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Fundação Presidente Antônio Carlos – FUPAC Faculdade Presidente Antônio Carlos DIREITO EMPRESARIAL Professor: Hugo Martins Quintão Períodos: 5º A e 5º B UNIDADE III – INSTITUTOS COMPLEMENTARES DA ATIVIDADE EMPRESÁRIA I – ÓRGÃOS DE REGISTRO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS E NÃO EMPRESÁRIAS. Dispõe o Código Civil sobre o registro das sociedades: Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. Ainda segundo o Código Civil, existe um obrigação legal ao empresário de registrar sua atividade no Registro Público de Empresas mercantis para iniciar sua atividade. Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Embora seja uma obrigação a inscrição do empresário no órgão competente, isto não significa que se ele não se registrar devidamente não será caracterizado como tal. O Enunciado 199 do CJF, aprovado na III Jornada de Direito Civil, “a inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização”. Portanto, enquadrando-se a pessoa ou sociedade dentro do conceito do art. 966 do Código Civil, será caracterizado como empresário, mesmo não que não tenha se registrado. Trata-se de empresário irregular ou de fato que, por exemplo, não poderá requerer recuperação judicial em razão da falta do registro. (art.48 da Lei nº 11.101/2005) O Código Civil, nos arts 1150 a 1154 dispõe sobre o registro da atividade empresarial, contudo, é a Lei nº 8.934/ 1994 que disciplina efetivamente sobre o registro do empresário, conforme dispõe seu artigo 1º. Art. 1º O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, observado o disposto nesta Lei, será exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais, estaduais e distrital, com as seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento. Em seu artigo 3º a Lei nº 8.934/94 dispõe sobre a organização do Registro Público de Empresas mercantis: Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 I - o Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, órgão central do Sinrem, com as seguintes funções: (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) a) supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, na área técnica; e (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) b) supletiva, na área administrativa; e (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de registro Sobre o DREI dispõe a mesma lei: Art. 4º O Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (Drei) da Secretaria de Governo Digital da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia tem por finalidade: (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da execução dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e demais normas relacionadas com o registro de empresas mercantis, baixando instruções para esse fim; IV - prestar orientação às Juntas Comerciais, com vistas à solução de consultas e à observância das normas legais e regulamentares do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; V - exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades administrativas contra abusos e infrações das respectivas normas, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao cumprimento dessas normas; VI - estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de firmas mercantis individuais e sociedades mercantis de qualquer natureza; VII promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a suprir ou corrigir as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; VIII - prestar colaboração técnica e financeira às juntas comerciais para a melhoria dos serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14 IX - organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas mercantis em funcionamento no País, com a cooperação das juntas comerciais; X - instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos pelo Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, inclusive os pedidos de autorização para nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no País, por sociedade estrangeira, sem prejuízo da competência de outros órgãos federais; XI - promover e elaborar estudos e publicações e realizar reuniões sobre temas pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) Parágrafo único. O cadastro nacional a que se refere o inciso IX do caput deste artigo será mantido com as informações originárias do cadastro estadual de empresas, vedados a exigência de preenchimento de formulário pelo empresário ou o fornecimento de novos dados ou informações, bem como a cobrança de preço pela inclusão das informações no cadastro nacional. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) A respeito das juntas comerciais, sobre sua organização e competência, a Lei 8.934/94 dispões: Art. 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva. Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se, administrativamente, ao governo do respectivo ente federativo e, tecnicamente, ao Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) Parágrafo único. A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao DNRC. (Revogado pela Medida Provisória nº 861, de 2018) Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) Art. 7º As juntas comerciais poderão desconcentrar os seus serviços, mediante convênios com órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservadaa competência das atuais delegacias. Art. 8º Às Juntas Comerciais incumbe: I - executar os serviços previstos no art. 32 desta lei; II - elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Mpv/mpv861.