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Resumo Química geral e Química Analítica

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RESUMOS 
QUÍMICA GERAL E QUÍMICA 
ANALÍTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Sumário 
1. PRINCÍPIOS DA ANÁLISE GRAVIMÉTRICA ................................................................. 7 
1.1 Gravimetria por precipitação ................................................................................... 7 
1.2 Reagentes de precipitação ...................................................................................... 8 
1.3 Tamanho de partículas e filtração de precipitados ............................................. 8 
1.4 Mecanismo de formação do precipitado ............................................................... 9 
1.5 Mecanismo de formação do precipitado ............................................................... 9 
1.6 Controle experimental do tamanho das partículas ............................................. 9 
1.7 Precipitados coloidais ............................................................................................ 10 
1.8 Precipitados cristalinos .......................................................................................... 11 
1.9 Coprecipitação ......................................................................................................... 11 
1.10 Precipitação a partir de uma solução homogênea ............................................ 11 
1.11 Secagem e calcinação de precipitados ............................................................... 12 
2 ANÁLISE POR COMBUSTÃO ........................................................................................ 12 
3 APLICAÇÕES DOS MÉTODOS GRAVIMÉTRICOS .................................................... 13 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 13 
5 Bibliografia ....................................................................................................................... 14 
1. Generalidades sobre a técnica de espectrometria de massa com plasma 
indutivamente acoplado ........................................................................................................ 16 
2. Instrumentação para ICP-MS ........................................................................................ 17 
2.1 Sistema de introdução de amostra................................................................... 17 
2.2 Plasma indutivamente acoplado ....................................................................... 18 
2.3 Analisador ............................................................................................................. 18 
2.3.1 Analisadores Quadrupolares de Massas..................................................... 18 
2.3.2 Analisadores de Tempo de Voo .................................................................... 18 
2.4 Detectores ............................................................................................................. 19 
3. Interferências ............................................................................................................ 19 
3.1 Não espectrais ...................................................................................................... 19 
3.2 Espectrais .............................................................................................................. 19 
4. Aplicações da espectrometria de massa com plasma indutivamente 
acoplado ............................................................................................................................ 20 
5. Considerações finais ...................................................................................................... 20 
6. Referências bibliobráficas ............................................................................................. 21 
1. FUNDAMENTOS DA ANÁLISE VOLUMÉTRICA ......................................................... 23 
3 
 
2. TÉCNICAS VOLUMÉTRICAS ......................................................................................... 25 
2.1 Volumetria de neutralização .................................................................................. 25 
2.1.1 Titulação de ácido forte com base forte ...................................................... 26 
2.1.2 Titulação de ácido fraco com base forte ..................................................... 26 
2.1.3 Titulação de base fraca com ácido forte ..................................................... 26 
2.1.4 Titulação de ácidos polipróticos ................................................................... 27 
2.2 Volumetria de precipitação .................................................................................... 27 
2.2.1 Métodos argentimétricos ................................................................................ 29 
2.3 Volumetria de oxidação-redução .......................................................................... 29 
2.4 Volumetria de complexação .................................................................................. 31 
3. Aplicação da análise volumétrica ................................................................................ 32 
4. Considerações finais ...................................................................................................... 33 
5. Bibliografia ....................................................................................................................... 33 
1. Princípios sobre as ligações químicas ....................................................................... 35 
2. Ligações químicas .......................................................................................................... 35 
2.1 Ligações iônicas ...................................................................................................... 35 
2.2 Ligações covalentes ............................................................................................... 37 
2.3 Ligações iônicas versus ligações covalentes ................................................... 38 
3. Forças e comprimentos das ligações covalentes..................................................... 38 
4. Ligação química e estrutura molecular....................................................................... 39 
4.1 Modelo da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência (VSPER)
 39 
4.2 Teoria da ligação de valência (VB) ....................................................................... 40 
4.3 Teoria dos orbitais moleculares (MO).................................................................. 41 
5. Considerações finais ...................................................................................................... 42 
6. Referencias ....................................................................................................................... 42 
1. Generalidades sobre equilíbrios químicos ................................................................ 44 
2. Resposta dos equilíbrios frente a mudança de condições ..................................... 45 
2.1 Adição ou remoção de reagentes ......................................................................... 46 
2.2 Compressão de uma mistura de reação ............................................................. 46 
2.3 Temperatura .............................................................................................................. 46 
2.4 Catalisadores ............................................................................................................ 47 
3. Equilíbrio iônico .............................................................................................................. 47 
4 
 
4. Aplicações dos princípios de equilíbrio químico e equilíbrio iônico em nosso 
cotidiano ................................................................................................................................... 48 
5. Considerações finais ......................................................................................................49 
6. Bibliografia ....................................................................................................................... 49 
1. PRINCÍPIOS DOS MÉTODOS ABSORCIOMÉTRICOS ............................................... 51 
1.1 ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA................................................. 52 
1.2 ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR .......................................... 52 
1.3 INSTRUMENTAÇÃO PARA AS TÉCNICAS ABSORCIMÉTRICAS ................... 53 
1.3.1 Tipos de fontes ....................................................................................................... 55 
1.3.2 Recipientes para amostra (espectrometria de absorção molecular) ........... 55 
1.3.3 Tipos de atomizadores ......................................................................................... 56 
1.3.4 Monocromadores ................................................................................................... 58 
1.3.5 Detectores ............................................................................................................... 59 
2. INTERFERÊNCIAS ........................................................................................................... 59 
3. APLICAÇÕES DA ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR E 
ATÔMICA .................................................................................................................................. 60 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 61 
5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 61 
1. ESTRUTURA ATÔMICA .................................................................................................. 63 
1.1 Modelo nuclear do átomo ............................................................................................ 63 
1.2 Radiação eletromagnética........................................................................................... 63 
1.3 Espectros de linha e o modelo de Bohr ................................................................... 63 
1.4 Mecânica quântica e os orbitais atômicos .............................................................. 65 
1.5 Configurações eletrônicas .......................................................................................... 66 
2. Estrutura eletrônica e tabela periódica ....................................................................... 66 
2.1 Raio atômico e raio iônico .......................................................................................... 67 
2.2 Energia de ionização .................................................................................................... 67 
2.3 Afinidade eletrônica ..................................................................................................... 68 
3. Considerações finais ...................................................................................................... 68 
4. Bibliografia ....................................................................................................................... 69 
1. Princípios da técnica de espectrometria de emissão atômica ............................... 71 
1.1 Fotometria de chama........................................................................................... 71 
1.2 Espectrometria de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado
 72 
5 
 
1.3 Interferências ........................................................................................................ 72 
1.4 Aplicações da espectrometria de emissão atômica...................................... 73 
2. Princípios da técnica de espectrometria de emissão molecular ....................... 73 
2.1 Instrumentação para espectrometria de emissão atômica e molecular ... 74 
2.2 Aplicações de espectrometria de emissão molecular .................................. 76 
3. Considerações finais ...................................................................................................... 76 
4. Referências bibliobráficas ............................................................................................. 77 
1. Tipos de erros, precisão e exatidão ............................................................................ 79 
2. Distribuição Gaussiana .................................................................................................. 80 
3. Intervalos de confiança .................................................................................................. 80 
3.1 Teste t de Student .................................................................................................... 81 
3.2 Teste F ....................................................................................................................... 81 
3.3 Teste Q para dados incorretos .............................................................................. 81 
4. Considerações finais ...................................................................................................... 82 
5. Referências ....................................................................................................................... 82 
1. Amostragem ..................................................................................................................... 84 
2. Preparo de amostras ...................................................................................................... 86 
2.1 Tratamentos preliminares ........................................................................................... 86 
2.2 Métodos tradicionais empregados no preparo de amostras .......................... 87 
2.2.1 Dissolução (ou solubilização) em meio ácido ou alcalino............................. 87 
2.2.2 Digestão (Decomposição por Via Úmida) ......................................................... 88 
2.2.3 Abertura (Decomposição por Via Seca) ............................................................ 90 
2.2.4 Decomposição assistida por ultrassom ............................................................ 93 
2.2.5 Extração líquida ..................................................................................................... 93 
2.2.6 Extração em fase sólida ....................................................................................... 94 
3. Aplicações dos métodos de preparo de amostra ..................................................... 94 
4. Considerações finais ...................................................................................................... 94 
5. Referências bilbiográficas ............................................................................................. 95 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Apresentação do tema 
 
