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UNIDADE III - INSTITUTOS COMPLEMENTARES DA ATIVIDADE EMPRESÁRIA - MATERIAL DE APOIO

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Fundação Presidente Antônio Carlos – FUPAC 
 Faculdade Presidente Antônio Carlos 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
 
Professor: Hugo Martins Quintão 
 
Períodos: 5º A e 5º B 
 
 
UNIDADE III – INSTITUTOS COMPLEMENTARES DA ATIVIDADE 
EMPRESÁRIA 
 
I – ÓRGÃOS DE REGISTRO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS E NÃO 
EMPRESÁRIAS. 
 
Dispõe o Código Civil sobre o registro das sociedades: 
 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de 
Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a 
sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. 
 
Ainda segundo o Código Civil, existe um obrigação legal ao empresário de 
registrar sua atividade no Registro Público de Empresas mercantis para iniciar 
sua atividade. 
 
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis 
da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
 
Embora seja uma obrigação a inscrição do empresário no órgão 
competente, isto não significa que se ele não se registrar devidamente 
não será caracterizado como tal. 
 
O Enunciado 199 do CJF, aprovado na III Jornada de Direito Civil, “a inscrição do 
empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, 
e não da sua caracterização”. 
 
Portanto, enquadrando-se a pessoa ou sociedade dentro do conceito 
do art. 966 do Código Civil, será caracterizado como empresário, 
mesmo não que não tenha se registrado. 
 
Trata-se de empresário irregular ou de fato que, por exemplo, não 
poderá requerer recuperação judicial em razão da falta do registro. 
(art.48 da Lei nº 11.101/2005) 
 
O Código Civil, nos arts 1150 a 1154 dispõe sobre o registro da 
atividade empresarial, contudo, é a Lei nº 8.934/ 1994 que disciplina 
efetivamente sobre o registro do empresário, conforme dispõe seu 
artigo 1º. 
Art. 1º O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, observado o 
disposto nesta Lei, será exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos 
federais, estaduais e distrital, com as seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 
13.833,de 2019) 
 I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das 
empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; 
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter 
atualizadas as informações pertinentes; 
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu 
cancelamento. 
 
Em seu artigo 3º a Lei nº 8.934/94 dispõe sobre a organização do 
Registro Público de Empresas mercantis: 
 
Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão 
exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, 
pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes 
órgãos: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
I - o Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, órgão central do 
Sinrem, com as seguintes funções: (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) 
a) supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, na área técnica; e (Redação 
dada pela Lei nº 13.833,de 2019) 
b) supletiva, na área administrativa; e (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) 
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora 
dos serviços de registro 
Sobre o DREI dispõe a mesma lei: 
Art. 4º O Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (Drei) da 
Secretaria de Governo Digital da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo 
Digital do Ministério da Economia tem por finalidade: (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 
2019) 
I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da execução dos 
serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro 
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e demais 
normas relacionadas com o registro de empresas mercantis, baixando instruções para esse 
fim; 
IV - prestar orientação às Juntas Comerciais, com vistas à solução de consultas e à 
observância das normas legais e regulamentares do Registro Público de Empresas Mercantis 
e Atividades Afins; 
V - exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades 
administrativas contra abusos e infrações das respectivas normas, e requerendo tudo o que 
se afigurar necessário ao cumprimento dessas normas; 
VI - estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de firmas mercantis 
individuais e sociedades mercantis de qualquer natureza; 
VII promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a suprir ou corrigir 
as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins; 
VIII - prestar colaboração técnica e financeira às juntas comerciais para a melhoria dos 
serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14
IX - organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas mercantis em 
funcionamento no País, com a cooperação das juntas comerciais; 
X - instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos pelo 
Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, inclusive os pedidos de 
autorização para nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento 
no País, por sociedade estrangeira, sem prejuízo da competência de outros órgãos federais; 
XI - promover e elaborar estudos e publicações e realizar reuniões sobre temas 
pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. (Redação 
dada pela Lei nº 13.833,de 2019) 
Parágrafo único. O cadastro nacional a que se refere o inciso IX do caput deste artigo 
será mantido com as informações originárias do cadastro estadual de empresas, vedados a 
exigência de preenchimento de formulário pelo empresário ou o fornecimento de novos 
dados ou informações, bem como a cobrança de preço pela inclusão das informações no 
cadastro nacional. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
 
