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AULA 02 ANÁLISE DE CRÉDITO E RISCO - ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL PARA CRÉDITO

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ANÁLISE DE CRÉDITO E RISCO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cleverson Luiz Pereira 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Na aula anterior, estudamos sobre o conceito e a prática do crédito no 
mercado. Entendemos que as diretrizes de práticas da concessão de crédito 
estão fundamentadas em confiança e gestão de riscos. Agora esta aula propõe 
estudar e compreender a canalização dessas diretrizes de maneira organizada 
e gerando proteção e sigilo às informações coletadas e levantadas ao longo de 
um processo de crédito. 
Vamos conhecer a estrutura hierárquica do Sistema Financeiro Nacional 
e como as empresas desenham seus departamentos para conceder crédito aos 
clientes que compram a prazo. E, por fim, conheceremos as informações que 
devem ser coletadas em uma proposta de crédito tanto do ponto de vista interno 
quanto do ponto de vista externo. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
No Brasil Colônia, não havia uma moeda própria, o comércio era realizado 
por meio de trocas de mercadorias. Um exemplo seria uma troca envolvendo 
uma quantidade X de feijão para uma quantidade Y de arroz. 
De acordo com Vieira, Pereira e Amaral, havia 
a função de assegurar a emissão de moeda para atender as necessidades 
da coroa portuguesa, pois a cobrança direta de tributos era deficitária. No 
entanto foi somente em 1838 que apareceu um sistema bancário orientado 
ao fomento econômico, captando recursos e concedendo crédito. 
 
A primeira instituição bancária privada do país foi o Banco Comercial do Rio 
de Janeiro que foi responsável pela expansão das atividades agrícolas e 
comercial. No período do Segundo Reinado, entre 1840-1889, o sistema 
bancário já contava com várias casas bancárias, a maioria no Estado do Rio 
de Janeiro. Não podiam emitir moeda, dedicavam-se a coleta de depósitos 
e concessão de empréstimos apenas. 
 
No início da década de 1950 começa uma fase intermediária 
caracterizada pela expansão na atividade econômica do país resultando no 
crescimento da atividade bancária em contrapartida. 
O sistema bancário brasileiro passou a operar por meio do Plano de Ação 
Econômica do Governo (PAEG), delineado pela Reforma Bancária (Lei n. 4.595, 
de 31.12.1964) e pela Reforma do Mercado de Capitais (Lei n. 4.728, de 
 
 
3 
14.07.1965). O Bacen se tornou no sistema a autarquia federal que regulamenta 
e controla o setor bancário, executando a política de crédito do país. 
Era o início de uma fase de intermediação financeira organizada e com 
uma estrutura hierárquica de comandos e execução para assegurar a 
canalização de recursos. 
 
TEMA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL PARA 
CRÉDITO 
A estrutura do SFN atua com o objetivo de prover a liquidez financeira das 
Instituições que a compõem, além da criação e fiscalização de regras capazes 
de organizar e desenvolver o funcionamento do sistema. 
Para Fortuna (2002) citado por Pereira (2013, p. 58): 
O papel principal do Sistema Financeiro Nacional é atuar na organização do 
mercado financeiro e suas funções como a intermediação financeira e o 
auxílio financeiro buscando garantir a liquidez nas transações por ele. 
A intermediação financeira é uma operação desenvolvida pelo SFN que 
possui como função principal controlar organizadamente o fluxo de recursos 
monetários do agente ofertador (poupadores e investidores) para o agente 
tomador (tomadores de linhas de crédito em geral para fomento de 
atividades produtivas). 
Para Fortuna (2002) citado por Pereira (2013, p. 59): 
o auxílio financeiro possui como papel principal a busca de novos 
investidores e poupadores, além do desenvolvimento do mercado de 
capitais. 
 
