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1 SUMÁRIO 1 PRODUÇÃO TEXTUAL .................................................................. 3 1.1 A língua portuguesa na era digital ............................................... 3 2 ALFABETIZAÇÃO NA ERA DIGITAL ............................................. 6 2.1 Alfabetizar os Seres Digitais ........................................................ 6 3 A CALIGRAFIA NA ERA DIGITAL .................................................. 8 4 COMO ALFABETIZAR NA ERA DIOGITAL ................................. 10 5 LINGUAGEM E A ERA DIGITAL .................................................. 13 5.1 Motivos e consequências do mau uso da escrita ...................... 15 6 ERA DIGITAL COLOCA EM XEQUE ENSINO DA CALIGRAFIA. 16 6.1 "Expressão da personalidade" .................................................. 16 6.2 iPad em vez de caderno? .......................................................... 17 6.3 Os perigos da escrita digital ...................................................... 18 7 REVOLUÇÃO MIDIÁTICA ............................................................ 19 7.1 Comunicação e linguagem na era da tecnologia digital ............ 20 8 OS DESAFIOS DA LINGUAGEM ................................................. 21 8.1 Vícios de linguagem .................................................................. 21 8.2 Como combater vícios de linguagem ........................................ 23 9 CENÁRIO NOVO NO MARKETING E PUBLICIDADE ................. 24 9.1 A importância da caligrafia na era digital ................................... 25 9.2 Caligrafia é um bom exercício cognitivo? .................................. 26 10 OS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS NA ERA DIGITAL26 10.1 O papel dos pais no ensino e aprendizagem no século 21 ....... 27 10.2 Sobre a Happy Code ................................................................. 28 11 ALFABETIZAÇÃO E CULTURA DIGITAL: UMA PARCERIA DE SUCESSO 28 11.1 Educação e cultura digital a favor da formação integral do aluno29 2 12 A ALFABETIZAÇÃO NA ERA DIGITAL ........................................ 30 12.1 A tecnologia também é importante para a gestão escolar......... 31 13 A IMPORTÂNCIA DE ESCREVER À MÃO .................................. 32 13.1 A importância da escrita à mão no desenvolvimento estudantil 32 14 A TRADIÇÃO NA ERA DIGITAL ................................................... 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 37 3 1 PRODUÇÃO TEXTUAL 1.1 A língua portuguesa na era digital A linguagem humana é uma porta para o mundo que nos rodeia. É usando a linguagem no dia a dia que comunicamos, aprendemos, trocamos informação, planejamos o nosso futuro, nos coordenamos uns com os outros para melhor agirmos em conjunto, efabulamos ou nos comprazemos com a leitura de uma história ou de um poema. Porém, na era digital e num mundo globalizado, a linguagem humana é também uma das maiores barreiras comunicacionais com que nos deparamos. As novas tecnologias da informação e da comunicação colocam ao nosso alcance pessoas de todo o mundo com quem será possível interagir, assim como um acervo ilimitado de informação a que será possível aceder. No entanto, para cada um de nós, este novo universo, na sua quase totalidade, continua inacessível e fechado, encerrado nas fronteiras invisíveis das línguas que o dividem. A Europa será talvez um caso paradigmático do impacto resultante das barreiras linguísticas. Durante os últimos 60 anos, tornou-se numa estrutura política e econômica com identidade própria. Tem um imenso patrimônio quer do ponto de vista da diversidade cultural quer do ponto de vista da diversidade linguística. Contudo, da língua portuguesa à polaca ou da italiana à islandesa, os cidadãos europeus são confrontados com a dificuldade de comunicar entre si em diferentes línguas, tanto no dia a dia, como na esfera dos negócios ou da política. As instituições da União Europeia, por sua vez, gastam anualmente cerca de mil milhões de euros na manutenção da sua política de multilinguismo, ou seja, na tradução de textos e na interpretação de comunicações orais. O multilinguismo constitui sem dúvida um dos mais preciosos patrimónios da humanidade. Um mundo digital em que um único idioma viesse a assumir uma posição dominante, e viesse a substituir todos os outros, implicaria perdermos essa imensa riqueza imaterial que faz do mundo, em geral, e da Europa, em particular, um espaço único de encontro de culturas e diferenças. É, porém um fato, que não há vantagem em ignorar, que a diversidade linguística dificulta a comunicação do dia a dia. Apresenta-se como um obstáculo 4 intransponível para os cidadãos, dificulta o debate político e atrasa o progresso econômico e científico. Fonte:professorhelenilson.blogspot.com A tecnologia da linguagem e a investigação científica sobre as línguas naturais podem dar um contributo decisivo para se ultrapassarem estas barreiras linguísticas. No futuro, quando combinada com dispositivos e aplicações inteligentes, a tecnologia da linguagem ajudará falantes de diferentes línguas a comunicar naturalmente entre si. Preservando o multilinguismo, permitirá derrubar as fronteiras linguísticas que bloqueiam o acesso ao conhecimento, ajudando assim a concretizar todo o potencial da sociedade da informação. Para atingir este objetivo, e preservar a diversidade cultural e linguística da Europa e do mundo, é necessário, antes de mais, fazer uma análise sistemática das particularidades linguísticas das diferentes línguas e do estado atual das tecnologias de apoio criadas para as mesmas. Essa é a finalidade do presente livro, no que diz respeito à língua portuguesa. As ferramentas e aplicações para a tecnologia da linguagem e o processamento da fala atualmente existentes no mercado – dos sistemas de resposta a perguntas às interfaces em linguagem natural, incluindo as gramáticas computacionais ou as ferramentas de sumarização, entre muitas outras –, ainda estão, porém, muito distantes deste objetivo ambicioso. Isto aplica-se com particular acuidade à tradução automática, uma tecnologia especialmente relevante para a 5 sustentabilidade do multilinguismo na era digital. Desde o final dos anos 70 que a União Europeia percebeu a extrema importância da tecnologia da linguagem como forma de contribuir para a unidade europeia e começou a financiar os primeiros projetos de investigação, como foi o caso do programa de tradução automática EUROTRA. Pela mesma altura, foram lançados projetos nacionais que produziram resultados assinaláveis, mas que não conduziram a uma ação europeia concertada. Em contraste com este esforço de financiamento altamente seletivo, outras sociedades multilíngues, como a Índia (22 línguas oficiais) ou a África do Sul (11 línguas oficiais), criaram recentemente programas nacionais de longo prazo para a investigação sobre a linguagem humana e o respetivo desenvolvimento tecnológico. Nesta área, os atores dominantes são sobretudo empresas privadas, com fins lucrativos, sediadas na América do Norte. Estas empresas recorrem a abordagens estatísticas imprecisas que não utilizam métodos e conhecimentos linguísticos mais profundos. Por exemplo, as frases são automaticamente traduzidas através da comparação de uma nova frase com milhares de frases anteriormente traduzidas por seres humanos. Assim, a qualidade do resultado depende em grande medida da quantidade e da qualidade do corpus que serve de amostra. Embora a tradução automática de frases simples em línguas com uma quantidade suficiente de textos disponíveis possa alcançar resultados úteis, estes métodos estatísticos superficiais estão condenados ao fracasso no caso das línguas com um conjunto de material de amostra muito menor ou, sobretudo, no caso de frases com estruturas um pouco maiscomplexas. Este livro fornece uma análise pormenorizada desta e de outras aplicações e soluções potenciadas pela tecnologia da linguagem. Como seria de esperar, e é revelado de forma circunstanciada nos volumes desta coleção de Livros Brancos, há diferenças dramáticas entre os vários países e as suas línguas no que diz respeito às soluções disponíveis e ao estado da investigação na área da ciência e tecnologia da linguagem. O português é a quinta língua com maior número de falantes no mundo, com cerca de 220 milhões de falantes em quatro continentes – África, América, Ásia e Europa. Das línguas europeias, é a terceira língua com maior número de falantes no mundo. Face aos desafios colocados pela sociedade da informação num mundo globalizado, verifica-se a necessidade premente de se concentrarem mais esforços 6 quer na criação de recursos linguísticos quer na investigação