A respeito das juntas comerciais, sobre sua organização e competência, a 
Lei 8.934/94 dispões: 
Art. 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e 
jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva. 
Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se, administrativamente, ao governo do 
respectivo ente federativo e, tecnicamente, ao Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 
2019) 
Parágrafo único. A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e 
tecnicamente ao DNRC. (Revogado pela Medida Provisória nº 861, de 2018) 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019) 
Art. 7º As juntas comerciais poderão desconcentrar os seus serviços, mediante convênios 
com órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, preservadaa competência das 
atuais delegacias. 
Art. 8º Às Juntas Comerciais incumbe: 
I - executar os serviços previstos no art. 32 desta lei; 
II - elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Mpv/mpv861.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13833.htm#art6
III - processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes 
comerciais; 
IV - elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as 
resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, 
regulamentares e regimentais; 
V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro 
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
VI - o assentamento dos usos e práticas mercantis. 
Art. 9º A estrutura básica das juntas comerciais será integrada pelos seguintes órgãos: 
I - a Presidência, como órgão diretivo e representativo; 
II - o Plenário, como órgão deliberativo superior; 
III - as Turmas, como órgãos deliberativos inferiores; 
IV - a Secretaria-Geral, como órgão administrativo; 
V - a Procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica. 
§ 1º As juntas comerciais poderão ter uma assessoria técnica, com a competência de 
preparar e relatar os documentos a serem submetidos à sua deliberação, cujos membros 
deverão ser bacharéis em Direito, Economistas, Contadores ou Administradores. 
§ 2º As juntas comerciais, por seu plenário, poderão resolver pela criação de delegacias, 
órgãos locais do registro do comércio, nos termos da legislação estadual respectiva. 
Art. 32. O registro compreende: 
I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes 
comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais; 
II - O arquivamento: 
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas 
mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; 
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 
de dezembro de 1976; 
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no 
Brasil; 
d) das declarações de microempresa; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404.htm
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro 
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao 
empresário e às empresas mercantis; 
III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas 
e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. 
§ 1º Os atos, os documentos e as declarações que contenham informações meramente 
cadastrais serão levados automaticamente a registro se puderem ser obtidos de outras bases 
de dados disponíveis em órgãos públicos. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 2º Ato do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração definirá os 
atos, os documentos e as declarações que contenham informações meramente 
cadastrais. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
Art. 33. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos 
atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações. 
§ 1º (Vetado). 
§ 2º (Vetado). 
Art. 34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade. 
 
 
 
 
Segundo o art. 36 da Lei 8.934/1994, “os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão 
ser apresentados a arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua 
assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o 
arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder”. O Código Civil possui 
dispositivo normativo de igual teor. Trata-se do art. 1.151, §§ 1.º e 2.º. Dispõe ainda o § 3.º 
do artigo em comento que “as pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por 
perdas e danos, em caso de omissão ou demora”. É importante, pois, que uma alteração do 
contrato social, por exemplo, seja levada a registro na Junta Comercial dentro de 30 (trinta) 
contados da sua efetiva realização, uma vez que, se isso não for feito, a referida alteração 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-8934-1994.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-8934-1994.pdf
contratual só será considerada eficaz perante terceiros após o deferimento do registro. Caso, 
porém, o registro seja feito dentro do prazo legal, a alteração contratual, quando deferida, 
considerar-se-á produzindo efeitos desde a data em que foi decidida pelos sócios. Em resumo: 
se o ato é levado a registro dentro do prazo legal de trinta dias, o registro opera efeitos ex 
tunc, retroagindo à data da sua efetiva realização. Em contrapartida, se o ato é levado a 
registro fora do prazo legal de trinta dias, produz efeitos ex nunc, ou seja, só se torna eficaz a 
partir do seu deferimento. (Ramos, André Luiz Santa Cruz Direito empresarial / André Luiz 
Santa Cruz Ramos. – 7. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017). 
 
