Buscar

Transtornos Alimentares

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

restritivas 18x 
moderadas 5x 
• são caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à 
alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete 
significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial. 
• Os distúrbios incluem: 
o Anorexia nervosa 
o Distúrbio de ingestão alimentar evitativa/restritiva 
o Transtorno da compulsão alimentar periódica 
o Bulimia nervosa 
o Pica 
o Distúrbio de ruminação 
• Grande desafio - pouca adesão terapêutica, tendem a cronificar e apresentam alta mortalidade. 
• Mortalidade de 5% ao ano. 
• Predomina no sexo feminino. 
• Complicações metabólicas, comorbidades psiquiátricas e isolamento social estão presentes na maioria dos 
casos. 
• HF de depressão, obesidade e alcoolismo aumenta risco de desenvolver. 
• Fatores genéticos também são importantes - gêmeos monozigóticos 50%, dizigóticos 10%. 
CLASSIFICAÇÃO 
• Entidades nosológicas: Transtorno de compulsão alimentar, Anorexia nervosa (NA) e Bulimia Nervosa (BN) 
o Anorexia nervosa (NA) e Bulimia Nervosa (BN): preocupação excessiva com o peso e a forma corporal 
+ métodos inapropriados pra atingir esse peso/ forma ideal. 
FATORES PREDISPONENTES 
• Etiopatogenia: fatores biológicos, psicológicos e culturais (valorização da magreza). 
• Famílias disfuncionais, superproteção, rigidez excessiva (AN), falta de afeto e cuidados (BN). 
• Sexo feminino e hereditariedade. 
• Traços de personalidades obsessivas, rígidas, perfeccionistas, dificuldade para expressar sentimentos (AN), 
impulsividade, instabilidade afetiva (BN), baixa autoestima. 
• Mudanças na disponibilidade e significado dos alimentos, conceito de beleza, supervalorização da magreza, 
evidência na definição muscular. Magreza ou corpo definido = sucesso, autocontrole, competência e 
atratividade sexual. 
• Experiências adversas: bulying, violência sexual 
FATORES PRECIPITANTES 
• Dietas para perder peso 
 
 
 
• Eventos estressores - perdas, separações, doenças, gravidez (insegurança e insatisfação) 
FATORES MANTENEDORES 
• Alterações neuroendócrinas em decorrência da privação alimentar. 
• Distorção da imagem corporal. 
• Insatisfação permanente com o corpo. 
• Distorções cognitivas. 
• Práticas purgativas. 
• Alterações psicológicas. 
• Fatores socioculturais 
EPIDEMIOLOGIA 
• Aumento da prevalência nos últimos anos. 
• Grau significativo de morbimortalidade. 
• EUA e Europa até 2000 0,5-1%, 2002 3,7%. 
• Crianças, adolescentes e homens. 
• Estudo MG 2004, 7-19 anos 13,3% possíveis TAs. 
• Estudo Recife 2004, 14 anos 17,4% com sintomas de TA, prevalência maior no sexo feminino e sem 
predileção por classe. Estudo Recife 2010 12-16 anos 33,1% apresentavam sintomas de TA 
Anorexia Nervosa 
• Anorexia - ausência de apetite. 
• A anorexia nervosa tem três características essenciais: restrição persistente da ingesta calórica; medo 
intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso; e 
perturbação na percepção do próprio peso ou da própria forma. 
• Pacientes não apresentam perda do apetite até estágios mais avançados da doença. 
o Recusa alimentar deliberada com intuito de emagrecer ou medo de engordar. 
• Características: recusa em manter o peso mínimo normal, medo exagerado de ganhar peso, distorção da 
própria imagem, amenorreia (3 ciclos). 
• Depressão, irritabilidade, dificuldade de concentração, ansiedade, perfeccionismo. 
o Desenvolvimento de rituais alimentares esquisitos. Comportamento sexual deficiente. 
• Emagrecimento - alterações neuroendócrinas - amenorreia e hipoatividade tireoidiana. Queda da frequência 
respiratória, queda na PA, unhas e cabelos quebradiços e queda, pele ressecada, mais sensibilidade ao 
frio. Hipoglicemias, tonturas, desmaios, distúrbios metabólicos, anemia, insuficiência cardíaca, arritmias, 
coma, morte. 
• Crianças e adolescentes sofrem prejuízo no crescimento e desenvolvimento. 
• Lesões decorrentes de prática excessiva de exercícios. 
• Mais comum em mulheres (10:1) com idade média de início aos 18 anos. 
 