Os métodos gravimétricos são quantitativos e se baseiam na determinação 
da massa de um composto puro ao qual o analíto está quimicamente relacionado. 
Os métodos gravimétricos de análise baseiam-se em medidas de massa feitas com 
uma balança analítica, instrumento que fornece dados altamente exatos e precisos. 
A formação e o crescimento de precipitados e cristais são muito importantes 
na química analítica e em outras áreas da ciência. Sabe-se que a supersaturação 
leva à formação de partículas pequenas, difíceis de serem filtradas, então na análise 
gravimétrica é desejável minimizar a supersaturação e assim, aumentar o tamanho 
das partículas de sólido formadas. 
A seguir são apresentados alguns métodos que baseados em medidas de 
massa: 
 Gravimetria de precipitação: o analito é separado de uma solução da amostra 
como um precipitado e é convertido a uma espécie de composição conhecida 
que pode ser pesada. 
 Gravimetria de volatilização: o analito é isolado dos outros constituintes da 
amostra pela conversão a um gás de composição química conhecida. 
 Eletrogravimetria: o analito é separado pela deposição em um eletrodo por 
meio do uso deuma corrente elétrica. A massa desse produto fornece então 
uma medida da concentração do analito. 
 Titulação gravimétrica: a massa do reagente (de concentração conhecida) 
que reage com o analito, fornece a informação necessária para determinar a 
concentração do analito. 
 Espectrometria de massas atômicas: emprega um espectrômetro de massas 
para separar os íons gasosos formados a partir dos elementos que compõe 
uma amostra da matéria. A concentração dos íons resultantes é então 
determinada pela medida da corrente elétrica produzida quando esses íons 
atingem a superfície de um detector iônico. 
Os procedimentos gravimétricos tradicionais são essencialmente manuais e 
trabalhosos. Apesar de ser muito demorada, a análise gravimétrica continua sendo 
usada. As vantagens são: 
1) Elevada precisão e exatidão, se forem usadas balanças analíticas modernas; 
2) É fácil identificar possíveis fontes de erro porque os filtrados podem ser 
testados para avaliar o término da precipitação e os precipitados podem ser 
analisados quanto à presença de impurezas; 
3) É um método absoluto, isto é, envolve uma medida direta, sem necessidade 
de calibração; 
4) As determinações podem ser feitas com aparelhagem relativamente barata. 
Os itens caros são os fornos elétricos e os cadinhos de porcelana. 
Neste capítulo será abordado o procedimento de gravimetria por precipitação, 
usado na produção e separação de substâncias que contém o elemento ou o 
composto de interesse, normalmente por precipitação em formas relativamente 
fáceis de manipular. 
 
 
7 
 
1. PRINCÍPIOS DA ANÁLISE GRAVIMÉTRICA 
 
A base da análise gravimétrica é a passagem de uma substância obtida pela 
precipitação de uma solução, ou volatilizada e subsequentemente absorvida. A 
análise gravimétrica é um método macroscópico que envolve, normalmente, 
amostras relativamente grandes em comparação com outros procedimentos 
analíticos quantitativos. É possível obter alto grau de acurácia e, mesmo nas 
condições normais de laboratório, alcançar resultados reprodutíveis com margem 
de 0,3 a 0,5%. Existem duas áreas principais de aplicação dos métodos 
gravimétricos: 
1) A análise de padrões, para uso no teste e calibração de técnicas 
instrumentais. 
2) A análise de alta precisão. O tempo necessário para a análise gravimétrica, 
entretanto, limita esta aplicação a um número pequeno de determinações. 
É essencial que, no método escolhido, a forma do precipitado do elemento ou 
íon a ser determinado seja muito pouco solúvel e que não ocorram perdas 
apreciáveis durante a separação por filtração e pasagem do precipitado. 
Ainda, às vezes, é necessário coagular ou flocular a dispersão coloidal de um 
precipitado sólido finamente dividido para permitir a filtração e impedir a 
repeptização durante a lavagem. Outra dificuldade que pode ocorrer é a 
supersaturação. A concentração do soluto em uma solução supersaturada é maior 
do que o esperado para a situação de equilíbrio em uma dada temperatura, é 
portanto um estado instável. O estado de equilíbrio pode ser estabelecido por adição 
de um cristal do soluto puro ou por estímulo do início da cristalização, por exemplo, 
raspando o interior do frasco. 
Após obtenção e filtração, o precipitado ainda precisa ser tratado. A calcinação 
de precipitados leva comumente à decomposição térmica, envolvendo a 
dissociação de sais em ácidos e bases como, por exemplo, a decomposição de 
carbonatos e sulfatos. As temperaturas de decomposição dependem, obviamente, 
das estabilidades térmicas. 
As temperaturas de secagem e calcinação dos precipitados para a obtenção do 
composto químico desejado podem ser determinadas pelo estudo das curvas 
termogravimétricas de cada substância (gráfico que relaciona a massa com a 
temperatura). 
 
1.1 Gravimetria por precipitação 
Na gravimetria por precipitação, o analito é convertido a um precipitado pouco 
solúvel. Então esse precipitado é lavado para remoção das impurezas, convertido 
a um produto de composição conhecida por meio de um tratamento térmico 
adequado e pesado. 
Por exemplo, um método de precipitação para determinação de cálcio em águas 
naturais, para isso, um excesso de ácido oxálico é adicionado à uma solução 
aquosa contendo a amostra, daí adiciona-se amônia, o que neutraliza o ácido e 
provoca a precipitação completa de cálcio presente na amostra na forma de oxalato 
de cálcio. 
2NH3 + H2C2O4  2NH4+ + C2O42- 
Ca(aq)2+ + C2O4(aq)2-  CaC2O4(s) 
8 
 
 Então, o precipitado é filtrado, utilizando-se um cadinho de filtração, 
previamente pesado e depois é seco e calcinado. Esse processo converte 
completamente o precipitado a óxido de cálcio 
CaC2O4(s)  CaO(s) + CO(g) + CO2(g) 
 Após o resfriamento, o cadinho e o precipitado são pesados e a massa de 
óxido de cálcio é determinada pela subtração da massa conhecida do cadinho. O 
conteúdo em cálcio da amostra é calculado 
 
56,077 g de CaO ------- 40 g de Ca2+ 
Massa pesada ----------x 
 
X -----200 mL de amostra 
Y -----100 mL de amostra 
Yg% 
 
1.2 Reagentes de precipitação 
As precipitações gravimétricas são quase sempre feitas com um número limitado 
de reagentes orgânicos, embora algumas determinações bem conhecidas, como a 
de bário (como sulfato) ou de chumbo (como cromato), envolvem o uso de 
reagentes inorgânicos. Os reagentes orgânicos têm a vantagem de produzir 
compostos pouco solúveis, normalmente coloridos, cujas massas moleculares 
relativas são elevadas. Isso significa que se obtèm uma quantidade de precipitado 
maior, a partir de uma pequena quantidade de íons a determinar. 
O reagente orgânico ideal de precipitação deve ser específico (deve formar um 
precipitado apenas com um íon em particular) e seletivo (reagem com um número 
limitado de espécies). Este ideal é raramente atingido. O controle das condições 
experimentais, entretanto, torna frequentemente possível a precipitação de apenas 
um dos íons do grupo. Às vezes, o precipitado resultante pode ser pesado após 
secagem na temperatura adequada. Em outros casos, a composição do precipitado 
não é bem definida e a substância tem de ser convertida (por calcinação) ao óxido 
do metal. Em alguns poucos casos, pode-se usar um método titrimétrico que utiliza 
o complexo orgânico precipitado quantitativamente. 
Uma classificação rígida dos reagentes orgânicos é difícil. Os mais importantes 
são os que formam quelatos complexos, com um ou mais anéis (normalmente de 5 
ou 6 átomos, incluíndo o íon metálico). A formação de anéis aumenta 
consideravelmente a estabilidade. Os reagentes: dimetil-glioxima, cupferron, 8-
hidróxi-quinolina (oxina), α-Oxima da Benzoína e ácido antranílico são reagentes 
típicos dos quelantes usados na análise de metais. 
 
1.3 Tamanho de partículas e filtração de precipitados 
Os precipitados constituídos por partículas grandes são geralmente desejáveis 
nos procedimentos gravimétricos porque essas partículas são fáceis de filtrar e de 
lavar visando a remoção de impurezas. Além disso, os precipitados desse tipo são 
geralmente mais puros que aqueles formados por partículas pequenas. 
O tamanho das partículas de sólidos formados varia enormemente, ou seja, é 
possível obter uma suspensão coloidal, cujas minúsculas partículas são invisíveis a 
olho nu. As partículas coloidais não apresentam tendência de decantar a partir de 
9 
 
soluções e não são facilmente filtradas. Por outro lado, estão as partículas com as 
dimensões da ordem de décimos de milímetros ou maiores, chamadas suspensão 
cristalina. As partículas de uma suspensão cristalina tende a decantar 
espontaneamente e são facilmente filtradas. 
Os tamanhos das partículas do precipitado é influenciado pela solubilidade do 
precipitado, pela temperatura, pelas concentrações dos reagentes e pela velocidade 
com que os reagentes são misturados. O efeito líquido dessas variáveis pode ser 
estimado considerando que o tamanho da partícula esteja relacionado a uma única 
propriedade do sistema denominada supersaturação relativa:𝑆𝑢𝑝𝑒𝑟𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = 
𝑄 − 𝑆
𝑆
 
 
Onde Q = a concentração do soluto e S a solubilidade no equilíbrio. 
Quando a supersaturação relativa é grande, o precipitado tende a ser coloidal; 
quando a supersaturação relativa apresenta um valor pequeno, a formação de um 
sólido cristalino é mais provável. 
 
1.4 Mecanismo de formação do precipitado 
O efeito de supersaturação relativa no tamanho da partícula pode ser explicado 
se considerarmos que os precipitados são formados por dois processos: por 
nucleação e por crescimento da partícula. O tamanho da partícula do precipitado é 
determinado pelo mecanismo predominante. 
Na nucleação, alguns íons, átomos ou moléculas se juntam para formar um 
sólido estável. A precipitação posterior então envolve uma competição entre a 
nucleação adicional e o crescimento dos núcleos existentes (crescimento da 
partícula). Se a nucleação predomina, formam-se um grande número de pequenas 
partículas; Se o crescimento predomina, um número pequeno de partículas grandes 
é produzido. 
 
