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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

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METODOLOGIA DA PESQUISA 
CIENTÍFICA 
 
Equipe de Elaboração 
Grupo ZAYN Educacional 
 
 
Coordenação Geral 
Ana Lúcia Moreira de Jesus 
 
 
Gerência Administrativa 
Marco Antônio Gonçalves 
 
 
Professor-autor 
Luciano de Assis Silva 
 
 
Coordenação de Design Instrucional do Material Didático 
Eliana Antônia de Marques 
 
 
Diagramação e Projeto Gráfico 
Cláudio Henrique Gonçalves 
 
 
Revisão 
Ana Lúcia Moreira de Jesus 
Mateus Esteves de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO ZAYN EDUCACIONAL 
Rua Joaquim Pinto Lara,N° 87 
 2ºAndar – Centro 
Piracema –MG 
CEP: 35.536-000 
TEL: (31) 3272-6646 
ouvidoria@institutozayn.com.br 
pedagogico1@institutozayn.com.br 
 
 
Boas-vindas 
 
Olá! 
 
É com grande satisfação que o Grupo ZAYN Educacional agradece por 
escolhê-lo para realizar e/ou dar continuidade aos seus estudos. Nós do ZAYN 
estamos empenhados em oferecer todas as condições para que você alcance seus 
objetivos, rumo a uma formação sólida e completa, ao longo do processo de 
aprendizagem por meio de uma fecunda relação entre instituição e aluno. 
Prezamos por um elenco de valores que colocam o aluno no centro de nossas 
atividades profissionais. Temos a convicção de que o educando é o principal agente 
de sua formação e que, devido a isso, merece um material didático atual e completo, 
que seja capaz de contribuir singularmente em sua formação profissional e cidadã. 
Some-se a isso também, o devido respeito e agilidade de nossa parte para atender à 
sua necessidade. 
Cuidamos para que nosso aluno tenha condições de investir no processo de 
formação continuada de modo independente e eficaz, pautado pela assiduidade e 
compromisso discente. 
 Com isso, disponibilizamos uma plataforma moderna capaz de oferecer a você 
total assistência e agilidade da condução das tarefas acadêmicas e, em consonância, 
a interação com nossa equipe de trabalho. De acordo com a modalidade de cursos on-
line, você terá autonomia para formular seu próprio horário de estudo, respeitando os 
prazos de entrega e observando as informações institucionais presentes no seu 
espaço de aprendizagem virtual. 
 Por fim, ao concluir um de nossos cursos de pós-graduação, segunda 
licenciatura, complementação pedagógica e capacitação profissional, esperamos que 
amplie seus horizontes de oportunidades e que tenha aprimorado seu conhecimento 
crítico a cerca de temas relevantes ao exercício no trabalho e na sociedade que atua. 
Ademais, agradecemos por seu ingresso ao ZAYN e desejamos que você possa 
colher bons frutos de todo o esforço empregado na atualização profissional, alémde 
pleno sucesso na sua formação ao longo da vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O importante não é estar aqui ou ali, 
mas ser. E ser é uma ciência 
delicada, feita de pequenas 
observações do cotidiano, dentro e 
fora da gente. Se não executamos 
essas observações, não chegamos a 
ser: apenas estamos, e 
desaparecemos”. 
 
Carlos Drummond de Andrade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organização do conteúdo: 
Prof.ªM.ª Jéssica de Freitas Lopes 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA DA 
PESQUISA CIENTÍFICA 
GRUPO ZAYN 
EDUCACIONAL 
EMENTA: 
Na disciplina Metodologia da Pesquisa 
Científica será estudado alguns 
critérios de cientificidade; 
conhecimento científico e 
conhecimento popular; o método 
científico; método dedutivo e método 
indutivo; método hipotético-dedutivo; 
método dialético e método 
fenomenológico. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
- Introdução: Critérios de cientificidade 
1.Conhecimento científico e 
conhecimento popular; 
2. Método científico; 
3. Método dedutivo e método indutivo; 
4. Método hipotético-dedutivo; 
5. Método dialético; 
6. Método fenomenológico; 
Atividades; 
Leitura Complementar; 
Referências. 
 
CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA 
Disciplina: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
EMENTA 
 
Na disciplina Metodologia da Pesquisa Científica será estudado alguns critérios 
de cientificidade; conhecimento científico e conhecimento popular; o método 
científico; método dedutivo e método indutivo; método hipotético-dedutivo; 
método dialético e método fenomenológico. 
 
OBJETIVOS 
 
Refletir sobre métodos científicos no contexto da pesquisa. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
- Introdução: Critérios de cientificidade 
1.Conhecimento científico e conhecimento popular; 
2. Método científico; 
3. Método dedutivo e método indutivo; 
4. Método hipotético-dedutivo; 
5. Método dialético; 
6. Método fenomenológico; 
Atividades; 
Leitura Complementar; 
Referências. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Introdução:Critérios de cientificidade 07 
1. Conhecimento científico e conhecimento popular 09 
2.Método científico 10 
3.Método dedutivo e método indutivo 11 
4.Método hipotético-dedutivo 13 
5. Método dialético 14 
6.Método fenomenológico 15 
Atividades 17 
Leitura Complementar 19 
Referências 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
Introdução: Critérios de cientificidade 
 