Com a organização do mercado financeiro ele estará exercendo as 
seguintes funções: 
- promover a poupança buscando recursos ao sistema; 
- arrecadar e aumentar a poupança em grandes volumes; 
- transformar a poupança em créditos especiais; 
- encaminhar os créditos às atividades produtivas; e 
- gerenciar as aplicações realizadas nos sistema e manter um mercado para 
elas. 
Podemos dividir a estrutura de funcionamento do SFN em duas partes formadas 
pelas: 
 autoridades monetárias, que são compostas pelos órgãos normativos: 
Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros 
Privados (CNSP) e o Conselho de Gestão da Previdência Complementar 
(CGPC) e pelas entidades supervisoras: Banco Central do Brasil 
(BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de 
4 
Seguros Privados (SUSEP) e Secretaria de Previdência Complementar 
(SPC). 
• instituições financeiras, que são compostas pelos agentes operadores 
do SFN. São eles: bancos comerciais, bancos de investimentos e 
múltiplos e os auxiliares financeiros: bolsa de valores, sociedades 
corretoras de títulos e valores mobiliários e sociedade distribuidora de 
títulos e valores mobiliários.
• Para centralizar o propósito de estudos deste livro, iremos focar na 
estrutura básica do Sistema Financeiro Brasileiro que é composta pelos 
órgãos normativos, pelas entidades supervisoras e pelos operadores. 
Figura 1: Estrutura Básica Funcional do Sistema Financeiro Nacional 
Fonte: adaptada de BCB (2016). 
5 
Órgãos Reguladores da Política de Crédito no SFN
Vamos conhecer a seguir a função de cada um dos Órgãos 
Reguladores: CMN, BACEN e CVM no SFN, lembrando que seu papel 
fundamental é regulamentar e fiscalizar.
Conselho Monetário Nacional – CMN 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do 
Sistema Financeiro Nacional e tem por finalidade formular a política da 
moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento 
econômico e social do país. Em síntese, é elemento mandatário do sistema. 
O Conselho determina e cria as diretrizes de funcionamento do 
SFN em suas responsabilidades e funções. 
As principais atribuições do CMN são: 
 regular a constituição, funcionamento e fiscalização das
instituições financeiras, bem como a aplicação das penalidades
previstas na Lei quando cabíveis;
 estabelecer medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios
econômicos;
 disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das
operações creditícias;
 coordenar a política monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da
dívida pública, interna e externa;
 autorizar as emissões de papel-moeda;
 determinar as taxas de recolhimento compulsórios das instituições
financeiras.
Banco Central do Brasil – BACEN 
O Banco Central do Brasil é uma autarquia federal à qual compete cumprir 
e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e 
as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. Sua missão 
institucional é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez 
do Sistema Financeiro Nacional. 
As principais atribuições do BACEN são: 
 
 
6 
 conceder autorização para o funcionamento das instituições 
financeiras e outras entidades; 
 fiscalizar e regular as atividades das instituições financeiras e 
demais entidades por ele autorizadas a funcionar; 
 emitir moeda: o BACEN tem o monopólio da emissão de moeda; 
 controlar créditos: o BACEN divulga as decisões do Conselho 
Monetário Nacional, baixa as normas complementares e executa o 
controle e a fiscalização a respeito das operações de crédito em 
todas as suas modalidades; 
 controlar capitais estrangeiros: o BACEN é o depositário das 
reservas internacionais do país; 
 executar a política monetária: o objetivo da ação dos bancos 
centrais na política monetária é controlar a expansão da moeda e 
do crédito e a taxa de juros; 
 executar a política cambial: essa função consiste em manter ativos 
de ouro e moedas estrangeiras para atuação nos mercados de 
câmbio. 
Saiba Mais 
Para mais informações sobre o assunto, acesse: 
https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp 
 
TEMA 2 – BANCOS E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
 
Agentes Operadores do SFN 
O subsistema operativo é composto pelas instituiçõesfinanceiras públicas 
e privadas que atuam no mercado financeiro, sendo elas: os bancos comerciais, 
bancos de investimentos, bancos múltiplos, bolsa de valores, sociedades 
corretoras de títulos e valores mobiliários e sociedade distribuidora de títulos e 
valores mobiliários. 
 
Bancos Múltiplos 
É a instituição financeira privada ou pública que realiza as operações 
ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por 
intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de 
https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp
 
 
7 
desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, 
financiamento e investimento. A carteira de desenvolvimento somente poderá 
ser operada por banco público. 
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras 
(sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento), além de ser 
organizado sob a forma de sociedade anônima. 
 
Bancos Comerciais 
Pode ser uma instituição financeira privada ou pública. Tem como objetivo 
principal proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos 
necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as 
empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. A captação de depósitos 
à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial. Deve 
ser instituída sob a forma de sociedade anônima. 
 