1.5 Mecanismo de formação do precipitado 
A cristalização é um processo que ocorre em duas fases: a nucleação e o 
crescimento da partícula. Durante a nucleação acredita-se que os solutos formam 
um agregado desordenado, que posteriormente se converte em uma estrutura 
ordenada capaz de crescer, formando partículas maiores. No crescimento da 
partícula, moléculas ou íons condensam-se sobre o núcleo, formando um cristal de 
tamanho maior. 
 
1.6 Controle experimental do tamanho das partículas 
Variáveis experimentais que minimizam a supersaturação, e produzem os 
precipitados cristalinos incluem temperaturas elevadas para aumentar a 
solubilidade do precipitado, soluções diluídas (para minimizar o valor de Q) e a 
adição lenta do agente precipitante, sob agitação eficiente. Se a solubilidade do 
precipitado também depende do pH, partículas maiores também podem ser 
produzidas controlando-se o pH. 
Precipitados que apresentam solubilidades muito baixas, como por exemplo, 
óxido hidratado de ferro III, alumínio e cromo (III) e os sulfetos da maioria dos íons 
de metais pesados. 
10 
 
 
1.7 Precipitados coloidais 
As soluções coloidais são extremamente pequenas e não podem ser retidas em 
filtros comuns, além disso o movimento browniano não deixa as partículas 
decantarem. Uma forma de contornar esse problema é coagular ou aglomerar as 
partículas a fim de gerar uma massa amorfa filtrável que irá decantar. 
A coagulação pode ser obtida por aquecimento, agitação e pela adição de um 
eletrólito ao meio. Porém as suspensões coloidais são estáveis, já que os íons (com 
cargas opostas) retidos na superfície de um sólido através do processo de adsorção 
e uma segunda camada de íons (com cargas opostas aos íons adsorvidos) 
chamada de camada do contraíon forma uma dupla camada elétrica que é 
responsável pela estabilidade da solução coloidal. 
As suspensões coloidais não coagulam espontaneamente, mas pode ser 
alcançada utilizando um curto período de aquecimento, particularmente se 
acompanhado de agitação. O aquecimento diminui o número de íons adsorvidos e 
a espessura da dupla camada e também é possível adicionar um eletrólito em 
solução, o que promove uma redução do tamanho da camada do contraíon, e então 
as partículas podem se aproximar mais uma das outras e sofrer aglomeração. 
 
 
 
Os precipitados que possuem solubilidade muito baixas, como por exemplo, 
muitos sulfetos e óxidos hidratados, geralmente são coloidais. As partículas 
coloidais individuais são tão pequenas que não podem ser retidas por filtros 
comuns. Entretanto, podemos coagular ou aglomerar as partículas individuais da 
maioria dos colóides para gerar uma massa amorfa filtrável que irá se decantar. 
Peptização é o processo pelo qual um colóide coagulado é revertido ao seu 
estado disperso original. Quando um coloide coagulado é lavado, parte do eletrólito 
responsável pela sua coagulação é lixiviado, e com a remoção do eletrólito a 
camada do contraíon aumenta, e assim as partículas tendem a se desprender uma 
das outras e fazem com que o coloide permaneça em solução. Deparamo-nos com 
um dilema ao ao se trabalhar com os coloides coagulados: por um lado é necessário 
a etapa de lavagem para minimizar a contaminação, mas há riscos de perdas 
resultantes se a água for utilizada. Este problema, normalmente, é resolvido pela 
lavagem do precipitado com uma solução contendo um eletrólito que se volatiliza 
11 
 
quando o precipitado é seco ou calcinado. Um exemplo é o precipitado de cloreto 
de prata que normalmente é lavado com uma solução diluída de ácido nítrico, pois 
o ácido nítrico é removido na etapa de secagem. 
A filtrabilidade de um coloide coagulado frequentemente melhora quando o 
deixamos descansar por uma hora aproximadamente em contato com a solução a 
partir da qual foi formado, pocesso é conhecido por digestão. Durante esse 
processo, moléculas de água fracamente ligadas parecem se desligar do 
precipitado, formando uma massa mais densa que pode ser filtrada com maior 
facilidade. 
1.8 Precipitados cristalinos 
Os precipitados cristalinos são geralmente mais facilmente filtrados e purificados 
quando comparados aos precipitados coloidais. 
O tamanho da partícula de um sólido cristalino muitas vezes pode ser melhorado 
pela minimização de Q (usando soluções diluídas e adição lenta e sob agitação do 
agente precipitante) ou pela maximização de S (usando uma solução a quente ou 
pelo ajuste do pH do meio contendo o precipitado). A digestão melhora a 
filtrabilidade tanto dos precipitados coloidais quanto dos precipitados cristalinos. 
 
1.9 Coprecipitação 
As impurezas adsorvidas, oclusas e inclusas são conhecidas como co-
precipitado, ou seja, a impureza é precipitada juntamente com o produto desejado, 
mesmo que o limite de solubilidade da impureza ainda não tenha sido ultrapassado. 
As impurezas adsorvidas estão ligadas à superfície de um cristal; As impurezas 
absorvidas (que estão dentro do cristal) são classificadas como inclusões quando a 
impureza ocupa um sítio ativo no retículo cristalino, ou oclusões quando as 
impurezas encontram-se presas dentro do cristal em crescimento. 
A co-precipitação tende a ser maior em precipitados coloidais (que apresentam 
área superficial grande). Diversos procedimentos envolvem a remoção da solução-
mãe, redissolvendo o precipitado e reprecipitando o produto. Durante a segunda 
precipitação a concentração das impurezas na solução é menor do que durante a 
primeira precipitação, e o grau de co-precipitação tende a ser menor. A 
reprecipitação aumenta a pureza de alguns precipitados 
 
 
1.10 Precipitação a partir de uma solução homogênea 
A precipitação a partir de uma solução homogênea é uma técnica na qual um 
agente precipitante é gerado em uma solução contendo o analito por intermédio de 
uma reação química lenta (agente precipitante é gerado gradativamente e 
homogeneamente na solução e reage imediatamente com o analito). 
Em geral, os precipitados formados homogeneamente, tanto coloidais quanto 
cristalinos, são mais adequados para análises que os sólidos formados pela adição 
direta de um reagente precipitante, isso porque os precipitados formados a partir de 
uma solução homogênea são geralmente mais puros e mais fáceis de serem 
filtrados que os precipitados formados por meio da adição direta do reagente à 
solução do analito. 
 
 
12 
 
1.11 Secagem e calcinação de precipitados 
Após a filtração, um precipitado gravimétrico é aquecido até que sua massa se 
torne constante. O aquecimento remove o solvente e qualquer espécie volátil 
arrastada com o precipitado. 
Alguns precipitados também são calcinados para decompor o sólido e para 
formar um composto de composição conhecida. Esse novo composto é muitas 
vezes chamado FORMA DE PESAGEM. A temperatura requerida para produzir 
formas de pesagens adequadas varia de precipitado para precipitado. As 
termobalanças automáticas são instrumentos queregistram a massa de uma 
substância continuamente à medida que a temperatura é elevada a uma velocidade 
constante. O processo de registro de curvas de decomposição térmica é 
denominado análise termogravimétrica e a curva da massa versus temperatura é 
chamada termograma. 
Os resultados de uma análise gravimétrica são geralmente calculados a partir 
de medidas experimentais, a massa da amostra e a massa de um produto de 
composição conhecida. 
Os métodos gravimétricos não requerem uma etapa de calibração ou 
padronização (como todos os outros procedimentos analíticos, exceto a 
coulometria) porque os resultados são calculados diretamente a partir dos dados 
experimentais e massas atômicas. 
Assim, quando apenas uma ou duas amostras devem ser analisadas, um 
procedimento gravimétrico pode ser o método escolhido, uma vez que se requer 
menos tempo e esforço que um procedimento que demande preparação de padrões 
e calibração. 
 
 
2 ANÁLISE POR COMBUSTÃO 
Uma forma históricamente importante de análise gravimétrica foi a análise por 
combustão, usada para determinar o teor de carbono e hidrogênio de compostos 
orgânicos queimados em excesso de O2. Em vez das pesagens dos produtos de 
combustão, os instrumentos modernos usam, a condutividade térmica, absorção no 
IV, fotometria de chama (para enxofre) e a coulometria (para halogênios). 
Na análise gravimétrica por combustão, o produto parcialmente queimado passa 
através de um catalisador, que pode ter uma tela de Pt, CuO, PbO2, MnO2 em 
temperatura suficientemente elevada, de modo a ocorrer uma oxidação completa a 
CO2 e H2O. Os produtos de combustão passam por um recipiente contendo P4O10, 
que absorve água e a seguir por um recipiente contendo ascarita (NaOH em 
amianto), que absorve CO2. O aumento de massa, em cada um dos recipientes, 
corresponde à quantidade de hidrogênio e de carbono, respectivamente, presentes 
na amostra inicial. Um tubo de proteção evita que a H2O e o CO2 provenientes do 
ar atmosférico entrem nos recipientes. 
Inicialmente pesa-se, com precisão, 2 mg de amostra, que são selados dentro 
de uma cápsula de estanho ou prata. O analisador é varrido com gás He, 
previamente tratado para remover traços de O2, H2O e CO2. No início da corrida, 
um volume de O2 medido em excesso é adicionado ao fluxo de He. A seguir, a 
cápsula da amostra é colocada dentro de um cadinho de porcelana pré-aquecido, 
onde a cápsula funde e a amostra é rapidamente oxidada. 
13 
 
Os produtos passam pelo catalisador de WO3, suficientemente quente para 
completar a combustão de todo carbôno a CO2. Na região seguinte, Cu metálico , a 
850 ºC reduz SO3 a SO2, e remove o excesso de O2. 
A mistura CO2, H2O, N2 e SO2 é separada por cromatografia a gás, e a 
concentração de cada componente é determinada por um detector de condutividade 
térmica. Alternativamente, CO2, H2O e SO2 podem ser determinados por 
absorbância na região do IV. 
 