 De acordo com Demo (2000) apud Prodanov e Freitas (2013), podemos 
alistar critérios de cientificidade normalmente citados na literatura científica: 
 
a) Objeto de estudo bem-definido e de natureza empírica: delimitação 
e descrição objetiva e eficiente da realidade empiricamente 
observável, isto é, daquilo que pretendemos estudar, analisar, 
interpretar ou verificar por meio de métodos empíricos; 
 
b) Objetivação: tentativa de conhecer a realidade tal como é, evitando 
contaminá-la com ideologia, valores, opiniões ou preconceitos do 
pesquisador; 
 
c) Discutibilidade: significa a propriedade da coerência no 
questionamento, evitando, conforme Demo (2000, p. 28), “a 
contradição performativa, ou seja, desfazermos o discurso ao fazê-
lo, como seria o caso de pretender montar conhecimento crítico 
imune à crítica”; trata-se de conjugar crítica e autocrítica, dentro do 
princípio metodológico de que a coerência da crítica está na 
autocrítica; 
 
d) Observação controlada dos fenômenos: preocupação em controlar a 
qualidade do dado e o processo utilizado para sua obtenção; 
 
e) Originalidade: refere-se à expectativa de que todo discurso científico 
corresponda a alguma inovação, pelo menos, no sentido 
reconstrutivo; “não é aceito discurso apenas reprodutivo, copiado, já 
8 
 
 
que faz parte da lógica do conhecimento questionador desconstruir 
o que existe para o reconstruir em outro nível” (DEMO, 2000, p. 28); 
 
f) Coerência: argumentação lógica, bem-estruturada, sem 
contradições; critério mais propriamente lógico e formal, significando 
a ausência de contradição no texto, fluência entre premissas e 
conclusões, texto bem-tecido como peça de pano sem rasgos, 
dobras, buracos. 
 
g) Sistematicidade: parceira da coerência, significa o esforço de dar 
conta do tema amplamente, sem exigir que se esgote, porque 
nenhum tema é, propriamente, esgotável; supomos, porém, que 
tenhamos estudado por todos os ângulos, tenhamos visto todos os 
autores relevantes, dando conta das discussões e polêmicas mais 
pertinentes, passando por todos os meandros teóricos, sobretudo, 
que reconstruamos meticulosamente os conceitos centrais. 
 
h) Consistência: base sólida, “refere-se à capacidade do texto de 
resistir à contra argumentação ou, pelo menos, merecer o respeito 
de opiniões contrárias; em certa medida, fazer ciência é saber 
argumentar, não só como técnica de domínio lógico, mas sobretudo 
como arte reconstrutiva.” 
 
i) Linguagem precisa: sentido exato das palavras, restringindo ao 
máximo o uso de adjetivos; 
 
j) Autoridade por mérito: significa o reconhecimento de quem 
conquistou posição respeitada em determinado espaço científico e é 
por isso considerado “argumento”; segundo Demo (2000, p. 43), 
“corre todos os riscos de vassalagem primária, mas, no contexto 
social do conhecimento, é impossível livrarmo-nos dele”;9 
 
 
k) Relevância social: os trabalhos acadêmicos, em qualquer nível, 
poderiam ser mais pertinentes, se também fossem relevantes em 
termos sociais, ou seja, estudassem temas de interesse comum, se 
se dedicassem a confrontar-se com problemas sociais 
preocupantes, “buscassem elevar a oportunidade emancipatória das 
maiorias.” 
 
l) Ética: procura responder à pergunta: a quem serve a ciência? Em 
seu contexto extremamente colonizador, o conhecimento científico 
tem sido, sobretudo, arma de guerra e lucro e, assim, como 
construiu fantástica potencialidade tecnológica, pode tornar inviáveis 
as condições ambientais do planeta (DEMO, 2000). 
 
m) Intersubjetividade: opinião dominante da comunidade científica de 
determinada época e lugar(PRODANOV E FREITAS, 2013). 
 
 
1- Conhecimento científico e conhecimento popular 
 
 
Por existir mais de uma forma de conhecimento, é conveniente destacar o 
quevem a ser conhecimento científico em oposição ao chamado conhecimento 
popular,vulgar ou de senso comum.Não deixa de ser conhecimento aquele que foi 
observado ou passado degeração em geração através da educação informal ou 
baseado em imitação ou experiência pessoal. Esse tipo de conhecimento, dito 
popular, diferencia-se do conhecimento científico por lhe faltar o embasamento 
teórico necessário à ciência (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
Conforme Trujillo Ferrari (1974), o conhecimento popular é dado pela 
familiaridade que temos com alguma coisa, sendo resultado de experiências 
pessoais ou suposições, ou seja, é uma informação íntima que não foi 
suficientemente refletida para ser reduzida a um modelo ou uma fórmula geral, 
10 
 
 
dificultando, assim, sua transmissão de uma pessoa a outra, de forma fácil e 
compreensível (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
Para que o conhecimento seja considerado científico, é necessário analisar as 
particularidades do objeto ou fenômeno em estudo. A partir desse pressuposto, 
Lakatos e Marconi (2007) apud Prodanov e Freitas (2013) apresentam dois aspectos 
importantes: 
 a) a ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade; 
 b) um mesmo objeto ou fenômeno pode ser observado tanto pelo cientista 
quanto pelo homem comum; o que leva ao conhecimento científico é a forma de 
observação do fenômeno (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
O conhecimento científico difere dos outros tipos de conhecimento por ter toda 
uma fundamentação e metodologias a serem seguidas, além de se basear em 
informações classificadas, submetidas à verificação, que oferecem explicações 
plausíveis a respeito do objeto ou evento em questão (PRODANOV E FREITAS, 
2013). 
 
