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4-DIREITOS E DEVERES DOS CIDADAOS 1

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DIREITOS E DEVERES DOS 
CIDADÃOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE 
2 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 03 
Direitos humanos ...................................................................................................... 04 
A sociedade brasileira e os direitos humanos .......................................................... 07 
A educação em direitos humanos ............................................................................ 09 
Nomenclatura dos direitos humanos ........................................................................12 
Dignidade humana ................................................................................................... 13 
O conhecimento filosófico ........................................................................................ 15 
Ética – definição ....................................................................................................... 19 
A realidade da moralidade........................................................................................ 22 
Objeto e objetivo da ética ..........................................................................................26 
A importância da ética .............................................................................................. 33 
Cidadania ................................................................................................................. 34 
Direitos e deveres dos cidadãos .............................................................................. 35 
As instituições sociais .............................................................................................. 39 
AVALIAÇÃO ............................................................................................................ 43 
GABARITO .............................................................................................................. 47 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O processo histórico de afirmação dos direitos das crianças e dos adolescentes 
na América Latina está intrinsecamente vinculado aos valores de respeitabilidade de 
direitos humanos, da democracia e da condição de Estado de Direito dos países do referido 
continente. 
 
Entendemos que não é possível fazer uma análise da situação infanto-juvenil, 
sem percebermos no cenário latino americano como se está consolidando os direitos 
humanos de uma maneira geral. 
 
Da mesma forma, a democracia, mais do que uma simples orientação deve ser 
considerada acima de tudo como um valor político de validação do Estado de Direito, sob 
pena de pautarmos verticalmente as reflexões sobre a cidadania infantil, caso este vetor 
não seja respeitado. 
 
Por isso, essa apostila vem retratar sobre os direitos e deveres dos seres 
humanos, lembrando que, quem quer o respeito deve respeitar primeiramente a si mesmo 
e a seu próximo. 
 
É com imenso prazer que oferecemos esse material didático para você, que irá 
discutir sobre o papel da escola e seus caminhos de intervenção nos diversos tipos de 
problemas que encontramos hoje em nossa sociedade. 
 
Este foi escrito com muito carinho e dedicação, sendo realizadas várias 
pesquisas em autores renomados para a construção do mesmo. Esperamos que esta seja 
útil para a construção do conhecimento científico de todos vocês. 
 
Por isso, escolham o melhor momento de estudar, visto que, na educação à 
distância o aluno é gerenciador de suas atividades e do seu tempo empregado aos 
estudos. 
 
Coordenação pedagógica do Instituto IPEMIG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
Tópico I: Direitos Humanos 
 
Primeiramente, ao se iniciar uma reflexão sobre o papel dos direitos humanos em 
nossa sociedade, é importante considerar sua dimensão histórica e social, ou seja, o modo 
como tais direitos evoluíram ao longo do tempo e os contextos onde se inseriam. De acordo 
com Norberto Bobbio (1992), declarar que os homens nascem livres e iguais em direitos, 
como fizeram as primeiras declarações de direitos humanos modernas, é uma exigência 
da razão, mas não um dado histórico ou uma constatação da realidade. De fato, os homens 
não são livres nem iguais. A efetiva garantia de direitos implica um processo muito mais 
lento e incerto, permeado por disputas de poder e projetos de sociedade. Um exemplo 
disso é a própria evolução do que se entende por direitos humanos, ao longo dos séculos, 
até a formulação da noção contemporânea de direitos humanos que hoje nos serve de 
referência. 
 
As declarações de direitos humanos do mundo moderno surgiram a partir de 
correntes filosóficas influenciadas pelo racionalismo e jusnaturalismo, nas quais os 
intelectuais europeus do século XVIII estiveram imersos. Esse período foi caracterizado 
como o do apogeu do Iluminismo ou Ilustração. Sustentava-se, basicamente, que o 
homem, enquanto tal, teria direitos naturais. Contudo, historicamente, a idéia de direito 
natural não surge com o jus naturalismo moderno; remonta, antes, ao pensamento cristão 
e clássico, aos grandes moralistas, poetas e escritores da Antiguidade, especialmente a 
Sófocles. Antígona, uma de suas melhores tragédias, trouxe como questão central o 
confronto entre o direito natural e o direito positivo do Estado e serviu de inspiração e 
reflexão para pensadores como Hegel, Kant, Rousseau. Nesse sentido, a novidade trazida 
pelo Iluminismo foi à tradução do direito natural em lei escrita e positiva, por meio das 
declarações de direito, como a Declaração Americana de Direitos, de 1776, e a Declaração 
Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. 
 
De acordo com Marilena Chauí, 
 
“A prática de declarar direitos significa, em primeiro lugar, que não é um fato óbvio 
para todos os homens que eles são portadores de direitos e, por outro lado, significa 
que não é um fato óbvio que tais direitos devam ser reconhecidos por todos. A 
declaração de direitos inscreve os direitos no social e no político, afirma sua origem 
social e política e se apresenta como objeto que pede o reconhecimento de todos, 
exigindo o consentimento social e político” (1989, p. 20). 
 
Nesse momento, predominava, enquanto noção de direitos humanos, uma 
concepção individualista e liberal de sociedade, em que o indivíduo, dotado de um valor 
 
em si, era o seu fundamento, consagrando-se o direito de liberdade como forma de limitar 
o poder de atuação do Estado em relação à ação do indivíduo. Contudo, no século XIX, 
definido por Eric Hobsbawn como a “era das revoluções”, a luta por direitos buscou 
LENOVO
Realce
5 
 
 
 
incorporar aos direitos civis e políticos também os direitos sociais. O movimento operário, 
principal protagonista das transformações ocorridas no período, exigia mais do que a 
igualdade civil reconhecida pelas declarações de direito até então. Na Declaração Russa 
dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, de 1918, por exemplo, garantia-se o direito 
ao trabalho, à educação, à saúde, à moradia. Alterase, desse modo, a relação estabelecida 
entre indivíduo e Estado. De uma idéia de não interferência nos direitos individuais, ou 
seja, de uma postura negativa do Estado, passa-se a exigir deste uma ação positiva e ativa 
na garantia dos direitos sociais. 
 
A questão dos direitos humanos assumiu novas dimensões diante dos horrores 
decorrentes da II Guerra Mundial em meados do século XX, com a emergência do 
fenômeno do totalitarismo nazista e fascista. Ao final do conflito, a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos (DUDH), aprovada em 1948, assume nesse momento pretensões 
globais e procura articular os direitos civis e políticos aos direitoseconômicos, sociais e 
culturais, estabelecendo sua universalidade, indivisibilidade e interdependência. Ou seja, 
incorporou-se na DUDH não apenas aquilo que se convencionou chamar de primeira 
geração de direitos humanos, que consiste no direito às liberdades fundamentais – de 
locomoção, religião, pensamento, opinião, aprendizado, voto –, mas também os direitos 
de segunda geração, que abrangem os direitos econômicos, sociais e cultuais como 
educação, saúde, oportunidades de trabalho, moradia, transporte, previdência social, 
participação na vida cultural da comunidade, das artes, manifestações artísticas. 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos traz ainda, como objetivo comum 
a ser atingido por todos os povos e nações, que o Estado, cada indivíduo e cada órgão da 
sociedade se esforcem, por meio do ensino e da educação em geral, por promover o 
respeito aos direitos humanos proclamados e pela adoção de medidas progressivas de 
caráter nacional e internacional, para assegurar sua observância universal e efetiva, tanto 
entre os povos dos próprios Estados- membros, quanto entre os povos dos territórios sob 
sua jurisdição. 
 
A educação, na DUDH, assume papel especial na promoção dos direitos 
humanos; ela é, ao mesmo tempo, um direito humano em si e condição para a garantia 
dos demais direitos. Em seu artigo 26, a Declaração especifica algumas características do 
direito à educação: 
 
 
 
LENOVO
Realce
6 
 
 
 
 
 
Nos anos seguintes, a DUDH e também vários pactos, acordos e convenções 
foram ampliando a abrangência de tais direitos e fortalecendo sua apropriação por meio 
dos Estados signatários, valendo ressaltar, dentre eles: 
 Convenção relativa à Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino (1960); 
 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966); 
 Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966); 
 Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação 
Racial (1966); 
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a 
Mulher (1979); 
 Convenção sobre os Direitos da Criança (1989); 
 Convenção para proteção e promoção da diversidade de expressões culturais 
(2005). 
 
 Nessa toada, surgem os direitos de 3ª geração. Os direitos de terceira geração 
estão ligados à ideia de fraternidade ou solidariedade. Esses ideais surgiram após tudo 
aquilo que fora cometido durante a segunda guerra mundial, após todas as atrocidades do 
regime nazista. Por isso, foi necessário que esses abusos fossem repelidos na esfera 
internacional, em uma ideia de união dos Estados. 
 
A partir da 4ª geração, pode-se dizer que todos os direitos são um desdobramento 
dos demais. Há doutrinadores que falam até mesmo em direitos de 6ª, 7ª, 8ª e 9ª gerações. 
Os direitos da 4ª geração, surgiram com a modernidade e a globalização dos Direitos 
Humanos e são fundados na defesa da dignidade humana contra intervenções abusivas, 
seja do Estado ou de particular. Ex.: bioética, biodireito, genética, direito à participação 
democrática (democracia direta), pluralismo, acesso à Internet. 
Destarte, os direitos de 5ª DIMENSÃO são os direitos à paz e à segurança 
internacional. Paulo Bonavides insere a paz na 5º geração, mas na definição tradicional de 
Karel Vasak o direito à paz estaria na 3ª geração. 
 
