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Centro Universitário Estadual da Zona Oeste REAÇÕES QUÍMICAS E TRANSFORMAÇÕES DURANTE A ETAPA DE QUEIMA NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS CERÂMICOS Curso: Engenharia de Materiais Aluna: Aline Muniz Lima Disciplina: Materiais cerâmicos Professora: Mônica Resende Rio de Janeiro 2021 1. Materiais Cerâmicos A Associação Brasileira de Cerâmica (ABC) define o termo “cerâmica” como sendo todos os materiais inorgânicos, não metálicos, obtidos geralmente após o tratamento térmico (queima) em temperaturas elevadas. Os materiais cerâmicos podem ser divididos em dois grupos: os cerâmicos avançados e os cerâmicos tradicionais. O primeiro grupo dos materiais cerâmicos compreende os materiais modernos, como: cerâmicas piezelétricas, fibras ópticas, capacitores, biomateriais (próteses), produtos de alta resistência (ferramentas de corte e abrasivos), de alta temperatura (refratários para indústria cimentícia e metalúrgica), entre outros. Por sua vez, o segundo grupo inclui os materiais tipicamente utilizados na construção civil, tais como: tijolo, telha, grés, azulejos e louças sanitárias. Ainda neste grupo encontram-se a porcelana elétrica, com forte aplicação na indústria elétrica, e os utensílios de mesa (CARTER e NORTON, 2007). O grupo dos materiais cerâmicos tradicionais, é ainda, comumente subdividido em: cerâmica vermelha, cerâmica branca e vidros. Estes materiais estão associados principalmente aos minerais silicatados (CARTER e NORTON, 2007). Devido à grande quantidade de silício e de oxigênio existentes na crosta terrestre e à alta resistência da ligação Si-O, a maioria dos minerais encontrados na natureza são silicatos (BOCH e NIÈPCE, 2007). A argila foi, provavelmente, o primeiro material estrutural inorgânico a adquirir características totalmente novas como consequência de uma operação intencional realizada por seres humanos. Esta operação foi o tratamento térmico (queima) que deu origem aos utensílios como: potes, panelas e outros, tendo grande influência na vida e nos hábitos do homem (PADILHA, 2000). Este foi possivelmente o começo da Engenharia de Materiais. Estima-se que isto tenha acontecido no oitavo milênio a.C. (KRANZBERG e SMITH, 1988). 1.1 Queima A queima é a etapa final do processo de fabricação da cerâmica e tem como objetivo criar condições para que ocorram as transformações físicas e químicas da estrutura da composição de modo a levar o produto às propriedades finais desejadas (KINGERY et al. 1976). Para Boch e Nièpce (2007), é a ação da temperatura sobre a massa cerâmica que transforma esta mistura granular dispersa em um corpo sólido de elevada resistência. De acordo com Reed (1995), o processo de queima compreende três etapas: pré-sinterização, sinterização e resfriamento. A sinterização constitui-se a etapa mais complexa do processo, a qual, para se alcançar as propriedades desejadas, requer um significativo conhecimento do material e do processo utilizado. Entretanto a pré-sinterizacão e o resfriamento não devem ser desconsiderados. Segundo Más (2005), na fase crua, as partículas estão conectadas pela plasticidade. Acima de 700 °C, os fundentes (os óxidos de potássio, sódio e ferro, entre outros) formam líquido de alta temperatura, ou seja, vitrificam e consolidam as partículas. Más (2005) compara a sinterização do corpo cerâmico, por fase líquida, como a formação de "soldas internas" entre as partículas do composto cerâmico, Figura 8. Conforme o corpo vai se resfriando, o líquido entre as partículas sólidas internas forma "pontos de solda". Quanto mais elevada é a temperatura de queima, maior é a quantidade de líquido que se forma e a malha dos pontos de solda internos se torna cada vez mais densa. Figura 1 - Esquema de sinterização. Fonte: Adaptado de Más (2005). O processo de queima envolve fundamentalmente 4 fenômenos: consolidação, densificação, crescimento ou decréscimo de alguns grãos ou desaparecimento de outros e reações físico-químicas no material granular e depois no material consolidado (BOCH e NIÈPCE, 2007). Devido às reações que ocorrem no processo de queima, as fases de aquecimento e de resfriamento devem acontecer de forma controlada, pois tais reações ocorrem em diferentes intervalos de temperatura (ABAJO, 2000). 