2- Método científico 
 
Fonte: Imagem retirada da internet 
11 
 
 
 
Partindo da concepção de que método é um procedimento ou caminho para 
alcançar determinado fim e que a finalidade da ciência é a busca do conhecimento, 
podemos dizer que o método científico é um conjunto de procedimentos adotados 
com o propósito de atingir o conhecimento (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
De acordo com Trujillo Ferrari (1974), o método científico é um traço 
característico da ciência, constituindo-se em instrumento básico que ordena, 
inicialmente, o pensamento em sistemas e traça os procedimentos do cientista ao 
longo do caminho até atingir o objetivo científico preestabelecido (PRODANOV E 
FREITAS, 2013). 
Lakatos e Marconi (2007) afirmam que a utilização de métodos científicos não é 
exclusiva da ciência, sendo possível usá-los para a resolução de problemas do 
cotidiano. Destacam que, por outro lado, não há ciência sem o emprego de métodos 
científicos. Muitos foram os pensadores e filósofos do passado que tentaram definir 
um único método aplicável a todas as ciências e a todos os ramos do conhecimento. 
Essas tentativas culminaram no surgimento de diferentes correntes de pensamento, 
por vezes conflitantes entre si. Na atualidade, já admitimos a convivência, e até a 
combinação, de métodos científicos diferentes, dependendo do objeto de 
investigação e do tipo de pesquisa (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
 
3- Método dedutivo e método indutivo 
 
 
O método dedutivo, de acordo com o entendimento clássico, é o método que 
parte do geral e, a seguir, desce ao particular. A partir de princípios, leis ou teorias 
consideradas verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares 
com base na lógica. “Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e 
indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, 
em virtude unicamente de sua lógica.” (GIL, 2008, apud PRODANOV E FREITAS, 
2013). 
12 
 
 
O método dedutivo encontra ampla aplicação em ciências como a Física e a 
Matemática, cujos princípios podem ser enunciados como leis. Já nas ciências 
sociais, o uso desse método é bem mais restrito, em virtude da dificuldade para 
obter argumentos gerais, cuja veracidade não possa ser colocada em dúvida 
(PRODANOV E FREITAS, 2013). 
Mesmo do ponto de vista puramente lógico, são apresentadas várias objeções ao 
método dedutivo. Uma delas é a de que o raciocínio dedutivo é essencialmente 
tautológico, ou seja, permite concluir, de forma diferente, a mesma coisa. Esse 
argumento pode ser verificado no exemplo apresentado. Quando aceitamos que 
todo homem é mortal, colocar o caso particular de Pedro nada adiciona, pois essa 
característica já foi adicionada na premissa maior (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
O método indutivo é um método responsável pela generalização, isto é, partimos 
de algo particular para uma questão mais ampla, mais geral. Para Lakatos e Marconi 
(2007, p. 86), Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de 
dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou 
universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos 
indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das 
premissas nas quais se basearam (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
Essa generalização não ocorre mediante escolhas a priori das respostas, visto 
que essas devem ser repetidas, geralmente com base na experimentação. Isso 
significa que a indução parte de um fenômeno para chegar a uma lei geral por meio 
da observação e de experimentação, visando a investigar a relação existente entre 
dois fenômenos para se generalizar. Temos, então, que “o método indutivo procede 
inversamente ao dedutivo: parte do particular e coloca a generalização como um 
produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares.” (GIL, 2008, p. 10 
apud PRODANOV E FREITAS, 2013). 
No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da 
realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de 
generalizações. Entre as críticas ao método indutivo, a mais contundente é aquela 
que questiona a passagem (generalização) do que é constatado em alguns casos 
13 
 
 
(particular) para todos os casos semelhantes (geral) (PRODANOV E FREITAS, 
2013). 
 
 
4- Método hipotético-dedutivo 
 
O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de críticas à 
indução, expressas em A lógica da investigação científica, obra publicada pela 
primeira vez em 1935 (GIL, 2008). A indução, conforme Popper, não se justifica, 
“pois o salto indutivo de ‘alguns’ para ‘todos’ exigiria que a observação de fatos 
isolados atingisse o infinito, o que nunca poderia ocorrer, por maior que fosse a 
quantidade de fatos observados.” (GIL, 2008, p. 12 apud PRODANOV E FREITAS, 
2013). 
Como já dito, o método hipotético-dedutivo foi proposto por Karl Popper e 
consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio: [...] quando os conhecimentos 
disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um 
fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no 
problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, 
deduzem-se consequências quedeverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa 
tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método 
dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-
dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la. (GIL, 
2008, p. 12 apud PRODANOV E FREITAS, 2013). 
 O método hipotético-dedutivo inicia-se com um problema ou uma lacuna no 
conhecimento científico, passando pela formulação de hipóteses e por um processo 
de inferência dedutiva, o qual testa a predição da ocorrência de fenômenos 
abrangidos pela referida hipótese. Podemos apresentar o método hipotético-
dedutivo a partir do seguinte esquema (GIL, 2008, p. 12 apud PRODANOV E 
FREITAS, 2013): 
14 
 
 
Problema → Conjecturas → Dedução de consequências observadas → Tentativa de 
falseamento → Corroboração. 
 A pesquisa científica, com abordagem hipotético-dedutiva, inicia-se com a 
formulação de um problema e com sua descrição clara e precisa, a fim de facilitar a 
obtenção de um modelo simplificado e a identificação de outros conhecimentos e 
instrumentos, relevantes ao problema, que auxiliarão o pesquisador em seu 
trabalho. Após esse estudo preparatório, o pesquisador passa para a fase de 
observação. Na verdade, essa é a fase de teste do modelo simplificado. É uma fase 
meticulosa em que é observado determinado aspecto do universo, objeto da 
pesquisa. A fase seguinte é a formulação de hipóteses, ou descrições-tentativa, 
consistentes com o que foi observado. Essas hipóteses são utilizadas para fazer 
prognósticos, os quais serão comprovados ou não por meio de testes, experimentos 
ou observações mais detalhadas. Em função dos resultados desses testes, as 
hipóteses podem ser modificadas, dando início a um novo ciclo, até que não haja 
discrepâncias entre a teoria (ou o modelo) e os experimentos e/ou as observações 
(PRODANOV E FREITAS, 2013). 
 
