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Meios de contrastes iodados
Autor: Pedro V.F. Medrado
Introdução
 Os contrastes são substâncias que realçam as diferenças entre os tecidos do organismo nas imagens.
 Os contrastes alteram a resposta dos tecidos à energia eletromagnética ou ultrassom aplicados por diversos mecanismos.
 Tem por finalidade melhorar a definição/especificidade das imagens obtidas em exames.
 O contraste ideal deve alcançar uma alta concentração nos tecidos sem produzir nenhum efeito adverso. Atualmente indisponível, pois todos os meios de contraste apresentam efeitos adversos.
 Os principais meios de contraste atuais têm como responsáveis pela opacificação 3 elementos químicos: o bário, o iodo e o gadolínio.
 Em ultrassom, utiliza-se as microbolhas.
Classificação
 Os MC podem ser divididos em positivos e negativos de acordo com a atenuação dos raios X nos tecidos.
 Positivos: possuem maior atenuação dos raios X do que os tecidos. Ex: MC iodado e sulfato de bário.
 Negativos: menor atenuação dos raios X que os tecidos.
 Classificação quanto a(o):
· Solubilidade: Hidro ou Lipossolúvel
· Nº de anéis benzênicos: Monômeros ou Dímeros
· Osmolalidade: Alta ou Baixa ou Isso-osmolar
· Ionicidade: Iônicos ou Não-iônicos
Histórico
 O primeiro contraste iodado foi usado em 1920, o lipiodol (um componente lipossolúvel não muito usado hoje em dia). E entre 1920 a 1970, utilizou muito os componentes iônicos como o ácido diatrizoico, a Iodamida e o Ioxitalamato.
 No final dos anos 70 a metade dos anos 90, componentes de baixa osmolalidade, ou não iônicos, como Ioxaglato, Iopamidol e o Iohexol.
 E na metade dos anos 90, os componentes isso-osmolares, como o Iotrolan e o Iodixanol.
Estrutura básica
 Todos os MC iodados são hidrossolúveis
 Todos apresentam anel de benzeno e átomos de iodo
- Podem ser iônicos ou não de acordo com a dissociação (ionização) em água, isto é:
 Iônicos: se dissociam em íons positivos e negativos. O grupo ácido é substituído por um cátion (Na+ ou meglumina). Ex: Ioxaglato e o Ioxitalamato.
 Não iônicos: não se dissociam e a solubilidade na água decorre da presença de grupos hidroxilas (OH). O grupo ácido é substituído por aminas portadoras de grupos hidroxila (OH). Ex: Iohexol, Iopamidol, Ioversol, Iobitridol e Iopromida.
 Quando o contraste tem o ânion sódio, isso se traduz em uma maior concentração de contraste na urina, que causa mais dor vascular, e um maior grau de lesão transitória ao endotélio vascular. Porém, o contraste é menos viscoso.
 Quando o contraste tem sais de meglumina, menor será sua toxicidade cerebral, miocárdica e renal. Porém, maior será sua taxa de fluxo urinário, causando diurese osmóstica.
 Quando o contraste é de baixa osmolalidade, menor será a dor, e menor será a frequência de efeitos adversos (leves e moderados).
Propriedades dos contrastes
Hidrofilicidade
Relacionada ao aumento no número de grupos hidroxila (OH).
Densidade
É o número de átomos de iodo por ml de solução, g/ml.
Viscosidade
Na prática implica na força necessária para injetar a substância através do cateter
 Aumenta com o aumento da concentração da solução e do peso molecular. Assim, quanto maior a densidade do contraste, quanto mais ‘dímeria ou polimeria’, maior será sua viscosidade, ou “resistência de injeção do cateter”.
 Diminui com o aumento da temperatura. Por isso que é importante, aquecer o contraste na temperatura corporal, para reduzir a viscosidade.
Opacidade
Aquilo que melhora a qualidade da imagem, depende do teor de iodo. Quanto mais iodo, melhor será a imagem, porém maior será a toxicidade. A concentração dos contrastes varia de 120 a 400 mg/mL.
Osmolalidade
Nº de íons ou partículas presentes por unidade de volume – mOsm/Kg de água.
 Determina (parcialmente) a difusão do contraste.
 Interfere com a plasticidade das hemácias.
 Tem relação com efeitos adversos quimiotóxicos (incidência de efeitos adversos): distúrbios na barreira hematoencefálica, bradicardia, trombofletite e outros.
 Geralmente influenciada pela concentração, peso molecular e hidratação da substância química. Quanto maior o peso molecular e a concentração, maior será a osmolalidade. 
 A osmolalidade dos MC varia: 290 a 2100 mOsm/KgH20.
 Os contrastes iodados podem ser divididos em hiperosmolar (alta osmolalidade), hiposmolar (baixa osmolalidade, porém mais hiperosmolar em relação ao sangue) e iso-osmolar (semelhante a osmolalidade do sangue).
 O cálculo da osmolalidade do contraste é obtido pela razão do número de átomos de iodo em solução pelo número de partículas em solução.
 Meios de contraste hiperosmolares tem uma razão = 1,5. Ou seja, 3 átomos de iodo para cada duas partículas em solução.
 Monômeros não iônicos e dímeros iônicos tem razão = 3 (3 átomos de iodo para cada 1 partícula em solução).
 Dímeros não iônicos tem razão = 6 (6 átomos de íodo para cada 1 partícula em solução). Ex: Hexabrix 320.
 Quanto maior a osmolalidade maior será a vasodilatação causada pelo meio de contraste
 Os contrastes iônicos possuem uma maior osmolalidade que os não-iônicos, exceto o Ioxaglato (um MC iônico de baixa osmolalidade). Por isso que, os MC iônicos possuem maiores efeitos adversos que os não iônicos.
 Sendo a osmolalidade o fator determinante para o grau de tolerância do contraste.
Tolerância
Seria aquela situação onde eu não teria toxicidade nenhuma. Como isso não existe, a escolha do contraste tenta conciliar a qualidade da imagem radiológica e a segurança de seu emprego.
Farmacocinética dos contrastes
 Com a injeção intravenosa, o contraste deve seguir para o plasma, e subsequente espaços extravasculares, e por fim via eliminação renal (99%), e menos de 1% para outras vias (extrarrenal).
 Com injeção do contraste, há uma queda exponencial e diluição do plasma para uma difusão no espaço extravascular.
 Normalmente, os contrastes possuem uma meia-vida de 2 horas.
 Como o MC iodados são hidrofílicos, 99% são eliminados pela filtração glomerular.
 Em pacientes com Insuficiência Renal, a eliminação fica prolongada. Mas eles são dialisáveis.
 Sofrem pequena absorção enteral.
 E possuem mímima passagem pela placenta, glândula mamária e barreira hematoencefálica.

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