 
2 – NOME EMPRESARIAL. Arts 1.555 a 1168 do C.C 
 
Nome empresarial é o nome que o empresário pessoa natural ou a 
sociedade empresária utiliza para exercer a sua atividade. Segundo o 
artigo 1.155 do Código Civil o nome empresarial será a firma ou a 
denominação. 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de 
conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. 
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a 
denominação das sociedades simples, associações e fundações. 
Obs: A Instrução Normativa do DREI º 122 de 20 de janeiro de 2022 instituiu o 
CNPJ como nome empresarial também. 
"Art. 18-A. O empresário individual, a sociedade empresária e a cooperativa 
podem optar por utilizar o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ 
como nome empresarial, seguido da partícula identificadora do tipo societário ou jurídico, 
quando exigida por lei. 
§ 1º Para os fins da utilização do número do CNPJ como nome empresarial, deve 
ser levado em conta apenas o número raiz, ou seja, os oito primeiros dígitos do CNPJ. 
§ 2º Quando existir legislação específica sobre a formação do nome empresarial 
de determinado segmento econômico, que seja incompatível com as disposições do caput 
deste artigo, não será possível o uso do número do CNPJ como nome empresarial. 
§ 3º Não poderá ser utilizado o CNPJ como nome empresarial para as empresas 
públicas, sociedades de economia mista, consórcios, grupos de sociedade e empresas simples 
de crédito." (NR) 
 
➢ O NOME EMPRESARIAL X TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME 
FANTASIA) X MARCA 
Não se confunde o nome empresarial com a marca do produto ou título do 
estabelecimento (nome fantasia). Enquanto o nome empresarial identifica o 
sujeito que exerce a atividade empresarial, a marca identifica o produto e o título 
do estabelecimento o ponto empresarial (o estabelecimento empresarial). 
Exemplo hipotético: 
 Pedro Franco e Renata Braga Produtos Alimentícios Ltda. É um nome 
empresarial, está identificando uma sociedade. O ramo de atividade dessa 
sociedadeé uma sorveteria. Agora, não dá para colocar esse nome na placa da 
loja. Vamos dar um apelido para este estabelecimento, então. Vamos chamar de 
“Beijo Gelado”. Isso é típico de título de estabelecimento. Você, depois de tomar 
um sorvete, compra um panetone com sorvete para levar para casa. O Panegel 
é a marca daquele panetone com sorvete produzido por aquela sorveteria. 
Então, nome empresarial identificou a sociedade. Beijo gelado é o título de 
estabelecimento e Panegel é a marca que foi dada para aquele Panetone com 
sorvete 
➢ COMPOSIÇÃO 
INSTRUÇÃO NORMATIVA 81 DO DREI 
Art. 18. O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da novidade e 
identificará, quando assim exigir a lei, o tipo jurídico adotado. 
§ 1º O nome empresarial compreende a firma e a denominação. 
§ 2º A firma é composta pelo nome civil, de forma completa ou abreviada. 
§ 3º A denominação é formada com quaisquer palavras da língua nacional ou estrangeira. 
§ 3º A denominação é formada por quaisquer palavras da língua nacional ou estrangeira, 
sendo facultada a indicação do objeto." (NR) 
- Firma: Formada com o nome pessoal do empresário. A responsabilidade é 
sempre ilimitada. Lembre-se que o comerciante individual não pode usar nome 
fantasia, somente o próprio nome acrescido ou não de palavra identificadora da 
profissão ( ex.: J. Martins Relojoeiro ). 
- Firma ou Razão Social: Em se tratando de uma sociedade de 
responsabilidade ilimitada, assumida subsidiariamente a firma é o patronímico 
(nome ou prenome - parte dele ) de um ou mais sócios, acrescido ou não de "e 
companhia " no caso de sociedades. Havendo mais de um sócio pode ser usado 
"e & Cia", mas, como regra geral, o nome que está explícito e é de sócio que 
responde ilimitadamente pelas obrigações da PJ. 
Ex: o Pedro Taques e André Barros ou P. Taques e A. Barros ou o
 Pedro Taques e Companhia.(& Cia.) 
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou 
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de 
atividade. 
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob 
firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao 
nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. 
Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações 
contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade 
de que trata este artigo. 
 