Bancos de Investimentos 
É uma instituição financeira privada especializada em operações de 
participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade 
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e da administração de 
recursos de terceiros. Não é permitida a captação de depósitos à vista. Deve ser 
constituído sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em 
sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento”. 
 
TEMA 3 – ESTRUTURA DE CONCESSÃO DE CRÉDITO NAS EMPRESAS 
As empresas utilizam-se de crédito para efetuar produção e receita dentro 
de sua atividade produtiva, ou seja, tomadora de crédito junto a fornecedores ou 
aos seus clientes. Para isso, organizam-se em departamentos capazes de 
realizar coletas de dados e informações, análise e deferimento, ficando com o 
departamento de cobrança os atrasos e inadimplentes. Os departamentos são 
responsáveis pela operacional do crédito, que é a montagem da proposta, e pela 
decisão, que é tomada após análise. As informações coletadas para os 
departamentos trabalharem são oriundas de uma coleta de dados que devem 
ser armazenadas em um banco de dados confiável. 
Por isso, os pilares de sustentação da rotina de análise de crédito são: 
banco de dados, departamento operacional e departamento decisório. 
 
 
8 
 
A coleta de dados deve ser captada sob duas óticas de armazenamento. 
Os dados internos são aqueles levantados junto ao cliente consumidor de 
crédito, tais como: nome, documentos de identificação, rendas ou faturamentos, 
balanços contábeis, entre outros. Já os dados externos são aqueles levantados 
junto ao mercado para avaliar o nicho de atuação do cliente consumidor de 
crédito, como Produto Interno Bruto (PIB), Taxa de inflação, de desemprego, de 
câmbio, entre outros. De posse dos dados do cliente, o próximo passo é elaborar 
um processo de crédito. Esse processo é dividido em: 
 análise do cliente: levantamento e análise de todos os pontos 
positivos e negativos; 
 interesse da tomadora do crédito: objetivo do crédito e ramo de 
atuação; 
 cópias de documentos necessários para fundamentar a proposta 
de crédito; 
 confirmação das informações coletadas; 
 filtragem dos dados; 
 elaboração da proposta; 
 organização do banco de dados: segmentação por porte, setor, 
nível de risco, nicho de mercado e rentabilidade; 
 arquivo dos processos: guarda das informações; 
 levantamento estatístico dos processos e resultados; 
 formalização da proposta. 
 
O Departamento Operacional realiza análise do perfil do cliente, cópia 
dos documentos, confirmação das informações, compilação dos dados, 
elaboração da proposta, organização do banco de dados, arquivo de processos, 
formalização de proposta e envio para análise. 
O Departamento Decisório é dividido em: Comitê Geral de Crédito e 
Comitê Regional/Setorial. 
O Comitê Geral de Crédito é a autoridade superior formada por gestores 
masters, pois são aqueles que possuem maior tempo e experiência na atividade 
de análise e decisão de concessão de crédito. Nos bancos, geralmente são os 
diretores ou superintendentes do departamento de crédito, já nas empresas são 
os gerentes administrativos ou financeiros. 
 
 
9 
 
O Comitê Regional de Crédito é um colegiado com alçadas de decisões 
inferiores ao Comitê Geral, formado por gestores e analistas juniores. Nos 
bancos, eles representam os analistas de créditos, assim como nas empresas. 
Esse comitê realiza a primeira análise e decisão de crédito. 
TEMA 4 – COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES: BASE INTERNA 
Os Dados Internos são dados que caracterizam o cliente oferecendo 
informações que demonstram seu perfil geral em relação a caráter, capacidade 
e amparo cadastral para a concessão de crédito. 
 
Segundo Rodrigues (2001, p .70-71): 
as principais fontes de consulta para coletas de dados e informações a Base 
interna de pessoa jurídica são: 
- Serviços de proteção ao crédito (Serasa, SPC, Associações Comerciais 
entre outras); 
- Balanços Contábeis; 
- Referências comerciais e bancárias; 
- Visita às instalações do cliente; 
- Dados gerais: nome da empresa, endereço, nome e cargo do responsável 
pelo contato, telefone, e-mail, fax e endereço na internet; 
- Itens de avaliação: nível estratégico da localização da empresa, qualidade 
das instalações, infraestrutura, nível técnico da equipe operacional, 
qualificação técnica da equipe de gestão, clima organizacional, sistemas de 
gestão aplicados, software de gestão e principais procedimentos internos, 
organograma interno, principais fornecedores, principais clientes, posição 
dos estoques, ciclo operacional, logística. 
Para Rodrigues (2001, p. 73), as consultas aos dados da base interna 
devem levar em conta os seguintes itens: 
nome, CPF, estado civil e nome do (a) cônjuge, empresa em que trabalha 
ou profissão, endereço residencial, telefones de contatos (residencial, 
celular e comercial), e-mail comercial, bens móveis, imóveis e outros, 
referências bancárias, referências pessoais e referências comerciais. 
 
