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ANÁLISE DE CRÉDITO E RISCO AULA 2 Prof. Cleverson Luiz Pereira 2 CONVERSA INICIAL Na aula anterior, estudamos sobre o conceito e a prática do crédito no mercado. Entendemos que as diretrizes de práticas da concessão de crédito estão fundamentadas em confiança e gestão de riscos. Agora esta aula propõe estudar e compreender a canalização dessas diretrizes de maneira organizada e gerando proteção e sigilo às informações coletadas e levantadas ao longo de um processo de crédito. Vamos conhecer a estrutura hierárquica do Sistema Financeiro Nacional e como as empresas desenham seus departamentos para conceder crédito aos clientes que compram a prazo. E, por fim, conheceremos as informações que devem ser coletadas em uma proposta de crédito tanto do ponto de vista interno quanto do ponto de vista externo. CONTEXTUALIZANDO No Brasil Colônia, não havia uma moeda própria, o comércio era realizado por meio de trocas de mercadorias. Um exemplo seria uma troca envolvendo uma quantidade X de feijão para uma quantidade Y de arroz. De acordo com Vieira, Pereira e Amaral, havia a função de assegurar a emissão de moeda para atender as necessidades da coroa portuguesa, pois a cobrança direta de tributos era deficitária. No entanto foi somente em 1838 que apareceu um sistema bancário orientado ao fomento econômico, captando recursos e concedendo crédito. A primeira instituição bancária privada do país foi o Banco Comercial do Rio de Janeiro que foi responsável pela expansão das atividades agrícolas e comercial. No período do Segundo Reinado, entre 1840-1889, o sistema bancário já contava com várias casas bancárias, a maioria no Estado do Rio de Janeiro. Não podiam emitir moeda, dedicavam-se a coleta de depósitos e concessão de empréstimos apenas. No início da década de 1950 começa uma fase intermediária caracterizada pela expansão na atividade econômica do país resultando no crescimento da atividade bancária em contrapartida. O sistema bancário brasileiro passou a operar por meio do Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), delineado pela Reforma Bancária (Lei n. 4.595, de 31.12.1964) e pela Reforma do Mercado de Capitais (Lei n. 4.728, de 3 14.07.1965). O Bacen se tornou no sistema a autarquia federal que regulamenta e controla o setor bancário, executando a política de crédito do país. Era o início de uma fase de intermediação financeira organizada e com uma estrutura hierárquica de comandos e execução para assegurar a canalização de recursos. TEMA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL PARA CRÉDITO A estrutura do SFN atua com o objetivo de prover a liquidez financeira das Instituições que a compõem, além da criação e fiscalização de regras capazes de organizar e desenvolver o funcionamento do sistema. Para Fortuna (2002) citado por Pereira (2013, p. 58): O papel principal do Sistema Financeiro Nacional é atuar na organização do mercado financeiro e suas funções como a intermediação financeira e o auxílio financeiro buscando garantir a liquidez nas transações por ele. A intermediação financeira é uma operação desenvolvida pelo SFN que possui como função principal controlar organizadamente o fluxo de recursos monetários do agente ofertador (poupadores e investidores) para o agente tomador (tomadores de linhas de crédito em geral para fomento de atividades produtivas). Para Fortuna (2002) citado por Pereira (2013, p. 59): o auxílio financeiro possui como papel principal a busca de novos investidores e poupadores, além do desenvolvimento do mercado de capitais. Com a organização do mercado financeiro ele estará exercendo as seguintes funções: - promover a poupança buscando recursos ao sistema; - arrecadar e aumentar a poupança em grandes volumes; - transformar a poupança em créditos especiais; - encaminhar os créditos às atividades produtivas; e - gerenciar as aplicações realizadas nos sistema e manter um mercado para elas. Podemos dividir a estrutura de funcionamento do SFN em duas partes formadas pelas: autoridades monetárias, que são compostas pelos órgãos normativos: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) e pelas entidades supervisoras: Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de 4 Seguros Privados (SUSEP) e Secretaria de Previdência Complementar (SPC). • instituições financeiras, que são compostas pelos agentes operadores do SFN. São eles: bancos comerciais, bancos de investimentos e múltiplos e os auxiliares financeiros: bolsa de valores, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários. • Para centralizar o propósito de estudos deste livro, iremos focar na estrutura básica do Sistema Financeiro Brasileiro que é composta pelos órgãos normativos, pelas entidades supervisoras e pelos operadores. Figura 1: Estrutura Básica Funcional do Sistema Financeiro Nacional Fonte: adaptada de BCB (2016). 