 
3 APLICAÇÕES DOS MÉTODOS GRAVIMÉTRICOS 
Os métodos gravimétricos tem sido desenvolvidos para a maioria dos cátions e 
ânions inorgânicos, como também para espécies neutras como água, SO2, CO2 e 
iodo. Uma grande variedade de substâncias orgânicas também podem ser 
facilmente determinadas gravimétricamente, tais como: 
 Lactose em derivados de leite 
 Silicatos em preparações farmacêuticas 
 Fenoftaleína em laxantes 
 Nicotina em pesticidas 
 Colesterol em cereais 
 Benzaldeído em extrato de amêndoas 
Os métodos gravimétricos estão entre os mais amplamente aplicados de todos 
os métodos analíticos. 
 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste capítulo foram abordadas os principais fundamentos envolvidos nos 
métodos gravimétricos de análise empregando atécnica de gravimetria por 
precipitação. De uma maneira geral, as análises são baseadas em efeitos de 
solubilidade, precipitação e determinação da massa. A gravimetria é classificada 
como método cássico de análise, já que envolve a estequiometria da reação 
envolvida, e a medida é feita através da determinação da massa do composto no 
qual o analito está quimicamente relacionado. Embora seja um método lento que 
envolve várias etapas experimentais, ainda é muito utilizado pois apresenta uma 
boa exatidão e precisão da medida e não necessita de ensaios de calibração 
instrumental como a maioria dos métodos utilizados na área de química analítica, 
além de requerer uma instrumentação relativamente barata do que quando 
comparado aso métodos instrumentais de análise. 
 
 
14 
 
 
 
 
5 Bibliografia 
 
VOGEL, A. Análise Química Quantitativa, 6ª ed., LTC Editora, Rio de Janeiro, 
2002. 448p. 
HARRIS D. C. Explorando a Química Analítica, 4ª ed., LTC Editora, Rio de 
Janeiro, 2011. 568p. 
SKOOG, D. A.; West, D. M.; Holler F. J.; Crouch, S. R. Fundamentos De Química 
Analítica. Trad. 8. Ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preparo da solução
Precipitação
Digestão
Filtração
Lavagem
Secagem/calcinação
Pesagem
Cálculos
Reagente precipitante (seletivo reagem 
com n° limitado de espécies, como a Ag+) 
ou específico (como a dimetilglioxima para 
formar precipitado apenas com o Ni 
Características da precipitação: 
Nucleação: forma muitas partículas 
pequenas devido a agregação de espécies 
Crescimento das partículas: forma poucas 
partículas grandes devido a sobreposição 
de partículas no agregado (importante na 
gravimetria pois são facilmente filtradas) 
Precipitado fica em contato durante 1 h com 
a solução-mão (a partir da qual foi formado), 
assim as moléculas de água fracamente 
ligada se desprendem, melhorando a 
filtração A solução é filtrada (filtração comum ou à 
vácuo) e o sólido é o objeto de estudo 
Para remover as impurezas Para a secagem/calcinação estufa ou 
muflas (mais usadas), com aquecimento as 
impurezas evaporam e permanece só o 
precipitado. Depois de seco, o material é 
levado ao dessecador para resfriar e evitar 
a hidratação 
15 
 
Apresentação do tema 
 
Duas técnicas podem ser utilizadas para a determinação elementar por meio 
do fenômeno de emissão atômica. A técnica espectrometria de emissão óptica com 
plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) baseia-se na medição da radiação 
eletromagnética emitida por átomos ou íons excitados pelo plasma nas regiões do 
espectro visível e ultravioleta. Já a técnica de espectrometria de massa com plasma 
indutivamente acoplado (ICP-MS) baseia-se na medição do número de íons 
gerados quando a amostra, que passa por nebulização prévia, é aquecida pelo 
plasma e estes são separados por um campo magnético de acordo com suas 
proporções massa/carga. 
A espectrometria de massa atômica consiste em uma ferramenta versátil e 
largamente usada na identificação dos elementos presentes em amostras e na 
determinação de suas concentrações. Quase todos elementos podem ser 
determinados por espectrometria de massa. 
Frente aos métodos de espectrometria óptica, ou seja, uso de dispositivos 
que isolam radiações com comprimentos de onda de interesse, a espectrometria de 
massa oferece muitas vantagens e destacam-se: os baixos limites de detecção, 
obtenção de espectros consideravelmente simples, que são normalmente únicos e 
na maioria das vezes de fácil interpretação e a possibilidades de medir razões 
isotópicas atômicas. Por outro lado, como desvantagens pode-se destacar o custo 
elevado dos instrumentos e alguns tipos de interferências que a técnica é suseptível. 
 Neste capítulo serão abordados alguns conceitos relacionados à técnica de 
espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado, a instrumentação 
utilizada, os tipos de interferencias que podem ocorrer e algumas aplicações desta 
técnica instrumental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
1. Generalidades sobre a técnica de espectrometria de massa com plasma 
indutivamente acoplado 
Desde o início dos anos 1980, a espectrometria de massa com plasma 
indutivamente acoplado (ICP-MS) cresceu e tornou-se uma das mais importantes 
técnicas de análise elementar devido aosbaixos limites de detecção para a maioria 
dos elementos, ao seu elevado grau de seletividade e a sua precião e exatidão. 
Atualmente, um dos maiores desafios frente a esta técnica instrumental consiste na 
eliminação ou minimização das interferências espectrais e não-espectrais. 
A massas atômicas e moleculares normalmente são expressas em termos da 
escala de massa atômica, baseada em isótopo específico do carbono. Na 
espectrometria de massas, estamos frequentemente interessados na massa exata 
de isótopos específicos de um elemento ou massa exata de compostos contendo 
um conjunto específico de isótopos. A massa atômica química de um elemento na 
natureza é dada pela soma das massas exatas de cada isótopo ponderado pela sua 
abundância. A massa molecular média ou química é a soma das massas atômicas 
para os átomos que aparecem na fórmula do composto. 
A ICP-MS resultou do acoplamento do plasma como fonte geradora de íons com 
o espectrômetro de massa. O plasma é uma fonte de íons, enquanto a 
espectrometria de massa oferece elevada sensibilidade. Este acoplamento resultou 
em uma poderosa ferramenta analítica, reunindo características positivas, tal como 
elevada sensibilidade com a rapidez e versatilidade da análise. 
É possível utilizar a espectrometria de massas tanto em análise qualitativa para 
identificação do espectro de massas, como em análise quantitativa por gerar sinais 
analíticos proporcionais à concentração das espécies presentes na amostra. A 
espectrometria de massas é, essencialmente, uma técnica de ionização e 
fragmentação de moléculas que são, depois, separadas em fase gasosa para obter 
um espectro de acordo com a razão massa/carga (m/z) dos fragmentos. Como a 
maior parte dos íons adquire carga unitária, as massas permitem a identificação do 
composto original. O espectro de massas consiste em um gráfico que relaciona o 
valor de massa/carga com a intensidade que fornece os pesos atômicos e 
moleculares e informações estruturais. 
Enquanto o ICP opera a pressão atmosférica, o espectrômetro de massas requer 
alto vácuo, então para garantir que os íons produzidos no plasma sejam 
transportados para o analisador de massas é necessário o uso de uma interface 
entre o plsma e o analisador de massas. Geralmente, a interface, consiste em dois 
cones metálicos que apresentam um pequeno orifício para permitir a passagem dos 
íons, denominados cone de amostragem e skimmer. A ponta do cone de 
amostragem fica imerso na zona analítica do plasma, e a sua finalidade é amostrar 
uma quantidade representativa de íons do plasma. O segundo cone, chamado de 
“skimmer”, é mais pontiagudo do que o cone de amostragem e possui o orifício 
central com diâmetro um pouco menor (< 1 mm) sua função é amostrar 
preferencialmente íons da fase gasosa e reduzir a carga de gás que entra no 
sistema de vácuo do dispositivo analisador de massa. Ambos cones são geralmente 
produzidos por Ni ou Pt, e para protegê-los da elevada temperatura do plasma, o 
bloco que serve de suporte para os mesmos é refrigerado com água. 
 
 
17 
 
2. Instrumentação para ICP-MS 
A Figura 1 ilustra os principais componentes do espectrômetro de massas. 
 
Figura 1: Esquema das partes que constituem o espectômetro de massas. 
 
De maneira geral, a amostra é introduzida pelo sistema de introdução de 
amostra, onde uma pequena quantidade de amostra alcança a fonte de ionização 
(plasma), onde os componentes da amostra são convertidos em íons gasosos pela 
temperatura do plasma. A saida de fonte de íon é uma corrente de íons gasosos 
positivos (mais comum) ou negativos. Estes íons são acelerados para o analisador 
de massas, que então os separa de acordo com suas razões m/z. Os íons que 
apresentam valores de m/z específicos são coletados e convertidos em sinal 
elétrico. O processador de sinal processa os resultados para produzir o escpectro 
de massas. A seguir serão discutidos alguns aspectos relacionados ao sistema de 
introdução de amostra, fonte de íons, os tipos de analisadores demassas e o 
detector. 
Os espectrômetros de massa exigem um sistema de vácuo elaborado para 
manter uma baixa pressão, e assim garantir uma frequência relativamente baixa de 
colisões e preservar os íons e elétrons livres. 
 