5- Método dialético 
 
O conceito de dialética é bastante antigo. Platão o utilizou no sentido de arte do 
diálogo. Na Antiguidade e na Idade Média, o termo era utilizado para significar 
simplesmente lógica. O método dialético, que atingiu seu auge com Hegel (GIL, 
2008), depois reformulado por Marx, busca interpretar a realidade partindo do 
pressuposto de que todos os fenômenos apresentam características contraditórias 
organicamente unidas e indissolúveis (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
Na dialética proposta por Hegel, as contradições transcendem-se, dando origem 
a novas contradições que passam a requerer solução. Empregado em pesquisa 
qualitativa, é um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade, pois 
considera que os fatos não podem ser relevados fora de um contexto social, político, 
econômico etc (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
15 
 
 
Lakatos e Marconi (2007) apontam as leis da dialética. A Ação Recíproca informa 
que o mundo não pode ser entendido como um conjunto de “coisas”, mas como um 
conjunto de processos, em que as coisas estão em constante mudança, sempre em 
vias de se transformar: “[...] o fim de um processo é sempre o começo de outro.” 
(LAKATOS; MARCONI, 2007, p. 101). As coisas e os acontecimentos existem como 
um todo, ligados entre si, dependentes uns dos outros(PRODANOV E FREITAS, 
2013). 
 Na Mudança Dialética, a transformação ocorre por meio de contradições. Em 
determinado momento, há mudança qualitativa, pois as mudanças das coisas não 
podem ser sempre quantitativas. Por outro lado, como tudo está em movimento, 
tudo tem “duas faces” (quantitativa e qualitativa, positiva e negativa, velha e nova), 
uma se transformando na outra; a luta desses contraditórios é o conteúdo do 
processo de desenvolvimento(PRODANOV E FREITAS, 2013). 
Em síntese, o método dialético parte da premissa de que, na natureza, tudo 
se relaciona, transforma-se e há sempre uma contradição inerente a cada 
fenômeno. Nesse tipo de método, para conhecer determinado fenômeno ou objeto, o 
pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus aspectos, suas relações e 
conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo no mundo está 
sempre em constante mudança (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
De acordo com Gil (2008, p. 14), [...] a dialética fornece as bases para uma 
interpretação dinâmica e totalizante da realidade, uma vez que estabelece que os 
fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, 
abstraídos de suas influências políticas, econômicas, culturais etc. Assim, como a 
dialética privilegia as mudanças qualitativas, opõe-se naturalmente a qualquer modo 
de pensar em que a ordem quantitativa se torne norma. Desse modo, as pesquisas 
fundamentadas no método dialético distinguem-se claramente das pesquisas 
desenvolvidas segundo a visão positivista, que enfatiza os procedimentos 
quantitativos (PRODANOV E FREITAS, 2013). 
 
6- Método fenomenológico 
16 
 
 
 
O método fenomenológico, tal como foi apresentado por Edmund Husserl (1859-
1938), propõe-se a estabelecer uma base segura, liberta de proposições, para todas 
as ciências (GIL, 2008). Para Husserl, as certezas positivas que permeiam o 
discurso das ciências empíricas são “ingênuas”. “A suprema fonte de todas as 
afirmações racionais é a ‘consciência doadora originária’.” (GIL, 2008, p. 14). Daí a 
primeira e fundamental regra do método fenomenológico: “avançar para as próprias 
coisas.” Por coisa entendemos simplesmente o dado, o fenômeno, aquilo que é visto 
diante da consciência. A fenomenologia não se preocupa, pois, com algo 
desconhecido que se encontre atrás do fenômeno; só visa o dado, sem querer 
decidir se esse dado é uma realidade ou uma aparência (PRODANOV E FREITAS, 
2013). 
O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico. Consiste em mostrar o 
que é dado e em esclarecer esse dado. “Não explica mediante leis nem deduz a 
partir de princípios, mas considera imediatamente o que está presente à 
consciência: o objeto.” (GIL, 2008, p. 14). Consequentemente, tem uma tendência 
orientada totalmente para o objeto. Ou seja, o método fenomenológico limita-se aos 
aspectos essenciais e intrínsecos do fenômeno, sem lançar mão de deduções ou 
empirismos, buscando compreendê-lo por meio da intuição, visando apenas o dado, 
o fenômeno, não importando sua natureza real ou fictícia (PRODANOV E FREITAS, 
2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA CIENTÍFICA PARA O 
ENSINO E APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR 
 
 
Tamires Aparecida Batista de Oliveira 
Kleber Firpo Prado Valença 
 
 
Resumo 
 
Nos últimos anos, tem sido um aparente consenso na comunidade acadêmica 
brasileira o de que instituições de ensino universitário devem aliar às práticas de 
ensino tradicional, elementos que promovam o desenvolvimento do pensamento 
crítico reflexivo dos alunos, permitindo, através de uma visão real do mundo, 
detectar os problemas que o afligem e ao mesmo tempo, dotá-los de ferramentas 
capazes de promover medidas que ajudem solucioná- los. O impacto da chegada ao 
Ensino Superior é sentido em diversos aspectos, e o campo da pesquisa acadêmica 
é setor de maior repercussão. Obrigatória em todos os cursos, a metodologia 
científica é fundamental para todo percurso da vida acadêmica dos alunos que 
cursam o Ensino Superior no Brasil. Com o objetivo de solucionar problemas 
propostos, a pesquisa acadêmica tem seus pressupostos na metodologia científica e 
em normas devidamente rígidas e controladas. A Metodologia Científica irá abordar 
as principais regras da produção científica para alunos dos cursos de graduação, 
fornecendo uma melhor compreensão sobre a sua natureza e objetivos, podendo 
auxiliar para melhorar a produtividade dos alunos e a qualidade das suas produções. 
No campo informacional da produção científica não é diferente, pois já sendo um 
campo com um discurso instaurado, com suas próprias normas que o justificam e o 
identificam,torna-se necessário, dentro de um contexto mundial de otimização e 
compartilhamento de informações via web, que haja mecanismos de padronização 
18 
 
 
inerentes à produção científica. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar o 
universo da metodologia científica e a importância da mesma para o 
ensino/aprendizagem no Ensino Superior. Para tal empreitada, utilizaremos um 
entrecruzamento de uma literatura de ponta especializada no âmbito da Metodologia 
Científica, aos quais serão citados no decorrer do trabalho. Buscando uma melhor 
apresentação, o trabalho estará dividido em dois tópicos, além da introdução e 
conclusão. 
 