Por fim, o direito mais recente encontra-se na 6ª geração: Direito de acesso à 
água potável. 
§1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos 
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução 
técnico profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, baseada 
no mérito. 
§2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade 
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades 
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre 
todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações 
Unidas em prol da manutenção da paz. 
7 
 
 
 
 
Tópico II: A Sociedade Brasileira E Os Direitos Humanos 
 
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 representa o principal marco jurídico 
do processo de transição democrática e de institucionalização dos direitos humanos. Ao 
instituir o Estado Democrático de Direito, define como seus fundamentos a soberania, a 
cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores do trabalho e da livre iniciativa e o 
pluralismo político. Vale ainda ressaltar que a República Federativa no Brasil, regendo-se 
em suas relações nacionais e internacionais pelo respeito aos direitos humanos, traz como 
seus objetivos fundamentais, dentre outros, a erradicação da pobreza e da marginalização 
e a redução das desigualdades sociais e regionais. Indica, desse modo, sua consonância 
com a concepção contemporânea de direitos humanos, que abrange a garantia não 
apenas de direitos políticos e civis, mas também de direitos econômicos, sociais e culturais. 
 
Associados no regime militar à defesa dos direitos de presos políticos, diante da 
violência institucional praticada pelo Estado, os direitos humanos no Brasil se estenderam 
aos presos comuns e acabaram por ser identificados na sociedade como “direitos de 
bandidos”. Apesar de essa visão ainda predominar em alguns setores, inclusive como um 
legado histórico do autoritarismo que marca nossa sociedade, os trabalhos atuais de 
direitos humanos vêm enfatizando quão reduzida é esta perspectiva diante do que se 
entende hoje por direitos humanos. Essa é a concepção de direitos humanos presente, por 
exemplo, no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) aprovado pelo Governo Federal 
em 1996 e, especialmente, no Plano revisado em 2002. 
 
No entanto, apesar dos avanços nas declarações de direitos, na elaboração do 
PNDH e na ampliação do conceito de direitos humanos, ainda são necessários esforços 
no sentido de sua materialização na sociedade brasileira, promovendo o fortalecimento de 
uma cultura de direitos humanos no país nas várias esferas sociais. Um aspecto a ser 
enfrentado para que se alcance esse objetivo relaciona-se com o reconhecimento de todo 
cidadão brasileiro enquanto sujeito de direitos, capaz de participar das decisões do país. 
Para tanto, é fundamental que se passe de uma cidadania passiva – aquela que é 
outorgada pelo Estado, com a idéia moral da tutela e do favor – para uma cidadania ativa 
– aquela que institui o cidadão como portador de direitos e deveres, mas essencialmente 
criador de direitos para abrir espaços de participação e possibilitar a emergência de novos 
sujeitos políticos (cf. Benevides, 1998, p.150). 
“As classes populares são geralmente vistas como „classes perigosas‟, 
ameaçadoras pela feiúra da miséria, ameaçadoras pelo grande número, ameaçadoras 
pelo possível desespero de quem nada tem a perder, e, assim, consolida-se o „medo 
atávico das massas famintas‟. (...) 
Esta é uma maneira de circunscrever a violência, que existe em toda a 
sociedade, apenas aos „desclassificados‟, que, portanto, mereceriam todo o rigor da 
polícia, da suspeita permanente, da indiferença diante de seus legítimos anseios” 
(Benevides, 2004, p. 50). 
LENOVO
Realce
8 
 
 
 
 
Há que se atentar também em nosso país para a hierarquização entre tipos 
diferentes de cidadãos de acordo com a classe social à qual pertencem, sendo ainda 
comum a criminalização da pobreza e a associação generalizada das classes populares 
ao banditismo e à violência: 
 
A construção e a consolidação de uma cultura em direitos humanos no Brasil 
implicam, desse modo, enfrentar essa série de desafios e contradições, ainda presente em 
nossa sociedade, que afeta todos os brasileiros em termos da sua qualidade de vida e das 
possibilidades de seu pleno desenvolvimento enquanto pessoa humana. A educação,nesse contexto, aparece como um espaço privilegiado para a promoção dessa cultura de 
direitos humanos, contribuindo para a difusão de atitudes, valores e práticas coerentes 
com esses princípios, seja por meio da educação escolar, no nível básico ou superior, seja 
pela educação não-formal, por meio da atuação de organizações da sociedade civil, pela 
mídia e os sistemas de justiça e segurança. 
 
 
Tópico III: A Educação Em Direitos Humanos 
 
A preocupação e o interesse com a promoção de uma educação orientada para 
os direitos humanos ganham maior projeção em meados dos anos 90 com a definição, em 
1995, da década da educação em direitos humanos, encerrada, em 2004, com a 
aprovação, no ano seguinte, do Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos 
(PMEDH) e seu Plano de Ação. Esse debate repercute no Brasil no mesmo período, 
especialmente no âmbito das organizações da sociedade civil e, em 2003, ganha maior 
institucionalidade, com a criação do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos 
e o início da elaboração de uma primeira versão do 
 
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) no país, finalmente 
aprovado em sua forma final em 2006. 
 
Considera-se o PNEDH um instrumento orientador e fomentador das ações de 
educação em direitos humanos, especialmente por parte das políticas públicas nas áreas 
da educação básica, superior, educação não-formal, dos sistemas de justiça e segurança 
e da mídia. O Plano visa, sobretudo, promover e difundir uma cultura de direitos humanos 
no país. A educação, por sua vez, é entendida como um meio privilegiado para atuar nessa 
direção (cf. PNEDH, 2006). 
 
No entanto, o que significa educar em direitos humanos? É possível ensinar 
direitos humanos? De acordo com o PNEDH, a educação em direitos humanos deve ser 
promovida em três dimensões: 
“a) conhecimentos e habilidade: compreender os direitos humanos e os mecanismos 
existentes para a sua proteção, assim como incentivar o exercício de habilidades na vida 
cotidiana; 
9 
 
 
 
b) valores, atitudes e comportamentos: desenvolver valores e fortalecer atitudes e 
comportamentos que respeitem os direitos humanos; 
c) ações: desencadear atividades para a promoção, defesa e reparação das violações 
aos direitos humanos” (2006, p. 23). 
 
Considera-se, segundo essa definição, a educação em direitos humanos como 
uma educação permanente e global, que não trabalha apenas com a dimensão da razão 
e da aprendizagem cognitiva, mas envolve também aspectos afetivos e valorativos que 
precisam ser sentidos, vivenciados. É preciso experimentar os direitos à liberdade, à 
igualdade, à justiça e à dignidade para entender o que significam e, principalmente, para 
que se consiga difundi-los. Desse modo, “de nada adiantará levar programas de direitos 
humanos para a escola se a própria escola não é democrática na sua relação de respeito 
com os alunos com os pais, com os professores, com os funcionários e com a comunidade 
que a cerca” (Benevides, 2001, p. 40). Por outro lado, a introdução dessa discussão na 
escola pode servir para questionar suas próprias contradições e conflitos cotidianos, 
propiciando a busca de formas para enfrentá-los. 
 
A proposta é que a educação em direitos humanos seja um eixo central do 
trabalho desenvolvido nas escolas e permeie o currículo como um todo, a formação inicial 
e continuada dos profissionais da educação, o projeto político-pedagógico da instituição, 
os materiais didático-pedagógicos, o modelo de gestão e de avaliação e as metodologias 
e práticas desenvolvidas no conjunto do espaço escolar. Como observa Vera Candau 
(2003), é essencial enfatizar processos que utilizem metodologias participativas e de 
construção coletiva, superando estratégias pedagógicas meramente expositivas, e que 
empreguem uma pluralidade de linguagens e materiais de apoio, orientados para 
mudanças de mentalidade, atitudes e práticas individuais e coletivas. 
 
A educação em direitos humanos vai além de uma aprendizagem de conteúdos; 
inclui o desenvolvimento social e emocional de todos os envolvidos no processo de ensino 
e aprendizagem. 
 
Seu objetivo é desenvolver uma cultura em direitos humanos, em que os direitos 
humanos são praticados e vividos na comunidade escolar e demais instituições públicas, 
em interação com a comunidade local. Para tanto, é essencial garantir que o ensino e a 
aprendizagem da educação em direitos humanos ocorram em um ambiente direcionado 
para os direitos humanos. É fundamental assegurar que os objetivos, práticas e 
organização das instituições sejam consistentes com os seus valores e princípios. Uma 
escola assim orientada caracteriza-se pelo entendimento mútuo, pelo respeito e pela 
responsabilidade; almeja a igualdade de oportunidades, o sentido de pertencimento, a 
autonomia, a dignidade e a autoestima de todos os membros da comunidade escolar 
(PMEDH, 2005). 
 
Considera-se, por fim, que a defesa, a proteção e a promoção da educação em 
direitos humanos, como práticas a serem difundidas pelas várias esferas da sociedade, 
10 
 
 
 
exigem que as escolas e demais instituições públicas assumam um compromisso 
permanente com o fortalecimento de uma cultura de direitos humanos no país, 
consolidando o Estado Democrático de direito e contribuindo para a melhoria da qualidade 
de vida da população brasileira. 
 
Tópico IV: Nomenclatura Dos Direitos Humanos 
 
Encontramos na literatura, diversas nomenclaturas para o conjunto de direitos 
essenciais ao ser humano: Direito das gentes, direitos humanos, liberdades públicas, 
direitos fundamentais etc.. O constituinte originário utilizou a denominação direitos 
fundamentais para aqueles que estão positivados em nossa Carta de 1988. 
 