2.1 Sistema de introdução de amostra 
Apesar da possibilidade da introdução de amostras sólidas e gasosas no 
plasma, a forma mais comum ainda é a líquida. Esta, geralmente, é aspirada e 
introduzida no plasma na forma de aerossol, sendo que a maneira mais comum de 
produzi-lo é através da nebulização da solução. O aerossol pode ser produzido 
através do uso de um nebulizador convencional ou ultra-sônico. 
O nebulizador convencional produz gotículas de diversos tamanhos, o que pode 
causar efeitos indesejáveis, como por exemplo a flutuação do sinal analítico, 
aumento de ruído, uso ineficiente da amostra e mesmo efeitos de matriz 
(principalmente em relação a alteração da composição do solvente). Dessa forma, 
é recomendável o uso de câmaras de nebulização, onde as gotículas maiores, 
devido a sua massa maior colidem com a parede da câmara e acabam sendo 
drenadas do sistema para um frasco de resíduos. A gotículas com tamanhos 
uniformes e menores chegam ao plasma. O sistema de nebulização deve satisfazer 
dois requisitos fundamentais; produzir um aerossol estável e trabalhar com uma 
vazão de gás compatível com a do ICP. Em ICP-MS, quando a nebulização 
pneumática é empregada, o argônio gera e transporta o aerossol para o plasma. 
Além dos nebulizadores pneumáticos tradicionais, o aerossol pode também ser 
produzido através de uma série de outros sistemas, dentre os quais podemos citar 
os nebulizadores ultrassônicos que proporcionam limites de detecção mais baixos 
do que os nebulizadores pneumáticos. 
Sistema de 
introdução da 
amostra
Plasma
Analisador 
de massas
Detector
Processador 
do sinal
Leitura
18 
 
Os íons formados no plasma são então introduzidos no analisador de massas, 
normalmente quadrupolar, onde eles são classificados de acordo com a razão 
massa-carga e detectados. 
 
2.2 Plasma indutivamente acoplado 
Um plasma consiste em um gás quente e parcialmente ionizado, que apresenta 
elevadas concentrações de elétrons e íons. O plasma é produzido em um aparato 
conhecido por tocha, um tubo concêntrico de quartzo, através de uma bobina de 
Tesla e um campo de radiofrequência, oferece elevadas temperaturas (4000 a 
10000 K), elevada estabilidade e o ambiente quimicamente inerte da atmosfera de 
argônio elimina a maioria das interferências que são encontradas nos instrumentos 
que usam a chama. 
O argônio é o gás utilizado para formar o plasma, uma vez que apresenta 
elevado potencial de ionização, custo acessível e pureza adequada ( maior que 
99,0%). Como o argônio apresenta elevado potencial de ionização, ele consegue 
ionizar qualquer elemento que apresenta menor potencial de ionização que o 
argônio (maioria dos elementos). 
Nas aplicações de espectrometria de massa, o ICP serve tanto como atomizador 
quanto ionizador. Ainda é importante ressaltar que embora seja possível utilizar a 
tocha em duas vistas: axial (horizontal) ou na vista radial, a vista axial é a mais 
frequentemente usada em ICP-MS. 
 
2.3 Analisador 
O analisador de massas deve distinguir diferenças de massas diminutas e 
simultaneamente permitir a passagem de um número suficiente de íons para 
produzir correntes de íons mensuráveis. Neste capítulo serão abordados dois tipos 
de analisadores de massa: o analisador quadrupolar de massas e o analisador de 
tempo de voo. 
 
2.3.1 Analisadores Quadrupolares de Massas 
O quadrupolo é um dos separadores de massa mais comuns em decorrência de 
seu baixo custo. Ele consiste em quatro hastes metálicas parelalas sobre as quais 
se aplicam um potencial elétrico constante e um potencial oscilante de 
radiofrequência. O campo elétrico deflete os íons em trajetórias complexas 
conforme estes migram da câmara de ionização na direção do detector, permitindo 
apenas que íonscom determinada razão massa/carga alcancem o detector. Os íons 
que apresentam razão massa/carga diferente da razão massa/carga de interesse, 
colidem com as hastes e se perdem antes de alcançar o detector. Com a variação 
rápida dos potenciais elétricos, selecionamos íons com massas diferentes para 
atingir o detector. 
 
2.3.2 Analisadores de Tempo de Voo 
De modo geral, o funcionamento do espectrômetro de massa por tempo de voo 
(TOF) baseia-se na medida do tempo que um íon leva para atravessar a fonte de 
íons e chegar até o detector. Idealmente, todos os íons devem ter a mesma energia 
cinética (½ mv2) onde m é a massa do íon e v é a velocidade. Se os íons possuem 
a mesma energia cinética, mas massas diferentes, os íons mais leves se deslocarão 
19 
 
mais rapidamente que os íons mais pesados. Em sua forma mais simples, podemos 
considerar o TOF como um tubo reto, comprido e evacuado, com a fonte de íons de 
um lado e o detector do outro lado. Os íons ejetados pela fonte se deslocam em 
direção ao detector em ordem crescente de massas, pois os íons mais leves se 
deslocam mais rapidamente. 
 
2.4 Detectores 
Os transdutores mais comuns em ICP-MS são os multiplicadores de elétrons. O 
dinodo discreto multiplicador de elétrons é constituído por dinodos justapostos e 
opera de forma similar a um transdutor fotomultiplicador para a radiação 
ultravioleta/visível. A colisão de um íon positivo no primeiro dinodo libera de 2 a 3 
elétrons secundários. Os mesmos são, por sua vez acelerados e direcionados aos 
dinodos seguintes dispostos adequadamente, resultando no estagio final uma 
corrente amplificada da ordem de 106 elétrons que é lida por um eletrômetro. 
 
3. Interferências 
Uma interferência é um efeito que faz com que o analito tenha comportamento 
diferente na amostra e nas soluções de calibração, quando a concentração 
permanece constante. Os íons formados no plasma podem recombinar-se entre si, 
com íons provenientes da atmosfera e/ou do próprio argônio gerando íons 
poliatômicos, e com isso produzindo espécies poliatômicas, podendo ocasionar 
interferências. Como em outras técnicas espectrométricas, existem dois tipos de 
interferências em ICP-MS, as interferências não espectrais e as espectrais. 
 
3.1 Não espectrais 
As interferências não espectrais podem ser identificadas através de uma 
mudança na inclinação da curva analítica (perda de sensibilidade) devido a 
presença da matriz. As interferências de transporte são as mais importantes, sendo 
causadas por mudanças nas propriedades físico-químicas da amostra (como, por 
exemplo: mudança de viscosidade, densidade, tensão superficial), devido à 
presença de sais dissolvidos e/ou reagentes os quais influenciam na taxa de 
introdução do analito no plasma. Todos esses efeitos podem ser minimizados e/ou 
eliminados através de diferentes estratégias como: avaliar o efeito matriz, diluir a 
amostra e utilizar de padrões internos para a correção da supressão e flutuação de 
sinal. 
 
3.2 Espectrais 
As interferências espectrais são causadas por íons atômicos ou moleculares que 
apresentem a mesma massa nominal do analito, resultando em maiores contagens 
e um maior sinal para a razão m/z do analito de interesse. Dependendo da espécie 
interferente, pode se distinguir entre interferência isobárica, de íons poliatômicos, 
de íons íons de óxidos e íons de dupla carga. 
A interferência isobárica é evidenciada quando dois elementos apresentam a 
mesma razão massa/carga que outra espécie. Um exemplo é o íon 40Ca+ e 40Ar+ 
(diferentes elementos fornecem o mesmo valor de m/z). 
Pode-se obter uma interferência poliatômica quando os íons formados no 
plasma recombinam-se entre si, com íons provenientes da atmosfera e/ou do 
20 
 
próprio argônio gerando íons poliatômicos, e com isso produzindo espécies 
poliatômicas (mz < 80), podendo ocasionar interferências, ou seja, íons moleculares 
interferem na determinação dos isótopos de interesse, como por exemplo, 35Cl16O+ 
(m/z = 51) e 51V+ ou o íon molecular 40Ar16O+ (m/z = 56) interfere na análise de 56Fe+. 
A interferência que envolve íons de óxidos também consiste em um tipo de 
interferência espectral no ICP-MS. Os íons de óxidos podem ser provenientes ou 
da dissociação incompleta da amostra ou da recombinação dos íons no plasma. O 
controle da resposta de óxidos em uma análise é determinado pela razão MO+ /M+, 
frequentemente expresso em porcentagem. Na realidade, esta razão é uma 
aproximação da razão correta MO+ /(MO+ + M+ ), e na maioria dos casos não deve 
exceder 3%. A formação de óxidos também está relacionada com a quantidade de 
vapor de água transportada, uma vez que o analito poderá ser atomizado em um 
excesso de átomos de O. Buscar soluções para a eliminação os óxidos é 
fundamental, pois a razão m/z de um óxido pode se sobrepor a uma dada razão m/z 
de um analito, como por exemplo, os cinco isótopos naturais de Ti: 46Ti 47Ti, 48Ti, 
49Ti, 50Ti, cujos óxidos correspondentes (16O) se sobrepõem às massas dos 
respectivos analitos: 62Ni, 63Cu, 64Zn, 65Cu e 66Zn. Utilizar câmeras de nebulização 
resfreiada e nebulizadores ultra-sônicos pode ajudar a minimizar esse tipo de 
interferência. 
Outro tipo de interferência espectral consiste nos íons com dupla carga, 
relacionadas à formação de íons com carga dupla, provocando uma supressão no 
sinal relativo àquele elemento segundo sua relação massa/carga, podendo provocar 
também uma interferência espectral na determinação de outro analito onde haja 
coincidência dessa razão. Por exemplo, o íon 138Ba2+, interfere na análise do íon 
69Ga+, uma vez que a razão massa/carga para os dois íons é 69. 
As interferências espectrais podem ser minimizadas aplicando equações 
matemáticas, utilizando espectrômetros de alta resolução e uso de sistemas 
alternativos para introidução da amostra 
 
