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Universidade Federal do Maranhão Saneamento Ambiental Pedro Jorge Castelo Lima Tecnologia de Saneamento Ecológico Constituído de um conjunto de diferentes tecnologias, o chamado Saneamento Ecológico tem como principal ideia proporcionar alternativas socioeconômicas para resolver problemas relacionados ao saneamento, possibilitando mitigar impactos ambientais, manejo adequado para recursos domésticos e até mesmo uma melhor integração sociedade-ambiente. Figura 1: Localização da Área de estudo. Fonte: Google Earth, 2020. Pontos Importantes: ● Área total de 1350 m2; ● Horta (alface, cheiro verde, cebolinha, couve) – que no momento está desativada, mas logo retomará as atividades; ● Mata nativa; ● Apesar de serem quatro membros, apenas um morador permanece constantemente na residência por conta de os outros passarem a maior parte do tempo em São Luís (MA); ● Média de lixo gerado por mês é aproximadamente 15 kg; ● Mais de 60% da área total ainda não está sendo utilizada de forma direta, abrindo margem para diferentes possibilidades de uso. Segundo os próprios moradores, painéis de energia solar, piscina, chalés e gazebos estão nos planos; ● Não possui recolhimento convencional de esgoto, mas possui fossa séptica e sumidouro; ● Não conta com recolhimento de lixo. Trata-se de um processo bioquímico no qual os microrganismos transformam os resíduos de matéria orgânica em um composto que libera gradativamente os nutrientes e minerais ao solo, melhorando suas características físico-químicas e biológicas, como estrutura, capacidade de reter o ar e a umidade e consequentemente, sua capacidade produtiva. A técnica moderna da compostagem acelera e intensifica o processo natural. Fungos, bactérias, minhocas, insetos e outros organismos possibilitam a reciclagem dos resíduos orgânicos (restos de alimentos, cascas de frutas, resíduos de podas de árvores e de jardins e até mesmo quantidades determinadas de esterco bovino ou suíno) em escala doméstica através de uma sequência simples de tarefas (CÂMARA MUNICIPAL DE ALCOBAÇA, 2014). ● como não há coleta regular de lixo, os gastos com disposição e destinação deste material são reduzidos, pois parte dos resíduos gerados serão utilizados na técnica; ● os possíveis impactos ambientais gerados a partir de um descarte irregular são mitigados; ● diminui a demanda sobre um possível aterro sanitário; ● como na residência já existe uma horta e como produtos da tecnologia tem-se um adubo de excelente qualidade, pode-se então fechar um ciclo onde praticamente não haverá perdas de matéria orgânica; ● os custos de implantação e manutenção da tecnologia são baixos; ● a tecnologia é de fácil manejo, móvel e requer uma fração muito pequena do terreno. Desta forma, ela não atrapalhará os planos para novos usos futuros da área total, podendo ser facilmente realocada. Vale ressaltar que o tipo de compostagem considerado mais adequado para a residência é aquela que ocorre por meio de micro-organismos que precisam de oxigênio em seu metabolismo (compostagem aeróbia), pois os odores emanados não são agressivos, a decomposição se dá de maneira mais rápida e é mais indicada para regiões de maiores temperaturas como o caso do município de Alcântara (a temperatura do processo pode chegar a 70°C). Estipula-se que uma boa razão carbono/nitrogênio (C/N) seja cerca de 25 a 30 partes de carbono para uma parte de Nitrogênio, ou 30:1. Assim, em uma pilha de compostagem, para manter a proporção C/N considerada ideal, estima-se ser necessário o uso de partes iguais de materiais castanhos e verdes, para início da compostagem, devendo-se acompanhar atentamente o processo. A fim de simplificar ainda mais, o modelo que se recomenda para a residência em questão é a construção de pequenas cubas (variando de acordo com a necessidade) feitas com madeira no estilo caixa de fruta com tampa. As dimensões são pequenas: 1m x 1m x 1m. A escolha da disposição do decompositor no terreno é muito importante. Deve ter um acesso fácil e protegido de ventos fortes. Uma ideia é colocá-lo relativamente perto da horta, próximo à vegetação local de forma que seja possível receber sol mesmo em tempos de chuva, e sombra no verão intenso. O resultado final da compostagem é um material normalmente escuro, com aspecto “fofo” e cheiro de terra mofada, que embora suje as mãos, pode ser removido com facilidade. Quando o composto estiver pronto deve ser retirado da pilha de compostagem, tomando-se o cuidado de separá-lo de outros materiais que ainda estejam em processo de decomposição, e deixá-lo em repouso por 2 a 4 semanas antes de aplicá-lo, especialmente em plantas sensíveis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARLENE, Maria Gomes et al. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA. Circular Técnica 76: Compostagem Caseira de Lixo Orgânico Doméstico. Bahia: 2005. 6 p. Disponível em: http://www.cnpmf.embrapa.br/publicacoes/circulares/circular_76.pdf. Acesso em: 15/11/2020. CÂMARA MUNICIPAL DE ALCOBAÇA. Manual de Compostagem Doméstica. 21p. Disponível em: http://www.cmalcobaca.pt/resources/f62c9662fef2c635944676ad147ab8fb/ManualCompostagem.p df. Acesso em: 12/11/2020. CARMO, Maria Inês de Souza. Manual da Prática da Compostagem Doméstica. Câmara Municipal de Paços de Ferreira. 11p. Disponível em: http://www.cm-pacosdeferreira.pt/NR/rdonlyres/637D234E-B24D-40B1-8846- 5F3685BDD802/16561/ManualdeCompostagem.pdf. Acesso em: 20/11/2020. LOUREIRO, Diego Campana et al. Compostagem e vermicompostagem de resíduos domiciliares com esterco bovino para a produção de insumo orgânico. Pesquisa agropecuária. Brasília, v.42, n.7, p.1043-1048, jul. 2007. MELO, Simara Lobo de. Análise do uso de compostagem doméstica em conjuntos habitacionais de interesse social na cidade de São Domingos – Bahia. Salvador, 2014. 99p. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2014. NOGUERA, J O C. Compostagem como Prática de Valorização dos Resíduos Alimentares com Foco Interdisciplinar na Educação ambiental. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental REGET-CT/UFSM (e-ISSN: 2236-1170) v(3), n. 3, p. 316 – 325, 2011. PEREIRA, Adolfo Plínio; GONÇALVES, Mônica Maria. Compostagem doméstica de resíduos alimentares. Pensamento Plural: Revista Científica do UNIFAE, São João da Boa Vista, v.5, n.2, 2011. RODRIGUES, Maria de Fátima. APASADO – Associação de Proteção Ambiental do Sado. Compostagem Doméstica: Guia Prático. 12p. Disponível em: http://www.geota.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/articleFile140.pdf. Acesso em: 12/11/2020. Obrigado!
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