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CARACTERÍSTICA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Belo Horizonte Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 DESENVOLVIMENTO FÍSICO, MOTOR, PERCEPTIVO, COGNITIVO, SOCIAL E DA PERSONALIDADE DA CRIANÇA DE 0 A 2 ANOS .................................................... 4 Desenvolvimento Motor ............................................................................................... 8 Desenvolvimento Perceptivo ..................................................................................... 12 Desenvolvimento Cognitivo ....................................................................................... 15 Desenvolvimento da linguagem ................................................................................ 24 Desenvolvimento Social e da Personalidade ............................................................ 26 Emoções ................................................................................................................... 28 DESENVOLVIMENTO FÍSICO, MOTOR, COGNITIVO, DA LINGUAGEM, SOCIAL E DA PERSONALIDADE DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR (2 A 6 ANOS) ..................... 37 Desenvolvimento Físico ............................................................................................ 37 Desenvolvimento Motor ............................................................................................. 39 Desenvolvimento Cognitivo ....................................................................................... 40 Limitações do Pensamento Pré-Operacional ............................................................ 41 Desenvolvimento da Linguagem ............................................................................... 43 Desenvolvimento Social e da Personalidade ............................................................ 45 A influência na criação dos filhos .............................................................................. 49 DESENVOLVIMENTO FÍSICO, MOTOR, COGNITIVO, SOCIAL E DA PERSONALIDADE DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR (6 A 12 ANOS) ......................... 51 Desenvolvimento Físico ............................................................................................ 51 Desenvolvimento Motor ............................................................................................. 52 Desenvolvimento Cognitivo ....................................................................................... 53 Desenvolvimento Social e da Personalidade ............................................................ 58 PRINCÍPIOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO PARA WINNICOTT ........................ 65 Concepções do Desenvolvimento Emocional e Físico da Criança............................ 67 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Relação entre mãe e bebê ........................................................................................ 72 Relação da Criança com a Família ........................................................................... 74 Diferenças de uma criança normal para uma deliquente .......................................... 75 A Criança e o Brincar ................................................................................................ 77 PRINCÍPIOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO PARA MELAINE KLEIN ................. 78 Biografia de Melaine Klein ......................................................................................... 78 Características da análise Kleiniana ......................................................................... 82 PRINCÍPIOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO PARA ARMINDA ABERASTURY .. 85 Trajetória e lógica profissional da autora Arminda Aberastury .................................. 85 Pontos relevantes na Psicologia do Adolescente ...................................................... 89 ADOLESCÊNCIA: DESENVOLVIMENTO FÍSICO, COGNITIVO, SOCIAL E DA PERSONALIDADE DO ADOLESCENTE ................................................................. 92 Desenvolvimento físico .......................................................................................... 97 Desenvolvimento Cognitivo ................................................................................. 101 ESTÁGIOS DE KOHLBERG SOBRE O DESENVOLVIMENTO MORAL ............... 103 Desenvolvimento Social e da Personalidade ...................................................... 104 Adolescente e o Mundo do trabalho .................................................................... 106 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 110 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 INTRODUÇÃO No organismo humano, os dois primeiros anos de vida representam um período de crescimento rápido e de mudança, assinalados pelo desenvolvimento de duas características-chave que diferenciam os seres humanos de muitos outros animais. Em primeiro lugar, durante esta época as crianças aumentam sua mobilidade. Nessas condições, aumenta a amplitude do ambiente em que vivem, exploram e desenvolvem. Esse aumento de mobilidade é iluminado pelo caminhar, a criança começa a usar a linguagem, tanto como uma ferramenta de comunicação com as pessoas que as cercam como ferramenta para facilitar o pensar (PAPALIA & OLDS, 2006). A seguir veremos o desenvolvimento físico e motor da criança entre um mês e dois anos de idade, as mudanças perceptuais e cognitivas que nela ocorrem, a aquisição dos rudimentos da linguagem e, a emergência de comportamento social e da personalidade. DESENVOLVIMENTO E DA PERSONALIDADE DA CRIANÇA DE 0 A 2 ANOS FONTE: http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/corpo-beb%C3%AA.html. Segundo BEE (1997), as mudanças físicas ocorridas nos primeiros meses de vida do bebê seguem dois padrões bem amplos: o desenvolvimento dá-se a partir da cabeça, chamado cefalocaudal, e do tronco para fora, próximo-distal. Vemos a ação desses dois princípios em comportamentos perceptíveis, tais como a capacidade que Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 tem o bebê para manter ereta sua cabeça antes que consiga sentarse, e sua capacidade de sentar-se antes que consiga engatinhar. Já no sistema nervoso, as principais estruturas do cérebro e as mais desenvolvidas no nascimento, são o mesencéfalo e a medula, que regulam tarefas básicas como atenção e a habituação, o dormir, o andar, a eliminação e o movimento da cabeça e do pescoço (BEE, 1997). A parte menos desenvolvida do cérebro é o córtex, a matéria cinzenta espiralada, em torno do mesencéfalo, envolvida na percepção, movimentos do corpo e toda a linguagem e os pensamentos complexos. O córtex possui todos os seus neurônios e algum desenvolvimento de dendritos no nascimento. O que ocorre entre o nascimento e os dois anos de vida é a criação de uma grande quantidade de sinapses que representa um grande crescimento da árvore dendrítica, além de axônios e suas fibras terminais. Devido a essa rápida multiplicação de fibras, o peso total do cérebro triplica neste período (BEE, 1997). No desenvolvimento de neurônios e sinapses, os dendritos não são contínuos e regulares. Neurofisiologistas descobriram a existência de uma primeira erupção na formação de sinapses, seguida de uma “eliminação” de sinapses por volta dos dois anos. As conexões redundantes são eliminadas e o “diagrama elétrico” é arrumado (BEE, 1997). http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/c%C3%A9rebro-beb%C3%AA.html. No início do desenvolvimento, por exemplo, observa-se que cada célula musculoesquelética parece desenvolver conexõessinápticas com vários neurônios motores na medula espinhal. Mas, após o processo de eliminação, cada fibra muscular é conectada a somente um neurônio. Normalmente, o organismo é programado para criar certas espécies de conexões neuroniais e o faz em Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 abundância, criando caminhos redundantes. Conforme esse argumento, a eliminação que ocorre por volta dos dois anos constitui uma reação à experiência específica, de modo que os caminhos mais utilizados ou os mais eficientes são, seletivamente, mantidos. De acordo com Bertentahal & Campos (1987), “A experiência não cria marcas em uma tábula rasa; a experiência apaga algumas delas”. Na adolescência também ocorre outra eliminação de sinapses, sugerindo haver uma posterior reorganização de caminhos naquele momento. Os nervos que estão a serviço das células musculares nos braços e mãos são mielinizados mais cedo do que os que atendem o tronco inferior e as pernas. A mielinização está amplamente concluída por volta dos dois anos, embora alguma coisa ainda se processe no cérebro, durante a adolescência (BEE, 1997). Já as mudanças no sistema nervoso são acompanhadas por mudanças em outras estruturas do corpo, o que inclui ossos e músculos, embora aqui as mudanças ocorram de maneira bastante gradual, da infância por meio da adolescência, ao invés de se dar sob a forma de um arranque súbito notável que observamos no sistema nervoso (BEE, 1997). A mão, o pulso, o tornozelo e o pé, todos possuem menos ossos, no nascimento, do que na maturidade plena. Por exemplo, no pulso de um adulto há nove ossos separados. No caso de uma criança com um ano de vida, há apenas três. Os seis restantes desenvolvem-se durante a infância, sendo que o crescimento completo se dá na adolescência (BEE, 1997). Em uma parte do corpo, no entanto, os ossos mais se fundem do que se diferenciam. O crânio de um recém-nascido é formado por vários ossos, separados por espaços, chamados fontanelas. As fontanelas permitem que a cabeça se comprima sem qualquer dano, durante o processo de nascimento, também permitindo ao cérebro espaço para crescer. Na maioria das crianças, as fontanelas são preenchidas por ossos por volta dos 12 aos 18 meses, criando um único osso craniano conectado (BEE, 1997). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/c%C3%A9rebro-beb%C3%AA.html. Todos os ossos de um bebê são também mais macios, com mais elevado conteúdo de água, do que os ossos dos adultos. O processo de enrijecimento dos ossos, a ossificação, ocorre regularmente, do nascimento à puberdade, tendo-se os ossos de diferentes partes do corpo enrijecendo-se em uma sequência que segue os típicos padrões próximo-distais e cefalocaudal. Como exemplo, os ossos das mãos e pulso enrijecem antes dos pés (BEE, 1997). Os ossos macios são necessários, pois o feto precisa possuir flexibilidade suficiente para caber no espaço uterino. Mas essa mesma flexibilidade contribui para um relativo desamparo do recém-nascido. Bebês recém-nascidos são notavelmente moles; nem mesmo conseguem manter ereta a cabeça, sentar-se sem auxílio ou andar. À medida que os ossos enrijecem, o bebê consegue manipular com mais segurança seu corpo, o que aumenta o alcance da exploração com a qual ele se diverte, tornando-o muito mais independentes (BEE, 1997). Já com os músculos, o recém-nascido possui, virtualmente, todas as fibras musculares que terá mais tarde exatamente, como seus ossos, essas fibras musculares são, inicialmente, pequenas e aquosas, tornando-se mais longas, espessas e menos aquosas, a um ritmo bastante constante, até a adolescência. O bebê, então, adquire força muscular no pescoço bastante cedo, embora não possua força muscular suficiente nas pernas de modo a ter apoio para andar, o que somente se dá meses após (BEE, 1997). Todas essas mudanças internas obviamente afetam o tamanho e a forma do bebê. Os bebês crescem rapidamente, nos primeiros meses, acrescentando de 25 cm a 29 cm em seu comprimento e triplicando o peso de seu corpo, no primeiro ano de vida. Por volta dos dois anos, após aumentar esses centímetros em sua altura, os bebês estão com a metade da altura que terão na vida adulta. É surpreendente que Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 os bebês possuam a cabeça, proporcionalmente, muito maior, o que é uma necessidade óbvia para que ele mantenha aquele cérebro que já possui quase que seu tamanho total (BEE, 1997). Desenvolvimento Motor De acordo com MUSSEN, CONGER, KAGAN, HUSTON (1988), o bebê pode exibir uma variedade de reflexos motores complexos, alguns dos quais são necessários à sobrevivência. Os bebês seguirão com seus olhos uma luz que se move, sugam um mamilo que lhes é inserido na boca, viram-se na direção de um toque no canto da boca e agarram um objeto que lhes é colocado na palma da mão. As capacidades da criança para sentar-se, ficar de pé e andar exemplificam a influência da maturação no desenvolvimento. Cada capacidade ocorre em sequência durante os primeiros dois a três anos de vida, como resultado da criança usar os membros em coordenação com a maturação de tecidos neurais específicos e o crescimento dos ossos e dos músculos (MUSSEN, CONGER, KAGAN, HUSTON, 1988). Bebês de quatro meses são capazes de sentar-se com apoio durante um minuto, e com cerca de nove meses a maioria pode sentar-se sem suporte durante 10 minutos ou mais. http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/crian%C3%A7a_2.html. A idade média para arrastar-se (mover-se com o abdômen em contato com o chão) é nove meses; engatinhar, sobre as mãos e os joelhos, costuma ocorrer aos 10 meses, mais ou menos. Um bebê pode deixar de passar por um ou dois estágios no LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 desenvolvimento, mas a maioria passa por meio de quase todos (MUSSEN, CONGER, KAGAN, HUSTON, 1988). A capacidade para andar se forma depois de uma série de realizações anteriores. Como em outros aspectos do desenvolvimento, as idades em que essas realizações ocorrem cobrem uma vasta faixa. A idade média para pôr-se de pé, apoiando-se em um móvel, é entre nove e dez meses. A criança média fica de pé, sem apoio, com cerca de onze meses e anda, quando alguém a segura pela mão com um ano, podendo andar só, embora desajeitadamente, com cerca de treze meses. Com dezoito meses a criança pode subir e descer escadas sem auxílio (e usualmente sem cair) e pode puxar um brinquedo no chão. Aos dois anos, a criança pode apanhar um objeto no chão sem cair e pode correr e andar para trás (MUSSEN, CONGER, KAGAN, HUSTON, 1988). http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/crian%C3%A7a_2.html. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR NOS PRIMEIROS DOIS ANOS DE VIDA IDADE HABILIDADES LOCOMOTORAS HABILIDADES NÃO LOCOMOTORAS HABILIDADES MANIPULATIVAS 1 mês Reflexo de marcha Levanta um pouco a cabeça; acompanha com os olhos um objeto movimentado lentamente. Segura objeto se colocado na mão. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 2-3 meses Eleva a cabeça até 90 graus se deitado de bruços. Começa a bater em objetos ao alcance. 4-6 meses Vira-se; senta com auxílio; movimenta-se sobre mãos e joelhos (“engatinha”). Mantém ereta a cabeça quando sentado. Alcança e segura objetos. 7-9 meses Senta sem ajuda; engatinha. Transfere objetos de uma mão à outra. 10-12 meses Tenta ficar em pé; anda segurando os móveis (“circulação”); depois anda sem ajuda Agacha-se se. E inclina-se Alguns sinais de preferênciade mão; segura uma colher colocada na palma da mão, mas não consegue levar o alimento à boca. 13-18 meses Caminha para trás e para os lados; corre (14- 20 meses). Rola bola para um adulto. Empilha dois blocos; coloca objetos em pequenos recipientes e os descarrega. FONTES: BEE (1997) - MATHEW & COOK (1990), THOMAS (1990). De acordo com BEE (1997), as sequências maturacionais parecem, necessariamente, ser parte da explicação, em especial no caso de padrões centrais como as mudanças neuroniais e as mudanças nos músculos e ossos. Em todas essas áreas, enquanto a taxa de desenvolvimento varia de uma criança para outra, a sequência é, virtualmente, a mesma para todas as crianças, mesmo aquelas com deficiências físicas ou mentais marcantes. Crianças com retardo mental, por exemplo, costumam passar por todos os marcos motores mais lentamente do que crianças normais, embora sigam a mesma sequência. Sempre que encontramos essas sequências sadias, a maturação de alguma espécie parece uma explicação óbvia. Ao mesmo tempo, nossa herança genética é individual e específica da espécie. Além de sermos programados para várias sequências básicas de desenvolvimento Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 físico, cada um de nós recebe instruções para tendências singulares de crescimento. Tamanho e formato do corpo parecem bastante influenciados por essa herança específica. Pais altos tendem a ter filhos altos, pais baixos tendem a ter filhos baixos e há semelhanças entre pais e filhos em coisas como largura dos quadris, comprimento dos braços e tronco curto ou comprido, entre outras (BEE, 1997). É importante verificarmos também as influências ambientais sobre o desenvolvimento físico, em termos da própria prática de várias atividades físicas pela criança. Um bebê que passa bastante tempo em um brinquedo chamado de andador, que o sustenta enquanto ele se movimenta pelo local, irá aprender a andar de maneira independente de certa forma mais cedo do que um bebê que jamais utilizou esse brinquedo. Um bebê que já anda e que tem oportunidade de tentar subir escadas aprende a fazê-lo mais cedo ou com mais habilidade do que um bebê que anda e que raramente é exposto a escadas. FONTE: http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-comendo.html. A alimentação também é um forte contribuinte para o desenvolvimento físico e motor. Uma grave deficiência nutricional durante o período da gravidez parece produzir uma taxa lenta de desenvolvimento físico e motor. As crianças cujas dietas melhoram tarde podem, em parte, recuperar sua taxa de altura ou crescimento, embora elas costumem ser mais baixas e mais lentas do que os companheiros (BEE, 1997). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Desenvolvimento Perceptivo Percepção é quando a estimulação sensorial pode ser integrada com dados já acumulados que produzem sensações adquirindo um significado para a criança. No caso do recém-nascido, recebem toda espécie de estimulação sensorial (visual, auditiva, olfativa, gustativa, tátil e cinestésica) por meio de várias modalidades sensoriais. Eles dão respostas a esses estímulos, mas essas respostas têm utilidades limitadas e são mais ou menos automáticas. Recém-nascidos são incapazes de integrar essas impressões sensoriais que se encontram no córtex com informações já acumuladas a fim de que seu significado seja “ligado” a essas sensações (BEE, 1997). http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-sporting.html. Os processos perceptivos constituem uma parte de quase todas as tarefas que a criança deve realizar, de todas as habilidades motoras ou cognitivas que são desenvolvidas. Para identificar a mãe ou o pai ela precisa discriminar cheiros, vozes ou rostos. Para reconhecer rostos, ela precisa prestar atenção a características individuais ou padrões de características. Para aprender a falar, ela precisa perceber diferenças entre os sons, centrando-se finalmente no repertório de sons usados na língua falada ao seu redor (BEE, 1997). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-sporting.html. É importante entendermos os tipos de impressões dos sentidos que são possíveis para a criança e compreender como ela interpreta essas impressões dos sentidos, a discriminá-las e reconhecer ou compreender padrões. Segundo BEE (1997), o desenvolvimento perceptivo é uma espécie de ponte entre o desenvolvimento físico e o desenvolvimento cognitivo. Os primeiros meses de vida são a época de mudanças mais rápidas nas habilidades perceptivas, e, portanto um momento de maior interesse para os psicólogos que estão tentando compreender os processos de desenvolvimento. Como vimos no capítulo anterior sobre as capacidades sensoriais dos recém- nascidos é fundamental relembrarmos que elas estão presentes no nascimento, de uma forma rudimentar e vão se desenvolvendo a partir do crescimento da criança. A visão para cores está presente no nascimento, mas a acuidade visual e a habilidade de perseguir com o olhar são relativamente deficientes no nascimento, desenvolvendo-se rapidamente durante os primeiros meses (BEE, 1997). As habilidades auditivas básicas estão mais completamente desenvolvidas no nascimento; a acuidade é boa para o alcance da voz humana e o recém-nascido pode localizar pelo menos a direção aproximada dos sons. As capacidades sensoriais de olfato, paladar, e os sentidos de tato e movimento também estão bemdesenvolvidos no nascimento. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-cantando.html. A percepção de profundidade não está presente no nascimento; ela está presente, pelo menos de forma rudimentar, em torno dos três meses, inicialmente por meio do uso de deixas cinéticas, depois de informações binoculares, e finalmente das informações pictóricas por volta dos cinco a sete meses (BEE, 1997). A atenção visual parece seguir regras definidas, mesmo nas primeiras horas de vida. Os recém-nascidos buscam objetos e focam os limites ou os pontos de contraste claro/escuro, ou o movimento. Por volta dos dois meses de idade, o foco dos bebês muda para examinar o meio assim como os limites das coisas, e eles passam a prestar atenção a relacionamentos e padrões complexos. Os bebês podem discriminar o rosto da mãe dos outros rostos, e a voz da mãe das outras vozes, quase imediatamente. Desde o início, os bebês parecem perceber e discriminar contrastes sonoros presentes em todas as línguas possíveis; por volta de um ano, o bebê faz discriminações precisas somente entre os sons salientes na linguagem que é falada em seu ambiente. Desde muito cedo, certamente já em torno dos quatro meses, os bebês também percebem e discriminam diferentes padrões de som, como melodias ou inflexões de fala. Transferências modais cruzadas de tato/visão e som/visão foram demonstradas já com um mês de idade; confiavelmente, aos quatro meses. As constâncias perceptivas como constância de tamanho, constância de brilho e constância de forma estão presentes aos quatro meses, pelo menos de forma rudimentar, e talvez mais cedo. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Os jovens bebês também têm um entendimento bastante complexo dos objetos, de suas propriedades e possíveis movimentos. O entendimento da permanência do objeto (a compreensão de que o objeto existe mesmo quando está fora de vista) começa aos dois ou três meses de idade, e está bem-desenvolvido pelos 10 meses. Os bebês diferem na aparentevelocidade ou eficiência dos processos perceptuais, como a habituação a estímulos repetidos. Essas variações no índice de habituação estão correlacionadas a medidas posteriores de QI e à linguagem. Muitas capacidades perceptuais básicas, incluindo estratégias para examinar objetos, parecem ser inatas no sistema já no nascimento, ou se desenvolvem nos primeiros anos, conforme o cérebro se desenvolve. Mas são necessárias experiências específicas para manter o sistema subjacente e para aprender discriminações e padrões fundamentais (BEE, 1997). http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-pegando.html. Desenvolvimento Cognitivo De acordo com PAPALAIA & OLDS (2006), se os bebês pudessem falar, eles protestariam que sua inteligência foi subestimada durante séculos. Esta subestimação persistiu quase até a atualidade por causa de dois movimentos importantes ao final do século XIX. Enquanto os psicólogos estavam começando a propor teorias do desenvolvimento humano, os médicos estavam estabelecendo uma rotina na qual os bebês nasciam em hospitais, eram expostos a drogas sedativas e isolados de suas LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 mães – situação não muito propícia para melhor demonstrar as habilidades dos recém-chegados! Além disso, os primeiros testes para estudar a inteligência dos bebês eram baseados em testes para adultos ou animais, nenhum dos quais adequados, portanto. Hoje, nossa visão das habilidades cognitivas dos bebês mudou radicalmente. Durante as últimas décadas, houve mais pesquisas nesse tópico do que durante toda a história pregressa. Agora sabemos que o bebê humano normal e saudável é acentuadamente competente. Os bebês vêm ao mundo com as capacidades de aprender e lembrar, assim como de adquirir e usar a linguagem. Os recém-nascidos começam avaliando o que seus sentidos lhes informam. Eles usam suas habilidades cognitivas para distinguir entre experiências sensoriais (tais como os sons de diferentes vozes), construir sobre seu pequeno repertório inato de comportamentos (principalmente mamar) e exercer controle crescente sobre seu comportamento e seu mundo (PAPALIA & OLDS, 2006). http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-cantando.html. Exemplo: Lucas, com um ano de idade, adorava pipoca e também brincar. Um dia, seu pai colocou algumas pipocas em sua mão, fechou-a, e a posicionou sobre a bandeja da cadeira de Lucas. Com ambas as mãos, ele forçava os dedos a se abrir, via a pipoca e soltava quando tentava pegá-las. Quando tinha os dedos livres, o pai os fechava novamente sobre as pipocas. Depois de duas outras tentativas, Lucas descobriu que podia manter os dedos da mão abertos com uma mão enquanto pegava a pipoca com a outra. Um dia, quando tinha numa das mãos um brinquedo que não queria largar, Lucas encontrou outra solução. Ele abriu os dedos do pai com sua mão Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 livre e os mantiveram abertos com a ajuda do queixo, de forma que pudesse usar a mesma mão para pegar as pipocas. Lucas demonstrou comportamento inteligente, comportamento que envolve aprendizagem complexa iniciada de modo independente. Geralmente concorda-se que o comportamento inteligente tem dois aspectos-chave. Primeiro, ele é orientado para a meta: consciente e deliberado e não acidental. Segundo, é adaptativo: dirigido à adaptação às circunstâncias e às condições de vida. http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-inteligente.html. A inteligência é influenciada tanto pela capacidade herdada quanto pela experiência. A inteligência permite que as pessoas adquiram, lembrem e usem o conhecimento; compreendam conceitos e relacionamentos; e apliquem o conhecimento e a compreensão nos problemas cotidianos. Como e quando os bebês aprendem a resolver problemas? Como e quando se desenvolve a memória? O que explica as diferenças individuais nas habilidades cognitivas? Podemos medir a inteligência de um bebê? Podemos prever o quão inteligente será esse bebê posteriormente? A maioria dos pesquisadores do desenvolvimento cognitivo usa uma de quatro abordagens para o estudo de tais questões: • Abordagem Comportamentalista ou behaviorista: Estuda a mecânica básica da aprendizagem. Ela preocupa-se em como o comportamento muda em resposta à experiência. Desde que tenha um reforço positivo. No início deve ser primário (balas, brinquedos), gradualmente poderá ser substituído pelo social, como elogios. Assim, o comportamento se mantém. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 • Abordagem Piagetiana: Observa as mudanças na qualidade do funcionamento cognitivo, ou o que a pessoa é capaz de fazer. Ela se relaciona com a evolução das estruturas mentais e como as crianças se adaptam a seu ambiente, sustentando que a cognição se desenvolve em etapas. • Abordagem Psicométrica: Tenta medir as diferenças individuais em termos de quantidade de inteligência, quanta inteligência uma pessoa tem. Quanto mais alto o escore de uma pessoa num teste de inteligência, mais inteligente presume- se que ela é. • Abordagem do processo de informações: Concentra-se nas diferenças individuais quanto ao modo no qual as pessoas usam sua inteligência. Ela procura descobrir os processos envolvidos na percepção e no manuseio da informação. Abordagem Behaviorista: Os bebês aprendem a sugar um mamilo? Provavelmente não. Mamar é um reflexo com o qual nascem. Mas, mamar logo se torna um comportamento aprendido quando leva à satisfação de ter enchido o estômago. http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-inteligente.html. Os seres humanos nascem com a capacidade de aprender a partir da experiência. Os bebês aprendem com o que veem, ouvem, cheiram, degustam e tocam. A maturação é essencial para essa capacidade crescente de aprender. Certas capacidades neurológicas, sensórias e motoras devem estar presentes antes que a aprendizagem relacionada possa ocorrer. Os teóricos da aprendizagem reconhecem a maturação como fator limitador, porém não se concentram na mesma. Seu principal interesse são os mecanismos pelos quais as pessoas aprendem. LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Os behavioristas estudam dois processos simples de aprendizagem: condicionamento clássico e condicionamento operante. No condicionamento clássico, uma pessoa ou um animal aprende a responder automaticamente a um estímulo que originalmente não provocava a resposta. Ou seja, a pessoa aprende a antecipar acontecimentos. Por meio de um estudo de BLASS, GANCHROW & STEINER (1984), bebês com apenas duas horas de vida foram condicionados de maneira clássica a virar a cabeça e mamar caso sua testa fosse acariciada: acariciavam-se suas testas ao mesmo tempo em que recebiam uma mamadeira de água adocicada. Bebês recémnascidos aprenderam a mamar quando se ouviam uma sineta ou sinal; a mostrar o reflexo de Babkin (virar a cabeça e abrir a boca) quando seus braços eram movidos (ao invés do estímulo usual, pressão na palma da mão); a dilatar e contrair as pupilas de seus olhos; a piscar; e a mostrar alteração na frequência cardíaca. No condicionamento operante, o bebê aprende a dar uma determinada resposta para produzir um efeito particular. O condicionamento operante, no qual o aprendiz atua e influencia o ambiente, pode ser usado para aprender comportamentos voluntários (em contrastes com os comportamentos involuntários, como piscar). http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-inteligente.html. O condicionamento clássico e operante podem juntos produzir um comportamento cada vez mais complexo. Em estudos com bebês de uma a 20 semanasde vida, os bebês recebiam leite se virassem a cabeça para a esquerda ao ouvirem o som de uma sineta. Os bebês que não aprendiam a virar a cabeça por meio desse condicionamento operante eram então condicionados de maneira clássica. Quando a sineta tocava, o canto esquerdo da boca do bebê era tocado, e ele então virava a cabeça e recebia o leite. (O toque era o estímulo não condicionado; virar a cabeça era a resposta não condicionada. A sineta era o estímulo condicionado; virar LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 a cabeça para a sineta tornou-se a resposta condicionada). Na idade de quatro a seis semanas, todos os bebês haviam aprendido a virar a cabeça ao ouvir a sineta. Então, os bebês aprenderam a diferenciar a sineta de uma campainha. Quando a sineta soava, eles eram alimentados pela esquerda; quando a campainha tocava, eram alimentados pela direita. Com aproximadamente três meses de idade, os bebês haviam aprendido a virar para o lado que trazia comida, sinalizado pela sineta ou pela campanha. Aos quatro meses, eles aprendiam até a inverter suas respostas à sineta e à campainha, ação de complexidade impressionante (PAPALIA & OLDS, 2006). Caso os bebês não tivessem a capacidade de lembrar pelo menos em curto prazo, eles não seriam capazes de aprender. Estudos utilizando condicionamento operante constataram que bebês de dois a seis meses são capazes de lembrar-se de realizar uma ação que lhes proporcionou prazer, contanto que a situação de teste seja virtualmente idêntica aquela na qual se deu o treinamento inicial (PAPALIA & OLDS, 2006). Abordagem Piagetiana: A abordagem cognitiva de Jean Piaget exerce hoje relevante papel em todas as áreas da psicologia e, principalmente, nos campos aplicados da educação e da psicoterapia. Abandonando a ideia de avaliar o nível de inteligência de um indivíduo por meio de suas respostas aos itens de determinados testes, Piaget adotou um método clínico por meio do qual procura acompanhar o processo do pensamento da criança para daí chegar ao conceito de inteligência como capacidade geral de adaptação do organismo (PAPALIA & OLDS, 2006). Os conceitos fundamentais da abordagem de Piaget são: esquema, ou estrutura, que é a unidade estrutural do desenvolvimento cognitivo; assimilação, processo pelo qual, novos objetos são incorporados aos esquemas; acomodação, que ocorre quando novas experiências modificam esquemas; equilibração, resolução de tensão entre assimilação e acomodação; operação, rotina mental caracterizada por sua reversibilidade e que representa o elemento principal do processo do desenvolvimento cognitivo. O desenvolvimento cognitivo se dá em quatro períodos (PAPALIA & OLDS, 2006): - O período sensório-motor (zero a dois anos), caracterizado pelas atividades reflexas; - O período pré-operacional (dois a sete anos), em que a criança pode lidar simbolicamente com certos aspectos da realidade, mas seu pensamento ainda Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 se caracteriza pela responsabilidade; Dividido em: Pensamento simbólico pré- conceitual: dois a quatro anos e Pensamento intuitivo: quatro a sete anos. - O período das operações intelectuais concretas (7 a 12 anos), em que a criança adquire o esquema de conservação; - Período das operações intelectuais abstratas (dos 12 anos em diante), caracterizado pelo pensamento proposicional e que representa o ideal da evolução cognitiva do ser humano. Agora veremos somente o estágio sensório-motor, para a criança de zero a dois anos, que é dividido em seis subestágios do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget, como é descrito no quadro a seguir: Os seis subestágios do estágio Sensório-Motor de Desenvolvimento Cognitivo de Jean Piaget SUBESTÁGIO DESCRIÇÃO Subestágio 1 (Nascimento até um mês) Os bebês exercitam seus reflexos inatos e ganham certo controle sobre os mesmos. Não coordenam informações dos sentidos. Não pegam um objeto que estão olhando. Não desenvolveram a permanência do objeto. Subestágio 2 (um a quatro meses) Os bebês repetem comportamentos agradáveis que primeiramente ocorrem por acaso (como sugar). As atividades focalizam-se no corpo do bebê mais do que nos efeitos do comportamento sobre o ambiente. Os bebês fazem as primeiras adaptações adquiridas, isto é, sugam objetos diferentes de maneiras diferentes. Eles começam a coordenar informações sensórias. Ainda não desenvolveram a permanência do objeto. Subestágio 3 (quatro a oito meses) Os bebês passam a interessar- se mais pelo ambiente e repetem ações que trazem resultados instigantes e prolongam experiências estimulantes. As ações são intencionais, mas inicialmente não orientadas a metas. Os bebês mostram permanênciado objeto parcial. Procuram um objeto parcialmente escondido. Subestágio 4 (8 a 12 meses) O comportamento é mais deliberado e resoluto à medida que os bebês coordenam esquemas previamente aprendidos (como olhar e pegar um chocalho) e usam comportamentos anteriormente aprendidos para atingir suas metas (como engatinhar pela sala para obter um brinquedo desejado). Eles podem antecipar acontecimentos. A permanência do objeto está se desenvolvendo, embora os bebês procurem um Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 objeto no primeiro lugar em que foi escondido, ainda que tenham visto o mesmo ser movido. Subestágio cinco (12 a 18 meses) Os bebês mostram curiosidade à medida que variam propositadamente suas ações para obter resultados. Eles exploram ativamente seu mundo para determinar de que maneira um objeto, acontecimento ou situação são novos. Eles experimentam novas atividades e usam o método de tentativa e erro para a resolução de problemas. Em relação à permanência do objeto, os bebês acompanham uma série de deslocamentos deste, mas como não são capazes de imaginar um movimento que não veem, não procuram um objeto onde não tenham observado que foi escondido. Subestágio seis (18 a 24 meses) Uma vez que sabem representar os acontecimentos mentalmente, as crianças não se restringem mais à tentativa e ao erro para resolver problemas. O pensamento simbólico permite que elas comecem a pensar sobre os acontecimentos e antecipem suas consequências sem recorrer à ação. As crianças começam a demonstrar compreensão. A permanência do objeto está totalmente desenvolvida. FONTE: PAPALAIA & OLDS (2006) Mais adiante veremos as outras classificações dos estágios evolutivos para Jean Piaget. Abordagem Psicométrica: A curiosidade de Piaget pelos processos de pensamento das crianças foi inicialmente estimulada por seu trabalho com os primeiros testes de inteligência que estavam sendo desenvolvidos em Paris. No início do século XX, administradores de escolas daquela cidade pediram ao psicólogo Alfred Binet que criasse uma maneira de identificar as crianças que eram incapazes de manejar as atividades acadêmicas e que deveriam ser afastadas das aulas regulares e receber treinamento especial. O teste que Binet e seu colega Theodore Simon desenvolveram foi o precursor dos testes psicométricos, usados com crianças de todos os níveis de habilidade, que tentam avaliar a inteligência por meio de números. Um deles é a escala de Inteligência Stanford-Binet, uma versão americana dos testes Binet-Simon tradicionais (PAPALIA & OLDS, 2006). É importante frisar que estes testes foram realizados a partir da realidade europeia (Paris), então temos que adaptar alguns objetos e realidades próprias do nosso país. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-inteligente.html. Em contrastecom a preocupação de Piaget com a mudança qualitativa, a meta dos testes psicométricos é medir quantitativamente os fatores que constituem a inteligência, como compreensão e raciocínio. Os testes de QI (Quociente de Inteligência) consistem de perguntas ou tarefas que supostamente mostre o quanto dessas habilidades uma pessoa dispõe, comparando-se, para isso, seu desempenho com o desempenho de outras pessoas submetidas ao teste. O escore de uma criança é comparado com normas padronizadas – padrões obtidos a partir dos escores de uma amostra mais ampla e representativa de crianças da mesma idade que foram submetidas ao teste enquanto ele estava sendo desenvolvido (PAPALIA & OLDS, 2006). Os criadores de testes criam técnicas para tentar garantir que os mesmos tenham alta validade (isto é, que os testes meçam as habilidades que alegam medir) e confiabilidade (isto é, que os resultados dos testes sejam razoavelmente consistentes de uma vez para outra). Os testes podem ser significativos e úteis somente se forem válidos e confiáveis. Para crianças em idade escolar, os escores dos testes de inteligência podem prever o desempenho escolar de modo relativamente preciso e confiável. Testar a inteligência de bebês e crianças jovens é outra questão (PAPALIA & OLDS, 2006). Abordagem do processo de informações: Os pesquisadores do processamento de informações concentram-se na memória, na resolução de problemas e na aprendizagem. Eles veem as pessoas como manipuladores de percepções e símbolos. Sua meta é descobrir o que bebês, crianças e adultos fazem com a informação desde o momento em que a percebem até sua utilização. Assim como a abordagem psicométrica, a teoria do processamento de informações Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 preocupa-se com as diferenças individuais no comportamento inteligente; mas ela se concentra na descrição dos processos mentais envolvidos na aquisição de informações ou na resolução de problemas, ao invés de simplesmente pressupor diferenças no funcionamento mental a partir de respostas dadas ou problemas resolvidos. http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-inteligente.html. Em função da fraca correlação entre os escores em teste de desenvolvimento de bebês e em testes de QI posteriores, muitos psicólogos acreditavam que o funcionamento cognitivo do bebê tinha pouco em comum com aquele de crianças mais velhas e adultas, em outras palavras, que havia uma descontinuidade no desenvolvimento cognitivo. Hoje, as descobertas sobre a capacidade de bebês de interpretar suas percepções questionam essa visão. Quando avaliamos como os bebês processam as informações em vez de como realizam testes psicométricos, constatamos que o desenvolvimento mental é razoavelmente contínuo desde o nascimento até a infância (McCall & Carriger, 1993). Desenvolvimento da linguagem De acordo com BEE (1996) e PAPALAIA & OLDS (2006), a linguagem pode ser definida como um sistema arbitrário de símbolos que nos permite falar, e compreender, uma infinita variedade de mensagens. Ela é governada por regras e é muito criativa. A fala pré-linguística, a qual precede a primeira palavra, inclui choro, arrulhos, balbucio e imitação de sons da língua. Os neonatos são capazes de distinguir os sons da fala: aos seis meses, os bebês já aprenderam os sons básicos de sua língua. Antes de dizerem sua primeira palavra, os bebês usam gestos, que incluem apontar, gestos sociais convencionais, gestos representacionais e simbólicos. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Aos nove ou 10 meses, os bebês começam a compreender a fala com significado. Durante o segundo ano de vida, a criança já começa a falar a língua da cultura. A primeira palavra tipicamente aparece em algum ponto entre 10 e 14 meses, iniciando a fala linguística. As primeiras palavras isoladas podem ser holofrases, as quais expressam um pensamento completo numa única palavra (PAPALIA & OLDS, 2006). http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-falando.html. Diferente da fala pré-linguística, a fala linguística não está diretamente ligada à idade cronológica. Uma “explosão de nomes” ocorre tipicamente em algum ponto entre 16 e 24 meses de idade. Historicamente, duas teorias antagônicas acerca de como as crianças adquirem a linguagem são a teoria da aprendizagem (a qual enfatiza o papel do reforço e a imitação) e o inatismo (o qual sustenta que as pessoas têm uma capacidade inata para adquirir a linguagem). Atualmente, a maioria dos psicólogos do desenvolvimento afirma que as crianças têm uma capacidade inata para aprender a linguagem e que ela é ativada e estimulada pela maturação, pelo desenvolvimento cognitivo e por certas experiências ambientais (PAPALIA & OLDS, 2006). Influências específicas no desenvolvimento da linguagem incluem fatores genéticos, temperamento e interação social. A comunicação entre cuidadores e crianças é essencial para o desenvolvimento da linguagem. O valor de ouvir uma linguagem direta e simples (fala dirigida à criança, ou “língua de mãe”) não está claro, embora os bebês mostrem preferência pela mesma. Perguntas e elaboração são mais eficazes do que a fala diretiva, tanto na conversação quanto na leitura em voz alta. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 MARCOS NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM DO NASCIMENTO AOS TRÊS ANOS DE IDADE IDADE EM MESES DESENVOLVIMENTO Nascimento O bebê é capaz de perceber a fala, chorar e dar alguma resposta ao som. 1,5 a 3 Arrulha e ri. 3 Brinca com os sons da fala. 5 a 6 Produz sons de consoantes, tentando imitar o que ouve. 6 a 10 Balbucia sequências de consoantes e vogais. 9 Usa gestos para se comunicar e brinca com os mesmos. 9 a 10 Começa a compreender palavras (geralmente “não” e seu próprio nome); imita os sons. 9 a 10 Perde a habilidade de discriminar sons que não os de sua própria língua. 9 a 12 Usa alguns gestos sociais. 10 a 14 Diz a primeira palavra (geralmente um rótulo para alguma coisa); imita os sons. 10 a 18 Diz palavras isoladas. 13 Compreende a função simbólica da denominação. 13 Usa gestos mais elaborados. 14 Usa gestos simbólicos. 16 a 24 Aprende muitas palavras novas, expandindo seu vocabulário, partindo de cerca de 50 palavras para até 400; usa verbos e adjetivos. 18 a 24 Diz sua primeira frase (duas palavras). 20 Usa menos gestos; nomeia mais coisas. 20 a 22 Salto na compreensão. 24 Usa muitas frases de duas palavras; não balbucia mais; quer conversar. 30 Aprende novas palavras quase todos os dias; fala combinando três ou mais palavras; compreende muito bem; comete alguns erros gramaticais. 36 Fala cerca de 1000 palavras, 80% das quais inteligíveis; comete erros de sintaxe. FONTE: Capute, Shapiro & Palmer, 1987. Desenvolvimento Social e da Personalidade LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Segundo MUSSEN, CONGER, KAGAN, HUSTON (1984), desde o começo da vida os bebês são seres sociais. Os relacionamentos sociais e emoções das crianças são aspectos centrais do início do desenvolvimento. Conquanto separemos os domínios do desenvolvimento cognitivo, social e emocional, a fim de estudar e escrever a seu respeito, o estudante deve compreender que eles são interdependentes. A ligação afetiva de um bebê a outra pessoa e a experiência emocional de ansiedade quanto à possível perda dessa ligação não podem ser completamente entendidas sem que sejam consideradas as capacidades cognitivas da criança. Com igual frequência, a cognição é influenciada pelos estados emocionais da criança e pelas interações com os outros. Durante a maior parte deste século os psicólogosenfatizaram os relacionamentos das crianças com as pessoas que cuidam delas e consideraram essas interações como as bases principais do desenvolvimento emocional e cognitivo (BOWLBY, 1969; FREUD, 1964; WATSON, 1928). http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/baby-amigos.html. Até recentemente estes teóricos enfocavam quase inteiramente a mãe como a pessoa cujo amor, carinho e atenção eram da maior importância para os sentimentos de segurança e insegurança do bebê. Somente durante a última década é que os cientistas estudaram a influência dos pais, irmãos e outras pessoas que cuidam dos bebês, bem como a do temperamento do próprio bebê sobre o desenvolvimento. Além disso, a maioria dos teóricos enfatizou a importância do prazer e da dor no desenvolvimento do comportamento. Supunham que os seres humanos eram motivados pelo desejo de obter prazer e evitar a dor. Consequentemente conferiam a maior importância às ações daqueles que, cuidando das crianças, proporcionavam- lhes prazer. Julgava-se que os bebês desenvolviam sentimentos positivos e ligavam- se intimamente às pessoas que eram fontes frequentes de prazer ou pelo fato de estas Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 pessoas os acarinharem e brincarem com eles, ou por reduzirem o desconforto da dor, do frio, da fome ou as reações psicológicas de desconforto (PAPALIA & OLDS, 2006). Segundo a teoria psicanalítica, considera os dois primeiros anos de vida como especialmente significantes no desenvolvimento da personalidade. Para Freud, o bebê passa pelas fases oral e anal de desenvolvimento, ao passo que Erikson vê esse período como aquele em que as crianças devem formar inicialmente um laço de confiança com os que lhes estão mais próximos e, depois, desenvolvem um senso