“Em suma, a expressão direitos fundamentais é a mais precisa. Primeiro, pela 
sua abrangência. O vocábulo direito serve para indicar tanto a situação em que se pretende 
a defesa do cidadão perante o Estado como os interesses jurídicos de caráter social, 
político ou difuso protegidos pela Constituição. De outro lado, o termo fundamental destaca 
a imprescindibilidade desses direitos à condição humana.” 
 
“Direitos humanos é expressão preferida nos documentos internacionais. 
Contra ela, assim, contra a terminologia direitos do homem, objeta-se que não há direito 
que não seja humano ou do homem, afirmando-se que só o ser humano pode ser titular 
de direitos. Talvez já não mais assim, porque, aos poucos, se vai transformando um direito 
especial de proteção dos animais.” Grifos no original. 
 
“Direitos fundamentais do homem constitui a expressão mais adequada a este 
estudo, porque, além de referir-se a princípios que resumem a concepção do mundo e 
informam a ideologia política de cada ordenamento jurídico, é reservada para designar, no 
nível do direito positivo, aquelas prerrogativas e instituições que ele concretiza em 
garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas.” 
 
OBS.: A Constituição utiliza a nomenclatura direitos fundamentais e os tratados 
internacionais utilizam a nomenclatura direitos humanos. 
 
É preciso enfatizar, que a dignidade da pessoa humana – alçada a princípio 
fundamental pela Constituição Brasileira (CF/88, art. 1º, III) é vetor para a identificação 
material dos direitos fundamentais – apenas estará assegurada quando for possível ao 
homem uma existência que permita a plena fruição de todos os direitos fundamentais. 
 
Tópico V: Dignidade Humana 
 
A dignidade da pessoa humana não é vista pela maioria dos autores como um 
direito, pois ela não é conferida pelo ordenamento jurídico. Trata-se de um atributo que 
todo ser humano possui independentemente de qualquer requisito ou condição, seja ele 
11 
 
 
 
de nacionalidade, sexo, religião, posição social etc. É considerada como o nosso valor 
constitucional supremo, o núcleo axiológico da constituição.Considerada o núcleo em torno do qual gravitam os direitos fundamentais. Para 
que possa ser protegida e concedida, a Dignidade da Pessoa Humana (DPH) é protegida 
pela CF/88 através dos direitos fundamentais, confere caráter sistêmico e unitário a esses 
direitos. 
 
Existem direitos fundamentais que estão mais próximos (derivações de primeiro 
grau: liberdade e igualdade) e outros que estão mais afastados (derivações de segundo 
grau). 
 
A dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca, inseparável de todo 
e qualquer ser humano, é característica que o define como tal. Concepção de que em 
razão, tão somente, de sua condição humana e independentemente de qualquer outra 
particularidade, o ser humano é titular de direitos que devem ser respeitados pelo Estado 
e por seus semelhantes. É, pois, um predicado tido como inerente a todos os seres 
humanos1 e configura-se como um valor próprio que o identifica. Pode-se trazer à baila a 
visão antropológica de Leonardo Boff, quando do ultraje da dignidade: Nada mais violento 
que impedir o ser humano de se relacionar com a natureza, com seus semelhantes, com 
os mais próximos e queridos, consigo mesmo e com Deus. Significa reduzi-lo a um objeto 
inanimado e morto. Pela participação, ele se torna responsável pelo outro e cria 
continuamente o mundo, como um jogo de relações, como permanente dialogação. 
 
Carmem Lúcia Antunes Rocha, ao comentar o Art. 1º da Declaração dos Direitos 
Humanos, o festejado dispositivo que decreta a igualdade de todos os seres humanos em 
dignidade e direitos, faz as seguintes considerações: Gente é tudo igual. Tudo igual. 
Mesmo tendo cada um à sua diferença. Gente não muda. Muda o invólucro. O miolo, igual. 
Gente quer ser feliz, tem medos, esperanças e esperas. Que cada qual vive a seu modo. 
Lida com as agonias de um jeito único, só seu. Mas o sofrimento é sofrido igual. A alegria, 
sente-se igual. 
 
A ausência de dignidade possibilita a identificação do ser humano como 
instrumento, coisa – pois viola uma característica própria e delineadora da própria natureza 
humana. Todo ato que promova o aviltamento da dignidade atinge o cerne da condição 
humana, promove a desqualificação do ser humano e fere também o princípio da 
igualdade, posto que é inconcebível a existência de maior dignidade em uns do que em 
outros. Pode-se valer da explicação de José Afonso da Silva acerca do conceito de 
dignidade da pessoa humana, a fim de se entender o significado para além de qualquer 
conceituação jurídica, posto que a dignidade é, como dito, condição inerente ao ser 
humano, atributo que o caracteriza como tal: A dignidade da pessoa humana não é uma 
criação constitucional, pois ela é um desses conceitos a priori, um dado preexistente a toda 
experiência especulativa, tal como a própria pessoa humana. 
 
LENOVO
Realce
12 
 
 
 
A explicação de José Afonso da Silva se adere ao entendimento de Ingo 
Wolfgang Sarlet ao informar sobre as dificuldades de uma definição precisa e satisfatória 
de dignidade da pessoa humana. E como relembra este autor, foi Kant quem definiu o 
entendimento de que o homem, por ser pessoa, constitui um fim em si mesmo e, então, 
não pode ser considerado como simples meio, de modo que a instrumentalização do ser 
humano é vedada. Tal definição tem inspirado os pensamentos filosófico e jurídico na 
modernidade. A dignidade não pode ser renunciada ou alienada, de tal sorte que não se 
pode falar na pretensão de uma pessoa de que lhe seja concedida dignidade, posto que o 
atributo lhe é inerente dada a própria condição humana. 
 
Tópico VI: O Conhecimento Filosófico 
 
O conhecimento filosófico vai ser resultado do exercício e do processo de 
filosofar, buscando a verdade sem querer possuí-la. O ser humano busca um sentido para 
sua existência e um sentido mais amplo da realidade. A questão central da filosofia: quem 
é o ser humano e qual é o sentido da vida, da realidade. Preocupa-se em conhecer a si 
próprio e com o destino da humanidade. As conclusões filosóficas são sempre parciais e 
as respostas levam sempre a novas perguntas. 
 
 
AULA 1: O pensar 
 
 
 
Há diferença entre pensar e ter pensamentos. O pensar é uma atividade: “O 
pensamento é o passeio da alma”, diz um filósofo grego desconhecido. Pensar é um 
movimento, uma atividade, uma ação. É uma atividade pela qual a inteligência coloca algo 
diante de si para atentamente considerar, avaliar, pesar, equilibrar, entender. 
 
Por meio do pensamento manifestamos nossa capacidade de elaborar regras, 
normas, leis e princípios. Nós pensamos e sabemos que pensamos. Essa capacidade de 
refletir sobre o nosso próprio pensamento nos permite encadear processos de abstração. 
São esses processos de abstração que nos levam a conhecer a realidade e atribuir 
significados a essa realidade. 
 
Isso é possível por que o homem é dotado de razão, da capacidade de raciocinar. 
O pensamento conta com seu mais poderoso invento: a palavra. É a palavra que confere 
ao homem essa capacidade de pensar. O pensamento nos familiariza com o mundo e nos 
leva a compreender o significado dos objetos, das pessoas e das relações entre uns e 
outros. 
 
Nem todos os pensamentos levam à verdade, ou seja, resultam de uma forma 
lógica correta. Para chegar ao conhecimento verdadeiro, o pensar deve ser movido pelo 
raciocínio, com uma lógica e argumentos válidos. O processo de pensar pode levar a uma 
13 
 
 
 
realidade cada vez mais aprimorada. A abstração filosófica nos permite sair da aparência 
para a essência. 
 
Segundo diversas teorias, só é considerado livre o ser humano que é autônomo, 
capaz de pensar por si mesmo e dar respostas originais a si próprio e ao mundo. E acredita-
se que isso é um aprendizado, ou seja, fruto de educação – é possível por meio da 
educação oferecer as condições de aprimorar sua capacidade de pensar. 
 
O mundo é feito de ideias. As ideias são frutos do pensamento. Um pensar pobre 
não produz ideias, gera um mundo pobre. 
 
Perguntas que devemos fazer: 
Minhas crenças correspondem a um saber verdadeiro a um conhecimento? A 
minha fala é coerente? O que orienta minha atitude? Qual o sentido de minha ação? 
 
AULA 2: O pensamento, a 
linguagem e o conhecimento 
 
O pensamento é a fala internalizada, 
enquanto a linguagem é a expressão do 
pensamento. A linguagem permite a 
comunicação com o mundo, com os outros. O 
fazer humano deve ser resultado do 
conhecimento. E o conhecimento é resultado de um pensar correto. O fazer humano 
deve modificar a realidade exterior, formar os homens, aproximá-los entre si e enriquecer 
o mundo de valores. 
 
Existem várias formas de conhecer e interpretar a realidade, com diferentes 
enfoques e metodologias: 
 O mito – imagens, símbolos e significados. História e narrativa; 
 O senso comum – herança, tradição, experiência; 
 A ciência – estrutura seu saber pelo método científico; 
 A Filosofia – reflexão rigorosa, sistemática; 
 A religião – fé, transcendência da vida humana; 
 A arte - intuição e sensibilidade. 
 