5 Órgãos Reguladores da Política de Crédito no SFN Vamos conhecer a seguir a função de cada um dos Órgãos Reguladores: CMN, BACEN e CVM no SFN, lembrando que seu papel fundamental é regulamentar e fiscalizar. Conselho Monetário Nacional – CMN O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional e tem por finalidade formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. Em síntese, é elemento mandatário do sistema. O Conselho determina e cria as diretrizes de funcionamento do SFN em suas responsabilidades e funções. As principais atribuições do CMN são: regular a constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras, bem como a aplicação das penalidades previstas na Lei quando cabíveis; estabelecer medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos; disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias; coordenar a política monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa; autorizar as emissões de papel-moeda; determinar as taxas de recolhimento compulsórios das instituições financeiras. Banco Central do Brasil – BACEN O Banco Central do Brasil é uma autarquia federal à qual compete cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. Sua missão institucional é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do Sistema Financeiro Nacional. As principais atribuições do BACEN são: 6 conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras e outras entidades; fiscalizar e regular as atividades das instituições financeiras e demais entidades por ele autorizadas a funcionar; emitir moeda: o BACEN tem o monopólio da emissão de moeda; controlar créditos: o BACEN divulga as decisões do Conselho Monetário Nacional, baixa as normas complementares e executa o controle e a fiscalização a respeito das operações de crédito em todas as suas modalidades; controlar capitais estrangeiros: o BACEN é o depositário das reservas internacionais do país; executar a política monetária: o objetivo da ação dos bancos centrais na política monetária é controlar a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros; executar a política cambial: essa função consiste em manter ativos de ouro e moedas estrangeiras para atuação nos mercados de câmbio. Saiba Mais Para mais informações sobre o assunto, acesse: https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp TEMA 2 – BANCOS E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Agentes Operadores do SFN O subsistema operativo é composto pelas instituiçõesfinanceiras públicas e privadas que atuam no mercado financeiro, sendo elas: os bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos múltiplos, bolsa de valores, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários. Bancos Múltiplos É a instituição financeira privada ou pública que realiza as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp 7 desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras (sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento), além de ser organizado sob a forma de sociedade anônima. Bancos Comerciais Pode ser uma instituição financeira privada ou pública. Tem como objetivo principal proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial. Deve ser instituída sob a forma de sociedade anônima. Bancos de Investimentos É uma instituição financeira privada especializada em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e da administração de recursos de terceiros. Não é permitida a captação de depósitos à vista. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento”. TEMA 3 – ESTRUTURA DE CONCESSÃO DE CRÉDITO NAS EMPRESAS As empresas utilizam-se de crédito para efetuar produção e receita dentro de sua atividade produtiva, ou seja, tomadora de crédito junto a fornecedores ou aos seus clientes. Para isso, organizam-se em departamentos capazes de realizar coletas de dados e informações, análise e deferimento, ficando com o departamento de cobrança os atrasos e inadimplentes. Os departamentos são responsáveis pela operacional do crédito, que é a montagem da proposta, e pela decisão, que é tomada após análise. As informações coletadas para os departamentos trabalharem são oriundas de uma coleta de dados que devem ser armazenadas em um banco de dados confiável. Por isso, os pilares de sustentação da rotina de análise de crédito são: banco de dados, departamento operacional e departamento decisório. 8 A coleta de dados deve ser captada sob duas óticas de armazenamento. Os dados internos são aqueles levantados junto ao cliente consumidor de crédito, tais como: nome, documentos de identificação, rendas ou faturamentos, balanços contábeis, entre outros. Já os dados externos são aqueles levantados junto ao mercado para avaliar o nicho de atuação do cliente consumidor de crédito, como Produto Interno Bruto (PIB), Taxa de inflação, de desemprego, de câmbio, entre outros. De posse dos dados do cliente, o próximo passo é elaborar um processo de crédito. Esse processo é dividido em: análise do cliente: levantamento e análise de todos os pontos positivos e negativos; interesse da tomadora do crédito: objetivo do crédito e ramo de atuação; cópias de documentos necessários para fundamentar