1.2 Principais transformações durante a etapa de queima na produção de materiais cerâmicos De modo geral, as principais transformações que se dão nos materiais argilosos em decorrência da temperatura estão descritos a seguir. • Entre 20 e 150 °C elimina-se a água livre, o forno funciona como um secador, destacando que as moléculas de água ("água interna") do cristal de argila permanecem na massa (MÁS, 2005). • Até cerca de 200 °C dá-se a eliminação de água coloidal, que permanece intercalada entre as pequenas partículas de argilominerais depois da secagem, bem como a água proveniente da matéria orgânica. • Por volta de 280 °C a gibbsita [Al(OH)3] sofre desidroxilação (TOLEDO, 2003). • Entre 320 e 360 °C, ocorre reação de desidroxilação da goethita [FeO(OH)] (em 320 °C – com substituição isomórfica por Al3+, muito próximo da gibbsita, e 360 °C - sem substituição por Al3 + ) (TOLEDO, 2003). • Entre 350 e 650 °C se a argila contém carbonatos, estes começam a se dissociar. Primeiramente ocorre a dissociação do carbonato de magnésio e, em temperaturas mais elevadas, cerca de 800 °C, ocorre a dissociação do carbonato de cálcio, bem mais abundante. • Entre 450 e 650 °C, dá-se a decomposição dos minerais de argila propriamente ditos, com libertação de água de constituição (quimicamente combinada), constituinte fundamental da argila contendo sílica e alumina. No momento exato em que perder essa água de constituição, as propriedades argilosas serão perdidas de modo irreversível (MÁS, 2005). • Em temperaturas em torno de 570 °C, dá-se a rápida transformação do quartzo na sua forma cristalina α para quartzo β, ocorrendo uma expressiva expansão (durante o resfriamento, nessa temperatura, ocorre retração) (SANTOS, 2001). • Entre 700 e 900 °C, ocorre o início da fusão dos álcalis e óxido de ferro. A partir de 700 °C a resistência atinge um mínimo tolerável. Segundo Más (2005), dependendo das matérias-primas fundentes, um bloco estrutural queimado entre 900 e 950 °C pode resistir de 6 a 10 MPa, o que se considera muito. • Acima dos 700 °C, iniciam-se as reações químicas da sílica e da alumina com os elementos fundentes, formando sílico-aluminatos que são responsáveis pela resistência física, química e pela estabilidade da peça cerâmica (SANTOS, 2001). • A máxima dilatação ocorre, geralmente, em torno dos 800 °C. Podendo-se, a partir dessa temperatura, estabelecer um patamar de queima. • Por volta de 900 e 950 °C inicia-se a retração de sinterização e, portanto, as transformações mineralógicas. Então, em uma variação de temperatura muito curta, ocorre um aumento rápido de retração. • Quando a temperatura é elevada ao máximo, para a cerâmica vermelha aproximadamente 1000 °C, o material começa a se retrair e dispensar a alimentação de combustível. O material continua a se retrair e a fornecer calor ao ambiente do forno de modo inverso ao que ocorre no pré-aquecimento, início da queima (SANTOS, 2001). • A partir de 1000 °C ocorre a reorganização dos cristais formando nova estrutura cristalina. Pode-se observar um aumento de resistência mecânica. A diminuição da absorção de água evidencia o fechamento dos poros com mais ligações vítreas. Em temperaturas mais elevadas, o grés chega aos 3% de absorção de água e o grés porcelânico chega a menos de 0,1% (MÁS, 2005). • O resfriamento da peça deve ocorrer de forma lenta na faixa de temperatura entre 600 e 560 °C, poisneste intervalo ocorre a transformação alotrópica do quartzo-β para o quartzo-α e, portanto, a peça que apresenta grande conteúdo de sílica tende a apresentar baixa resistência ao choque térmico, não podendo sofrer variações bruscas de temperatura (MÁS 2005; DUTRA 2007). Portanto, o ciclo de queima deve ser conduzido de modo que seja capaz de permitir que as transformações térmicas ocorram e que as propriedades finais do produto sejam asseguradas. Vale lembrar que as reações que ocorrem nos corpos cerâmicos durante o processamento da queima variam em função do tipo de argila utilizada no processo de fabricação (DUTRA, 2007). 