e desenvolvimento de ferramentas e aplicações para o processamento computacional do português. O presente volume oferece uma exposição pormenorizada dos desafios, oportunidades e necessidades para o português na era digital. Uma das principais conclusões que resulta da análise feita neste livro é a de que o desenvolvimento de tecnologia da linguagem para a língua portuguesa é urgente e de importância fundamental para a consolidação do português como uma língua de comunicação internacional com projeção global.1 2 ALFABETIZAÇÃO NA ERA DIGITAL Caderno e lápis na mão, exposição da língua escrita no quadro negro, transcrições repetidas de termos, associações a palavras com iniciais iguais à letra que se queria aprender. Essas e outras metodologias marcaram um período clássico da alfabetização brasileira. Mas será que esse período marcado por essas metodologias ficou no tempo passado? Afirmo que não. Realmente, o uso desses meios um pouco arcaicos pode ser visto em dias atuais, embora não seja opção única para os interessados na Alfabetização. A evolução da sociedade criou e revelou ao mundo ferramentas tecnológicas capazes de disponibilizar bilhões de informações num pequeno fragmento de segundo. Esse fornecimento de informações quebra o paradigma professor-sabe-tudo, o que, por sua vez, fornece novas definições para o profissional da docência: professor, mediador, facilitador, direcionador etc. A partir disso, um novo perfil de aluno se cria, um aluno autodidata, capaz de reunir as diversas informações direcionadas pelo professor e utilizá-las em benefício de sua auto formação – pelo menos isso é o que se espera. 2.1 Alfabetizar os Seres Digitais No dia a dia, o discente está diretamente conectado às novas tecnologias da informação, seja por motivo de diversão, comunicação, trabalho, pesquisa, publicação ou uma infinidade de utilidades que esse meio oferece. Por outro lado, uma enorme 1 Extraído do link: www.meta-net.eu 7 contradição ocorre no cenário educacional, que recebe este aluno tecnologizado com ferramentas ultrapassadas, com tecnologias anciãs. Mas não seria a escola responsável por iniciar o conhecimento sobre essas tecnologias? Não seria Ela a responsável pela capacitação do uso dessas ferramentas? Não seria a escola um lugar apropriado para se familiarizar com aquilo que é novo? Como pode o computador invadir o mundo externo a escola e nunca conseguir adentrar os seus muros ou as suas salas? Para alfabetizar um ser tecnológico temos que nos conduzir por meio de veículos tecnologizados. O alfabetizador tem que estar harmonizado com as novas tecnologias e saber fazer bom uso delas. Excelentes ferramentas estão disponíveis ao alfabetizador, desde que ele possa se formar como ser tecnologizado e aprender a utilizar os saberes adquiridos como produto desta formação. A seguir, algumas dicas de ferramentas/suportes alfabetizadoras disponíveis na sociedade digitalizada. Word: é uma ferramenta de criação e edição de textos capaz de armazenar os dados escritos para leituras posteriores. Os textos podem ser lidos pelos seus criadores ou compartilhados através da Internet para os seus usuários do mundo inteiro. À medida que a criança se colocar em frente ao computador e se utilizar de um editor de texto, ela terá que procurar as letras corretas no teclado para formar as palavras desejadas e assim poder formar frases etc. É importante lembrar que as letras no teclado estão dispostas estrategicamente, mas de forma aleatória, e à medida que o aluno digita o texto, ele também trabalha a motricidade de ambas as mãos. Excel: Esta é uma ferramenta de cálculo, mas que desenvolve uma série de funções que, também, podem auxiliar na alfabetização. No Excel podem ser trabalhadas palavras cruzadas, caça-palavras, labirintos, diversos jogos de raciocínio etc. PowerPoint: esta ferramenta pode ser utilizada para tornar o processo de alfabetização prazeroso e visualmente bonito. Pode-se trabalhar com slides de imagens diversas, fotografias dos próprios trabalhos em sala de aula, alfabeto animado etc. Internet: esta ferramenta é caracterizada pela sua infinidade de recursos. Nela o alfabetizador poderá encontrar jogos educativos, imagens, projetos, textos, livros, laboratórios virtuais e muitos outros. Uma excelente opção bastante utilizada, no momento, na alfabetização é a enciclopédia livre Wikipédia. Como as informações que 8 alimentam a Wikipédia é inserida por vários usuários, a sua veracidade fica comprometida. Os aspectos textuais e a gramática também ficam comprometidos por este motivo. Uma ideia é utilizar os textos da enciclopédia para leitura, análise e correção posterior. Estes ajustes poderão ser feitos na própria plataforma da Wikipédia, bastando, para isso, realizar um cadastro simples e rápido. À medida que estas correções vão sendo realizadas, os alunos vão exercitando os seus conhecimentos gramaticais, suas técnicas de interpretação de textos e habilidade de escrita. Devo lembrar que as ferramentas acima ilustram um pequeno fragmento do infindável universo de apetrechos tecnológico-educacionais utilizáveis na prática docente diária. Porém, a ferramenta por si só não indica o sucesso da aprendizagem, mas ela, agregada com a sua correta utilização, pode levar discente e docente ao êxito da alfabetização. Assim, podemos afirmar que o sucesso da alfabetização não está exclusivamente sob a posse das novas ferramentas tecnológicas, mas sim dos profissionais que fazem diariamente uso delas.2 3 A CALIGRAFIA NA ERA DIGITAL Ultimamente, tenho notado o constante surgimento de novas páginas nas redes sociais voltadas à poesia visual. Gostaria de evidenciar que falo aqui exclusivamente das páginas com conteúdo autoral, e não daquelas que buscam simplesmente colecionar likes ou contabilizar compartilhamentos. Reforço ainda que é possível, sim, ter muitos leitores e apresentar conteúdo de qualidade. Mas, para isso, deve-se primeiro criar algo que faça sentido para você e depois dividir esse sentimento honesto com o mundo. Caso contrário, você estará contribuindo apenas para colocar todos os poetas que surgem na internet no mesmo saco. Ou melhor, no mesmo dislike. Isso faz mal à poesia. 2 Extraído do link: www.infoescola.com 9 Fonte: tecnoblog.net Por causa de páginas com frases soltas, pensamentos aleatórios, imagens escolhidas gratuitamente, sem propósito algum, todas as criações que ganham espaço no ambiente virtual acabam sendo chamadas pejorativamente de poesia fast- food. Particularmente, tenho dificuldade em engolir esse rótulo e acredito que um verso curto precisa de mais tempo para ser digerido do que um poema tradicional. Para se expandir, um sentimento condensado precisa muito mais da imaginação atenta do leitor do que qualquer outra manifestação escrita. Uma ideia reduzida engrandece o espaço para incontáveisinterpretações. Dentro dessa onda, há os que querem somente o aval do polegar erguido ao céu — e não os culpo por isso; todos devem seguir o que acreditam —, e também os que usam a internet como ferramenta para apresentar um trabalho conceitual, autoral e consistente. E é nesses que devemos nos concentrar. Um ponto em comum é que boa parte dessa nova geração, mesmo resultante de uma era digital, ainda tem uma preocupação em valorizar a palavra escrita: a caligrafia. Não que a palavra escrita tenha um peso ou um valor superior ao de uma palavra digitada. Tenho percebido que esses artistas estão usando a própria caligrafia ou valorizando alguma fonte já existente para apresentar suas criações. Isso é lindo. Num mundo onde as pessoas parecem cada vez mais perdidas, sem rumo, sem identidade própria, encontrar poemas, versos e desenhos feitos à mão é um respiro de esperança. 