A consulta aos dados e às informações da base interna é importante no 
processo de concessão de um crédito, pois são eles que servirão de base para 
uma possível execução judicial, caso o cliente venha a inadimplir. 
Todos os dados relatados acima tanto na pessoa jurídica quanto na 
pessoa física precisam ser coletados com qualidade e em maior número 
possível, ou seja, quanto mais informações forem levantadas sobre o 
consumidor de crédito, maior será sua responsabilidade em responder 
 
 
10 
judicialmente pelo crédito tomado. Portanto, esses documentos servem de prova 
para apresentar à justiça na busca de recebimento do valor concedido em caso 
de perda ou atraso. 
Os bancos e as empresas costumam registrar todas essas informações 
em um documento denominado ficha cadastral, armazenado em um banco de 
dados. Essa ficha pode ser atualizada e renovada de acordo com o período que 
os cedentes do crédito desejarem. Por isso, todas as vezes que vamos comprar 
um produto a prazo no comércio, alugar um imóvel ou pegar crédito em um 
banco, passamos por uma bateria de perguntas e entrega de inúmeros 
documentos que comprovarão que estamos falando a verdade para o cedente 
dos serviços ou produtos. Outra grande vantagem da ficha cadastral é 
demonstrar por meio dos dados coletados o grau de risco do cliente, se ele 
possui garantias para ofertar em uma operação de crédito com risco maior e se 
é capaz de gerarreceitas ou rendimentos que irão credenciá-lo a pagar o crédito 
tomado. 
Segue um exemplo simples de ficha cadastral que pode ser atualizado ou 
modificado de acordo com a necessidade do cedente do crédito. 
Figura 1: Modelo de Ficha Cadastral 
 
Fonte: SEBRAE (2016). 
 
 
 
11 
 
TEMA 5 – COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES: BASE EXTERNA 
Uma base externa de informações sobre o tomador de crédito é formada 
por dados que não foram apresentados pelo cliente. Logo, essas informações 
serão captadas via consultas ao mercado de acordo com a necessidade de 
resposta que o cedente do crédito necessita. 
Os dados externos oferecem ao cedente do crédito uma visão da situação 
macroeconômica do mercado e, dessa forma, como o cliente tomador está 
inserido nele. Por meio dessas informações, são levantados cenários de 
sazonalidades, perspectivas futuras do segmento, como crescimento ou declínio 
da atividade na economia. 
O levantamento e a análise das informações externas são pontos 
fundamentais para a tomada de decisão da concessão do crédito, pois permitem 
saber se a curto ou longo prazo o cenário da economia local pode interferir, de 
modo positivo ou negativo, na atividade da pessoa física ou jurídica potencial 
tomadora de crédito. 
Dentre as fontes confiáveis para o levantamento dessas informações, 
citamos a seguir as principais para coleta: 
O Banco Central do Brasil (BACEN) é o responsável por fiscalizar as 
instituições financeiras e bancos. Portanto, ele emite relatórios e cria critérios 
capazes de demonstrar cenários da pessoa física e jurídica no mercado. 
Vejamos: 
 Critérios de classificação de risco 
 Taxa de câmbio 
 Índices de liquidez 
 Inadimplência 
A Bolsa de Valores (BMFBovespa) é responsável por desenvolver o 
mercado de capitais onde as empresas negociam diariamente seus papéis 
mobiliários denominados ações. O ponto principal é que observar o 
comportamento de oscilação dos preços desses papéis demonstra claramente 
como está a situação da economia para cada dia, uma vez que as companhias 
que lá estão comercializando seus papéis encontram-se inseridas no mercado 
econômico de seu país que, por sua vez, gera o resultado de um Produto Interno 
 