1.3 Reações produzidas durante a queima A queima provoca variações nas propriedades físicas, químicas e mecânicas da peça cerâmica, diferenciando-se de acordo com a matéria-prima utilizada na fabricação. Estas variações estão exemplificadas a seguir. • Físicas e químicas - Mudanças na estrutura química e cristalina, na porosidade, na cor, no tamanho (dilatação ou contração), aumenta a resistência a umidade, aumento da estabilidade a certos agentes químicos, etc. • Mecânicas - Aumento da resistência à compressão, à tração, à abrasão, etc (MONTEIRO et al, 2007). As mudanças nas propriedades decorrem de reações químicas provocadas pelo aumento da temperatura da peça cerâmica. São estas reações: • Desidratação - Perda de umidade. • Calcinação - Reações que provocam perda de massa na forma de gases, transformando a estrutura cristalina e a composição química da peça. • Oxidação - Ligação de elementos químicos presentes na peça com o oxigênio da atmosfera do forno. • Formação de silicatos. • Sinterização (LOYOLA, 1998). Segundo Souza et al (2003), essas reações químicas são identificadas a partir das curvas de DTA que demonstram o comportamento dos argilominerais quando aquecidos a uma determinada temperatura através de vales endotérmicos e exotérmicos. Para as argilas com predominâncias cauliníticas verifica-se a formação de três vales endotérmicos e um vale exotérmico. O primeiro vale endotérmico entre 60-64 °C está relacionado à remoção da água adsorvida da argila que é típica de materiais argilosos com partículas de caulinita. O segundo vale endotérmico entre 268-276 °C está relacionada com a remoção de água da gibsita, ou seja, desidratação dos hidróxidos de alumínio a uma transformação de fase de transição de alumina. Esta transição são fases metaestáveis (CARNIGLIA E AM, 1983). Assim, o processo de desidratação da gibsita pode ser dada por: Al2O3.3H2O(gibsita) 268-256°C transição da alumina O terceiro vale endotérmico em torno de 449-503 °C é mais elevado do que os outros. Este se deve principalmente à formação de metacaulinita. Neste caso, a remoção de água quimicamente ligada a caulinita. Esta perda de água estrutural não modifica o aspecto morfológico das plaquetas caulinitas pseudohexagonal. No entanto, esta nova fase é amorfa. A transformação de fase de caulinita para metacaulinita é dada por: 2SiO2.Al2O3.2H2O(Caulinita) 499-503°C 2SiO2.Al2O3(metacaulinita) O vale exotérmico na faixa de 950-959 °C está relacionado com a formação de novas fases cristalinas de alta temperatura, tais como a formação de mulita e espinélio após a destruição total da estrutura de metacaulinita (CHEN et al, 2000). Estas transformações de fase podem ser determinadas por: 2(2SiO2.Al2O3)(metacaulinita) 950-959°C 2Al2O3.3SiO2(espinélio) + SiO2 (amorfa) ou 2SiO2.Al2O3)(metacaulinita) 950-959°C Al2O3(γ-alumina) + 2SiO2(amorfa) De acordo com Souza et al (2003), as amostras com predominância caulinítica, apresentam uma perda de massa total durante o aquecimento dentro de 4.47-4,98mg (14,2-16,3%). Esta perda de massa pode ser acompanhada em três etapas. Na primeira etapa, há uma perda entre 2.8-4,3%, devido à libertação de umidade livre, ou seja, relaciona-se a água mecânica normalmente adicionada durante a fabricação de produtos cerâmicos estruturais. Já na segunda etapa, ocorre uma pequena perda de massa entre 2.0-3,5%, devido, principalmente, à decomposição de gibsita, compreendendo moléculas de H2O a partir de sua estrutura. A terceira etapa, apresenta uma maior perda de massa de 8,3-10,4% devido principalmente à remoção de água química ligada à matriz de argila. Em relação a peças cerâmicas com maiores dimensões como o tijolo, por exemplo, mais lento deve ser o aquecimento