 
AULA 3: Senso comum 
 
14 
 
 
 
 
 
É o conhecimento recebido por tradição e que ajuda a nos situarmos no cotidiano, 
para compreendê-lo e agir sobre ele. É um conjunto de crenças, baseadas no 
conhecimento espontâneas e não-crítico, mas que revelam o esforço de buscar soluções 
para a nossa vida cotidiana. Essas noções podem esconder ideias falsas e 
preconceituosas. No entanto, não podemos desprezar o senso-comum, pois essa forma 
de conhecimento tão universal contém muita sabedoria essencial para o desenvolvimento 
e organização da humanidade (ex: a roda e o fogo). 
 
O que caracteriza o senso comum não é sua verdade ou falsidade, é a ausência 
de crítica, fundamentação e coerência dessas concepções. O senso comum é transmitido 
no cotidiano, por meio da cultura e hábitos, de pende de julgamentoe de valores. Muitas 
vezes essas concepções do senso comum se transformam em ditados populares. O senso 
comum lida com opiniões e pré-conceitos, noções parciais e com julgamentos da 
realidade. 
 
 
AULA 4: Ciência 
 
 
 
A ciência produz um conhecimento sistemático e empiricamente fundamentado, 
a partir de um método racional. A partir da observação rigorosa, a ciência busca conhecer 
15 
 
 
 
explicar a realidade forma objetiva, sem interferência de valores e julgamentos. A ciência 
trabalha com conceitos, que são as noções elaboradas, testadas rigorosamente, 
comprovadas. Busca descobrir leis gerais que sejam válidas para várias situações 
particulares. 
 
 
AULA 5: Dogmatismo 
 
 
 
Dogmas são conhecimentos inquestionáveis, são noções estabelecidas sem 
contestação e crítica. O dogmatismo é a nossa crença de que o mundo existe e é 
exatamente igual ao que percebemos, por isso não é necessário criticar e refletir sobre a 
realidade. 
 
A atitude dogmática é a aceitação natural e espontânea diante das coisas do 
mundo: acreditamos e percebemos o mundo pronto e conhecido. É uma atitude 
conservadora, ou seja, queremos conservar o mundo e as coisas como já são 
naturalmente. Criamos idéias preconcebidas e rígidas em defesa desse mundo. 
 
A Atitude filosófica é o oposto da atitude dogmática - A atitude filosófica 
pressupõe a dúvida e a crítica, não aceitar como naturais as coisas, os fatos, as ideias os 
comportamentos, os valores da nossa vida cotidiana. É preciso desconfiar das opiniões e 
crenças estabelecidas pela sociedade e cultura, e, também, desconfiar das próprias 
opiniões e crenças. É a atitude que nos leva a analise, reflexão e critica. Ir além da 
aparência e buscar a essência das coisas, dos fatos, dos valores, opiniões. 
 
Procurar saber o que é (significado), como é (estrutura) e por que é (causa) de 
algo. 
 
Tópico VI: Ética – Definição 
 
O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética 
é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na 
sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, 
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser 
confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. 
 
A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e 
culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e 
princípios morais de uma sociedade e seus grupos. 
 
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num 
país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, 
LENOVO
Realce
LENOVO
Realce
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esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando o exemplo, 
a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética. 
 
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe 
também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos 
citar: ética médica, ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos 
esportes, ética jornalística, ética na política, etc. 
 
Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de 
antiético, assim como o ato praticado. A ética pode ser interpretada como um termo 
genérico que designa aquilo que é frequentemente descrito como a "ciência da 
moralidade", seu significado derivado do grego, quer dizer 'Casa da Alma', isto é, suscetível 
de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada 
sociedade, seja de modo absoluto. 
 
Em Filosofia, o comportamento ético é aquele que é considerado bom, e, sobre 
a bondade, os antigos diziam que: o que é bom para a leoa, não pode ser bom à gazela. 
E, o que é bom à gazela, fatalmente não será bom à leoa. Este é um dilema ético típico. 
Portanto, de investigação filosófica, e devidas subjetividades típicas em si, ao lado da 
metafísica e da lógica, não pode ser descrita de forma simplista. Desta forma, o objetivo 
de uma teoria da ética é determinar o que é bom, tanto para o indivíduo como para a 
sociedade como um todo. Os filósofos antigos adotaram diversas posições na definição do 
que é bom, sobre como lidar com as prioridades em conflito dos indivíduos versus o todo, 
sobre a universalidade dos princípios éticos versus a "ética de situação". Nesta, o que está 
certo depende das circunstâncias e não de qualquer lei geral. E sobre se a bondade é 
determinada pelos resultados da ação ou pelos meios pelos quais os resultados são 
alcançados. 
 
O homem vive em sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe- lhe 
pensar e responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se 
de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a questão 
central da Moral e da Ética. Enfim, a ética é julgamento do caráter moral de uma 
determinada pessoa. Como Doutrina Filosófica, a Ética é essencialmente especulativa e, 
a não ser quanto ao seu método analítico, jamais será normativa, característica esta, 
exclusiva do seu objeto de estudo, a Moral. Portanto, a Ética mostra o que era moralmente 
aceito na Grécia Antiga possibilitando uma comparação com o que é moralmente aceito 
hoje na Europa, por exemplo, indicando através da comparação, mudanças no 
comportamento humano e nas regras sociais e suas consequências, podendo daí, detectar 
problemas e/ou indicar caminhos. 
 
Tópico VII: Doutrina 
 
Como Doutrina Filosófica, a Ética é essencialmente especulativa e, a não ser 
quanto ao seu método analítico, jamais será normativa, característica esta, exclusiva do 
17 
 
 
 
seu objeto de estudo, a Moral. Portanto, a Ética mostra o que era moralmente aceito na 
Grécia Antiga possibilitando uma comparação com o que é moralmente aceito hoje na 
Europa, por exemplo, indicando através da comparação, mudanças no comportamento 
humano e nas regras sociais e suas consequências, podendo daí, detectar problemas e/ou 
indicar caminhos. Além de tudo ser Ético é fazer algo que te beneficie e, no mínimo, não 
prejudique o "outro". 
 
Eugênio Bucci, em seu livro Sobre Ética e Imprensa, descreve a ética como um 
saber escolher entre "o bem" e "o bem" (ou entre "o mal" e o mal"), levando em conta o 
interesse da maioria da sociedade. Ao contrário da moral, que delimita o que é bom e o 
que é ruim no comportamento dos indivíduos para uma convivência civilizada, a ética é o 
indicativo do que é mais justo ou menos injusto diante de possíveis escolhas que afetam 
terceiros. 
 
Tópico VIII: Visão 
 
A ética tem sido aplicada na economia, política e ciência política, conduzindo a 
muitos distintos e não-relacionados campos de ética aplicada, incluindo: ética nos negócios 
e Marxismo. 
 
Também tem sido aplicada à estrutura da família, à sexualidade, e como a 
sociedade vê o papel dos indivíduos, conduzindo a campos da ética muito distintos e não-
relacionados, como o feminismo e a guerra, por exemplo. A visão descritiva da ética é 
moderna e, de muitas maneiras, mais empírica sob a filosofia Grega clássica, 
especialmente Aristóteles. 
 
Inicialmente, é necessário definir uma sentença ética, também conhecido como 
uma afirmativa normativa. Trata-se de um juízo positivo ou negativo (em termos morais) 
de alguma coisa. Sentenças éticas são frases que usam palavras como bom, mau, certo, 
errado, moral, imoral, etc. 
 
Aqui vão alguns exemplos: 
• “Salomão é uma boa pessoa” 
• “As pessoas não devem roubar” 
• “A honestidade é uma virtude” 
 
Em contraste, uma frase não ética precisa ser uma sentença que não serve para 
uma avaliação moral. Alguns exemplos são: 
• “Salomão é uma pessoa alta” 
• “As pessoas se deslocam nas ruas” "João é o chefe". 
 
Tópico IX: A Realidade da Moralidade18 
 
 
 
O estudo de conceitos éticos – certo e errado, bom e mau – e de sentenças que 
usam esses conceitos é chamado metaética. Na metaética, os filósofos debatem se há 
verdades morais universais, ou se a moralidade é simplesmente uma expressão de 
emoções ou costumes culturais. 
 
O “realismo moral” afirma que bom e mau são propriedades de situações e 
pessoas, e certo e errado são propriedades de ações. Assim como podem ser altas ou 
velozes, as pessoas podem ser boas ou más. 
 
Assim como podem ser praticadas em dez minutos ou por cobiça, as ações 
podem ser certas ou erradas. Essas propriedades morais são uma parte real do mundo. 
 
Declarações como “Assassinato é errado” são expressões de crenças que podem 
ser verdadeiras ou falsas, dependendo de como o mudo é – das propriedades que uma 
ação, pessoa ou situação realmente têm. 
 
O realismo moral é, para muitos, a posição de “senso comum” em ética. Muitos 
acreditam que as coisas são realmente certas ou erradas; não são nossas ideias que as 
tornam assim. Nossa experiência da moralidade também sugere o realismo moral. 
Primeiro, podemos cometer erros. As crianças fazem com frequência; precisamos ensinar-
lhes o que é certo e errado. Se certo e errado na moral não envolvessem fatos, não seria 
possível cometer erros. 
 
Segundo, a moralidade parece uma exigência feita a partir de “fora”. Sentimonos 
responsáveis por um padrão de comportamento que independe do que queremos. A 
moralidade não é determinada pelo que pensamos a seu respeito. 
 