10 A caligrafia é sua personalidade. A caligrafia é você em forma de palavra. Se você pedir para cem pessoas digitarem a palavra AMOR, terá um amor padronizado: com a mesma fonte, o mesmo corpo. Faltará sempre uma alma! Agora, se pedir que essas mesmas pessoas escrevam essa mesma palavra à mão, terá cem amores diferentes. Cada uma terá seu próprio amor. Não que uma ame mais que a outra, mas, sem dúvida, escrever à mão a palavra amor mostra quanto se colocou de personalidade (alma!) naquele amor. A Liberdade manuscrita parece ser mais livre do que a liberdade digitada. A Esperança manuscrita parece esperar mais do que a esperança digitada. A Coragem manuscrita parece sentir menos medo do que a coragem digitada. A Poesia manuscrita parece domar melhor nossos gritos do que a poesia digitada. O Silêncio manuscrito parece dizer mais do que o silêncio digitado. Tenho muito medo de que as pessoas não percebam a importância de um simples lápis e passem uma vida inteira sem ousar desafiar uma página em branco com as próprias mãos. Não estou dizendo que a tecnologia seja um atraso. Longe disso. (Sem ela, eu não estaria digitando este texto.) Mas acredito que podemos juntar o analógico e o digital com criatividade e dar origem a algo realmente nosso. Então, prezado leitor, prezada leitora, use a tinta de sua história e escreva um poema, uma carta, um verso ou uma simples lista de compras. Mas, por favor, me dê sua palavra: use sua letra.3 4 COMO ALFABETIZAR NA ERA DIOGITAL A tecnologia, como bem sabemos, transformou tudo à nossa volta. É comum agora que crianças e jovens alunos “virem” as páginas de um livro pela tela de um tablet enquanto leem uma nova história. Isso pede um novo olhar dos educadores, que precisam conciliar esses avanços aos conteúdos trabalhados em sala de aula. Sendo assim, como aliar a alfabetização à era digital? Por enquanto, não há consenso sobre exatamente como as tecnologias devem ser incorporadas à instrução de alfabetização. Os praticantes têm poucas diretrizes e muitos estão simplesmente adaptando suas lições como acham melhor pedagogicamente. Mas muitos especialistas em alfabetização concordam em pelo 3 Extraído do link: www.intrinseca.com.br 11 menos uma coisa: que todos os alunos devem aprender com uma mistura de textos impressos e digitais – mesmo os mais jovens. Os leitores de hoje estão mergulhando no texto de maneiras que simplesmente não conseguíamos imaginar há uma década ou duas. Eles navegam em um novo mundo de material de leitura impressa e digital de forma paralelo. Portanto, um dos trabalhos do educador é preparar o aluno para essa realidade. Expor os estudantes à leitura impressa e digital logo no início da escola é uma maneira de refletir o que cria uma leitura autêntica para a nova geração. Adicionar leitura digital à tarefa pode parecer um pouco difícil, mas na verdade ela é uma valiosa aliada para ensinar as habilidades básicas da alfabetização para os alunos e aprimorar sua leitura. Mesmo os alunos nascidos em uma era digital precisam aprender uma série de novas habilidades, incluindo como operar os dispositivos, navegar em ferramentas on- line, gerenciar distrações e manter sua própria segurança e privacidade. E uma das melhores maneiras de ensinar habilidades técnicas é através do bom exemplo. Os professores podem mostrar aos alunos como usar a tecnologia usando eles mesmos e falando sobre o processo. Podem também mostrar às crianças como navegar em um espaço on-line, como um artigo na Web com hiperlinks e multimídia. E a grande vantagem da internet é que nela são encontradas as mais variadas atividades e elas podem ser bem divertidas para os pequenos. Os exercícios de leitura e compreensão podem ser feitos na sala de aula e em casa, alternando entre jogos de entretenimento e jogos educativos, como é o caso do caça-palavras, das atividades de memorização, entre outros jogos didáticos. Abaixo, separamos alguns exemplos de maneiras que a alfabetização na era digital pode ser desenvolvida: – O uso de dicionários online e listas de vocabulário para ajudar a aprender novas palavras; – Hiperlinks de palavras e frases complexas com vídeos e outros recursos explicativos; – O uso de leitores eletrônicos e outros dispositivos feitos para e-books; – O uso de questionários e jogos divertidos e interativos para testar a retenção de vocabulário e o conteúdo básico. 12 O que todas as sugestões acima têm em comum é que elas combinam tradicionalmente leitura de livros com os recursos e benefícios oferecidos pela tecnologia, em especial a internet. Assim, a era digital é uma maneira de estimular os alunos a procurarem conteúdos literários e incentivos para complementarem os conhecimentos pedagógicos adquiridos na escola. Seguindo essa ideia, confira algumas dicas de tarefas para a leitura digital: 1. Antes de mais nada, é extremamente importante que o professor aprenda sobre os principais interesses da turma, para lhes dar uma escolha sobre o que leem: os alunos têm curiosidades grandes e pequenas, e dar-lhes uma escolha nos textos que leem pode ajudá-los a explorar os interesses atuais e aprender sobre coisas novas. Usando essas informações, o professor pode ajudar a orientar os alunos em direção a livros que realmente fascinam ou a dar-lhes tempo e espaço para explorar sua sala de aula ou biblioteca escolar. 2. Forneça acesso a uma ampla variedade de textos: com um dispositivo digital em mãos, é mais fácil do que nunca para os alunos pesquisarem um artigo, post de blog ou e-book sobre um tópico de interesse. Isso ajuda-os a crescer para serem curadores de material de leitura de alta qualidade é importante. Os alunos que têm o mundo ao alcance dos seus dedos podem se beneficiar de orientação ao procurar novos materiais de leitura. 3. Encontre leitores mentores para inspirá-los: Frequentemente recorremos a textos mentores para ajudar os alunos a crescerem como escritores, aprendendo com exemplos fortes de diferentes autores. Os alunos também precisam de mentores para construir sua rotina literária. Eles podem ter pessoas em suas vidas que compartilham sua experiência como leitores e amor por diferentes gêneros, mas é legal também que os professores e pais apresentem pessoas referências. Estimule o estudante a trocar experiência com um colega sobre os livros através de mensagens ou chamadas de vídeo. Isso faz com que os alunos aprendam a valorizar os hábitos de leitura, além de fortalecer o imaginário. Aliar a alfabetização na era digital com tecnologias, internet e o estimulo a leitura pode ser um rico desafio e adaptado aos poucos para a realidade da sala de aula. Pode-se começar como um tema do cantinho da leitura ou como uma atividade literária diferente, ao lado de exposições, feiras e outras tarefas que envolvam toda a escola. 13 É legal também pensar nas mudanças que o ensino brasileiro está passando e como adaptara era digital nas escolas é umas das novas maneiras de aprendizagem.4 5 LINGUAGEM E A ERA DIGITAL Diante do avanço tecnológico, cada vez mais jovens aderem à linguagem digital como escrita padrão do seu cotidiano. O crescente avanço da tecnologia e dos meios de comunicação tem refletido diretamente na maneira como as pessoas falam, escrevem e, principalmente, na maneira como elas se comunicam. A utilização da internet, bem como o uso das redes sociais, vem levando as pessoas – sobretudo jovens e adolescentes – a desenvolverem uma linguagem escrita que foge dos padrões da língua, desobedecendo assim a norma culta da Língua Portuguesa. Redes sociais como o facebook são utilizadas por inúmeras pessoas e representam agilidade, rapidez e facilidade para a comunicação, especialmente para quem está distante e, mesmo assim, quer manter contato. Esses meios de comunicação priorizam a velocidade e isso requer adequação à linguagem escrita. Porém, isso não quer dizer que devemos transgredir a escrita convencional. Além disso, no ambiente escolar, por exemplo, a escrita está associada à norma culta e à tradição gramatical. Consequentemente, organizar ideias por escrito de forma legível requer coesão entre as partes do texto – introdução, desenvolvimento e conclusão – informações adequadas e prováveis, grafia correta das palavras e obediência às regras da gramática normativa. À medida que aumenta o acesso dos jovens aos programas, aplicativos de mensagens online e às redes sociais, crescem também as discussões em torno do registro-padrão. Uma das mais frequentes é a interferência da linguagem digital na escrita cotidiana, como em trabalhos escolares ou ainda em casos de trabalho profissional. Parece improvável que alguém misture ou confunda os locais onde essa linguagem passa despercebida, mas existem incontáveis casos como esse. Para entender melhor como e porque isso ocorre, foi entrevistada uma estudante do ensino médio que é usuária assídua do facebook. Giovana Souza tem 4 Extraído do link: estantemagica.com.br 14 16 anos e cursa o 2º ano do Ensino Médio de uma escola pública. Segundo ela, abreviações, gírias e modismos fazem parte de sua escrita nas redes, no caso, o facebook. Termos como “vc” = você, “pfvr” = por favor e “tmb” = também, são comuns entre o bate-papo e troca de mensagens com os colegas. Fonte:edsocredeg5.pbworks.com Segundo a estudante, o uso desses modismos ou “modinhas” não é só pela rapidez de se escrever, mas também para mudar e criar uma linguagem nova, original de seu grupo, uma linguagem digital que os diferencie dos outros. “A maioria das pessoas escreve assim, é mais rápido e já se tornou normal. Ninguém mais escreve uma palavra completa nas redes, nós vivemos na moda”, acredita ela. Giovana conta ainda que já aconteceu de se confundir ao escrever com a linguagem que utiliza na internet em uma das redações da escola. Mesmo sendo adepta dos modismos e vícios de linguagem nas redes, a jovem contou que futuramente pretende cursar pedagogia ou medicina – e deixar os modismos de lado. Vivemos em um ritmo de velocidade pura. Os adolescentes sabem disso. Para interagirem na rede, precisam ser ágeis no manuseio do teclado do computador. Além do que, a internet é uma mídia fundamentada na liberdade de expressão. Por ser um território democrático, o usuário da língua sente-se livre para registrar as palavras sem se preocupar com as formas gráficas da escrita ditadas pelas normas gramaticais. 