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6 III - processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais; IV - elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais; V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; VI - o assentamento dos usos e práticas mercantis. Art. 9º A estrutura básica das juntas comerciais será integrada pelos seguintes órgãos: I - a Presidência, como órgão diretivo e representativo; II - o Plenário, como órgão deliberativo superior; III - as Turmas, como órgãos deliberativos inferiores; IV - a Secretaria-Geral, como órgão administrativo; V - a Procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica. § 1º As juntas comerciais poderão ter uma assessoria técnica, com a competência de preparar e relatar os documentos a serem submetidos à sua deliberação, cujos membros deverão ser bacharéis em Direito, Economistas, Contadores ou Administradores. § 2º As juntas comerciais, por seu plenário, poderão resolver pela criação de delegacias, órgãos locais do registro do comércio, nos termos da legislação estadual respectiva. Art. 32. O registro compreende: I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais; II - O arquivamento: a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976; c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; d) das declarações de microempresa; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404.htm e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis; III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. § 1º Os atos, os documentos e as declarações que contenham informações meramente cadastrais serão levados automaticamente a registro se puderem ser obtidos de outras bases de dados disponíveis em órgãos públicos. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) § 2º Ato do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração definirá os atos, os documentos e as declarações que contenham informações meramente cadastrais. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) Art. 33. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações. § 1º (Vetado). § 2º (Vetado). Art. 34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade. Segundo o art. 36 da Lei 8.934/1994, “os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder”. O Código Civil possui dispositivo normativo de igual teor. Trata-se do art. 1.151, §§ 1.º e 2.º. Dispõe ainda o § 3.º do artigo em comento que “as pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e danos, em caso de omissão ou demora”. É importante, pois, que uma alteração do contrato social, por exemplo, seja levada a registro na Junta Comercial dentro de 30 (trinta) contados da sua efetiva realização, uma vez que, se isso não for feito, a referida alteração http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-8934-1994.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-8934-1994.pdf contratual só será considerada eficaz perante terceiros após o deferimento do registro. Caso, porém, o registro seja feito dentro do prazo legal, a alteração contratual, quando deferida, considerar-se-á produzindo efeitos desde a data em que foi decidida pelos sócios. Em resumo: se o ato é levado a registro dentro do prazo legal de trinta dias, o registro opera efeitos ex tunc, retroagindo à data da sua efetiva realização. Em contrapartida, se o ato é levado a registro fora do prazo legal de trinta dias, produz efeitos ex nunc, ou seja, só se torna eficaz a partir do seu deferimento. (Ramos, André Luiz Santa Cruz Direito empresarial / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 7. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017). 2 – NOME EMPRESARIAL. Arts 1.555 a 1168 do C.C Nome empresarial é o nome que o empresário pessoa natural ou a sociedade empresária utiliza para exercer a sua atividade. Segundo o artigo 1.155 do Código Civil o nome empresarial será a firma ou a denominação. Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Obs: A Instrução Normativa do DREI º 122 de 20 de janeiro de 2022 instituiu o CNPJ como nome empresarial também. "Art. 18-A. O empresário individual, a sociedade empresária e a cooperativa podem optar por utilizar o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ como nome empresarial, seguido da partícula identificadora do tipo societário ou jurídico, quando exigida por lei. § 1º Para os fins da utilização do número do CNPJ como nome empresarial, deve ser levado em conta apenas o número raiz, ou seja, os oito primeiros dígitos do CNPJ. § 2º Quando existir legislação específica sobre a formação do nome empresarial de determinado segmento econômico, que seja incompatível com as disposições do caput deste artigo, não será possível o uso do número do CNPJ como nome empresarial. § 3º Não poderá ser utilizado o CNPJ como nome empresarial para as empresas públicas, sociedades de economia mista, consórcios, grupos de sociedade e empresas simples de crédito." (NR) ➢ O NOME EMPRESARIAL X TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME FANTASIA) X MARCA Não se confunde o nome empresarial com a marca do produto ou título do estabelecimento (nome fantasia). Enquanto o nome empresarial identifica o sujeito que exerce a atividade empresarial, a marca identifica o produto e o título do estabelecimento o ponto empresarial (o estabelecimento empresarial). Exemplo hipotético: Pedro Franco e Renata Braga Produtos Alimentícios Ltda. É um nome empresarial, está identificando uma sociedade. O ramo de atividade dessa sociedadeé uma sorveteria. Agora, não