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Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA
Guia do profi ssional em treinamento
Processamento de 
Resíduos Sólidos 
Orgânicos 
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Guia do profi ssional em treinamento
Processamento de 
Resíduos Sólidos 
Orgânicos 
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07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda1 107-RSU-PRSO.2 miolo para segunda1 1 18/2/2008 20:57:5418/2/2008 20:57:54
Promoção Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA
Realização Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - NUCASE
Instituições integrantes do Nucase Universidade Federal de Minas Gerais (líder) | Universidade Federal do Espírito Santo | 
Universidade Federal do Rio de Janeiro | Universidade Estadual de Campinas
Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia | Fundação Nacional de Saúde do Ministério 
da Saúde | Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades
Apoio organizacional Programa de Modernização do Setor Saneamento-PMSS
Patrocínio FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais
Comitê consultivo da ReCESA
 · Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva – ABCMAC 
 · Associação Brasileira de Engenharia Sanitária E Ambiental – ABES 
 · Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH 
 · Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – ABLP 
 · Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE 
 · Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE 
 · Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica – Concefet 
 · Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA 
 · Federação de Órgão para a Assistência Social e Educacional – FASE 
 · Federação Nacional dos Urbanitários – FNU
 · Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográfi cas – Fncbhs 
 · Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras 
– Forproex 
 · Fórum Nacional Lixo e Cidadania – L&C
 · Frente Nacional Pelo Saneamento Ambiental – FNSA 
 · Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM 
 · Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS
 · Programa Nacional de Conservação de Energia – Procel 
 · Rede Brasileira de Capacitação Em Recursos Hídricos – Cap-Net Brasil
Comitê gestor da ReCESA
 · Ministério das Cidades;
 · Ministério da Ciência e Tecnologia;
 · Ministério do Meio Ambiente
 · Ministério da Educação;
 · Ministério da Integração Nacional;
 · Ministério da Saúde;
 · Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico Social (BNDES);
 · Caixa Econômica Federal (CAIXA);
Parceiros do Nucase
 · Cedae/RJ - Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro
 · Cesan/ES - A Companhia Espírito Santense de Saneamento
 · Comlurb/RJ - Companhia Municipal de Limpeza Urbana
 · Copasa – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
 · DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo
 · DLU/Campinas - Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Campinas
 · Fundação Rio-Águas
 · Incaper/Es - O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
 · IPT/SP - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
 · PCJ - Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
 · SAAE/Itabira - Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Itabira – MG.
 · SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
 · SANASA/Campinas - Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.
 · SLU/PBH - Serviço de Limpeza Urbana da prefeitura de Belo Horizonte
 · Sudecap/PBH - Superintendência de desenvolvimento da capital da prefeitura de Belo Horizonte
 · UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto
 · UFSCar - Universidade Federal de São Carlos
 · UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda2 207-RSU-PRSO.2 miolo para segunda2 2 18/2/2008 20:58:0718/2/2008 20:58:07
Processamento de 
Resíduos Sólidos 
Orgânicos 
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Nível 2Guia do profi ssional em treinamento
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda3 307-RSU-PRSO.2 miolo para segunda3 3 18/2/2008 20:58:0718/2/2008 20:58:07
Conselho Editorial Temático
Liséte Celina Lange – UFMG
Álvaro Luiz Gonçalves Cantanhade - UFRJ
Eglé Novaes Teixeira - UNICAMP
Profi ssionais que participaram da elaboração deste guia
Professor Álvaro Luiz Gonçalves Cantanhade
Professora Liséte Celina Lange
Consultores Wesley Schettino de Lima (conteudista) | Izabel Chiodi Freitas (validadora)
Bolsistas Christiny Schuery Amaral | Isabela Oliveira Fazzi
Créditos
Composição Final 
Cátedra da Unesco - Juliane Correa | Maria José Batista Pinto 
Adeíse Lucas Pereira | Sara Shirley Belo Lança
Projeto Gráfi co e Diagramação 
Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi
Impressão 
Artes Gráfi cas Formato Ltda
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.
 R232 Resíduos sólidos : processamento de resíduos sólidos orgânicos : 
 guia do profi ssional em treinamento : nível 2 / Secretaria Nacional 
 de Saneamento Ambiental (org.). – Belo Horizonte : ReCESA, 2007.
 68 p.
 Nota: Realização do NUCASE – Núcleo Sudeste de Capacitação 
 e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental e coordenação de 
 Carlos Augusto de Lemos Chernicharo, Emília Wanda Rutkowski, 
 Isaac Volschan Junior e Sérvio Túlio Alves Cassini. 
 1. Resíduos sólidos urbanos. 2. Resíduos orgânicos – 
 processamento. 3. Composto orgânico. 4. Compostagem. 
 5. Saneamento urbano – planejamento e gestão. I. Brasil. Secretaria 
 Nacional de Saneamento Ambiental. II. Núcleo Sudeste de 
 Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental.
 
 CDD – 628.4
Catalogação da Fonte : Ricardo Miranda – CRB/6-1598
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda4 407-RSU-PRSO.2 miolo para segunda4 4 18/2/2008 20:58:0718/2/2008 20:58:07
Apresentação da ReCESA 
A criação do Ministério das Cidades no 
Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 
em 2003, permitiu que os imensos desafi os 
urbanos passassem a ser encarados como polí-
tica de Estado. Nesse contexto, a Secretaria 
Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) 
inaugurou um paradigma que inscreve o sane-
amento como política pública, com dimensão 
urbana e ambiental, promotora de desenvolvi-
mento e da redução das desigualdades sociais. 
Uma concepção de saneamento em que a técnica 
e a tecnologia são colocadas a favor da prestação 
de um serviço público e essencial.
A missão da SNSA ganhou maior relevância e 
efetividade com a agenda do saneamento para 
o quadriênio 2007-2010, haja vista a decisão 
do Governo Federal de destinar, dos recur-
sos reservados ao Programa de Aceleração do 
Crescimento – PAC, 40 bilhões de reais para 
investimentos em saneamento.
Nesse novo cenário, a SNSA conduz ações em 
capacitação como um dos instrumentos estra-
tégicos para a modifi cação de paradigmas, o 
alcance de melhorias de desempenho e da quali-
dade na prestação dos serviços e a integração 
de políticas setoriais. O projeto de estrutu-
ração da Rede de Capacitação e Extensão 
Tecnológica em Saneamento Ambiental 
– ReCESA constitui importante iniciativa 
nesta direção.
A ReCESA tem o propósito de reunir um conjunto 
de instituições e entidades com o objetivo de 
coordenar o desenvolvimento de propostas 
pedagógicas e de material didático, bem como 
promover ações de intercâmbio e de exten-
são tecnológica que levem em consideraçãoas 
peculiaridades regionais e as diferentes políticas, 
técnicas e tecnologias visando capacitar profi s-
sionais para a operação, manutenção e gestão 
dos sistemas de saneamento. Para a estruturação 
da ReCESA foram formados Núcleos Regionais e 
um Comitê Gestor, em nível nacional.
Por fi m, cabe destacar que este projeto ReCESA 
tem sido bastante desafi ador para todos nós. 
Um grupo, predominantemente formado por 
profi ssionais da engenharia, mas, que compre-
endeu a necessidade de agregar outros olhares 
e saberes, ainda que para isso tenha sido neces-
sário “contornar todos os meandros do rio, antes 
de chegar ao seu curso principal”.
Comitê gestor da ReCESA∙
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda5 507-RSU-PRSO.2 miolo para segunda5 5 18/2/2008 20:58:0818/2/2008 20:58:08
O Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão 
Tecnológica em Saneamento Ambiental – 
NUCASE tem por objetivo o desenvolvimento 
de atividades de capacitação de profi ssionais 
da área de saneamento, nos quatro estados da 
região sudeste do Brasil.
O NUCASE é coordenado pela Universidade 
Federal de Minas Gerais – UFMG, tendo como 
instituições co-executoras a Universidade 
Federal do Espírito Santo – UFES, a Universidade 
Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e a Universidade 
Estadual de Campinas – UNICAMP. Atendendo 
aos requisitos de abrangência temática e de 
capilaridade regional, as universidades que inte-
gram o NUCASE têm como parceiros, em seus 
estados, prestadores de serviços de saneamento 
e entidades específi cas do setor.
Coordenadores institucionais do Nucase
Nucase Os guias
A coletânea de materiais didáticos produ-
zidos pelo Nucase é composta de 42 guias 
que serão utilizados em ofi cinas de capacita-
ção para profi ssionais que atuam na área do 
saneamento. São seis guias que versam sobre 
o manejo de águas pluviais urbanas, doze 
relacionados aos sistemas de abastecimento 
de água, doze sobre sistemas de esgotamento 
sanitário, nove que contemplam os resíduos 
sólidos urbanos e três terão por objeto temas 
que perpassam todas as dimensões do sane-
amento, denominados temas transversais.
Dentre as diversas metas estabelecidas pelo 
NUCASE, merece destaque a produção dos 
Guias dos profi ssionais em treinamento, 
que servirão de apoio às ofi cinas de capa-
citação de operadores em saneamento que 
possuem grau de escolaridade variando do 
semi-alfabetizado ao terceiro grau. Os guias 
têm uma identidade visual e uma abordagem 
pedagógica que visa estabelecer um diálogo 
e a troca de conhecimentos entre os profi s-
sionais em treinamento e os instrutores. Para 
isso, foram tomados cuidados especiais com 
a forma de abordagem dos conteúdos, tipos 
de linguagem e recursos de interatividade.