15 5.1 Motivos e consequências do mau uso da escrita De acordo com a professora Maria Deosdedite Chaves – especialista na disciplina de Língua Portuguesa e Gramática no UNIFIEO –, o mau uso da língua escrita se deve ao abismo em que a educação e a cultura foram lançadas. Deve-se também à fragmentação e à fluidez do mundo globalizado, em que o consumo e o lucro são valores inalienáveis, por isso tudo tem pouca durabilidade, tudo precisa ser logo consumido, inclusive a língua, para dar lugar ao novo, que jamais se instala. A Língua Portuguesa é muito rica em sua estrutura gramatical, porquanto bastante complexa em seu processo de entendimento, dada à infinidade de regras a serem obedecidas. “A linguagem tem o dom de impor alguma ordem ao mundo, e a constituir nossas identidades. Quando se perverte a linguagem, pervertem-se os costumes, e quando se perde a linguagem perde-se a identidade”, destaca a professora. Dete ressalta ainda que o mau uso da escrita e da língua pode ter as consequências mais sofríveis, que são: desconhecimento do passado, na ausência da palavra instala-se a violência, as belas e precisas formas de linguagem perdem-se na vulgaridade oral; e cresce a falta de educação, de cultura, de autoconhecimento e desconhecimento do outro. Ainda que haja algum receio de que a era digital acabe por causar mudanças efetivas devido o comportamento dos adolescentes em relação ao uso da escrita, a manifestação gráfica da língua jamais perderá seu lugar de destaque no universo das linguagens sociais. A solução para reverter essa situação, segundo a professora, não é outra a não ser através do ensino, do compromisso com a língua materna, da leitura diária e do exercício da escrita, sempre que possível. “A proficiência da língua materna é a condição fundamental para a inserção sociocultural dos jovens, seja no campo acadêmico, no mercado de trabalho ou na vida pessoal”, destaca.5 5 Extraído do link: revistaemtempo.wordpress.com 16 6 ERA DIGITAL COLOCA EM XEQUE ENSINO DA CALIGRAFIA Em tempos digitais, necessidade de uma boa escrita à mão é questionada por políticos e educadores, mas há quem defenda a prática como expressão da personalidade e benéfica ao pensamento estruturado. Nas salas de aula da Alemanha, metade dos meninos e um terço das meninas têm dificuldade para escrever com uma caligrafia legível. É o que mostra um novo estudo sobre o desenvolvimento da escrita no país, divulgado recentemente pela Associação Alemã dos Professores. Uma das causas para o problema é a piora da coordenação motora fina, ou seja, da interação entre mão e dedos, que permite escrever, considera Josef Kraus, presidente da instituição. "A função motora do polegar ainda é a mais bem desenvolvida, devido ao ato de brincar", disse Kraus durante a apresentação do estudo em Berlim. Mas a escrita à mão não é exercitada o suficiente. O estilo de vida digital das crianças afeta essa prática antiga. Kraus também condena "os pecados da política e da pedagogia contra a cultura da escrita à mão" – por exemplo, a renúncia a ditados e a crescente tendência de provas de múltipla escolha. Além disso, ele atribui uma parcela da culpa a pais excessivamente cautelosos, que não deixam seus filhos desenvolverem e vivenciarem suas habilidades motoras. 6.1 "Expressão da personalidade" Alguns estados da Alemanha vêm testando há algum tempo se não vale a pena abolir a escrita cursiva e assim tornar as coisas mais fáceis para as crianças. Até o momento, os alunos aprendem primeiro a letra de forma e depois a cursiva e, assim, desenvolvem a própria caligrafia. Esse método pode agora ser extinto: as crianças aprenderiam uma espécie de "letra básica", de forma. Em seguida, aprenderiam a conectar as letras umas com as outras e escrever. A líder dos secretários estaduais da Educação na Alemanha, Brunhild Kurth, é contra essa tendência. A digitalização não pode ser contida e, justamente por isso, as escolas precisam garantir "que os alunos desenvolvam um estilo legível e individual 17 de escrita à mão", diz. Para Kurth, a caligrafia é uma "expressão da personalidade" e promove o pensamento estruturado. A escrita sempre foi uma expressão do desenvolvimento tecnológico e político. Quando, há cem anos, a pena foi substituídapela caneta-tinteiro, as então costumeiras diferenças entre as linhas superiores e inferiores das letras deixaram de ser facilmente colocadas em papel. Isso porque uma pena é flexível, mas a ponta redonda de metal da caneta não. Por isso, a partir de 1914, foi ensinada a escrita germânica Sütterlin, inventada na antiga Prússia – uma caligrafia com muito menos ornamentos, adaptada à escrita das canetas-tinteiro. A Sütterlin foi abolida posteriormente pelos nazistas, que adotaram o ensino da escrita latina, pois essa poderia ser lida mais facilmente nos territórios ocupados. Durante 600 anos a escrita alemã prevaleceu no espaço linguístico alemão. Com a Sütterlin, desapareceu a última escrita alemã. Tudo tivera início em 1450, quando Johannes Gutenberg inventou a prensa de tipos móveis e desencadeou uma enorme mudança estrutural: o uso da escrita não estava mais reservado à elite. A internet é constantemente comparada a essa revolução medieval e poderia ter consequências similares. Klaus vê o perigo de uma nova divisão social, caso a escrita à mão perca importância nas escolas em favor da cultura digital. Pois pais com nível educacional mais elevado provavelmente vão continuar garantindo que seus filhos dominem a antiga técnica da caligrafia. 6.2 iPad em vez de caderno? Na Holanda, as políticas de Educação estão um passo à frente. Nas chamadas "escolas Steve Jobs", as crianças aprendem o conteúdo individualmente nos iPads. Apenas a escrita impressa, ou de forma, é ensinada. A maioria dos alemães não quer seguir o mesmo caminho: uma pesquisa de opinião divulgada pelo Instituto Allenbach em março último mostrou que dois terços dos cidadãos acham importante que as crianças aprendam, além da letra de forma, a escrita cursiva. Por outro lado, pais constantemente se relatam espantados com o quão intuitivamente seus filhos aprendem e sabem lidar com equipamentos eletrônicos. 18 Será que, dessa forma, a transmissão de conhecimento ocorre de maneira mais fácil e rápida? Essa questão não pode ser respondida ainda, por falta de dados científicos. 6.3 Os perigos da escrita digital O Partido Pirata, legenda alemã que defende a transformação digital, chama a atenção para outro aspecto: com o progresso da digitalização, também deveriam ser ensinadas aos alunos habilidades para se protegerem de perigos, entre elas a criptografia de documentos. "Precisamos de uma sensibilização quanto à proteção de dados", alerta Monika Pieper, deputada do parlamento estadual da Renânia do Norte- Vestefália. O porta-voz de políticas de Educação do Partido Pirata, Michael Kittlaus, reivindica a presença de responsáveis pela proteção de dados nas escolas, porque sempre há o risco de repasse com documentos digitalizados. Porém, nem mesmo os piratas desejam a abolição da escrita à mão. Kittlaus ressalta que a caligrafia não exige uma tecnologia adicional, apenas uma caneta. No entanto, a caligrafia perderá importância, aposta Pieper. Em vez de uma discussão entre sim ou não, deve-se investigar para que serve a escrita à mão e onde ela ainda é necessária. Longas cartas são cada vez menos comuns, mas bilhetes e listas de compras não, diz a deputada.6 Linguagem e comunicação no mundo digital: problemas, soluções + curso Assim como o surgimento da escrita, a era digital foi uma revolução na comunicação e linguagem e provocou transformações na cultura mundial. A internet mudou completamente a vida de todo mundo. Nosso dia a dia é repleto de informações vindas dos mais diversos canais, nosso vocabulário incorporou novas terminologias e nosso comportamento sofreu mudanças em vários aspectos. Aprender e buscar novas formas de conhecimento ficou mais fácil - tanto que o cenário mostrado acima é parte integrante do curso linguagem e comunicação do portal Foco Educação Profissional, e pode ser estudado de qualquer lugar e no horário que mais se ajuste à agenda diária do cursista. 