Terceiro, muitos acreditam em progresso moral. Mas como isso é possível, a 
menos que algumas ideias sobre moralidade sejam melhores que outras? E como isso é 
possível, a menos que haja fatos sobre a moralidade? Mais que um sentimento? 
 
Por outro lado, sabemos que há diferenças culturais em crenças morais, o que 
pode levar alguns a abandonar o realismo moral pelo relativismo. Mas a tolerância das 
diferenças culturais tende a ser muito limitada. P. ex., poucos parecem pensar que, pelo 
fato de o assassinato de membros de outras tribos ou a circuncisão feminina serem 
moralmente permissíveis em algumas sociedades, isto os tornam certos, até mesmo 
nessas sociedades. Mas sabemos que, diferentemente de outras crenças, a moralidade 
desperta fortes emoções e é difícil resolver disputas morais. Se tendermos a pensar que 
isso ocorre porque não há fatos morais, podemos ser levado ao emotivismo. 
 
 
AULA 1: Fatos e Valores 
 
19 
 
 
 
Eis a questão: se há fatos sobre certo e 
errado, de que tipo são? Como pode um valor (um 
“fato” moral) ser algum tipo de fato? Valores 
relacionam-se com avaliações. Se ninguém 
avaliasse nada, haveria valores? Fatos são parte 
do mundo. O fato de que dinossauros vagaram 
pela Terra há milhões de anos seria verdade, 
mesmo se nunca tivéssemos descoberto isso. 
Mas é mais difícil acreditar que valores “existam” 
independentemente de nós e de nosso discurso 
sobre eles. 
 
Essa comparação é injusta. Há muitos fatos – relativos p.ex. a estar enamorado, 
ou à música – que “dependem” de seres humanos e de suas atividades (não haveria amor 
se ninguém amasse). Mas continuam sendo fatos, porque independem de nossos juízos e 
são tornados fatos pelo modo como o mundo – nesse caso o mundo humano – é. Podemos 
nos enganar quanto a alguém estar apaixonado, ou quanto a uma música ser de estilo 
barroco ou clássico. 
 
A teoria da virtude propõe uma explicação possível para a relação entre fatos 
morais e fatos naturais. Afirma que julgar um ato como certo depende de ser ele algo que 
uma pessoa virtuosa faria. Uma pessoa virtuosa é alguém que tem virtudes: traços de 
caráter que lhe permitem viver uma boa vida. O que é uma boa vida depende da natureza 
humana, e esta é uma questão de fato objetiva. Assim, fatos morais sobre boa vida e sobre 
ações certas estão estreitamente relacionados com a natureza humana, nossos desejos 
universais, necessidades e capacidades de raciocinar. 
 
 
AULA 2: A moralidade é relativa? 
 
 
 
Como explicar que a moralidade 
varie de cultura para cultura? Poderíamos 
alegar que diferentes culturas, com suas 
diferentes práticas éticas, tentam todas 
chegar à verdade sobre a ética, tal como 
cientistas tentam encontrar a verdade 
sobre o mundo. Ou podemos dizer que 
práticas éticas são apenas parte do modo de vida de uma cultura. Isto é o que dirá o 
relativista. Segundo ele, duas culturas que discordem sobre uma prática moral estão de 
fato fazendo afirmações que são “verdadeiras para cada uma delas”. 
 
20 
 
 
 
Não tendemos a dizer o mesmo sobre afirmações científicas (p.ex., segundo 
algumas culturas as estrelas eram alfinetadas no tecido do céus –mas elas estavam 
erradas). Por que não? Porque temos uma ideia diferente de como discordâncias 
científicas podem ser resolvidas. No caso da ciência, a melhor explicação é que as teorias 
científicas acerca das quais concordamos representam como o mundo é ou seja, o mundo 
guia nossas investigações, e confirmamos ou refutamos hipóteses através de 
experimentos, até chegarmos a certo entendimento sobre como é o mundo. A ciência 
investiga o mundo físico. Examinando a história da cultura e o desenvolvimento das 
práticas áticas, é difícil ver como diferentes culturas poderiam descobrir “a verdade” sobre 
moralidade e conduta ética para um único mundo ético. 
 
Segundo relativismo, as práticas éticas se desenvolveram para ajudar as 
pessoas a se orientarem no mundo social. Mas há muitos mundos sociais e muitas 
culturas, e ao longo do tempo as pessoas desenvolveram diferentes maneiras de fazer as 
coisas. 
 
Assim, não há um único mundo social que possa guiar práticas éticas pra uma 
concordância geral. Isto não significa que todas as práticas sócias sejam aceitáveis – que 
nenhum indivíduo ou prática possa ser condenado moralmente. As pessoas erram o tempo 
todo, e o relativismo não o nega. Mas afirma que, para condenar uma ação ou prática, 
deveríamos usar recursos da cultura à qual ela pertence. Não podemos julgar uma prática 
de fora de suas culturas. 
 
Tópico X: Objeto E Objetivo Da Ética 
 
A Ética, enquanto ramo do 
conhecimento tem por objeto o 
comportamento humano do interior de 
cada sociedade. O estudo desse 
comportamento, com o fim de 
estabelecer os níveis aceitáveis que 
garantam a convivência pacífica dentro 
das sociedades e entre elas, constitui o 
objetivo da ética. 
 
Lisboa (1997, p.22) diz que, o 
objeto da ética é o comportamento 
humano no interior de cada sociedade 
e o estudo desse comportamento, com 
o fim de estabelecer os níveis aceitáveis que garantam a convivência pacifica dentro das 
sociedades e entre elas, constitui o objetivo da ética. Tudo o que está envolvido na 
sociedade para uma boa convivência com referência às regras morais e ao comportamento 
humano, faz parte do objeto e objetivo da Ética. 
21 
 
 
 
Para Srour (2000, p.29), os costumes das coletividades e as morais formam os 
objetos da ética. O objetivo é a melhor maneira de agir coletivamente, qualificando o bem 
e o mal, o permitido e o proibido, o certo e o errado, a virtude e o vício. Então, o que é 
realmente estudado pela Ética? As morais históricas, as relações e as condutas dos 
agentes sociais. E o que é a moral? Conjunto de regras consideradas válidas, de modo 
absoluto, para qualquer tempo ou lugar, grupo ou pessoa determinada; discursos que 
servem de trilhos para as relações sociais e aos comportamentos dos agentes. 
 
Segundo Stoner (1995, p.77), são os objetos da ética: os direitos e deveres das 
pessoas, as regras morais. E o objetivo é a melhor maneira de tomar decisões referentes 
ao convívio com as pessoas. 
 
 
AULA 1: Função Da Ética 
 
 
Em qualquer sociedade que se 
observe, será sempre notada a 
existência de dilemas morais em seu 
interior. Os dilemas morais são um 
reflexodas ações das pessoas, e 
surgem a partir do momento em que, 
diante de uma situação qualquer, a ação 
de um indivíduo ou de um grupo de 
indivíduos, contraria aquilo que 
genericamente a sociedade 
estabeleceu como padrão de 
comportamento para aquela situação. 
 
O comportamento das pessoas, enquanto fruto dos valores nos quais cada um 
acredita, sofre alterações ao longo da história. Tal fato significa que aquilo que sempre foi 
considerado como um comportamento amoral pode, a partir de determinado momento, 
passar a ser visto como um comportamento adequado à luz da moral. Quando, por 
exemplo, um país se envolve em uma guerra, os habitantes desse país (ou pelo menos 
grande parte deles) estão assumindo um comportamento que normalmente condenam em 
tempo de paz, qual seja, matar seus semelhantes. 
 
Os problemas relacionados com o comportamento do ser humano encontram- se 
inseridos no campo de preocupações da Ética. Ainda que não torne os indivíduos 
“moralmente perfeitos”, a Ética tem por função investigar e explicar o comportamento das 
pessoas ao longo das várias fases da história. Essa função apresenta-se como de grande 
relevância, tanto no sentido de se entender o passado, quanto de servir como parâmetro 
para fixação de comportamentos “padrões”, aceitos pela maioria, visando a diminuir o nível 
de conflitos de interesses dentro da sociedade. 
22 
 
 
 
 
 
AULA 1: Histórico 
 
 
Historicamente, a ideia de Ética surgiu na 
antiga Grécia, por volta de 500 – 300 a.C, através 
das observações de Sócrates e seus Discípulos. 
 
Ética Grega 
 
A ética surge na Grécia, quando os 
filósofos de cultura ocidental apontam suas teorias aos “contemporâneos dos mistérios do 
universo e das forças cósmicas (cosmogonia), para a essência moral e o caráter dos 
indivíduos” (GALVÃO, 2002, p. 4), então o homem passa a ser objeto de pesquisa, 
iniciando a temática do discurso moral e político como forma de enquadramento social, e 
essa tendência movimenta o mundo das ideias, que, percorre em diversos períodos na 
visão de filósofos até os dias atuais. 
 
Sócrates (470-399 a.C.) considerou o problema ético individual como o problema 
filosófico central e a ética como sendo a disciplina em torno da qual deveriam girar todas 
as reflexões filosóficas. Para ele ninguém pratica voluntariamente o mal. Somente o 
ignorante não é virtuoso, ou seja, só age mal, quem desconhece o bem, pois todo homem 
quando fica sabendo o que é bem, reconhece-o racionalmente como tal e necessariamente 
passa a praticá-lo. Ao praticar o bem, o homem sente-se dono de si e consequentemente 
é feliz. A virtude seria o conhecimento das causas e dos fins das ações fundadas em 
valores morais identificados pela inteligência e que impelem o homem a agir virtuosamente 
em direção ao bem. 
 