Equipe da central de produção de material didático - CPMD
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda6 607-RSU-PRSO.2 miolo para segunda6 6 18/2/2008 20:58:0918/2/2008 20:58:09
A série de guias relacionada aos resíduos 
sólidos urbanos resultou do trabalho cole-
tivo que envolveu a participação de dezenas 
de profi ssionais. Os temas que compõem esta 
série foram defi nidos por meio de uma consulta 
aos serviços de limpeza urbana dos municípios, 
prefeituras, instituições de ensino e pesquisa 
e profi ssionais da área, com o objetivo de se 
defi nir os temas que a comunidade técnica 
e científi ca da região Sudeste considera, no 
momento, os mais relevantes para o desenvol-
vimento do projeto pelo Nucase.
Os temas abordados nesta série dedicada aos 
resíduos sólidos urbanos incluem: Gestão 
integrada de resíduos sólidos urbanos; 
Processamento de resíduos sólidos orgânicos; 
Saúde e segurança do trabalho aplicada ao 
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos; 
Gerenciamento de resíduos da construção 
civil; Gerenciamento dos resíduos de serviços 
de saúde e perigosos; Projeto, operação e 
monitoramento de aterros sanitários. 
Certamente há muitos outros temas importantes 
a serem abordados, mas considera-se que este 
é um primeiro e importante passo para que se 
tenha material didático, produzido no Brasil, 
destinado a profi ssionais da área de saneamento 
que raramente têm oportunidade de receber 
treinamento e atualização profi ssional.
Coordenadores da área temática de resíduos sólidos urbanos
Apresentação da 
área temática: 
Resíduos sólidos urbanos
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda7 707-RSU-PRSO.2 miolo para segunda7 7 18/2/2008 20:58:0918/2/2008 20:58:09
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda8 807-RSU-PRSO.2 miolo para segunda8 8 18/2/2008 20:58:1018/2/2008 20:58:10
Sumário
Introdução .................................................................................. 11
Resíduos sólidos orgânicos .........................................................15
 Geração de resíduos orgânicos ..........................................19
Compostagem ............................................................................25
 Tratamento e disposição fi nal de resíduos sólidos no Brasil .....27
 Fases da compostagem ......................................................29
 Usos e benefícios da compostagem ....................................35
Planejamento, operação e monitoramento de sistemas de 
compostagem ............................................................................41
 Primeira etapa: diagnóstico ................................................42
 Segunda etapa: requisitos legais ........................................44
 Terceira etapa: sistema de compostagem ...........................48
 Quarta etapa: implantação de sistema de leiras revolvidas .52
 Quinta etapa: solução de problemas operacionais 
 e controle de qualidade do composto orgânico gerado ......59
Reavaliando os conhecimentos ....................................................65
Referências Bibliográfi cas ...........................................................68
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Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 11
Introdução
Caro Profi ssional,
Você já analisou seu lixo hoje? Se não, pegue a sua 
lixeira e a examine com cuidado. Provavelmente 
você encontrará restos de alimentos, cascas de 
frutas e verduras, além de materiais poten-
cialmente recicláveis. Faça isso todos os dias e 
constatará, abismado, a quantidade de alimentos 
aproveitáveis que nós desperdiçamos e só nos 
damos conta disso quando alguma reportagem, 
a respeito do assunto, é passada na televisão e, 
assistimos chocados, milhares de pessoas se 
alimentando das sobras de nossas mesas.
Por outro lado, você deve estar se questio-
nando: e quanto aos alimentos que realmente 
não podem ser aproveitados? O que fazemos 
com eles? A realidade nos mostra que a maior 
parte desses resíduos vai parar em lixões ou 
aterros, causando problemas como: dimi-
nuição da vida útil de sistemas de disposição 
fi nal de resíduos, aumento da geração de 
chorume (lixiviado), entre outros. 
Assim, esse guia propõe a você uma refle-
xão sobre a importância do processo de 
compostagem na gestão e gerenciamen-
to dos resíduos orgânicos. Uma vez que 
os sistemas de compostagem sejam bem 
planejados, operados e monitorados, os 
ganhos podem ser percebidos na agricul-
tura, no saneamento básico como um todo, 
na área da saúde, etc. Por outro lado, esses 
mesmos sistemas podem trazer problemas 
quando mal gerenciados, por exemplo, um 
composto produzido em desacordo com os 
padrões para sua utilização na agricultura 
oferece riscos às culturas vegetais e ao 
próprio homem, pois ele pode ser tóxico 
devido a presença de metais pesados. E 
nós, profissionais, instrutores e monitores, 
somos responsáveis para que o problema 
descrito e outros não ocorram.
Dessa maneira, organizamos este guia divi-
dindo-o em três conceitos chave:
- Resíduos sólidos orgânicos;
- Compostagem;
- Planejamento, operação e monitoramento 
de sistemas decompostagem.
E esperamos com essa divisão orientar e facilitar 
nossas atividades e estudos.
Antes de seguirmos adiante, sugerimos que você 
faça a atividade a seguir demonstrando seus 
conhecimentos prévios sobre o tema abordado 
neste guia.
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12 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Atividade 1 - Avaliando os conhecimentos
Você, Profi ssional, sabe que no processo de compostagem existem 
vários problemas, assim nossa primeira tarefa, que será realiza-
da coletivamente, consiste em propor soluções para resolver os 
mesmos. 
Para tanto, enumeramos algumas pilhas de compostagem e listamos 
os seus respectivos problemas, conforme você pode ver a seguir. É 
para elas que você e seus colegas deverão propor soluções, além 
disso deverão citar as possíveis causas dos problemas observados. 
Após a resolução dos problemas, as respostas serão apresentadas, 
discutidas e guardadas para posterior reavaliação ao fi nal da ativi-
dade de capacitação.
- Propor soluções 
para alguns 
problemas obser-
vados no processo 
de compostagem.
OBJETIVO:
Pilha 1 Possíveis Causas
Possíveis Soluções
Presença de 
pragas;
O processo de 
decomposição 
está muito lento.
∙
∙
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Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 13
Pilha 2 Possíveis Causas
Possíveis Soluções
Maus odores.
OBS.: foi observado uma 
elevada produção de 
chorume proveniente 
dessa leira.
∙
Pilha 3 Possíveis Causas
Possíveis Soluções
Observou-se 
um atraso no 
crescimento dos 
microrganismos.
∙
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14 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Pilha 5 Possíveis Causas
Possíveis Soluções
Maus odores, 
decorrentes do 
acelerado consumo 
de oxigênio.
∙
Pilha 4 Possíveis Causas
Possíveis Soluções
O processo de 
compostagem 
cessou devido à 
morte dos 
microrganismos. 
∙
Agora que você e seus colegas demonstraram suas capacidades de resolver os 
problemas, vamos aprofundar um pouco mais sobre estas questões e dessa 
maneira, aprimorar ainda mais os nossos conhecimentos.
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Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 15
Resíduos Sólidos Orgânicos
A geração de resíduos sólidos é inerente ao ser humano, ou seja, 
desde muito tempo atrás a geração de resíduos sólidos nos acom-
panha. Porém, nos últimos anos, essa geração cresceu muito (um 
ser humano gera por volta de 0,5 kg de resíduo por dia) devido ao 
crescimento populacional, o consumismo desenfreado, as facilidades 
e novas tecnologias da vida moderna como: alimentos industriali-
zados, as embalagens variadas de produtos domésticos (sabão em 
pó, produtos de limpeza, etc), lâmpadas, pneus, telefones celulares, 
máquinas de lavar, computadores, etc.
Todos esses produtos, depois de consumidos, acabam virando resí-
duos sólidos, porém, nem tudo que vai parar no lixo é lixo realmente, 
ou seja, aquilo que não tem mais serventia ou valor para uns, pode 
ser usado por outros. Isso está bem retratado no fi lme “Ilhas das 
Flores” que discute a questão do desperdício de alimentos, os proble-
mas decorrentes dos resíduos sólidos, a geração de resíduos sólidos 
orgânicos, entre outros.
Assim, assista ao fi lme: “Ilha das Flores” de Jorge Furtado. Fique 
atento aos problemas causados pelos resíduos sólidos, pois mais 
adiante será realizada uma atividade com base no fi lme.
Como já comentado, o tema do fi lme aborda a questão socio-econô-
mica que envolve os resíduos sólidos, em especial os resíduos sólidos 
orgânicos. Mas o que vem a ser resíduo sólido orgânico? Quais suas 
características? 
- Discutir o 
conceito de resíduos 
orgânicos, suas 
características e os 
problemas gerados 
pelos mesmos
- Contextualizar 
a situação dos 
resíduos orgânicos 
no Brasil;
- Propor possíveis 
soluções aos 
problemas gerados 
pelos resíduos 
orgânicos.
OBJETIVOS:
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16 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Os resíduos orgânicos são a parcela de resíduos constituída por matéria orgânica putrescível, isto 
é, são resíduos facilmente degradáveis pela ação de microrganismos. Eles são: pó de café e chá, 
cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos 
estragados, ossos, aparas e podas de jardim, esterco animal, serragem, entre outros. 
Putrescível: passível de apodrecer; aquilo que apodrece.
Cascas de legumes e verdurasSerragem
Depois de conceituar os resíduos orgânicos, vamos fi xar esse conceito acompanhando a leitura 
do texto “Lixo” com a realização de um exercício em seguida. Perceba os diferentes tipos 
de resíduos mencionados durante a leitura, especialmente os resíduos sólidos orgânicos.
Lixo
Encontram-se na área de serviço. Cada um 
com seu pacote de lixo. É a primeira vez que 
se falam.
– Bom dia…
– Bom dia.
– A senhora é do 610.
– E o senhor é do 612.
– É.
– Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente…
– Pois é…
– Desculpe a indiscrição, mas tenho visto o 
seu lixo…
– O meu o quê?