- Denominação. 
Essa espécie serve tanto as sociedades empresárias como às sociedades 
simples e, até, às associações e fundações. 
Sua diferença das outras está em que sua constituição não se baseia em 
nomes civis, mas sim por palavras da língua nacional ou estrangeira, facultada a 
indicação do objeto, conforme dispôs o artigo 35 III da Lei 8.934/94, a Instrução 
normativa do DREI nº 81 e a Medida Provisória 1.085/21. 
 Permite a inclusão de nome de um ou mais sócios, ou até de alguém que 
não seja membro da sociedade, mas somente a título de homenagem. 
Ex: Fiação São José S.A., Indústrias Reunidas Brasil Limitada, Frigorífico Carne 
fresca Comandita por Ações. 
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação integrada pelas expressões “sociedade 
anônima” ou “companhia”, por extenso ou abreviadamente, facultada a designação do objeto 
social. (Redação dada Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021) 
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que 
haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. 
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, 
adotar denominação aditada da expressão “comandita por ações”, facultada a designação do objeto 
social. (Redação dada Pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Mpv/mpv1085.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Mpv/mpv1085.htm#art14
➢ PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL. 
A Lei 8.934/94, que é a Lei de Registros Públicos de Empresas Mercantis, no seu 
art. 33, diz o seguinte: 
Art. 33. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos 
constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações. 
A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do registro do 
empresário ou da sociedade empresária na Junta Comercial. 
O Código Civil dispõe: 
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as 
respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites 
do respectivo Estado. 
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se 
registrado na forma da lei especial. 
Obs: o nome empresarial a proteção, a princípio, é estadual, local onde foi 
registrada a atividade empresária, podendo ter proteção em todo território 
brasileiro, se houver solicitado à junta comercial de cada estado o registro de 
seu nome. 
A proteção da marca é feita perante o INPI e é de âmbito federal. Já o título 
de estabelecimento não tem proteção, é apenas tratado com um crime de 
concorrência desleal pela Lei de Propriedade Industrial 
 
➢ VEDAÇÃO À ALIENAÇÃO 
O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o 
permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação 
de sucessor. 
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o 
nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. 
 
➢ SÓCIO FALECIDO, EXCLUSO OU RETIRANTE 
 
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser 
conservado na firma social 
O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser 
conservado na firma social. 
Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do 
nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. 
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome 
empresarial feita com violação da lei ou do contrato. 
 
➢ PRINCÍPIOS RELACIONADOS AO NOME EMPRESARIAL. 
 
a) Princípio da NOVIDADE – art. 1.163, do Código Civil 
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo 
registro 
 Não poderão coexistir, na mesma unidade federativa, dois nomes 
empresariais idênticos ou semelhantes, prevalecendo aquele já protegido pelo 
prévio arquivamento. 
 Quem tem o registro prévio é que pode proteger o nome. O que se quer 
aqui é a proteção ao consumidor. O consumidor não pode ser induzido a erro. 
b) Princípio da VERACIDADE ou da AUTENTICIDADE 
Impõe que a firma individual ou a firma social seja composta a partir do nome 
do empresário ou dos sócios respectivamente. 
 O nome empresarial tem que ser atual. Daí a regra do art. 1.165: 
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na 
firma social. 
A sociedade tem que mudar sua razão social em razão da morte ou da saída do 
sócio porque o nome empresarial tem que corresponder à realidade. Por isso é 
melhor usar “e companhia”, não precisa ficar o tempo todo alterando, caso haja 
modificação. 
Veracidade significa ter que corresponder com a realidade. Você não consegue 
fazer o registro de uma padaria com o nome “Drogal” porque esse nome está 
associado com uma drogaria, farmácia. Isso gera confusão no consumidor, no 
cliente. Então, tem que corresponder com a realidade dos fatos, tem que ser 
algo atual. 
 
3- DOS PREPOSTOS. . 
Preposto é aquele que, em nome de outrem (preponente), dirige ou se ocupa de 
seus negócios. É uma espécie de representante. 
Preponente, no entanto, é aquele que outorga poderes ao prepostopara que 
esse o represente. 
O preposto pode ser: 
a) dependente/subordinado – é empregado do preponente, como gerentes e 
vendedores; 
b) independente/não subordinado – não é empregado, pode ser profissionais 
liberais ou não, cujo vínculo ocorre por contratos específicos, como é o caso dos 
corretores. 
O preposto não pode nomear substitutos para o seu lugar sem autorização 
escrita do preponente, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do seu 
substituto (CC, art. 1.169). 
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no 
desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e 
pelas obrigações por ele contraídas. 
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por conta própria 
ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de operação do mesmo gênero da que 
lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo 
preponente os lucros da operação. 
Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, 
encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja 
prazo para reclamação. 
 
➢ DO GERENTE 
Gerente é o preposto que exerce um cargo de confiança na atividade do 
empresário, sendo fundamental no desenvolvimento da atividade empresarial. 
Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da empresa, na 
sede desta, ou em sucursal, filial ou agência. 
Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado 
a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados. 
Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os poderes 
conferidos a dois ou mais gerentes. 
Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a 
terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro Público de 
Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa que tratou com o 
gerente. 
Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a modificação ou 
revogação do mandato ser arquivada e averbada no Registro Público de Empresas 
Mercantis. 
Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique em seu 
próprio nome, mas à conta daquele. 
Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do preponente, pelas obrigações 
resultantes do exercício da sua função. 
 