a proposta de crédito; confirmação das informações coletadas; filtragem dos dados; elaboração da proposta; organização do banco de dados: segmentação por porte, setor, nível de risco, nicho de mercado e rentabilidade; arquivo dos processos: guarda das informações; levantamento estatístico dos processos e resultados; formalização da proposta. O Departamento Operacional realiza análise do perfil do cliente, cópia dos documentos, confirmação das informações, compilação dos dados, elaboração da proposta, organização do banco de dados, arquivo de processos, formalização de proposta e envio para análise. O Departamento Decisório é dividido em: Comitê Geral de Crédito e Comitê Regional/Setorial. O Comitê Geral de Crédito é a autoridade superior formada por gestores masters, pois são aqueles que possuem maior tempo e experiência na atividade de análise e decisão de concessão de crédito. Nos bancos, geralmente são os diretores ou superintendentes do departamento de crédito, já nas empresas são os gerentes administrativos ou financeiros. 9 O Comitê Regional de Crédito é um colegiado com alçadas de decisões inferiores ao Comitê Geral, formado por gestores e analistas juniores. Nos bancos, eles representam os analistas de créditos, assim como nas empresas. Esse comitê realiza a primeira análise e decisão de crédito. TEMA 4 – COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES: BASE INTERNA Os Dados Internos são dados que caracterizam o cliente oferecendo informações que demonstram seu perfil geral em relação a caráter, capacidade e amparo cadastral para a concessão de crédito. Segundo Rodrigues (2001, p .70-71): as principais fontes de consulta para coletas de dados e informações a Base interna de pessoa jurídica são: - Serviços de proteção ao crédito (Serasa, SPC, Associações Comerciais entre outras); - Balanços Contábeis; - Referências comerciais e bancárias; - Visita às instalações do cliente; - Dados gerais: nome da empresa, endereço, nome e cargo do responsável pelo contato, telefone, e-mail, fax e endereço na internet; - Itens de avaliação: nível estratégico da localização da empresa, qualidade das instalações, infraestrutura, nível técnico da equipe operacional, qualificação técnica da equipe de gestão, clima organizacional, sistemas de gestão aplicados, software de gestão e principais procedimentos internos, organograma interno, principais fornecedores, principais clientes, posição dos estoques, ciclo operacional, logística. Para Rodrigues (2001, p. 73), as consultas aos dados da base interna devem levar em conta os seguintes itens: nome, CPF, estado civil e nome do (a) cônjuge, empresa em que trabalha ou profissão, endereço residencial, telefones de contatos (residencial, celular e comercial), e-mail comercial, bens móveis, imóveis e outros, referências bancárias, referências pessoais e referências comerciais. A consulta aos dados e às informações da base interna é importante no processo de concessão de um crédito, pois são eles que servirão de base para uma possível execução judicial, caso o cliente venha a inadimplir. Todos os dados relatados acima tanto na pessoa jurídica quanto na pessoa física precisam ser coletados com qualidade e em maior número possível, ou seja, quanto mais informações forem levantadas sobre o consumidor de crédito, maior será sua responsabilidade em responder 10 judicialmente pelo crédito tomado. Portanto, esses documentos servem de prova para apresentar à justiça na busca de recebimento do valor concedido em caso de perda ou atraso. Os bancos e as empresas costumam registrar todas essas informações em um documento denominado ficha cadastral, armazenado em um banco de dados. Essa ficha pode ser atualizada e renovada de acordo com o período que os cedentes do crédito desejarem. Por isso, todas as vezes que vamos comprar um produto a prazo no comércio, alugar um imóvel ou pegar crédito em um banco, passamos por uma bateria de perguntas e entrega de inúmeros documentos que comprovarão que estamos falando a verdade para o cedente dos serviços ou produtos. Outra grande vantagem da ficha cadastral é demonstrar por meio dos dados coletados o grau de risco do cliente, se ele possui garantias para ofertar em uma operação de crédito com risco maior e se é capaz de gerarreceitas ou rendimentos que irão credenciá-lo a pagar o crédito tomado. Segue um exemplo simples de ficha cadastral que pode ser atualizado ou modificado de acordo com a necessidade do cedente do crédito. Figura 1: Modelo de Ficha Cadastral Fonte: SEBRAE (2016). 