– O seu lixo.
– Ah…
– Reparei que nunca é muito. Sua família deve 
ser pequena…
– Na verdade sou só eu.
– Mmmm. Notei também que o senhor usa 
muita comida em lata.
– É que eu tenho que fazer minha própria co-
mida. E como não sei cozinhar…
– Entendo.
– A senhora também…
Fonte - http://
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Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 17
– Me chame de você.
– Você também perdoe a minha indiscrição, 
mas tenho visto alguns restos de comida em 
seu lixo. Champignons, coisas assim…
– É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pra-
tos diferentes. Mas como moro sozinha, às 
vezes sobra…
– A senhora… você não tem família?
– Tenho, mas não aqui.
– No Espírito Santo.
– Como é que você sabe?
– Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito 
Santo.
– É. Mamãe escreve todas as semanas.
– Ela é professora?
– Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
– Pela letra no envelope. Achei que era letra de 
professora.
– O senhor não recebe muitas cartas. A julgar 
pelo seu lixo.
– Pois é…
– No outro dia tinha um envelope de telegrama 
amassado.
– É.
– Más notícias?
– Meu pai. Morreu.
– Sinto muito. 
– Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há 
tempos não nos víamos.
– Foi por isso que você recomeçou a fumar?
– Como é que você sabe?
– De um dia para o outro começaram a aparecer 
carteiras de cigarro amassadas em seu lixo.
– É verdade, mas consegui parar outra vez.
– Eu, graças a Deus, nunca fumei.
– Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de 
comprimidos no seu lixo…
– Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
– Você brigou com o namorado, certo?
– Isso você também descobriu no lixo?
– Primeiro o buquê de fl ores com o cartãozinho, 
jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
– É, chorei bastante, mas já passou.
– Mas hoje ainda tem uns lencinhos… É que 
eu estou com um pouco de coriza.
– Ah.
– Vejo muitas revistas de palavras cruzadas 
em seu lixo.
– É. Sim. Bem. Eu fi co muito em casa. Não 
saio muito. Sabe como é.
– Namorada?
– Não.
– Mas há uns dias tinha uma fotografi a. Isso signi-
fi ca que, no fundo, você quer que ela volte.
– Você já está analisando o meu lixo!
–Não posso negar que o seu lixo me interessou.
– Engraçado. Quando examinei o seu lixo, de-
cidi que gostaria de conhecê-la. Acho que 
foi a poesia.
– Não! Você viu meus poemas?
– Vi e gostei muito.
– Mas são muito ruins!
– Se você achasse eles ruins mesmo, teria 
rasgado. Eles só estavam dobrados.
– Se eu soubesse que você ia ler…
– Só não fi quei com eles porque, afi nal, estaria 
roubando. Se bem que, não sei: o lixo da 
pessoa ainda é propriedade dela?
– Acho que não. Lixo é domínio público.
– Você tem razão. Através do lixo, o particular 
se torna público. O que sobra da nossa vida 
privada se integra com a sobra dos outros. 
O lixo é comunitário. É a nossa parte mais 
social. Será isso?
– Bom, aí você já está indo fundo demais no 
lixo. Acho que…
– Ontem, no seu lixo…
– O quê?
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda17 1707-RSU-PRSO.2 miolo para segunda17 17 18/2/2008 20:58:2918/2/2008 20:58:29
18 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
– Me enganei, ou eram cascas de camarão?
– Acertou. Comprei uns camarões graúdos e 
descasquei.
– Eu adoro camarão.
– Descasquei, mas não comi. Quem sabe a 
gente pode…
– Jantar juntos?
– É.
– Não quero dar trabalho.
– Trabalho nenhum.
– Vai sujar a sua cozinha
– Nada. Num instante se limpa tudo e põe os 
restos fora.
– No seu lixo ou no meu?
E então? O que você achou do texto? Podemos de fato ir “fundo demais no lixo...” e explorar 
muitas refl exões sobre o que representa o nosso lixo de cada dia. Mas para este momento, 
vamos apenas explorar a classifi cação dos resíduos. 
Luis Fernando Veríssimo. Porto Alegre: L&PM, 1981, p. 83
Em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/coea/guiadoformador6.pdf - Acesso Junho de 2007
Atividade 2
Procure extrair do texto os resíduos citados e classifi que-os em: 
orgânicos e não orgânicos. Em seguida, discuta com seus cole-
gas, reunidos coletivamente, as razões de sua classifi cação. 
 Orgânicos Não orgânicos
Como foi seu desempenho na classifi cação dos resíduos? Esperamos que não tenham restado 
mais dúvidas sobre o que venha a ser resíduos orgânicos e suas características. Agora vamos 
dar continuidade às nossas atividades, contextualizando a geração de resíduos sólidos em 
nossas casas, municípios, no Brasil e no mundo.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda18 1807-RSU-PRSO.2 miolo para segunda18 18 18/2/2008 20:58:2918/2/2008 20:58:29
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 19
Geração de resíduos orgânicos no Brasil e no mundo
Você tem idéia do percentual de resíduos sólidos orgânicos gerados em sua casa? Quais são 
as principais fontes geradoras de resíduos orgânicos? 
Estudos mostram que o percentual de resíduos orgânicos gerados em países em desen-
volvimento como o Brasil é alto, e os fatores desse alto percentual de geração vão desde 
desconhecimento do valor nutricional de alguns alimentos até a aquisição ou não de produtos 
industrializados, dependendo da cultura regional e do nível de renda da população.
Para nos ajudar a clarear mais a situação sobre qual o percentual de resíduos orgânicos é 
gerado no Brasil, analise os gráfi cos de composição gravimétrica de alguns países ao redor 
do mundo e fi que atento aos percentuais de matéria orgânica apresentados por cada país e 
em especial ao nosso. E com base no percentual gerado no Brasil, tente responder a primeira 
pergunta novamente.
Gráfi cos de composição gravimétricaGráfi cos de composição gravimétrica
Gráfi cos de composição gravimétrica
Vidro
Papel/Papelão
Plástico
Metal
Matéria Orgânica
Outros
Brasil Estados Unidos
Europa Japão
Suécia México
Índia Peru
 2.3
 2.9
 24.5
 1.616.2
52.5
10
44
5
34
7
9.8
36
7.29.2
9.7
28.1
2.5 7
40
1
9.5
10.4 8.2
20
3.8
3.2
54.46
30
719
33
5
32
51.4
2.1
3.210
1.3
18.7 0.2 2
78
1 0.1
Guia do formador, em http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/coea/guiadoformador6.pdf - Acesso Junho de 2007
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda19 1907-RSU-PRSO.2 miolo para segunda19 19 18/2/2008 20:58:3018/2/2008 20:58:30
20 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Atividade 3
Depois da análise dos gráfi cos, refl ita e discuta as seguintes 
perguntas:
Por que os resíduos gerados diferem tanto de um país para o outro? 
Por que nossos resíduos apresentam tão alto percentual de matéria 
orgânica?
Provavelmente, devido à experiência prática e observações, você, Profissional, deve ter 
constatado que uma boa parte dos resíduos sólidos orgânicos é composta de restos de 
alimentos das mesas brasileiras, feiras, sacolões, supermercados, entre outros. Além 
disso, deve ter apontado o desperdício de alimentos como sendo uma das razões para 
os altos percentuais de matéria orgânica encontrados no lixo brasileiro. Estudo realizado 
pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Centro de Agroindústria 
de Alimentos ratifica o que sabemos na prática: o brasileiro joga fora mais do que 
aquilo que come. Em hortaliças, por exemplo, o total anual de desperdício é de 37 
quilos por habitante. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) mostram que, nas dez maiores capitais do Brasil, o cidadão consome 35 quilos 
de alimentos ao ano — dois a menos do que o total que joga no lixo. Contudo, não 
há estudos conclusivos que determinem o desperdício nas casas e nos restaurantes, 
mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas chegue a 15% e, nas nossas 
cozinhas, a 20%.
A partir das análises feitas dos gráfi cos e da refl exão sobre os altos percentuais de matéria 
orgânica nos resíduos sólidos gerados no Brasil vamos assistir ao vídeo “Pessoas que se 
alimentam de lixo”.
Procure perceber a qualidade dos alimentos encontrados no lixo e aproveitados por outras 
pessoas.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda20 2007-RSU-PRSO.2 miolo para segunda20 20 18/2/2008 20:59:2418/2/2008 20:59:24
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 21
Atividade 4
Agora, que já confi rmamos o que já sabíamos a respeito do desper-
dício de alimentos, refl ita, discuta e proponha ações viáveis a serem 
adotadas em nossos lares e municípios que possam diminuir o 
desperdício de alimento. Anote essas ações e tente implementá-las 
na sua vida diária, entre seus familiares e amigos, e no município 
onde você mora e trabalha, assim como no seu serviço.
Ao propormos ações para a diminuição de resíduos sólidos orgânicos nos nossos lares e vizinhan-
ças, mudaríamos a situação dos resíduos sólidos no Brasil. Isso requer mudanças de pequenas 
atitudes do dia-a-dia que se tornam signifi cativas para a sociedade. Porém, essas mudanças 
podem trazer novos desafi os para os quais devemos estar preparados e abertos em aceitá-los. 
Por exemplo, se a composição dos nossos resíduos começasse a se assemelhar com a composi-
ção dos resíduos gerados no Japão, quais os novos desafi os que surgiriam? Estamos preparados 
em aceitá-los? Ao analisarmos a situação do lixo no mundo relacionado a alguns aspectos como 
densidade demográfi ca e nível de renda, nós encontraremos diferentes realidades para os mais 
variados países, sistematizados no quadro abaixo. 