Platão (427-347 a.C.) ao examinar a ideia do Bem a luz da sua teoria das ideias, 
subordinou sua ética à metafísica. Sua metafísica era a do dualismo entre o mundo 
sensível e o mundo das ideias permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis, que 
constituíam a verdadeira realidade e tendo como cume a ideia do Bem, divindade, artífice 
ou demiurgo do mundo. 
 
Aristóteles (384-322 a.C.), não só organizou a ética como disciplina filosófica, 
mas além disso, formulou a maior parte dos problemas que mais tarde iriam se ocupar os 
filósofos morais: relação entre as normas e os bens, entre a ética individual e a social, 
relações entre a vida teórica e prática, classificação das virtudes, etc. Sua concepção ética 
privilegia as virtudes (justiça, caridade e generosidade), tidas como propensas tanto a 
provocar um sentimento de realização pessoal àquele que age quanto simultaneamente 
beneficiar a sociedade em que vive. A ética aristotélica busca valorizar a harmonia entre a 
moralidade e a natureza humana, concebendo a humanidade como parte da ordem natural 
do mundo sendo, portanto, uma ética conhecida como naturalista. 
23 
 
 
 
Ética Medieval 
 
Na idade média, os valores éticos são marcados pela influência da religião 
católica e suas doutrinas. O cristianismo que se tornou a religião oficial de Roma a partir 
do século IV, sobreviveu ao fim do império e ganhou força sobre as ruínas da sociedade 
antiga imperou seu domínio por dez séculos. Neste período a igreja enriqueceu e manteve 
um forte domínio sobre o modo de pensar fazendo com que o teocentrismo passasse a 
definir as formas de ver e sentir, contribuindo para a formação ética medieval. Para a ética 
cristã medieval a igualdade só podia ser espiritual ou no futuro para um mundo 
sobrenatural e a mensagem cristã tinha um conteúdo moral, não havendo proposta por 
uma igualdade real dos seres humanos.Com isto, a ética cristã procura regular o 
comportamento dos humanos com vistas ao outro mundo, sendo o valor supremo 
encontrado em Deus. 
 
Teorias Éticas Fundamentais 
 
Santo Agostinho (354-430). Fundamentou a moral cristã, com elementos 
filosóficos da filosofia clássica. O objetivo da moral é ajudar os seres humanos a serem 
felizes, mas a felicidade suprema consiste num encontro amoroso do homem com Deus. 
Só através pela graça de Deus podemos ser verdadeiramente felizes. 
 
St. Tomás Aquino (1225-1274). No essencial concorda com Santo Agostinho, 
mas procura fundamentar a ética tendo em conta as questões colocadas na antiguidade 
clássica por Aristóteles. 
 
Ética Moderna (Séc. XV-XVII) 
 
A filosofia moderna reduz o 
homem à Razão. A ética doutrinante 
deste século é a ética moderna. Aqui 
neste período, a ética se caracteriza pelo 
contraste à ética Teocêntrica e Teológica da 
Idade Média. A ética moderna surge com a 
sociedade que sucede a sociedade feudal da 
Idade 
 
Média, moldada pelas 
consequências da Reforma Protestante que provoca um retorno aos princípios básicos da 
tradição cristã, porém o indivíduo passa a ter responsabilidades, tomadas como mais 
importantes que obediências aos ditames religiosos e a autoridades e costumes, assim, 
com essa transformação, em várias ordens, leva o surgimento da ética moderna. 
 
Neste período ocorrem mudanças na Ciência, na Política, na Economia, na Arte 
e principalmente na Religião, onde se transfere o centro de Deus para o homem que passa 
a adquirir um valor pessoal, que “[...] acabará por apresentar-se como o absoluto, ou como 
LENOVO
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24 
 
 
 
o criador ou legislador em diferentes domínios, incluindo nestes a moral” (VASQUEZ, 1978, 
p. 248). 
 
Teorias éticas fundamentais da idade moderna 
 
Descartes (1596-1650). Este filósofo simboliza toda a fé que a Idade Moderna 
deposita na razão humana. Só ela nos permitiria construir um conhecimento absoluto. Em 
termos morais mostrou-se, todavia muito cauteloso. Neste caso reconheceu que seria 
impossível estabelecer princípios seguros para a ação humana. Limitou-se a recomendar 
uma moral provisória de tendência estóica: O seu único princípio ético consistia em seguir 
as normas e os costumes morais que visse a maioria seguir, evitando deste modo rupturas 
ou conflitos. 
 
John Locke (1632-1704). Este filósofo parte do princípio que todos os homens 
nascem com os mesmos direitos (Direito á Liberdade, à Propriedade, à Vida). A sociedade 
foi constituída, através de um contrato social, que visava garantir e reforçar estes mesmos 
direitos. Neste sentido, as relações entre os homens devem ser pautadas pelo seu 
escrupuloso respeito. 
 
David Hume (1711-1778). Defende que as nossas ações são em geral motivadas 
pelas paixões. Os dois princípios éticos fundamentais são a utilidade e a simpatia. 
 
Ética contemporânea (Séc. XIX-XX) 
 
O Utilitarismo ou Universalismo 
Ético. Este é formulado por Jeremy 
Bentham (1748-1832). A maior felicidade 
para o maior número de pessoas. Esta ética é 
chamada “moral do bem-estar”, o bem é útil 
para o indivíduo e o coletivo. 
 
A ética contemporânea tambémsurge numa época de progressos em várias 
ordens, e exercem seus influxos até os dias de 
hoje. “No plano filosófico, a ética 
contemporânea se apresenta em suas 
origens como uma reação contra o formalismo e o racionalismo abstrato kantiano” 
(VASQUEZ, 1978, p. 251), e também no racionalismo de Hegel. 
 
Éticas Fundamentais Contemporâneas 
 
Kant (1724-1804). Partindo de uma concepção universalista do homem, afirma 
que este só age moralmente quando, pela sua livre vontade, determina as suas ações com 
a intenção de respeitar os princípios que reconheceu como bons. O que o motiva, neste 
caso, é o puro dever de cumprir aquilo que racionalmente estabeleceu sem considerar as 
25 
 
 
 
suas consequências. A moral assume assim, um conteúdo puramente formal, isto é, não 
nos diz o que devemos fazer (conteúdo da ação), mas apenas o princípio (forma) que 
devemos seguir para que a ação seja considerada boa. 
 
Sartre. A moral é uma criação do próprio homem que se faz a si próprio através 
das suas escolhas em cada situação. O relativismo é total. Mas este fato não o desculpa 
de nada. A sua responsabilidade é total dado que ele é livre de agir como bem entender. 
A escolha é sempre sua. 
 
Habermas (1929). Após a 2ª Guerra Mundial, Habermas surge a defender uma 
ética baseada no diálogo entre indivíduos em situação de equidade e igualdade. A validade 
das normas morais depende de acordos livremente discutidos e aceites entre todos os 
implicados na ação. 
 
Hans Jonas (1903-1993). Perante a barbárie quotidiana e a ameaça da 
destruição do planeta, Hans Jonas, defende uma moral baseada na responsabilidade que 
todos temos em preservar e transmitir às gerações futuras uma terra onde a vida possa 
ser vivida com autenticidade. Daí o seu princípio fundamental: "Age de tal modo que os 
efeitos da tua ação sejam compatíveis com a permanência da uma vida humana autêntica 
na terra". 
 
Crítica. Ao longo de todo o século XIX e XX sucederam-se as teorias que 
denunciaram o caráter repressivo da moral, estando muitas vezes ao serviço das classes 
dominantes (Karl Marx, 1818-1883) ou dos fracos (Nietzsche,1844- 1900).Outros 
demonstram a falta de sentido dos conceitos éticos, como "Dever", "Bom" e outros (Alfred 
J.Ayer), postulando o seu abandono por se revelarem pouco científicos. Sigmund Freud 
(1856-1939) demonstrou o caráter inconsciente de muitas das motivações morais. Um das 
correntes que maior expressão teve no século XX, foi a que procurou demonstrar que as 
raízes biológicas da moral, comparando o comportamento dos homens e de outros 
animais. 
 
Aquilo que denominamos por "ética" é apresentado como uma forma camuflada 
ou racionalizada de instintos básicos da nossa natureza animal idênticos a outros animais. 
 
Novas Problemáticas. As profundas transformações sociais, culturais e 
científicas das nossas sociedades colocaram novos problemas éticos, nomeadamente em 
domínios como a tecnociência (clonagem, manipulação genética, eutanásia, etc), ecologia, 
comunicação de massas, etc. 
 
Tópico XI: Importância Da Ética 
26 
 
 
 
A importância da ética hoje se dá pela 
necessidade, por uma questão de 
sobrevivência; considerando que a humanidade 
passa por um momento de anseio por uma vida 
melhor e acima de tudo digna e feliz. Podemos 
dizer que o tema mais ecumênico que existe 
atualmente é o da dignidade humana, vida com 
qualidade e por fim, a felicidade. No entanto 
percebemos que o mundo se tornou um caos, e 
o homem como um todo se encontra perdido em 
meio a tanta confusão; é o verdadeiro “jogo dos interesses”. O comportamento ético não 
consiste exclusivamente em fazer o bem a outrem, mas em exemplificar em si mesmo o 
aprendizado recebido. É o exercício da paciência em todos os momentos da vida, a 
tolerância para com as faltas alheias, a obediência aos superiores em uma hierarquia, o 
silêncio ante uma ofensa recebida. 
 