4. Aplicações da espectrometria de massa com plasma indutivamente 
acoplado 
Como aplicações da técnica instrumental de ICP-MS pode-se citar: a 
determinação de metais em amostras alimentares, ambientais e cosméticos; a 
quantificação de isótopos radioativos como o 129I e verificar contaminação de áreas 
específicas; na área forense para identificar resíduos de disparo de arma de fogo; 
a determinação de elementos traço presente em amostras de combustíveis e a 
quantificação de elementos traços em fluidos biológicos. 
 
5. Considerações finais 
A técnica de ICP-MS tem como principal vantagem à possibilidade de análise 
multielementar (e isotópica) seqüencial rápida, aliada à alta sensibilidade. Utiliza 
como fonte de ionização um plasma de argônio de energia alta (até 1,5 kW), e como 
detector, um espectrômetro de massa de alta ou baixa resolução (geralmente o 
quadrupolo). Cerca de 90% dos elementos da tabela periódica podem ser 
determinados, com limites de detecção na ordem de 0,001 a 0,1 µg L-1. 
A técnica instrumental de ICP-Ms é amplamente aplicada, tanto em laboratórios 
de pesquisa como laboratórios de ensaio rotineiro, em áreas como: a nuclear, 
21 
 
química, ambiental, análise clínica, geologia, geoquímica, e controle de materiais 
(p.ex., na indústria de semicondutores). 
Embora a técnica apresente grandes vantagens, a presença de interferências 
espectrais e não espectrais representa um desafio para os analistas. Para obter 
resultados adequados e confiáveis, as interferências devem ser eliminadas ou 
minimizadas e o instrumento deve ser devidamente calibrado. Para calibração 
pode-se utilizar o método do padrão externo (quando não há efeito matriz)), o 
método da adição-padrão (quando há efeito matriz) ou pelo método do padrão 
interno (quando é desejável controlar variáveis instrumentais) e pelo método da 
diluição isotópica (consiste em adicionar à amostra uma quantidade conhecida de 
um dos isótopos enriquecidos do analito e a quantificação é feita através da 
determinação da “nova” razão isotópica). 
 
6. Referências bibliobráficas 
VOGEL, A. Análise Química Quantitativa, 6ª ed., LTC Editora, Rio de Janeiro,2002. 448p. 
HARRIS D. C. Explorando a Química Analítica, 4ª ed., LTC Editora, Rio de 
Janeiro, 2011. 568p. 
SKOOG, D. A.; West, D. M.; Holler F. J.; Crouch, S. R. Fundamentos De Química 
Analítica. Trad. 8. Ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006. 
DIAS, S. L. P; VAGHETTI, J. C. P.; LIMA, E. C.; BRASIL, J. de L. PAVAN, F. A. 
Química Analítica: Teoria e prática essenciais. Porto Alegre: Bookman, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Apresentação do tema 
 
A química analítica quantitativa compreende o conjunto de ensaios, métodos 
e técnicas que possibilitam avaliar as quantidades relativas dos componentes em 
uma determinada amostra. De maneira geral, os métodos analíticos quantitativos 
podem ser divididos em dois grandes grupos: os métodos clássicos de análise ou 
métodos instrumentais. 
O acompanhamento quantitativo das reações químicas consiste a base dos 
métodos clássicos de análise química. Na análise volumétrica (chamada também 
análise titrimétrica ou titulométrica) a substância a ser determinada é tratada com 
um reagente adequado que é adicionado na forma de uma solução padronizada, 
sendo que o volume gasto de solução padrão com concentração exata conhecida é 
o dado primordial da análise. 
As reações volumétricas podem ser classificadas como reações de 
neutralização, complexação, precipitação ou reações de oxirredução. 
Dentre as vantagens dos métodos volumétricos, pode-se citar a boa 
precisão, a rapidez na análise quando envolve poucas amostras, o custo da análise 
é baixo (pois envolve vidrarias e reagentes líquidos) e podem ser automatizados. 
Por outro lado, uma das desvantagens da análise volumétrica é que, normalmente, 
os métodos são menos sensíveis comparado aos métodos instrumentais, por 
exemplo, que utilizam a interação da radiação eletromagnética com analito para 
fazer a medida da concentração,e outra desvantagem é quando se tem um grande 
número de amostras, nestes casos os métodos instrumentais também são mais 
vantajosos. 
A análise volumétrica é amplamente utilizada para a determinação de ácidos, 
bases, oxidantes, redutores, íons metálicos, proteínas e muitas outras espécies. Em 
processos industriais, tais como no tratamento superficial de peças metálicas (por 
exemplo, industrias de peças para implementos agrícolas) e na produção de 
sanentes (como na produção de detergentes e desinfetantes). 
Neste capítulo, os métodos de análise volumétrica serão classificados de 
acordo com o tipo de reação entre analito e titulante, serão abordados os princípios 
da volumetria, as etapas que estão envolvidas na volumetria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
1. FUNDAMENTOS DA ANÁLISE VOLUMÉTRICA 
 
Apesar do constante desenvolvimento científico e tecnológico, as reações 
por via úmida ainda desempenham um papel importantíssimo para a química 
analítica moderna. Em alguns campos da química, as análises volumétricas são 
insubstituíveis, devido, dentre outros fatores: sua simplicidade, praticidade 
(equipamentos não requerem recalibração constante), precisão (0,1%) superior a 
maior parte dos métodos instrumentais, excelente custo/benefício para um pequeno 
número de amostras, possibilidade de automatização dos ensaios e utilização na 
calibração ou validação de análises de rotina. 
Contudo, existem algumas desvantagens associadas à análise volumétrica 
clássica. A baixa sensibilidade e seletividade, quando comparados aos métodos 
instrumentais, são os mais importantes. Outro ponto negativo é a péssima relação 
custo/benefício quando empregada a um grande número de determinações 
semelhantes. Contudo, o balanço geral entre vantagens e desvantagens ainda é 
positivo e também existe campo considerável para a aplicação da análise 
volumétrica na química analítica quantitativa. 
Em linhas gerais, a análise volumétrica ou análise titrimétrica determina o 
volume de uma solução reagente, cuja concentração é conhecida com exatidão 
(solução padrão ou solução padronizada), que é necessário para reagir 
quantitativamente com um volume determinado da solução que contém a 
substância a ser analisada (analito). 
Na volumetria, a solução do reagente cuja concentração é conhecida é 
denominada titulante, já a solução formada pelo analito é denominada titulado. O 
processo pelo qual a solução padrão é adicionada à solução de um analito até que 
a reação entre as duas soluções seja completa é chamado titulação (por isso a 
técnida também pode ser chamada de titulometria). 
 
 
 
As soluções padrão ou soluções referência são formadas por substâncias 
conhecidas como padrão primários e padrões secundários. Tais substâncias dão 
origem às chamadas soluções padrão primário e solução padrão secundários. Um 
padrão primário é formado por uma substância de elevada pureza (≥ 99,9% de 
pureza) de forma que sua solução possa ser preparada por pesagem direta e 
24 
 