1. Densidade demográfi ca: baixa.
Nível de renda: alto.
 Característica do lixo: Alta geração per capita. 
Alto teor de embalagens e grande parcela de resí-
duos de jardinagem.
Gestão do lixo: Coleta total do lixo. Aterro sanitário 
como principal forma de destinação. Algumas 
iniciativas de reciclagem, dependendo da região.
2. Densidade demográfi ca: alta.
Nível de renda: alto.
 Característica do lixo: Alta geração per capita. 
Alto teor de embalagens.
Gestão do lixo: Coleta total do lixo, com foco em 
programas de coleta seletiva. Incineração usada para 
gerar energia. Aterro sanitário, com controles 
ambientais, como forma de destinação fi nal
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda21 2107-RSU-PRSO.2 miolo para segunda21 21 18/2/2008 20:59:2518/2/2008 20:59:25
22 Resíduos Sólidos- Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Essas diferenças, já discutidas por nós, são infl uenciadas pelo poder aquisitivo da sociedade. 
Assim, em sociedades mais abastadas o percentual de resíduos orgânicos é baixo, pois o 
consumo de produtos industrializados, inclusive alimentos, é alto. Já em países cujo poder 
aquisitivo é baixo, o consumo de alimentos in natura é elevado.
Podemos perceber no texto e no quadro que a questão do lixo em nosso país é algo muito 
complexo e que precisa de uma atenção por parte da população e também dos gestores. 
Vamos refl etir um pouco mais sobre isso.
3. Densidade demográfi ca: baixa.
Nível de renda: baixo.
 Característica do lixo: Baixa geração per capita. 
Alto teor de restos de alimentos.
Gestão do lixo: Coleta inadequada do lixo. Lixão 
como principal forma de destinação.
4. Densidade demográfi ca: alta.
Nível de renda: baixo.
 Característica do lixo: Média geração per capita.
Teor médio de embalagens e alto de restos de 
alimentos.
Gestão do lixo: Coleta inadequada do lixo. Crescen-
te preocupação em fechar lixões e criar aterros 
sanitários com controles ambientais. Indústrias de 
reciclagem abastecidas por catadores trabalhando 
nas ruas e nos lixões.
Atividade 5
Assim, com a sua experiência e a abordagem do texto, responda as 
seguintes perguntas:
De maneira geral, em qual situação (1,2,3 e 4) se encontra o Brasil? 
E o seu município? O que você acha desta condição?
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda22 2207-RSU-PRSO.2 miolo para segunda22 22 18/2/2008 20:59:2518/2/2008 20:59:25
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 23
Em que outra situação (1, 2, 3 e 4) o Brasil poderia estar? Quais a 
vantagens e difi culdades dessa outra situação proposta por você?
Bom, profi ssional, nós vimos que há uma grande quantidade de matéria orgâ-
nica presente em nossos resíduos e essa grande quantidade causa impactos 
negativos em diversas outras áreas, como mostrado no fi lme “Ilha das Flores” 
que inicia as nossas atividades. Para fi xarmos esses problemas, vamos realizar 
a atividade a seguir.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda23 2307-RSU-PRSO.2 miolo para segunda23 23 18/2/2008 20:59:2618/2/2008 20:59:26
24 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Atividade 6
Enumere os problemas relacionados aos resíduos, principalmente 
aos resíduos orgânicos, percebidos durante a exibição do fi lme: Ilha 
das Flores. Cite outros problemas, além dos apresentados no fi lme, 
que afetam o meio-ambiente, a saúde coletiva, o saneamento básico 
(abastecimento de água, tratamento de esgoto sanitário e drenagem 
urbana) e a sociedade como um todo?
Qual(is) outra(s) solução(ões) você e seus colegas proporiam para 
diminuir os impactos causados pelos resíduos orgânicos em nossos 
municípios. E por quê? Quais os benefícios dessa(s) nova(s) solução(ões) 
e as difi culdade(s)?
Enfi m, profi ssional, nós chegamos ao fi m do primeiro conceito chave: “Resíduos sólidos orgâni-
cos” onde foram abordados: o conceito de resíduos sólidos orgânicos, o contexto no qual se inserem 
no Brasil, os problemas causados por eles e soluções a esses problemas. Dentre uma das soluções 
para minimizar este problema se encontra a compostagem, nosso próximo conceito chave.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda24 2407-RSU-PRSO.2 miolo para segunda24 24 18/2/2008 20:59:2618/2/2008 20:59:26
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 25
Compostagem 
Por favor, dê uma olhada na sua resposta à última pergunta do 
conceito chave anterior. Possivelmente, você e alguns dos seus cole-
gas apontaram a compostagem como uma solução para minimizar 
os impactos gerados pelos resíduos sólidos orgânicos. Mas o que é 
compostagem? Quando esse processo surgiu? Como é feita? Quais 
resíduos usar? Quais os parâmetros que interferem no processo? 
Enfi m, esperamos responder essas perguntas e outras que devem 
estar martelando em sua cabeça. Para isso, vamos fazer a leitura, indi-
vidualmente, do texto: “Compostagem”. Fique atento ao conceito 
apresentado, pois serão realizadas atividades que necessitam dele.
- Apresentar 
o conceito de 
compostagem;
- Discutir sobre 
quais resíduos 
podem ser tratados 
no processo de 
compostagem;
- Contextualizar a 
situação da compos-
tagem no Brasil;
- Apresentar e 
discutir as fases 
do processo de 
compostagem;
- Apresentar e 
discutir a respeito 
dos parâmetros 
que interferem na 
compostagem;
- Discutir os 
benefícios da 
compostagem;
- Discutir sobre o 
produto gerado na 
compostagem.
OBJETIVOS:
Compostagem
A compostagem é praticada desde a antiguidade, principalmente pelos 
orientais. As técnicas empregadas eram artesanais e o composto orgâ-
nico obtido era empregado na produção de cereais.
Só após 1920, Sir Albert Horward desenvolveu o processo “Indore”, 
na Índia, defi nindo procedimentos para o estudo da fermentação de 
resíduos sólidos, resultando na utilização de leiras sobre o solo. A partir 
daquela data, uma série de outros processos foi surgindo. Nos dias de 
hoje, devido aos avanços tecnológicos, muitos sistemas de composta-
gem são totalmente operados e controlados por computadores.
Adaptado de www.eq.ufrj.br - Acesso Junho de 2007 
Podemos perceber neste texto que a prática de compostagem vem de 
longa data e em cada tempo, ela vem redefi nida pelos suportes tecno-
lógicos atualizados.
Agora que temos esta compreensão do processo histórico, vamos verifi car 
como se defi ne compostagem. 
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda25 2507-RSU-PRSO.2 miolo para segunda25 25 18/2/2008 20:59:2718/2/2008 20:59:27
26 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Se pela compostagem ocorre a decomposição dos materiais orgânicos, podemos então 
confi rmá-la como uma das soluções a ser empregada aos resíduos sólidos orgânicos. Porém, 
nem todos os resíduos sólidos, e isso inclui os orgânicos, podem passar pelo processo de 
compostagem. Para exercitarmos um pouco sobre esta situação, você e seus colegas farão uma 
atividade que tem por objetivo classifi car os resíduos que podem ser ou não compostados, além 
de expor as razões para isso.
De acordo com o IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal, 
compostagem é vista como o processo natural de decomposição biológi-
ca de materiais orgânicos (aqueles que possuem carbono em sua estrutura 
como: folhas secas, jornal, palha de cereais, entre outros), de origem 
animal e vegetal, pela ação de microorganismos. Para que ele ocorra 
não é necessária adição de qualquer componente físico ou químico à 
massa do lixo.
Em www.ibam.org.br
Indore: Cidade comercial situada no centro da Índia.
Fermentação: Processo de transformação química acompanhada de efervescência.
Atividade 7
A seguir há uma lista de resíduos dos mais variados que devem ser separados 
conforme as categorias apresentadas e serem dadas as razões para que deter-
minado resíduo possa ou não ser compostado.
- Cinzas de lareiras e de fogão 
a lenha; 
- carvão mineral e vegetal,
penas de aves (galinha, peru, etc.); 
- cascas de verdura;
- plantas doentes;
- carne;
- papel colorido;
- aparas de grama;
- pilhas;
- conchas de lagosta;
- podas de arbustos;
- folhas de árvores;
- jornais;
- alumínio;
- serragem;
- pós de couro;
- vidro;
Lista de resíduos
- algas marinhas; 
- ervas daninhas 
(sem semente); 
- fezes de animais de 
estimação;
- borracha natural; 
- medicamentos; 
- sacos de chá, 
- cereais;
- latas de alumínio.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda26 2607-RSU-PRSO.2 miolo para segunda26 26 18/2/2008 20:59:2718/2/2008 20:59:27
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 27
Agora que nós consolidamos esses conceitos de compostagem e resíduos sólidos orgânicos, 
vamos contextualizar a situação do processo de compostagem no Brasil frente às demais 
formas de tratamento e disposição fi nal (reciclagem, incineração e aterro sanitário).
Tratamento edisposição fi nal de resíduos sólidos no Brasil
Defi ne-se tratamento como uma série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade 
ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descarte de lixo em ambiente 
ou em local inadequado, seja transformando-o em material inerte ou biologicamente estável. 
As principais formas de tratamento empregadas aos resíduos são: reciclagem, incineração, 
compostagem e aterro sanitário. Este último, além de ser um tratamento, é também uma 
forma de disposição fi nal adequada aos resíduos. Outras formas de disposição fi nal são: ater-
ros controlados e lixões. Os lixões devem ser permanentemente evitados, pois sua presença 
gera impactos negativos como: poluição do solo, água e ar; dissemina doenças por meio de 
vetores (ratos, moscas, baratas, entre outros); degrada a paisagem, etc.