• Quando gravemente abaixo do peso, indivíduos com anorexia nervosa apresentam sinais e sintomas 
depressivos, como humor deprimido, isolamento social, irritabilidade, insônia e diminuição da libido. 
• Características obsessivo-compulsivas, relacionadas ou não à alimentação, são com frequência 
proeminentes. A maioria dos indivíduos com anorexia nervosa é centrada na preocupação com os 
alimentos. Alguns colecionam receitas e estocam comida. Quando indivíduos com anorexia nervosa exibem 
obsessões e compulsões não relacionadas a alimentos, forma corporal ou peso, um diagnóstico adicional 
de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) pode ser justificável. 
• Outros aspectos por vezes associados à anorexia nervosa incluem angústia de alimentar-se publicamente, 
sentimentos de fracasso, forte desejo por controlar o próprio ambiente, pensamentos inflexíveis, 
espontaneidade social limitada e expressão emocional excessivamente contida. 
• Comparados a indivíduos com anorexia nervosa do tipo restritiva, os que têm anorexia nervosa do tipo 
compulsão alimentar purgativa apresentam taxas maiores de impulsividade e tendem a abusar mais de 
álcool e outras drogas. 
• Indivíduos com anorexia nervosa podem fazer uso indevido de medicamentos, como, por exemplo, 
manipular a dosagem para conseguir perder peso ou evitar ganhá-lo 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente 
baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Peso significativamente 
baixo é definido como um peso inferior ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, 
menor do que o minimamente esperado. 
B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de 
peso, mesmo estando com peso significativamente baixo. 
C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso 
ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo 
peso corporal atual. 
Determinar o subtipo: (F50.01) 
• Tipo restritivo: Durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de 
compulsão alimentar ou comportamento purgativo (i.e., vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, 
diuréticos ou enemas). Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja conseguida 
essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício excessivo. (F50.02) 
• Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três meses, o indivíduo se envolveu em episódios 
recorrentes de compulsão alimentar purgativa (i.e., vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, 
diuréticos ou enemas). 
Especificar a gravidade atual: 
• O nível de gravidade pode ser aumentado de maneira a refletir sintomas clínicos, o grau de incapacidade 
funcional e a necessidade de supervisão. 
o Leve: IMC ≥ 17 kg/m2 
o Moderada: IMC 16-16,99 kg/m2 
o Grave: IMC 15-15,99 kg/m2 
o Extrema: IMC < 15 kg/m2 
 
DESENVOLVIMENTO E CURSO 
• A anorexia nervosa começa geralmente durante a adolescência ou na idade adulta jovem. Raramente se 
inicia antes da puberdade ou depois dos 40 anos. 
• O início desse transtorno costuma estar associado a um evento de vida estressante, como deixar a casa 
dos pais para ingressar na universidade. 
• A maioria dos indivíduos com anorexia nervosa sofre remissão dentro de cinco anos depois da manifestação 
inicial do transtorno. 
TRATAMENTO 
• Em vista das complicadas implicações psicológicas e médicas da anorexia nervosa, é recomendado um 
plano de tratamento abrangente, incluindo hospitalização, quando necessário, e terapia individual e familiar. 
A primeira preocupação no tratamento de anorexia nervosa é recuperar o estado nutricionaldas pacientes. 
• Desidratação, inanição e desiquilíbrio eletrolítico podem comprometer gravemente a saúde e, em alguns 
casos, levar à morte. 
• A decisão de hospitalizar uma paciente está baseada em sua condição médica e na quantidade de estrutura 
necessária para assegurar sua cooperação. 
• Pacientes com anorexia nervosa que estejam 20% abaixo do peso esperado para sua altura são 
recomendadas para programas com internação hospitalar. 
• Pacientes com peso 30% abaixo do esperado requerem hospitalização psiquiátrica por 2 a 6 meses. 
• Os programas com internação psiquiátrica para pacientes com anorexia nervosa geralmente usam uma 
combinação de uma abordagem de manejo comportamental, psicoterapia individual, educação e terapia 
familiar e, em alguns casos, medicamentos psicotrópicos. 
• Psicoterapia: terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia dinâmica e/ou terapia familiar. 
• Farmacoterapia: Olanzapina (tem mais evidência). 
o Alguns relatos apoiam o uso de ciproeptadina, uma droga com propriedades anti-histamínicas e 
antisserotonérgicas, para pacientes com o tipo restritivo de anorexia nervosa. Também foi reportado 
algum benefício com amitriptilina. 
o Outros medicamentos que foram experimentados por pacientes com anorexia nervosa com resultados 
variáveis incluem clomipramina, pimozida e clorpromazina. 
Bulimia Nervosa 
• Características fundamentais: episódios recorrentes de comer compulsivamente, sentimento de falta de 
controle durante o episódio e comportamento compensatório inadequado visando evitar o aumento de peso. 
o 1x/semana por 3 meses. 
o Tipo purgativo e não purgativo. 
• Existem três aspectos essenciais na bulimia nervosa: episódios recorrentes de compulsão alimentar 
(Critério A), comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes para impedir o ganho de 
peso (Critério B) e autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais 
(Critério D). 
 