 
Introdução 
 
 Diferentemente do Ensino Básico, a entrada numa universidade e faculdade 
exige um grande uso de algumas habilidades, e a boa escrita é uma delas. Num 
país que passa por dificuldades estruturais na educação, como o Brasil, escrever 
tornou-se um problema crônico. Assim, a passagem do Ensino Básico para o 
superior deveria ser tratado com maior cuidado por parte dos sistemas de ensino 
público e privado. 
Para Rosane Tolentino Maia (2007), a situação atual do ensino médio encerra 
várias e complexas questões, como aspectos estruturais que ainda não foram 
resolvidos, a precariedade desse ensino público no Brasil. O cenário educacional em 
que convivem velhos e novos problemas aponta para a expansão do ensino médio 
com baixa qualidade, para a privatização da sua gestão e, simultaneamente, exibe 
um forte componente de exclusão. A reforma político educacional do ensino médio, 
em curso, vem afetando sensivelmente o trabalho do professor e a dinâmica 
institucional da escola e, em muito menor grau, a realidade educacional do aluno. 
Tal fato refletirá na sua atuação enquanto discente de uma instituição de nível 
superior. 
O impacto da chegada ao Ensino Superior é sentido em diversos aspectos, e 
o campo da pesquisa acadêmica é setor de maior repercussão. Obrigatória em 
todos os cursos, a metodologia científica é fundamental para todo percurso da vida 
acadêmica dos alunos que cursam o Ensino Superior no Brasil. Com o objetivo de 
solucionar problemas propostos, a pesquisa acadêmica tem seus pressupostos na 
19 
 
 
metodologia científica e em normas devidamente rígidas e controladas. Assim, o 
objetivo deste trabalho é apresentar o universo da metodologia científica e a 
importância da mesma para o ensino/aprendizagem no Ensino Superior. 
A Metodologia Científica significa estudo dos métodos ou da forma, ou dos 
instrumentos necessários para a construção de uma pesquisa científica; é uma 
disciplina a serviço da Ciência. Metodologia é a parte onde será indicado o tipo de 
pesquisa que será empregado, as etapas a serem realizadas. O conhecimento dos 
métodos que auxiliam na elaboração do trabalho científico. Para Severino (2000, p. 
18), Metodologia seria: 
 
[...] um instrumental extremamente útil e seguro para a 
gestação de uma postura amadurecida frente aos problemas 
científicos, políticos e filosóficos que nossa educação 
universitária enfrenta. [...] São instrumentos operacionais, 
sejam eles técnicos ou lógicos, mediante os quais os 
estudantes podem conseguir maior aprofundamento na ciência, 
nas artes ou na filosofia, o que, afinal, é o objetivo intrínseco do 
ensino e da aprendizagem universitária. 
 
Frente a essa afirmativa há a necessidade de sistematizar o conhecimento 
científico, pois a partir disso a metodologia começa a ser instituída e atrela a 
pesquisa o seu pleno desenvolvimento. Nesse sentido, Severino (2000) diz que a 
pesquisa assume três dimensões na Universidade: 
 
De um lado, tem uma dimensão epistemológica: a perspectiva 
do conhecimento. Só se conhece construindo o saber, ou seja, 
praticando a significação dos objetos [...] assume ainda uma 
dimensão pedagógica: a perspectiva decorrente de sua relação 
com a aprendizagem. Ela é mediação necessária e eficaz para 
o processo de ensino/aprendizagem. Só se aprende e só se 
ensina pela efetiva prática da pesquisa. Mas ela tem ainda uma 
20 
 
 
dimensão social: a perspectiva da extensão [...]. (SEVERINO, 
2000, p. 26). 
 
Nesse contexto, a pesquisa assume papel importante, pois tanto docente, 
quanto o estudante fará uso da pesquisa para aprimorar, pôr em prática e construir 
conhecimento de maneira significativa. Severino (2000, p. 25-26) diz que o 
“professor precisa da prática da pesquisa para ensinar eficazmente; o aluno precisa 
dela para aprender eficaz e significativamente [...]”. 
 Segundo Teixeira (2010), para que se alcance uma educação de qualidade 
esta deve estar atrelada ao conhecimento. Dessa maneira, será possível a 
construção do conhecimento voltado para uma educação comprometida e, 
realmente, construtiva. 
Portanto, compete aos professores e estudantes, através da prática de 
pesquisa, proporcionar a sociedade novos conhecimentos com a finalidade de torná-
la padrão na praxe do ensino superior e nas demais modalidades de ensino 
(principalmente no ensino médio), o que certamente facilitaria, significativamente, a 
vida do ingressante de ensino superior. 
Para tal empreitada, utilizaremos um entrecruzamento de uma literatura de 
ponta especializada no âmbito da Metodologia Científica, aos quais serão citados no 
decorrer do trabalho. Buscando uma melhor apresentação, o trabalho estará dividido 
em dois tópicos, além da introdução e conclusão. Num primeiro momento será 
trabalhada a importância da ciência como um campo de atuação que busca o 
conhecimento e o seu papel na construção de soluções para diversos problemas na 
humanidade, o tópico é Entre formas e Conhecimento. 
 