Podem ser Compostados Não podem ser compostados
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda27 2707-RSU-PRSO.2 miolo para segunda27 27 18/2/2008 20:59:2818/2/2008 20:59:28
28 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Dentre as formas de tratamento já mencionadas, encontra-se a compostagem. Mas como 
ela se encontra no Brasil? Para responder essa pergunta, primeiramente, faça a análise do 
gráfi co. Em seguida, discuta com seus colegas os questionamentos tendo por base sua 
análise do gráfi co.
Atividade 8
Após a análise, refl ita e discuta com seus colegas, reunidos em um único 
grupo, as seguintes perguntas:
Por que o número de estações de compostagem no Brasil é tão inexpres-
sivo em relação às demais formas de tratamento e disposição fi nal, uma 
vez que o percentual de matéria orgânica é tão alto? Veja novamente os 
gráfi cos de composição gravimétrica de alguns países já apresentados.
Como a compostagem poder vir a se tornar uma forma de tratamento 
mais utilizada em nosso país? Anote as sugestões surgidas durante a 
discussão e tente implementá-las em seu município.
Situação dos Resíduos no Brasil
Lixões
37%
3%
3%
36%
21%
Aterro Sanitário
Usina de Compostagem
Aterro Controlado
Outros
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda28 2807-RSU-PRSO.2 miolo para segunda28 28 18/2/2008 20:59:2918/2/2008 20:59:29
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 29
Fases da compostagem
Nós defi nimos no início do conceito chave que compostagem é um processo. E esse processo 
apresenta etapas bem defi nidas que o caracteriza. Mas, qual o objetivo de se conhecer essas 
características? Como identifi cá-las? Essas perguntas serão respondidas, fazendo a leitura 
individual do texto: “Fases da compostagem”.
Fases da Compostagem
Para se ter um controle da decomposição que 
se processa durante a compostagem é neces-
sário ter conhecimento das características das 
fases que compõem essa forma de tratamento 
de resíduos. O processo normalmente é dividi-
do em dois momentos (fases): biodegradação 
ativa ou fermentação e maturação ou cura. A 
fase de biodegradação ativa, quanto a variação 
de temperatura, pode ser classifi cada como 
mesófi la e termófi la. Abaixo, estão expostas as 
características de cada fase do processo de 
compostagem e seus respectivos nomes.
Características das Fases
Biodegradação ativa: Mesófi la 
Nome da fase
Início da compostagem;
Temperatura: ente 40 e 45°C;
Microrganismos: bactérias e fungos produtores 
de ácidos;
Alta relação Carbono/Nitrogênio (C/N).
Biodegradação ativa: Termófi laTemperatura: entre 65 e 70°C;
Microrganismos: bactérias, fungos (actinomicetes).
Biodegradação ativa: Mesófi laTemperatura: ente 40 e 45°C;
Aspecto visual: cor escurecida;
Baixa relação Carbono/Nitrogênio (C/N).
Maturação: Criófi laTemperatura: próxima à do ambiente externo;
Microrganismos: protozoários, nematóides 
(minhocas), formigas, miriápodes (lacraia, cento-
péia), vermes e insetos.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda29 2907-RSU-PRSO.2 miolo para segunda29 29 18/2/2008 20:59:3318/2/2008 20:59:33
30 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Profi ssional, perceba que o conjunto de parâmetros apresentados indica se o processo de 
compostagem está ocorrendo de forma a se ter, ao fi nal, um produto dentro dos padrões 
exigidos para sua utilização. Porém, as variações desses parâmetros, para mais ou para 
menos, podem interferir no processo, uma vez que são eles que asseguram condições para 
o desenvolvimento dos microrganismos e da sucessão ecológica, responsáveis pela decom-
posição dos resíduos sólidos.
Alguns microrganismos já foram citados no texto anterior. Mas, o que é sucessão ecológica? 
Para sanar essa dúvida, acompanhe a leitura do texto: “Sucessão ecológica” feita por um 
orador escolhido pela turma.
Sucessão ecológica
É o nome dado à seqüência de comunida-
des, desde a colonização até a comunidade 
clímax para determinado ecossistema.
Numa sucessão, temos inicialmente as co-
munidades pioneiras (primeiros seres vivos 
a ocuparem uma região, local, etc), seguido 
por comunidades intermediárias que apre-
sentam um nível maior de diversificação e, 
finalmente a comunidade clímax, quando a 
comunidade atinge seu grau máximo de de-
senvolvimento e equilíbrio.
Em www.wikipedia.org - Acesso Junho de 2007
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda30 3007-RSU-PRSO.2 miolo para segunda30 30 18/2/2008 20:59:3418/2/2008 20:59:34
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 31
No texto “Fases da compostagem” nós verifi camos a sucessão ecológica ocorrendo 
ao longo do processo de decomposição. Assim, garantir condições necessárias para que 
a sucessão ocorra é vital à sobrevivência dos microrganismos e, conseqüentemente, ao 
desenvolvimento do processo de compostagem. Vejamos alguns microrganismos a seguir:
Diagrama das comunidades da compostagem
Comunidades na Compostagem
Conforme comentamos anteriormente, os parâmetros de determinação do grau de decom-
posição dos resíduos são diversos. Listamos na tabela a seguir os de interesse para a 
compostagem. Além disso, nela também você encontrará algumas informações que poderão 
auxiliá-lo no controle da decomposição que se processa durante a compostagem.
Comunidades na Compostagem
Pioneiras
Bactérias Fungos (Actinomicetes) Protozoários (giárdia)
Miriápodes (lacraia)
Intermediárias Clímax
ratura ideal, esse parâmetro se torna decisivo para o processo de 
compostagem. Além disso, a temperatura garante a eliminação dos 
microrganismos patogênicos do composto fi nal, desde que se assegu-
re temperatura em torno de 60 a 65ºC. Valores a acima de 70°C levam 
à morte dos microrganismos, cessando, o processo de compostagem. 
E se a temperatura estiver abaixo dos 60°C, o que acontece? 
Temperatura
Parâmetros Informações
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07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda31 3107-RSU-PRSO.2 miolo para segunda31 31 18/2/2008 20:59:3518/2/2008 20:59:35
32 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Assim, vimos que vários são os parâmetros que devem ser controlados para que a compos-
tagem se processe efi cientemente e, mais à frente, veremos que o controle dos parâmetros 
garante também a qualidade do produto gerado nesse processo.
A umidade propicia a decomposição da matéria orgânica e o deslo-
camento nas leiras ou pilhas dos microrganismos. Seu valor médio
ideal, no processo de compostagem, fi ca em torno de 50%. Os valores
mínimo e máximo recomendáveis são 40 e 60%, respectivamente.
Valores abaixo do mínimo podem levar à inibição da atividade micro-
biana e acima a emanação de maus odores.
Umidade
Parâmetros Informações
A compostagem é um processo aeróbio, ou seja, somente em presença
de ar que os microrganismossão capazes de se desenvolverem e
realizarem a decomposição dos resíduos. Assim, valores de concen-
tração de oxigênio superiores a 10% podem garantir boas condições
aeróbias. E o que acontece se a concentração de oxigênio for menor
do que 10%?
Oxigênio
A faixa ótima de pH para o desenvolvimento dos microrganismos está
situada entre: 5,5 e 8,5. Se o pH estiver fora da faixa estabelecida, o
que pode ocorrer ao processo?
pH
Quanto menor o tamanho das partículas, mais fácil se torna a decom-
posição pelos microrganismos. Na prática, o tamanho das partículas
da massa de compostagem deve situar-se entre 1 a 5 cm, e diâmetro
médio = 3,5 cm. Valores menores que 1 cm podem causar compac-
tação do material, levando à diminuição da atividade microbiana.
Tamanho
das partículas
Os microrganismos absorvem os elementos carbono (C) e nitrogênio
(N) numa proporção ideal. O carbono é a fonte de energia para que
o nitrogênio seja assimilado na estrutura dos microrganismos. A
melhor relação entre C/N em uma pilha de composto está em torno
de 25 a 30 partes de carbono para uma parte de nitrogênio. O que
poder ocorrer se a relação C/N estiver muito fora, para mais ou para
menos, da faixa indicada?
Relação
Carbono-Nitrogênio
C/N
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda32 3207-RSU-PRSO.2 miolo para segunda32 32 18/2/2008 20:59:3718/2/2008 20:59:37
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 33
Comentamos no início que os parâmetros podem variar. Assim, profi ssional, com as infor-
mações até aqui apresentadas e discutidas e sua experiência prática, vamos participar da 
atividade que tem por objetivo verifi car quais as conseqüências observadas no processo de 
compostagem quando os parâmetros variam e responder aos questionamentos do quadro 
relativo aos parâmetros.
Você Sabia?
Os seguintes materiais possuem altas concentrações de Carbono: 
folhas secas; palha de cereais; aparas de madeira ou serragem; 
casca de árvores; papel picado; jornal; serragem; jornal ou papelão 
corrugado.
Já os seguintes materiais são ricos em Nitrogênio: restos de vegetais; 
polpa e pó de café; resto de frutas; aparas de grama; esterco bovino; 
esterco de aves (fresco); esterco de cavalo.