de autonomia, um senso de que podem fazer as coisas por si próprias. De acordo com PAPALAIA & OLDS (2006), desde o início da vida, os bebês partilham de padrões comuns de desenvolvimento e mostram personalidades distintas, as quais refletem influências inatas e ambientais. A partir do nascimento, o desenvolvimento da personalidade está interligado com os relacionamentos sociais. Emoções http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA- fam%C3%ADlia_2.html. Os seres humanos normais parecem ter as mesmas emoções básicas, como sentimentos agradáveis e desagradáveis, tristeza, alegria, medo e raiva, os quais motivam o comportamento. Contudo, as pessoas se diferenciam quanto à frequência com que sentem uma determinada emoção, que tipos de experiências a produzem, e como agem em consequência. As reações emocionais aos acontecimentos e as pessoas, as quais estão ligadas as percepções cognitivas, são um elemento fundamental da personalidade (PAPALIA & OLDS, 2006). Em um estudo alguns pesquisadores gravaram em videoteipe, bebês de cinco, sete e nove meses de idade brincando com suas mães, vendo uma caixa de onde http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-fam%C3%ADlia_2.html http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-fam%C3%ADlia_2.html Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 saltava um boneco, recebendo injeções de um médico, e quando um estranho se aproximava poderia suscitar medo. Estudantes universitários e profissionais da saúde que viram as fitas interpretaram as expressões faciais dos bebês mostrando alegria, tristeza, interesse e medo, e, em menor grau, raiva, surpresa e aversão. Não sabemos se esses bebês de fato tiveram as emoções que lhes foram atribuídas, mas suas expressões faciais eram muito semelhantes às expressões dos adultos dessas emoções; assim, parece provável que eles estivessem experimentando sentimentos semelhantes (PAPALAIA & OLDS, 2006). Geralmente, logo após o nascimento, os bebês mostram sinais de desconforto, interesse e aversão. Nos meses seguintes, essas emoções básicas se diferenciam em alegria, zangado, surpresa, tristeza, reserva e medo. A emergência dessas emoções parece ser governada pela maturação biológica cerebral (PAPALIA & OLDS, 2006). http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-am%C3%ADlia_2.html. As expressões de desconforto por parte de bebês de dois meses podem lhes trazer a ajuda que necessitam; as expressões de zangados podem mobilizar bebês de nove meses a ajudarem a si mesmos. A programação emocional pode ser alterada por influências ambientais extremas; bebês que sofreram abuso mostram medo vários meses antes do que os outros bebês. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-am%C3%ADlia_2.html. Embora o desenvolvimento de certas emoções básicas pareça universal, pode haver variações culturais. Num estudo, 33 bebês japoneses e americanos foram gravados em videoteipe enquanto os experimentado seguravam seus braços de modo delicado, porém firme por até três minutos. Em ambas as culturas, os bebês mais velhos pareciam mais incomodados do que os mais jovens, porque já tinham consciência do perigo de poder cair. Aos cinco meses, os bebês japoneses mostravam uma reação menos intensa do que os americanos, mas aos 12 meses os bebês de ambas as culturas mostravam expressões negativas semelhantes (Camras; Oster, Campo, Miyake & Bradshaw, 1992). TEORIA DO APEGO Segundo BEE (1997), a influência teórica sobre os estudos das relações entre os pais e o bebê é a importante teoria do apego, em especial ao trabalho de John Bowlby (1969), cujas raízes tiveram a influência do pensamento psicanalítico, em especial, na ênfase sobre a importância das primeiras relações entre a mãe e a criança. Ele, no entanto, acrescentou importantes conceitos evolutivos e etológicos. O seu modo de ver os bebês é que eles nascem com uma tendência inata a criar fortes elos emocionais com seus provedores de cuidados. Tais relações possuem um valor de sobrevivência, porque trazem atenção de todas as espécies ao bebê. Elas são construídas e mantidas por um repertório encadeado de comportamentos instintivos que criam e sustentam a proximidade entre pais e filhos ou entre outros pares ligados. LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-am%C3%ADlia_2.html. Um apego é uma subvariedade de vínculo emocional em que a sensação de segurança de uma pessoa está inseparavelmente ligada à relação. Quando você está apegada a alguém, você sente ou espera sentir uma sensação especial de segurança e conforto, na presença do outro, podendo usar o outro como uma “base segura” a partir da qual você explora o resto do mundo (BEE, 1997). http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-am%C3%ADlia_2.html. Logo, a relação da criança com o genitor é um apego, embora a relação deste com aquela não o seja. O genitor, provavelmente, não tem uma maior sensação de segurança na presença do bebê ou o utiliza como uma base segura. A relação de um adulto com um amigo íntimo ou com um parceiro adulto, no entanto, costuma ser uma relação de apego (BEE, 1997). Pelo fato de os vínculos afetivos e as relações de apego ser estados internos, não podemos vê-los diretamente. Ao invés disso, deduzimos sua existência observando comportamentos de apego que são todos esses comportamentos que permitem a uma criança ou a um adulto obter e reter a aproximação à outra pessoa à qual ele está apegado. Isso poderia incluir um sorriso, um contato olho a olho, o chamar uma pessoa do outro lado da sala, o tocar, o unir-se ao outro, o chorar. É Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 importante que se esclareça a não existência da correspondênciauma-a-um entre a quantidade de diferentes comportamentos de apego que uma criança (ou adulto) evidencia em qualquer ocasião e a força do apego subjacente (BEE, 1997). Comportamentos de apego são, basicamente, elucidados quando o indivíduo necessita de cuidado, apoio ou conforto. Um bebê encontra-se em um estado de necessidade em boa parte do tempo. Uma criança mais velha, ou um adulto, irá, provavelmente, evidenciar comportamentos de apego apenas quando assustado, cansado ou em situação de estresse. É o padrão desses comportamentos, e não sua frequência, que nos revela algo acerca da força ou qualidade do apego ou vínculo afetivo (BEE, 1997). http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-am%C3%ADlia_2.html. O processo de apego é uma via de mão dupla. Tanto o bebê quanto o genitor desenvolvem vínculos recíprocos, e é importante compreendermos ambos os processos. http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-am%C3%ADlia_2.html. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 No caso do adulto, o essencial para a formação de um vínculo com o bebê, parece ser a oportunidade de desenvolver uma verdadeira reciprocidade ou sincronia. É como uma dança, no início os parceiros reagem um ao outro de maneira suave e prazerosa. Isso leva tempo e requer muitos ensaios, ficando alguns pais (e bebês) mais hábeis do que outros. Em geral, quanto mais suave e previsível se torna o processo, maior satisfação ele parece propiciar aos pais e mais forte se torna o elo com o bebê. Esse segundo passo parece mais importante do que o contato inicial no nascimento, no estabelecimento de um vínculo parental forte com a criança. No entanto, esse segundo processo também pode fracassar (BEE, 1997). Como exemplo de fracasso, poderia ser a depressão, que não apenas rompe o comportamento de cuidado dos pais, mas também afeta a resposta da criança. Bebês que interagem com mães depressivas ou mesmo com mães a quem foi dito parecerem depressivas ou com expressão desconcertada sorriem menos, sendo mais desorganizados e angustiados. As mães deprimidas são mais lentas para reagir aos sinais de seus filhos, sendo mais negativas, até mesmo hostis, com seus bebês. Em geral, essas relações parecem carecer de sincronia. As deficiências no comportamento materno com o bebê parecem persistir mesmo quando a mãe não mais está depressiva, indicando que seu vínculo com o filho é menos sólido (BEE, 1997). Da parte do bebê, também encontramos a generalização do efeito da depressão materna. Foi realizada uma pesquisa de observação que bebês com três meses de idade, de mães depressivas, evidenciaram comportamentos semelhantes de angústia e não sincronismo ao interagir com um adulto não depressivo (FIELD, 1988). http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-am%C3%ADlia_2.html. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Nem todas as mães depressivas evidenciam tal padrão de comportamento. No caso de elas terem um bom casamento, bom apoio de amigos e dos familiares, e se o bebê possui boas habilidades de interação, as mães depressivas parecem capazes de desenvolver padrões positivos de interação com seus bebês (TETI, GELFAND, MESSINGER & ISABELLA, 1995). No caso de bebês que foram desejados tanto pelo pai, quanto pela mãe e ambos se apresentam saudáveis. O elo paterno, tal como o materno, parece depender mais do desenvolvimento da reciprocidade do que do contato imediatamente após o nascimento. O desenvolvimento de tal reciprocidade está no fato de que os pais parecem ter o mesmo repertório de comportamentos de apego das mães. Nas primeiras semanas de vida do bebê, os pais tocam nele, falam com ele e o afagam da mesma forma que as mães (PARKE & TINSLEY, 1981). Depois das primeiras semanas de vida, encontram-se sinais de um tipo de especialização de comportamentos dos pais com seus bebês e crianças maiores. Os pais passam mais tempo brincando com o bebê, em atividades mais físicas. As mães passam mais tempo nos cuidados de rotina, além de conversar mais com o bebê e sorrir para ele. Isso não significa que os pais tenham um elo afetivo menos forte com seu filho, o significado está em que os comportamentos de apego que eles evidenciam para com o bebê costumam ser um tanto diferentes dos evidenciados pelas mães (BEE, 1997). As diferenças de sexo nos comportamentos dos pais são reflexos de definições de papéis com bases culturais ou instintivas. Assim, como o elo dos pais para com o bebê, o apego deste surge gradativamente. Bowlby (1969) sugeriu três fases no desenvolvimento do apego do bebê: 1º Fase) Orientação e sinalização não focalizada: Bowlby acreditava que o bebê iniciava sua vida com um conjunto de padrões comportamentais inatos que o orientam na direção dos outros e sinalizam suas necessidades. São comportamentos emitidos, como chorar, fazer contato olho a olho, segurar, afagar, reagir aos esforços de cuidados entre outros. É nessa fase que se encontram suas raízes. O bebê está construindo expectativas, esquemas, a habilidade de discriminar a mãe e o pai das demais pessoas. As interações previsíveis e fáceis que reforçam o vínculo afetivo dos pais compõem a base para o surgimento do apego do bebê. LENOVO Realce LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 2ª Fase) Foco em uma ou mais figuras: Por volta de três meses de idade, o bebê começa a direcionar de maneira um tanto mais ampla seus comportamentos de apego. Ele pode sorrir mais para as pessoas que costumam cuidá-lo, podendo não sorrir de imediato a um estranho. No entanto, apesar da mudança, o bebê ainda não possui um apego totalmente desenvolvido. Ainda existe uma quantidade de pessoas favorecidas pelos comportamentos promotores de proximidade do bebê, sendo que pessoa alguma, se tornou a base segura. Nessa fase, os bebês não evidenciam uma ansiedade especial por separar-se dos pais, e não temem os estranhos, segundo Bowlby. 3ª Fase) Comportamento de base segura: Bowlby acreditava que o bebê formaria um apego genuíno por volta dos seis meses. Ao mesmo tempo, o modo dominante de comportamento de apego do bebê modifica-se. Os bebês de 6-7 meses começaram a conseguir movimentar-se de maneira mais livre, arrastando-se e engatinhando, eles são capazes de movimentar-se na direção dos cuidadores, bem como de instigá-los os cuidadores a vir até eles. Os bebês utilizam a “pessoa mais importante” como à base segura a partir da qual exploram o mundo em torno de si, um dos sinais-chave da existência de um apego. MARCOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA - NASCIMENTO AOS 36 MESES IDADE APROXIMADA MESES CARACTERÍSTICAS 0-3 Os bebês são receptivos à estimulação. Começam a mostrar interesse e curiosidade, e sorriem prontamente para as pessoas. 3-6 Os bebês são capazes de antecipar o que vai acontecer e sentir desapontamento quando isso não acontece. Eles demonstram isso ao ficarem zangados ou cautelosos. Eles sorriem, resmungam e riem com frequência. Essa é uma época de despertar social e das primeiras trocas recíprocas entre bebê e que lhe cuida. 6-9 Os bebês fazem “jogos sociais” e tentam obter resposta das pessoas. Eles “conversam”, tocam e tentam fazer com que os outros bebês lhes respondam. Exprimem emoções mais diferenciadas, mostrando alegria, medo, raiva e surpresa. LENOVO Realce LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 9-12 Os bebês preocupam-se muito com o principal cuidador, podem ficar com medo de estranhos, e agir de modo reservado em novas situações. Com um ano de idade, eles comunicam suas emoções de maneira mais clara, mostrando estados de espírito, ambivalênciae gradações de sentimentos. 12-18 Os bebês exploram seu ambiente, usando as pessoas às quais têm maior apego como base segura. À medida que dominam o ambiente, tornam-se mais confiantes e mais ansiosos por afirmação. 18-36 As crianças, às vezes, ficam ansiosas porque percebem o quanto estão se separando de seu cuidador. Elas elaboram consciência de suas limitações pela fantasia, pelo jogo e pela identificação com adultos. FONTE: PAPALAIA & OLDS (2006) e SROUFE (1979) De acordo com PAPALAIA & OLDS (2006), à medida que as crianças amadurecem fisicamente, cognitivamente e emocionalmente, são levadas a buscar sua independência das próprias pessoas às quais são apegadas. “Eu faço” é a palavra de ordem das crianças quando usam seus músculos e mente em desenvolvimento para fazer tudo sozinhas, não apenas caminhar, mas também se alimentar, se vestir, se proteger e expandir os limites de seu mundo. http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/beb%C3%AA-am%C3%ADlia_2.html. Os dois anos representam uma manifestação normal da necessidade de autonomia. As crianças precisam testar sua nova noção de que são indivíduos, de que tem certo controle sobre seu mundo e poderes novos e excitantes. Elas são levadas a experimentar suas próprias ideias, exercitar suas próprias preferências e tomar suas Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 próprias decisões. Os pais e outros cuidadores que encaram as expressões de vontade própria das crianças como uma busca saudável e normal de independência e não como teimosias possam ajudá-las a adquirir autocontrole, contribuir para seu senso de competência, e evitar conflitos excessivos (PAPALIA & OLDS, 2006). Nesta idade as crianças desenvolvem autorregulação, ou controle de seu comportamento, para conformar-se com as expectativas externas. A autorregulação é a base da socialização, a internalização de padrões socialmente aprovados. A obediência comprometida às demandas do cuidador, primeiro passo no desenvolvimento da consciência, leva à internalização (PAPALIA & OLDS, 2006). DESENVOLVIMENTO E PERSONALIDADE DA CRIANÇA PRÉ-ESCOLAR (2 A 6 ANOS) Com dois anos de idade, os bebês se transformaram de recém-nascidos imóveis, desamparados e não comunicativos em crianças pequenas que podem andar, correr, alimentar-se e de muitos outros modos manter suas próprias funções corporais, satisfazer às suas próprias necessidades e usar os rudimentos da comunicação. Todavia, as crianças de dois anos têm um longo caminho para se tornarem adultas. Sua aparência muda, suas habilidades motoras e mentais florescem e suas personalidades tornam-se mais complexas (PAPALIA & OLDS, 2006). Todos os aspectos do desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social, continuam inter-relacionados. À medida que os músculos passam a ter controle mais consciente, as crianças podem atender mais a suas necessidades pessoais, como de higiene e vestir-se, ganhando, assim, maior senso de competência e independência. O ambiente do bairro e as influências da sociedade mais ampla podem ter impacto profundo, para melhor ou para pior, sobre a saúde física e o crescimento cognitivo (PAPALIA & OLDS, 2006). Desenvolvimento Físico O desenvolvimento físico é mais lento dos dois aos seis anos, embora seja ainda permanente. As habilidades motoras continuam a aperfeiçoar-se, Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 gradativamente. Os meninos são em média ligeiramente mais altos e pesados do que as meninas. Os sistemas muscular, nervoso, respiratório, circulatório e imunológico estão amadurecendo, e todos os dentes estão presentes. As crianças comem menos do que antes e precisam de uma dieta balanceada. O desenvolvimento motor avança rapidamente e as crianças progridem nas habilidades motoras gerais e refinadas e na coordenação entre olhos e mãos. http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/crian%C3%A7a.html. A preferência pelo uso das mãos é evidente na idade dos dois e três anos. Canhotos e destros tendem a diferir em diversos outros aspectos. Nunca exigir mudança de canhoto para destro, seria muito prejudicial. É comum acontecer. Os padrões de sono mudam durante a segunda infância. Crianças jovens geralmente dormem durante a noite e tiram uma soneca durante o dia; elas dormem mais profundamente do que nas etapas posteriores da vida. É normal que crianças em torno de cinco anos desenvolvam rituais na hora de dormir que retardam a hora de ir para a cama. Contudo, lutas prolongadas na hora de dormir ou terror noturno e pesadelos persistentes podem indicar distúrbios emocionais que precisam de atenção (PAPALIA & OLDS, 2006). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/crian%C3%A7a.html. Molhar a cama é natural, principalmente à noite, e geralmente isso é superado sem auxílio especial. As principais doenças contagiosas são raras devido à imunização generalizada, e a taxa de mortalidade tem caído. As doenças menores ajudam a formar a imunidade a doenças e podem também ter benefícios cognitivos e emocionais (PAPALIA & OLDS, 2006). Fatores ambientais como exposição a doenças e estresse, pobreza e falta de moradia aumentam os riscos de doenças ou danos. Desenvolvimento Motor Essas mudanças mais gradativas se combinam para capacitar a criança a realizar uma firme evolução no desenvolvimento motor. As mudanças não são tão dramáticas como no início do andar. Todavia são significativas, porque capacitam os bebês que começam a caminhar e os pré-escolares a adquirir habilidades que, de forma marcante, aumentam sua independência e capacidade de exploração (PAPALIA & OLDS, 2006). Habilidades Motoras gerais na Segunda Infância Crianças de 3 anos de idade. Crianças de 4 anos de idade. Crianças de 5 anos de idade. Não sabem virar ou parar repentina ou rapidamente. Tem melhor controle para parar, iniciar e virar. Começam, viram e param com eficiência ao brincar. Sobem escadas sem ajuda, alternando os pés. Podem descer uma longa escadaria alternando os pés caso tenham apoio. Descem uma longa escadaria sem auxílio, alternando os pés. Sabem saltar, usando basicamente uma série irregular de pulos com algumas variações. Podem saltar sobre um dos pés de quatro a seis vezes. Saltam facilmente uma distância de 4,87m. Saltam uma distância de 38 a 61 cm. Podem saltar uma distância de 61 a 84 c m. São capazes de dar um salto de 71 a 91 cm enquanto correm. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 FONTE: PAPALAIA & OLDS (2006) Desenvolvimento Cognitivo No desenvolvimento cognitivo abordaremos a teoria de Piaget, como já foi dito anteriormente, o período pré-operacional (2 a 7 anos), em que a criança pode lidar simbolicamente com certos aspectos da realidade, mas seu pensamento ainda se caracteriza pela responsabilidade; Dividido em: Pensamento simbólico préconceitual: 2 a 4 anos e Pensamento intuitivo: 4 a 7 anos (PAPALIA & OLDS, 2006). Por volta dos 18 a 24 meses, a criança começa a fazer uso de símbolos mentais. Permite a criança refletir mentalmente sobre pessoas, objetos e eventos. Contudo, a criança ainda não pode pensar com lógica. A pesquisa mostra que, de certa forma, Piaget subestimou a capacidade das crianças que descreveu como pré- operacionais. http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/crian%C3%A7a.html. Segundo PAPALAIA & OLDS (2006), as crianças pré-operacionais podem compreender o conceito de identidade, estão começando a compreender os relacionamentos causais, estão desenvolvendo proficiência na classificação e compreendem princípiosde contagem e quantidade. Elas não compreendem a conservação e tendem a confundir a realidade e a fantasia, raciocinar transdutivamente, e não compreendem a reversibilidade e as implicações das transformações. As crianças pré-operacionais parecem ser menos egocêntricas do que Piaget supunha e são capazes de empatia. Elas mostram sinais de terem uma teoria da mente, incluindo consciência de seus processos de pensamento, certa LENOVO Realce Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 habilidade para distinguir eventos imaginários e reais, capacidade de enganar, e compreensão de que as pessoas podem manter crenças errôneas. Limitações do Pensamento Pré-Operacional LIMITAÇÃO DESCRIÇÃO EXEMPLO Concentração: incapacidade de descentrar. A criança se concentra num aspecto de uma situação e negligência outros. Lucas chora quando seu pai dá uma bolacha quebrada em duas partes. Como cada metade é menor do que a bolacha inteira, ele acha que está recebendo menos. Incapacidade de distinguir aparência e realidade. A criança confunde o que é real com a aparência exterior. Lucas pensa que uma esponja disposta de forma a parecer uma pedra é realmente uma pedra. Irreversibilidade A criança não consegue compreender que uma operação ou ação pode funcionar em duas vias. Lucas não percebe que as duas metades da bolacha podem ser colocadas lado a lado para formar a bolacha inteira. Foco sobre estado em vez de transformações. A criança não consegue compreender o significado da transformação entre os estados. Na tarefa de conservação, Lucas não consegue compreender que transformar o líquido (vertendo-o de um copo para outro) não muda a quantidade. Raciocínio transdutivo. A criança não usa o raciocínio dedutivo ou indutivo; ao invés disso, ela pula de uma particularidade para outra e vê causas onde não existe nenhuma. “Tive maus pensamentos sobre meu irmão. Meu irmão ficou doente. Então, eu fiz ele ficar doente”. Ou “Eu me comportei mal, por isso mamãe e papai se divorciaram”. Egocentrismo A criança assume que todo mundo pensa como ela. Lucia pega seu jogo e diz a sua mãe: “Este é o teu divertimento”. Ela assume que sua mãe gosta de brincar com o jogo tanto quanto ela. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Animismo A criança atribui vida a objetos inanimados. Lucia pensa que as nuvens estão vivas porque elas se movem. FONTE: PAPALAIA & OLDS (2006) Estudos do desenvolvimento da memória indicam que o reconhecimento é melhor do que a recordação, mas ambos aumentam durante a segunda infância. A recordação é influenciada pela motivação para domínio e estratégias de estudo (PAPALIA & OLDS, 2006). A incapacidade de recordar eventos da segunda infância em idade posterior pode dever-se ao modo como as crianças codificam as lembranças. As primeiras lembranças episódicas são temporárias, podem ser parte de um roteiro genérico para orientar o comportamento em situações recorrentes. http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/crian%C3%A7a.html. A formação de lembranças autobiográficas permanentes começa em torno dos quatro anos e pode estar relacionada com o desenvolvimento da linguagem. As crianças têm maior probabilidade de lembrar-se de atividades incomuns que envolvam participação ativa. O modo dos adultos conversarem com as crianças sobre os eventos influenciam a formação da memória (PAPALIA & OLDS, 2006). As crianças também diferem na capacidade cognitiva, conforme mensurações feitas por meio de testes padronizados da inteligência. Os escores desses testes preveem a performance escolar e são, no mínimo, moderadamente consistentes durante certo tempo (PAPALIA & OLDS, 2006). Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/crian%C3%A7a.html. As diferenças de QI têm sido atribuídas à hereditariedade e ao ambiente. Estudos sobre gêmeos e crianças adotadas deixam claro que, pelo menos, metade das variações nos escores do QI deve-se a diferenças genéticas, sendo que o restante ao ambiente e à interação entre hereditariedade e ambiente (PAPALIA & OLDS, 2006). As qualidades ambientais que parecem fazer uma diferença incluem a complexidade da estimulação, a resposta e o envolvimento dos pais, a relativa falta de restrições mais rígidas e as elevadas expectativas quanto à performance das crianças. Os QIs das crianças podem ser elevados pela oferta de ambientes especialmente estimulantes, de maneira bem precoce, como uma instituição para atendimento diário ou pré-escolas com propostas de aperfeiçoamento. Várias espécies de diferenças de raça no QI ou em testes de desempenho têm sido encontradas de maneira consistente. Tais diferenças parecem poder ser mais adequadamente atribuídas à variação ambiental, e não à genética. Meninas e meninos não diferem no QI total, embora difiram em algumas habilidades que o compõem. Os meninos costumam sair-se melhor em tarefas que exijam visualização espacial e raciocínio matemático, ao passo que as meninas saem- se melhor em muitas tarefas de caráter verbal. A educação infantil prepara as crianças para o ensino formal. Alguns programas concentram-se mais em tarefas cognitivas estruturadas, outros em desenvolvimento social e emocional e atividades iniciadas pela criança (PAPALIA & OLDS, 2006). Desenvolvimento da Linguagem Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 http://www.fotosearch.com.br/ilustracao/crian%C3%A7a.html. O desenvolvimento da linguagem se dá a um ritmo rápido, entre dois e três anos. As crianças começam por formar frases com duas palavras, vindo a mudar para frases mais complexas, acrescentando várias inflexões gramaticais. Uma variedade de significados é transmitida, até mesmo por meio da frase mais simples (BEE, 1997). Desde as primeiras frases, a linguagem da criança é criativa, o que inclui formas e combinações que a criança não ouviu, mas que seguem regras aparentes. Estudos do significado das palavras sugerem que muitas delas são somente aprendidas quando a criança já compreende seu conceito subjacente. As primeiras categorias que a criança tem das palavras costumam ser mais superampliadas do que subampliadas (BEE, 1997). Alguns teóricos defendem que as crianças possuem coerções inatas no aprendizado das palavras, como o princípio do contraste. Teorias do desenvolvimento da linguagem pela simples imitação ou do reforço não são adequadas para explicar o fenômeno. Teorias ambientais mais complexas que enfatizam o papel da riqueza ambiental ou da linguagem maternal são mais úteis, embora não suficientes ainda (BEE, 1997). Teorias dos fatores inatos que pregam a existência de princípios operatórios desde o nascimento, ou “regras pelas quais se escuta”, são mais persuasivas, embora omitam o papel da criança como um analista e sintetizador das informações linguísticas. O desenvolvimento da linguagem segue a velocidades variadas, em crianças diferentes, com o desenvolvimento mais rápido associado a ambientes linguisticamente mais ricos (BEE, 1997). O atraso no desenvolvimento da linguagem pode envolver problemas no rápido mapeamento (incorporação de novas palavras ao vocabulário) e, se não tratado, pode ter consequências cognitivas, sociais e emocionais graves. Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 As conversas com adultos, usando vocabulário e assuntos relativamente desafiadores, são importantes na preparação das crianças para alfabetização, como no jogo imaginativo. Desenvolvimento Social e da Personalidade
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