6 Extraído do link: www.dw.com 19 As questões sobre as mudanças na linguagem e comunicação com o advento da internet e de toda uma gama de novas tecnologias são pontos de destaque em nosso curso online. Os paradigmas da comunicação, assim como padrões de áreas como marketing e publicidade foram radicalmente alterados por esse cenário. Portanto, é primordial que você conheça mais sobre como a era digital impactou em vários aspectos da vida pessoal e profissional e se atualizar com as novas técnicas e ferramentas de comunicação. Comunicação: reflexos sobre a mídia e a linguagem 7 REVOLUÇÃO MIDIÁTICA A comunicação social tem como uma de suas funções informar e manter as pessoas atualizadas sobre o que acontece em sua comunidade, país e no mundo. Os meios utilizados a esse fim, conhecidos por meios de comunicação, eram, até certo tempo, limitados a jornais, revistas, rádio e televisão. A cada inovação tecnológica que surgia, esses meios se adaptavam e passavam a oferecer melhores serviços aos cidadãos – não só pela modernização tecnológica, mas também editorial. Fonte: rplg.co 20 Mas o que se pode considerar como uma grande revolução foi a chegada e logo depois popularização da internet. Barreiras de tempo e espaço foram novamente derrubadas, só que agora de forma mais ampla, uma vez que, virtualmente, as fronteiras geográficas deixaram de existir e a informação ganhou agilidade e velocidade. Essa mudança mexeu com o comportamento do consumidor de informações, com o mundo do trabalho, com o hábito de compra das pessoas, entre outros. 7.1 Comunicação e linguagem na era da tecnologia digital A comunicação e as mudanças Na comunicação, a era digital trouxe grandes desafios para as mídias tradicionais, causando mudanças no jornalismo, rádio, TV e relações públicas, por exemplo. Isso ocasionou mudanças também na formação dos profissionais, que passaram a precisar dominar todos os tipos de linguagens para encarar os desafios de suas áreas nesse novo cenário. Mas isso não chega a ser um grande problema, pois o sistema de aprendizagem também sofreu mudanças e ganhou com o ensino a distância uma nova forma de qualificar pessoas. As mudanças na linguagem Na linguagem, o avanço das tecnologias impactou diretamente na forma como as pessoas escrevem, falam e se comunicam, principalmente o público adolescente e jovem. Computadores, dispositivos móveis e internet promoveram uma nova forma de comunicação e linguagem – assim como aconteceu quando surgiu o rádio e a televisão. O ciberespaço criou uma nova forma de interação humana, totalmente desterritorializada, uma vez que as fronteiras foram todas abertas, a interação agora se promove a nível globalizado. Esse fato expõe o usuário a diversos tipos de linguagem: outros idiomas, músicas, filmes, séries, arte, toda sorte de informações, culturas diferentes e muitos outros. “Tudo ao mesmo tempo agora” é uma expressão que se encaixa bem para definir a quantidade de informação e as várias linguagens às quais temos acesso no ambiente virtual. Direcionando à língua, a internet resultou em uma linguagem própria, chamada informalmente de “internetês”. Não se trata de um novo sistema linguístico e sim, uma 21 adequação das regras já existentes à realidade virtual. Um exemplo disso é a redução gráfica: vc (você), tb (também), ksa (casa), 9da10 (novidades) e por aí vai. Esse “dialeto” surgiu para tornar a digitação mais rápida e ágil. Além disso, intensificou-se o uso de gírias e das linguagens marginais (gírias, expressões chulas e linguagem usada em ambientes específicos, como as cadeias, por exemplo, e que saem desses limites. Exemplo: “tá tudo dominado”, “um-sete-um”). Acontece que essa nova linguagem causou um caos no ensino-aprendizagem de nossa língua, levando desafios a educadores. 8 OS DESAFIOS DA LINGUAGEM Estudiosos da área de linguísticaconsideram a linguagem da internet uma disfunção de língua e defendem que as “anomalias linguísticas” que se criaram precisam ser retificadas e que a disfunção precisa ser corrigida, considerando como parâmetro para isso as regras de nossa norma padrão culta. Outro grande problema com relação à língua é que a oralidade ganhou campo. A utilização da linguagem informal em chats, redes sociais etc, intensificaram formas erradas no uso de palavras e de construções, o que conhecemos como vícios de linguagem e que é tema de nosso próximo tópico. Considere também que seu currículo se tornará bem mais valorizado ao conter qualificações em linguagem e comunicação, independentemente de sua área de atuação. Nossos cursos online com certificado são ótimos instrumentos para esses objetivos – além de ajudarem na comprovação de créditos em atividades complementares de cursos de graduação e a contar pontos em provas de títulos, em concursos públicos, caso esteja previsto no edital. 8.1 Vícios de linguagem Bastante comuns no dia a dia, os vícios de linguagem são expressões, construções ou palavras que não se enquadram nas regras da língua padrão. Tópico comum em um curso de linguagem, os vícios representam desvios gramaticais e algo a ser combatido. 22 Há vários tipos de vícios de linguagem, vamos mostrar alguns deles, assim como a importância de reconhecer e evitá-los. Eles acontecem normalmente por falta de conhecimento dos significados e grafias corretas das palavras, ou de formações gramaticais. Outras vezes por falta de atenção, e ainda pela sua utilização em determinado ambiente cultural. Lembrando que o conhecimento sempre pode ser adquirido - não saber se comunicar de forma adequada não significa que não existam meios para aprender. Cursos a distância são exemplos de excelentes formas para aprender a língua e aperfeiçoar a comunicação. Conheça alguns tipos de vícios de linguagem: ♦ Barbarismo - representado por erros de: - Ortografia: geito (jeito - correto) - Pronúncia: mendingo (mendigo - correto) - Acentuação: gratuíto (gratuito - correto) - Flexão: proporam (propuseram - correto) - Significação: seção de cinema (sessão de cinema - correto) ♦ Vulgarismo - Fonético: Vamo pulá? (Vamos pular) - Sintático e morfológico: Custa três real. (Custa três reais) ♦ Gerundismo - Uso desnecessário e excessivo do gerúndio: Vou estar passando a informação ao setor responsável. = Vou passar a informação... (correto) ♦ Queísmo - Uso excessivo do pronome “que”: Elas disseram que tinham que esperá-lo e que era urgente. Esses exemplos nos remetem a situações bastante usuais, principalmente em ambientes virtuais – o problema é que não ficam nos meios informais, como chats, se estendem ao meio social e profissional. Você sabe que em um mercado tão concorrido, escrever e se expressar bem é o mínimo que se espera de um profissional? Estudantes que querem ingressar em universidades precisam passar pela redação, quem está na graduação não pode 23 apresentar trabalhos e monografia com erros e comunicação falha. Esses são apenas alguns exemplos, mas o fato é que todo mundo precisa saber e utilizar de forma eficiente a linguagem e comunicação. Por esse cenário percebe-se o valor que um curso de linguagem e comunicação pode ter, pois aborda assuntos necessários ao aprendizado nesse campo. Exemplo é o Curso Online Comunicação e Linguagem do nosso portal, que dá uma ampla visão sobre comunicação e linguagem: seu uso, tipos e formas, aplicações e leitura desses aspectos em vários cenários – virtual, educacional, nas organizações etc. 8.2 Como combater vícios de linguagem Esta é uma tarefa árdua, mas altamente compensadora. Para combater os vícios de linguagem é preciso um olhar bem atento ao que escreve e fala, e toda ajuda disponível - cursos online, por exemplo. Um curso de linguagem vai lhe dar elementos para que você aprenda se expressar de forma correta e usar isso a seu favor – sua vida escolar, acadêmica e carreira agradecem. Esse aprendizado pode ser reforçado por outras opções, como cursos voltados às mudanças na gramática brasileira – que trouxeram alterações significativas em nossa língua. Esses recursos lhe darão ótimas dicas sobre como combater e eliminar de vez os vícios de linguagem de sua comunicação. No nosso Curso Online Comunicação e Linguagem há várias delas, mas vamos sintetizá-las neste artigo: 1. Leia muito. Além de acostumar com a grafia das palavras, você aprende regras de ouro da língua portuguesa; 2. Quando houver dúvida, pesquise. Foi-se o tempo que era necessário ir até uma biblioteca, estamos na era digital, lembra? Tudo a um clique. Apenas certifique-se de pesquisar em fontes confiáveis; 3. Evite generalizações, redundância e repetições. Exemplos: Todo homem quer um carro importado; Pequenos detalhes, panorama geral, planejar antecipadamente; Repetição de palavras pode ser evitada ao usar sinônimos. Há casos em que a repetição é aceita – quando se quer dar ênfase a alguma coisa. Mas há também a repetição de estruturas (Isso é certo: o tempo está se esgotando; 24 não tenha dúvidas: eles sabiam disso. O uso de dois pontos é um ótimo recurso em textos, mas usar a mesma estrutura ao longo dele não é legal). 