Fábio César da Silva, em http://www.iac.sp.gov.br/Curso_Reciclagem/2Fabio_Compostagem.pdf - Acesso Junho de 2007
Atividade 9
No quadro a seguir verifi ca-se a presença, no lado esquerdo, das 
variações dos parâmetros e, no lado direito, os possíveis efeitos 
provocados pelas variações dos parâmetros. Porém, alguém emba-
ralhou os efeitos de maneira que eles não mais correspondem às 
variações dos parâmetros. A tarefa consiste em arrumar de novo o 
quadro, restabelecendo corretamente as relações entre as variações 
dos parâmetros e os efeitos. Depois de arrumarem o quadro, vocês 
socializarão as respostas.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda33 3307-RSU-PRSO.2 miolo para segunda33 33 18/2/2008 20:59:3818/2/2008 20:59:38
34 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Essa atividade se encontra disponível no software: “Bacia Hidrográfi ca Virtual”
Processo lento de compostagemTemperatura maior do que 65°C. 
Quadro com as correspondências embaralhadas
Morte dos microrganismos, cessando o processo de
compostagem.
Temperatura inferior a 35°C.
Crescimento dos microrganismos é atrasado devido à 
falta de nitrogênio (azoto).
Tamanho das partículas para a 
compostagem muito grande.
Não ocorre o início do processo de compostagem.Relação C/N muito inferior a 25/1.
Condições anaeróbias no interior das leiras, retardando a 
degradação da matéria orgânica.
Umidade superior a 60%
Inibição da atividade microbiana.Temperatura inferior a 55°C
Compactação, conseqüentemente pode ocorrer a 
liberação de maus odores.
Relação C/N superior a 40:1
Presença de microrganismos patogênicos.Umidade inferior a 30% 
Consumo acelerado de oxigênio, podendo levar a 
condições de anaerobiose (conseqüência = mau cheiro).
Concentrações de oxigênio inferior a 5%
Maus odores.Leiras muito altas (maior do que 2m)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
Com a atividade acima, fi ca claro que, caso não haja um controle dos parâmetros, todo o processo 
de compostagem fi ca comprometido. Dessa maneira, o que deveria ser uma solução aos resíduos 
orgânicos, passa a ser mais um problema para enfrentarmos. 
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda34 3407-RSU-PRSO.2 miolo para segunda34 34 18/2/2008 20:59:3918/2/2008 20:59:39
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 35
Você, profi ssional, deve ter notado também que alguns desses parâmetros são mais fáceis 
de serem controlados, necessitando de equipamentos simples como termômetro.
Pensando nisso, uma maneira prática de controlar a decomposição, se encontra no texto: 
“Para controle da decomposição”. Faça a leitura do mesmo e depois discuta com seus 
colegas sobre a aplicabilidade do processo prático no seu trabalho.
Para controle da decomposição
Nós já vimos uma forma de controle da de-
composição dos resíduos sólidos orgânicos: 
a temperatura (leia o texto: “Fases da compos-
tagem” novamente).
Com um termômetro pode-se acompanhar 
o processo de compostagem, medindo-se a 
temperatura em uma profundidade entre 40 e 
60 cm.
Outra maneira de acompanhar o processo de 
compostagem é por meio do teste da vara de 
madeira. O teste avalia o grau de maturação 
do composto. Introduz–se uma vara de madei-
ra na pilha de composto, deixando-a enterrada 
permanentemente. Ao removê-la e se a mes-
ma estiver:
- Fria e molhada: não está havendo fermenta-
ção, provavelmente por excesso de água na 
massa;
- Levemente morna e seca, com traços de fi -
lamentos brancos de micélio de fungos: a 
pilha necessita de mais água;
- Quente, úmida e manchada de pardo escuro: as 
condições para compostagem estão corretas.
- Livre de “barro preto”, com cheiro de mofo, po-
dendo ser introduzida de volta na pilha com faci-
lidade: o composto está pronto para ser usado. 
Adaptado de http://www.soloplan.agrarias.ufpr.br/compostagem.htm - Acesso Junho de 2007 
Até o presente momento, nós discutimos a respeito do conceito de compostagem, quais resí-
duos podem ser compostados e que o processo sofre interferência de diversos parâmetros, 
entre outros. Mas o que constitui a compostagem? Para que serve? E quais são os benefícios 
trazidos pela compostagem? É sobre este assunto que trataremos a seguir.
Usos e benefícios da compostagem
A compostagem, mais especifi camente, o produto gerado pela compostagem propicia inúme-
ros benefícios para a nossa sociedade. Mas antes de explorarmos esta questão resta-nos ainda 
entender qual é o produto gerado pelo processo de compostagem para então sabermos quais 
seus benefícios. Acompanhe a leitura do texto: “Produto da compostagem e seus benefícios” 
feita por um orador escolhido pela turma.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda35 3507-RSU-PRSO.2 miolo para segunda35 35 18/2/2008 20:59:4118/2/2008 20:59:41
36 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Esse produto, porém, deve apresentar alguns requisitos para ser empregado na agricultura, em 
jardins, hortas, entre outros, que são: estar livre de metais pesados e organismos patogênicos.
Metais pesados são metais altamente reativos e bio-acumulativos, ou seja, muitos organismos 
não são capazes de eliminá-los. Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades de 
alguns desses metais, incluindo cobalto, cobre, manganês, molibdênio, vanádio, estrôncio, 
e zinco, para a realização de funções vitais no organismo. Porém, níveis excessivos desses 
elementos podem ser extremamente tóxicos. Outros metais pesados como o mercúrio, 
chumbo e cádmio não possuem nenhuma função dentro dos organismos e a sua acumulação 
pode provocar graves doenças, sobretudo nos mamíferos. Quando lançados na água, no solo 
ou no ar, esses elementos podem ser absorvidos pelos vegetais e animais das proximidades, 
provocando graves intoxicações ao longo da cadeiaalimentar.
Organismos patogênicos são organismos biológicos capazes de produzirem enfermidades ou 
danos na biologia de um hospedeiro (humano, animal, vegetal, etc.) sensivelmente predisposto, 
em outras palavras, podem causar doenças como disenterias bacterianas.
Produto da compostagem e seus benefícios
O produto gerado a partir da compostagem de 
resíduos orgânicos, em especial os resíduos 
domiciliares, é conhecido como composto or-
gânico ou fertilizante orgânico.
O composto orgânico produzido tem como prin-
cipais características a presença de húmus e nu-
trientes minerais e sua qualidade é função da maior 
ou menor quantidade destes elementos.
O húmus torna o solo poroso, permitindo a aera-
ção das raízes, retenção de água e dos nutrientes. 
Os nutrientes minerais podem chegar a 6% em 
peso do composto e incluem o nitrogênio, fósforo, 
potássio, cálcio, magnésio e ferro, que são absor-
vidos pelas raízes das plantas.
O composto orgânico pode ser utilizado em qual-
quer tipo de cultura associado ou não a fertilizantes 
químicos. Pode ser utilizado para corrigir a acidez 
do solo e recuperar áreas erodidas.
Adaptado de www.ibam.org.br - Acesso Junho de 2007
Você sabia?
Disenterias bacterianas são doenças causadas por diversas bactérias como a Shigella e a 
Salmonella, e por outros bacilos patogênicos. Essas doenças são transmitidas pela ingestão de 
água e alimentos contaminados, exigindo todas pronto atendimento médico. Sua profi laxia só 
pode ser feita através de medidas de saneamento e melhoria das condições sócio-econômicas das 
camadas menos favorecidas da população.
Adaptado de : www.expoente.com.br - Acesso Junho de 2007
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda36 3607-RSU-PRSO.2 miolo para segunda36 36 18/2/2008 20:59:4218/2/2008 20:59:42
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 37
Nós já conceituamos metais pesados e, agora profi ssional, vamos ver como eles estão presentes 
em nosso dia-a-dia e como eles afetam nossa saúde através da atividade 10.
Atividade 10
Alguém embaralhou as colunas dos “Riscos à Saúde” e “Onde Encontrar” 
do quadro a seguir, de maneira que não há mais correspondência 
entre: Metal Pesado – Riscos à Saúde – Onde Encontrar. Sua tarefa 
e de seus colegas de grupo é arrumar o quadro de maneira que se 
estabeleça novamente a correspondência: Metal Pesado – Riscos 
à Saúde – Onde Encontrar. O objetivo desse exercício é destacar a 
importância de se evitar a presença de metais pesados no composto 
produzido, devido aos riscos para a saúde humana.
Atinge o sistema nervoso, a 
medula óssea e os rins.
Arsênio
Metais Pesados
Cádmio
Mercúrio
Cromo
Manganês
Chumbo
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
Essa atividade se encontra disponível no software: “Bacia Hidrográfi ca Virtual”
Cerâmica, 
impermeabilizantes, pilhas.
Atinge os sistemas: cardiovascu-
lar, respiratório e nervoso.
Interruptores, baterias e 
pilhas e amaciantes.
Riscos à Saúde Onde Encontrar
Problemas respiratórios e efeitos
neurotóxicos.
Couro curtido, madeira e 
corantes.
Concentra-se em diversas partes
do corpo como: pele, cabelo,
pâncreas, fígado, rins, etc.
Secantes em tintas e verni-
zes, pilhas secas, vidros e 
produtos farmacêuticos.
Problemas gastrintestinais e
respiratórios.
Inseticidas e herbicidas
Provoca irritação e, em doses
elevadas, câncer.
Baterias, pilhas, papéis,
plásticos e pigmentos.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda37 3707-RSU-PRSO.2 miolo para segunda37 37 18/2/2008 20:59:4318/2/2008 20:59:43
38 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Vimos, então, que os resíduos sólidos apresentam metais pesados e esses mesmos resíduos devem 
ser evitados no processo de compostagem, o que justifi ca o exercício que fi zemos de classifi car 
os resíduos em: “podem ser compostados” e “não podem ser compostados”. O mesmo 
raciocínio se aplica aos patógenos, os compostos orgânicos produzidos devem estar livres desses 
organismos, para isso é importante se controlar o processo de compostagem. 