 No segundo momento, o tema a ser abordado será Da escrita à exposição. 
Aqui será analisada a função de algumas instituições, principalmente a da ABNT 
(Associação Nacional de Normas e Técnicas) para a normatização de trabalhos 
acadêmicos. 
 
Entre formas e conhecimento 
 
21 
 
 
A discussão acerca do que seja ciência não é unânime entre os diversos 
campos do conhecimento. Mas, de um modo geral, podemos utilizar o termo 
“ciência” para designar a área de atuação de um grupo de pesquisadores engajados 
em solucionar problemas que estejam ligados à humanidade. Parafraseando o autor 
Júlio Aróstegui (2006), ele diz que: 
 
 Ciência é “um termo que em nossa tradição filosófica e 
mundana tem significados muito distintos”. Mas a palavra, em 
seu sentido mais preciso e concreto, [...] designa o que 
chamamos “ciência moderna” por antonomásia. Quer dizer, 
ciência como o resultado da “revolução científica” que teve 
início no Renascimento e produziu a Mecânica newtoniana, ou 
a Química, dos séculos 17 e 18, os avanços no conhecimento 
da eletricidade no século 19, as teorias cosmológicas no século 
20, etc. (ARÓSTEGUI, 2006, p. 55). 
 
 O ator tenta fundamentar o seu entendimento por ciência buscando 
referência no movimento conhecido como a Revolução Científica que ocorreu na 
Inglaterra, mais precisamente. Mas a ciência não fica presa aos conceitos e teorias, 
a prática científica é fundamental para o seu desenvolvimento. Afinal, teoria e prática 
tem que está interiorizada no pesquisador. 
A produção do conhecimento científico exige algumas regras/métodos 
imprescindíveis para o seu sucesso, o que a Metodologia Científica explica 
detalhadamente. Um produto acadêmico não nasce do vazio e muito menos deve 
ser escrito de qualquer forma. Além do passo-a-passo científico (problema, objeto, 
fontes, recorte temporal, metodologia, aporte teórico, debate historiográfico, entre 
outros), a escrita tem que ser clara e acadêmica. Aqui é a parte onde será indicado o 
tipo de pesquisa que será empregado, as etapas a serem realizadas, como: revisão 
de literatura, coleta de dados (delimitar o universo da pesquisa, os instrumentos de 
coletas, indicando a seleção dos sujeitos), análise dos dados e da redação final. Na 
maioria dos trabalhos acadêmicosgeralmente utiliza-se a pesquisa bibliográfica, 
complementada com tema e dos objetivos da pesquisa, sendo esta parte redigida 
22 
 
 
em texto contínuo, isto é, não deve apenas apresentar os tópicos, mas explicitar 
conceitualmente a pesquisa que se pretende realizar. 
Segundo Libânio (2001, p. 39): 
 
O primeiro objetivo da disciplina de Metodologia Científica é 
resgatar em nossos alunos a capacidade de pensar. Pensar 
significa passar de um nível espontâneo, primeiro e imediato a 
um nível reflexivo, segundo, mediado. O pensamento pensa o 
próprio pensamento, para melhor captá-lo, distinguir a verdade 
do erro. Aprende-se a pensar à medida que se souber fazer 
perguntas sobre o que se pensa. 
 
No conhecimento científico, o pensar deve ser sistemático, verificando uma 
hipótese (ou conjunto de hipóteses), atribuindo o rigor na utilização de métodos 
científicos. Dessa forma, o trabalho científico configura-se na produção elaborada a 
partir de questões específicas de estudo. De acordo com o especialista Galliano 
(1986, p. 26), “ao analisar um fato, o conhecimento científico não apenas trata de 
explicá-lo, mas também busca descobrir suas relações com outros fatos e explicá-
los”. 
Seguindo uma ordem pré-estabelecida: a definição do problema é o primeiro 
passo e um dos mais difíceis, pois devemos escolher a questão ou questões a 
serem respondidas. O desafio em formular a pergunta para um estudo não está 
baseado somente nas incertezas sobre o assunto, mas também na escolha de uma 
questão importante que possa ser transformada numa pesquisa possível de ser 
realizada e que seja válida. É difícil para o pesquisador selecionar uma pergunta 
principal para o seu estudo, pois a vontade é de responder a muitas perguntas em 
um único projeto. Por isso, é importante não frear o espírito aguçado e criativo que 
deve fazer parte dos requisitos de um pesquisador, mas ser suficientemente 
criterioso para dar credibilidade e realmente responder à questão proposta. Lembrar 
que para cada pergunta há um tipo de desenho mais apropriado. 
Já o método ao qual o objeto será analisado tem uma importância grandiosa. 
Diante disso Pinto (2009, p. 4) descreve que: 
23 
 
 
 
O método, quando incorporado a uma forma de trabalho ou de 
pensamento, leva o indivíduo a adquirir hábitos e posturas 
diante de si mesmo, do outro e do mundo que só têm a 
beneficiar a sua vida tanto profissional quanto social, afetiva, 
econômica e cultural. Por método entendemos caminho que se 
trilha para alcançar um determinado fim, atingir-se um objetivo; 
para os filósofos gregos metodologia era a arte de dirigir o 
espírito na investigação da verdade. Ora, as regras e passos 
metodológicos que são ensinados na universidade, visando à 
inserção do estudante no mundo acadêmico-científico - que 
são pertinentes e necessárias - objetivam também, e, 
sobretudo, a criar hábitos que o acompanharão por toda a sua 
vida, como o gosto pela leitura, a compreensão dos diferentes 
interlocutores, um espírito crítico maduro e responsável, o 
diálogo claro e profundo com os outros e com o mundo, a 
autodisciplina, o respeito à alteridade e ao diferente, uma 
postura de humildade diante do pouco que se sabe e da 
infinidade de saberes existentes, o exercício da ética e do 
respeito a quem pensa diferente, a ousadia/coragem de expor 
o próprio pensar. 
 