• A compulsão alimentar parece ser caracterizada mais por uma anormalidade na quantidade de alimento 
consumida do que por uma fissura por um nutriente específico. Entretanto, durante episódios de compulsão 
alimentar, os indivíduos tendem a consumir alimentos que evitariam em outras circunstâncias. 
• Indivíduos com bulimia nervosa em geral sentem vergonha de seus problemas alimentares e tentam 
esconder os sintomas. 
• A compulsão alimentar normalmente ocorre em segredo ou da maneira mais discreta possível. Com 
frequência continua até que o indivíduo esteja desconfortável ou até mesmo dolorosamente cheio. 
• O antecedente mais comum da compulsão alimentar é o afeto negativo. Outros gatilhos incluem fatores de 
estresse interpessoais; restrições dietéticas; sentimentos negativos relacionados ao peso corporal, à forma 
do corpo e a alimentos; e tédio. 
• Muitos indivíduos com bulimia nervosa empregam vários métodos para compensar a compulsão alimentar. 
o Vomitar é o comportamento compensatório inapropriado mais comum. 
o Os efeitos imediatos dos vômitos incluem alívio do desconforto físico e redução do medo de ganhar 
peso. 
o Em alguns casos, vomitar torna-se um objetivo em si, e o indivíduo comerá excessiva e 
compulsivamente a fim de vomitar, ou vomitará depois de ingerir uma pequena quantidade de alimento. 
Indivíduos com bulimia nervosa podem usar uma variedade de métodos para induzir o vômito, incluindo 
o uso dos dedos ou instrumentos para estimular o reflexo do vômito 
• Indivíduos com o transtorno, ainda, podem jejuar por um dia ou mais ou se exercitar excessivamente na 
tentativa de impedir o ganho de peso. 
• Eles podem lembrar muito os portadores de anorexia nervosa pelo medo de ganhar peso, pelo desejo de 
perder peso e pelo nível de insatisfação com o próprio corpo. Entretanto, um diagnóstico de bulimia nervosa 
não deve ser dado quando a perturbação só ocorrer durante episódios de anorexia nervosa. 
• Indivíduos com bulimia nervosa estão geralmente dentro da faixa normal de peso ou com sobrepeso (IMC 
> 18,5 kg/m2 e < 30 em adultos). 
• Irregularidade menstrual ou amenorreia ocorrem com frequência em mulheres com bulimia nervosa. 
• Episódios de compulsão associadas à estresse, estados emocionais disfóricos e outras situações negativas. 
• Baixa autoestima, insegurança, perda e rejeição. 
• Comorbidades psiquiátricas: T. Personalidade, ansiedade, T. Humor, uso de substâncias, sintomas 
obsessivos compulsivos. 
• Obesidade. 
• Distúrbios metabólicos, hidroeletrolíticos, morte. 
• Principais complicações do comportamento purgativo: distúrbios hidroeletrolíticos, lesões 
gástricas e esofágicas, lesões na cavidade bucal e nos dentes, sinal de Russel. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos 
seguintes aspectos: 
1. Ingestão, em um período de tempo determinado (p. ex., dentro de cada período de duas horas), de uma 
quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo 
período sob circunstâncias semelhantes. 
 