Até aqui vimos qual o produto gerado na compostagem e a importância de fazê-la corretamente 
para que seus benefícios, como fertilizante orgânico, sejam garantidos. Agora vamos aprofun-
dar um pouco mais sobre esses benefícios. Para tal, vamos acompanhar a leitura dos textos 
“Compostagem e a produção de fi gos” e “Compostagem e a criação de suínos”.
Compostagem e a produção de fi gos
Um grande produtor de fi go em Valinhos tra-
balha há 8 anos com compostagem e pratica-
mente faz a adubação básica com composto 
orgânico para todas as lavouras, que somam 
mais de 40 hectares de fi go em produção.
Antes ele tinha problemas com a produção, 
pois a adubação química em larga escala 
predispunha o desequilíbrio nutricional e con-
seqüentemente maior utilização de venenos. 
Tudo isso estava fazendo com que o custo de 
produção fosse alto. Segundo ele, o gasto em 
venenos era equivalente ao valor de um cami-
nhão Mercedez por ano.
Foi elaborado um projeto e ele começou a bus-
car alternativas. Foi atrás de matérias-primas 
no mercado, pois dispunha somente de restos 
das podas dos fi gais na propriedade para fazer 
a compostagem. As matérias-primas são ad-
quiridas de fora, como: grande volume de cas-
ca de eucalipto, nas fi rmas de papel e celulose 
da região (de onde também se obtém as cin-
zas da queima de madeira nas caldeiras), um 
pouco de calcário, esterco de suíno, galinha, 
curral e bagaço de cana. Todas as matérias-
primas somam 450 toneladas em cada batida 
de composto.
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07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda38 3807-RSU-PRSO.2 miolo para segunda38 38 18/2/2008 20:59:4418/2/2008 20:59:44
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 39
Compostagem e a criação de suínos
Outro exemplo é de um grande produtor de 
suínos da região de Capivari, que inclusive faz 
composto para vender. Em 92, quando co-
meçou o trabalho, tinha problemas sérios de 
poluição, pois são cerca de 2.500 matrizes, 
aproximadamente 25 mil animais, que produ-
zem por volta de 250 mil litros de chorume ou 
cerca de 10 toneladas/dia de esterco (matéria 
úmida). É um volume muito grande, que era 
despejado em grande parte no ribeirão, cau-
sando inclusive problemas com a CETESB 
(Companhia de Tecnologia de Saneamento 
Ambiental – São Paulo).
O trabalho resultou num processo em que se 
mistura esterco de suínos, chorume, bagaço 
de cana, cinza de usina, torta de fi ltro, um pou-
co de esterco de galinha também, para fazer 
balanceamento, e um pouco de fosfato natural 
e calcário. Inocula nesta massa microorganis-
mos de aceleração e em 50 dias tem o produto 
pronto para comercialização.
São cerca de 400 a 500 toneladas/mês, colo-
cadas no mercado, oferecido aos produtores 
orgânicos e não orgânicos da região (num raio 
de até 250 km), que gostariam de produzir com 
matéria orgânica.
Com os exemplos acima, fi ca claro que a compostagem é uma forma de tratamento para 
resíduos sólidos que propicia inúmeros benefícios, que vão desde individuais como: geração 
de lucro na produção, até ganhos coletivos como: preservação do meio ambiente. Vamos 
agora sistematizar esses benefícios por meio da atividade a seguir.
Adaptado de Fernando Figueiredo, http://www.ecosigma.com.br/artigo.php?id=52 - Aceesso Junho de 2007
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40 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Atividade 11
Para tanto, responda as perguntas: quais os benefícios que a compos-
tagem traz:
Para o meio ambiente e conseqüentemente para preservação da bacia 
hidrográfi ca e dos recursos hídricos?
Você Sabia?
Bacia Hidrográfi ca é uma 
área natural cujos limites são 
defi nidos pelos pontosmais 
altos do relevo (divisores 
de água ou espigões dos 
montes ou montanhas) e 
dentro da qual a água da 
chuva é drenada superfi -
cialmente por um curso de 
água principal até sua saída 
da bacia, no local mais baixo 
do relevo, ou seja, na foz do 
curso de água.
Para a saúde tanto dos seres humanos, quanto de animais e 
plantas?
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w
w
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t.com
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07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda40 4007-RSU-PRSO.2 miolo para segunda40 40 18/2/2008 20:59:4618/2/2008 20:59:46
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 41
Para as áreas: social e econômica dos municípios e do país?
Nós chegamos ao fi nal do nosso segundo conceito chave: “Compostagem” onde foram 
abordados os conceitos de compostagem, qual a realidade desse processo no Brasil, as 
fases que o compõem, seus benefícios e o produto gerado. Diante da compreensão deste 
processo de tratamento dos resíduos sólidos no contexto da nossa sociedade, resta-nos 
entendermos ainda como colocá-lo em prática. Considerando que você já tem uma expe-
riência acumulada nesta prática, vamos então dialogar um pouco sobre o planejamento, 
operação e monitoramento de sistemas de compostagem.
Nos dois conceitos-chave anteriores, você, Profi ssional, viu que a 
geração de resíduos sólidos orgânicos é alta e ao mesmo tempo, o 
processo de compostagem não é uma forma de tratamento muito 
utilizada em nosso país. Além disso, muitos municípios, que aposta-
ram na compostagem, viram suas usinas fecharem, pois os projetos 
de implantação das mesmas não foram avaliados corretamente. 
- Discutir as 
informações 
necessárias para 
implantação de um 
sistema de com-
postagem em um 
município qualquer;
- Apresentar e 
discutir aspectos 
legais e de 
infra-estrutura 
dos sistemas de 
compostagem, 
especialmente os 
sistemas de leiras 
revolvidas;
OBJETIVOS:Planejamento, operação e 
monitoramento de sistemas de
compostagem
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda41 4107-RSU-PRSO.2 miolo para segunda41 41 18/2/2008 20:59:4718/2/2008 20:59:47
42 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Discutir e dimen-
sionar pátios de 
compostagem;
- Construir e 
discutir soluções 
para os problemas 
operacionais 
dos sistemas de 
compostagem, 
especialmente para 
os sistemas de 
leiras revolvidas;
- Discutir sobre 
os requisitos 
necessários para 
a comercialização 
dos fertilizantes 
orgânicos produzi-
dos no processo de 
compostagem.
OBJETIVOS: Diante dessa realidade, os municípios, que querem ver seus planos 
relativos aos resíduos sólidos se concretizarem e perdurarem por 
longos anos, devem fazer um planejamento consistente de implan-
tação e acompanhamento da operação.
Neste sentido, vamos trabalhar um pouco sobre algumas etapas 
importantes para a garantia de um processo efi ciente e viável de 
consolidação de um projeto de compostagem.
Primeira etapa: diagnóstico
Sempre que planejamos alguma coisa, este planejamento se faz a 
partir de uma realidade existente. Muitas vezes temos noção de que 
algo poderia ser melhor, algo está faltando ou está excedendo pelo 
simples fato de observarmos cotidianamente o ambiente em que 
estamos atuando.
Então podemos dizer que sempre estamos diagnosticando as situa-
ções do dia-a-dia, mas quando temos em vista um projeto amplo e 
complexo, temos que sistematizar um diagnóstico daquela realidade 
sobre a qual vamos projetar alguma coisa.
Por isso é importante utilizar o diagnóstico na fase preliminar à implan-
tação de qualquer empreendimento ligado a gestão e gerenciamento de 
resíduos. Mas o que vem a ser o diagnóstico? Quais informações devem 
estar contidas nele? Para responder essas perguntas, faça individualmente 
a leitura do texto: “Diagnóstico”.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda42 4207-RSU-PRSO.2 miolo para segunda42 42 18/2/2008 20:59:4818/2/2008 20:59:48
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 43
Diagnóstico
O diagnóstico é um estudo aprofundado da situação atual no município em questão. Nesta primeira 
etapa são abordados os diversos temas ligados à gestão e ao gerenciamento de resíduos sólidos. 
No caso dos resíduos sólidos orgânicos, as informações necessárias podem ser vistas sistema-
tizadas a seguir. É importante lembrar que o quadro apresentado pode não conter todas as infor-
mações necessárias para se implantar um sistema de compostagem de um particular município. 
Desta maneira, o quadro que se segue deve ser usado como referência.
- Aspectos climáticos;
- Aspectos topográfi cos, geológicos e
geotécnicos;
- Aspectos da fauna e fl ora;
- Potencial turístico;
- Características sócio-culturais;
- Histórico de crescimento demográfi co
do município;
- Levantamento dos distritos e comuni-
dades rurais;
Características do 
município
- Existência de mercado para materiais 
recicláveis e composto orgânico;
- Existência de associação de 
catadores, etc.;
- Receptividade e engajamento da popu-
lação às questões ligadas aos resíduos 
sólidos;
- Levantamento de possíveis áreas 
para implantação de sistema de 
compostagem.
- Políticas adotadas para minimizar a
geração, conscientização e educação
da comunidade;
- Quantidade de resíduos gerados, 
especifi camente os resíduos orgânicos 
(cota per capita);
Geração - Grandes geradores de resíduos 
orgânicos no município;
- Composição Gravimétrica;
- Outros resíduos orgânicos 
encontrados na região que possam 
ser compostados.
- Existência de coleta ou de coleta seleti-
va e como se realiza;
Coleta
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda43 4307-RSU-PRSO.2 miolo para segunda43 43 18/2/2008 20:59:4918/2/2008 20:59:49
44 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Atividade 12
Dessa maneira Profi ssional, refl ita e discuta com seus colegas, a 
seguinte pergunta:
Com base no diagnóstico, quais são os aspectos mais relevantes para se 
atestar à viabilidade de implantação de sistema de compostagem? 