11 TEMA 5 – COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES: BASE EXTERNA Uma base externa de informações sobre o tomador de crédito é formada por dados que não foram apresentados pelo cliente. Logo, essas informações serão captadas via consultas ao mercado de acordo com a necessidade de resposta que o cedente do crédito necessita. Os dados externos oferecem ao cedente do crédito uma visão da situação macroeconômica do mercado e, dessa forma, como o cliente tomador está inserido nele. Por meio dessas informações, são levantados cenários de sazonalidades, perspectivas futuras do segmento, como crescimento ou declínio da atividade na economia. O levantamento e a análise das informações externas são pontos fundamentais para a tomada de decisão da concessão do crédito, pois permitem saber se a curto ou longo prazo o cenário da economia local pode interferir, de modo positivo ou negativo, na atividade da pessoa física ou jurídica potencial tomadora de crédito. Dentre as fontes confiáveis para o levantamento dessas informações, citamos a seguir as principais para coleta: O Banco Central do Brasil (BACEN) é o responsável por fiscalizar as instituições financeiras e bancos. Portanto, ele emite relatórios e cria critérios capazes de demonstrar cenários da pessoa física e jurídica no mercado. Vejamos: Critérios de classificação de risco Taxa de câmbio Índices de liquidez Inadimplência A Bolsa de Valores (BMFBovespa) é responsável por desenvolver o mercado de capitais onde as empresas negociam diariamente seus papéis mobiliários denominados ações. O ponto principal é que observar o comportamento de oscilação dos preços desses papéis demonstra claramente como está a situação da economia para cada dia, uma vez que as companhias que lá estão comercializando seus papéis encontram-se inseridas no mercado econômico de seu país que, por sua vez, gera o resultado de um Produto Interno 12 Bruto (PIB). Logo, em período de recessão do PIB, podemos diagnosticar cenários de dificuldades para o mercado de crédito; já com o PIB em aceleração, podemos prever possíveis oportunidades de crescimento para o mercado de crédito. Dentre as principais informações, podemos destacar a divulgação dos índices econômicos financeiros a seguir. Ibovespa: a finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado. Índice Brasil (IBX): é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa, levando em consideração o número de negócios e o volume financeiro e ponderadas no índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado. Índice de Energia Elétrica (IEE): é um índice setorial muito conhecido desde a sua criação em 1994, sendo composto pelas 10 maiores empresas de energia elétrica de geração ou distribuição, com pesos equivalentes, com o objetivo de acompanhar o desempenho do segmento. Índice de Governança Corporativa (IGC): tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de práticas de governança corporativa. Segundo Child e Rodrigues (2000), Governança Corporativa é o assunto mais proeminente dos meios acadêmicos, governos, instituições internacionais, bem como empresas de consultoria: está centrada nas questões de quem tem direitos e poder de alocação dos recursos corporativos e retornos, e nos mecanismos apropriados para apoiar esses direitos e poderes de forma transparente, bem como o impacto de cada mecanismo nos resultados das empresas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o principal provedor de dados e informações do país, que atendem às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal. As informações como renda da população, perfil das famílias, inflação, entre outros são fundamentais para a análise de dados externos em uma concessão de crédito. 13 A Fundação Getúlio Vargas (FGV) é uma instituição de ensino e pesquisa no meio acadêmico que produz informações mercadológicas importantes a todos os setores da economia. Fatores de conjuntura econômica como inflação (IGP_M – Índice Geral de Preço Mercado), avaliação setorial do PIB, entre outros são produzidos pela FGV. O levantamento e o estudo das informações de base externas necessitam de um avaliador capaz de interpretar esses dados coletados e a partir deles produzir cenários para uma avaliação de crédito eficiente por parte do analista. Leitura obrigatória Realizar leitura do arquivo em PDF que relata pelo Bacen a sistemática das políticas de crédito, monetária e cambial aplicadas no mercado pela estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Importante na leitura prender sua atenção às diretrizes da política creditícia do país. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/LRF_11-11- 10.pdf Saiba mais Você sabia que dentro do Sistema Financeiro Nacional o Conselho Monetário Nacional (CMN) define as metas de inflação e o Banco Central (BACEN) deve atingi-las durante o ano e, caso não consiga, deve fazer uma carta explicativa apontando os motivos? Ainda no Sistema Financeiro Nacional, dentro da estrutura do BACEN, funciona o Comitê de Política Monetária (COPOM), responsável por se reunir a cada 45 dias e definir a Taxa Selic Meta usada para parametrizar o preço das taxas de juros utilizadas nas operações de crédito. Para saber, assista aos vídeos que falam sobre a conjuntura econômica do país, disponíveis em: https://www.youtube.com/watch?v=VRfeFWBhm8Q https://www.youtube.com/watch?v=ZpZjPtbZvAQ http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/LRF_11-11-10.pdf http://www.bcb.gov.br/pec/appron/apres/LRF_11-11-10.pdf