dá para colocar esse nome na placa da loja. Vamos dar um apelido para este estabelecimento, então. Vamos chamar de “Beijo Gelado”. Isso é típico de título de estabelecimento. Você, depois de tomar um sorvete, compra um panetone com sorvete para levar para casa. O Panegel é a marca daquele panetone com sorvete produzido por aquela sorveteria. Então, nome empresarial identificou a sociedade. Beijo gelado é o título de estabelecimento e Panegel é a marca que foi dada para aquele Panetone com sorvete ➢ COMPOSIÇÃO INSTRUÇÃO NORMATIVA 81 DO DREI Art. 18. O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da novidade e identificará, quando assim exigir a lei, o tipo jurídico adotado. § 1º O nome empresarial compreende a firma e a denominação. § 2º A firma é composta pelo nome civil, de forma completa ou abreviada. § 3º A denominação é formada com quaisquer palavras da língua nacional ou estrangeira. § 3º A denominação é formada por quaisquer palavras da língua nacional ou estrangeira, sendo facultada a indicação do objeto." (NR) - Firma: Formada com o nome pessoal do empresário. A responsabilidade é sempre ilimitada. Lembre-se que o comerciante individual não pode usar nome fantasia, somente o próprio nome acrescido ou não de palavra identificadora da profissão ( ex.: J. Martins Relojoeiro ). - Firma ou Razão Social: Em se tratando de uma sociedade de responsabilidade ilimitada, assumida subsidiariamente a firma é o patronímico (nome ou prenome - parte dele ) de um ou mais sócios, acrescido ou não de "e companhia " no caso de sociedades. Havendo mais de um sócio pode ser usado "e & Cia", mas, como regra geral, o nome que está explícito e é de sócio que responde ilimitadamente pelas obrigações da PJ. Ex: o Pedro Taques e André Barros ou P. Taques e A. Barros ou o Pedro Taques e Companhia.(& Cia.) Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo. - Denominação. Essa espécie serve tanto as sociedades empresárias como às sociedades simples e, até, às associações e fundações. Sua diferença das outras está em que sua constituição não se baseia em nomes civis, mas sim por palavras da língua nacional ou estrangeira, facultada a indicação do objeto, conforme dispôs o artigo 35 III da Lei 8.934/94, a Instrução normativa do DREI nº 81 e a Medida Provisória 1.085/21. Permite a inclusão de nome de um ou mais sócios, ou até de alguém que não seja membro da sociedade, mas somente a título de homenagem. Ex: Fiação São José S.A., Indústrias Reunidas Brasil Limitada, Frigorífico Carne fresca Comandita por Ações. Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação integrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “companhia”, por extenso ou abreviadamente, facultada a designação do objeto social. (Redação dada Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021) Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação aditada da expressão “comandita por ações”, facultada a designação do objeto social. (Redação dada Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Mpv/mpv1085.htm#art14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Mpv/mpv1085.htm#art14 ➢ PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL. A Lei 8.934/94, que é a Lei de Registros Públicos de Empresas Mercantis, no seu art. 33, diz o seguinte: Art. 33. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do registro do empresário ou da sociedade empresária na Junta Comercial. O Código Civil dispõe: Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial. Obs: o nome empresarial a proteção, a princípio, é estadual, local onde foi registrada a atividade empresária, podendo ter proteção em todo território brasileiro, se houver solicitado à junta comercial de cada estado o registro de seu nome. A proteção da marca é feita perante o INPI e é de âmbito federal. Já o título de estabelecimento não tem proteção, é apenas tratado com um crime de concorrência desleal pela Lei de Propriedade Industrial ➢ VEDAÇÃO À ALIENAÇÃO O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. ➢ SÓCIO FALECIDO, EXCLUSO OU RETIRANTE Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. ➢ PRINCÍPIOS RELACIONADOS AO NOME EMPRESARIAL. a) Princípio da NOVIDADE – art. 1.163, do Código Civil Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro Não poderão coexistir, na mesma unidade federativa, dois nomes empresariais idênticos ou semelhantes, prevalecendo aquele já protegido pelo prévio arquivamento. Quem tem o registro prévio é que pode proteger o nome. O que se quer aqui é a proteção ao consumidor. O consumidor não pode ser induzido a erro. b) Princípio da VERACIDADE ou da AUTENTICIDADE Impõe que a firma individual ou a firma social seja composta a partir do nome do empresário ou dos sócios respectivamente. O nome empresarial tem que ser atual. Daí a regra do art. 1.165: Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social. A sociedade tem que mudar sua razão social em razão da morte ou da saída do sócio porque o nome empresarial tem que corresponder à realidade. Por isso é melhor usar “e companhia”, não precisa ficar o tempo todo alterando, caso haja modificação. Veracidade significa ter que corresponder com a realidade. Você não consegue fazer o registro de uma padaria com o nome “Drogal” porque esse nome está associado com uma drogaria, farmácia. Isso gera confusão no consumidor, no cliente. Então, tem que corresponder com a realidade dos fatos, tem que ser algo atual. 