Terminada a primeira etapa e constatada a viabilidade de um sistema 
de compostagem, a segunda etapa é levantar e preencher os requisitos 
legais que dêem suporte a esses empreendimentos.
Segunda etapa: requisitos legais
Atividade 13
Para refl etirmos sobre esta etapa, vamos começar com uma discus-
são coletiva. Assim, profi ssional, refl ita e discuta com seus colegas 
a seguinte pergunta:
Quais os requisitos legais para implantação e operação de um sistema 
de tratamento de resíduos como uma usina de compostagem? Anote 
as respostas para posterior avaliação.
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda44 4407-RSU-PRSO.2 miolo para segunda44 44 18/2/2008 20:59:5018/2/2008 20:59:50
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 45
Você e seus colegas podem ter respondido que se deve obter o licenciamento ambiental, não 
é mesmo? Mas o que vem a ser o licenciamento ambiental e quais as etapas do mesmo? Para 
sanar sua dúvida, acompanhe atentamente a leitura do texto: “Licenciamento Ambiental” 
feita por um orador escolhido pela turma.
Licenciamento Ambiental
Licenciamento Ambiental é o procedimento admi-
nistrativo pelo qual o órgão competente licencia a 
localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades de pessoas natu-
rais ou jurídicas de direito público ou privado que 
utilizem recursos ambientais e sejam consideradas 
efetivas ou potencialmente poluidoras ou, ainda, 
daquelas que, sob qualquer forma ou intensidade, 
possam causar degradação ambiental, conside-
rando as disposições gerais e regulamentares e as 
normas técnicas aplicáveis ao caso.
Em www.iema.es.gov.brAcesso Junho de 2007
O licenciamento ambiental, invariavelmente, é 
fornecido por órgãos ambientais estaduais e/ou 
municipais. A seguir colocamos a disposição os 
endereços eletrônicos de órgãos ambientais de al-
guns Estados brasileiros para serem consultados 
quanto às licenças ambientais, leis, regulamentos, 
instruções normativas, etc., que regulamos em-
preendimentos ambientais.
Espírito Santo: www.ieam.es.gov.br; Mato Grosso do 
Sul: www.supema.ms.gov.br; Minas Gerais: www.
feam.br; Rio de Janeiro: www.feema.rj.gov.br ; São 
Paulo: www.cetesb.sp.gov.br; Para os outros estados 
acesse: www.ambientebrasil.com.br
Etapas do Licenciamento Ambiental
As etapas do licenciamento ambiental podem 
variar de Estado para Estado, mas, em regra, 
podemos dizer que as seguintes etapas esta-
rão sempre presentes:
Licença Prévia (LP): é concedida na fase preli-
minar de planejamento do empreendimento ou 
atividade aprovando, mediante fi scalização prévia 
obrigatória ao local, a localização e a concepção 
do empreendimento, bem como atestando a via-
bilidade ambiental e estabelecendo os requisitos 
básicos e condicionantes a serem atendidas nas 
próximas fases de sua implementação.
Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação 
do empreendimento ou atividade de acordo com 
as especifi cações constantes dos planos, progra-
mas e projetos aprovados, incluindo as medidas 
de controle ambiental e demais condicionantes.
Licença de Operação (LO): autoriza a ope-
ração da atividade ou empreendimento, após 
fi scalização prévia obrigatória para verifi cação 
do efetivo cumprimento do que consta das li-
cenças anteriores, tal como as medidas de con-
trole ambiental e as condicionantes porventura 
determinadas para a operação. É concedida 
com prazos de validade de quatro ou de seis 
anos estando, portanto, sujeita à revalidação 
periódica. A LO é passível de cancelamento, 
desde que confi gurada a situação prevista na 
norma legal.
Em www.feam.br - Acesso Junho de 2007
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda45 4507-RSU-PRSO.2 miolo para segunda45 45 18/2/2008 20:59:5118/2/2008 20:59:51
46 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Atividade 14
Com base nos requisitos que você e seus colegas listaram no início 
dessa atividade, seria possível licenciar um sistema de compostagem? 
Caso a resposta seja “não”, o que está faltando para se conseguir o 
licenciamento? 
Quais os benefícios de se obter o licenciamento ambiental sob os 
aspectos: ambiental, da saúde, econômico e social?
07-RSU-PRSO.2 miolo para segunda46 4607-RSU-PRSO.2 miolo para segunda46 46 18/2/2008 20:59:5218/2/2008 20:59:52
Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 47
Vencida a segunda etapa, podemos nos concentrar na terceira, que consiste na escolha de 
um sistema de compostagem e requisitos para implantação do mesmo. 
Você Sabia? 
O ICMS Ecológico surgiu no Brasil, pioneiramente no Paraná em 1991, a partir da aliança 
do Poder Executivo Estadual e de municípios, mediatizado pela Assembléia Legislativa 
do Estado. Os municípios sentiam suas economias combalidas por causa da restrição 
de uso causada pela necessidade de cuidar dos mananciais de abastecimento para 
municípios vizinhos e pela existência de unidades de conservação, enquanto o Poder 
Público estadual sentia a necessidade de modernizar seus instrumentos de política 
pública. 
Nascido sob a égide da “compensação”, o ICMS Ecológico evolui, transformando-se ao 
longo do tempo também em instrumento de incentivo, direto e indireto à conservação 
ambiental, hoje o que mais o caracteriza. 
Em São Paulo, o ICMS Ecológico destina-se aos municípios que possuem unidades 
de conservação e outros 0,5% aos municípios que possuem reservatórios de água 
destinados a geração de energia elétrica. 
Já em Minas Gerais, a lei do ICMS Ecológico prevê, em seu inciso VIII - Meio Ambiente 
– a distribuição de parte dos recursos disponíveis em dois componentes - Saneamento 
Básico e Unidades de Conservação: 
“a) parcela de, no máximo, 50% (cinqüenta por cento) do total será distribuída aos 
municípios cujos sistemas de tratamento ou disposição fi nal de lixo ou de esgoto sani-
tário, com operação licenciada pelo órgão ambiental estadual, atendam, no mínimo, a, 
respectivamente, 70% (setenta por cento) e 50% (cinqüenta por cento) da população, 
sendo que o valor máximo a ser atribuído a cada município não excederá o seu inves-
timento, estimado com base na população atendida e no custo médio “per capita” dos 
sistemas de aterro sanitário, usina de compostagem de lixo e estação de tratamento de 
esgotos sanitários, fi xado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM” 
(Adaptado de www.ambientebrasil.com.br - Acesso Junho de 2007)
(Adaptado de www.enge.com.br - Acesso Junho de 2007)
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48 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Terceira etapa: sistema de compostagem
Atividade 15
Vamos começar com você e seus colegas fazendo uma atividade que tem 
por objetivo iniciar uma avaliação do seu sistema de compostagem. Para 
isso responda as perguntas a seguir
Qual o sistema de compostagem em que você trabalha? 
Como ele opera?
Descreva a rotina do sistema de compostagem em que você trabalha. 
Na descrição deve constar: qual a forma de recebimento dos resíduos, 
como é feita a triagem, como os resíduos são estocados, como é o 
pátio de compostagem (impermeabilizado ou não, caso haja pátio), 
como é o reviramento das leiras (mecanizado ou manual), como é o 
sistema de drenagem de águas pluviais, como é feito o tratamento 
do chorume gerado no pátio, como é acompanhado o processo de 
compostagem, tempo que leva para o composto estar pronto e como 
é estocado esse material, quais os problemas corriqueiros nas leiras 
ou pilhas de compostagem.
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Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 49
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50 Resíduos Sólidos - Processamento de Resíduos Sólidos Orgânicos - Nível 2
Dando continuidade aos nossos estudos, agora Profi ssional, nós veremos quais os sistemas 
de compostagem podem ser escolhidos e implantados em nossos municípios pela leitura 
individual do texto: “Sistemas de compostagem”. 
Sistemas de compostagem
Os sistemas de compostagem variam particularmente de artesanais, até sistemas complexos, 
onde os fatores interferentes são monitorados e controlados com relativa precisão. Os sistemas 
de compostagem agrupam-se em três categorias:
- Sistemas de leiras revolvidas (Windrow): a mis-
tura de resíduos é disposta em leiras ou pillhas, 
sendo a aeração fornecida pelo revolvimento 
dos materiais e pela convecção do ar na mas-
sa do composto;
- Sistema de leiras estáticas aeradas (Static pile): 
a mistura é colocada sobre tubulação perfura-
da que injeta ou aspira o ar na massa do com-
posto. Neste caso não há revolvimento mecâ-
nico das leiras ou pilhas;
- Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-
vessel): os materiais são colocados dentro de 
sistemas fechados, que permitem o controle 
de todos os parâmetros do processo de com-
postagem (por exemplo, sistema Dano).
Em www.wikipedia.org - Acesso em junho de 2007
Reviramento Manual Reviramento Mecânico
Sistema de dano
Leiras Aeradas
Chão movediço Transporte de 
lixo
Correia de 
catação
Separador 
magnético
Trasnporte de 
sucata
Bioestabilizador
Transporte de saída do 
bioestabilizador
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Guia do profi ssional em treinamento - ReCESA 51
Bom, Profi ssional, os sistemas apresentam vantagens e desvantagens tanto do ponto de vista 
operacional como econômico, dessa maneira refl ita e discuta com seus colegas coletivamente, 
as seguintes perguntas: 
Atividade 16
Qual sistema de compostagem

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