Tópico XII: Cidadania 
 
É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se de uma palavra 
usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de 
viver decentemente. 
 
Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em 
quem quiser sem constrangimento. É poder processar um médico que age de negligencia. 
É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro, 
índio, homossexual, mulher sem ser descriminado. De praticar uma religião sem se 
perseguido. 
 
Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios de cidadania: 
respeitar o sinal vermelho no transito, não jogar papel na rua, não destruir telefones 
públicos. Por trás desse comportamento está o respeito ao outro. 
 
 
 
AULA 1: Conceito 
 
 
No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da palavra civita, que em latim 
significa cidade, e que tem seu correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na 
cidade. 
 
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “cidadania é a 
qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cidadão “o indivíduo no gozo dos direitos 
civis e políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”. 
LENOVO
Realce
27 
 
 
 
Cidadania é a pertença passiva e ativa de indivíduos em um estado - nação com certos 
direitos e obrigações universais em um específico nível de igualdade (JANOSKI, 1998). 
 
No sentido ateniense do termo, cidadania é o direito da pessoa em participar das 
decisões nos destinos da cidade através da Ekklesia (reunião dos chamados de dentro 
para fora) na Ágora (praça pública, onde se agonizava para deliberar sobre decisões de 
comum acordo). Dentro desta concepção surge a democracia grega, onde somente 10% 
da população determinavam os destinos de toda a cidade (eram excluídos os escravos, 
mulheres e artesãos). 
 
 
AULA 2: O que é ser cidadão? 
 
 
Ser cidadão é respeitar e participar das decisões da sociedade para melhorar 
suas vidas e a de outras pessoas. Ser cidadão é nunca se esquecer das pessoas que mais 
necessitam. A cidadania deve ser divulgada através instituições de ensino e 
meios de comunicação para o bem-estar e desenvolvimento da nação. 
 
A cidadania consiste desde o gesto de não jogar papel na rua, não pichar os 
muros, respeitar os sinais e placas, respeitar os mais velhos (assim como todas às outras 
pessoas), não destruir telefones públicos, saber dizer obrigado, desculpe, por favor, e bom 
dia quando necessário... até saber lidar com o abandono e a exclusão das pessoas 
necessitadas, o direito das crianças carentes e outros grandes problemas que enfrentamos 
em nosso mundo. 
 
Tópico XII: Direitos E Deveres Do Cidadão 
 
Na constituição brasileira os artigos referentes a esse assunto podem 
ser encontrados no Capítulo I, Artigo 5º que trata dos Direitos e Deveres Individuais e 
Coletivos. Cada um de nós tem o direito de viver, de ser livre, de ter sua casa, de ser 
respeitado como pessoa, de não ter medo, de não ser pisado por causa de seu sexo, de 
sua cor, de sua idade, de seu trabalho, da cidade de onde veio da situação em que está, 
ou por causa de qualquer outra coisa. 
 
Qualquer ser humano é nosso companheiro porque tem os mesmos direitos que 
nós temos. Esses direitos são sagrados e não podem ser tirados de nós; se forem 
desrespeitados, continuamos a ser gente e podemos e devemos lutar para que eles sejam 
reconhecidos. Às vezes cidadãos se veem privados de usufruírem de seus direitos por que 
vivem cercados de preconceito e racismo é incrível, mas ainda nos dias de hoje 
encontramos pessoas que se sentem no direito de impedir os outros de viverem uma vida 
normal só porque não pertencem a mesma classe social, raça ou religião que a sua. Nós 
cidadãos brasileiros temos direitos e devemos fazer valer o mesmo independente do que 
temos ou somos, ainda bem que a cada dia que passa muitaspessoas estão se 
28 
 
 
 
conscientizando e acabando com o preconceito e aquelas que acabam sofrendo por isso 
estão correndo atrás de seus direitos. 
 
Mas como cidadãos brasileiros não têm apenas direitos, mas deveres para com 
a nação, além de lutar pelos direitos iguais para todos, de defender a pátria, de preservar 
a natureza, de fazer cumprir as leis e muito mais. Ser cidadão é fazer valer seus direitos e 
deveres civis e políticos, é exercer a sua cidadania. Com o não cumprimento do dever o 
cidadão brasileiro pode ser processado juridicamente pelo país e até mesmo privado de 
sua liberdade. Seguem abaixo alguns trechos da declaração dos direitos humanos e do 
cidadão. 
 
 
AULA 2: Declaração dos direitos 
humanos e do cidadão (alguns 
artigos) 
 
I - Os homens nascem e permanecem livres e 
iguais em direitos; as distinções sociais não podem 
ser fundadas senão sobre a utilidade comum. 
II - O objetivo de toda associação política é a 
conservação dos direitos naturais e imprescritíveis 
do homem; esses direitos são, à liberdade, à propriedade, à segurança e a resistência 
à opressão. 
III - O princípio de toda a soberania reside essencialmente na razão; nenhum corpo, 
nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane diretamente. IV - A 
liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique a outrem. Assim, o 
exercício dos direitos naturais do homem não tem limites senão aqueles que 
asseguram aos outros membros da sociedade o gozo desses mesmos direitos; seus 
limites não podem ser determinados senão pela lei. 
V - A lei não tem o direito de impedir senão as ações nocivas à sociedade. Tudo o 
que não é negado pela lei não pode ser impedido e ninguém pode ser constrangido a 
fazer o que ela não ordenar. 
VI - A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de 
concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, à sua formação; ela deve ser a 
mesma para todos, seja protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais 
a seus olhos, são igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos 
públicos, segundo sua capacidade e sem outras distinções que as de suas virtudes e 
de seus talentos. 
VII - Nenhum homem pode ser acusado, detido ou preso, senão em caso 
determinado por lei, e segundo as formas por ela prescritas. Aqueles que solicitam, 
expedem ou fazem executar ordens arbitrárias, devem ser punidos; mas todo cidadão, 
chamado ou preso em virtude de lei, deve obedecer em seguida; torna-se culpado se 
resistir. 
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VIII - A lei não deve estabelecer senão penas estritamente necessárias, e ninguém 
pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada ao delito e 
legalmente aplicada. 
IX - Todo homem é tido como inocente até o momento em que seja declarado 
culpado; se for julgado indispensável para a segurança de sua pessoa, deve ser 
severamente reprimido pela lei. 
X - Ninguém pode ser inquietado por suas opiniões, mesmo religiosas, contanto que 
suas manifestações não perturbem a ordem pública estabelecida em lei. 
XI - A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais 
preciosos do homem; todo o cidadão pode, pois, falar, escrever e imprimir livremente; 
salvo a responsabilidade do abuso dessa liberdade nos casos determinados pela lei. 
XII - A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; 
essa força é então instituída para vantagem de todos e não para a utilidade particular 
daqueles a quem ela for confiada. 
XIII - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, uma 
contribuição comum é indispensável; ela deve ser igualmente repartida entre todos os 
cidadãos, em razão de suas faculdades. 
XIV - Os cidadãos têm o direito de constatar, por si mesmos ou por seus 
representantes, a necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente e de 
vigiar seu emprego, de determinar sua quota, lançamento, recuperação e duração. XV 
- A sociedade tem o direito de pedir contas de sua administração a todos os agentes 
do poder público. 
XVI - Toda a sociedade na qual a garantia dos direitos não é assegurada, nem a 
separação dos poderes determinada, não tem constituição. 
XVII - A propriedade, sendo um direito inviolável, e sagrado, ninguém pode ser dela 
privado senão quando a necessidade pública, legalmente constatada, o exija 
evidentemente, e sob a condição de uma justa e prévia indenização. 
 
Tópico XIV: As Instituições Sociais 
 
 
 
 
 
O que você acha de obedecer a regras, de cumprir ordens, de seguir caminhos 
que já foram preestabelecidos para você? É provável que você e muitos de seus colegas 
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digam que não gostam de obedecer a regras, e alguns cheguem mesmo a afirmar com 
uma pontinha de orgulho que só fazem aquilo que gostam ou que têm vontade... 
 
Pois saibam que não é bem assim que as coisas acontecem. Mesmo que você 
se considere um rebelde, você está muito mais dentro da ordem que imagina, 
principalmente se você é um aluno devidamente matriculado neste curso, e está lendo este 
texto na universidade ou em sua casa. Por que estamos falando disso? 
 
Para dizer que vivemos numa sociedade totalmente institucionalizada, ou seja, 
vivemos “imersos” em instituições sociais, portanto, somos continuamente levados a 
realizar coisas que não escolhemos, e na maioria das vezes as realizamos “naturalmente”, 
sem questionar de onde e de quem partiu aquela ideia ou aquela ordem. 
 
Todo o nosso pensamento e nossa ação foram aprendidos e continuam 
constantemente sendo construídos no decorrer de nossa vida. Muito do que fazemos foi 
pensado e estabelecido por pessoas que nem existem mais. Desde o momento de nosso 
nascimento até a nossa morte estamos sempre atendendo às várias expectativas dos 
vários grupos que participamos. 
 
Por isso, nosso objetivo com este estudo é 
colocá-lo em contato com algumas instituições sociais 
muito presentes e atuantes em nossa sociedade, mais 
especificamente três: a escola, a religião e a família. 
 
