal: 500mL 
Ventilação-minuto (VM) é a quantidade total de novo ar 
levado para o interior das vias respiratórias a cada minuto. 
Consiste em: FR x VP 
Portanto, a ventilação-minuto é em média de 6L/min 
(12ipm x 500mL). 
VENTILAÇÃO-ALVEOLAR 
A importância fundamental da ventilação pulmonar é a de 
renovar continuamente o ar nas áreas de trocas gasosas 
(alvéolos, sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos 
respiratórios) dos pulmões, onde o ar está próximo à 
circulação sanguínea pulmonar. 
• A velocidade/intensidade com que o ar novo 
alcança essas áreas é chamada de ventilação 
alveolar. 
EFEITO DO ESPAÇO MORTO 
Existe ar que não chega nas áreas de trocas gasosas, por 
preencher as vias respiratórias onde as trocas gasosas 
nunca ocorrem → nariz, faringe e traqueia. 
• Esse ar é chamado de espaço morto, pois não é útil 
as trocas gasosas.

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