Da escrita à exposição 
 
 Percebe-se que ao longo do ano acadêmico os discentes se encontram 
diante de muitas dificuldades para cumprir as exigências que as universidades e 
faculdades impõem, provavelmente, em decorrência de uma formação deficiente na 
formação básica. Esse fato é refletido quando os estudantes estão cursando o último 
ano do curso de graduação. Muitos deles não conhecem as normas mais 
elementares para a elaboração de um texto científico, tais como: desenvolvimento e 
estrutura do trabalho (Pré-projeto), padrões de redação, procedimentos para se 
fazer pesquisas bibliográficas, seleção e organização da leitura das obras, 
24 
 
 
construção de citações diretas e indiretas, bem como sobre o propósito de incluí-las 
no corpo do próprio texto. 
Essas dificuldades podem ser a causa de uma grande aflição para estes 
alunos, que muitas vezes podem levá-los ao desânimo, a uma longa duração no 
curso e, até mesmo, a desistência, quando os mesmos têm a consciência que no 
decorrer do período acadêmico não conseguiram entender o real valor da disciplina 
de Metodologia Científica, e da Prática de Pesquisa, quando os mesmos recebem 
orientações para o seu objeto de pesquisa, ministradas ao longo dos Cursos. 
Nos últimos anos, tem sido um aparente consenso na comunidade acadêmica 
brasileira o de que instituições de ensino universitário devem aliar às práticas de 
ensino tradicional, elementos que promovam o desenvolvimento do pensamento 
crítico reflexivo dos alunos, permitindo, através de uma visão real do mundo, 
detectar os problemas que o afligem e ao mesmo tempo, dotá-los de ferramentas 
capazes de promover medidas que ajudem solucioná- los. 
 
 Os cursos de graduação pressupõem a produção de conhecimento na área, 
mediante um projeto de pesquisa para a elaboração de uma monografia e/ou artigo 
com base em metodologia científica. Assim, torna-se fundamental que o graduando 
esteja capacitado a escolher o tema, a abordagem metodológica, as técnicas para a 
coleta, análise e interpretação dos dados da pesquisa, com vistas à produção de 
conhecimento adquirido ao longo do curso. Para Leite (2009, p.10): 
 
Metodologia Científica não é um conteúdo a ser decorado pelo 
acadêmico, para ser verificado num dia de prova; trata-se de 
fornecer aos acadêmicos um instrumental indispensável para 
que sejam capazes de atingir os objetivos da Academia, que 
são o estudo e a pesquisa em qualquer área do conhecimento. 
 
Diante disso, a Pesquisa e Linguagem Científica é uma ciência que dita 
algumas regras, pois, é nesse sentido que a disciplina de Metodologia Científica é 
eminentemente prática e deve estimular o acadêmico para que esse busque 
motivações para encontrar respostas às suas dúvidas. 
25 
 
 
Dentro dessa concepção, percebe-se que esta disciplina é essencial para o 
desenvolvimento de um trabalho científico, pois é nesta que os acadêmicos 
precisam saber realmente o que é e como se faz trabalhos, artigos e projetos, onde 
o papel do professor neste momento é o de orientar, ensinar, trabalhar de forma 
clara e objetiva com seu aluno, tendo uma linguagem que pode mudar a conduta do 
estudante frente as etapas que irão surgir. 
Assim, diante do exposto, a preparação, a redação e a apresentação de 
trabalhos científicos envolvem um grande número de questões de natureza técnica e 
estética, dentre as quais, pode-se destacar a disciplina, a criatividade na seleção da 
bibliografia, a leitura de forma organizada, a ousadia e o rigor na abordagem do 
assunto, além da obediência a certas normas de redação e apresentação do texto 
final. A Metodologia Científica irá abordar as principais regras da produção científica 
para alunos dos cursos de graduação, fornecendo uma melhor compreensão sobre 
a sua natureza e objetivos, podendo auxiliar para melhorar a produtividade dos 
alunos e a qualidade das suas produções. 
No mundo contemporâneo competitivo, de produção em larga escala e de 
amplitude produtiva global, torna-se necessário criar mecanismos internacionais 
normativos que subsidiarão serviços e produtos a atingirem a máxima utilização e 
qualidade. Para isso, existem padrões internacionais bem conhecidos, tais como os 
padrões ISO 9000. Esses padrões internacionais possuem como objetivo principal o 
1 Brainstorming ou “tempestade ideias” é uma técnica ligada a área de 
Administração de Pessoas e que faz menção ao fomento expressivo de várias ideias 
sobre determinado tema até que se encontre uma variável comum. 3 Intercâmbio e a 
cooperação mundial,de modo que a qualidade seja condição para a execução de 
todas as atividades organizacionais. 
No campo informacional da produção científica não é diferente, pois já sendo 
um campo com um discurso instaurado, com suas próprias normas que o justificam 
e o identificam, torna-se necessário, dentro de um contexto mundial de otimização e 
compartilhamento de informações via web, que haja mecanismos de padronização 
inerentes à produção científica. 
No Brasil, o órgão responsável e competente para normalizar é a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, fundada em 1940, a partir de uma demanda 
26 
 