➢ DO CONTABILISTA 
A palavra “contabilista” significa especialista em contabilidade, ou seja, o 
encarregado pela escrituração dos livros empresariais. Pode ser o técnico 
contábil ou o contador bacharel. Na verdade, o contabilista é um auxiliar do 
empresário, mas o exercício dessa atividade pode ocorrer como empregado 
(geralmente nas grandes empresas) ou não (quando mantém contrato de 
prestação de serviços). (Teixeira, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: 
doutrina, jurisprudência e prática / Tarcisio Teixeira. – 7. ed. – São Paulo: Saraiva 
Educação, 2018). 
• RESPONSABILIDADE DO CONTADOR: 
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos 
prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má-
fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 
Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente 
responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, 
solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, 
praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não 
autorizados por escrito. 
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, somente 
obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode 
ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. 
 
4 – DA ESCRITURAÇÃO – DOS LIVROS OBRIGATÓRIOS DO EMPRESÁRIO. 
A Doutrina aponta que, atualmente, o único livro obrigatório comum a todo e 
qualquer empresário é o DIÁRIO, que pode ser substituído por fichas no caso de 
ser adotada escrituração mecanizada ou eletrônica – art 1.180 CC. 
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser 
substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. 
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o 
lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. 
O pequeno empresário (MEI), assim como o produtor rural ( art 1. 179 §2º) 
possuem um trata mento diferenciado. 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de 
contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico. 
§ 1 o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos 
interessados. 
§ 2 o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o 
art. 970. 
 
Embora a lei fale apenas em livros, os instrumentos de escrituração são: a) livros; b) conjunto 
de fichas ou folhas soltas; c) conjunto de folhas contínuas; d) microfichas extraídas a partir de 
microfilmagem por computador. A escrituração do empresário é tarefa que a lei incumbe a 
profissional específico: o contabilista, o qual deve ser legalmente habilitado, ou seja, estar 
devidamente inscrito no seu órgão regulamentador da profissão (art. 1.182 do Código Civil). 
O referido dispositivo legal, todavia, ressalva os casos em que não exista contabilista 
habilitado na localidade, quando a tarefa de escrituração do empresário poderá ser exercida 
por outro profissional ou mesmo pelo próprio empresário. Ramos, André Luiz Santa Cruz 
Direito empresarial / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 7. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017). 
 
Livros que o empresário precisa ter em razão de exigência de legislação fiscal, 
trabalhista ou previdenciária, não são considerados livros empresariais. 
Dependendo da atividade, outros livros empresariais podem ser exigidos do 
empresário em razão da sua atividade, como é o caso, por exemplo, do livro de 
Registro de duplicatas, exigido dos empresários que trabalharem com a emissão 
de duplicatas mercantis. 
É o caso, também, das sociedades anônimas, que são obrigadas, pela Lei 
6.404/1976, a escriturar uma série de livros específicos, como o livro de Registro 
de atas da assembleia, o livro de Registro de transferência de ações nominativas, 
entre outros (v. art. 100 da lei). 
Os empresários podem ter livros que o auxilie na sua atividade, chamados de 
livros facultativos, como o livro caixa, livro razão etc.. 
 
 
• O SIGILO DOS LIVROS EMPRESARIAIS 
 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, 
sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a 
sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas 
em lei. 
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração 
quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, 
administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência. 
§ 1 o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento 
ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados 
na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas 
por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão. 
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte 
ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalizaçãodo 
pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais. 
Caso seja necessário, pode-se pedir em juízo a exibição dos livros empresariais 
que poderão fazer prova contra ou a favor do empresário. 
 
 
 
 
 
• Eficácia probante dos livros empresariais. 
Como os livros empresariais podem ser exibidos em juízo, é necessário que ele 
fique na posse e guarda do empresário, conforme dispõe o artigo 1.194 do CC 
 
Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda 
toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto 
não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. 
 
Já o Código de Processo Civil nos artigos 418 e 419 dispõem sobre a força 
probante dos livros empresariais contra e a favor do empresário. 
 
 Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, 
todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não 
correspondem à verdade dos fatos. 
 Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a 
favor de seu autor no litígio entre empresários.

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