https://www.youtube.com/watch?v=VRfeFWBhm8Q https://www.youtube.com/watch?v=ZpZjPtbZvAQ 14 Para mais informações sobre o assunto, acesse: http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/ibge.shtm http://www.portalbrasil.net/igpm.htm http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm http://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/home TROCANDO IDEIAS Uma empresa que está estruturando seu departamento de crédito pode utilizar como modelo o formato de análise e concessão de crédito dos bancos. Os bancos utilizam treinamentos para capacitar constantemente seus analistas, assim como os funcionários que estão na linha de frente de suas agências, os quais serão os responsáveis por coletar os dados dos clientes, registrá-los e mantê-los atualizados. Portanto, é fundamental na concessão de crédito dentro das empresas que seus gestores contratem ou capacitem constantemente os profissionais do setor de crédito e que eles possam formar sucessores com conhecimento das operações. Ainda existem muitos profissionais que não são especialistas nos assuntos do mercado econômico e precisam de outros profissionais para relatar a conjuntura atual. A estrutura hierárquica do Sistema Financeiro Nacional fornece a maior plataforma de segurança para operar nas diversas modalidades de crédito, pois, por meio de seus Órgãos Normativos e Operacionais, canaliza as diretrizes do crédito dentro da economia do país, fomentando seu crescimento. NA PRÁTICA A Norton Giros necessita de um crédito no valor de R$ 200.000,00 para substituir duas máquinas depreciadas de sua linha de produção. Pesquisando as fontes dos dados internos e externos abordados nesta aula, faça um levantamento de informações capazes de produziruma base para decidir sobre o caso Norton. http://www.ibge.gov.br/home/disseminacao/eventos/missao/ibge.shtm http://www.portalbrasil.net/igpm.htm http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/index.htm http://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/home 15 Solução Para Rodrigues (2001, p. 73), as consultas aos dados da base interna devem levar em conta os seguintes itens: nome, CPF, estado civil e nome do (a) cônjuge, empresa em que trabalha ou profissão, endereço residencial, telefones de contatos (residencial, celular e comercial), e-mail comercial, bens móveis, imóveis e outros, referências bancárias, referências pessoais e referências comerciais. Além dos serviços de proteção ao crédito (Serasa, SPC, Associações Comerciais, entre outras) e balanços contábeis. Para a base externa coletar dados junto ao mercado conforme as fontes confiáveis: Banco Central do Brasil (BACEN); Bolsa de Valores (BMFBovespa); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fundação Getúlio Vargas (FGV). SÍNTESE A aula apresentou a estrutura de funcionamento do operacional na concessão de crédito nas empresas e nos bancos. O Sistema Financeiro Nacional é a visão clara de organização na formulação e no cumprimento das diretrizes de política de crédito nos bancos e instituições financeiras do país. Por outro lado, é possível estruturar um sistema de concessão de crédito dentro das empresas levando em consideração as premissas da concessão de crédito utilizadas pelos bancos. As empresas podem formular uma equipe de crédito que estará dividida em coleta das informações, montagem de uma ficha de cadastro, formulação de uma proposta, análise sob a óptica de dois níveis de avaliação por parte dos analistas sendo, em primeira alçada, os analistas juniores e, na segunda, os analistas masters. Os dados representam alicerces de decisão nas concessões de crédito, por isso é fundamental coletá-los de forma assertiva e verdadeira e registrá-los em uma base de dados segura. Tanto os dados internos quanto os externos farão parte da avaliação de decisão sobre conceder ou não o crédito solicitado. Portanto, a fase de captação de dados é de suma importância para a perenidade das operações de crédito. Buscar dados do consumidor de crédito 16 em seus mínimos detalhes, confirmar e sempre atualizar são sempre premissas básicas para coletar informações que poderão reduzir o risco da concessão. REFERÊNCIAS CROUHY, M.; GALAI, D.; MARK, R. Gerenciamento do risco: abordagem conceitual e prática. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. PEREIRA, C. L. Mercado de capitais. Curitiba: Intersaberes, 2013. RODRIGUES, C. M. Análise de crédito e risco. Curitiba: Ibpex, 2011. SEBRAE. Como elaborar um plano de cadastro, crédito e cobrança. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bd s.nsf/6791375CF782DC23832573D90041DBD9/$File/NT0003748E.pdf>. Acesso em: 13 out. 2016. VIEIRA, J. A. G.; PEREIRA, H. F. S.; AMARAL, W. N. do. Histórico do Sistema Financeiro Nacional. Disponível em: <http://www.faex.edu.br/_arquivos/_revistas/322125001348776758_10.pdf>. Acesso em: 9 out. 2016. ______. Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp>. Acesso em: 12 out. 2016.
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