4. Repetição do “que”. Como é uma palavra com várias funções em nossa língua, é comum a sua repetição sem que percebamos. Por isso fique sempre atento e veja de forma pode evitar: Trocando por “a qual” (e qualquer uma de suas variações): Aquela menina, que acenava para ele = Aquela menina, a qual acenava para ele; Eliminando o “que” e usando o verbo no gerúndio: Maria fez um texto que narrava = Maria fez um texto narrando; Trocando por pontuação: A escola informou que haverá aula no sábado = A escola informou: haverá aula no sábado; 5. Evitar ambiguidades: Pedro falou a seu amigo que jogava basquete (quem jogava basquete: Pedro ou seu amigo?). São apenas alguns exemplos do quanto cometemos deslizes sem saber ou mesmo sem perceber. No ambiente virtual, isso é um grande problema, pois a internet é campo fértil para replicar esses erros e vícios. 9 CENÁRIO NOVO NO MARKETING E PUBLICIDADE A internet trouxe um novo cenário para os negócios. A compra virtual, após um começo tímido e desconfiado, já atrai milhares de consumidores. Isso fez com que a publicidade precisasse adotar uma comunicação que aproximasse os consumidores das marcas. O marketing tem o papel de acompanhar as transformações relacionadas ao que o consumidor deseja e ao seu comportamento para assim, desenvolver estratégias de mercado para atrair o público. Para que as duas áreas consigam alcançar seus objetivos, elas precisam usar a comunicação e a linguagem certas, direcionadas ao público-alvo. A era virtual fez surgir uma vertente do marketing: o marketing digital, que também abriu mercado a profissionais de diversas áreas atuarem com a produção de conteúdo para a web. Ao ver essa evolução dá para entender o porquê de precisarmos estar em constante aprendizado e reciclar nossos conhecimentos. O próprio marketing 25 digital já passou por uma evolução, quando deixou de se comunicar com a massa em um todo para usar uma linguagem específica, voltada a um determinado público.7 Fonte: www.vooozer.com 9.1 A importância da caligrafia na era digital Em alguns lugares do mundo, a aprendizagem da caligrafia já está sendo deixada de lado. Por exemplo, a Finlândia e os Estados Unidos estão começando a abandonar essas técnicas, mas sempre com discussões. Mas, qual será importância da caligrafia na era digital? Isso ocorre porque alguns estudos já comprovaram as vantagens cognitivas provocadas pela utilização do papel e do lápis. Ou mesmo a caneta e a folha de caderno. Embora a tecnologia esteja tomando até as salas de aula, a caligrafia ainda é algo relevantepara crianças e adolescentes. Confira! A importância da caligrafia na era digital: ainda vale a pena aprendê-la? De acordo com pesquisas da Universidade de Montreal, cada vez mais as pessoas estão recorrendo ao celular para fazer suas anotações. Só que a retenção de dados é realizada de melhor maneira quando se anota tudo à mão. Há uma vantagem ao realizar ações do dia a dia, como a sua lista de compras. 7 Extraído do link: www.focoeducacaoprofissional.com.br 26 Além disso, quando as crianças estão aprendendo a escrever as primeiras palavras, costumam desenhar as letras. E quando realizam esse ato acabam por se apoiar nos traços habituais de um desenho. Assim, o aluno vai evoluindo os seus traços aos poucos. A partir daí as letras começam a se misturar até chegar a grafia tradicional. Assim, esse tipo de atividade para qualificar as capacidades individuais precisa ser mantido. É possível que novas dinâmicas sejam adicionadas, porém, o ensino infantil à escrita não deve ser esquecido. Segundo a IE Business School de Madrid, na Espanha, a tendência é que se dê muito mais relevância à competência que será utilizada. E essas variações devem aparecer a médio prazo. 9.2 Caligrafia é um bom exercício cognitivo? Vale salientar que a importância da caligrafia na era digital não se limita ao aprendizado da escrita pelo aluno. Isso ocorre porque a caligrafia também é reconhecida como uma aliada essencial para as funções cognitivas. Pois, concede as pessoas total autonomia na hora de escrever de próprio punho. É fundamental ter um domínio adequado da escrita a mão. Assim, a caligrafia se apresenta como um benefício na fluidez deste movimento e na sua agilidade. Da mesma forma que a criança consegue escrever o teclado em alta velocidade, ela também deve saber escrever com uma caneta. E não para por ai! O calígrafo e artista Hirahu Sato, em entrevista ao site Euro News, classificou a caligrafia como uma verdadeira arte. Ele é um ferrenho defensor da forma de escrita à mão por aprimorar os trabalhos. Bem como avaliar que a escrita acaba por envolver todo o corpo em um processo físico.8 10 OS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS NA ERA DIGITAL As habilidades do século 21 são um conjunto de competências que crianças e adolescentes precisam desenvolver para ter sucesso no mundo digital. Um estudo da 8 Extraído do link: formacaopedagogica.com.br 27 Unesco, sobre o aprendizado na era moderna, concluiu que nossos jovens devem aprender todas estas habilidades, tais como pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração, liderança, adaptabilidade, empreendedorismo, comunicação oral, escrita eficaz, acesso e análise de informações, criatividade, trabalho em equipe, entre muitas outras. Estas competências serão fundamentais para o futuro das crianças, mas estamos realmente incentivando o melhor para o futuro delas ou estamos estimulando a educação de maneira errada? 10.1 O papel dos pais no ensino e aprendizagem no século 21 Acreditamos que as escolas têm a responsabilidade de transmitir todo o conhecimento para os nossos filhos, mas os pais têm parte importante para o ensino dessas competências. Embora que boa parte do ensino STEM ocorra na sala de aula, não é onde os alunos passam a maior parte do seu tempo. De fato, as crianças passam muito mais tempo aprendendo fora da sala de aula. Então, surge o questionamento: o que os pais podem fazer para ajudar seus filhos a desenvolver habilidades do século XXI? Modelo de boa cidadania: pais que servem de modelo para habilidades práticas podem ser grande incentivo para a aprendizagem dos seus filhos ao longo da vida. Ser modelo de boa cidadania inclui, por exemplo, desde apoiar ações comunitárias até refletir positivamente sobre o que está acontecendo no mundo. Se apresentar como um adulto com pensamento crítico e hábil na resolução de problemas pode ser muito inspirador. Discussão sobre práticas digitais em equipe: Refletir sobre educação digital com seus filhos e ensinar sobre a credibilidade e precisão dos recursos digitais é uma atividade que deve ser feita em time. Isso garantirá que eles estejam obtendo o máximo dos recursos digitais, sem se colocar em risco. Por mais habilidosas que sejam as crianças com a tecnologia, é necessário um monitoramento, sempre acompanhado de diálogo aberto e instrução sobre os perigos que a internet pode representar. Aprender sobre outras culturas: Esta é uma excelente maneira de incentivar a mente aberta e transmissão de habilidades de colaboração e comunicação com seus filhos. Também promove o respeito para trabalhar em cooperação em um mundo cada vez mais globalizado e diversificado. 28 Apoiar a escola do seu filho: Isso envolve defender seu filho e sua aprendizagem, discutindo e sugerindo melhorias com os diretores e a equipe pedagógica. Pode-se debater sobre a implementação do ensino das competências necessárias para o século 21 e até mesmo sugerir que a escola possa ser uma parceira da Happy Code, líder na educação de habilidades digitais no Brasil. Incentivar oportunidades fora da escola tradicional: Hoje em dia, especialistas e pedagogos discutem novos métodos de aprendizado longe dos meios convencionais de ensino. As provas escritas, por exemplo, já se tornaram recursos ultrapassados para medir o aprendizado do aluno. Muitas das possibilidades do futuro podem ser incentivadas em escolas mais preparadas e capacitadas para lidar com o mundo digital, de maneira mais dinâmica e inovadora que os atuais modelos de ensino. 