diluição até o volume adequado, estável (não deve se decompor quando estocado 
em estado puro, não deve ser higroscópico), deve possuir uma massa molecular 
relativamente alta para minimizar os erros de pesagem e deve apresentar elevada 
solubilidade nas condições de trabalho. 
Entretanto, poucas substâncias apresentam estes requisitos e estão 
disponíveis comercialmente. Como exemplos de padrões primários podemos citar: 
dicromato de potássio, o biftalato de potássio e o oxalato de sódio. Dentro deste 
contexto, substâncias de menor pureza podem ser utilizados no lugar de um padrão 
primário desde que tenham sua pureza cuidadosamente estabelecida por análise 
química ou por comparação por titulação contra um padrão primário. Esses 
compostos são conhecidos como padrões secundários e são bastante empregados 
como material referência na análise volumétrica. Como exemplos de padrões 
secundários pode-se citar as soluções de HCl, NaOH, KMnO4, entre outras. 
Para que uma reação de titulação possa ocorrer dentro de um alto grau de 
confiança, é necessário que ela possua elevadas constantes de velocidade e 
equilíbrio, ou seja, cada adição de titulante deve ser consumida rapidamente e 
completamente pelo analito até o completo consumo do analito. Além disso, a 
reação deve possuir uma estequiometria conhecida e reprodutível. 
O completo consumo do analito ou ponto de equivalência da titulação ocorre 
quando a quantidade de titulante adicionado é quimicamente equivalente ao 
titulado, ou seja, quando o número de mols do titulante é igual ao número de mols 
do analito. 
No entanto, o ponto de equivalência de uma titulação é um resultado ideal 
(teórico), ou seja, não podemos determiná-lo esperimentalmente em uma titulação. 
O que realmente medimos é o ponto final da titulação. O ponto final é indicado pela 
mudança súbita de uma propriedade física da solução, por exemplo, mudança de 
cor, formação de um precipitado, mudança do valor de pH, pela diferença de 
potencial e pela formação de um complexo metálico. Para verificar essa mudança 
súbita nas propriedades, podemos empregar equipamentos específicos como um 
potenciômetro ou, gelamente substâncias indicadoras. 
Um indicador é um composto com uma propriedade física (normalmente a 
cor) que muda abruptadamente nas proximidades do ponto de equivalência. Essa 
mudança é causada pelo consumo ou pelo aparecimento de um excesso de titulante 
e acorrem na região do ponto de equivalência. Portanto, essas perturbações podem 
causar alterações na aparência do indicador, tais como, aparecimento ou 
desaparecimento da cor, alteração de cor, aparecimento ou desaparecimento de 
turbidez, e assim indicar ao analista quando é alcançado o ponto final da titulação. 
A diferença entre o ponto final e o ponto de equivalência é representada pelo erro 
de titulação e depende dentre outras coisas do indicador escolhido em cada 
titulação, de acordo com o tipo de reação que está envolvida. 
A análise volumétrica envolve uma vasta gama de procedimentos analíticos 
quantitativos, dentre eles podemos destacar a volumetria de precipitação, a 
volumetria de neutralização,volumetria de complexação e volumetria de oxidação-
redução. A seguir serão apresentadas as principais características de cada uma 
destas técnicas volumétricas. Quanto maiores forem as concentrações das 
soluções-padrões, maior será a inflexão da curva de titulação. 
 
25 
 
2. TÉCNICAS VOLUMÉTRICAS 
 
2.1 Volumetria de neutralização 
 
Os equilíbrios ácidos/bases sempre estão presentes na química e em outras 
ciências tais como a bioquímica, química ambiental, ciências biológicas, entre 
outras. Esses equilíbrios são normalmente descritos por reações em soluções 
aquosas e ocorrem devido à reação de neutralização decorrente da titulação de íons 
hidroxônio (H3O+) com íons hidroxila (OH-) ou vice-versa. Tais íons podem estar 
presentes em titulações com ácidos fortes e fracos, bases fortes e fracas e sais de 
ácidos e bases fracas. 
Os íons H3O+ e OH- necessários para uma reação de neutralização são 
oriundos dos analitos e reagentes padrões disponíveis na titulação. Na prática, as 
soluções padrões usadas nas titulações de neutralização são formadas por ácidos 
ou bases fortes, uma vez que essas substâncias reagem de forma mais completa 
com o analito em relação aos ácidos e bases fracas e seus sais, consequentemente, 
fornecem pontos finais mais nítidos. 
Os principais ácidos fortes empregados como soluções padrões em titulação 
de neutralização são os ácidos clorídrico (HCl) e sulfúrico (H2SO4). O ácido nítrico 
é pouco utilizado em titulações de neutralização devido às suas propriedades 
oxidantes, que podem promover reações indesejáveis, os ácidos perclórico e 
sulfúrico também são oxidantes e apresentam elevado grau de periculosidade, no 
entanto, em soluções diluídas tais características são minimizadas. Já as bases 
mais empregadas são hidróxidos de sódio (NaOH) e potássio (KOH). 
A escolha do indicador mais adequado para uma titulação ácido/base 
depende do valor de pH do ponto do ponto final da reação de neutralização em 
questão e de sua correlação com faixa de pH do indicador. Um indicador ácido-base 
consiste em uma substância ácida ou base e seu par conjugado e atualmente uma 
vasta quantidade de substâncias indicadoras estão disponíveis comercialmente. Em 
geral, escolhemos um indicador cuja faixa de transição se sobreponha, o mais 
próximo possível, ao intervalo onde se verifica a região de maior inflexão da curva 
de titulação, ou seja, calculamos o ponto de equivalência teórico e escolhemos a 
substância indicadora que apresenta o ponto de viragem em ±1 unidade de pH. 
O equilíbrio químico dos processos de neutralização pode ser visualizado 
pelo estudo das mudanças de concentração do íon hidrogênio durante a titulação. 
O gráfico de pH contra o volume gasto de titulante é conhecido como curva de 
titulação, e a partir dessa curva é possível determinar as quantidades dos 
componentes ácidos e básicos em uma mistura e os valores de pH. 
Alcalimetria e acidimetria são termos bastante utilizados na volumetria de 
neutralização. A titulação de espécies químicas ácidas utilizando uma solução 
padrão alcalina também é conhecida por alcalimetria, já a titulação de espécies 
químicas básicas com uma solução padrão ácidas também é conhecida por 
acidimetria. 
 
 
 
 
26 
 
2.1.1 Titulação de ácido forte com base forte 
 
Para construir a curva hipotética (teórica) para a titulação de um ácido forte 
com uma base forte são necessários três tipos de cálculo, sendo que cada cálculo 
corresponde a um estágio distinto da titulação: 
 Antes do ponto de equivalência (pré-equivalência): o pH é calculado 
através da concentração do ácido que não reagiu. 
 No ponto de equivalência: o pH é neutro, pois reagem quantidades 
exatamente equivalentes de ácido forte e base forte. O pH é definido 
pela dissociação da água (Kw). 
 Após o ponto de equivalência (pós-equivalência): 
 
 
2.1.2 Titulação de ácido fraco com base forte 
 
Quatro tipos de cálculos são necessários para computar valores de uma 
curva de titulação de um ácido fraco: 
 Antes da adição da base forte: a solução contém somente o ácido 
fraco, e o pH é calculado a partir da concentração do soluto e sua 
constante de dissociação. 
 Entre o início da titulação e o ponto de equivalência teremos soluções 
tampões (ou seja, soluções constituídas pelo ácido fraco e o sal 
conjugado ou a solução formada pela base fraca e o sal conjugado, 
sendo que essas soluções caracterizam-se por resistir a variação do 
pH da solução). No ponto que compreende a metade do ponto de 
equivalência o valor do pH é igual ao pKa do ácido. 
 Antes do ponto de equivalência: a solução consiste em uma série de 
tampões. O pH de cada tampão pode ser calculado a partir da 
concentração da base conjugada e a concentração resudual do ácido 
que permanece. Utiliza-se a equação de Henderson-Hasselbach. 
 No ponto de equivalência: a solução possui apenas o conjugado do 
ácido fraco que está sendo titulado (um sal), e o pH é calculado a partir 
da concentração do sal. Neste caso, como a base é forte, o pH será 
maior que 7. 
 Após o ponto de equivalência: o pH da solução é determinado pelo 
excesso de base forte adicionado. Então calcula-se primeiro pOH e 
depois o pH. 
 
2.1.3 Titulação de base fraca com ácido forte 
 
Similarmente ao que vimos anteriormente, para computar valores de uma 
curva de titulação de uma base fraca são necessários quatro tipos de cálculos: 
 Antes da adição do ácido forte: a solução contém somente a base 
fraca, e o pH é calculado a partir da concentração do soluto e sua 
constante de dissociação. 
 Metade do ponto de equivalência: pOH = pKb 
27 
 
 Antes do ponto de equivalência: a solução consiste em uma série de 
tampões. O pH de cada tampão pode ser calculado a partir da 
concentração do ácido conjugado e a concentração residual da base 
que permanece. Utiliza-se a equação de Henderson-Hasselbach. 
 No ponto de equivalência: a solução possui apenas o conjugado da 
base fraca que está sendo titulado (um sal), e o pH é calculado a partir 
da concentração do sal. Neste caso como o ácido é forte, o pH será 
menor que 7. 
 Após o ponto de equivalência: o pH da solução é determinado pelo 
excesso de ácido forte adicionado. 
 Antes do início da titulação Antes do PE No PE Após o PE 
Ácido forte + Base 
forte 
pH = -log [ácido] 
pH = -log do 
analito que não 
reagiu 
H3O+ + OH-  H2O 
pH = -log do excesso 
de titulante 
Ácido fraco + Base 
forte 
HA + H2O ↔ H3O+ + A- (usa o 
ka) 
HA + OH- ↔ A- + 
H2O 
(Eq. Henderson-
Hasselbach) 
A- + H2O ↔ HA + 
OH- 
(Usa Kb) 
pH = -log da 
concentração em 
excesso de titulante 
Ácido forte + Base 
fraca 
B + H2O ↔ HB+ + OH- (usa Kb) 
B + H3O+ ↔ BH+ 
+ H2O 
(Eq. Henderson-
Hasselbach) 
BH+ + H2O ↔ B + 
H3O+ 
(Usa o Ka) 
pH = -log da 
concentração em 
excesso de titulante 
 