3- DOS PREPOSTOS. . Preposto é aquele que, em nome de outrem (preponente), dirige ou se ocupa de seus negócios. É uma espécie de representante. Preponente, no entanto, é aquele que outorga poderes ao prepostopara que esse o represente. O preposto pode ser: a) dependente/subordinado – é empregado do preponente, como gerentes e vendedores; b) independente/não subordinado – não é empregado, pode ser profissionais liberais ou não, cujo vínculo ocorre por contratos específicos, como é o caso dos corretores. O preposto não pode nomear substitutos para o seu lugar sem autorização escrita do preponente, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do seu substituto (CC, art. 1.169). Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação. Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação. ➢ DO GERENTE Gerente é o preposto que exerce um cargo de confiança na atividade do empresário, sendo fundamental no desenvolvimento da atividade empresarial. Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência. Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados. Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes. Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa que tratou com o gerente. Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a modificação ou revogação do mandato ser arquivada e averbada no Registro Público de Empresas Mercantis. Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique em seu próprio nome, mas à conta daquele. Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do preponente, pelas obrigações resultantes do exercício da sua função. ➢ DO CONTABILISTA A palavra “contabilista” significa especialista em contabilidade, ou seja, o encarregado pela escrituração dos livros empresariais. Pode ser o técnico contábil ou o contador bacharel. Na verdade, o contabilista é um auxiliar do empresário, mas o exercício dessa atividade pode ocorrer como empregado (geralmente nas grandes empresas) ou não (quando mantém contrato de prestação de serviços). (Teixeira, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e prática / Tarcisio Teixeira. – 7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018). • RESPONSABILIDADE DO CONTADOR: Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má- fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito. Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. 4 – DA ESCRITURAÇÃO – DOS LIVROS OBRIGATÓRIOS DO EMPRESÁRIO. A Doutrina aponta que, atualmente, o único livro obrigatório comum a todo e qualquer empresário é o DIÁRIO, que pode ser substituído por fichas no caso de ser adotada escrituração mecanizada ou eletrônica – art 1.180 CC. Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. O pequeno empresário (MEI), assim como o produtor rural ( art 1. 179 §2º) possuem um trata mento diferenciado. Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 1 o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. § 2 o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. Embora a lei fale apenas em livros, os instrumentos de escrituração são: a) livros; b) conjunto de fichas ou folhas soltas; c) conjunto de folhas contínuas; d) microfichas extraídas a partir de microfilmagem por computador. A escrituração do empresário é tarefa que a lei incumbe a profissional específico: o contabilista, o qual deve ser legalmente habilitado, ou seja, estar devidamente inscrito no seu órgão regulamentador da profissão (art. 1.182 do Código Civil). O referido dispositivo legal, todavia, ressalva os casos em que não exista contabilista habilitado na localidade, quando a tarefa de escrituração do empresário poderá ser exercida por outro profissional ou mesmo pelo próprio empresário. Ramos, André Luiz Santa Cruz Direito empresarial / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 7. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017). Livros que o empresário precisa ter em razão de exigência de legislação fiscal, trabalhista ou previdenciária, não são considerados livros empresariais. Dependendo da atividade, outros livros empresariais podem ser exigidos do empresário em razão da sua atividade, como é o caso, por exemplo, do livro de Registro de duplicatas, exigido dos empresários que trabalharem com a emissão de duplicatas mercantis. É o caso, também, das sociedades anônimas, que são obrigadas, pela Lei 6.404/1976, a escriturar uma série de livros específicos, como o livro de Registro de atas da assembleia, o livro de Registro de transferência de ações nominativas, entre outros (v. art. 100 da lei). Os empresários podem ter livros que o auxilie na sua atividade, chamados de livros facultativos, como o livro caixa, livro razão etc.. • O SIGILO DOS LIVROS EMPRESARIAIS Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência. § 1 o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão. Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalizaçãodo pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais. Caso seja necessário, pode-se pedir em juízo a exibição dos livros empresariais que poderão fazer prova contra ou a favor do empresário. • Eficácia probante dos livros empresariais. Como os livros empresariais podem ser exibidos em juízo, é necessário que ele fique na posse e guarda do empresário, conforme dispõe o artigo 1.194 do CC Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. Já o Código de Processo Civil nos artigos 418 e 419 dispõem sobre a força probante dos livros empresariais contra e a favor do empresário. Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários.
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