10.2 Sobre a Happy Code A Happy Code é uma escola de tecnologia e inovação, criada a partir da necessidade do ensino de competências digitais para uma geração que já nasceu conectada. Nosso método de ensino é baseado no conceito global STEM – Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática – que trabalha disciplinas fundamentais na formação de alunos mais preparados para lidar com os novos desafios da era digital. Oferecemos cursos interativos de programação, desenvolvimento de games e aplicativos, robótica com drones, Internet das Coisas e mais, introduzindo os alunos a um ambiente inovador como o exigido pelo mundo atual. Por meio do aprendizado baseado em projetos, nosso conteúdo estimula o raciocínio, a criatividade e o pensamento crítico.9 11 ALFABETIZAÇÃO E CULTURA DIGITAL: UMA PARCERIA DE SUCESSO O processo educacional passou por mudanças significativas nos últimos anos, com os avanços tecnológicos e a disseminação da internet levando para as instituições de ensino o desafio de unir a cultura digital com o processo de ensino- aprendizagem. 9 Extraído do link: www.happycodeschool.com 29 A cultura digital é um termo ainda novo, que surgiu após a popularização do acesso à internet em boa parte do mundo. O compartilhamento de ideias, conhecimentos, trabalhos artísticos e a interação social promovida no ambiente online são pontos que levaram ao seu surgimento. É interessante notar que a missão de unir educação e cultura digital tem início durante uma das fases mais complexas da formação dos alunos: a alfabetização. As escolas que não aplicarem as práticas digitais no dia a dia dos estudantes encontrarão dificuldades para formá-los integralmente, já que esses recursos fazem parte da rotina das crianças e dos jovens, e o bom uso das ferramentas tecnológicas é algo importante para o futuro acadêmico, pessoal e profissional de cada um deles. Na sequência, mostraremos o motivo pelo qual a cultura digital é essencial para a educação no século XXI e quais as práticas que podem ser adotadas para que ela ajude a aprimorar o processo de alfabetização. 11.1 Educação e cultura digital a favor da formação integral do aluno Como mencionado no início,a educação no século XXI precisou acompanhar as transformações da sociedade, sendo que boa parte delas se deu por conta dos avanços tecnológicos que mudaram, e muito, os hábitos e comportamentos das pessoas. Assim, a cultura digital se faz cada vez mais presente também no meio educacional, auxiliando as instituições de ensino na formação integral dos estudantes. Os nativos digitais – crianças e jovens que nasceram no mundo hiperconectado – esperam essa aproximação das escolas com os meios digitais. Por isso, a inserção de práticas específicas é cada vez mais comum e tem início ainda na Educação Infantil, contribuindo ativamente no processo de alfabetização. A cultura digital no colégio representa a possibilidade de: • Os alunos estarem em rede; • Participação nas comunidades de aprendizagem sem ficarem isolados e restritos à sala de aula; • Enriquecer o processo de ensino-aprendizagem e aproximá-lo da realidade de cada estudante, por meio das tecnologias aplicadas ao currículo escolar. O desafio das escolas, entretanto, é saber utilizar a cultura digital como aliada das disciplinas e dos conteúdos trabalhados em sala, sendo fundamental que o corpo docente esteja preparado para explorar o melhor que seus recursos têm para oferecer. 30 Investir na formação dos professores com foco na cultura digital, portanto, é de suma importância para que as escolas consigam projetar ações efetivas com essa parceria. 12 A ALFABETIZAÇÃO NA ERA DIGITAL Especificamente na alfabetização, a cultura digital vem apresentando ganhos bastante significativos. A interatividade dos recursos permite que as crianças obtenham um aprendizado com ares de diversão, o que é bastante válido nesta faixa etária. Isso acontece porque a cultura digital consegue trabalhar com elementos lúdicos que ajudam a potencializar o aprendizado dos pequenos durante essa importante fase. A seguir, reunimos algumas dicas de como aplicar a cultura digital no processo de alfabetização: Gamificação Os jogos fazem parte da rotina das crianças e, por isso, são excelentes para aprimorar o aprendizado durante a alfabetização. Hoje, há muitos recursos ligados à gamificação que podem auxiliar o colégio neste processo. Jogos interativos que incentivam a formação de palavras e a leitura para avançar no game costumam chamar bastante a atenção dos estudantes. O desafio para mudar de fase no jogo permite que a criança treine e internalize conceitos aprendidos em sala de aula. Redes sociais As redes sociais também chegaram na área da educação e podem ser aliadas no processo de alfabetização. Há redes específicas que permitem que os educadores criem grupos com os estudantes, compartilhando dicas, ferramentas e atividades relacionadas à alfabetização. Esse contato com o mundo digital é importante para estimular a interação e o compartilhamento de ideias entre os colegas de classe. Livros digitais Outra forma de unir a cultura digital e a alfabetização é por meio do uso dos livros digitais. Além da interatividade que desperta o interesse da criança, é possível 31 adotar ferramentas que possibilitam que o próprio aluno desenvolva a sua história, criando um livro digital de sua autoria. Para isso, é preciso produzir o conteúdo do livro e adicionar fotos e ilustrações ao material, sendo um processo rico que desenvolve a leitura, a escrita e a criatividade da criança de forma divertida. 12.1 A tecnologia também é importante para a gestão escolar Vimos que a cultura digital vem conquistando cada vez mais espaço nas instituições de ensino, trazendo grandes benefícios para a alfabetização e também para a formação integral dos alunos. Posto isso, vale ressaltar que a inserção da tecnologia também é importante para a administração escolar. Investir em um bom software de gestão, por exemplo, é uma excelente forma de otimizar tarefas diárias de cunho administrativo e financeiro, permitindo que os gestores foquem o seu trabalho na área pedagógica.10 Fonte: queridodiariocupcake.blogspot.com 10 Extraído do link: www.sophia.com.br 32 13 A IMPORTÂNCIA DE ESCREVER À MÃO Na era digital é mais fácil e rápido escrever em um teclado ou no celular do que escrever no papel. Mas será que isso é prejudicial para o desenvolvimento escolar das crianças? Treinar a escrita faz parte da educação escolar e é um importante fator que desenvolve diferentes habilidades. Ler e escrever são aptidões básicas adquiridas na pré-escola. Contudo, é preciso continuar aprimorando essa habilidade ao longo dos anos da vida acadêmica. 13.1 A importância da escrita à mão no desenvolvimento estudantil Escrever à mão envolve vários sentidos. Primeiramente, ativa uma ligação direta com o cérebro que desenvolve a coordenação motora. Segundo estudos científicos, quando a criança se esforça para escrever trabalha também músculos e articulações. Nesse contexto, é possível até identificar transtornos e distúrbios nervosos por meio de uma análise da caligrafia. Inclusive, com a mesma análise, é possível identificar o nível de concentração, atenção e dedicação, assim como a personalidade de cada aluno que, muitas vezes, reflete na escrita. Outras capacidades desenvolvidas são: a memória, o raciocínio e a criatividade. Quando um aluno escreve uma frase ou trecho de uma determinada matéria, as chances de se lembrar do conteúdo na prova, por exemplo, são maiores. Da mesma forma, quando uma criança pratica a escrita, várias áreas cerebrais são estimuladas. Áreas perceptivas visuais, processamento viso espacial e o desenvolvimento da leitura também são fortalecidos pela escrita à mão. A tecnologia nos coloca em um vasto mundo de possibilidades e oportunidades, porém, com toda essa praticidade não se pode e esquecer de treinar a escrita à mão. Isso deve ser incentivado em todas as fases de alfabetização escolar como, por exemplo, em atividades de pintura, desenho, criação de histórias, treino de caligrafia, etc. O processo de aprendizagem está diretamente ligado às atividades motoras. Antes mesmo da criança ser inserida em um ambiente escolar, esse tipo de atividade 33 precisa ser explorado, pois irá prepará-la para receber as novas atividades intelectuais.11 Como ler mais na era digital? Segundo uma pesquisa da Retratos da Leitura no Brasil, o brasileiro tem a média de 4,96 livros por ano. Sim, POR ANO! Não é à toa tanta falta de interpretação de texto na internet né kkkk! Brincadeiras à parte, estamos lendo pouco. Não que eu ache que você tenha que ser uma Agatha Christie da vida e ler 200 livros por ano, mas 4,96 livros é um número extremamente baixo. Porque será que isso acontece? Grande parte, acredito eu, é por estarmos toda hora lotados de distrações e termos o mundo na palma das mãos. É celular, tablet, computador, Netflix… Fica difícil focar na gente quando tem tanta coisa nos chamando lá fora, né? Sabe aquela hora você pega o celular para ver alguma coisa e quando vê, já se passaram mais de 40 minutos porque ficou rolando o feed do instagram? É mais ou menos isso. Perdemos tempo demais em distrações e quando vamos ver, já não temos mais tempo para nada Contudo, assim como 40% daquilo que fazemos no dia, perder tempo na internet é um hábito, assim como ler, também é um hábito. Hábitos não podem ser mudados e sim, substituídos (leia O Poder do Hábito) então, o segredo para começar a ler mais livros na era digital é reprogramar o cérebro e criar o hábito da leitura! Mas como podemos criar o hábito da leitura em um mundo de distrações? Para criar um hábito é necessário (basicamente) um gatilho e uma recompensa. No meu caso por exemplo, o gatilho é, depois da minha yoga e meditação, eu sento confortavelmente no meu sofá, coloco meu celular virado de cabeça para baixo e pego um livro que eu esteja afim deler no momento. Minha recompensa é que geralmente eu tenho novas ideias para textos, projetos ou qualquer coisa que surja durante o dia (sem contar que eu realmente gosto de ler só por ler mesmo!). Além disso também tem o fato de eu gostar de sentar no sofá e tomar um café e ler um livro! Adoro tomar um cafezinho enquanto leio! Se estiver chovendo então…! 