 
12 
Bruto (PIB). Logo, em período de recessão do PIB, podemos diagnosticar 
cenários de dificuldades para o mercado de crédito; já com o PIB em aceleração, 
podemos prever possíveis oportunidades de crescimento para o mercado de 
crédito. 
Dentre as principais informações, podemos destacar a divulgação dos 
índices econômicos financeiros a seguir. 
 Ibovespa: a finalidade básica do Ibovespa é a de servir como 
indicador médio do comportamento do mercado. 
 Índice Brasil (IBX): é um índice de preços que mede o retorno de 
uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre 
as mais negociadas na Bovespa, levando em consideração o 
número de negócios e o volume financeiro e ponderadas no índice 
pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no 
mercado. 
 Índice de Energia Elétrica (IEE): é um índice setorial muito 
conhecido desde a sua criação em 1994, sendo composto pelas 10 
maiores empresas de energia elétrica de geração ou distribuição, 
com pesos equivalentes, com o objetivo de acompanhar o 
desempenho do segmento. 
 Índice de Governança Corporativa (IGC): tem por objetivo medir o 
desempenho de uma carteira teórica composta por ações de 
empresas que apresentem bons níveis de práticas de governança 
corporativa. 
Segundo Child e Rodrigues (2000), 
Governança Corporativa é o assunto mais proeminente dos meios 
acadêmicos, governos, instituições internacionais, bem como empresas de 
consultoria: está centrada nas questões de quem tem direitos e poder de 
alocação dos recursos corporativos e retornos, e nos mecanismos 
apropriados para apoiar esses direitos e poderes de forma transparente, 
bem como o impacto de cada mecanismo nos resultados das empresas. 
 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o principal 
provedor de dados e informações do país, que atendem às 
necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade, bem 
como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e 
municipal. As informações como renda da população, perfil das 
famílias, inflação, entre outros são fundamentais para a análise de 
dados externos em uma concessão de crédito. 
 
 
13 
 
 
 A Fundação Getúlio Vargas (FGV) é uma instituição de ensino e 
pesquisa no meio acadêmico que produz informações 
mercadológicas importantes a todos os setores da economia. 
Fatores de conjuntura econômica como inflação (IGP_M – Índice 
Geral de Preço Mercado), avaliação setorial do PIB, entre outros 
são produzidos pela FGV. 
 
O levantamento e o estudo das informações de base externas necessitam 
de um avaliador capaz de interpretar esses dados coletados e a partir deles 
produzir cenários para uma avaliação de crédito eficiente por parte do analista. 
 
Leitura obrigatória 
Realizar leitura do arquivo em PDF que relata pelo Bacen a sistemática 
das políticas de crédito, monetária e cambial aplicadas no mercado pela 
estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Importante na leitura prender sua 
atenção às diretrizes da política creditícia do país. 
Disponível em: http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/LRF_11-11-
10.pdf 
 
Saiba mais 
Você sabia que dentro do Sistema Financeiro Nacional o Conselho 
Monetário Nacional (CMN) define as metas de inflação e o Banco Central 
(BACEN) deve atingi-las durante o ano e, caso não consiga, deve fazer uma 
carta explicativa apontando os motivos? 
Ainda no Sistema Financeiro Nacional, dentro da estrutura do BACEN, 
funciona o Comitê de Política Monetária (COPOM), responsável por se reunir a 
cada 45 dias e definir a Taxa Selic Meta usada para parametrizar o preço das 
taxas de juros utilizadas nas operações de crédito. 
Para saber, assista aos vídeos que falam sobre a conjuntura econômica 
do país, disponíveis em: 
https://www.youtube.com/watch?v=VRfeFWBhm8Q 
https://www.youtube.com/watch?v=ZpZjPtbZvAQ 
 
http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/LRF_11-11-10.pdf
http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/LRF_11-11-10.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=VRfeFWBhm8Q
https://www.youtube.com/watch?v=ZpZjPtbZvAQ
 
 
14 
 
 
Para mais informações sobre o assunto, acesse: 
http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/ibge.shtm 
http://www.portalbrasil.net/igpm.htm 
http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm 
http://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/home 
 