 
levantada pela Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, em 1937. Nessa 
época, os ensaios com materiais de concreto (para medir a resistência) eram 
realizados em dois laboratórios tidos como referências em termos de qualidade: o 
Instituto Nacional de Tecnologia (INT – localizado no Rio de Janeiro) e o Instituto de 
Pesquisas Tecnológicas (IPT, localizado em São Paulo). Os laboratórios, apesar de 
respeitados e rigorosos em suas avaliações, utilizavam procedimentos diferentes 
para testar materiais de concreto, o que gerava uma enorme confusão: um ensaio 
realizado e aprovado em um laboratório poderia não ser aprovado no outro (e vice-
versa), devido à diferença de metodologia de testes entre eles. 
A partir dessa necessidade, começaram os estudos para determinar uma 
padronização única para essa demanda. Com o tempo, surgiram necessidades de 
padronização em todos os setores, e a ABNT participou dessa história de criação e 
regulamentação de forma muito atuante: foi uma das entidades fundadoras da 
International Organization for Standardization – ISO, entidade que determina as 
normas internacionais, fundada em 1947, com sede em Genebra (Suíça). Além 
disso, participou da criação de várias entidades e comitês importantes. 
A Norma é um documento que fornece diretrizes, regras para atividades, com 
o objetivo de ordenar com qualidade determinada informação. Cada país tem suas 
próprias regras para normalização, que ao serem levadas para a ISO influencia a 
norma mundial. Como já foi mencionado, no caso do Brasil, o encaminhamento é 
feito através da ABNT. 
No âmbito da produção de documentos também é exigida a normalização. 
Existem normas para isso que devem ser seguidas, pois no caso de um trabalho 
acadêmico, por exemplo, não pode deixar de ser observada a apresentação gráfica. 
No momento da apresentação do trabalho realizado além dos aspectos relativos ao 
conteúdo, o aspecto visual e de padronização dos dados também são itens de suma 
importância e, certamente, serão avaliados. 
Atualmente a produção acadêmica tem aumentado consideravelmente, sendo 
exigido na maioria dos cursos a elaboração de TCC (Trabalho de Conclusão de 
Curso), além da elaboração constante de tantos outros trabalhos como relatórios, 
projetos e artigos. O estímulo à produção de artigos é constante nas mais diversas 
áreas do conhecimento, muitas vezes carentes de materiais bibliográficos. Nesse 
27 
 
 
contexto, a qualidade de trabalhos elaborados pela comunidade acadêmica recebe o 
suporte dado pelas normas a sua elaboração. Elas existem para facilitar o trabalho 
realizado tanto por acadêmicos quanto por pesquisadores, e devem ser seguidas 
para que obtenham maior credibilidade, pois auxiliam na diminuição da possibilidade 
de erros. 
A presença de tantas regras, detalhes, indicações rígidas para digitação e 
formatação do texto, que parecem cercear a liberdade do aluno em pensar e 
escrever sem nenhuma exigência metodológica, faz com que o estudo de 
Metodologia Científica nas universidades raramente seja bem aceito pelos alunos. A 
metodologia, porém, objetiva bem mais do que levar o aluno a elaborar projetos, a 
desenvolver um trabalho monográfico ou um artigo científico como requisito final e 
conclusivo de um curso acadêmico. 
Na verdade, ela almeja levar o aluno a comunicar-se de forma correta, 
inteligível, demonstrando um pensamento estruturado, plausível e convincente, 
através de regras que facilitam e estimulam à prática da leitura, da análise e 
interpretação de textos e consequentemente a formação de juízo de valor, crítica ou 
apreciação com argumentação plausível e coerente. 
 
Considerações finais 
 
Assim, pretendemos ter cumprido o desafio de apresentar os principais 
pressupostos da Metodologia Científica e a sua importância para um melhor 
desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos no Brasil. 
A iniciação científica é um dever da instituição e não deve representar uma 
atividade eventual ou esporádica. A atividade de pesquisa universitária, 
especialmente a pesquisa básica, sempre exigiu um conjunto de condições que 
estão fora do alcance da realidade da maior parte dos estabelecimentos de ensino 
superior privados no Brasil. No setor público, a pesquisa universitária só 
institucionalizou-se a partir do final da década de sessenta, em função da 
implementação da reforma de 1968. As várias propostas demandavam mudanças 
estruturais para o ensino superior brasileiro, objetivando modernizar e democratizar 
o sistema. 
28 
 
 
As regras e passos metodológicos que são ensinados na universidade visam, 
portanto, a inserção do estudante no mundo acadêmico-científico desenvolvendo 
nele hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o gosto pela leitura e o 
espírito crítico maduro e responsável. A disciplina de Metodologia Científica ajuda os 
alunos na experiência de sentirem-se cidadãos, livres e responsáveis e os auxilia a 
administrar suas emoções, a exercitar o bom senso e a enfrentar desafios na 
conquista de suas metas. 
Fica evidente a necessidade de se repensar na inserção da disciplina de 
Metodologia Científica na matriz curricular do ensino médio, uma vez que promovida 
a sua integração com as demais disciplinas, viabilizaria o que deveria ser o objetivo 
de todas as instituições de ensino: estimular a construção criativa de conhecimento 
pelo aluno. Lima (2004) deixa bem clara essa ideia ao declarar que a pedagogia de 
ensino fundada na reprodução indefinida de conhecimentos acumulados, que 
prevalece no ensino fundamental e médio, frequentemente não capacita técnica, 
conceptual, teórica e metodologicamente jovens universitários para construir um 
pensamento crítico e reflexivo mais elaborado. 
 
Texto completo disponível em: 
 
http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/17807_10482.pdf. 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR: 
 
VÍDEO: O Método Científico e os Tipos de Pesquisa: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ey9bTshV308. 
___________________________________________________________________ 
 
 
 
Referências 
 
PRODANOV, Cleber Cristiano. FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho 
científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. Novo 
Hamburgo - Rio Grande do Sul - Brasil 2013.

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