Colocar em contato quer dizer conhecer um 
pouco das origens históricas das instituições, ou como 
foram construídas pelas diversas sociedades ao longo do 
tempo; perceber as transformações que foram sofrendo e 
como se configuram hoje, conhecer as diversas 
possibilidades de leitura oferecidas pela Sociologia, e, 
principalmente, nos enxergarmos como parte integrante dessas instituições. Não como 
uma peça num tabuleiro de um jogo, mas como sujeitos atuantes e com capacidade de 
mudar as regras do jogo quando considerarmos necessário. 
 
Nossa intenção ao propor este tema de estudo vai muito além da simples 
informação de conteúdos da Sociologia, avalizados pelos grandes nomes dessa ciência. 
Pretendemos que você, com auxílio dos instrumentais teóricos da Sociologia, possa 
compreender a dinâmica da sociedade contemporânea, aprenda a questionar as 
“verdades” que lhe são colocadas, e possa inserir-se de forma crítica e criativa nas diversas 
instituições sociais que compõem o sistema social. 
 
Vamos pontuar alguns aspectos destas três instituições: família, escola e religião. 
31 
 
 
 
 
 
Nascemos todos em algum lugar da sociedade: num bairro de periferia, num 
edifício no centro da cidade, numa favela, num condomínio fechado, e pertencemos quase 
sempre a algum tipo de família. É dentro da família que aprendemos os primeiros valores 
do grupo e da sociedade a que pertencemos. Os pais (ou aqueles que cumprem este 
papel), criam e provêm os filhos de condições para a subsistência e esperam desses 
respeito e obediência. A sociedade espera que os pais trabalhem e tenham uma vida 
honesta, às mães cabe o amor incondicional, capaz de fazê-las abrir mão da própria vida 
para ver a felicidade de seus filhos. Isso pode parecer um pouco exagerado, mas, às vezes, 
a caricatura de umasituação nos permite enxergá-la melhor. 
 
Bem, crescemos ouvindo que a família é um lugar “sagrado”, que devemos 
respeitar nossos pais, que tanto sacrifícios fizeram por nós. Crescemos ouvindo que é o 
bem mais importante de um homem, e quando finalmente crescemos, “desejamos” formar 
outra família, porque é isto que esperam de nós. Mas se não agirmos dessa forma 
esperada, se não nos transformarmos no pai trabalhador, na “mãe santa”, no filho 
respeitoso? Se escolhermos outro caminho e outros valores? Aí sofreremos o que a 
Sociologia chama de coerção social – significa que seremos coagidos e pressionados 
pelo grupo familiar e pelas pessoas próximas desse, a retomar os valores 
preestabelecidos. 
 
É o grupo familiar que também vai nos indicar os caminhos escolares e 
profissionais. Para algumas famílias, percorrer toda a carreira escolar sem interrupção é 
algo indiscutível, e desviar-se deste caminho previsto pode ser traumático. Novamente não 
escolhemos, mas as escolhas já estão feitas. Quase sempre fazemos o que é esperado. 
32 
 
 
 
Passemos agora para a escola. Essa instituição ensina-nos novos padrões de 
comportamento, ou reforça aqueles que já trazemos 
de nossa classe social e tenta nos fazer acreditar 
que somos todos iguais, porque podemos nos sentar 
igualmente nas carteiras escolares. Mas tão logo os 
alunos percebem que para haver igualdade é 
necessário mais do que um lugar na escola, 
começam as reações contrárias à ordem. São as 
chamadas questões disciplinares. A escola valoriza 
a ordem, a disciplina, o bom rendimento. Os 
adolescentes veem neste momento de suas 
vidas a oportunidade de rebelar-se contra os 
padrões de comportamento estabelecidos, de 
agredir tudo que representa autoridade, de 
desprezar o que não atende a seus interesses 
imediatos. 
 
Há uma outra instituição social com a qual você provavelmente também convive. 
Caso tenha sido batizado ou iniciado em alguma religião em sua infância, e tenha crescido 
seguindo os ensinamentos de sua igreja, você desenvolveu o que se chama de 
pensamento sagrado. Você explica fenômenos da vida e da morte de acordo com os 
preceitos de sua fé. Você conhece os rituais de sua igreja e respeita, ou ao menos sabe o 
significado das principais datas religiosas. Se, em algum momento de sua vida, você 
resolver se desligar de sua religião, esteja certo de que sofrerá forte pressão de seu grupo 
religioso, o qual muito o indagará a respeito de sua decisão, e mais do que isso, fará tudo 
para demovê-lo de sua decisão. 
 
Com esses exemplos é possível perceber o quanto as instituições direcionam 
nossas ações, às vezes de forma tão sutil que não percebemos que as situações 
vivenciadas cotidianamente são em sua maioria reproduções de antigas instituições 
sociais. Também será possível que um dia você chegue à conclusão de que uma ou todas 
as instituições não são assim tão importantes para a sua vida. Você verá sobre isto nos 
Folhas a seguir, que em diversos momentos da história, alguns grupos sociais e alguns 
indivíduos negaram a necessidade da autoridade, fosse esta política, familiar, religiosa, 
educacional ou qualquer outra. Acreditavam na capacidade de auto-governo do ser 
humano, na liberdade e na autonomia de pensamento. Aliás, hoje é possível encontrar em 
diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, pessoas que vivem em comunidades 
alternativas, que negam os valores do pensamento dominante, e constroem suas próprias 
regras, com base na visão que têm da sociedade e do planeta. Mas para chegar até isso, 
e quem sabe superar este modelo de sociedade e de instituições sociais a que estamos 
sujeitos hoje, é preciso muito estudo e a construção de projetos coletivos. 
 
 
LENOVO
Realce
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AVALIAÇÃO 
 
1- Sobre o termo ética marque a alternativa INCORRETA: 
a) O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). 
b) Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana 
na sociedade. 
c) Todos os grupos sociais possuem um mesmo código de ética. 
d) A ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o 
sentimento de justiça social. 
 
2- Veja a imagem: 
 
 
 
 
Partindo do pressuposto de que todo texto revela uma visão de mundo, pode- se 
interpretar o conteúdo da charge como sendo: 
a) Ingênuo, por se tratar de um assunto que não envolve malícia em sua abordagem. 
b) Irreal, visto que o assunto tratado é apenas imaginário e não corresponde à 
realidade social. 
c) Infantil, já que o tema abordado refere-se apenas ao mundo das crianças. 
d) Crítico, pois há a expressão da visão do autor sobre determinado comportamento 
em situações cotidianas através do humor e da sátira. 
 
3- Considerou o problema ético individual como o problema filosófico central e a 
ética como sendo a disciplina em torno da qual deveriam girar todas as reflexões 
filosóficas. Para ele ninguém pratica voluntariamente o mal. Somente o ignorante 
não é virtuoso, ou seja, só age mal, quem desconhece o bem, pois todo homem 
quando fica sabendo o que é bem, reconhece-o racionalmente como tal e 
necessariamente passa a praticá-lo. Ao praticar o bem, o homem sente-se dono 
de si e consequentemente é feliz. A virtude seria o conhecimento das causas e 
dos fins das ações fundadas em valores morais identificados pela inteligência e 
34 
 
 
 
que impelem o homem a agir virtuosamente em direção ao bem. Essa filosofia 
ética é de qual Filósofo? 
a) Platão 
b) Sócrates 
c) Aristóteles 
d) Santo Agostinho 
 
 
4- É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se de uma palavra 
usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o 
direito de viver: 
a) Livremente. 
b) Eticamente. 
c) Decentemente. 
d) Criticamente. 
 
 
 
5- Para dizer que vivemos numa sociedade totalmente institucionalizada, ou seja, 
vivemos “imersos” em instituições sociais, portanto, somos continuamente 
levados a realizar coisas que não escolhemos, e na maioria das vezes as 
realizamos “naturalmente”, sem questionar de onde e de quem partiu aquela 
ideia ou aquela ordem. Quais são as instituições sociais as quais fazemos parte, 
exceto: 
a) Família 
b) Escola 
c) Comunidade 
d) Religião 
 
 
6- Essa instituição ensina-nos novos padrões de comportamento, ou reforça aqueles 
que já trazemos de nossa classe social e tenta nos fazer acreditar que somos todos 
iguais. Estamos nos referindo a qual instituição social? a) Família 
b) Escola 
c) Religião 
d) Comunidade 
 
 
 
7- Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma 
pequena minoria, estamos nos referindo a que tipo de educação: 
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a) Moderna 
b) Tradicional 
c) Medieval 
d) Burguesa 
 
 
8- A educação elevou-se à hierarquia de direito público subjetivo a partir da 
regulamentação legal do país, instaurada em: 
a) 1988 
b) 1998 
c) 2002 
d) 1978 
 
 
9- Para sermos considerados pessoas éticas devemos saber conviver: 
a) Isolados 
b) Individualizados 
c) Em grupo 
d) Com nós mesmos 
 
 
10- Direitos humanos são direitos reservados à: 
a) Um grupo específico de pessoas 
b) Somente a uma pessoa 
c) A todas as pessoas independente de sexo, cor,credo, etc. 
d) Somente a pessoas mais ricas e cultas 
36 
 
 
 
GABARITO 
 
 
NOME DO ALUNO: 
MATRÍCULA: _ 
CURSO: 
 _ 
DATA DE ENVIO: / _/_ 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) 
 
6) 
 
 
 
DIREITOS E DEVERES DOS 
SERES HUMANOS 
 
 
 
5) 
 
10) 
 
 
 
2) 
 
7) 
 
 
 
3) 
 
8) 
 
 
 
4) 
 
 
 
 
 
9) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BENEVIDES, M. V. Educação em direitos humanos: de que se trata? Convenit, 1998 
 
BOBBIO, Norberto.

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