 
2.1.4 Titulação de ácidos polipróticos 
 
Ácidos polipróticos são espécies químicas que apresentam mais de um 
hidrogênio ionizável por molécula. Os cálculos de pH durante o processo de 
titulação ente o ácido poliprótico e uma base forte são semelhantes aos processos 
de titulação envolvendo ácidos monopróticos fracos com bases forte. 
Uma característica nas curva de titulação de espécies polipróticas são mais 
de um ponto de inflexão, ou seja, nas curvas de titulação são verificadas regiões de 
inflexão que indicam o ponto estequiométrico e regiões de tamponamento onde o 
pH sofre pequenas variações. 
Um exemplo bem conhecido de ácido poliprótico é o ácido fosfórico, que 
apresenta três hidrogênios ionizáveis, portanto evidencia-se três pontos de 
equivalência na curva de titulação, Para esse ácido, como para outros ácidos 
polipróticos Ka1 > Ka2 > Ka3. A seguir encontram-se as reações para o H3PO4. 
H3PO4 + H2O ↔ H2PO4- + H3O+ 𝐾𝑎1 = 
[𝐻3𝑂+][𝐻2𝑃𝑂4−]
[𝐻3𝑃𝑂4]
 
H2PO4- + H2O ↔ HPO42- + H3O+ 𝐾𝑎2 = 
[𝐻3𝑂+][𝐻𝑃𝑂42−]
[𝐻2𝑃𝑂4−]
 
HPO42- + H2O ↔ PO43- + H3O+ 𝐾𝑎3 = 
[𝐻3𝑂+][𝑃𝑂43−][𝐻𝑃𝑂42−]
 
 
 
2.2 Volumetria de precipitação 
 
Os métodos volumétricos que baseiam-se na formação de um composto 
pouco solúvel são chamados de titulação de precipitação. Essas titulações são 
28 
 
utilizadas principalmente para a determinação de haletos e alguns íons metálicos. 
Para que uma reação de precipitação possa ser usada, é preciso que ela se 
processe em tempo relativamente curto e que o composto formado seja 
suficientemente insolúvel. 
Entretanto, a maneira mais conveniente para se saber se uma dada titulação 
é viável ou não, ou mesmo para se avaliar o erro cometido pelo uso de um 
determinado indicador, é através da curva de titulação. Os indicadores usados nas 
titulações de precipitação são usualmente específicos, isto é, reagem seletivamente 
com o titulante para formar uma substância colorida. 
As curvas de titulação para reações de precipitação são calculadas de 
maneira análoga às curvas de titulação para reações de neutralização, sendo a 
única diferença que o produto de solubilidade do precipitado (Kps) é substituído pela 
constante do produto iônico da água (Kw). O gráfico que demonstra a curva de 
titulação para reações de precipitação, consistem em pAg versus volume de titulante 
adicionado. 
Para a determinação de cloreto em uma amostra de soro fisiológico, o cloreto 
atua como titulado e uma solução padronizada de nitrato de prata atua como 
titulante: 
 Antes do início da adição de titulante: o pAg é indeterminado pois 
ainda não foi adicionado os íons Ag+ na solução do analito. 
 Antes do ponto de equivalência: o pAg é determinado levando-se em 
consideração a reação estequiométrica. Inicialmente calculamos a 
concentração de Cl- remanescente na solução do analito (número de 
mol de Cl- - numero de mol de Ag+ adicionado dividido pelo volume 
total). E depois aplicamos Kps = [Ag+].[Cl], encontamos o valor de 
[Ag+] , posteriormente o valor de pAg. 
 No ponto de equivalência: a única fonte de Ag+ e Cl- é o precipitado 
formado, então as quantidades de íons cloreto e íons prata são iguais, 
utiliza-se kps=[Ag+]2 e depois calcula-se pAg. 
 Após o ponto de equivalência: o pAg é determinado pela espécie que 
estiver em excesso. A espécie em excesso após o ponto de 
equivalência será o AgNO3. Então calculamos a concentração em 
excesso de Ag+ e dividimos pelo volume total da solução. E logo é 
possível calcular pAg. 
 
Quando se tem misturas de dois íons, o precipitado menos solúvel será 
formado primeiro. Se os dois produtos de solubilidade são suficientemente 
diferentes, a primeira precipitação será quase completa antes da segunda 
precipitação iniciar. 
Considere a titulação com AgNO3 de uma solução contendo KI e KCl. O AgI 
irá precipitar primeiro porque o seu kps é menor, e o Cl - permanece em solução. 
Quando a precipitação de I- está quase completa, a concentração de Ag+ aumenta 
abruptamente e o AgCl começa a precipitar. Por fim, quando o Cl- é consumido, 
ocorre nova mudança abrupta de [Ag+]. Quantitativamente, esperamos ver duas 
inflexões na curva de titulação: a primeira corresponde ao ponto de equivalência de 
AgI e a segunda ao ponto de equivalência de AgCl. 
29 
 
 
 
 
 
2.2.1 Métodos argentimétricos 
 
Dentre os métodos volumétricos de precipitação, os mais importantes são os 
que empregam solução padrão de nitrato de prata. Estes são chamados métodos 
argentimétricos e podem ser classificados em: método de Mohr é caracterizado pela 
formação de um sólido colorido; o método de Volhard forma um complexo solúvel e 
o método de Fajans utiliza um indicador de adsorção para mudança da coloração. 
No método de Mohr, o cromato de potássio serve como indicador para a 
titulação argentimétrica de íons cloreto, brometo e cianeto. Os íons prata reagem 
com o cromato para formar o precipitado na coloração vermelho tijolo de cromato 
de prata na região do ponto de equivalência. O método de Mohr é raramente 
utilizado nos dias atuais porque o Cr(VI) é carcinogênico. Um ponto muito 
importante na execução do método de Mohr é o ajuste do pH, pois em pH inferior a 
6,5 há formação do ácido crômico (devido ao deslocamento do equilíbrio químico) 
e em pH superior a 10,5 a prata precipita na forma de Ag2O. 
O método de Fajans utiliza um indicador de adsorção, um composto orgânico 
que adsorve na ou dessorve da superfície do sólido em uma titulação de 
precipitação. Indicadores de adsorção comuns são normalmente corantes 
aniônicos, que são atraídos pelas partículas carregada positivamente. Como o 
indicador reage com a superfície, são escolhidas partículas menores para conseguir 
maior área superficial. O indicador fica adsorvido devido as cargas, uma camada de 
Ag+ é formada na superfície do precipitado e o indicador (carga negativa, como a 
fenoftaleína) se liga a camada de íons positivos. Quando o indicador não está 
adsorvido a solução apresenta uma cor e no ponto de equivalência, quando o 
indicador fica adsorvido percebe-se uma alteração na cor. 
O método de Volhard (titulação de retorno ou titulação indireta) é um dos 
métodos argentimétricos mais comuns. Este método consiste em precipitar primeiro 
os íons cloreto com excesso de íon prata conhecido, formando AgCl, e o excesso 
de íons prata é titulado com uma solução padrão de tiocianato na presença de 
Fe(III). Após toda Ag+ reagir com o tiocianato, o tiocianato passa a reagir com o 
Fe(III), formando um complexo vermelho, que indica o ponto final. No método de 
volhard o pH da solução deve ser ácido, para evitar a precipitação do Fe(III) na 
forma de hidróxido de ferro (III). 
 
2.3 Volumetria de oxidação-redução 
 
Reações químicas que ocorrem devido a transferência de elétrons entre 
espécies, são conhecidas por reação de oxidação-redução, reação de óxido-
redução ou simplesmente reação redox. É importante ressaltar que a espécie que 
cede o(s) elétron(s)ns sofre oxidação e atua como agente redudor, por outro lado, 
a espécie que recebe a quantidadede elétrons cedidas sofre o fenômeno de redução 
e atua como agente oxidante. Os processos de redução e oxidação ocorrem quase 
30 
 
simultaneamente, ou seja, primeiro uma espécie doa os elétrons e na sequência a 
outra espécie recebe esses elétrons. 
Uma titulação redox se baseia em uma reação de oxirredução entre analito 
e o titulante. Neste tipo de volumetria os indicadores variam de coloração conforme 
a diferença de potencial padrão entre titulante e titulado. 
Nas tutulações redox, primeiramente o titulante reage com a amostra e 
depois com o indicador, apresentando assim uma variação nas propriedades físicas 
da solução e indicando o ponto final. Para isso acontecer, o titulante deve ser mais 
oxidante ou redutor possível, então o titulante reage primeiro com quem tem o 
menor potencial padrão, assim o E° analito deve ser sempre maior que E° do 
indicador. 
Quanto maior for a diferença entre os valores do potencial padrão do titulante 
e o potencial padrão padrão do analito, maior será a inflexão no ponto de 
equivalência de uma curva de titulação. Uma titulação redox é normalmente 
possível de ser realizada se a diferença entre analito e o titulante for ≥ 0,2 V. 
Entretanto, o ponto final das titulações redox não costuma ser muito acentuado e é 
bem mais facilmente detectedo utilizando a potenciometria. Se a diferença dos 
potenciais for ≥ 0,4 V, então um indicador redox geralmente apresenta ponto final 
satisfatório. 
Algumas vezes, antes de uma titulação, é necessário fazer um ajuste do 
estado de oxidação de um analito, por exemplo quando há Fe2+ e Fe3+, primeiro 
devemos converter todo o Fe2+ para Fe3+. 
As curvas de titulação (variação do potencial-padrão x o volume de titulante 
adicionado) para reações redox apresentam três regiões distintas e para determinar 
o potencial em cada região da curva utiliza-se a equação de Nernst: 
𝐸𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 = 𝐸° − 
0,05916
𝑛
log
[𝑅𝑒𝑑]
[𝑂𝑥]
 (para 25 °C) ou 𝐸𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 = 𝐸° − 
𝑅𝑇
𝑛𝐹
ln
[𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠]
[𝑅𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠]
 
 
Considere a titulação

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