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p. ex., sentimento de não conseguir 
parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo). 
B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como 
vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício 
em excesso. 
C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo 
uma vez por semana durante três meses. 
D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais. 
E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. 
Especificar se: 
• Em remissão parcial: Depois de todos os critérios para bulimia nervosa terem sido previamente preenchidos, 
alguns, mas não todos os critérios, foram preenchidos por um período de tempo sustentado. 
• Em remissão completa: Depois de todos os critérios para bulimia nervosa terem sido previamente 
preenchidos, nenhum dos critérios foi preenchido por um período de tempo sustentado. 
Especificar a gravidade atual: 
• O nível mínimo de gravidade baseia-se na frequência dos comportamentos compensatórios inapropriados 
• O nível de gravidade pode ser elevado de maneira a refletir outros sintomas e o grau de incapacidade 
funcional. 
o Leve: Média de 1 a 3 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. 
o Moderada: Média de 4 a 7 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. 
o Grave: Média de 8 a 13 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana. 
o Extrema: Média de 14 ou mais comportamentos compensatórios inapropriados por semana. 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
• Restaurar o estado nutricional, corrigir distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos. 
• Muitas vezes o paciente não será colaborativo. 
• Apoio dos familiares, amigos e equipe multidisciplinar (psiquiatra, psicólogo, nutricionista, educador físico, 
odontólogo, etc). 
• Tratamento ambulatorial: bom suporte, peso estável, metabolicamente estável, boa adesão ao tratamento. 
• Hospitalização: peso 75% do mínimo considerado normal, perda ponderal rápida, correção de comorbidades 
clínicas na AN. Na BN o internamento é necessário quando existe uma perda de peso acentuada, 
comprometimento de EG, distúrbios metabólicos, hidroeletrolíticos. 
• Fármacos e psicoterapia (TCC). 
• Em alguns casos – quando a compulsão alimentar está fora de controle, o tratamento ambulatorial não 
funciona ou a paciente exibe sintomas adicionais, como suicidalidade e abuso de substância –, a 
hospitalização pode se fazer necessária. 
• Farmacoterapia: ISRS, tricíclicos (Clomipramina) e topiramato. 
o Em geral, a maioria dos antidepressivos tem sido efetiva nas dosagens habitualmente dadas no 
tratamento de transtornos depressivos. 
o Entretanto,as dosagens de fluoxetina efetivas para diminuição de compulsão periódica podem ser 
maiores (60 mg/dia) que aquelas usadas para transtornos depressivos. 
 