11 Extraído do link: kumon.com.br 34 O que eu quero dizer é que você precisa criar um motivo (gatilho), uma rotina (sofá + leitura + café) e uma recompensa (gosto do assunto e abre minha mente) que irão criar o seu hábito. Quando o seu cérebro entende o gatilho (sentar no sofá) e depois tem a recompensa (café e clareza na mente). Existem algumas dicas para você facilitar tudo isso: A primeira coisa que eu sugiro você a levar em consideração é procurar um tema que você gosta. Não adianta comprar um livro de Desenvolvimento Pessoal se o que você ama mesmo é de ler um Romance bem meloso! A intenção aqui é criar o hábito da leitura, e não ser mais ou menos 'culto'. Não há nada mais tedioso do que ficar lendo algo que você não tem interesse e, se você não gostar do processo, não irá criar o hábito. Em segundo lugar, acho muito bom ter um horário fixo para a leitura. Programe um horário para que todo dia você sente ali para ler, nem que seja um pouquinho. No meu caso, gosto de ler pela manhã, após meu yoga e minha meditação. Tornou-se já um prazer para mim tomar café enquanto leio um livro de manhã! Além de abrir minha mente para o dia, é um momento que reservo para mim em que me sinto muito bem! Ler pela manhã também é bom pelo fato de não termos usado tanto ainda o celular. Os estímulos rápidos da telinha fazem com que seja mais difícil focarmos em alguma atividade mais tranquila, como a leitura, ao longo do dia. Você pode ler a noite também, mas talvez as chances de se você conseguir se concentrar sejam menores. Falando em celular, esse parece ser o maior vilão na hora de nos concentrarmos, não é mesmo? É por isso que na hora em que estou lendo, geralmente costumo deixar meu celular virado de cabeça para baixo, assim não fico prestando atenção. Você também pode deixar o seu no modo avião, no silencioso ou longe mesmo dependendo do nível do vício kkkk! Ao invés de ficar checando a hora a todo instante, coloque um despertador. Assim você não se perde na hora e consegue ficar aquele tempo completamente focado nas páginas. Por último eu sugiro: Comece devagar! O mais importante não é ler muito e sim, criar o hábito para ler com mais frequência e, consequentemente, mais! É melhor você ler 1 página por dia do que ler 50 hoje e só abrir o livro na semana que vem! Leia 5, 10, 15 páginas por dia, você que escolhe! Mesmo se forem poucas páginas, faça o seu ritual de leitura. Demora em torno de 21 dias para um hábito ser criado, portanto, foque em levar essas dicas ao menos durante 1 mês certinho, sem interrupções! Você 35 vai ver que logo, logo, logo o hábito será criado e você já poderá se considerar um leitor ou leitora de carteirinha!12 14 A TRADIÇÃO NA ERA DIGITAL Os meios digitais revolucionaram a forma de comunicação. Foi-se a época em que as pessoas precisavam ir até bancas de jornais ou bibliotecas para buscar informações. Hoje, os maiores veículos de comunicação do país investem em plataformas digitais em coexistência com o impresso – ou até extinguindo o último meio. Segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2016 (PBM), um em cada três brasileiros consomem jornal e um em cada quatro são leitores de revistas. Os dados mostram a decadência dos meios impressos nos hábitos de consumo do país, uma vez que dois em cada três entrevistados acessam a Internet. Mesmo assim, dentro da área de comunicação, é comum a propensão para o impresso. Em uma pesquisa com quarenta alunos da Faculdade Cásper Líbero, realizada no ano de 2017, o número de pessoas que preferiam o impresso foi maior do que a preferência pelos meios digitais. Os principais motivos foram: a credibilidade do meio e a maior facilidade de concentração. Para a aluna Isadora Alduini, da Faculdade Cásper Líbero, o impresso ainda é a melhor opção. “Eu gosto muito de ir lendo e grifando os pontos que acho interessantes. (…) Quando vou ler um texto no computador, por exemplo, acabo me dispersando muito fácil e fugindo do que é para eu ler e realmente entender”. Embora o a leitura pelo meio digital esteja em crescimento constante, a aluna Marcela Leme relaciona o fenômeno à falta de tempo dos leitores e conta “Hoje em dia acabo lendo pelo celular por falta de tempo mesmo (…) ”, mas que afirma que sua preferência está ainda nos papéis. Giovanna Nunes também assente “Aqui no trabalho prefiro o digital porque facilita minha vida e a conta é muito corporativa, sabe? ”. Alguns outros entrevistados também contaram que o consumo das revistas pelo meio digital se deve sempre à praticidade, e à procura de apenas matérias específicas, mas sempre ressaltam o gosto pelo papel por diversos fatores. 12 Extraído do link: www.gabrielabez.com.br 36 A preferência e a paixão pelo impresso são diversas, dentre as já citadas a credibilidade do meio e a maior facilidade de concentração, os entrevistados também relataram que o desconforto de ler textos extensos por smartphones e tablets é crucial na hora da leitura. A entrevistada Gabriela Fitzgerald, aluna da Faculdade Cásper Líbero, contou que o medo do furto ao ler em espaços públicos pelo meio digital também é uma preocupação, além de poder fazer anotações e grifar trechos do texto, livro ou revista lida, fator levantado também pela entrevistada Isabela Alduini. A questão da afetividade pelo impresso é bastante recorrente entre amantes do papel. A diferença da notícia dada por uma revista e por uma plataforma digital é gritante, pois enquanto a primeira parece oferecer um cuidado maior desde a escolha de pautas frias e escolha de palavras, construção do texto, diagramação e imagens até mesmo a publicação o meio digital parece necessita de um imediatismo exacerbado para atender a demanda de conteúdo online ou até mesmo a cobertura e furos de reportagens e pautas quentes. Além da afinidade pelo processo de criação de matéria para o meio impresso, a credibilidade do meio parece sempre estar atrelada até mesmo fatores históricos, devido à existência de certas revistas e editoras durante anos no meio jornalístico. Isso faz com que alguns leitores assíduos de certas marcas optem pelo impresso pelo valor sentimental das edições e até mesmo para formar coleções de suas revistas favoritas.13 13 Extraído do link: www.casperimental.com.br 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, Raquel Padilha. A leitura e a escrita na era digital. 2017. 26 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Letras Português) —Universidade de Brasília, Brasília, 2017. BAJARD, E. Da escuta de textos à leitura. São Paulo: Cortez, 2007. Brasil Escola. Internet. <Http://brasilescola.uol.com.br/informatica/internet.htm>. BARRETO, Nelma Vilaça Paes. Os desafios da educação: a cibercultura na educação e a docência online. VÉRTICES, Campos dos Goytacazes/RJ, v. 12, n. 3, p. 149-164, set. /dez. 2010. FREITAS, M. T. Leitura e escrita de adolescentes na internet e na escola. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011. KLOSH, Hermínio. Informática básica e tecnologias na educação. Indaial: Ed. ASSELVI, 2007, 2a ed. MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. Parábola Editorial, 2008. MORAN, J. M. Ensino e aprendizagem inovadores com apoio de tecnologias. In: MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 21. ed. Campinas: Papirus, 2013. SOUSA, Robson Pequenode; MOITA, Filomena da M. C da S. C.; ARVALHO Ana Beatriz Gomes (Organizadores). Tecnologias digitais na educação - Campina Grande: EDUEPB, 2011.
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