TROCANDO IDEIAS 
Uma empresa que está estruturando seu departamento de crédito pode 
utilizar como modelo o formato de análise e concessão de crédito dos bancos. 
Os bancos utilizam treinamentos para capacitar constantemente seus analistas, 
assim como os funcionários que estão na linha de frente de suas agências, os 
quais serão os responsáveis por coletar os dados dos clientes, registrá-los e 
mantê-los atualizados. 
Portanto, é fundamental na concessão de crédito dentro das empresas 
que seus gestores contratem ou capacitem constantemente os profissionais do 
setor de crédito e que eles possam formar sucessores com conhecimento das 
operações. Ainda existem muitos profissionais que não são especialistas nos 
assuntos do mercado econômico e precisam de outros profissionais para relatar 
a conjuntura atual. 
A estrutura hierárquica do Sistema Financeiro Nacional fornece a maior 
plataforma de segurança para operar nas diversas modalidades de crédito, pois, 
por meio de seus Órgãos Normativos e Operacionais, canaliza as diretrizes do 
crédito dentro da economia do país, fomentando seu crescimento. 
 
NA PRÁTICA 
A Norton Giros necessita de um crédito no valor de R$ 200.000,00 para 
substituir duas máquinas depreciadas de sua linha de produção. 
Pesquisando as fontes dos dados internos e externos abordados nesta 
aula, faça um levantamento de informações capazes de produziruma base para 
decidir sobre o caso Norton. 
 
 
http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/ibge.shtm
http://www.portalbrasil.net/igpm.htm
http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm
http://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/home
 
 
15 
 
Solução 
Para Rodrigues (2001, p. 73), as consultas aos dados da base interna 
devem levar em conta os seguintes itens: 
nome, CPF, estado civil e nome do (a) cônjuge, empresa em que trabalha 
ou profissão, endereço residencial, telefones de contatos (residencial, 
celular e comercial), e-mail comercial, bens móveis, imóveis e outros, 
referências bancárias, referências pessoais e referências comerciais. 
Além dos serviços de proteção ao crédito (Serasa, SPC, Associações 
Comerciais, entre outras) e balanços contábeis. 
Para a base externa coletar dados junto ao mercado conforme as fontes 
confiáveis: 
 Banco Central do Brasil (BACEN); 
 Bolsa de Valores (BMFBovespa); 
 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); 
 Fundação Getúlio Vargas (FGV). 
 
SÍNTESE 
A aula apresentou a estrutura de funcionamento do operacional na 
concessão de crédito nas empresas e nos bancos. O Sistema Financeiro 
Nacional é a visão clara de organização na formulação e no cumprimento das 
diretrizes de política de crédito nos bancos e instituições financeiras do país. 
Por outro lado, é possível estruturar um sistema de concessão de crédito 
dentro das empresas levando em consideração as premissas da concessão de 
crédito utilizadas pelos bancos. 
As empresas podem formular uma equipe de crédito que estará dividida 
em coleta das informações, montagem de uma ficha de cadastro, formulação de 
uma proposta, análise sob a óptica de dois níveis de avaliação por parte dos 
analistas sendo, em primeira alçada, os analistas juniores e, na segunda, os 
analistas masters. 
Os dados representam alicerces de decisão nas concessões de crédito, 
por isso é fundamental coletá-los de forma assertiva e verdadeira e registrá-los 
em uma base de dados segura. Tanto os dados internos quanto os externos 
farão parte da avaliação de decisão sobre conceder ou não o crédito solicitado. 
Portanto, a fase de captação de dados é de suma importância para a 
perenidade das operações de crédito. Buscar dados do consumidor de crédito 
 
 
16 
em seus mínimos detalhes, confirmar e sempre atualizar são sempre premissas 
básicas para coletar informações que poderão reduzir o risco da concessão. 
 
REFERÊNCIAS 
CROUHY, M.; GALAI, D.; MARK, R. Gerenciamento do risco: 
abordagem conceitual e prática. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. 
PEREIRA, C. L. Mercado de capitais. Curitiba: Intersaberes, 2013. 
RODRIGUES, C. M. Análise de crédito e risco. Curitiba: Ibpex, 2011. 
SEBRAE. Como elaborar um plano de cadastro, crédito e cobrança. 
Disponível em: 
<http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bd
s.nsf/6791375CF782DC23832573D90041DBD9/$File/NT0003748E.pdf>. 
Acesso em: 13 out. 2016. 
VIEIRA, J. A. G.; PEREIRA, H. F. S.; AMARAL, W. N. do. Histórico do 
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Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp>. 
Acesso em: 12 out. 2016.

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