o Carbamazepina e lítio não têm mostrado resultados expressivos no tratamento da compulsão periódica, 
mas têm sido usados no tratamento da bulimia nervosa com transtornos comórbidos do humor, como 
transtorno bipolar. 
PROGNÓSTICO E EVOLUÇÃO 
• Evolução variável (um episódio x recorrência e cronicidade). 
• Mortalidade de 6,6% em 10 anos e 18% em 30 anos. 
• Sem tratamento a mortalidade da AN é de 20%. Após tratamento adequado 60% se recuperam. Mesmo 
com tratamento 20% apresenta melhora parcial, e 20% não conseguem se recuperar. 
• A BN tem prognóstico melhor que a AN. Insight mais presente. Reincidência em situações de alto estresse. 
Transtorno de Compulsão Alimentar 
• A característica essencial do transtorno de compulsão alimentar são episódios recorrentes de compulsão 
alimentar que devem ocorrer, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses (Critério D) 
Episódios de compulsão alimentar = Ingestão de uma quantidade de alimento maior do que a maioria das 
pessoas consumiria + Sensação de falta de controle. 
• Um indicador da perda de controle é a incapacidade de evitar comer ou de parar de comer depois de 
começar. 
• O prejuízo no controle associado à compulsão alimentar pode não ser absoluto; por exemplo, um indivíduo 
pode continuar a comer compulsivamente enquanto o telefone está tocando, mas vai parar se um conhecido 
ou o cônjuge entrar no recinto. 
• Indivíduos com transtorno de compulsão alimentar geralmente sentem vergonha de seus problemas 
alimentares e tentam ocultar os sintomas. 
• Comer compulsivamente até sentir-se desconfortavelmente saciado, comer compulsivamente na 
ausência de fome, comer sozinho e sentir-se triste e culpado após os episódios, ao menos 1x/ 
semana por 3 meses. 
• A compulsão alimentar ocorre em segredo ou o mais discretamente possível. 
• O antecedente mais comum da compulsão alimentar é o afeto negativo. Outros gatilhos incluem estressores 
interpessoais; restrições dietéticas; sentimentos negativos relacionados ao peso corporal, à forma do corpo 
e ao alimento; e tédio. 
• O transtorno de compulsão alimentar ocorre em indivíduos de peso normal ou com sobrepeso e obesos 
• Episódios de compulsão alimentar recorrente sem comportamento compensatório inadequado. 
• É o transtorno alimentar (TA) mais comum 
o 25% dos pacientes que procuram cuidados médicos para obesidade e 50-75% para obesidade grave. 
o Mais comum em mulheres. 
• Comorbidades psiquiátricas são comuns e obesidade (50%). 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado pelos 
seguintes aspectos: 
1. Ingestão, em um período determinado (p. ex., dentro de cada período de duas horas), de uma 
quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo 
período sob circunstâncias semelhantes. 
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p. ex., sentimento de não conseguir 
parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo). 
B. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1. Comer mais rapidamente do que o normal. 
2. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio. 
3. Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome. 
4. Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo. 
5. Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida. 
C. Sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar. 
D. Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três 
meses. 
E. A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório 
inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou 
anorexia nervosa. 
Especificar se: 
• Em remissão parcial: Depois de terem sido previamente satisfeitos os critérios plenos do transtorno de 
compulsão alimentar, a hiperfagia ocorre a uma frequência média inferior a um episódio por semana por um 
período de tempo sustentado. 
• Em remissão completa: Depois de terem sido previamente satisfeitos os critérios plenos do transtorno de 
compulsão alimentar, nenhum dos critérios é mais satisfeito por um período de tempo sustentado. 
Especificar a gravidade atual: 
• O nível mínimo de gravidade baseia-se na frequência de episódios de compulsão alimentar (ver a seguir). 
• O nível de gravidade pode ser ampliado de maneira a refletir outros sintomas e o grau de incapacidade 
funcional. 
o Leve: 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana. 
o Moderada: 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por semana. 
o Grave: 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana. 
o Extrema: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana. 
DESENVOLVIMENTO E CURSO 
• Tanto a compulsão alimentar quanto a perda de controle da ingestão sem consumo objetivamente excessivo 
ocorrem em crianças e estão associadas a maior gordura corporal, ganho de peso e mais sintomas 
psicológicos. 
 
• A prática de fazer dieta segue o desenvolvimento de compulsão alimentar em muitos indivíduos com o 
transtorno. (Em contraste com a bulimia nervosa, na qual o hábito disfuncional de fazer dieta geralmente 
precede o início da compulsão alimentar.) 
• O transtorno começa, em geral, na adolescência ou na idade adulta jovem, mas pode ter início 
posteriormente, na idade adulta. 
• A mudança diagnóstica de transtorno de compulsão alimentar para outros transtornos alimentares é 
incomum. 
TRATAMENTO 
• Psicoterapia adaptada ao transtorno alimentar individual e/ou grupo. 
• Farmacoterapia: ISRS, Topiramato, Lisdexanfetamina, desipramina, imipramina e sibutramina). 
o Os medicamentos ISRSs que demonstraram melhora no humor e na compulsão alimentar incluem 
fluvoxamina, citalopram e sertralina. 
o A maioria, mas não todos os estudos, mostra que o medicamento adicionado à TCC é mais eficaz do 
que o medicamento isoladamente. 
o Também é importante fazer um tratamento de perda de peso comportamental.

Continue navegando