e o resfriamento. Peças com seções mais finas podem ser queimadas mais rapidamente que aquelas de maior espessura. Massas com elevado teor de sílica devem ser queimadas com mais cuidado do que aquelas com teor mais baixo, principalmente naqueles intervalos de temperatura onde ocorrem as mudanças de volume. É necessário saber em que faixa de temperatura acontecem essas mudanças para evitar que uma elevação rápida da mesma possa provocar defeitos e até o rompimento da peça. Em geral, a temperatura, no secador não passa de 80°C. Nos secadores ao ar livre e instalações de secagem com baixa temperatura, a porcentagem de água remanescente é elevada e deve ser eliminada no forno. Portanto, ocorre na queima o mesmo que na secagem rápida: desenvolvem-se tensões quando o vapor d’água formado não consegue sair com suficiente rapidez pelos poros da peça. Para uma queima em perfeitas condições, o produto cerâmico deve entrar no forno o mais seco possível. O primeiro efeito do calor no forno é, portanto, a eliminação da água residual, o que se verifica até 120°C, devendo efetuar-se em períodos de acréscimos suaves de temperatura para evitar a quebra da peça em consequência da formação rápida de vapor. As várias matérias-primas que compõem a massa cerâmica, e, em particular, a argila, contém água combinada quimicamente, sendo esta eliminada em seguida também pelo efeito do calor, determinando o início do endurecimento. Esta desidratação química ocorre em diferentes temperaturas para cada material, começando provavelmente ao redor de 250°C, completando quando a temperatura da peça chega a 600°C. A presença de matéria orgânica, qualquer que seja, também queimará a esta temperatura. A água de cristalização deve ser retirada em temperatura mais baixa possível, uma vez que impede as reações de oxidação. Esta água deve ser liberada antes que tenha início a vitrificação superficial, para permitir que o oxigênio penetre nos poros promovendo a combustão do carbono e outras impurezas combustíveis. Partes dos componentes orgânicos se decompõem em produtos voláteis que deixam a peça, partes se transformam num resíduo carbonoso difícil de queimar, visto que, o ar necessário para sua combustão deve penetrar através dos poros até o núcleo, o que requer muito tempo. Em temperaturas em torno de 573°C têm início as transformações físicas da sílica, sendo acompanhada de grande expansão no aquecimento e contração no resfriamento. Deve-se ter um controle de velocidade tanto no aquecimento como no resfriamento para não romper a peça. À medida que a temperatura aumenta, entre 800°C e 900°C, decompõem-se os carbonatos. Começa a se manifestar a porosidade na massa e uma diminuição da densidade. Em se tratando de argilas para cerâmica vermelha, ao redor de 1000°C, segundo a maior ou menor quantidade de fundente na massa, tem início a vitrificação, fenômeno que vem acompanhado com uma diminuição da porosidade do produto, aumentando a sua resistência. 2. Conclusão Materiais cerâmicos são materiais inorgânicos, não metálicos, obtidos geralmente após o tratamento térmico (queima) em temperaturas elevadas. Eles podem ser divididos em: cerâmicos avançados e cerâmicos tradicionais. A argila foi o primeiro material estrutural inorgânico a adquirir características totalmente novascomo consequência da queima (etapa final do processo de fabricação da cerâmica que tem como objetivo criar condições para que ocorram as transformações físicas e químicas da estrutura da composição de modo a levar o produto às propriedades finais desejadas), dando origem a diversos utensílios, sendo ali o começo da Engenharia de Materiais. A queima várias transformações e reações químicas, provocando variações nas propriedades físicas, químicas e mecânicas da peça cerâmica, diferenciando-se de acordo com a matéria-prima utilizada na fabricação. As mudanças nas propriedades decorrem de reações químicas provocadas pelo aumento da temperatura da peça cerâmica. 3. 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